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ISÉRIE —N.

º 79 — DE 8 DE JUNHO DE 2020 3293

Decreto Presidencial n.º 163/20 REGULAMENTO DA LEI SOBRE


de 8 de Junho O REGIME JURÍDICO DOS CIDADÃOS
Considerando que a Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, veio ESTRANGEIROS NA REPÚBLICA DE ANGOLA
definir o novo regime jurídico dos cidadãos estrangeiros na
República de Angola, adoptar uma opção realista e equili-
CAPÍTULO I
Disposição Geral
brada no que diz respeito ao favorecimento da imigração
legal, desincentivar a imigração ilegal e tirar partido das ARTIGO 1.º
(Objecto)
novas tecnologias de informação para simplificar e acelerar
O presente Diploma procede à regulamentação da Lei
os procedimentos;
n.º 13/19, de 23 de Maio, que aprova Regime Jurídico dos
Tendo em conta que o regime ora instituído se caracte-
Cidadãos Estrangeiros na República de Angola.
riza como um modelo de administração moderna e eficiente
de organização e de procedimentos com grande pendor para CAPÍTULO II
incentivar o investimento, o desenvolvimento das empresas, Passagem das Fronteiras e Condições de Entrada
o crescimento económico e o desenvolvimento social; e Saída do Território Nacional

Havendo necessidade de completar e definir os proce- SECÇÃO I


Postos de Fronteiras
dimentos relativos aos diferentes institutos da Lei sobre o
Regime Jurídico dos Cidadãos Estrangeiros na República de ARTIGO 2.º
(Tipos de postos de fronteira)
Angola;
Atendendo ao disposto no artigo 134.º da Lein.º 13/19, Para efeitos do presente Regulamento entende-se por
de 23 de Maio; postos de fronteira, as fronteiras terrestres, as fronteiras
O Presidente da República decreta, nos termos da ali- fluviais, as fronteiras marítimas, bem como os aeroportos,
portos marítimos e portos fluviais de Angola.
nea 1) do artigo 120.º e do n.º 3 do artigo 125.º, ambos da
Constituição da República de Angola, o seguinte: ARTIGO 3.º
(Passagem das fronteiras)
ARTIGO 1º
1. As fronteiras só podem ser transpostas nos postos de
(Aprovação)
passagem de fronteira e durante as horas de abertura fixadas,
É aprovado o Regulamento da Lei sobre o Regime devendo a mesma estar indicada nos postos de passagem de
Jurídico dos Cidadãos Estrangeiros na República de Angola, fronteira que não estejam abertos 24 horas por dia.
anexo ao presente Decreto Presidencial, de que é parte 2. Não obstante o disposto no n.º 1 do presente artigo
integrante. podem ser previstas excepções à obrigação de passagem das
ARTIGO 2º fronteiras nos postos de passagem de fronteira e durante as
(Revogação) horas fixadas, para as seguintes situações:
É revogada toda a legislação que contrarie o disposto no a) À navegação de recreio à pesca costeira;
presente Diploma, nomeadamente o Decreto Presidencial b) Aos marítimos que pretendam deslocar-se a terra
n.º 108/11, de 25 de Maio, e o Decreto Presidencial para passeio ou pernoitar na localidade do porto
n.º 151/17, de 4 de Julho. em que o seu navio se encontra;
c) As pessoas ou grupo de pessoas cuja passagem
ARTIGO 3º
(Dúvidas e omissões) revista um carácter de particular necessidade,
designadamente, realização de eventos de carác-
As dúvidas e omissões suscitadas na interpretação e apli-
ter cívico, cultural, religioso ou desportivo, que
cação do presente Diploma são resolvidas pelo Presidente
tenham lugar nas proximidades da fronteira,
da República.
desde que sejam titulares de autorização de
ARTIGO 4.º entrada emitida pelo Serviço de Migração e
(Entrada em vigor)
Estrangeiro (SME) e que tal não seja contrário
O presente Decreto Presidencial entra em vigor na data aos interesses de ordem pública e de segurança
da sua publicação. nacional;
Apreciado em Conselho de Ministros, em Luanda, d) As pessoas ou grupo de pessoas, em situação de
aos 29 de Abril de 2020. emergência imprevista.
Publique-se. 3. Sem prejuízo das excepções previstas no n.º 2 do
presente artigo e das suas obrigações em matérias de pro-
Luanda, aos 29 de Maio de 2020.
tecção internacional, são punidas, nos termos da lei, toda a
O Presidente da República, JoÃo MANUEL GONÇALVES passagem não autorizada das fronteiras, fora dos postos de
LoURENÇO. passagem de fronteira e das horas de abertura fixadas.
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ARTIGO 4.º vos técnicos e consultando, nas bases de dados pertinentes,


(Abertura e funcionamento dos postos de fronteiras)
informações exclusivamente relativas aos documentos rou-
A abertura de postos de fronteira a que se refere o bados, desviados, extraviados ou inválidos.
artigo 3.º do presente Diploma é estabelecida por acordos 4. Quando existam indícios de que o cidadão estrangeiro
com os países limítrofes, os quais fixam o respectivo horá- possa não preencher ou deixou de preencher as condições
rio de funcionamento, com excepção dos aeroportos, portos de entrada, e de modo a não permitir que a intensidade do
marítimos e portos fluviais de Angola, cujo horário de fun- tráfego não torne excessivo o tempo de espera no ponto de
cionamento é estabelecido pelas autoridades comp etentes. passagem da fronteira, o controlo pormenorizado é efec-
ARTIGO 5º tuado numa zona reservada, chamada de segunda linha.
(Autorização de acesso à zona internacional dos portos e aeroportos)
5. Os cidadãos estrangeiros submetidos a um controlo
1. A zona internacional dos portos é de acesso restrito pormenorizado de segunda linha são informados numa lín-
e condicionado à autorização do SME, cuja autorização é gua que compreendam ou se possa razoavelmente presumir
válida pelo tempo estritamente necessário à concretiza- que compreendam, ou por outros meios eficazes, sobre o
ção da finalidade que motivou a sua concessão, mediante objectivo e o procedimento do referido controlo.
pagamento de taxa fixada em diploma a ser aprovado pelos 6. No entanto, e de modo não sistemático, ao efectua-
Departamentos Ministeriais responsáveis pelo Interior e rem os controlos mínimos e rápidos dos beneficiários de
Finanças. livre circulação ao abrigo de acordo de que Angola seja
2. Sempre que a finalidade e a frequência do acesso o Parte, os agentes de migração podem consultar as bases
justifiquem, designadamente, visita ou prestação de serviço de dados nacionais e internacionais a fim de assegurar que
a bordo, pode ser concedida autorização com validade mais essas pessoas não representam uma ameaça real, presente e
alargada, não superior a 1 (um) ano. suficientemente grave para a segurança nacional, a ordem
3. Os cidadãos estrangeiros em transferências de ligações pública ou uma ameaça para a saúde pública.
intemacionais sujeitos a visto de entrada no país de destino,
ARTIGO 7º
têm acesso a zona internacional dos aeroportos, desde que (Recusa de entrada)
apresentem o visto de entrada no País de destino e só a essa
1. A entrada em território nacional é recusada a qual-
zona têm direito.
quer cidadão estrangeiro que não preencha as condições de
4. O acesso à zona internacional dos aeroportos em trans-
entrada definidas no artigo 21.º da Lei n.º 13/19, de 23 de
ferência de ligações internacionais, por parte de cidadãos
Maio, sem prejuízo da aplicação das disposições especiais
estrangeiros sujeitos a visto de entrada no país de destino,
relativos ao direito de asilo.
fica condicionada à titularidade do mesmo e só a essa zona
2. Arecusa de entrada é feita por decisão fundamentada
têm direito de acesso.
do responsável em serviço no posto de fronteira, que indica
5. A autorização de acesso à zona internacional dos por-
de forma objectiva as razões precisas da recusa.
tos e aeroportos a que se referem os números anteriores não
3. A recusa de entrada proferida nos termos previstos
se aplica aos funcionários da administração ou da segurança,
nos números anteriores produz efeitos imediatos, sendo esta
cuja zona se inclua no domínio da sua actividade funcio-
notificada imediatamente ao transportador, a fim de tomar
nal, bem como a quem, nessas zonas, exerça regularmente
todas às providências necessárias ao regresso do recusando
as suas funções, designadamente exploração de espaços
ao país de origem ou ao ponto de partida em que tomou o
comerciais ou em trabalhos de manutenção, cujo acesso é
assegurado por credenciamento pela administração do porto meio de transporte.
ou aeroporto, por razões de segurança. ARTIGO 8º
(Validade dos documentos de viagem)
ARTIGO 6º
(Controlo de fronteiras) Para efeitos de entrada e saída do território angolano,
1. A passagem das fronteiras é submetida a controlos por a validade do documento de viagem apresentado deve ser
agentes de migração, que na sua actuação, adoptam todas as superior em, pelo menos, seis meses à duração da estadia
medidas necessárias ao respeito pleno a dignidade humana. prevista, salvo quando se trate da entrada de um estrangeiro
2. Todas as pessoas são submetidas a um controlo porme- residente no País.
norizado que permita determinar a sua identidade, mediante ARTIGO 9.º
(Termo de responsabilidade)
apresentação dos documentos de viagem.
3. Para efeitos do disposto no número anterior, controlo 1. O termo de responsabilidade que garanta a alimenta-
compreende a verificação da validade do documento que ção e alojamento ao cidadão estrangeiro que pretenda entrar
autoriza o seu legítimo portador a passar a fronteira e de que no País, bem como a reposição de custos de afastamento, em
o mesmo está acompanhado do visto de entrada ou título de caso de permanência ilegal, deve ser subscrito por cidadão
residência, bem como a presença de indícios de falsificação angolano ou cidadão estrangeiro habilitado a permanecer
ou de contrafacção, recorrendo, se necessário, à dispositi- regularmente em território nacional.
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2. O termo de responsabilidade constitui prova da posse 2. As despesas mencionadas no n.º 3 do artigo 25.º da
de meios de subsistência suficientes, sem prejuízo de apre- lei referida no número anterior, incluem, as correspondentes
sentação de outros meios válidos de prova. ajudas de custo, transporte, alojamento, bem como outras
3. Sem prejuízo do disposto no número anterior, as directamente decorrentes da execução de escolta.
missões diplomáticas ou postos consulares podem fazer 3. O regime mencionado no número anterior aplica-se
depender a aceitação dos termos de responsabilidade de às situações relativamente às quais a transportadora solicite
prova da capacidade financeira do subscritor, atestada, escolta, desde que o SME conclua pela sua necessidade.
designadamente, através de extrato bancário emitido por 4. No caso de transporte por via marítima, respondem
entidade bancária, declaração de serviço com indicação do solidariamente pelos encargos os armadores e os agentes de
vencimento e de três últimos recibos dos valores auferidos navegação que os representam.
pela prestação de actividade subordinada ou independente.
ARTIGO 12º
ARTIGO 10º (Transmissão de dados)
(Entrada de menor)
O SME estabelece os procedimentos e as soluções
1. Sem prejuízo de formas de turismo ou intercâmbio tecnológicas adequadas para a transmissão pelas transporta-
juvenil, a entrada no País de menores estrangeiros desa- doras aéreas, armadores ou agentes de navegação, dos dados
companhados de quem exerce o poder paternal apenas deve previstos no artigo 26.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio,
ser autorizada quando exista cidadão angolano ou cidadão
nos termos a definir por regulamento pelo responsável do
estrangeiro que permaneça regularmente em Angola que se
Departamento Ministerial do Interior.
responsabilize pela sua estadia, após confirmação de existên-
cia de autorização válida adequada emitida pelo respectivo
ARTIGO 13.º
(Saída compulsiva por notificação de abandono)
representante legal e avaliação de todos os demais elemen-
tos pertinentes. 1. A decisão de afastamento coercivo por notificação de
2. No caso de recusa de entrada e de regresso do menor abandono nos termos do artigo 31.º da Lei n.º 13/19, de 23 de
desacompanhado, a companhia transportadora deve assegu- Maio, é proferida em processo próprio, a instruir pelo SME,
rar que o menor é entregue no país de origem ou ponto onde sempre que é detectada a entrada ou permanência ilegal em
iniciou a sua viagem a quem exerce o poder paternal ou a território nacional.
pessoa ou organização a quem o mesmo possa ser confiado. 2. A decisão a que se refere on.º 1 deste artigo deve con-
3. É recusada a saída do território angolano de meno- ter a identificação do notificando, o número do documento
res estrangeiros residentes que viajem desacompanhados de viagem, as normas violadas e as consequências resultan-
de quem exerce o poder paternal quando não apresentem tes do não acatamento da decisão.
autorização subscrita pelos progenitores ou por quem seja ARTIGO 14º
responsável do mesmo, certificada por qualquer das formas (Execução da decisão de expulsão)
legalmente previstas. 1. Notificada a decisão de expulsão, o SME procede à
4. Sempre que existam dúvidas relativamente à situação sua execução, conduzindo o cidadão estrangeiro ao posto de
do menor, o SME realiza todas as diligências necessárias à
fronteira.
sua identificação, com vista a garantir a sua protecção e ade-
2.A execução da decisão de expulsão implica a inscrição
quado encaminhamento.
do cidadão no Sistema Integrado de Informação para efeitos
5. Aos menores desacompanhados que aguardam uma
de não admissão.
decisão sobre a sua admissão no território nacional ou sobre
3. Para efeitos do disposto nos n.º 4 e 5 do artigo 33.º da
o seurepatriamento deve ser concedido todo o apoio material
Lei nº 13/19, de 23 de Maio, a entidade competente deve
e a assistência necessária à satisfação das suas necessidades
comunicar ao SME, com antecedência mínima de 30 dias,
básicas de alimentação, de higiene, de alojamento e assis-
tência médica. os elementos de identificação dos cidadãos que reúnam os
6. Os menores desacompanhados só podem ser repatria- requisitos da expulsão antecipada por decurso do prazo legal
dos para o seu país de origem ou outro que esteja disposto de cumprimento da pena de prisão.
a acolhê-los se existirem garantias de que à chegada lhes ARTIGO 15.º
sejam assegurados o acolhimento e a assistência adequados. (Comunicação da expulsão)

