Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
ASSEMBLEIA NACIONAL
—— ARTIGO 1.º
Lei n.º 2/07 (Objecto)
de 31 de Agosto
1. A presente lei regula a situação jurídica do cidadão
estrangeiro na República de Angola.
A situação actual do mundo, caracterizada pela con-
vergência de procedimentos no tratamento da imigração, 2. A situação jurídica do cidadão estrangeiro com-
obriga a que cada Estado esteja munido de instrumentos que preende os regimes de entrada, saída, permanência e
permitam a prevenção, a detecção e combate das práticas residência.
decorrentes do fenómeno da imigração ilegal, bem como do ARTIGO 2.º
(Âmbito de aplicação)
seu auxílio.
1. O disposto na presente lei constitui o regime jurídico
A realidade que o País vive impele a que muitos geral dos cidadãos estrangeiros, sem prejuízo do estabe-
cidadãos estrangeiros queiram estabelecer-se no País, obri- lecido em leis especiais, acordos bilaterais ou tratados inter-
gando por isso que as autoridades adoptem medidas que nacionais de que a República de Angola seja parte.
conduzam por um lado a um eficaz controlo e por outro que
2. O agente diplomático e consular acreditado na
a sua permanência se faça nos parâmetros dos motivos de
República de Angola, entidade equiparada, assim como os
entrada, de modo que a sua integração social se faça de
respectivos familiares, estão sujeitos às normas do direito
forma regular e coerente.
internacional, nomeadamente, as Convenções de Viena
sobre as Relações Diplomáticas e Relações Consulares de
Na vigência da Lei n.° 3/94, de 21 de Janeiro, ocorreram
18 de Abril de 1961 e de 24 de Abril de 1963, respectiva-
no País várias transformações de ordem jurídica, econó-
mente.
mica, política e de outra índole que trouxeram novas formas CAPÍTULO II
de manifestação do fenómeno migratório. Direitos, Deveres e Garantias
estando sujeito aos mesmos deveres que os cidadãos sionais angolanas nas mesmas condições que os traba-
angolanos, com excepção dos direitos políticos e dos lhadores angolanos nos termos da lei.
demais direitos e deveres expressamente reservados por lei
2. O cidadão estrangeiro não pode liderar nenhuma das
aos cidadãos angolanos.
organizações referidas no número anterior.
2. O cidadão estrangeiro admitido em território
nacional, na condição de refugiado, está sujeito, para além ARTIGO 9.º
dos deveres que lhe são impostos pelo direito internacional, (Deveres)
a cumprir as disposições da legislação interna sobre a O cidadão estrangeiro que manifeste o desejo de per-
matéria. manecer na República de Angola, obriga-se a:
ARTIGO 4.º
(Exercício de funções públicas) a) respeitar a Lei Constitucional e demais leis;
O cidadão estrangeiro, salvo disposição legal, acordo ou b) declarar o seu domicílio;
convenção internacional, não pode exercer funções públicas c) prestar às autoridades angolanas todos os elemen-
ou que impliquem o exercício de poder de autoridade públi- tos relativos ao seu estatuto pessoal, sempre que
ca, com excepção das que tenham carácter predominante- lhe seja exigido nos termos da lei;
mente técnico, docente ou de investigação científica. d) cumprir as demais directrizes administrativas e
policiais emitidas pelas autoridades compe-
ARTIGO 5.º tentes.
(Liberdade de circulação e de domicílio) ARTIGO 10.º
(Actividade política)
1. O cidadão estrangeiro goza do direito de livre cir-
O cidadão estrangeiro não pode exercer em Angola
culação e de escolha de domicílio, salvo as limitações previs-
qualquer actividade de natureza política não autorizada por
tas na lei e as determinadas por razões de segurança pública.
lei, nem imiscuir-se directa ou indirectamente em assuntos
2. As limitações por razões de segurança pública são políticos internos.
determinadas por despacho do Ministro do Interior e devi- ARTIGO 11.º
(Garantias)
damente publicitadas.
1. O cidadão estrangeiro goza, na República de Angola,
3. A permanência e o estabelecimento de cidadão de todas as garantias constitucionais e legais reconhecidas
estrangeiro nas áreas consideradas estratégicas nos termos aos cidadãos nacionais, nomeadamente:
da lei são condicionadas em função dos interesses nacionais.
a) recorrer aos órgãos judiciais dos actos que violem
4. O cidadão estrangeiro que for autuado nas áreas os seus direitos;
referidas no número anterior, sem a necessária autorização b) não ser preso sem culpa formada, nem sofrer qual-
de permanência ou fixação, pode ter o visto de entrada ou quer sanção, a não ser nos casos e pelas formas
autorização de residência cancelados. previstas na lei;
c) exercer e gozar pacificamente os seus direitos
5. O cidadão estrangeiro, na situação prevista no número
patrimoniais e não sofrer quaisquer medidas
anterior, deve ser detido pelas autoridades competentes até
arbitrárias ou discriminatórias;
à sua expulsão do País.
d) não ser expulso ou extraditado, senão nos casos e
ARTIGO 6.º
pelas formas previstas na lei.
