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CAPA

CONSTRUÇÃO DE UMA TRINCHEIRA DE ABERTURA PARA UM NOVO


HORIZONTE NA PEDREIRA GEOMINERAL

Walquiria Teresa Sebastião Quintas

Trabalho de fim de curso


apresentado á Faculdade de
Engenharia da Universidade Técnica
de Angola para a obtenção do título
de Licenciada em Engenharia de
Minas, sob a orientação da Prof.
Ph.D. Yuneisy Guilarte Matos.

Luanda/2018
I
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho:


A Deus, sem ele não haveria existência, que nos da vida, sabedoria, o criador do
céu e da terra. Aos meus amabilíssimos Pais (Eduardo Quintas e Rosa Quintas), por
terem sido sempre fonte de motivação e conforto psico-emocional indispensáveis
para chegar a presente data.

Ao meu marido (Tekadiomona Ambrósio), sem o qual seria extremamente difícil


atingir os objetivos a que me propus. Por ter sido paciente, conselheiro e acima de
tudo amigo. Aos meus irmãos, colegas e amigos pelo apoio condicional ou
incondicional.
Aos Engenheiros de Minas de todos os tempos áreas e correntes.

A todas as pessoas que como eu, acreditam serem capazes de realizar os seus
sonhos.

Com profunda consideração,..


Walquíria T. S. Quintas Ambrósio

ii
AGRADECIMENTOS

“Sabendo que quando a mente está pensando, está falando consigo mesma. ”
Este trabalho jamais seria concretizado se não tivesse o apoio incondicional dos
meus pais, marido, de pessoas amigas e de familiares que contribuíram para a
materialização deste trabalho que é fruto de muita força e coragem.
Agradeço aos incansáveis professores e em especial aos da Universidade Técnica
de Angola - Departamento de Ensino e Investigação de Ciências da Terra, pelas
sábias aulas. A todo pessoal da Empresa Geomineral, em particular o Eng.º Hugo
Bessa pela disponibilização de dados.

O meu agradecimento especial à minha mãe Rosa Quintas, meu pai Eduardo
Quintas, ao meu marido Tekadiomona Ambrósio, aos meus Filhos Luana Ambrósio e
Eduardo Ambrósio, aos meus irmãos, pelo carinho e apoio prestado, e por estarem
sempre presentes em tudo e em todos os momentos da minha vida.

À minha profunda gratidão à Professora Ms.C Yuneisy Matos pela orientação,


disponibilidade, dedicação, paciência, e atenção prestada durante a execução do
presente trabalho.

A todos, o meu muito obrigado!

iii
RESUMO
O presente trabalho, tem como objectivo construir uma trincheira para a abertura de
um novo horizonte de extracção na Pedreira de geomineral localizada na província
do Bengo propriamente no município de Caxito, na comuna do Sassa. A produção
anual prevista é de 600.000 ton (226.400m3 “in situ”), para atingir este objetivo foi
realizada uma busca bibliográfica que serviram de base para os argumentos teóricos
e técnicos nas decisões tomadas para a realização do mesmo, tais como uma cópia
do plano de um projecto de abertura de um jazigo, perfil geológico, consultas de
alguns documentos virtuais, bibliografias da faculdade, entrevistas aos especialistas
em mineração e também livros relacionados com abertura de uma trincheira. Logo
se realiza uma caracterização geral da região, assim como mineiro - geológicas da
pedreira, classificação geomecânicas do maciço a tratar para facilitar os critérios
necessários a ter em conta para seu desmonte com recurso a explosivos,
finalmente como resultados se determinam os parâmetros geométricos para a
construção da trincheira como método aplicado para o acesso ao novo horizonte a
explorar na pedreira, assim como os cálculos de trabalhos de perfuração e
explosivos que serão implementados nos trabalhos da abertura de um novo
horizonte, os parâmetros de perfuração e explosão, com tudo isto propõe-se
algumas medidas de proteção do meio ambiente e de higiene dos trabalhadores e
reabilitação das áreas degradadas para uma exploração sustentável.

Palavras chaves: geomineral, novo horizonte, trincheira

iv
ABSTRACT

The present work aims to build a trench for the opening of a new extraction horizon in
the Geomineral quarry located in the province of Bengo proper in the municipality of
Caxito, in the commune of Sassa. The estimated annual production is 600,000 tons
(226,400m3 "in situ"), in order to achieve this objective a bibliographic search was
carried out that served as a basis for the theoretical and technical arguments in the
decision making of this work such as a copy of the plan of a project of opening a
geological profilestone, consultations of some virtual documents, college
bibliographies interviews with mining experts and also books related to opening a
trench. Therefore, a general characterization of the region, as well as geological
mineralization of the quarry, is carried out, the geomechanical classification of the
massif to be treated in order to facilitate the necessary criteria to be taken into
account for its dismantling with explosives, finally as results determine the geometric
parameters for the construction of the trench as a method applied to the access to
the new horizon to be explored in the quarry, as well as the calculations of drilling
and explosives that will be complemented in the works of the opening of a new
horizon, the parameters of drilling and explosion, with all this some measures are
proposed to protect the environment and workers' hygiene and to rehabilitate
degraded areas for sustainable exploitation.