ARTIGO 11º 1. O SME deve comunicar de imediato a área competente


(Responsabilidade das transportadoras) do Departamento Ministerial responsável pelas Relações
1. Compete a transportadora, logo que notificado nos Exteriores a medida de expulsão proferida contra cidadão
termos do artigo 25.º da Lein.º 13/19, de 23 de Maio, supor- estrangeiro.
tar todos os encargos inerentes à permanência do cidadão 2. Compete ao Departamento Ministerial responsável
estrangeiro na respectiva zona internacional ou em Centro pelas Relações Exteriores comunicar às autoridades do país
de Instalação Temporária ou espaço equiparado situado no para aonde é enviado o expulsando, nos termos do artigo 42.º
território nacional até ao momento do reembarque. da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio.
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CAPÍTULO HI c) O tipo, número, data e local de emissão e validade


Interdição de Entrada e de Saída do documento de viagem e a identificação da
ARTIGO 16º autoridade que o emitiu;
(Interdição) d) A indicação do período de permanência;
1. As interdições proferidas pelas autoridades comp eten- e) Nome da pessoa ou da empresa de acolhimento e
tes para efeitos de não admissão ou saída são registadas no nome da pessoa a contactar na empresa respec-
Sistema Integrado de Informação pelo SME, cuja decisão tiva, quando aplicável;
deve conter os dados de identificação pessoal do interdito, f) Local previsto de alojamento, quando aplicável.
o número do documento pessoal e o prazo de validade da ARTIGO 19º
interdição. (Documentos a apresentar)

2. As autoridades competentes devem notificar o SME 1. Sem prejuízo dos documentos específicos exigíveis
das decisões de interdição que tomem, visando a tomada de para cada tipo de visto, os pedidos são instruídos com os
providências necessárias a execução da decisão. seguintes documentos:
CAPÍTULO IV a) Duas fotografias iguais, tipo passe, a cores e fundo
Vistos de Entrada liso, actualizadas e com boas condições de iden-
tificação do requerente;
SECÇÃO I
Disposições Comuns Aplicáveis aos Vistos Consulares b) Passaporte ou outro documento de viagem válido;
c) Certificado de registo criminal emitido pela auto-
ARTIGO 17º
(Pedido de visto) ridade competente do país da nacionalidade do
requerente ou do país em que resida há mais
1. O pedido de visto de entrada que deva ser solicitado
de um ano, quando sejam requeridos visto para
numa Missão Diplomática ou num Posto Consular é for-
mulado em impresso próprio, assinado pelo requerente e fixação de residência, visto de trabalho, visto
instruído com toda a documentação necessária em função de permanência temporária, visto de estudo, ou
do tipo de visto. visto para tratamento médico;
2. Tratando-se de menor de idade ou incapaz, o pedido d) Comprovativo da existência de meios de subsis-
deve ser assinado pelo respectivo representante legal. tência;
3. Em casos excepcionais, devidamente justificados, o e) Fotocópia do título de transporte de regresso, salvo
responsável pela Missão Diplomática ou Posto Consular quando seja solicitado visto de longa duração.
pode dispensar a presença do requerente, devendo os moti- 2. Tratando-se de pedido de visto respeitante a menor
vos da dispensa constar do formulário do pedido. sujeito ao exercício da autoridade paternal ou incapaz sujeito
4. Salvo por razões atendíveis, o pedido deve ser apre- a tutela, deve ser apresentada a respectiva autorização.
sentado pelo requerente no país da sua residência habitual 3. Os cidadãos menores de 16 anos estão isentos de jun-
ou no país da área de jurisdição consular do Estado da sua ção ao processo de informação sobre registo criminal.
residência. ARTIGO 20.º
5. A dispensa da presença do requerente pode ainda ter (Meios de subsistência)
lugar quando se trate de pessoa conhecida dos serviços pela 1. Para os efeitos previstos na alínea d) don.º 1 do artigo 19.º
sua integridade e idoneidade, nomeadamente entidades ou do presente Diploma, devem ser tidos em consideração os
empresários nacionais do país de acreditação ou de jurisdi- meios provenientes de subvenções, bolsas de estudo, con-
ção da Missão Diplomática ou Posto Consular, que tenham trato ou contrato promessa de trabalho.
beneficiado de visto para Angola em viagens anteriores. 2. A prova de meios de subsistência pode ser efec-
6. O pedido de visto pode dar lugar à recolha de identifi- tuada através da apresentação de termo de responsabilidade
cadores biométricos, quando aplicável. subscrita pela entidade de acolhimento de estagiários ou tra-
ARTIGO 18.º balhadores, bem como pela organização responsável por
(Elementos do pedido)
programas de intercâmbio de estudantes ou de voluntariado.
Do pedido de visto, apresentado em formulário próprio, 3. A prova da posse de meios de subsistência pode
devem constar os seguintes elementos: igualmente efectuar-se mediante apresentação de termo de
a) A identificação completa do requerente e, caso seja responsabilidade, subscrito por cidadão angolano ou cida-
titular de passaporte familiar ou de passaporte dão estrangeiro habilitado, com documento de residência
colectivo, do cônjuge, dos dependentes ou dos ou visto que permita exercício de actividade remunerada
elementos do grupo que neles se encontram em Angola, que garanta a alimentação e alojamento ao
mencionados que pretendam beneficiar do visto; requerente do visto, bem como a reposição dos custos de
b) O objectivo da viagem; afastamento, em caso de permanência irregular.
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ARTIGO 21º devendo a duração da estadia ininterrupta ou a duração total