(Direito de reunião e de manifestação)
O cidadão estrangeiro residente pode exercer o direito 2. Em caso de expulsão, ausência legal ou morte, é
de reunião e manifestação de acordo com o disposto nas leis garantido ao cidadão estrangeiro e seus familiares o
que o regulam. reconhecimento e protecção dos seus direitos patrimoniais,
ARTIGO 7.º propriedades e demais direitos e expectativas legítimas
(Direito à educação e liberdade de ensino) reconhecidas por lei.
Ao cidadão estrangeiro residente é reconhecido o direito CAPÍTULO III
à educação, à liberdade de ensino, bem como à criação e Entrada e Saída do Território Nacional
direcção de escolas, de acordo com o estabelecido nos
SECÇÃO I
termos da lei. Regime de Entrada
ARTIGO 8.º
(Liberdade de adesão às organizações sindicais ARTIGO 12.º
e associações profissionais) (Local de entrada)
cados para o efeito, sem prejuízo do estabelecido em acor- a) titular de autorização de residência, devidamente
dos sobre a livre circulação de pessoas e bens de que a actualizada;
República de Angola seja parte. b) de país com o qual a República de Angola tenha
assinado acordo de isenção de visto;
2. Os postos de fronteira qualificados para esse efeito c) passageiro de navio cruzeiro.
são aqueles onde houver fiscalização dos órgãos compe-
tentes. ARTIGO 14.º
ARTIGO 13.º (Entrada do residente fronteiriço)
(Requisitos de entrada)
A entrada do residente fronteiriço é efectuada nos
limites e períodos estabelecidos pelos acordos sobre cir-
1. O cidadão estrangeiro pode entrar no território
culação de pessoas de que a República de Angola seja parte.
nacional desde que reúna, cumulativamente, os seguintes
requisitos: ARTIGO 15.º
(Interdição de entrada)
a) ser portador de passaporte ou qualquer outro
documento internacional de viagem válido na É interdita a entrada no território nacional de cidadão
República de Angola e cuja validade seja supe- estrangeiro inscrito na lista nacional de pessoas indese-
rior a seis meses; jáveis, em virtude de:
b) possuir visto de entrada vigente e adequado à fina-
a) ter sido expulso do País há menos de cinco anos;
lidade da deslocação;
b) ter sido condenado em pena acessória de expulsão
c) possuir meios de subsistência nos termos do dis-
com trânsito em julgado;
posto no artigo 19.° da presente lei;
c) apresentar forte indício de constituir uma ameaça
d) ser titular do certificado internacional de vacina;
para a ordem interna ou a segurança nacional.
e) não estar sujeito à proibição de entrada nos termos
do artigo 15.° da presente lei. ARTIGO 16.º
(Entrada de menor)
2. Está isento da apresentação de passaporte o cidadão 1. O cidadão estrangeiro, menor de idade, quando não
estrangeiro portador de salvo-conduto ou «laissez-passer», acompanhado dos pais, só deve entrar no território nacional
emitido pelas autoridades do Estado de que seja nacional ou mediante autorização escrita e com a assinatura dos pais ou
onde habitualmente reside, desde que haja acordo para de quem exerce a autoridade paternal reconhecida pelas
o efeito ou por organizações internacionais de que a autoridades competentes.
República de Angola seja membro.
2. Nos casos em que for recusada a entrada no território
3. Está isento da apresentação de passaporte e visto de nacional da pessoa a quem o menor de idade esteja confiado,
entrada o cidadão estrangeiro que seja: essa medida estende-se, igualmente, ao menor e vice-versa.
2. O visto é uma mera expectativa de direito, podendo a e) com o visto de entrada inadequado aos objectivos
entrada e a permanência ser recusadas em virtude da não da sua estadia em território nacional;
observância dos requisitos previstos no artigo 13.° da pre- f) utilização de passaporte de outrem.
sente lei.
2. Pode ser também recusada a entrada do cidadão
3. O visto de entrada é aposto no passaporte ou em qual- estrangeiro que, tendo sido multado, tenha saído do ter-
quer outro documento de viagem equivalente, devendo dele ritório nacional sem que tenha efectuado o respectivo paga-
constar o prazo de validade, o número de entradas e de per- mento no prazo estabelecido.
manência do seu titular no território nacional.
3. Pode ainda ser recusada a entrada no território
ARTIGO 19.º nacional ao cidadão estrangeiro não residente que:
(Garantia de meios de subsistência)
a) não apresente bilhete de passagem de retorno ao
1. Para efeitos de entrada e permanência em território país de proveniência;
nacional, deve o cidadão estrangeiro dispor, em meios de b) não possua meios de subsistência comprovados;
pagamento «per capita», de um montante de USD 200,00 c) seja menor de idade e não esteja acompanhado por
ou o valor equivalente em outra moeda convertível, por quem exerce o poder paternal ou sem a autoriza-
cada dia de permanência em território nacional. ção expressa deste, salvo nos casos previstos no
n.° 3 do artigo 16.° da presente lei.
2. O montante previsto no n.° 1 deste artigo pode ser dis-
pensado desde que o interessado prove, por meio idóneo, ter 4. A recusa por motivos de saúde é determinada pelas
alimentação e alojamento assegurados. autoridades sanitárias.