Keywords: Geomineral, new horizon, trench,

v
ÍNDICE DE FIURAS

FIGURA 1 - Parâmetros que definem a geometria de uma mina a céu aberto...........6


Figura 2: diferenciação entre praça e bancada de mina..............................................8
Figura 3:padrões de inclinação para taludes...............................................................8
Figura 4:Dinamite,anfo e mulsão (BRITANITE 2013)................................................21
Figura 5:cordel detonante (BRITANITE 2013)...........................................................22
Figura 6:retardo de cordel (BRITANITE 2013)..........................................................22
Figura 7:espoleta de queima (BRITANITE 2013)......................................................23
Figura 8:sistema de iniciação não elétrico (BRITANITE 2013).................................23
Figura 9:sistema de iniciação elétrico (BRITANITE 2013)........................................24
Figura 10:localização da área de estudo...................................................................25
Figura 11:modelo digital do terreno...........................................................................26
Figura 12:gnaisse com filão de quartzo e xisto..........................................................30
Figura 13:escavadeira hidraulica na frente da extração............................................31
Figura 14:carregadeira sobre esteiras.......................................................................31
Figura 15:escombreiras da pedreira..........................................................................32
Figura 16:indicação do sentido de exploração(oeste-este).......................................32
Figura 17:retroescavadeira........................................................................................33
Figura 18:camião fora de estrada usado na pedreira................................................33
Figura 19:perfuratriz hidraúlica...................................................................................33
Figura 20:detonadores...............................................................................................36
Figura 21:aplicação dos rolos de cordel detonador...................................................37
Figura 22:um dos acessos da trincheira....................................................................39
Figura 23:esboço do plano da trincheira de abertura................................................40
Figura 24:esboço do plano de como será aberta a trincheira...................................41
Figura 25:perfil transversal da trincheira....................................................................43
Figura 26:perfil longitudinal da trincheira...................................................................44
Figura 27:Malha de perfuração em paralelo e sequência de acesso dos furos da
trincheira......................................................................................................................49

vi
INDICE DE TABELAS

Tabela 2:Classificação das rochas encaixantes segundo a sua resistência


(BIENIASWSKI 1989).................................................................................................14
Tabela 3:Classificação do porosidade nos solos.......................................................15
Tabela 4:Classificação do espaçamento....................................................................15
Tabela 5:Qualidade do maciço rochoso de acordo ao RQD (BIENIASWSKI 1989). 16
TABELA 6:Resultados das propriedades físicas e mecânicas da gnaisse
(www.rochas gnaisse.htm 2019).................................................................................19
Tabela 7:Equipamentos para selecção de maquinas (NICOLAU 2014)....................34
Tabela 8:Relacção dos equipamentos mineiros na pedreira (NICOLAU 2014)........34
Tabela 9:Caracteristicas das substâncias explosivas................................................36
Tabela 10:resumo dos cálculos dos furos..................................................................45
Tabela 11:resumo dos valores de cada furo..............................................................48
Tabela 12:Dados de raio da zona perigosa................................................................53

vii
SUMÁRIO

DEDICATÓRIA........................................................................................................................ii
AGRADECIMENTOS.............................................................................................................iii
RESUMO..................................................................................................................................iv
ABSTRACT..............................................................................................................................v
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................1
Problema..............................................................................................................................2
Objecto de estudo..............................................................................................................2
Objectivo geral....................................................................................................................2
Objectivos especificos..................................................................................................2
Hipóteses..............................................................................................................................2
Justificativa..........................................................................................................................2
Métodos e Materiais..........................................................................................................3
Revisão bibliográfica.....................................................................................................3
Estudo de campo (in situ)............................................................................................3
Trabalho de gabinete e análise dos resultados.....................................................4
1. CAPÍTULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................5
1.1 Lavra a céu aberto.......................................................................................................5
1.3 Classificação geomecânica do maciço rochoso..........................................10
1.3.1 Classificação de Bieniawski............................................................................11
1.3.2 Classificação de Barton....................................................................................11
1.3.3 Classificação GSI (“Geological Strength Index”)......................................13
1.4 Classificação do maciço rochoso de acordo a sua resistência...............13
1.5 Classificação das rochas sobrejacentes segundo a sua porosidade e
permeabilidade.................................................................................................................14
1.6 Classificação das rochas encaixantes de acordo com as
descontinuidades.............................................................................................................15
1.7 Classificação das rochas encaixantes de acordo com as
descontinuidades.............................................................................................................16
1.8 Propriedades físico-mecânica das rochas.........................................................17
1.8.3 Propriedades mássicas da gnaisse...............................................................17

