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Terça-feira, 24 de Março de 2020 I Série – N.

º 34

DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Preço deste número - Kz: 510,00
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SUMÁRIO Havendo necessidade de se aprovar uma Lei de Bases


sobre a Organização e Funcionamento da Polícia Nacional
Assembleia Nacional de Angola, tendo em atenção a sua natureza de organismo
militarizado, que tem por objecto a manutenção da segu-
Lei n.º 6/20:
rança pública e o combate à criminalidade;
De Bases sobre a Organização e Funcionamento da Polícia Nacional. —
Revoga toda a legislação que contrarie o previsto na presente Lei.
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do Povo,
nos termos da alínea j) do artigo 164.º, da alínea c) do n.º 2 do
Resolução n.º 17/20:
artigo 166.º e do n.º 3 do artigo 210.º, todos da Constituição
Aprova o ajustamento da Comissão Permanente da Assembleia
Nacional. — Revoga a Resolução n.º 46/17, de 13 de Novembro.
da República de Angola, a seguinte:

Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos


LEI DE BASES SOBRE A ORGANIZAÇÃO
Decreto Executivo n.º 121/20:
E FUNCIONAMENTO DA POLÍCIA NACIONAL
Suspende, a nível deste Ministério, a prestação dos serviços dos Registos
e do Notariado, da Identificação Civil e Criminal, do Gabinete
Jurídico, do Guiché Único da Empresa (GUE), do Balcão Único
CAPÍTULO I
do Empreendedor (BUE), do Centro de Resolução Extrajudicial
Disposições Gerais
de Litígios (CREL) e do Instituto Nacional de Estudos Judiciários ARTIGO 1.º
(INEJ), por 15 dias, com efeitos a partir do dia 24 de Março de 2020. (Objecto)

Ministério da Administração Pública, A presente Lei tem como objecto estabelecer as bases
Trabalho e Segurança Social gerais e os princípios que regem a organização e funcio-
namento da Polícia Nacional de Angola, abreviadamente
Decreto Executivo n.º 122/20:
designada por «PNA».
Determina que todas as empresas públicas e privadas e outras entidades
abrangidas pela Lei Geral do Trabalho devam elaborar e aplicar pla- ARTIGO 2.º
(Definição, natureza e composição)
nos de contingência ao abrigo do Decreto Legislativo Presidencial
Provisório n.º 1/20, de 18 de Março. 1. A Polícia Nacional é uma instituição nacional, poli-
cial, permanente, regular e apartidária, organizada na base
da hierarquia e da disciplina, incumbida da protecção e
ASSEMBLEIA NACIONAL asseguramento policial do País, no estrito respeito pela
Constituição e a lei, bem como pelas convenções internacio-
Lei n.º 6/20 nais de que Angola seja parte.
de 24 de Março 2. A PNA é uma instituição militarizada, uniformizada,
Convindo dotar a Polícia Nacional de Angola de um armada e apartidária, com natureza de força de segurança
instrumento legal que legitime a sua actuação enquanto cor- pública, dotada de capacidade jurídica, de autonomia ope-
poração que detém forças militarizadas e armas de vários racional, administrativa, financeira e patrimonial, com a
tipos e calibres; natureza de unidade financeira.
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3. A Polícia Nacional compõe-se exclusivamente de cráticas, visando a segurança das pessoas e bens
cidadãos angolanos, sendo a sua organização única para e a promoção de um estado de paz social e con-
todo o território nacional. vivência pacífica entre os cidadãos;
ARTIGO 3.º b) Investigar ilícitos penais, através de acções ten-
(Missão e âmbito territorial) dentes a prevenir e a reprimir a criminalidade
1. A PNA tem por missão, no âmbito do sistema de comum, prevenir e combater o terrorismo e
segurança nacional, garantir a manutenção da ordem, o com- outras formas de manifestação da criminalidade
bate à criminalidade, a segurança interna e a tranquilidade organizada transnacional, determinar os agentes
públicas, o asseguramento e protecção das instituições, o do crime, reunir as provas, instruir os corres-
exercício dos direitos, liberdades e garantias fundamentais pondentes processos, bem como coadjuvar as
dos cidadãos contra a criminalidade, bem como colaborar autoridades judiciárias no exercício da acção
na execução da política de defesa nacional, nos termos da penal;
Constituição e da lei. c) Prevenir e reprimir ilícitos de mera ordenação social,
2. A PNA exerce a sua missão em todo o território nacio- no âmbito das transgressões administrativas,
nal, podendo a mesma ser prosseguida fora do território nomeadamente sobre tranquilidade, salubridade
pública e outras infracções administrativas;
nacional, desde que superiormente mandatada para o efeito,
d) Garantir a segurança e protecção às altas entidades
no estrito respeito da Constituição e da lei, bem como das
nacionais e estrangeiras, às missões diplomáti-
convenções internacionais de que Angola seja parte.
cas e aos objectivos económicos e estratégicos
ARTIGO 4.º
(Adido de Polícia) nacionais;
e) Licenciar, controlar e fiscalizar actividades em
A PNA pode, no âmbito da reciprocidade e da coopera-
matéria de armas, munições e explosivos, de
ção internacional, ter Adidos de Polícia em Representações
segurança privada e de outras actividades, nos
Diplomáticas no exterior do País, para o tratamento especia-
termos da lei;
lizado de assuntos de natureza policial.
f) Garantir a protecção e o asseguramento das fron-
ARTIGO 5.º
teiras nacionais terrestres, marítimas, fluviais e
(Organização hierárquica e territorial da PNA)
lacustres.
1. A organização da PNA é única para todo o territó-
2. Durante o estado de necessidade constitucional, desig-
rio nacional, obedecendo aos princípios da disciplina e da nadamente estado de sítio, estado de emergência e estado de
hierarquia de comando em todos os níveis da sua estrutura guerra, a PNA assume as atribuições previstas na legislação
organizativa e com respeito pela diferenciação entre as fun- especial sobre a matéria.
ções policiais e as funções civis. ARTIGO 8.º
2. Entende-se por funções civis as actividades gerais de (Estatuto orgânico)
gestão administrativa realizadas no âmbito das atribuições A PNA é dotada de Estatuto Orgânico aprovado por
da PNA. diploma próprio.
3. O pessoal afecto ao exercício de funções civis está ARTIGO 9.º
sujeito às regras gerais da função pública. (Estandarte nacional)