(Instrução do pedido)
das entradas sucessivas exceder 30 dias em cada 120 dias a
1. A autoridade diplomática ou consular deve, na instru- contar da data da primeira passagem de um posto de fron-
ção do pedido de visto de entrada, observar o seguinte:
teira, salvo em caso de prorrogação, nos termos do n.º 2 do
a) Verificar se o requerente está indicado, para efeitos
artigo 51.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio.
de não admissão, no Sistema de Informação
ARTIGO 24º
Integrado do SME;
(Prorrogação do visto de entrada)
b) Exigir a apresentação de elementos que sejam
1. O SME pode prorrogar o visto de entrada sempre que
necessários ao esclarecimento de quaisquer
haja fundamento para o efeito.
dúvidas, se as houver, acerca dos elementos
2. O cidadão estrangeiro cujo visto de entrada não tenha
constantes do pedido;
c) Nas situações excepcionais previstas no n.º 4 do sido prorrogado, deve ser notificado a abandonar o País,

artigo 17.º do presente Diploma, verificar os num prazo não superior a 8 (oito) dias.
motivos que o requerente invoca para apresentar 3. Anão observância do prazo previsto no número ante-
o pedido em país diferente daquele onde tem rior implica a detenção do cidadão estrangeiro e colocação
a residência habitual e se aí se encontra regu- do mesmo em Centro de Instalação Temporária ou espaço
larmente, efectuando, sempre que necessário, equiparado para efeito de expulsão, nos termos da alínea e)
consulta prévia ao SME; do n.º 3 do artigo 34.º da Lein.º 13/19, de 23 de Maio.
d) Verificar a regularidade, autenticidade e validade ARTIGO 25.º
do documento de viagem apresentado pelo (Cancelamento dos vistos)

requerente, tendo em conta, neste último caso, 1. Os vistos podem ser cancelados nas seguintes
que a mesma deve ultrapassar, em pelo menos situações:
seis meses, a data limite da permanência reque- a) Quando tenham sido concedidos com base em
rida; falsas declarações, meios fraudulentos ou
e) Comprovar se o documento de viagem permite o invocação de motivos diferentes daqueles que
regresso do requerente ao país de origem ou da
motivaram a entrada do seu titular no País;
sua entrada num país terceiro;
b) Quando o respectivo titular tenha sido objecto de
) Confirmar se a situação económica do requerente
uma medida de expulsão do território nacional;
e a duração da estadia são adequados ao custo e
c) Quando cessem os motivos para que foi concedido
objectivos da viagem, podendo ser apresentado
o visto de entrada.
termo de responsabilidade;
2. O disposto no número anterior é também aplicável
g) Verificar se o requerente se deslocou a Angola em
ocasiões anteriores e se nestas não excedeu o durante a validade das prorrogações de permanência conce-
período de permanência autorizada. didas nos termos previstos na Lei n.º 13/19, de 23 de Maio.
2. Em qualquer fase do processo, a presença do reque- 3. O cancelamento dos vistos a que se refere os núme-
rente pode ser solicitada junto da Missão Diplomática ou ros anteriores, no território nacional, é da competência do
Posto Consular, tendo em vista a necessidade de recolha de Director Geral do SME.
elementos complementares à instrução e decisão do pedido. 4. As Missões Diplomáticas ou Postos Consulares
ARTIGO 22º podem proceder ao cancelamento de vistos, quando surgi-
(Indeferimento do pedido) rem elementos supervenientes no período imediatamente a
A Missão Diplomática ou Posto Consular deve recusar seguir a concessão do visto, devendo neste caso, comunicar
liminarmente o pedido de visto, sempre que não estiverem o facto ao SME.
reunidas as condições exigidas ou não se encontre devida-
SECÇÃO II
mente fundamentado. Aspectos Específicos
ARTIGO 23.º
(Contagem do tempo de permanência) ARTIGO 26.º
(Visto diplomático, oficial e de cortesia)
1. A contagem do tempo de permanência do visto inicia
1. A concessão dos vistos diplomáticos, oficial e de cor-
de forma ininterrupta a partir da data da primeira entrada no
território nacional, até ao seu termo. tesia devem ser comunicados ao SME no prazo de 24 horas,

2. No caso do visto de turismo, a contagem do tempo de para efeitos de controlo de entrada.


permanência inicia a partir da data da primeira entrada do 2. As Missões Diplomáticas e Postos Consulares devem
cidadão estrangeiro no território nacional e interrompe sem- elaborar relatórios periódicos dos vistos previstos no n.º 1 do
pre que se registar a saída dentro da validade do visto, não presente artigo, que são remetidos ao SME.
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ARTIGO 27º ARTIGO 32º


(Visto de Trânsito) (Visto de Estudo)

1. O pedido de Visto de Trânsito deve ser acompanhado 1. O pedido de Visto de Estudo ao abrigo do artigo 53.º
dos elementos previstos nas alíneas a), b), c) e f) do artigo 61.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, é feito em impresso devi-
e do artigo 63.º da Lei n.º 13/19, de 23 Maio. damente preenchido e acompanhado dos documentos que
2. Instruído o processo, e não havendo factos que obstem atestem o cumprimento dos requisitos previstos nas alí-
a sua concessão, o Visto de Trânsito deve ser concedido no neas a), b), c) e f) do artigo 61.º eno artigo 66.º do referido
prazo de dois dias úteis a contar da data do pedido. diploma legal.
3. Nas situações excepcionais previstas no n.º 4 do 2. O prazo para a concessão do Visto de Estudo é de
artigo 50.º da Lein.º 13/19, de 23 de Maio, o Visto de Trânsito 30 dias úteis, a contar da data da recepção do pedido.
é concedido mediante o pagamento de uma taxa regulada
ARTIGO 33.º
em diploma aprovado pelos titulares dos Departamentos (Prorrogação do Visto de Estudo)
Ministeriais responsáveis pelo Interior e pelas Finanças.
1. Compete ao SME e aos respectivos órgãos pro-
ARTIGO 28º
vinciais, a prorrogação do Visto de Estudo, cujo pedido é
(Visto de Turismo)
formulado em impresso próprio assinado pelo requerente
1. O pedido de Visto de Turismo é acompanhado dos ele-
ou pelo seu representante legal, acompanhado dos seguin-
mentos previstos nas alíneas a), b), c) e f) do artigo 61.º e
tes documentos:
no artigo 64.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, cuja conces-
a) Documentos emitidos pelo estabelecimento de
são deve ser feita no prazo de 5 dias úteis a contar da data
ensino ou de formação profissional oficialmente
do pedido.
2. O Visto de Turismo deve ser concedido no prazo de 5 dias reconhecidos que comprove a continuidade dos
úteis a contar da data do pedido. estudos;

ARTIGO 29º b) Documentos da empresa a comprovar a continui-


(Prorrogação do Visto de Turismo) dade do estágio ou do trabalho voluntário;
1. Compete ao SME e os respectivos órgãos provinciais c) Carta da entidade ou pessoa que se responsabilize
a prorrogação do Visto de Turismo, cujo pedido é formulado pela estadia do cidadão no País, se for o caso;
em impresso próprio assinado pelo requerente ou pelo seu d) Comprovativo de pagamento da taxa.
representante legal. 2. O Visto de Estudo deve ser prorrogado no prazo de
2. O pedido de prorrogação do Visto de Turismo é acom- 10 dias úteis a contar da data do pedido.
panhado de pedido escrito do interessado, uma fotografia ARTIGO 34º
tipo passe, a cores e fundo liso e com boas condições de (Visto para Tratamento Médico)
identificação, bem como do comprovativo do pagamento da 1. O pedido de visto para Tratamento Médico ao abrigo
taxa. do artigo 54.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, é feito em
3. O Visto de Turismo deve ser prorrogado no prazo de impresso devidamente preenchido e acompanhado dos
2 (dois) dias úteis a contar da data da recepção do pedido.
documentos que atestem o cumprimento dos requisitos pre-
ARTIGO 30º vistos nas alíneas a), b), c) e f do artigo 61.º e no artigo 67.º
(Visto de Curta Duração)
do referido Diploma legal.
1. O pedido de Visto de Curta Duração deve ser acom- 2. O Visto para Tratamento Médico é concedido no prazo
panhado de formulário devidamente preenchido e dos
de 30 dias úteis a contar da data do pedido.
documentos que atestem o cumprimento dos requisitos pre-
ARTIGO 35.º
vistos nas alíneas a), b), c) e f) do artigo 61.º e no artigo 65.º (Prorrogação do Visto para Tratamento Médico)
da Lein.º 13/19, de 23 de Maio.
1. Compete ao SME e aos respectivos órgãos provin-
2. Instruído o pedido, a Missão Diplomática ou Posto
ciais, a prorrogação do Visto para Tratamento Médico, cujo
Consular concede o vistono prazo de dois dias úteis a contar
da data do pedido. pedido é formulado em impresso próprio assinado pelo
requerente ou pelo seu representante legal, acompanhado
ARTIGO 31º
(Prorrogação de Visto de Curta Duração) dos seguintes documentos:
a) Comprovativo emitido pelo estabelecimento de
1. Compete ao SME e os respectivos órgãos provinciais,
a prorrogação do Visto de Curta Duração, cujo pedido é for- saúde oficial ou oficialmente reconhecido de que
mulado em impresso próprio assinado pelo requerente ou o requerente tem assegurado o internamento ou
pelo seu representante legal, bem como do comprovativo do tratamento ambulatório;
pagamento da taxa correspondente. b) Comprovativo de pagamento de taxa.
2. O prazo da prorrogação do Visto de Curta Duração é 2. O Visto para Tratamento Médico deve ser prorrogado
de 2 (dois) dias úteis a contar da data da recepção do pedido. no prazo de 10 dias úteis a contar da data do pedido.
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ARTIGO 36º ARTIGO 39º


(Visto de Trabalho) (Garantia de repatriamento)