viii
1.8.2 Propriedades de resistência do gnaisse......................................................18
1.9 Perfuração e explosivos.........................................................................................19
CAPÍTULO II. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.......................................25
2.1 Localização geográfica e administrativa............................................................25
2.2 Vias de Comunicação...............................................................................................25
2.3 Hidrologia....................................................................................................................25
2.4 Relevo...........................................................................................................................26
2.5 Condições Climáticas..............................................................................................26
2.6 Solo e Vegetação.......................................................................................................27
2.7 Característica Geológica.........................................................................................27
2.8 Tectónica.....................................................................................................................28
2.9 Reservas......................................................................................................................30
2.10 Caracterização mineiro técnica da pedreira Geomineral.............................30
2.10.1 Fases de trabalho de abertura do jazigo...................................................30
2.10.2 Metódos de abertura do jazigo carga e transporte de material...........31
2.10.3 Sistema de exploração...................................................................................32
2.10.4 Equipamentos de exploração.......................................................................32
2.10.5 Equipamentos minero usados na Geomineral.........................................34
2.10.6 Trabalhos de perfuração e explosão na pedreira Geomineral.............35
2.10.7 Explosões secúndaria das rochas subremedidas..................................37
CAPÍTULO III ANÁLISE E RESULTADOS......................................................................39
3.1 Abertura de um novo horizonte de extração.....................................................39
3.1.1 Vias de acesso....................................................................................................39
...............................................................................................................................................39
3.1.2 Velocidade do avanço da abertura da trincheira.......................................41
3.1.3 Cálculo do tempo de trabalho de abertura da trincheira.........................41
3.2 Parâmetros geometricos da trincheira na pedreira.........................................41
3.3 Resultado do calculo dos furos............................................................................42
3.4 Resultado dos cálculos dos trabalhos de perfuração e de explosão para a
construção da trincheira................................................................................................46
3.5 Medidas de proteção e higiene do trabalho.......................................................50
3.5.1 Trabalhos mineiros............................................................................................50

ix
3.5.2 Trabalhos de perfuração e explosão.............................................................51
3.6 Regras gerais de segurança na perfuração e explosão.................................53
3.7 Medidas minimizadoras dos impactos da exploração no ambiente...........54
3.8 Recuperação das áreas degradadas pela mineração......................................55
3.9 Princípios de recuperação de áreas degradadas.............................................56
3.10 Medidas de recuperação para as áreas degradadas.....................................57
CONCLUSÕES......................................................................................................................58
RECOMENDAÇÕES.............................................................................................................59
Referências............................................................................................................................60
GLOSSÁRIO..........................................................................................................................62
ANEXOS..................................................................................................................................66

x
INTRODUÇÃO

A actividade de mineração é milenar e essencial para o desenvolvimento


socioeconômico da sociedade moderna. É um setor da economia de extrema
importância, que emprega milhões de pessoas ao redor do mundo e movimenta
bilhões de dólares todo ano, tanto de lucros como de investimentos em
equipamentos e tecnologias. Atualmente, a indústria da mineração está inserida num
mercado global e competitivo, que força as empresas, não só́ de mineração, mas de
todos os segmentos, a melhorar suas práticas, seja no âmbito social, ambiental ou
econômico. A indústria extrativa, está cada vez mais ligada à altas tecnologias. Por
essa razão os investidores tornam-se mais cautelosos na hora de tomar decisões de
forma a minimizar os riscos envolvidos nos projetos de investimento. Dado que as
grandes transformações que se realizam em nosso país (Angola) na construção de
obras sociais para incrementar a cultura e conhecimento de nosso povo, o governo
de Angola aposta fundamental atenção às pedreiras de materiais de construção civil
ao longo de todo o território nacional. As pedreiras de materiais de construção civil
fornecem as construtoras, materiais como (mármore, concretos, calcários, gesso e
agregados) que constituem um conjunto de mineração de superfície, geralmente
caracterizados por uma abundância de minérios na natureza (que determina o seu
baixo preço), qualidade natural adequada às exigências do mercado, baixa
mecanização e proximidade dos centros de consumo. (MAHMOUD 2013)
No nosso país não é excepção, apesar da capacidade de mineração limitada, quase
todas as províncias têm uma ou mais pedreiras de materiais de construção, que
atendem as necessidades específicas de engenharia civil.
A província do Bengo se encontra entre as privilegiadas em dar sua contribuição ao
país, ao contar com uma pedreira de materiais de construção denominada
Geomineral, o seu objetivo fundamental é a exploração e transformação da massa
mineral identificada genericamente como “gnaisse”, destinando-se à produção de
agregados, quer para o eventual consumo interno da entidade exploradora,
Geomineral, quer para a comercialização a terceiros.
Com o objectivo de aumetar o rendimento do trabalho e dos meios financiados é que
propor-se este trabalho o qual se formulou a seguinte metodologia de investigação:

1
PROBLEMA

A necesidade de construir uma trincheira para abertura de um novo horizonte na


pedreira de materiais de construção, geomineral Angola de maneira racional e
eficiente, garantindo o menor impacto ao meio ambiente.

OBJECTO DE ESTUDO

A pedreira da Geomineral Sassa.

OBJECTIVO GERAL

Propor os parâmetros de construção de uma trincheira para a abertura de novo


horizonte de extração na pedreira Geomineral.

OBJECTIVOS ESPECIFICOS

1. Caracterizar a zona de estudo.


2. Determinar os parâmetros geométricos para a construção da trincheira para a
abertura do novo horizonte de extracção na pedreira.
3. Formular um conjunto de medidas para diminuir os impactos ambientais da
proposta desenhada.

HIPÓTESES

Se se caracteriza a zona mineira, do ponto de vista geológico-mineira e se estudar


as principais técnicas aplicadas para a exploração a céu aberto da pedreira
Geomineral; é possível desenhar os parâmetros técnicos constructivos da trincheira
para a abertura de um novo horizonte de exploração desta pedreira tendo em conta
o seu custo de empreitada e seus impactos ambientais.