ARTIGO 21.º
(Recusa de entrada) 1. Sem prejuízo das medidas previstas no artigo 107.° da
presente lei, as empresas que transportem passageiros ou
1. Pode ser recusada a entrada em território nacional a tripulantes indocumentados, são responsáveis pelo seu
cidadão estrangeiro que apresentar passaporte ou qualquer retorno para o país de origem ou para o ponto onde come-
outro documento de viagem equivalente, nas seguintes çaram a utilizar o meio de transporte dessa empresa.
condições:
2. A mesma responsabilidade recai sobre as pessoas sin-
a) que não seja válido para a República de Angola; gulares que transportem passageiros indocumentados.
b) com o prazo de validade expirado;
c) rasurado ou com indícios de falsificação; 3. As despesas inerentes à alimentação, assistência
d) com o visto de entrada concedido sem a obser- médica ou medicamentosa e outras, para a manutenção do
vância das condições estabelecidas no presente cidadão estrangeiro sujeito à recusa de entrada, decorrem
diploma; por conta da empresa transportadora.
I SÉRIE — N.º 105 — DE 31 DE AGOSTO DE 2007 1573
4. Sempre que a situação o justifique, o reembarque do uma autorização escrita e com a assinatura dos pais ou de
cidadão estrangeiro pode ser efectuado sob escolta de fun- quem exerça a autoridade paternal reconhecida pelo notário.
cionários do Serviço de Migração e Estrangeiros, sendo as
despesas custeadas pela empresa transportadora. 3. A saída do residente fronteiriço é efectuada nos ter-
mos do artigo 14.° da presente lei.
5. Pode ser permitido o transbordo de passageiro clan-
destino, se este for requerido pelo transportador ou seu ARTIGO 26.º
agente, que deve assumir a responsabilidade por todas as (Modalidades de saída)
despesas decorrentes dessa operação.
6. A empresa transportadora responde igualmente pela 1. A saída do cidadão estrangeiro do território nacional
manutenção e demais despesas do passageiro em viagem pode ser voluntária ou compulsiva.
contínua ou do tripulante que não estiver presente por
ocasião da saída do meio de transporte, bem como pela reti- 2. Considera-se saída voluntária aquela que o cidadão
rada dos mesmos do território nacional. estrangeiro realiza por vontade e no interesse próprio e é
compulsiva aquela que é feita de forma coactiva, no inte-
ARTIGO 23.º resse da ordem interna e da segurança nacional.
(Competência para ordenar interdição)
a) tenha praticado actos que, se fossem conhecidos 2. Do processo deve constar, igualmente, o auto de notí-
pelas autoridades angolanas, teriam obstado a cia que contenha a descrição dos factos que fundamentam a
sua entrada no País; expulsão.
b) não exerça qualquer profissão, nem possua meios
3. Após a sua conclusão, o processo organizado nos ter-
de subsistência no País;
mos deste artigo é remetido ao órgão judicial competente,
c) seja titular do visto de trabalho e se vincule a qual-
no prazo de cinco dias para julgamento, salvo se se tratar de
quer outra empresa diferente da que o contratou
expulsão administrativa referida no artigo 28.°, que é deci-
sem prévia autorização da entidade competente;
dida no prazo de oito dias.
d) tenha sido sancionado com multa e não tenha efec-
tuado o seu pagamento dentro do prazo estabe- 4. Recebido o processo, o juíz deve marcar julgamento
lecido; dentro das 48 horas seguintes, mandando, para esse efeito,
e) tenha sido condenado em pena acessória de expul- notificar o cidadão estrangeiro e as testemunhas.
são e reentrado irregularmente no País;
f) não cumpra a notificação de abandono voluntário ARTIGO 32.º
(Da decisão de expulsão)
do território nacional.
1. Da decisão de expulsão, devem constar:
ARTIGO 29.º
(Da expulsão) a) os fundamentos da expulsão;
b) o prazo para a execução da decisão, não pode
1. A expulsão é efectuada fazendo regressar o cidadão exceder os 15 dias para o cidadão estrangeiro
estrangeiro ao país de origem ou de residência habitual. residente e oito para o não residente;
2. Não constitui impedimento de execução da medida c) o prazo não inferior a cinco anos, durante o qual é
de expulsão determinada judicialmente, o facto do cidadão interdita a entrada em território angolano;
estrangeiro possuir cônjuge angolano ou filho dele depen- d) o país para onde o cidadão estrangeiro deve ser
dente economicamente, sem prejuízo da fixação de alimen- expulso.