ARTIGO 6.º A PNA e as suas unidades de polícia, incluindo as unida-


(Direcção e dependência) des destinadas a cumprir missões fora do território nacional,
A PNA é dirigida superiormente pelo Presidente da e os estabelecimentos de ensino policial têm direito ao uso
República, na qualidade de Comandante-em-Chefe das do estandarte nacional.
Forças Armadas Angolanas, de quem depende directamente. ARTIGO 10.º
ARTIGO 7.º (Símbolos)
(Atribuições) 1. A PNA tem direito a brasão de armas, bandeira herál-
1. Em situações de normalidade constitucional, as atri- dica, hino e ao uso de galhardete apropriado, aprovados por
buições da PNA são, genericamente, as seguintes: diploma próprio.
a) Garantir a segurança pública, através de acções de 2. As unidades de polícia e os estabelecimentos de ensino
prevenção primária, prevenção geral e repres- têm direito a brasão de armas, bandeiras heráldicas e ao uso
são da criminalidade comum, a manutenção e de galhardete apropriado, aprovados por diploma próprio.
reposição da ordem pública, a tranquilidade e ARTIGO 11.º
salubridade públicas, a prevenção rodoviária, o (Dia comemorativo)

normal funcionamento das instituições demo- O dia comemorativo da PNA é o 28 de Fevereiro.


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CAPÍTULO II ARTIGO 19.º


Princípios da Actuação Policial (Princípio da aproximação dos serviços aos cidadãos)
A Polícia Nacional deve estruturar-se de modo a que os
ARTIGO 12.º
(Princípio da legalidade)
seus serviços se situem próximo dos cidadãos.
ARTIGO 20.º
O pessoal com funções policiais, no exercício da sua (Princípio da prossecução do interesse público)
actividade, observa estritamente a lei como fundamento e
O Agente da PNA deve exercer as suas funções exclusi-
limite da sua actuação.
vamente ao serviço do interesse público, no respeito pelos
ARTIGO 13.º
(Princípios da proporcionalidade da necessidade e da adequação)
direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos.
ARTIGO 21.º
O Agente da PNA, em função dos objectivos pretendidos, (Princípios da integridade e da responsabilidade)
deve agir de forma adequada e usar os meios apropriados e
proporcionais para o exercício das suas funções. O Agente da PNA, no exercício das suas funções, deve
pugnar tanto pelo aumento da confiança dos cidadãos nas
ARTIGO 14.º
(Princípio da igualdade) instituições públicas, como pelo aumento da eficácia e pres-
O Agente da PNA, no exercício das suas funções, deve tígio dos seus serviços, observando sempre a discrição, a
ter sempre presente que todos os cidadãos são iguais perante lealdade e a transparência funcional.
a lei e merecem o mesmo tratamento no atendimento, ARTIGO 22.º
(Princípios da cortesia e da urbanidade)
encaminhamento e resolução das suas pretensões, sem dis-
O Agente da PNA, no exercício das suas funções, deve
criminação de sexo, raça, etnia, cor, deficiência, língua, local
actuar com urbanidade no relacionamento com os cidadãos.
de nascimento, religião, convicções políticas, ideológicas ou
ARTIGO 23.º
filosóficas, grau de instrução, condição económica, social ou (Princípios da reserva e da discrição)
profissional.
O Agente da PNA, no exercício das suas funções, deve
ARTIGO 15.º
usar da maior reserva e discrição de modo a evitar a divulga-
(Princípios da boa-fé)
ção de factos e de informações de que tenha conhecimento,
O Agente da PNA, no exercício das suas funções, deve
sendo-lhe vedado o uso destas informações em proveito pró-
agir e relacionar-se com os particulares segundo as regras da
prio ou de terceiros.
boa-fé, obedecendo à lei, bem como aos ditames da ética e
ARTIGO 24.º
da honestidade, com vista a contribuir para uma sociedade (Princípio da parcimónia)
de justiça social.
O Agente da PNA, no exercício das suas funções, deve
ARTIGO 16.º
agir com equilíbrio, ponderação, moderação, cautela e pre-
(Princípios da imparcialidade e da neutralidade)
caução na utilização dos recursos postos à sua disposição.
O pessoal com funções policiais deve adoptar uma pos-
ARTIGO 25.º
tura profissional ditada pelos critérios da imparcialidade e (Princípio da lealdade às instituições e aos superiores
da objectividade no tratamento e resolução dos assuntos sob interesses do Estado)
sua responsabilidade, observando sempre com justeza, pon- O Agente da PNA, no exercício das suas funções, deve
deração e respeito ao princípio da igualdade, isentando-se de ser leal às instituições e aos interesses superiores do Estado.
quaisquer actos que comprometam a sua actuação.
ARTIGO 26.º
ARTIGO 17.º (Princípio da participação comunitária)
(Princípio da probidade administrativa)
O Agente da PNA, no exercício das suas funções, tem
O Agente da PNA, no exercício das suas funções, deve a obrigação de assegurar a participação dos interessados na
abster-se da prática de actos que lesem o património do formação das decisões que lhes digam respeito.
Estado ou sejam susceptíveis de afectar o seu valor, tais ARTIGO 27.º
como o desvio, a apropriação, o esbanjamento e a delapida- (Princípios da eficácia e da eficiência)
ção dos bens públicos que estejam à sua responsabilidade, O Agente da PNA, no exercício das suas funções, deve
em virtude do cargo, mandato ou funções que exerce. adoptar uma postura de bem servir, com eficiência e rigor,
ARTIGO 18.º que constitua referência obrigatória na sua actividade.
(Princípio da colaboração com os particulares) ARTIGO 28.º
O Agente da PNA, no exercício das suas funções, deve (Princípio da comunicação)