JUSTIFICATIVA

Angola é um país em notável crescimento no ramo de construção, hoje em dia o uso


de rochas ornamentais como mármores e granitos na arquitetura moderna, aumenta
a todo o ano no mundo inteiro. A motivação para a elaboração deste projeto foi a

2
necessidade de manter a pedreira activa por mais tempo, fazendo-se assim uma
avaliação “custo-benefício” que permita sugestões, inovações ou implementações de
novas tecnologias de extração segura e que garantam maiores índices de eficiência
da mina.
O presente trabalho, também foi motivado pelo desejo de aumentar o tempo de vida
da mina, visando um aumento no tempo de exploração.

MÉTODOS E MATERIAIS

Para o cumprimento dos objetivos do presente trabalho seguiremos os seguintes


procedimentos metodológicos:

Revisão bibliográfica

Desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes já elaboradas sobre o tema em


questão tais como livros, artigos científicos, publicações periódicas, monografias
regionais, etc., da área em estudo.
Para estes aspetos usou-se como método o método indutivo (baseado em dados
particulares, ou seja, a verdade de um modo geral), método exploratório (com vista
em dados obtidos nas conferências que se teve durante o último ano de estudo), e
o método experimental (onde nos ajudou a analisar o problema, construir hipóteses
e manipulando os possíveis fatores ou variáveis capazes de influencia-lo).

Estudo de campo (in situ)

Realizou-se várias atividades de campo, das quais se destacam a participação nas


operações mineiras desenvolvidas pela empresa, medições da área para o novo
horizonte e principalmente no processo de fragmentação das rochas com
explosivos, análise dos resultados obtidos nesta fragmentação.
Utilizou-se então o método descritivo (baseado na observação direta quanto ao
método de desmonte com explosivos e outras atividades desenvolvidas pela
empresa) e o método explicativo (onde se conseguiu identificar os factos e
esclarecer melhor o tema proposto).

3
Trabalho de gabinete e análise dos resultados

Permitiu-nos analisar os dados já obtidos, descrever, organizar e interpretar para a


utilização dos mesmos na tomada de decisão. Utilizou-se o método matemático para
desenvolver os cálculos de determinação dos diferentes parâmetros, o método
hipotético-dedutivo (baseado na observação no campo em pesquisa podendo
chegar a avaliação do fenómeno) e o método grafo-analítico, utilizando resultados
de ferramentas informáticas como AUTOCAD, Surfert e Surpad, para o seu
processamento e obtenção dos desenhos.

4
1. CAPÍTULO I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 LAVRA A CÉU ABERTO

De acordo Damasceno(2008), a vida de uma exploração mineira a céu aberto é


composta por um conjunto de atividades que se podem resumir em: pesquisa para
localização do mineiro; prospecção para a determinação da extensão e teor do
depósito; planejamento para avaliação da parte do deposito economicamente
extraível; estudo de viabilidade para avaliação global do projeto e tomada de decisão
entre iniciar ou abandonar a exploração do depósito; desenvolvimento de acessos
ao depósito que vai se explorar; exploração com vista a extração de mineiro em
grande escala; recuperação da zona afetada de forma a possibilitar uso futuro. Os
métodos de lavra a céu aberto são representados basicamente por: Lavra por
bancadas (“Open Pit Mining”), Lavra por Tiras (“Strip Mining”) e Lavra Aluvionar
(“Placer Mining”) (SILVA 2008). De acordo com Hartman (2002 apud SILVA 2008),
a mineração em superfície (a céu aberto) inclui os métodos de escavação
mecânica (a lavra por bancadas e a lavra em tiras) e os métodos de escavação
hidráulicos (lavras aluvionares).

1.2 LAVRA POR BANCADAS

De acordo com Silva (2008) na mineração a céu aberto, o método mais utilizado é
a lavra por bancadas. Este tipo de lavra pode ser definido como um processo de
mineração onde depósitos de sub-superfície a superfície, são escavados em forma
de bancos. Geralmente este método é utilizado em depósitos minerais regulares,
possuindo larga escala em termos de taxa de produção, sendo responsável por
mais de 60% de toda a produção lavrada por métodos de superfície.
Segundo (DAMASCENO 2008), para a realização do projeto de um talude de mina
deve-se atentar principalmente para a geometria das bancadas de escavação e
dos taludes inter-rampa. A figura 1 mostra uma seção típica de um talude de mina
com seus parâmetros definidores.

5
FIGURA 1 - PARÂ METROS QUE DEFINEM A GEOMETRIA DE UMA MINA A CÉ U ABERTO

Onde: h𝐵: Altura da bancada; b: Largura da bancada; 𝛼𝐵: Ângulo da face da

bancada (Ângulo do Talude); 𝛼𝑅: Ângulo de inter-rampa; 𝛼0: Ângulo global da

cava/encosta; h𝑅: Altura máxima da inter-rampa; 𝑟: Largura da rampa;h0: Altura

máxima global da cava/encosta. Dos parâmetros geotécnicos citados anteriormente


a altura da bancada, a largura da bancada, o ângulo do talude e a largura da
rampa, necessitam de uma abordagem singular, devido à importância de cada um
na configuração de um talude. Os outros parâmetros, de certa forma, estão
correlacionados a estes, ou seja, o valor resultante dos outros parâmetros são
consequência da escolha destes.