1. O pedido de Visto de Trabalho ao abrigo do artigo 55.º 1. A caução de repatriamento referida na alínea e) do n.º
da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, é feito em impresso devi- 1 do artigo 68.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, é efec-
damente preenchido e acompanhado dos documentos que tuada por depósito bancário, no valor monetário equivalente
atestem o cumprimento dos requisitos previstos nas alí- ao preço do bilhete de passagem de regresso ao país de ori-
-neas a), b), c) ef do artigo 61.º eno n.º 1 do artigo 68.º do
gem ou de residência habitual do trabalhador estrangeiro
referido diploma legal.
não residente e do seu agregado familiar, se for o caso.
2. Nas situações excepcionais previstas no n.º 5 do
2. A caução é depositada num banco comercial à ordem
artigo 55.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, o Visto de
do SME.
Trabalho instruído com os elementos previstos no n.º 1 do
3. Todas as despesas resultantes do depósito da caução
artigo 68.º da referida Lei, só pode ser concedido mediante
autorização expressa do Departamento Ministerial respon- de repatriamento são da responsabilidade da entidade solici-
sável pelo Interior, após parecer do SME. tante do visto de trabalho.
3. O Departamento Ministerial responsável pelo Interior 4. O repatriamento de cidadão estrangeiro que corra às
pode delegar a competência prevista no número anterior ao expensas do SME, confere ao mesmo direito de regresso
Director Geral do SME. sobre o valor despendido, devendo este ser ressarcido antes
4. O Visto de Trabalho é concedido no prazo de 30 dias de eventual reentrada em território nacional.
úteis a contar da data do pedido. 5. Estão isentos de depósito da caução de repatriamento,
5. O certificado de habilitações literárias ou profissio- os Órgãos da Administração Directa do Estado, as Empresas
nais a que se refere a alínea b) do n.º 1 do artigo 68.º da Lei Públicas e os Institutos Públicos.
n.º 13/19, de 23 de Maio, deve ser autenticado na Missão 6. A caução de repatriamento deve ser satisfeita após
Diplomática ou no Posto Consular em que é formulado o
a concessão do visto de trabalho e entrada do cidadão
pedido de visto de trabalho.
estrangeiro em território nacional, porém nunca antes da
6. Nos casos em que o pedido é formulado ao abrigo da
prorrogação do referido visto.
excepção prevista no n.º 5 do artigo 55.º da referida Lei,
o certificado de habilitações literárias ou profissionais pode ARTIGO 40º
(Devolução da caução)
ser autenticado e reconhecido pelas autoridades comp eten-
tes em território nacional. 1. A caução de repatriamento é devolvida sempre que
7. Aos sectores prioritários para o desenvolvimento da ocorrer uma das circunstâncias seguintes:
economia nacional, em particular do sector produtivo, o a) Ser consumada a saída do território nacional do
Visto de Trabalho para os domínios de especialidade sem cidadão estrangeiro, como resultado da comu-
oferta comprovada de mão-de-obra nacional, é concedido nicação da entidade empregadora ao SME, em
em território nacional, ao abrigo don.º 5 do artigo 55.º da Lei virtude da extinção do vínculo laboral com o
n.º 13/19, de 23 de Maio, mediante parecer do Departamento
mesmo;
Ministerial que superintende a área de actividade.
b) Cancelamento do visto de trabalho antes do termo
ARTIGO 37º
(Parecer da entidade de superintendência)
do contrato de trabalho.
2. A devolução da caução de repatriamento é feita desde
Para efeitos de parecer a que se refere a alínea g) don.º 1
que solicitada no prazo de 30 dias, contados a partir da data
do artigo 68.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, o Departamento
de saída do cidadão estrangeiro do território nacional.
Ministerial que superintende a área de actividade deve com-
3. O pedido de devolução da caução de repatriamento
provar que a empresa contratante respeitou o limite de
deve ser apresentado pela entidade empregadora ou pelo seu
contratação de cidadãos estrangeiros, previsto no regime jurí-
dico de contratação de trabalhador estrangeiro não residente. representante legal, depois de confirmada a saída do cidadão
estrangeiro do território nacional.
ARTIGO 38.º
(Publicitação de vagas de emprego) 4. Todas as despesas resultantes da devolução da caução
1. Cada vaga de emprego que se enquadre nos limites são da responsabilidade da entidade depositante.
da contratação de trabalhador estrangeiro não residente deve 5. São considerados perdidos a favor do SME, todos os

ser publicada no jornal de maior tiragem, visando a candida- valores cuja devolução não for solicitada após o decurso do
tura de cidadãos angolanos. prazo referido no n.º 2 do presente artigo.
2. As entidades empregadoras devem, no pedido de pare- 6. O SME deve efectuar a devolução da caução de repa-
cer favorável à concessão de Visto de Trabalho, informar triamento no prazo de 10 dias úteis, contados da data do
ao Departamento Ministerial que superintende o sector da pedido de devolução.
actividade, que a vaga de emprego não foi preenchida por 7. Compete ao Director Geral do SME autorizar a devo-
cidadão angolano. lução da caução de repatriamento.
3300 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 41º 5. Para efeitos da aplicação das situações excepcionais


(Prorrogação do Visto de Trabalho)
previstas no n.º 3 do artigo 56.º da Lei n.º 13/19, de 23 de
1. Compete ao SME e aos respectivos órgãos provin- Maio, as Autoridades Públicas, designadamente a autori-
ciais, a prorrogação do Visto de Trabalho, cujo pedido é dade judiciária, os órgãos de polícia criminal competentes
formulado em impresso próprio assinado pelo requerente para a investigação dos crimes de tráfico de seres humanos
ou pelo seu representante legal, acompanhado dos seguin- ou de acção de auxílio à imigração ilegal, autoridades poli-
tes documentos: ciais que actuem no âmbito da protecção das vítimas, bem
a) Fotocópia do contrato de trabalho devidamente como a Inspecção Geral do Trabalho em relação as infrac-
registado no Centro de Emprego; ções transgressionais no âmbito laboral, devem informar por
b) Solicitação da entidade empregadora; escrito, ao SME, da possibilidade de concessão de Visto de

c) Comprovativo do cumprimento da obrigação fiscal Permanência Temporária.


pela entidade empregadora;
6. A comunicação ao SME, pelas autoridades referidas
no número anterior, deve ser feita imediatamente, desde que
d) Comprovativo do pagamento da taxa correspon-
haja indícios de que a pessoa em causa é vítima de tráfico de
dente.
seres humanos, de acção de auxílio à imigração ilegal ou de
2. As Direcções Provinciais do SME só devem pror-
infracção transgressional na área de trabalho.
rogar visto de trabalho dos trabalhadores estrangeiros que
7. Para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 56.º da Lei
se encontrem a exercer actividade nas respectivas áreas de
n.º 13/19, de 23 de Maio, o cidadão estrangeiro em conflito
Jurisdição.
laboral com a entidade empregadora ou o seu representante
3. O Visto de Trabalho deve ser prorrogado no prazo de
legal, deve apresentar documento escrito do tribunal onde
cinco dias úteis a contar da data do pedido.
coire o processo, com vista ao imediato início de processo
ARTIGO 42º de concessão de Visto de Permanência Temporária.
(Visto de Permanência Temporária)
8. Só é concedido protecção subsidiária nos termos do n.º 5
1. O pedido de Visto de Permanência Temporária ao do presente artigo, se a autoridade responsável pela inves-
abrigo do artigo 56.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, é feito tigação concluir que o cidadão estrangeiro manifesta, de
em impresso devidamente preenchido e acompanhado dos forma inequívoca, vontade de colaboração na investigação
documentos que atestem o cumprimento dos requisitos pre- e considere existirem fortes indícios de que essa cooperação
vistos nas alíneas a), b), c) e f) do artigo 61.º e no artigo 69.º não é fraudulenta, nem que a queixa da vítima é infundada.
da referida Lei. 9. O Visto de Permanência Temporária deve ser conce-
2. Os pedidos de Visto de Permanência Temporária dido no prazo de 30 dias úteis a contar da data do pedido.
efectuados para cidadãos estrangeiros com a qualidade de ARTIGO 43º
ministro de culto, membros de instituto de vida consagrada (Prorrogação de Visto de Permanência Temporária)

ou que exerçam profissionalmente actividade religiosa, 1. Compete ao SME e aos respectivos órgãos provin-
bem como os cidadãos estrangeiros que exerçam actividade ciais, a prorrogação do visto de permanência temporária,
numa organização não- governamental, devem, para além cujo pedido é formulado em impresso próprio assinado pelo
dos requisitos previstos no n.º 1 do presente artigo, apre- requerente ou pelo seu representante legal, acompanhado
sentar parecer positivo dos Departamentos Ministeriais que dos seguintes documentos:
superintendem as respectivas actividades, designadamente a) Solicitação de entidade religiosa ou de organização
Cultura, Turismo e Ambiente e Acção Social, Família e não-governamental referidos no n.º 2 do artigo
Promoção da Mulher. 42.º deste Regulamento;
3. Para efeitos de concessão de Visto de Permanência b) Comprovativo da entidade competente sobre a
Temporária ao abrigo da alínea b) do n.º 1 do artigo 56.º manutenção das condições referidas no n.º 3 do
da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, para além dos requisitos artigo 42.º do presente Diploma;
referidos no n.º 1 do presente artigo, o cidadão estrangeiro c) Comprovativo passado pela autoridade judiciária,
deve apresentar documentos comprovativos da sua admis- órgão de polícia criminal, autoridade policial
são em centro de investigação, instituição de ensino superior ou pela Inspecção Geral do Trabalho, sobre a
ou entidade para o efeito habilitado. manutenção das condições previstas no n.º 5 do
4. Os pedidos de Visto de Permanência Temporária artigo 42.º deste Diploma legal;
efectuados por cidadãos estrangeiros para efeitos de acompa- d) Comprovativo do tribunal sobre a manutenção da
nhamento familiar ao abrigo das alíneas c), d) ee) don.º 1 do situação referida n.º 7 do artigo 42.º do presente
artigo 56.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, para além dos Diploma;
requisitos definidos no n.º 1 do presente artigo, são acom- e) Comprovativo de pagamento de taxa.
panhados de comprovativo de laços de parentesco que 2. O Visto de Permanência Temporária deve ser proiro-
justificam o acompanhamento. gado no prazo de 5 dias úteis a contar da data do pedido.
ISÉRIE -N.º 79 — DE 8 DE JUNHO DE 2020 3301

ARTIGO 44.º ARTIGO 47.º


(Visto para Fixação de Residência) (Visto de Fronteira)