ter consciência de bem servir, com eficiência e rigor, no rela- A Polícia Nacional, no exercício das suas atribuições,
cionamento com os particulares, em todas as situações que deve comunicar-se com a sociedade, informando sobre as
não contrariem a lei e a ordem instituídas, bem como prestar situações de segurança pública que passam a ser de domí-
informações e esclarecimentos de que careçam. nio público.
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ARTIGO 29.º b) Conselho Superior de Quadros;


(Princípio da gratuitidade)
c) Conselho de Justiça e Disciplina;
O serviço prestado pelo Agente da PNA é gratuito, salvo d) Conselho de Comandantes.
nos casos em que legislação especial estabeleça o paga-
ARTIGO 33.º
mento de determinadas taxas. (Serviços de Apoio Instrumental)

CAPÍTULO III Os Serviços de Apoio Instrumental prestam apoio directo e


Organização em Geral pessoal ao Comandante Geral da PNA e aos 2.os Comandantes
Gerais.
ARTIGO 30.º
(Órgãos e serviços da PNA) ARTIGO 34.º
(Serviços de Apoio Técnico)
1. A estrutura orgânica da PNA compreende:
a) Comando Geral; Os Serviços de Apoio Técnico prestam assistência e
b) Órgãos de Apoio Consultivo; apoio especializado a todos os órgãos da Corporação aos
c) Serviços de Apoio Instrumental; distintos níveis, bem como executam as actividades especí-
d) Serviços de Apoio Técnico; ficas inerentes à sua natureza.
e) Serviços e Unidades Centrais;
ARTIGO 35.º
f) Comandos Provinciais. (Serviços e Unidades Centrais)
2. A estrutura orgânica e funcional da PNA é aprovada
por diploma próprio. Os Serviços e Unidades Centrais exercem funções opera-
3. A organização e o funcionamento dos órgãos, servi- cionais de preparação, condução, execução directa e controlo
ços de apoio e unidades da PNA regem-se pelos respectivos das atribuições da PNA, no âmbito das suas competências.
regulamentos internos, aprovados pelo Comandante Geral ARTIGO 36.º
da PNA. (Comandos Provinciais)
4. As regras de criação, estruturação, organização e Os Comandos Provinciais exercem as atribuições da
extinção dos serviços e unidades dependentes dos órgãos
PNA ao nível local e dependem hierárquica e funcional-
centrais e comandos provinciais da PNA são estabelecidas
por diploma próprio. mente do Comando Geral da PNA.
ARTIGO 37.º
ARTIGO 31.º
(Níveis de comando)
(Comandante Geral da PNA)
1. O Comandante Geral da PNA é a mais alta autoridade A PNA compreende os seguintes níveis de comando:
na hierarquia da Corporação e responde perante o Presidente a) Comando Geral;
da República, na qualidade de Comandante-em-Chefe das b) Comando Provincial;
Forças Armadas Angolanas, pela actividade policial em c) Comando Municipal;
todos os domínios. d) Comando de Esquadra;
2. O Comandante Geral da PNA é nomeado e exonerado e) Comando de Posto de Polícia.
pelo Presidente da República, na qualidade de Comandante- ARTIGO 38.º
-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas. (Postos, distintivos e carreira)
3. O Comandante Geral da PNA é coadjuvado por 1. Os postos e distintivos do Agente da PNA são esta-
2.os Comandantes Gerais, nomeados pelo Presidente da belecidos em lei própria e integram as classes de Oficiais,
República, enquanto Comandante-em-Chefe das Forças
Subchefes e Agentes.
Armadas Angolanas.
2. Os postos e os distintivos previstos na presente Lei são
ARTIGO 32.º
(Órgãos de Apoio Consultivo) de uso exclusivo para o Agente da PNA, não podendo ser
adoptadas designações e características de distintivos iguais
1. Os Órgãos de Apoio Consultivo são órgãos colegiais,
de natureza consultiva, tendo como atribuições o exercício ou semelhantes por parte de outros organismos ou serviços
de funções de análise e assistência com vista a auxiliar o do Estado, para fins de denominação de postos.
Comandante Geral da PNA, os Chefes e os Comandantes 3. O regime de carreira do Agente da PNA é regulado
aos distintos níveis, na definição dos planos e programas por lei própria.
periódicos, anuais e plurianuais da Corporação, e na ava-
CAPÍTULO IV
liação dos respectivos resultados, bem como na selecção
Admissão e Provimento
dos Oficiais Comissários a serem nomeados, promovidos,
graduados, despromovidos, desgraduados ou exonerados ARTIGO 39.º
(Regime do pessoal)
pelo Presidente da República e Comandante-em-Chefe das
Forças Armadas Angolanas. A PNA é constituída por:
2. São Órgãos de Apoio Consultivo: a) Pessoal militarizado;
a) Conselho Superior de Polícia; b) Pessoal civil do regime geral da função pública.
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ARTIGO 40.º 3. Considera-se força pública, para efeitos do número