 Altura da Bancada

Parâmetro de grande importância na segurança e economicidade das operações.


Deve ser tal que qualquer perturbação do equilíbrio dos níveis tenha efeitos
apenas locais, além de adequado ajuste entre a escala de produção desejada e os
equipamentos de lavra disponíveis (DNPM 2011). A altura das bancadas é
determinada, geralmente em função do tamanho do equipamento de escavação e
carregamento, das características do maciço, das exigências de seletividade e d o
resultado do desmonte (TORRES 2013). Segundo Torres (2013) as vantagens das
bancadas baixas são: possibilitar melhores condições de segurança, melhores
condições para o tratamento dos taludes finais e menores vibrações. Já as
bancadas altas possuem as seguintes vantagens: maior rendimento na perfuração,
melhor rendimento dos equipamentos de carga e menor quantidade de bancadas.
De acordo com Girodo (2005) a altura das bancadas nas principais operações
minerais do Quadrilátero Ferrífero é da ordem dos 13, 10 e 7 metros, para as
minas de grande, médio e pequeno porte, respectivamente. Segundo Germani

6
(2002) a altura das bancadas jamais deve exceder os 15 m. Já o DNIT –
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (2009) recomenda que a
altura dos taludes em corte não ultrapasse os 8m. Este valor apresentado pelo
DNIT possui uma maior rigorosidade envolvida, por ser este orgão mais criterioso
quanto à segurança da estrutura. Para fins de um dimensionamento primário, este
valor pode ser considerado como válido, ficando sobre a responsabilidade do
projetista a otimização posterior do projeto, com valores mais adequados ao
empreendimento mineiro.

 Largura da Bancada

A bancada é feita para a divisão do talude geral, quebrando sua continuidade, com
dimensões e posicionamento em níveis adequados, também servindo de acesso
aos diferentes níveis. A largura da bancada é dimensionada de maneira tal que
permita o acesso de equipamentos destinados à remoção dos materiais
desmontados, mas evitando que os materiais desmontados atinjam níveis
inferiores (DNPM 2004). Segundo Girodo (2005) as bancadas são normalmente
dimensionadas para reter algum material desgarrado das paredes superiores,
evitando assim o seu deslocamento até as partes inferiores da mina. De acordo
com Torres (2013) a largura das bancadas está diretamente ligada à altura das
mesmas. b = 4,5m + 0,3.h𝑏
Onde:b - Largura da Bancada;hb - Altura da bancada adotada.

Segundo o (DNIT 2009) a largura do patamar de um corte deve possuir no mínimo


4 m de comprimento, visando à segurança do empreendimento e do operador que
executa o corte. É importante que seja feito uma pequena observação sobre a
questão da definição de bancada e praça da mina. De acordo com (DNPM 2004) a
praça da mina é compreendida como a maior área de manobras dos equipamentos
ou a área de cota inferior e que dá acesso a todas as frentes da mina. Em uma
mesma mina pode haver mais de uma praça, localizadas em cotas diferentes.
Portanto, é errado relacionar a praça da mina com a bancada da mesma, uma vez
que são parâmetros totalmente diferenciados. A figura 2 mostra a diferença entre
praça de serviço e bancada de talude.

7
FIGURA 2: DIFERENCIAÇÃO ENTRE PRAÇA E BANCADA DE MINA
(A.F 2013)

 Ângulo da Face da Bancada (Ângulo do Talude)

Por princípio, um ângulo de talude deve ser tal que permita a continuidade das
operações que se realizam em seu nível ou em níveis inferiores e superiores. Ou,
em outras palavras, um talude deve permanecer estável enquanto durarem as
operações de lavra e após seu fechamento (DNPM 2011). Segundo Girodo (2005)
o volume de estéril produzido é significativamente afetado pelo ângulo de talude de
escavação e assim deve ser levada a cabo uma cuidadosa avaliação dos
parâmetros geotécnicos envolvidos. De acordo com Marangon (2010) os padrões
usuais indicam as inclinações associadas aos gabaritos estabelecidos nos
triângulos retângulos mostrados na figura 3.

FIGURA 3:PADRÕES DE INCLINAÇÃO PARA TALUDES


(MARANGON 2010)

Estes gabaritos são frequentemente usados na prática da Engenharia, porém, para


um estudo mais detalhado de um empreendimento mineral, os taludes não obtêm a
sua estabilidade com estas inclinações, sendo necessária a realização de uma
análise de estabilidade mais aprofundada (MARANGON 2010).
De acordo com Girodo (2005) os ângulos de talude das principais minerações a
céu aberto no Quadrilátero Ferrífero são variáveis e costumam estar por volta dos
50 a 60 graus. A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, afirma na
8
NBR 9061 (1985) que as escavações devem ser executadas com paredes em
taludes cujo ângulo horizontal não deve exceder os seus valores máximos.
 45o - No caso de solos não coesivos ou coesivos médios;
 60o - No caso de solos coesivos resistentes;
 80o - No caso de rocha.