tos para os que deles necessitem, nos termos da lei. 2. A execução da decisão de expulsão implica o registo
3. Ao refugiado aplica-se sempre o tratamento mais do expulsando na lista nacional de pessoas indesejáveis nos
favorável que resulte da lei ou de acordo internacional de termos do artigo 15.°
que a República de Angola seja parte. ARTIGO 33.º
(Situação do estrangeiro sujeito à decisão de expulsão)
4. A expulsão de refugiado não se pode operar para país
onde possa ser perseguido por razões políticas, raciais, reli- 1. O cidadão estrangeiro contra quem tenha sido proferida
giosas ou corra perigo de vida. decisão de expulsão é detido no Centro de Detenção de
Estrangeiros Ilegais até à execução da decisão de expulsão
5. A expulsão do território nacional não prejudica a
nos termos da alínea b) do n.° 1 do artigo 32.°
responsabilidade criminal em que o cidadão estrangeiro
tenha incorrido. 2. A criação de Centros de Detenção de Estrangeiros
ARTIGO 30.º
(Entidades competentes para decidir a expulsão) Ilegais é da responsabilidade do Ministério do Interior e o
seu funcionamento deve ser objecto de regulamentação
1. São competentes para proferir decisões de expulsão própria a ser aprovada pelo Ministro do Interior.
com os fundamentos previstos nos n.os 1 e 2 do artigo 28.°
as autoridades judiciais e o Serviço de Migração e ARTIGO 34.º
(Execução da sentença de expulsão)
Estrangeiros com os fundamentos previstos no n.° 3 do
mesmo artigo. 1. Compete ao Serviço de Migração e Estrangeiros, em
2. O cidadão estrangeiro sujeito à medida de expulsão coordenação com as autoridades policiais, a execução da
judicial fica detido no Centro de Detenção de Estrangeiros sentença de expulsão proferida pelos tribunais.
Ilegais até à sua saída do território nacional.
2. A pena acessória de expulsão pode ser executada
ARTIGO 31.º ainda que o condenado se encontre em liberdade condi-
(Processo de expulsão) cional.
ARTIGO 35.º
1. Sempre que tenha conhecimento de qualquer facto (Comunicação da expulsão)
que possa constituir fundamento de expulsão, o Serviço de
Migração e Estrangeiros organiza um processo que con- A ordem de expulsão deve ser comunicada às autori-
tenha de forma resumida as provas necessárias à decisão de dades competentes do país para onde o cidadão estrangeiro
expulsão. vai ser expulso.
I SÉRIE — N.º 105 — DE 31 DE AGOSTO DE 2007 1575
ARTIGO 47.°
ARTIGO 44.°
(Visto de estudo)
(Visto de turismo)
1. O visto de turismo é concedido pelas missões diplo- 1. O visto de estudo é concedido ao cidadão estrangeiro,
máticas e consulares angolanas ao cidadão estrangeiro que pelas missões diplomáticas e consulares angolanas e desti-
pretenda entrar na República de Angola, em visita de carác- na-se a permitir a entrada do seu titular em território
ter recreativo, desportivo ou cultural. nacional, a fim de frequentar um programa de estudos em
escolas públicas ou privadas, assim como em centros de for-
2. O visto de turismo deve ser utilizado no prazo de mação profissional para a obtenção de grau académico ou
60 dias, subsequentes à data da sua concessão, é válido para profissional ou para realizar estágios em empresas e
uma ou múltiplas entradas e permite a permanência no País serviços públicos ou privados.
por um período de até 30 dias sendo prorrogável uma única
vez, por igual período. 2. O visto de estudo deve ser utilizado no prazo de
60 dias subsequentes à data da sua concessão e permite ao
3. O Governo pode estabelecer e actualizar, unilateral- seu titular uma permanência de um ano, prorrogável por
mente ou por acordo, uma lista de países cujos cidadãos igual período, até ao termo dos estudos e serve para múlti-
são isentos de vistos de entrada para estadias inferiores a plas entradas.
90 dias.
3. O visto de estudo não permite ao seu titular fixação de
4. O visto de turismo não permite ao seu titular a fixação residência em território nacional, nem o exercício de activi-
de residência em território nacional, nem o exercício de dade remunerada, excepto para o estágio relacionado com a
qualquer actividade remunerada. formação.
ARTIGO 48.°
ARTIGO 45.° (Visto de tratamento médico)
(Visto de curta duração)
1. O visto de tratamento médico é concedido ao cidadão
1. O visto de curta duração é concedido pelas missões estrangeiro pelas missões diplomáticas e consulares
diplomáticas e consulares angolanas ao cidadão estrangeiro angolanas e destina-se a permitir a entrada do seu titular em
que, por razões de urgência, tenha necessidade de entrar em território nacional, a fim de efectuar tratamento em unidade
território nacional. hospitalar pública ou privada.
2. O visto de curta duração deve ser utilizado no prazo 2. O visto de tratamento médico deve ser utilizado no
de 72 horas, permite ao cidadão estrangeiro a permanência prazo de 60 dias subsequentes à data da sua concessão e
em território nacional até sete dias e é prorrogável por igual permite ao seu titular múltiplas entradas e uma permanência
período de tempo. de 180 dias.
3. A concessão do visto de curta duração não carece de 3. Em caso devidamente fundamentado, o visto de trata-
autorização prévia do Serviço de Migração e Estrangeiros, mento médico pode ser prorrogado até à conclusão do trata-
bastando a comunicação da sua concessão. mento.