1. O pedido de Visto para Fixação de Residência ao 1. A concessão do visto de fronteira ao abrigo do


abrigo do artigo 57.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, é feito artigo 60.º da Lein.º 13/19, de 23 de Maio, fica sujeito a veri-
em impresso devidamente preenchido e acompanhado dos ficação, se possível atestado por documento comprovativo,
documentos que atestem o cumprimento dos requisitos pre- das razões imprevistas que impediram o requerente de soli-
vistos nas alíneas a), b), c) e f) do artigo 61.º e do artigo 70.º citar um visto numa Missão Diplomática ou Posto Consular.
da referida Lei. 2. O pedido do visto de fronteira é instruído em formulá-
2. O Visto para Fixação de Residência deve ser conce- rio devidamente preenchido com os seguintes documentos:
dido no prazo de 60 dias úteis a contar da data do pedido. a) Solicitação dirigida ao SME devidamente funda-
mentada da razão do pedido;
CAPÍTULO V b) Fotocópia do passaporte;
Vistos Concedidos em Território Nacional c) Duas fotografias iguais, tipo passe, a cores e fundo
ARTIGO 45.º liso, actualizadas e com boas condições de iden-
(Visto de Investidor) tificação do beneficiário;
1. O pedido de Visto de Investidor ao abrigo do artigo 59.º d) Comprovativo de pagamento da taxa.
da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, é feito em impresso devida- 3. A concessão do visto de fronteira é precedida da veri-
mente preenchido e acompanhado da seguinte documentação: ficação se o beneficiário está indicado para efeitos de não
a) Certificado de registo criminal do país de origem admissão no Sistema de Informação Integrado do SME.
ou de residência habitual; 4. Autorizado o pedido, o SME emite um pré-visto que é
b) Atestado médico do país de origem; entregue ao requerente e que serve de prova junto das auto-
ridades competentes do país de embarque que o mesmo está
c) Fotocópia do passaporte;
autorizado a entrar em território nacional.
d) Comprovativo de registo de investimento passado
5. A chegada no posto de fronteira, o requerente apre-
pela entidade responsável pelo investimento
senta o original da autorização de entrada, que depois de
privado;
confirmada, é aposto o visto no documento de viagem.
e) Procuração a favor da pessoa que representa o
investidor em Angola, se for o caso; CAPÍTULO VI
Transformação de Vistos
2) Comprovativo de pagamento de taxa.
2. O Visto de Investidor é apenas concedido às pessoas ARTIGO 48.º
(Competência)
com essa qualidade e aos representantes ou procuradores
do investidor, sendo que os demais cidadãos estrangeiros Compete ao Director Geral do SME, transformar os vis-
contratados para trabalhar nas entidades investidoras, bene- tos previstos neste capítulo.
ficiam de Visto de Trabalho nos termos gerais. ARTIGO 49º
(Transformação do Visto de Turismo para Visto
3. O Visto de Investidor é concedido de acordo com o
para Tratamento Médico)
número de investidores, representantes ou procurador em
1. Para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 72.º da Lei
cada empresa.
n.º 13/19, de 23 de Maio, pode ser autorizado a transforma-
4. O Visto de Investidor deve ser concedido no prazo de
ção do Visto de Turismo para Visto de Tratamento Médico,
30 dias úteis contados a partir da data do pedido.
em virtude de o cidadão estrangeiro ter adoecido em territó-
ARTIGO 46.º
rio angolano e nele se encontrar internado ou em tratamento
(Prorrogação de Visto de Investidor)
ambulatório em estabelecimento de saúde oficial ou oficial-
1. Compete ao SME e aos respectivos órgãos provin- mente reconhecido.
ciais, a prorrogação do Visto de Investidor, cujo pedido é 2. O pedido de transformação de Visto de Turismo para
formulado em impresso próprio assinado pelo requerente Visto de Tratamento Médico é feito em formulário devida-
ou pelo seu representante legal, acompanhado dos seguin- mente preenchido e assinado e é instruído com a seguinte
tes documentos: documentação:
a) Declaração comprovativa sobre a execução e a) Solicitação do interessado devidamente fundamen-
implementação do investimento passada pela tada;
entidade responsável pelo investimento privado; b) Comprovativo emitido pelo estabelecimento de
b) Solicitação da empresa; saúde oficial ou oficialmente reconhecido de que
c) Comprovativo de pagamento de taxa migratória. o requerente tem assegurado o internamento ou
2. O Visto de Investidor deve ser prorrogado no prazo de tratamento ambulatório;
5 dias úteis a contar da data de entrada do pedido. c) Comprovativo do pagamento da taxa.
3302 DIÁRIO DA REPÚBLICA

3. O Visto para Tratamento Médico resultante da trans- CAPÍTULO VII


formação referido neste artigo deve ser concedido no prazo Autorização de Residência
de 15 dias úteis, a contar da data do pedido. ARTIGO 52.º
ARTIGO 50º (Apresentação do pedido)
(Transformação do Visto de Estudo para Visto de Trabalho)
O titular de Visto para Fixação de Residência concedido
1. Para os efeitos previstos n.º 2 do artigo 72.º da Lei ao abrigo do artigo 57.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio,
n.º 13/19, de 23 de Maio, o titular de Visto de Estudo, que deve solicitar a concessão de Autorização de Residência
pretenda exercer uma actividade profissional subordinada, Temporária no prazo de 30 dias a seguir a entra em territó-
pode solicitar a transformação do respectivo visto para Visto rio nacional.
de Trabalho, devendo o pedido, formulado em impresso
SECÇÃO I
devidamente preenchido e assinado, ser acompanhado da Disposições Gerais
seguinte documentação:
ARTIGO 53.º
a) Solicitação emitida pela entidade empregadora de (Formulação e tramitação do pedido)
que o requerente tem o emprego assegurado;
1. O pedido de concessão ou renovação de autorização
b) Contrato de trabalho ou contrato-promessa de trabalho;
de residência é formulado em impresso próprio e assinado
c) Parecer do Departamento Ministerial que supe-
pelo requerente ou pelo seu representante legal e pode ser
rintende o sector da actividade exercida pela
apresentado no SME ou em qualquer das suas Direcções
entidade empregadora;
Provinciais.
d) Certificado de registo criminal emitida pelas auto- 2. Nos pedidos de concessão ourenovação de autorização
ridades angolanas; de residência é dispensada a apresentação de documentos já
e) Declaração de estudos emitida pelo estabeleci- existentes no fluxo de trabalho electrónico do SME e que se
mento de ensino ou de formação profissional mantenham válidos.
oficialmente reconhecidos; 3. Os pedidos de concessão ou renovação de autori-
2 Comprovativo do pagamento da taxa. zação de residência devem ser instruídos com todos os
2. O Visto de Trabalho resultante da transformação refe- documentos exigíveis, devendo o requerente ser imediata-
rida no presente artigo deve ser concedido no prazo de 30 mente notificado para apresentar os documentos em falta,
dias úteis a contar da data do pedido. sob pena de indeferimento.
ARTIGO 51º 4. No momento de entrega do pedido devem ser recolhi-
(Transformação do Visto de Permanência Temporária para Autori-
dos os dados biométricos necessários à emissão do título de
zação de Residência)
residência.
1. O titular de Visto de Permanência Temporária con-
5. No âmbito do procedimento administrativo de con-
cedido ao abrigo das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 56.º
cessão ou renovação de autorização de residência, o SME
da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, que pretenda obter resi-
procede à verificação documental e às consultas de segu-
dência, pode solicitar a transformação do respectivo Visto
rança necessárias.
para Autorização de Residência, nos termos do n.º 2 do
SECÇÃO II
artigo 72.º da referida Lei, devendo o pedido, ser feito em Autorização de Residência Temporária
impresso devidamente preenchido e assinado, acompa-
nhado da seguinte documentação: ARTIGO 54.º
(Pedido de concessão de Autorização de Residência Temporária)
a) Carta devidamente fundamentada;
1. Para além dos requisitos específicos exigíveis ao
b) Certificado de registo criminal passado pelas auto-
abrigo don.º 1 do artigo 78.º da Lein.º 13/19, de 23 de Maio,
ridades angolanas;
o pedido de concessão de Autorização de Residência apre-
c) Comprovativo de meios de subsistência;
sentado por titular de visto para fixação de residência deve
d) Comprovativo de alojamento;
ser acompanhado dos seguintes documentos:
e) Comprovativo do pagamento da taxa.
a) Solicitação de Autorização de Residência assinada
2. O pedido de Autorização de Residência referida no
pelo interessado ou pelo seu representante legal;
n.º 1 deste artigo só pode ser requerido nos 3 anos subse-
quentes à concessão do Visto de Permanência Temporária. b) Atestado de residência actualizado;
3. A Autorização de Residência resultante da transforma- c) Certificado de registo criminal passado pelas auto-
ção referida no presente artigo deve ser concedida no prazo ridades angolanas;
de 60 dias úteis, a contar da data do pedido. d) Comprovativo de meios de subsistência;
4. O Visto de Permanência temporária concedido ao e) Comprovativo de alojamento;
abrigo da alínea c) do n.º 1 do artigo 56.º da Lei n.º 13/19, 2) Duas fotografias iguais, tipo passe, a cores e fundo
de 23 de Maio, não é susceptível de transformação para liso, actualizadas e com boas condições de iden-
Autorização de Residência. tificação do beneficiário;
ISÉRIE —N.º 79 — DE 8 DE JUNHO DE 2020 3303

g) Passaporte ou outro documento de viagem válido, ARTIGO 56º


(Pedido de concessão de Autorização de Residência
acompanhado com a respectiva fotocópia da
ao abrigo do regime excepcional)
página de identificação e do Visto para Fixação
1. O pedido de concessão de Autorização de Residência
de Residência;
temporária ao abrigo do artigo 87.º da Lei n.º 13/19, de 23
h) Documentos comprovativos de vínculos de paren-
de Maio, é acompanhado dos documentos previstos no n.º 1
tesco, quando se justifique;
do artigo 54.º do presente Regulamento.
i) Comprovativo do pagamento da taxa.
2. O pedido de Autorização de Residência referido
2. O pedido é, ainda, instruído com informação necessá-
ria para verificação da inscrição na administração fiscal e na no número anterior é ainda acompanhado dos seguintes
segurança social, quando aplicável. documentos:
3. Os cidadãos menores de 16 anos de idade estão isentos a) Comprovativo da situação de excepcionalidade
de junção de certificado de registo criminal. que ateste o carácter de interesse nacional ou
4. Compete ao Director Geral do SME, autorizar a con- humanitário do pedido;
cessão de Autorização de Residência referido neste artigo. b) Comprovativo da situação de excepcionalidade
ARTIGO 55º que ateste o carácter de interesse público sobre
(Pedido de concessão de Autorização de Residência em situações o exercício da actividade relevante no domínio
especiais)
científico, tecnológico, cultural, desportivo, eco-
1. O pedido de Autorização de Residência, ao abrigo do
nómico ou social do pedido.
artigo 79.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, para além dos
3. É conferida competência ao responsável do
documentos referidos no número anterior, é acompanhado
Departamento Ministerial do Interior para autorizar a
dos seguintes documentos:
concessão de autorização de residência temporária com fun-
a) Assento de nascimento do menor e declaração
damento em situação excepcional a que se refere o artigo 87.º
comprovativa de frequência de estabelecimento
da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio.
pré-escolar, do ensino básico ou secundário, para
as situações previstas na alínea a) do artigo 79.º ARTIGO 57º
(Pedido de concessão de autorização de residência para investidor)
da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, cuja concessão
é feita com dispensa dos documentos previstos 1. Para efeitos de concessão de autorização de residência
temporária ao investidor, nos termos do disposto no n.º 3 do
nas alíneas b), c), d) e e) do n.º 1 do artigo 54.º
do presente Regulamento; artigo 59.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, o pedido é feito
b) Assento de nascimento, documento comprovativo em impresso devidamente preenchido e acompanhado dos
seguintes documentos:
de presença em território nacional desde os 10
anos de idade e comprovativos da actividade a) Solicitação do interessado;
desenvolvida durante a permanência em território b) Certificado de registo criminal emitido pelas auto-
nacional, nomeadamente, o percurso escolar, para ridades angolanas;
as situações previstas na alínea b) do artigo 79.º da c) Declaração da entidade responsável pelo
Lein.º 13/19, de 23 de Maio; investimento privado que ateste a efectiva
c) Assento de nascimento e comprovativos da acti- implementação do investimento;
vidade desenvolvida durante a permanência em d) Passaporte ou outro documento de viagem válido;
território nacional, para as situações previstas na e) Duas fotografias iguais, tipo passe, a cores e fundo
alínea c) do artigo 79.º da Lei n.º 13/19, de 23 liso, actualizadas e com boas condições de iden-
de Maio; tificação do beneficiário.
d) Certidão da decisão que atribui a tutela do menor, 2. Compete ao Director Geral do SME autorizar a con-
para as situações previstas na alínea d) do cessão de Autorização de Residência temporária previsto
artigo 79.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio; neste artigo.
e) Documento comprovativo da cessação do estatuto ARTIGO 58.º
de refugiado em território nacional, para as situa- (Pedido de concessão de Autorização de Residência
para menor nascido em Angola)
ções previstas na alínea e) do artigo 79.º da Lei
n.º 13/19, de 23 de Maio, cuja concessão é feita O pedido de Autorização de Residência Temporária
com dispensa dos documentos previstos nas ao abrigo do artigo 89.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio,
alíneas a) eb) do n.º 1 do artigo 54.º do presente é acompanhado do assento de nascimento do menor, cuja
Diploma. concessão é feita com dispensa dos documentos previstos
2. Compete ao Director Geral do SME autorizar a con- nas alíneas b), c), d) e e) do n.º 1 do artigo 54.º do presente
cessão de autorização de residência previsto neste artigo. Regulamento.
3304 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 59º 2. A prova da posse de meios de subsistência a que se