 Largura da Rampa

As rampas (vias), são os caminhos pelos que se realizam a operação de transporte


e serviços dentro da lavra. Podem também ser projetadas rampas para acesso de
máquinas que efetuam o arranque e operações auxiliares. Para uma ótima
operação de transporte é necessário que se avalie alguns fatores, sendo eles: a
firmeza da via, a inclinação, a largura da via, a curvatura, a visibilidade e a
convexidade (TORRES 2013). De acordo com o (DNPM 2013 a) a largura mínima
das vias de trânsito deve ser duas vezes maior que a largura do maior veículo, no
caso de pista simples, e três vezes maior, para pistas duplas. As rampas devem ter
uma inclinação no máximo de 20% e normalmente próximo a 12%(TORRES 2013).
Segundo Torres (2013) a largura da via pode ser obtida levando-se em
consideração a largura do maior veículo que trafega na via.
Lv = Lc (0,5+1,5. n)
Onde,Lv - Largura da via;Lc - Largura do maior veículo de transporte utilizado; n -
Número de vias de uma mina.
Assim como qualquer método de lavra, a lavra por bancadas possui vantagens e
desvantagens, sendo estas apresentadas a seguir (SILVA 2008).

 Vantagens
- Drenagem natural e transporte descendente quando em encosta;
- Alta produtividade devido à grande mecanização e pouca mão-de-obra;
- Baixo custo operacional;
- Período em geral curto para o início das operações;
- Permite boa estabilidade dos taludes;
- Relativamente flexível;
- Segurança e higiene satisfatória.

9
 Desvantagens
- Limite de profundidade em cerca de 300 m, devido a limites tecnológicos e
dos equipamentos;
- Grande investimento de capital;
- Sujeito a condições climáticas diversas;
- Degradação massiva do meio ambiente;
- Requer depósitos e equipamentos grandes.

1.3 CLASSIFICAÇÃO GEOMECÂNICA DO MACIÇO ROCHOSO


A mecânica das rochas é o ramo da ciência que se ocupa no estudo das
propriedades físico-mecânica das rochas e os fenómenos que têm lugar no maciço
rochoso ao realizar os trabalhos mineiros assim como a estabilidade na remoção, as
deformações nas rochas e a pressão mineira. A Caracterização geomecânica do
maciço rochoso tem como finalidade a obtenção de parâmetros geotécnicos para
que seja possível a sua aplicação em projetos de obras de engenharia.

Estes parâmetros definem o comportamento das rochas ante a escavação e permite


tomar medidas para sua estabilização. Para isto primeiro se realiza a análise das
particularidades geológicas das rochas, fazendo uma análise das classificações de
parâmetros geológicos de vital importância, bem como parâmetros geomecânicos.

As características de qualidade de maciços rochosos são fundamentalmente


consequência do seu estado de alteração e de fracturação. A ocorrência de água
percolando nos maciços, atua também com frequência na respetiva estabilidade.
Importa desde já referir que se vai fazer uma abordagem sobre as descontinuidades
para assim possibilitar o desenvolvimento do sistema proposto para a realização da
classificação (ALBERTO D e FLAVIO 2006).

Os maciços rochosos, como meios descontínuos que são, apresentam um


comportamento mecânico complexo que, de uma forma simplificada, pode ser
estudado e categorizado em função da sua aptidão para distintas aplicações. As
classificações geomecânicas são um ponto de partida para perceber quais as
limitações do maciço rochoso. Assim, serão apresentadas as principais
características dos sistemas de classificação mais relevantes, os procedimentos
para a sua utilização e as situações de aplicação. São recomendáveis pelo menos
10
dois métodos de classificação porque diferentes sistemas de classificação podem
apresentar diferentes perspectivas nos diversos parâmetros (HOEK 1995)

1.3.1 CLASSIFICAÇÃO DE BIENIAWSKI


O sistema de classificação introduzido por Bieniawski ou sistema RMR, publicado
inicialmente em 1979, traduz a qualidade do maciço rochoso através de um valor
compreendido entre 0 a 100, crescendo em qualidade. À medida que um maior
número de casos práticos foi sendo examinado, o sistema sofreu contínuos
melhoramentos, nomeadamente em 1989. No entanto, e apesar desses contínuos
melhoramentos, a base do sistema de classificação RMR permanece igual. A
classificação aqui descrita é referente a versão de 1989 (BIENIASWSKI 1989). O
sistema é baseado na atribuição de pesos a 6 parâmetros que o autor considerou,
contribuírem mais significativamente para o comportamento do maciço rochoso. O
somatório do peso de cada um destes 6 parâmetros estudado individualmente
constitui o índice RMR que traduz a qualidade do maciço dividido em 5 classes
propostas pelo autor como se apresenta pela Tabela 6. Os parâmetros a considerar
são:
 Resistência à compressão uniaxial da rocha intacta;
 RQD ("Rock Quality Designation");
 Espaçamento das descontinuidades;
 Condição das descontinuidades;
 Influência da água;
 Orientação das descontinuidades.