I SÉRIE — N.º 105 — DE 31 DE AGOSTO DE 2007 1577
4. O visto de tratamento médico não permite ao seu titu- 2. Ao potencial investidor é atribuído o visto de perma-
lar o exercício de qualquer actividade laboral nem a fixação nência temporária previsto na alínea d) do artigo 53.° da
de residência em território nacional. presente lei, de acordo com a intenção do investimento.
4. O estrangeiro a quem for atribuído o visto privile- 4. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, em
giado, pode, quando assim o requeira, solicitar a autoriza- caso de manifesto interesse público devidamente compro-
ção de residência. vado, pode o Ministro do Interior, sob proposta do Director
do Serviço de Migração e Estrangeiros, autorizar a con-
5. Aos possuidores de visto privilegiado dos tipos A e B cessão local do visto de trabalho mediante parecer favorá-
pode ser atribuído o título de residência nos termos do arti- vel do Ministério da Administração Pública, Emprego e
go 83.° da presente lei, sendo atribuído ao possuidor de Segurança Social e de outros órgãos intervenientes no
visto privilegiado de tipo C, o título de residência corres- processo migratório.
pondente ao artigo 82.° da presente lei.
5. O visto de trabalho não permite ao seu titular a fixa-
ção de residência em território nacional.
ARTIGO 50.°
(Tipologia do visto privilegiado) ARTIGO 52.°
(Tipologia dos vistos de trabalho)
1. O visto privilegiado pode ser de um dos seguintes
O visto de trabalho pode ser de um dos seguintes tipos:
tipos:
a) «visto de trabalho de tipo A» — é concedido para
a) «visto privilegiado tipo A» — é concedido ao o exercício de actividade profissional ao serviço
cidadão estrangeiro com investimento superior de instituição ou empresa pública;
ao equivalente a USD 50 000 000,00 ou com b) «visto de trabalho de tipo B» — é concedido para
investimento realizado na Zona C de desen- o exercício de actividade profissional indepen-
volvimento; dente, de prestação de serviços, dos desportos e
b) «visto privilegiado tipo B» — é concedido ao cultura;
cidadão estrangeiro com investimento inferior c) «visto de trabalho de tipo C» — é concedido para
ao equivalente a USD 50 000 000,00 e superior o exercício de actividade profissional a nível do
a USD 15 000 000,00; sector petrolífero, mineiro e construção civil;
c) «visto privilegiado tipo C» — é concedido ao d) «visto de trabalho de tipo D» — é concedido para
cidadão estrangeiro com investimento inferior o exercício de actividade profissional no sector
ao equivalente a USD 15 000 000,00 e superior do comércio, indústria, das pescas, marítimo e
a USD 5 000 000,00; aeronáutico;
d) «visto privilegiado tipo D» — é concedido ao e) «visto de trabalho de tipo E» — é concedido para
cidadão estrangeiro com investimento inferior o exercício de actividade no âmbito dos acordos
ao equivalente a USD 5 000 000,00. de cooperação;
1578 DIÁRIO DA REPÚBLICA
f) «visto de trabalho de tipo F» — é concedido para 2. O visto territorial é de uma das seguintes categorias:
o exercício de actividade profissional em qual-
a) de fronteira;
quer outro sector não previsto nas alíneas ante-
b) de transbordo.
riores.
ARTIGO 53.°
ARTIGO 56.°
(Visto de permanência temporária)
(Visto de fronteira)
b) declaração do interessado em como se compro- garantia para permitir o eventual repatriamento do estran-
mete a respeitar e a cumprir as leis angolanas. geiro, bem como do seu agregado familiar, se for o caso.
1. A concessão do visto de trabalho é condicionada à 2. A alínea d) do número anterior não se aplica a cidadão
prestação de uma caução pela entidade empregadora, como estrangeiro nascido em território nacional.
I SÉRIE — N.º 105 — DE 31 DE AGOSTO DE 2007 1581
a) estar o cidadão estrangeiro presente no território A renovação de cartão de residência deve ser solicitada
nacional; no País pelo interessado, até 30 dias antes de expirar a sua
b) possuir visto para fixação de residência válido; validade e está sujeita aos critérios estabelecidos no arti-
c) não ter praticado actos que, se fossem conhecidos go 80.° da presente lei.
pelas autoridades angolanas, teriam obstado a ARTIGO 87.°
(Reemissão de cartão de residência)
sua entrada no País;
d) não ter sido condenado em território nacional em 1. O cartão de cidadão estrangeiro residente é reemitido
pena maior; em caso de perda, furto, extravio ou destruição.
e) provar que possui meios de subsistência e
condições de alojamento; 2. Para efeito do disposto no número anterior, deve o
f) haver interesse nacional na autorização de residên- seu titular comunicar o facto e as circunstâncias ao Serviço
cia. de Migração e Estrangeiros, mediante declaração ou, nos
locais em que este não exista, à administração municipal.
2. O disposto na alínea b) do presente artigo não se apli-
ca às situações previstas no n.° 3 do artigo anterior. 3. O cartão de cidadão estrangeiro residente deve ser
igualmente reemitido sempre que se registar a alteração de
ARTIGO 81.°
fisionomia, mudança de domicílio ou dos elementos de
(Cartões de residência)
identificação.