(Pedido de concessão de Autorização de Residência com dispensa de
refere a alínea c) do número anterior pode ser substituída por
visto para fixação de residência)
contrato de trabalho ou declaração de serviço ou ainda por
1. O pedido de concessão de Autorização de Residência
outro meio admissível.
temporária ao abrigo do n.º 9 do artigo 56.º da Lei n.º 13/19,
3. A Autorização de Residência permanente deve ser
de 23 Maio, deve ser acompanhado do comprovativo do
concedida no prazo de 15 dias úteis em Luanda, e 30 dias
casamento ou união de facto com cidadão nacional ou cida-
dão estrangeiro titular de autorização de residência, bem úteis nas restantes províncias, a contar da data do pedido.
como dos seguintes documentos: ARTIGO 62º
a) Passaporte ou outro documento de viagem válido; (Pedido de renovação do Título de Autorização
de Residência Permanente)
b) Solicitação do interessado;
c) Certificado de registo criminal passado pelas auto- 1. O pedido de renovação do Título de Autorização de
ridades angolanas; Residência Permanente é formulado em impresso próprio
d) Duas fotografias iguais, tipo passe, a cores e fundo assinado pelo requerente ou pelo seu representante legal e é
liso, actualizadas e com boas condições de iden- acompanhado dos seguintes documentos:
tificação do beneficiário. a) Original e fotocópia do título de residência;
2. Compete ao Director Geral do SME autorizar a con- b) Comprovativo da posse de meios de subsistência;
cessão de Autorização de Residência previsto neste artigo. c) Fotocópia do passaporte;
ARTIGO 60º d) Comprovativo do pagamento da taxa;
(Pedido de renovação de Autorização de Residência Temporária) e) Duas fotografias iguais, tipo passe, a cores e fundo
1. O pedido de renovação de Autorização de Residência liso, actualizadas e com boas condições de iden-
temporária é formulado em impresso próprio assinado pelo tificação do beneficiário.
requerente ou pelo seu representante legal, acompanhado 2. Em situações excepcionais, associados à ausência do
dos seguintes documentos: território nacional por longos períodos, o SME pode exigir a
a) Original e fotocópia do título de residência; apresentação de justificativo da ausência.
b) Solicitação do interessado; 3. No caso de o pedido de renovação do título ser apresen-
c) Fotocópia do passaporte; tado após o decurso do seu prazo de validade, o pedido deve
d) Comprovativo da posse de meios de subsistência; ser sempre acompanhado de prova de permanência em territó-
e) Comprovativo do pagamento da taxa; rio nacional ou comprovativo dos motivos de ausência.
2) Duas fotografias iguais, tipo passe, a cores e fundo 4. Arenovação do título de residência deve ser concluída
liso, actualizadas e com boas condições de iden- no prazo de 15 dias úteis em Luanda e 30 dias úteis nas res-
tificação do beneficiário. tantes províncias, a contar da data do pedido.
2. A prova da posse de meios de subsistência a que se 5. O pedido de renovação pode ser solicitado entre os 90
refere a alínea d) do número anterior pode ser substituída por e os 30 dias anteriores à caducidade do título.
contrato de trabalho ou declaração de serviço ou ainda por
ARTIGO 63.º
outro meio admissível. (Inde ferimento do pedido)
3. A Autorização de Residência deve ser renovada no
Em caso de indeferimento do pedido de Autorização
prazo de 15 dias úteis em Luanda e 30 dias úteis nas restan-
de Residência é notificado o seu titular a fim de ser convi-
tes províncias, a contar da data do pedido.
4. O pedido de renovação pode ser solicitado entre os 90 dado a abandonar voluntariamente o território nacional num
e os 30 dias anteriores à caducidade do título. período não superior a 20 dias.

SECÇÃO HI
SECÇÃO IV
Autorização de Residência Permanente Reagrupamento Familiar

ARTIGO 61º ARTIGO 64º


(Pedido de concessão de Autorização de Residência Permanente) (Pedido)

1. O pedido de concessão de Autorização de Residência 1. O cidadão residente em território nacional que pre-
apresentado por titular de Autorização de Residência tenda beneficiar do direito ao reagrupamento familiar
Temporária há pelo menos 10 anos é formulado em impresso apresenta o respectivo pedido junto da Missão Diplomática
próprio assinado pelo requerente ou pelo seu representante ou Posto Consular no país de origem ou ainda junto do SME,
legal e é acompanhado dos seguintes documentos: contando que o beneficiário ao reagrupamento tenha entrado
a) Original e fotocópia do título de residência; legalmente em território nacional, o qual deve conter a iden-
b) Fotocópia do passaporte; tificação do requerente e dos membros da família a que o
c) Comprovativo da posse de meios de subsistência; pedido respeita.
d) Comprovativo do pagamento da taxa; 2. O pedido pode também ser apresentado pelo mem-
e) Duas fotografias iguais, tipo passe, a cores e fundo bro da família que tenha entrado legalmente em território
liso, actualizadas e com boas condições de iden- nacional e que dependa ou coabite com o titular de uma
tificação do beneficiário. autorização de residência válida.
ISÉRIE —N.º 79 — DE 8 DE JUNHO DE 2020 3305

3. O pedido de reagrupamento familiar é instruído com 2. A faculdade prevista no número anterior é também
os seguintes documentos: aplicável aos cidadãos que tenham perdido o estatuto de
a) Comprovativos devidamente autenticados dos vín- residente, em virtude de exercício de funções de que resulte
culos familiares invocados; incompatibilidade com a qualidade de estrangeiro residente,
b) Fotocópias autenticadas dos documentos de identi- designadamente o exercício de funções de diplomata.
ficação dos familiares do requerente; SECÇÃO V
Título de Residência
c) Comprovativos de que dispõem de meios de sub-
sistências suficientes para suprir as necessidades ARTIGO 67º
(Natureza e condições de validade)
da sua família;
d) Certificado de registo criminal emitido pelas auto- 1. O Título de Residência é individual e é o único documento
ridades do país de origem do membro da família; de identificação apto a comprovar a qualidade de residente
legal em território nacional.
e) Comprovativo da incapacidade do filho maior, no
2. Ao Título de Residência são aplicáveis, com as neces-
caso de filhos maiores incapazes a cargo;
sárias adaptações, as normas relativas à identificação civil.
f) Certidão da decisão que decretou a adopção,
3. O Título de Residência só é válido se nele constar a
quando aplicável;
assinatura do seu titular, salvo se no local indicado a enti-
g) Fotocópia do assento de nascimento, comprova-
dade emitente fizer menção de que o mesmo não sabe ou
tiva da situação de dependência económica e
não pode assinar.
documento de matrícula em estabelecimento de
4. É conferida competência ao responsável do Departa-
ensino em Angola, no caso dos filhos maiores a mento Ministerial responsável pelo Interior para aprovar os
cargo; modelos de títulos de autorização de residência, ao abrigo do
h) Comprovativo da situação de dependência econó- n.º 2 do artigo 83.º da Lein.º 13/19, de 23 de Maio.
mica, no caso dos ascendentes em primeiro grau; ARTIGO 68º
i) Certidão da decisão que decretou a tutela, no caso (Reclamações)

dos irmãos menores; 1. O deferimento da reclamação apresentada pelo interes-


j) Autorização escrita do progenitor não residente sado com fundamento em erro do serviço emitente implica a
autenticada por autoridade consular angolana ou emissão de novo título de residência.
cópia da decisão que atribui a confiança legal do 2. A emissão referida no número anterior é gratuita,
filho menor ou a tutela do incapaz ao residente desde que a reclamação tenha sido apresentada no prazo de
ou ao seu cônjuge, quando aplicável; 30 dias a contar da data da entrega do título.
k) Prova da união de facto. ARTIGO 69º
(Segunda via do Título de Residência)
4. Em caso de dúvida, podem ser solicitados, a título
complementar, comprovativos de parentesco. 1. Pode ser solicitada segunda via do Título de Residência
em caso de mau estado de conservação, perda, destruição,
ARTIGO 65º
(Cancelamento da autorização de residência) furto ou roubo, ao abrigo do disposto no n.º 4 do artigo 84.º
1. A decisão de cancelamento de Autorização de da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio.
Residência é proferida em processo próprio, a instruir pelo 2. O pedido é instruído com a declaração dos motivos
que o fundamentam eno caso de furto ou roubo, com a cópia
SME, sempre que ocorra uma das situações mencionadas
da respectiva participação à autoridade policial.
numa das alíneas do n.º 1 do artigo 86.º da Lei n.º 13/19,
3. O pedido deve ser acompanhado, se necessário, de
de 23 de Maio.
duas fotografias do requerente, iguais, tipo passe, a cores e
2. Da decisão de cancelamento cabe recurso nos termos
fundo liso, actualizadas e com boas condições de identifica-
da lei.
ção e, no caso de mau estado de conservação, deve ainda ser
ARTIGO 66º
acompanhado da devolução do título inicial.
(Reaquisição do estatuto)