1.3.2 CLASSIFICAÇÃO DE BARTON


O sistema de classificação introduzido por (BARTON N. 1974), segue o mesmo
princípio que o sistema de classificação RMR, sendo atribuídos valores a seis
parâmetros, sistema considerados importantes pelo autor para a caracterização do
comportamento do maciço rochoso. São os seguintes (AZEVEDO 1995):
1. Índice RQD;
2. Número de famílias de descontinuidades (Jn);
3. Rugosidade mais desfavorável de uma família de descontinuidades;
4. Grau de alteração das paredes das descontinuidades ou preenchimento (Ja);
5. Influência da água subterrânea (Jw);
11
6. Stress Reduction Factor (SRF).
Posteriormente, é definido um índice de qualidade, Q, (Quality Index) que varia entre
0.001 a 1000 numa escala logarítmica, e que é determinado pelo produto de três
quocientes apresentados pela expressão 1. O sistema Q é por sua vez dividido em 9
categorias de qualidade do maciço representado.

(1)
É de salientar que os três quocientes apresentados na expressão, correspondem a
três aspetos relativos ao maciço rochoso:
1. RQD/Jn - Definido pelos dois primeiros parâmetros correspondentes da
estrutura global do maciço, o seu quociente representa uma medida das dimensões
dos blocos. Este tem um valor variável entre 200 e 0,5;
2. Jr/Ja - Indica a resistência ao corte da descontinuidade mais desfavorável
caracterizada pela sua rugosidade e estado de alteração. Quociente é crescente
com o aumento da rugosidade e diminui com o aumento do grau de alteração;
3. Jw/SRF - Este representa o estado de tensão do maciço rochoso. O
parâmetro SRF caracteriza o estado de tensão do maciço, enquanto Jw é a medida
da pressão de água, que tem um efeito adverso na resistência ao escorregamento
das descontinuidades.

A aplicação deste sistema é mais complexa que o sistema proposto por Bieniawski
(1989), como tal é incluído nas Tabelas o intervalo das classes dos cinco novos
parâmetros utilizados, o valor do índice RQD já foi mencionado anteriormente
(BARTON N. 1974). É de referir que contrariamente ao sistema proposto por
(BIENIASWSKI 1989), (BARTON N. 1974) consideraram que a orientação das
descontinuidades tem um papel menos relevante no comportamento do maciço. Os
parâmetros Jn, Jr, e Ja são, segundo o autor, os que mais contribuem para o seu
comportamento. Contudo, a orientação das descontinuidades está implícita nos
parâmetros Jr e Ja, isto porque são aplicados à descontinuidade mais desfavorável.
(ALMAGUER 2001)

1.3.3 CLASSIFICAÇÃO GSI (“GEOLOGICAL STRENGTH INDEX”)

12
A criação desta classificação geomecânica, desenvolvida por Hoek (1994) e Hoek et
al. (1995), está relacionada com o critério generalizado de Hoek- Brown para os
maciços rochosos e a estimativas dos seus parâmetros resistentes.
Com esta classificação dos maciços rochosos pretende-se estimar a diminuição da
sua resistência estrutura com diferentes condições geológicas. Na avaliação do
índice geológico de resistência - GSI - são tidos em conta diversos aspetos do
maciço rochoso, como é o caso da sua qualidade em função do grau e das
características de fracturação, da sua geológica, do tamanho dos blocos e alteração
das descontinuidades.

1.4 CLASSIFICAÇÃO DO MACIÇO ROCHOSO DE ACORDO A SUA


RESISTÊNCIA

É considerado como resistência a força que um dado material oferece quando


submetido a determinados esforços (pressão, choques). As rochas encaixantes da
Geomineral podem ser classificadas segundo a sua resistência pelo critério de
Classificação de Deere e Miller(1966), conforme ilustram as tabelas 1 e 2.

Tabela 1: Classificação da rocha segundo a sua resistência


(DEERE 1966)

13
Tabela 1:Classificação das rochas encaixantes segundo a sua resistência
(BIENIASWSKI 1989)
Rochas encaixantes
Resistência à
Rocha constituinte. Classificação.
compressão (Mpa).
Aluvião da gnaisse, argiloso,
Não determinado ---------------
ripioargiláceo.
Aluvião do gnaisse, ripioso,
Não determinado ---------------
margoso- burgoso-ripioso.

Maciços rochosos
Resistência a
Classificação.
compressão (Mpa)
Gnaisse meteorizado, pouco
14,2 Resistência muito baixa.
resistente, fortemente fissurado
Gnaisse relativamente
preservado, resistente, 40,5 Resistência baixa.
fissurado.
Gnaisse preservado, muito
71,1 Resistência média.
resistente, fracamente fissurado.

1.5 CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SOBREJACENTES SEGUNDO A


SUA POROSIDADE E PERMEABILIDADE
As rochas sobrejacentes (cobertura) da pedreira da Geomineral são constituídas na
maior parte pelos sedimentos dos complexos calahári. Tais areias possuem uma
porosidade de 41,4. Esse valor permite com que elas sejam classificadas segundo
IAEG como rochas (areias) de média porosidade, como mostra a tabela abaixo.
Essas areias possuem uma permeabilidade na ordem dos 2.10 -2 cm/s, podendo ser
classificadas em areias de alta permeabilidade conforme a tabela 3.

14
Tabela 2:Classificação do porosidade nos solos

(BIENIASWSKI 1989)
Porosidade (%) Denominação

Maior que 50 Muito alta

50-45 Alta

45-35 Média

35-30 Baixa

Menor que 30 Muito baixa

1.6 CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ENCAIXANTES DE ACORDO COM


AS DESCONTINUIDADES
O espaçamento entre as descontinuidades (fraturas) existentes nos gnaisses
encaixantes do maciço da Geomineral varia de 2-5 metros, pelo que podemos
classifica-las muito afastada, conforme ilustra a tabela 4.