Os cartões de residência são de três tipos: ARTIGO 88.°
(Mudança de domicílio)
a) temporário de tipo A;
Em caso de mudança de domicílio deve o titular do
b) temporário de tipo B;
cartão de residente comunicar o facto ao Serviço de
c) permanente.
Migração e Estrangeiros.
ARTIGO 82.°
(Cartão de residência temporária de tipo A) ARTIGO 89.°
(Cancelamento de autorização de residência)
O cartão de residência temporária de tipo A é concedido
ao cidadão estrangeiro com autorização de permanência no 1. A autorização de residência concedida ao cidadão
País, é válido por um ano, contado a partir da data da sua estrangeiro deve ser cancelada sempre que:
emissão e é renovável por iguais períodos de tempo.
a) permaneça fora do território nacional por um
ARTIGO 83.°
(Cartão de residência temporária de tipo B) período superior a seis meses;
b) não cumpra com as exigências para a permanência
O cartão de residência temporária de tipo B é concedido em território nacional;
ao cidadão estrangeiro residente no País há mais de 5 anos c) não desenvolva qualquer tipo de actividade útil
consecutivos e é válido por três anos, contados a partir da comprovada;
I SÉRIE — N.º 105 — DE 31 DE AGOSTO DE 2007 1583
d) atente contra a ordem interna ou a segurança de casamento e de óbito de cidadãos estrangeiros, bem
nacional; como de aquisição ou perda da nacionalidade angolana.
e) tenha sido sujeito à decisão de expulsão do terri-
tório nacional; 2. Os tribunais devem remeter igualmente ao Serviço de
f) tenha praticado actos que, se fossem conhecidos Migração e Estrangeiros as certidões das sentenças conde-
pelas autoridades angolanas, teriam obstado à natórias proferidas em processo crime contra cidadãos estran-
sua concessão. geiros.
2. Do cancelamento da autorização de residência deve 3. O menor, filho de pais estrangeiros residentes em ter-
ser notificado o interessado, com a indicação dos funda- ritório nacional e que nele tenha nascido, deve ser inscrito
mentos da decisão, implicando a apreensão do título de no prazo de 90 dias no Serviço de Migração e Estrangeiros.
autorização e a consequente notificação de abandono do
País, nos termos da presente lei. ARTIGO 94.°
(Registo de hóspedes)
3. Se a saída for efectuada por motivo de estudos ou de
saúde, deve o cidadão estrangeiro comunicar a sua ausência 1. Os proprietários e responsáveis de hotéis, hospe-
ao Serviço de Migração e Estrangeiros para efeito de registo. darias, pensões, pousadas, centros turísticos ou estabeleci-
mentos similares, assim como todos aqueles que hospedem
ARTIGO 90.° cidadãos estrangeiros não residentes, ficam obrigados, no
(Regime excepcional)
prazo de 24 horas, a declarar o facto ao Serviço de Migração
Em caso de reconhecido interesse público, o Ministro do e Estrangeiros e, nos locais onde este não esteja representado,
Interior pode, excepcionalmente, autorizar a emissão de à administração municipal correspondente.
cartão de residência para cidadão estrangeiro que não reúna
os requisitos estabelecidos no presente diploma. 2. As entidades referidas no número anterior devem fazer
o preenchimento do modelo do boletim de alojamento, para
ARTIGO 91.° tornar efectiva a declaração.
(Reagrupamento familiar)
3. As hospedagens feitas no final de semana e dias feria-
1. Ao cidadão estrangeiro familiar de cidadão residente
dos devem ser comunicadas no primeiro dia útil.
na República de Angola com quem tenha vivido num outro
país ou que esteja sob sua dependência, é reconhecido o ARTIGO 95.°
direito de reagrupamento familiar no território nacional. (Boletim de alojamento)
2. Considera-se agregado familiar do cidadão estran- 1. O boletim de alojamento destina-se a permitir o con-
geiro residente na República de Angola, para efeitos de rea- trolo da permanência do cidadão estrangeiro não residente
grupamento familiar, os seguintes indivíduos: em território nacional.
a) o cônjuge;
2. O modelo de boletim de alojamento é aprovado por
b) os filhos menores;
decreto executivo do Ministro do Interior.
c) pais, filhos maiores que estejam sob dependência
económica do titular, incapazes e menores que 3. Compete ao Serviço de Migração e Estrangeiros
se encontrem legalmente a seu cargo. efectuar a fiscalização dos estabelecimentos referidos no
artigo 94.° da presente lei sobre o cumprimento da comuni-
CAPÍTULO VI cação de alojamento.
Registo
CAPÍTULO VII
ARTIGO 92.° Documentos de Viagem a Emitir para Estrangeiros
(Registo de residência)
ARTIGO 96.°
O cidadão estrangeiro titular de visto de residência é (Documentos de viagem)
obrigado a efectuar o seu registo na administração munici-
pal da área da sua residência, nos oito dias seguintes à sua Ao cidadão estrangeiro podem ser emitidos pelas autori-
entrada em território nacional. dades angolanas os seguintes documentos de viagem:
1. Ao cidadão estrangeiro que, injustificadamente, exceda 1. Todo o cidadão estrangeiro que estiver indocumentado
o período de permanência que lhe for concedido aplica-se em território nacional fica sujeito ao pagamento de uma
uma multa diária, em Kwanzas, equivalente a USD 150,00. multa, em Kwanzas, equivalente a USD 100,00.