(Forma de ingresso)
anterior, o efectivo mínimo de dois agentes em missão de
1. A admissão do Agente da PNA faz-se mediante recruta- serviço.
mento e selecção de militares das Forças Armadas Angolanas
ARTIGO 47.º
licenciados à disponibilidade, após a frequência, com apro-
(Autoridades de polícia)
veitamento, de curso policial num dos estabelecimentos
de ensino da PNA, bem como de candidatos recrutados da 1. São consideradas autoridades de polícia:
sociedade, que reúnam os requisitos necessários, nos termos a) O Comandante Geral da PNA;
de legislação própria. b) Os 2.os Comandantes Gerais;
2. A admissão de pessoal civil na PNA faz-se mediante c) O Inspector da PNA;
concurso público, nos termos da legislação aplicável ao d) Os Oficiais Comissários da PNA;
regime geral da função pública.
e) Os Comandantes das Unidades e Subunidades até
3. Para a frequência dos cursos adequados ao ingresso na
carreira policial são apenas admitidos os candidatos que reú- ao nível de Posto Policial;
nam os requisitos previstos por lei. f) Outros oficiais da PNA, quando no exercício de
ARTIGO 41.º funções de comando ou chefia operacional.
(Promoção de pessoal) 2. Compete às autoridades de polícia referidas no número
O Agente da PNA, independentemente do posto ou cate- anterior determinar a aplicação das medidas de polícia pre-
goria que ostenta, é promovido nos termos de legislação vistas na presente Lei.
própria. ARTIGO 48.º
(Órgãos e autoridades com competência de polícia criminal)
ARTIGO 42.º
(Funções específicas) 1. A PNA, enquanto instituição, é considerada órgão com
As funções específicas do Agente da PNA determinam- competência de polícia criminal.
-se pela natureza do órgão, do cargo ou da actividade que 2. Consideram-se ainda órgãos com competências de
exerça. polícia criminal da PNA todo o Agente da PNA ao qual
ARTIGO 43.º incumbe a prática de actos ordenados pelas autoridades judi-
(Provimento)
ciárias ou previstos na legislação processual penal.
O provimento do pessoal da PNA é feito nos termos pre-
3. Consideram-se autoridades com competência de polí-
vistos na lei.
cia criminal, as entidades referidas no n.º 1 do artigo anterior.
ARTIGO 44.º
(Contagem de tempo de serviço) 4. Consideram-se autoridades com competência de polí-
1. A contagem de tempo de serviço do Agente da PNA é cia criminal, e sem prejuízo da organização hierárquica, os
definida em lei própria. Agentes da PNA que actuam sob a direcção e dependência
2. A contagem de tempo de serviço do pessoal civil funcional da autoridade judiciária competente.
da PNA é definida nos termos do regime geral da função
CAPÍTULO VI
pública.
Medidas Cautelares de Polícia e Meios de Coerção
3. Para a contagem de tempo de serviço do Agente da PNA
deve ser tido em consideração aquele que o mesmo tenha SECÇÃO I
Medidas Cautelares
dedicado ao cumprimento do serviço militar obrigatório.
ARTIGO 45.º ARTIGO 49.º
(Regime disciplinar) (Comunicação da notícia do crime)