1. Os residentes que tenham perdido o estatuto de resi- CAPÍTULO VIII


dente temporário por ausência do território nacional nos Registo
termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 86.º da Lein.º 13/19, ARTIGO 70.º
de 23 de Maio, podem readquiri-la, mediante requerimento, (Registo de hóspedes e informação)

acompanhado do documento de viagem e dos seguintes 1. O registo de hóspedes a que se refere o artigo 92.º da
documentos: Lein.º 13/19, de 23 de Maio, pode ser feito electronicamente
a) Comprovativo da posse de meios de subsistência; ou através do boletim de alojamento, o qual é remetido
b) Comprovativo de que dispõe de alojamento. diariamente ao SME pelos empreendimentos turísticos e
3306 DIÁRIO DA REPÚBLICA

estabelecimentos de alojamento local e por todos aqueles ARTIGO 75.º


(Falta de transmissão de dados)
que hospedem cidadãos estrangeiros não residentes.
2. As unidades de polícia referidas no n.º 1 do artigo do Para efeitos a que se refere o artigo 116.º da Lein.º 13/19,
artigo 92.º do diploma legal referido no número anterior de 23 de Maio, a falta de transmissão de dados é punida com
devem enviar a informação recebida ao SME no prazo não multa de Kz: 27.280,00 (vinte e sete mil duzentos e oitenta
superior a 48 horas, contado da data do seu recebimento. kwanzas) a Kz: 642.400,00 (seiscentos e quarenta e dois mil
3. A obrigação prevista no n.º 1 do presente artigo, é e quatrocentos kwanzas).
aplicável a todos aqueles que arrendem imóveis a cidadãos
ARTIGO 76º
estrangeiros não residentes, cuja comunicação ao SME deve (Exercício de actividade profissional não autorizada)
ser feito por escrito, onde conste a identificação do inquilino,
1. O exercício de actividade profissional independente
a duração do contrato, bem como fotocópia do documento
ou por conta de outrem, por cidadão estrangeiro não habi-
de viagem e do visto.
litado com o título adequado, a que se refere o n.º 1 do
CAPÍTULO IX artigo 117.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, é punido com
Infracções multa de Kz: 220.000,00 (duzentos e vinte mil kwanzas)
SECÇÃO I a Kz: 440.000,00 (quatrocentos e quarenta mil kwanzas).
Disposições Gerais
2. O exercício de actividade profissional por cidadão
ARTIGO 71º estrangeiro em empresa diferente da que solicitou o respec-
(Contravenções)
tivo visto de trabalho, a que se refere o n.º 2 do artigo 117.º
Sempre que o SME detectar situação tipificada como da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, é punido com multa de
infracção nos termos da Secção III do Capítulo VIII da Lei Kz: 220.000,00 (duzentos e vinte mil kwanzas) a Kz: 440.000,00
n.º 13/19, de 23 de Maio, deve instaurar o procedimento (quatrocentos e quarenta mil kwanzas).
administrativo tendente a aplicação de multa.
3. A multa a que se refere o n.º 3 do artigo 117.º da Lei
SECÇÃO II n.º 13/19, de 23 de Maio, é de Kz: 1 899 920,00 (um milhão
Multas
oitocentos e noventa e nove mil novecentos e vinte kwan-
ARTIGO 72º zas) a Kz: 3 799 840,00 (três milhões setecentos e noventa e
(Permanência ilegal)
nove mil oitocentos e quarenta kwanzas).
A multa a que se refere o n.º 1 do artigo 113.º da Lei
ARTIGO 77º
n.º 13/19, de 23 de Maio, é de Kz: 16.720,00 (dezasseis
(Utilização da actividade de cidadão estrangeiro em situação ilegal)
mil setecentos e vinte kwanzas) à Kz: 114.400,00 (cento e
catorze mil e quatrocentos kwanzas) por dia, não devendo a A utilização de actividade de cidadão estrangeiro em situa-
sua aplicação ultrapassar os 30 dias. ção ilegal a que se refere on.º 1 do artigo 118.º da Lein.º 13/19,
de 23 de Maio, é punida com multa de Kz: 1 899 920,00 (um
ARTIGO 73º
(Acesso não autorizado à zona internacional do porto ou aeroporto) milhão oitocentos e noventa e nove mil novecentos e vinte
1. Para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 114.º da Lei kwanzas) a Kz: 3 799 840,00 (três milhões setecentos e noventa
n.º 13/19, de 23 de Maio, o acesso não autorizado à zona e nove mil oitocentos e quarenta kwanzas), sem prejuízo da
intemacional do porto ou aeroporto é punida com multa de aplicação das penalidades previstas no n.º 2 do mesmo artigo
Kz: 15.840,00 (quinze mil oitocentos e quarenta kwanzas) a da referida Lei.
Kz: 31.680,00 (trinta e um mil seiscentos e oitenta kwanzas). ARTIGO 78.º
2. O acesso não autorizado a embarcações a que se refere (Falta de registo de menor)
o n.º 2 do artigo 114.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, é A falta de registo de menor nascido em território nacio-
punido com multa de Kz: 44.000,00 (quarenta e quatro mil
nal a que se refere o artigo 120.º da Lei n.º 13/19, de 23
kwanzas) a Kz: 96.800,00 (noventa e seis mil e oitocentos
de Maio, é punida com multa de Kz: 15.840,00 (quinze mil
kwanzas).
oitocentos e quarenta kwanzas) a Kz: 31.680,00 (trinta e um
ARTIGO 74º mil seiscentos e oitenta kwanzas).
(Transporte de pessoa com entrada não autorizada no País)
ARTIGO 79.º
A multa a que se refere o n.º 1 do artigo 115.º da Lei
(Falta de comunicação de alojamento)
n.º 13/19, de 23 de Maio, é de Kz: 149.600,00 (cento e qua-
renta e nove mil e seiscentos kwanzas) a Kz: 299.200,00 A falta de comunicação de alojamento a que se refere o
(duzentos e noventa e nove mil e duzentos kwanzas), no artigo 121.º da Lein.º 13/19, de 23 de Maio, é punida com
caso de pessoas colectivas e Kz: 101.200,00 (cento e um multa de Kz: 17.072,00 (dezassete mil e setenta e dois kwan-
mil e duzentos kwanzas) a Kz: 202.400,00 (duzentos e dois zas) a Kz: 34.144,00 (trinta e quatro mil cento e quarenta e
mil e quatrocentos kwanzas), tratando-se de pessoa singular. quatro kwanzas).
ISÉRIE —N.º 79 — DE 8 DE JUNHO DE 2020 3307

ARTIGO 80.º 1. É aprovado o Acordo de Financiamento entre a República


(Falta de renovação de autorização de residência)
Angola e o Consórcio de Bancos liderado pelo Standard
Para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 122.º da Lei Chartered Bank (Hong Kong) Limited, na qualidade de Agente,
n.º 13/19, de 23 de Maio, a falta de renovação de autori- no qual integram o BNI Paribas, Crédit Agricole Corporate
zação de residência é punida com multa de Kz: 19.976,00 and Investment Bank e outras Instituições Financeiras subs-
(dezanove mil novecentos e setenta e seis kwanzas) a critoras, no valor global de USD 910 000 000,00 (novecentos
Kz: 39.952,00 (trinta e nove mil novecentos e cinquenta e e dez milhões de Dólares dos Estados Unidos da América),
dois kwanzas). para financiamento do Projecto de Abastecimento de Água do
ARTIGO 81º BITA, com cobertura de uma Garantia do Banco Internacional
(Falta de actualização de autorização de residência) para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), no valor de
A falta de actualização de autorização de residência a USD 500 000 000,00 (quinhentos milhões de Dólares dos
que se refere o artigo 123.º da Lei n.º 13/19, de 23 de Maio, Estados Unidos da América).
é punida com multa de Kz 19.976,00 (dezanove mil nove- 2. É aprovado o Acordo de Financiamento entre a
centos e setenta e seis kwanzas) a Kz: 33.440,00 (trinta e três República de Angola e a Agência Francesa de Crédito à
mil quatrocentos e quarenta kwanzas) por dia. Exportação (BPI) France, no valor de USD 167 000 000,00
ARTIGO 82º (cento e sessenta e sete milhões de Dólares dos Estados
(Falta de comunicação de mudança de domicílio) Unidos da América).
Para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 124.º da Lei 3 A Ministra das Finanças é autorizada, com a faculdade
de subdelegar, a assinar os referidos acordos de financia-
n.º 13/19, de 23 de Maio, a falta de comunicação de
mento e toda a documentação relacionada com os mesmos,
mudança de domicílio é punida com multa de Kz: 35.992,00
em nome e representação da República de Angola.
(trinta e cinco mil novecentos e noventa e dois kwanzas) a
4. As dúvidas e omissões resultantes da interpretação e
Kz: 105.600,00 (cento e cinco mil e seiscentos kwanzas).
aplicação do presente Despacho Presidencial são resolvidas
CAPÍTULO X pelo Presidente da República.
Disposição Final 5. O presente Despacho Presidencial entra em vigor no
ARTIGO 83º dia seguinte à data da sua publicação.
(Regime subsidiário) Publique-se.
Em tudo que não estiver regulado pelo presente Diploma,
Luanda, aos 2 de Junho de 2020.
são aplicáveis subsidiariamente e com as necessárias adapta-
O Presidente da República, JoÃo MANUEL GONÇALVES
ções, os seguintes diplomas:
LouRENÇO.
a) Decreto-Lei n.º 16-A/95, de 15 de Dezembro, que
aprova as Normas do Procedimento e da Activi-
dade Administrativa; Despacho Presidencial n.º 83/20
de 8 de Junho
b) Decreto-Lei n.º 4-A/96, de 5 de Abril, que aprova
As adversidades climáticas, sociais e políticas têm colo-
o Regulamento do Processo Contencioso A dmi-
cado grandes desafios à capacidade do Estado satisfazer
nistrativo.
as necessidades colectivas básicas da população, devido a
O Presidente da República, JoÃo MANUEL GONÇALVES
ocorrência de fenómenos imprevisíveis como a estiagem,
LouRENÇO.
escassez de combustíveis, cheias, entre outros, susceptíveis
de causar perdas de vidas humanas, bens materiais de pro-
Despacho Presidencial n.º 82/20 dução de consumo;
de 8 de Junho
A ocorrência destes fenómenos obriga a previsão de
Havendo necessidade de se garantir os recursos financei- mecanismos de mitigação das suas consequências, só
ros para a execução do Projecto de Abastecimento de Água possíveis mediante a realização de investimentos direccio-
do BITA, no âmbito da materialização dos objectivos eco- nados para a criação de reservas alimentares, energéticas,
nómicos e sociais de interesse público, indispensáveis ao de desenvolvimento económico e de armazenamento de
desenvolvimento nacional enquadrados no Plano Nacional combustíveis;
de Desenvolvimento de Angola 2018 - 2022; Assim, considerando o objectivo estratégico do
O Presidente da República determina, nos termos da alií- Executivo Angolano de concepção, construção, equipa-
nea d) do artigo 120.º e do n.º 5 do artigo 125.º, ambos da mento, exploração e manutenção de um terminal oceânico
Constituição da República de Angola, conjugados com o para atender a ingente demanda do desenvolvimento econó-
artigo 3.º do Decreto Presidencial n.º 164/18, de 12 de Julho, mico-social, propiciar segurança energética e alimentar e de
que aprova o Regulamento da Emissão e Gestão da Dívida reserva de combustíveis para atender a ocorrência de fenó-
Pública Directa e Indirecta, o seguinte: menos imprevisíveis;
3308 DIÁRIO DA REPÚBLICA