I SÉRIE — N.º 105 — DE 31 DE AGOSTO DE 2007 1585
2. No caso de se comprovar que o cidadão estrangeiro 2. A mesma multa é aplicada a todo o cidadão
para além de estar indocumentado se encontra ilegal no ter- estrangeiro que não cumprir com o disposto no artigo 92.° e
ritório nacional, é-lhe aplicada multa em Kwanzas, equiva- no n.° 3 do artigo 93.° ambos da presente lei.
lente a USD 1500,00.
ARTIGO 109.°
(Competência)
3. O cidadão estrangeiro encontrado nas condições
descritas no número anterior é recolhido para um Centro de A aplicação e cobrança das multas previstas neste diplo-
Detenção de Estrangeiros Ilegais, até à sua expulsão. ma é da competência do Director do Serviço de Migração e
Estrangeiros, podendo delegar nos directores provinciais.
ARTIGO 105.°
ARTIGO 110.°
(Falta de renovação do cartão de residência)
(Falta de pagamento voluntário da multa)
1. O cidadão estrangeiro a quem tenha sido concedido 1. As multas estabelecidas no presente diploma devem
cartão de residência e não o tenha renovado no prazo legal, ser pagas no prazo de 10 dias, a contar da data da decisão
fica sujeito ao pagamento de uma multa diária em Kwanzas, que as determinou.
equivalente a USD 100,00 até 30 dias após o limite de vali-
dade da autorização. 2. A entrada em território nacional de cidadão estran-
geiro que tenha sido sancionado com multa e não tenha
efectuado o seu pagamento, fica condicionada ao pagamento
2. O cartão de residência não é revalidado decorrido o
da mesma.
período referido no número anterior, sendo imediatamente
cancelado e o seu titular notificado a abandonar o território 3. A falta de pagamento voluntário das multas, dentro do
nacional. prazo estabelecido, determina o levantamento de um auto
ARTIGO 106.° de notícia que é remetido a tribunal.
(Falta de actualização do cartão de residência)
ARTIGO 111.°
(Actualização do valor das multas)
O cidadão estrangeiro titular de cartão de residência que
não tenha solicitado a sua reemissão, no prazo de 30 dias, a 1. O valor das multas deve ser actualizado em função
contar da data da alteração dos seus dados de identificação das políticas financeira, monetária e cambial da República
ou fisionomia, fica sujeito ao pagamento de uma multa, em de Angola.
Kwanzas, equivalente a USD 100,00 por cada dia.
2. A actualização do valor das multas deve processar-se
ARTIGO 107.°
através de decreto executivo conjunto dos Ministros das
Finanças e do Interior.
(Passageiro ou tripulante indocumentado)
ARTIGO 112.°
As empresas e agentes de navegação, bem como as pes- (Destino das multas)
soas singulares que transportem para o território nacional
passageiros ou tripulantes indocumentados ou sem visto de O produto das multas aplicadas nos termos da presente
entrada, ficam sujeitos ao pagamento de uma multa, em lei é distribuído nos termos da lei.
Kwanzas, equivalente a USD 1000,00, por cada passageiro
ou tripulante e do consequente reembarque. SECÇÃO II
Imigração Ilegal
ARTIGO 108.°
ARTIGO 113.°
(Falta de comunicação de mudança de domicílio)
(Promoção e auxílio à entrada ilegal)
1. O cidadão estrangeiro titular do cartão de residência 1. Aquele que com fim lucrativo promover ou de qual-
que não comunicar a mudança de domicílio, fica sujeito ao quer outra forma prestar ajuda a cidadão estrangeiro para
pagamento de uma multa em Kwanzas, equivalente a entrar ilegalmente em território angolano, é condenado em
USD 50,00. pena de prisão de 2 a 8 anos e multa até 2 anos.
1586 DIÁRIO DA REPÚBLICA
2. É condenado com pena de prisão e multa correspon- 4. As multas previstas neste artigo não são convertíveis
dente: em prisão.
ARTIGO 117.°
a) aquele que sem fim lucrativo promover ou de (Investigação e instrução processual)
qualquer forma prestar ajuda a cidadão estran-
geiro para entrada ilegal em território angolano; Compete ao Serviço de Migração e Estrangeiros a inves-
b) aquele que hospedar ou de algum modo ocultar a tigação e instrução processual resultante das infracções
permanência de cidadão estrangeiro em situa- previstas no presente diploma, sob tutela do Ministério
ção ilegal. Público, através de um representante nomeado para o efeito.
O empregador que autorizar o exercício de actividade Fica isento do pagamento das taxas previstas nesta lei o
remunerada de imigrante ilegal incorre na pena de multa cidadão de país com o qual a República de Angola tenha
correspondente a 20 vezes ao salário mínimo em vigor na celebrado acordo nesse sentido.
respectiva instituição.