1. Em matéria disciplinar o Agente da PNA está sujeito 1. O Agente da PNA que tiver notícia de um crime, por
ao disposto no Regulamento sobre o Regime Disciplinar do conhecimento próprio ou mediante denúncia, deve transmi-
Pessoal da PNA. tir a ocorrência ao Ministério Público.
2. Em matéria disciplinar o pessoal civil está sujeito ao 2. Em caso de urgência, a transmissão a que se refere o
regime geral da função pública. número anterior pode ser feita por qualquer meio de comu-
CAPÍTULO V nicação para o efeito disponível, incluindo a comunicação
Autoridades com Competências de Polícia Criminal oral, que deve ser sempre seguida de comunicação escrita.
ARTIGO 46.º ARTIGO 50.º
(Comandantes e agentes de força pública) (Medidas cautelares quanto aos meios de prova)

1. O Agente da PNA, no exercício do comando de forças, 1. O Agente da PNA, independentemente de receber


tem a categoria de comandante de força pública. ordem da autoridade judiciária competente para proceder à
2. O Agente da PNA é considerado agente da força investigação, deve praticar os actos cautelares necessários e
pública e de autoridade. urgentes para preservar os meios de prova.
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2. Para efeitos do disposto no número anterior, compete c) À apreensão de objectos utilizados na prática do
ao Agente da PNA, nomeadamente: crime ou que sejam produto do crime;
a) Proceder a exames dos vestígios do crime, em d) A outras situações em que a lei permita a realização
especial as diligências previstas na legislação de revistas e buscas cautelares.
processual penal, assegurando a manutenção do 2. As revistas, buscas e apreensões efectuadas nos ter-
estado das coisas e dos lugares; mos do número anterior devem, sob pena de nulidade, ser
b) Colher informações das pessoas que facilitem a
comunicadas imediatamente à autoridade judiciária com-
descoberta dos agentes do crime e a sua recons-
petente para a correspondente apreciação e validação, nos
tituição;
termos da legislação processual penal.
c) Proceder a apreensões no decurso de revistas
ARTIGO 53.º
ou buscas em caso de urgência ou perigo na (Detenção em flagrante delito)
demora, bem como adoptar as medidas caute-
Em caso de flagrante delito, por crime punível com pena
lares necessárias à conservação ou manutenção
de prisão, o Agente da PNA pode proceder à detenção de
dos objectos apreendidos.
qualquer pessoa, nos termos da legislação processual penal.
3. Após a intervenção da autoridade judiciária, compete
ainda ao Agente da PNA assegurar novos meios de prova de ARTIGO 54.º
(Detenção fora de flagrante delito)
que tiver conhecimento, sem prejuízo do dever de dar notí-
cia deles imediatamente àquela autoridade. As autoridades com competência de polícia criminal da
PNA podem ordenar a detenção fora de flagrante delito, nos
ARTIGO 51.º
(Identificação de suspeito e pedido de informações) termos da lei.
1. O Agente da PNA pode proceder à identificação de SECÇÃO II
Medidas de Polícia
qualquer pessoa encontrada em lugar público, aberto ao
público ou sujeito à vigilância policial, sempre que sobre ela ARTIGO 55.º
(Medidas de polícia)
recaiam fundadas suspeitas da prática de crime, da pendên-
1. No âmbito das suas atribuições, a PNA aplica as medi-
cia de processo de extradição ou de expulsão, de que tenha
das de polícia previstas na lei, podendo impor restrições ou
penetrado ou permaneça irregularmente no território nacio-
fazer uso de meios de coerção estritamente proporcionais,
nal ou de haver contra si mandado de detenção.
adequados e necessários para o efeito.
2. O Agente da PNA tem a faculdade de solicitar ao sus-
2. São medidas gerais de polícia:
peito, bem como a quaisquer pessoas, informações relativas
a) Identificar pessoas suspeitas que se encontrem ou
a um crime, a descoberta dos seus autores e sobre os meios
circulem em lugar público, aberto ao público ou
de prova susceptíveis de se perderem antes da intervenção
sujeito à vigilância policial;
da autoridade judiciária. b) Evacuar ou determinar o abandono temporário de
ARTIGO 52.º locais ou de meios de transporte, por razões de
(Revistas, buscas e apreensões urgentes)
perigo eminente;
1. Em caso de urgência ou de perigo na demora da autori- c) Remover objectos, veículos ou outros obstáculos
zação da autoridade judiciária competente, o Agente da PNA colocados em locais públicos sem autorização,
pode proceder: que impeçam ou condicionem a liberdade de
a) À revista de suspeitos detidos em flagrante ou fora circulação de pessoas e bens em condições de
do flagrante delito, ou quando hajam fundadas segurança;
suspeitas de que alguém mantém oculta em sua d) Conduzir à unidade policial mais próxima as pes-
posse objectos relacionados com a prática de soas cuja vida ou a integridade física esteja em
um crime ou que possam servir para a respec- perigo ou de pessoas que possam pôr em causa a
tiva prova e que, de outro modo, poder-se-iam integridade física ou a vida de terceiros;
perder; e) Interditar, por razões de segurança e de forma
b) À busca, salvo tratando-se de busca domiciliária, temporária, o acesso e circulação de pessoas e
sempre que haja suspeita fundada de que em meios de transporte em vias terrestres, fluviais
determinado lugar, reservado ou não acessível ou marítimas.
ao público, se encontrem objectos relacionados 3. São medidas especiais de polícia:
com a prática de um crime ou que possam servir a) Algemar, por razões de segurança, pessoas detidas
para a respectiva prova, ou de uma pessoa que ou presas nos termos da legislação penal e pro-
deva ser presa ou detida nos termos da lei; cessual penal;
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b) Realizar buscas em viatura, em lugar público, ARTIGO 57.º