Considerando a existência de um projecto de construção do projecto, incluindo os estudos socioeconómi-


de um terminal oceânico para o armazenamento de combus- cos prévios, necessários a boa implementação e
tível, iniciado em 2013, mas que foi suspenso a 20 de Agosto as peças do procedimento pré-contratual,
de 2016 e que no âmbito das novas estratégias de desen- b) Promover a realização de um road show inter-
volvimento Económico e Social traçadas pelo Executivo, nacional para a apresentação e captação de
impõe-se a sua retoma com base em novos paradigmas, já financiamento, a implementação do projecto
sob a coordenação da SONANGOL-E.P.,; Terminal de Desenvolvimento Integrado da
Havendo necessidade de se realizarem estudos pré- Barra do Dande a realizar pela Concessionária;
vios, bem como elaborar as peças procedimentais inerentes c) Definir as premissas necessárias à sustentabili-
à concessão de concepção, construção e Exploração de um dade económico-financeira da concessão e a
terminal de desenvolvimento integrado na Barra do Dande; expectativa da concessionária em obter uma
O Presidente da República determina, nos termos da alí- remuneração adequada aos montantes investi-
nea d) do artigo 120.º e do n.º 5 do artigo 125.º, ambos da dos, em condições de exploração normais;
Constituição da República de Angola, o seguinte: d) Proporcionar as condições para a construção de
1. É criado o Grupo de Trabalho Multissectorial respon- um terminal moderno, com infra-estruturas
sável pela condução dos trabalhos tendente à realização de adequadas à evolução da procura mundial e as
estudos prévios para a elaboração do projecto, bem como tendências determinantes para a captação de
das peças procedimentais inerentes ao contrato de conces- comércio;
são para concepção, construção e exploração do Terminal e) Determinar um prazo de concessão adequado ao
Oceânico de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande período de reembolso do financiamento, ao
e respectiva Zona Franca, coordenado pelo Ministro de valor da renda estabelecida e à vida útil das
Estado para a Coordenação Económica e integra as seguin- infra-estruturas;
tes entidades: £) Promover procedimentos de facilitação para que
a) Ministro dos Transportes — Coordenador-A djunto; a concessionária possa obter as autorizações,
b) Ministra das Finanças; licenças e pareceres administrativos exigidos, tais
c) Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás; como os de natureza ambiental e urbanísticas, dos
d) Ministro da Administração do Território; quais dependa o desenvolvimento do projecto;
e) Ministro das Obras Públicas e do Ordenamento do e) Minimizar a probabilidade de circunstâncias
Território; geradoras ou potenciadoras da obrigação de
2 Ministro da Economia e Planeamento; reposição do equilíbrio financeiro;
£) Ministro da Indústria e Comércio; h) Incluir mecanismos de partilha de benefícios com
h) Ministro da Agricultura e Pescas; a entidade concedente face a situações suscep-
i) Ministra da Cultura, Turismo e Ambiente; tíveis de na vigência do contrato, gerarem um
j) Director Geral do Instituto Marítimo e Portuário de benefício adicional ao contratualizado.
Angola; 3. O Coordenador do Grupo de Trabalho Multissectorial
k) Presidente do Conselho de Administração da é autorizado a contratar serviços de consultoria nacional ou
Empresa Portuária de Luanda, E.P; internacional que repute indispensável, para garantir a pre-
D Presidente do Conselho de Administração da paração técnica e especializada de todas as peças e estudos
SONANGOL-E.P.; necessários à implementação do projecto;
m) Presidente do Conselho de Administração da 4. Para efeitos do disposto no número anterior, o
Agência de Investimento Privado e Promoção Ministério dos Transportes deve assegurar os recursos finan-
das Exportações (AIPEX). ceiros necessários para execução dos referidos serviços,
2. O Grupo de Trabalho Multissectorial tem as compe- bem como realizar as despesas a ele inerentes e proceder
tências, seguintes: o asseguramento administrativo do Grupo Multissectorial.
a) Elaborar estudos sobre o Projecto de Concep- 5. Não obstante o disposto nos números anteriores, a
ção, construção, equipamento, exploração e SONANGOL deve manter a continuidade, de forma inde-
manutenção das instalações do Terminal de pendente, às iniciativas já em curso, relativas à retoma do
Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande Projecto de Construção do Terminal Oceânico da Barra do
e respectiva Zona Franca, mediante concessão, Dande (TOBD), em conformidade com o Plano Nacional de
os planos gerais e parciais, bem como as demais Desenvolvimento, devendo à posteriori o projecto ser inte-
peças escritas e desenhadas que devam constar grado na futura Zona Franca.
ISÉRIE —N.º 79 — DE 8 DE JUNHO DE 2020 3309

6. O Grupo de Trabalho Multissectorial é auxiliado 2. Passa a ler-se:


por um Subgrupo Técnico, presidido pelo Ministro dos «... É autorizada a utilização das Obrigações do
Transportes e integrado por representantes das entidades dos Tesouro emitidas nos termos do Decreto Presi-
demais Departamentos Ministeriais que compões o Grupo. dencial n.º 165/17, de 12 de Julho, no montante
7. O Coordenador do Grupo de Trabalho Multissectorial que exceder a necessidade de títulos para a
deve mensalmente informar o Titular do Poder Executivo, aquisição de crédito bancário de cobrança duvi-
sobre o andamento e desenvolvimento dos trabalhos e reme- dosa do BPC, para o aumento de capital social
ter o relatório final no prazo de 120 (cento e vinte) dias, do BPC, no valor determinado pela cotação de
findos os quais o Grupo de Trabalho Multissectorial consi- mercado dos referidos títulos, na data da reali-
dera-se extinto. zação da escritura pública do aumento de capital
8. As dúvidas e omissões suscitadas resultantes da inter- social.»
pretação e aplicação do presente Despacho Presidencial são 3. O presente Diploma entra imediatamente em vigor.
resolvidas pelo Presidente da República.
Publique-se.
9. O presente Despacho Presidencial entra em vigor no
dia seguinte à data da sua publicação. Luanda, aos 2 de Junho de 2020.

Publique-se. A Ministra, Vera Daves de Sousa.

Luanda, a 1 de Junho de 2020.


O Presidente da República, JoÃo MANUEL GONÇALVES
MINISTÉRIO DA ECONOMIA E PLANEAMENTO
LouRENÇO.

Decreto Executivo n.º 172/20


de 8 de Junho
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
O Decreto Executivo n.º 245/18, de 5 de Julho, regu-
lamenta o funcionamento do Conselho de Direcção do
Rectificação n.º 6/20 Ministério da Economia e Planeamento.
de 8 de Junho
Havendo necessidade de se dotar o referido Conselho
Tendo sido verificado um lapso na redacção do n.º 1 do de Órgãos de Apoio e de se encurtar a periodicidade das
Despacho n.º 10/20, de 21 de Maio, pelo qual se estabeleceu suas reuniões, convindo a proceder à alterações ao Decreto
que o valor das Obrigações do Tesouro é determinado pela Executivo n.º 245/18, de 5 de Julho, para o harmonizar ao
cotação disponibilizada pelo Banco Nacional de Angola; contexto actual.
Em conformidade com os poderes delegados pelo Em conformidade com os poderes delegados pelo
Presidente da República, nos termos do artigo 137.º da Presidente da República, nos termos do artigo 137.º da
Constituição da República de Angola, de acordo com as dis- Constituição da República de Angola, conjugado com o
posições combinadas do Despacho Presidencial n.º 289/17, nº 1 do Despacho Presindencial n.º 289/17, de 13 de
de 13 de Outubro, nos termos da alínea d) do n.º 1 do artigo 6.º Outubro, e com o disposto na alínea c) do n.º 2 do artigo
do Estatuto Orgânico do Ministério das Finanças, aprovado 6.º do Decreto Presidencial n.º 43/18, de 12 de Fevereiro,
pelo Decreto Presidencial n.º 31/18, de 7 de Fevereiro, e dos decreto o seguinte:
n.º2e3 do artigo 9.º da Lein.º 7/14, de 26 de Maio, sobre as
Publicações Oficiais e Formulários Legais, determino: DECRETO EXECUTIVO QUE ALTERA
1. Onde se lê: O REGIMENTO DO CONSELHO
«.. Eautorizada utilização das ObrigaçõesdoTesouro DE DIRECÇÃO DO MINISTÉRIO
emitidas nos termos do Decreto Presidencial DA ECONOMIA E PLANEAMENTO (MEP)
n.º 165/17, de 12 de Julho, no montante que
ARTIGO 1.º
exceder a necessidade de títulos para a aquisição (Aprovação)
de crédito bancário de cobrança duvidosa do 1. São aprovadas as alterações dosn.“ 1 e 2 do artigo 6.º e do
BPC, para o aumento de capital social do BPC, n.º 3 do artigo 12.º do Regimento do Conselho de Direcção
no valor determinado pela cotação disponibili- do Ministério da Economia e Planeamento, aprovado pelo
zada pelo Banco Nacional de Angola, para os Decreto Executivo n.º 245/18, de 5 de Julho.
referidos títulos, na data da realização da escri- 2. É aprovado o aditamento dos n.º 3 e 4 do artigo 4.º e
tura pública.» do n.º 3 do artigo 6.º

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