CAPÍTULO X
ARTIGO 116.° Disposições Finais e Transitórias
(Punição da co-autoria)
ARTIGO 120.°
1. O cidadão nacional que usar meios fraudulentos para (Disposições transitórias)
auxiliar ou colaborar com alguém para imigração ilegal,
incorre na pena de prisão e multa até seis meses. 1. O investidor portador de visto de trabalho deve, no
prazo de 60 dias, contados da data da entrada em vigor da
2. O cidadão estrangeiro que usar de meio fraudulento presente lei, requerer a substituição do visto de trabalho
para auxiliar ou colaborar com alguém para imigração pelo visto privilegiado.
ilegal de estrangeiro, incorre na pena de prisão e multa
correspondente. 2. O titular de autorização de permanência ao abrigo do
visto de trabalho deve, no prazo de 60 dias, contados da data
3. Quando o auxílio à imigração ilegal de estrangeiros da entrada em vigor da presente lei, requerer a substituição
for efectuado por mais de duas pessoas, associações ou dessa autorização para a de permanência temporária.
organizações, os seus integrantes são punidos com a pena
de prisão maior de 2 a 8 anos e multa correspondente, apli- 3. Enquanto não for estabelecido novo modelo de bole-
cando-se a pena assessória de expulsão. tim de alojamento nos termos do n.° 2 do artigo 94.° da pre-
I SÉRIE — N.º 105 — DE 31 DE AGOSTO DE 2007 1587
sente lei, vigora o que consta do Decreto executivo 1. «Acolhedor» — cidadão nacional ou estrangeiro que
n.° 27/03, de 6 de Junho, do Ministro do Interior. hospeda cidadão estrangeiro.
São adoptadas as definições que constam do anexo à 3. «Autorização de residência» — acto que habilita o
presente lei de que são partes integrantes. cidadão estrangeiro a residir em território nacional.
15. «Passageiro indocumentado» — cidadão estran- cionalmente estabelecida nos termos dos acordos bilaterais
geiro que não possui passaporte, bem como visto de entra- assinados entre a República de Angola e um país vizinho.
da ou qualquer outro documento internacional de viagem
25. «Requerente de asilo» — aquele que procura pro-
válido na República de Angola.
tecção internacional na República de Angola e esteja sujeito
16. «Passaporte» — documento de identificação inter- à Convenção de Genebra de 1951 relativa ao estatuto de
nacional e de viagem a partir do qual a autoridade compe- refugiado e à Convenção da OUA de 1969 que regula os
tente de um determinado país identifica os seus cidadãos. aspectos específicos relativos aos problemas dos refugiados
em África.
17. «Permanência ilegal» — permanência do cidadão
estrangeiro no território nacional sem a autorização válida 26. «Salvo-conduto para estrangeiro» — documento de
para o efeito. identificação internacional de viagem para saída do ter-
ritório nacional emitido pelo Serviço de Migração e
18. «Posto de fronteira» — local do território nacional
Estrangeiros para cidadão estrangeiro que não tenha repre-
habilitado para a entrada e saída de pessoas.
sentação diplomática no País.
19. «Posto de travessia» — local de passagem de pes-
27. «Trabalhador estrangeiro não residente» — cidadão
soas identificadas como residentes fronteiriços.
estrangeiro com qualificação profissional, técnica ou cientí-
20. «Potencial investidor estrangeiro» — pessoa singu- fica, contratado em país estrangeiro para, por tempo deter-
lar ou seu representante não residente, que tenha apresentado minado, exercer na República de Angola actividade profis-
proposta de investimento sem contudo ter merecido sional remunerada por conta de outrem e que seja portador
aprovação por parte do organismo competente. de visto de trabalho.
21. «Promotor» — cidadão nacional ou estrangeiro que 28. «Transbordo» — transferência de tripulante ou pas-
por meios e modos diversos alicia a prática da imigração sageiro de um navio para um outro em alto mar.
ilegal, com ou sem intuito lucrativo.
29. «Trânsito» — passagem sem entrada em território
22. «Recusa de entrada» — procedimento de fronteira nacional de estrangeiro habilitado com o respectivo visto,
que se aplica a qualquer cidadão estrangeiro que pretenda proveniente do Estado de origem ou terceiro Estado, a par-
entrar no País e não reúna os requisitos exigidos por lei. tir do qual é admitido a permanecer durante as escalas na
zona de trânsito internacional (do posto de fronteira).
23. «Refugiado» — aquele que goza de protecção na
República de Angola e esteja sujeito à Convenção de 30. «Visto» — é uma autorização do Estado que permite
Genebra de 1951 relativa ao estatuto de refugiado e à ao estrangeiro transitar, entrar e permanecer no território
Convenção da OUA de 1969 que regula os aspectos especí- nacional, mediante observância dos limites e condiciona-
ficos relativos aos problemas dos refugiados em África em lismos previstos na lei.
concordância com a lei sobre o estatuto de refugiado.
O Presidente em Exercício da Assembleia Nacional,
24. «Residente fronteiriço» — cidadão que reside ao João Manuel Gonçalves Lourenço.
longo da fronteira, com o tempo de residência igual ou
superior a cinco anos numa profundidade territorial conven- O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.