(Aplicação urgente de medidas de polícia)
aberto ao público ou sujeito à vigilância policial,
para detectar a presença de armas, substâncias 1. Em casos de demora na obtenção da ordem da auto-
ou engenhos explosivos ou pirotécnicos, objec- ridade de polícia competente, por motivos de urgência ou
tos proibidos ou susceptíveis de gerar actos de de perigo eminente, a aplicação das medidas de polícia pre-
violência, pessoas procuradas ou em situação vistas nas alíneas a) a d) do n º 2 e nas alíneas a) a e) do
irregular no território nacional ou privadas da n.º 3 do artigo 55.º da presente Lei, pode ser determinada
sua liberdade, no âmbito das acções previstas na por agentes da força pública presentes no local, devendo
alínea h) deste número; nesse caso ser imediatamente comunicada à autoridade de
c) Efectuar revistas preventivas à entrada de recintos polícia competente.
desportivos, de locais onde se realizam acti- 2. Salvo em casos de urgência e de perigo de demora, a
vidades recreativas ou culturais ou de outros aplicação das medidas de polícia previstas nas alíneas i) a 1)
locais sujeitos à vigilância policial, a pessoas
do n.º 3 do artigo 55.º da presente Lei, é previamente autori-
que tenham de participar ou pretendam assistir
zada pelo Magistrado competente.
a qualquer acto processual, ou que entrem em
ARTIGO 58.º
viaturas policiais ou nas respectivas unidades,
(Comunicação ao Magistrado competente)
na qualidade de suspeitos, para evitar a entrada e
permanência de objectos proibidos que pela sua 1. A aplicação das medidas de polícia previstas nas alí-
natureza podem perigar a vida e a integridade neas i) a l) do n.º 3 do artigo 55.º da presente Lei é, sob
física de terceiros, no âmbito das acções previs- pena de nulidade, comunicada ao Magistrado competente,
tas na alínea h) deste número; no prazo máximo de 48 horas.
d) Apreender, de forma temporária, armas, munições, 2. O disposto no número anterior não é aplicável no caso
explosivos e substâncias ou objectos proibidos, da medida de polícia ter sido previamente autorizada pelo
perigosos ou sujeitos a licenciamento adminis- Magistrado competente.
trativo prévio; 3. As provas recolhidas no âmbito das medidas de polí-
e) Dispersar aglomerações ou neutralizar acções cia, sem autorização prévia ou validação do Magistrado
que visem uma eminente perturbação da ordem competente, não podem ser utilizadas em processo penal.
pública; SECÇÃO III
f) Realizar acções de fiscalização em estabeleci- Meios de Coerção
mentos e outros locais públicos ou abertos ao
ARTIGO 59.º
público, nos termos da lei;
(Utilização de meios coercivos)
g) Instalar, vistoriar e fiscalizar equipamentos de
segurança; Nos termos da lei, o Agente da PNA pode fazer uso dos
h) Realizar operações policiais no âmbito da pre- meios coercivos de que dispõe, nas circunstâncias seguintes:
venção e combate à criminalidade ou noutros a) Para efectuar a captura ou impedir a fuga de pessoa
domínios da segurança pública; suspeita de haver cometido crime punível com
i) Encerrar, de forma temporária, paióis, depósitos ou pena de prisão ou que faça uso ou disponha de
fábricas de armamento ou explosivos e respecti- armas de fogo, armas brancas ou engenhos ou
vos componentes;
substâncias explosivas, radioactivas ou próprias
j) Revogar ou suspender autorizações emitidas aos
para a fabricação de gases tóxicos ou asfixiantes;
estabelecimentos referidos na alínea anterior;
k) Encerrar, de forma temporária, estabelecimentos b) Para efectuar a captura de pessoas evadidas de
destinados à venda de armas ou explosivos; estabelecimentos prisionais ou que sejam desti-
l) Revogar ou suspender autorizações emitidas aos natárias de mandado de detenção pela prática de
estabelecimentos referidos na alínea anterior. crime a que corresponda pena de prisão ou ainda
4. O Agente da PNA, quando não uniformizado, e que impedir a fuga de qualquer pessoa legalmente
nos termos da lei aplicar medida de polícia ou emitir qual- presa ou detida;
quer ordem ou mandado legítimo, deve previamente exibir
c) Para libertar reféns ou pessoas raptadas ou seques-
prova da sua qualidade de agente de autoridade.
tradas;
ARTIGO 56.º
(Limites às medidas de polícia) d) Para suster ou impedir atentados contra instala-
As medidas de polícia só são aplicáveis nos termos e ções do Estado, de utilidade pública, sociais,
condições previstos na lei, sempre que tal se revele necessá- ou contra aeronave, navio, comboio, veículo de
rio e adequado, pelo período de tempo que se revele razoável transporte colectivo de passageiros ou veículo
para garantir a segurança ou a protecção de pessoas e bens. de transporte de bens perigosos;
2284 DIÁRIO DA REPÚBLICA

e) Para abate de animais que constituam perigo para 3. As autoridades da administração central e local, os ser-
as pessoas ou bens ou que, gravemente feridos, viços públicos e as demais entidades públicas ou privadas
não possam com êxito ser imediatamente assis- devem prestar à PNA a colaboração que legitimamente lhes
tidos; seja solicitada para o exercício das suas funções.
f) Como meio de alarme ou pedido de socorro, numa ARTIGO 62.º
(Requisição de forças e execução de ordens judiciárias)
situação de emergência, quando outros meios
não possam ser utilizados com a mesma finali- 1. As autoridades judiciárias e administrativas podem
dade; requisitar à PNA forças para a garantia da ordem e tran-
g) Quando a reposição e manutenção da ordem e tran- quilidade públicas ou no âmbito do cumprimento de outras
quilidade públicas assim o exijam. medidas legalmente estabelecidas.
2. A requisição de forças é apresentada junto da auto-
ARTIGO 60.º
(Limites ao uso de meios coercivos)
ridade de polícia territorialmente competente, indicando a
natureza do serviço a desempenhar e o motivo ou a ordem
1. O nível adequado e razoável de emprego dos meios
que a justifique.
coercivos deve ser sempre avaliado segundo regras de pru-
3. As forças requisitadas actuam no quadro das suas
dência, moderação e bom senso, com base nos princípios da
competências e de forma a cumprirem a sua missão, man-
proporcionalidade, adequação e necessidade, dependendo
tendo total subordinação aos comandos de que dependem.
das condições específicas que caracterizam determinada 4. As autoridades judiciárias podem solicitar à PNA a
situação, tendo em conta, entre outros factores, a gravidade execução de ordens por si emitidas.
da infracção, os intervenientes não policiais, os Agentes da
ARTIGO 63.º
PNA e outros factores envolventes. (Comissão de serviço especial)
2. Nos termos do número anterior, o uso de meios coer-
1. O Agente da PNA pode exercer funções, em comissão
civos pelo Agente da PNA deve consubstanciar um razoável
de serviço, em organismos de interesse público, em condi-
equilíbrio entre o grau de ameaça e o respectivo nível de
ções definidas por diploma próprio.
força adequado para neutralizar ameaça actual e ilícita. 2. Por despacho da autoridade competente, o pessoal da
3. Para efeitos do presente artigo, entende-se por grau PNA pode ser nomeado em comissão de serviço para orga-
de ameaça o nível de perigo resultante da possibilidade de nismos internacionais ou países estrangeiros, em função
ocorrência de acções violentas ou de acções violentas já dos interesses nacionais e dos compromissos assumidos no
concretizadas por infractores, dirigidas ao Agente da PNA âmbito da cooperação internacional, nos termos legalmente
ou a terceiro. estabelecidos.
4. Entende-se por nível de força o tipo de reacção que, 3. Para efeitos de ordem pública, o pessoal referido no
assegurando dentro do possível os interesses legalmente n.º 1 deste artigo cumpre as directivas do comando com
protegidos, se revele necessário para anular determinado jurisdição na respectiva circunscrição geográfica.
grau de ameaça.
5. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, os CAPÍTULO VIII
meios coercivos e o respectivo uso são determinados em Direitos e Deveres Gerais
diploma próprio. SECÇÃO I
Direitos
CAPÍTULO VII
ARTIGO 64.º
Cooperação e Requisição de Serviços
(Armamento e fardamento)
ARTIGO 61.º 1. O Agente da PNA tem direito à posse, porte e uso de
(Cooperação e colaboração com entidades públicas e privadas)
armas de fogo de calibre adequado à sua missão e de meios
1. A PNA, sem prejuízo das prioridades legais da sua
não letais, sendo obrigado a manifestar a posse de armas
actuação, coopera com os demais órgãos do Sistema de
quando forem sua propriedade.
Segurança Nacional e colabora com as autoridades públicas
2. O Agente da PNA tem direito ao uso de uniformes e
e privadas, nos termos da lei.
insígnias específicas da sua condição profissional.
2. Sem prejuízo do cumprimento da sua missão e da
legislação aplicável, o Agente da PNA pode, mediante auto- 3. O Agente referido nos números anteriores não pode
rização da autoridade competente, prestar colaboração a fazer uso, por qualquer modo, das armas que lhe estiverem
outras entidades públicas ou privadas que a solicitem, para distribuídas e nem servir-se da qualidade de agente de auto-
garantir a segurança de pessoas e bens ou para a prestação ridade, do cargo que exerce ou da função que desempenha,
de outros serviços no âmbito da segurança pública, mediante para a prática de actos ilícitos.
pedidos concretos que lhe sejam formulados, os quais são 4. O uso das armas de fogo e dos uniformes pelo Agente
sujeitos à decisão casuística. da PNA são regulados por diploma próprio.
I SÉRIE – N.º 34 – DE 24 DE MARÇO DE 2020 2285

ARTIGO 65.º 2. O Agente da PNA que tenha conhecimento de factos


(Direito de acesso a local público ou privado)
relativos a crimes deve comunicá-los imediatamente à enti-
1. O Agente da PNA, em acto ou missão de serviço, tem dade competente.
livre acesso em todos os lugares onde se realizem reuniões
ARTIGO 71.º
públicas ou onde seja permitido o acesso público mediante (Segredo profissional)
o pagamento de uma taxa, a realização de certa despesa ou
apresentação do bilhete de ingresso. Todo o pessoal da PNA, independentemente da natureza
2. Os órgãos da Administração Central e Local, os ser- das suas funções, está sujeito ao segredo profissional, nos
viços públicos e as demais entidades públicas ou privadas termos da lei.
devem prestar ao agente de autoridade a colaboração que ARTIGO 72.º
(Outros deveres)
legitimamente lhes for solicitada para o exercício das suas
funções. 1. O Agente da PNA deve ainda:
ARTIGO 66.º
a) Conhecer e cumprir completa e prontamente as
(Utilização de meios de transporte público) ordens relativas ao serviço, às leis, aos regu-
O Agente da PNA, quando em serviço, tem direito ao uso lamentos, às determinações e instruções, bem
gratuito de meios de transporte públicos, rodoviários, ferro- como transmiti-las aos subordinados;
viários, marítimos e fluviais. b) Respeitar as instituições políticas, seus símbolos e
autoridades, conservando, em todas as circuns-
ARTIGO 67.º
(Condecorações e distinções) tâncias, um rigoroso apartidarismo;
c) Dedicar ao serviço toda a sua inteligência, zelo
1. O Agente e o pessoal civil da PNA que se destaquem
por actos, comportamentos ou feitos notáveis, têm direito à e aptidão, observar e fazer observar as leis e
outorga de condecorações, títulos e distinções, em vida ou a regulamentos, defendendo em todas as circuns-
título póstumo. tâncias os legítimos interesses do Estado e dos
2. As regras de outorga de condecorações, títulos e dis- Cidadãos;
tinções são estabelecidas em regulamento próprio. d) Zelar pela boa convivência, procurando assegurar
a solidariedade entre os Agentes da PNA com
ARTIGO 68.º
(Imunidades) respeito pelas regras de disciplina e de honra,
manter toda a correcção nas relações com os
1. Os Oficiais Comissários da PNA gozam de imunida-
camaradas, evitando rixas, contendas ou dis-
des nos termos da presente Lei e demais legislação aplicável.
2. Os Oficiais Comissários da PNA não podem ser pre- cussões prejudiciais à harmonia que deve existir
sos sem culpa formada, excepto em flagrante delito por entre as forças policiais;
crime doloso punível com pena de prisão superior a três 2. Os demais deveres do Agente da PNA são regulados
anos, devendo, neste caso, o detido ser entregue imediata- em diploma próprio.
mente ao Procurador Geral da República para interrogatório
CAPÍTULO IX
e solicitação de autorização ao Presidente da República e
Disposições Finais
Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas,
para a manutenção da prisão. ARTIGO 73.º
3. Os Oficiais Comissários da PNA são julgados em pri- (Revogação)
meira instância, por feitos criminais, pelo Tribunal Supremo, É revogada toda a legislação que contrarie o previsto na
ou no caso de prática de crime militar, pelo Supremo presente Lei.
Tribunal Militar.
ARTIGO 74.º
ARTIGO 69.º (Dúvidas e omissões)
(Direitos patrimoniais do Agente da PNA)
As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e
O Agente da PNA tem direito a um estatuto remunera-
tório próprio, constituído pelo salário-base e por subsídios, da aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia
bem como a outros direitos a serem definidos por diploma Nacional.
próprio. ARTIGO 75.º
(Entrada em vigor)
SECÇÃO II
Deveres A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação.
ARTIGO 70.º
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
(Deveres profissionais) aos 20 de Fevereiro de 2020.
1. O Agente da PNA, ainda que se encontre fora do horá- O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
Piedade Dias dos Santos.
rio normal de trabalho e da área de jurisdição do local onde
Promulgada aos 12 de Março de 2020.
exerça funções, deve tomar, até à intervenção da autoridade
de polícia competente, as necessárias providências, dentro Publique-se.
da sua esfera de competência, para evitar a prática de crimes, O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
descobrir e capturar os seus agentes. Lourenço.

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