Tabela 3:Classificação do espaçamento

(BIENIASWSKI 1989)
Espaçamento das fraturas (cm) Caracterização

2 cm Extremamente próximas

2 – 6 cm Muito próximas

6 – 20 cm Próximas

20 – 60 cm Moderadamente afastadas

60 – 2 m Afastadas

2–6m Muito afastadas

6m Extremamente afastadas

15
1.7 CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ENCAIXANTES DE ACORDO COM
AS DESCONTINUIDADES
Devido à heterogeneidade e ao efeito escala que torna pouco representativo os
resultados do campo, dificultando a obtenção dos parâmetros necessários para
definição dos maciços rochosos, foram desenvolvidos sistemas empíricos de
classificação de maciços rochosos que permitem obter os parâmetros necessários
para um projeto mais racional. Entre os vários índices de classificação geomecânica,
neste trabalho referem-se às de Bieniawski, RMR (Rock Mass Rating) e o de Deere,
RQD (Rock Ouality Designation):
O sistema de classificação geomecânica apresentado por Deere em 1969 baseia-se
na quantidade de fracturas e na alteração da rocha e pode ser quantificado de duas
maneiras diferentes, sendo a primeira a partir de testemunhos de sondagem e a
outra a partir da velocidade sísmica. No primeiro caso é definido o índice de
qualidade da rocha (RQD) como o somatório dos comprimentos dos fragmentos de
testemunho com comprimento igualou maiores que 10 em, são e duros, divididos
pelo comprimento total deste testemunho. Para o cálculo utiliza-se:
∑ Li( ¿10 cm)
RQD = ∗100 (2)
Lt

Deere (1969) propôs a classificação do maciço rochoso segundo o RQD em cinco


grupos conforme a Tabela 5.

TABELA 4:Qualidade do maciço rochoso de acordo ao RQD (BIENIASWSKI


1989)
RQ Qualidade do maciço
O (%) 0-25 Muito fraco

25-50 Fraco

50-75 Razoável

75-90 Bom

90 – 100 Excelente

Esta classificação baseia-se em seis parâmetros, a cada um dos quais são


atribuídos pesos, e que Bieniawski (1989) considerou serem os que melhor
16
descrevem o comportamento do maciço rochoso. Os parâmetros a utilizar
encontram-se em seguida mencionados, com os respetivos pesos relativos
atribuídos:
 Resistência à compressão uniaxial da rocha intacta = 15
 RQD "Rock Quality Designation = 20
 Espaçamento das descontinuidades = 20
 Condições das descontinuidades= 30
 O fluxo de água subterrânea = 0
 Orientação das descontinuidades = -50

O peso médio relativo dos cinco primeiros parâmetros foi determinado a partir da
tabela de Classificação geomecânica de Bieniawski -1989. Para tal fez-nos concluir
que o maciço em estudo se encontra muito fraco onde o ângulo de atrito da massa
rochosa varia de 15 – 200.

1.8 PROPRIEDADES FÍSICO-MECÂNICA DAS ROCHAS


A variação das propriedades físico-mecânicas de um maciço rochoso, depende de
uma série de fatores, os quais estão condicionados por situações inerentes a sua
formação; dentro destas podem mencionar-se: granulometria, composição
mineralógica, textura, processo de formação do minério, idade do maciço, etc.
Os outros fatores podem encontrar-se afetados pelos trabalhos mineiros que sobre
estes influem. Para que uma rocha possa fornecer materiais valiosos e adequados
para a construção deve ter algumas propriedades básicas como propriedades
físicas, mecânicas e químicas com estas características conferem uma finalidade
em que possa ser aplicada.
Algumas propriedades das rochas têm uma grande importância no planeamento, na
execução e nos custos dos projetos de engenharia nos quais estão envolvidas
modificações do estado in situ (tensão e deformação) de maciços rochosos. As
propriedades físicas, podem ser avaliadas a partir de testes em laboratório ou in situ,
possibilitando também a classificação das rochas ou dos maciços rochosos de
acordo com os vários critérios técnicos (FERRER 2002).

1.8.3 PROPRIEDADES MÁSSICAS DA GNAISSE


As propriedades mássicas do gnaisse podem determinar-se através dos seguintes
17
métodos:
 Determinação da Massa volumétrica:
Para a sua determinação se utilizar o método da pesada hidrostática;
matematicamente se expressa pela seguinte equação:

(1)
 Determinação da Densidade: Para a sua determinação se utiliza o método
psicométrico, pela seguinte expressão matemática:

(2)
Onde: VS é o volume da amostra de rocha no seu estado denso, cm3

 Determinação da porosidade: Quantitativamente, a porosidade total


determina-se a partir da densidade e a massa volumétrica pela expressão
seguinte:

(3)

1.8.2 PROPRIEDADES DE RESISTÊNCIA DO GNAISSE


O limite da resistência à compressão é o maior valor das tensões que as rochas
podem apresentar e o menor entre eles é o limite de resistência a tração. A
propriedade de resistência da rocha de gnaisse determina-se pelos dois métodos
que são: resistência a compressão e pela resistência a tração.

 Resistência a compressão: este índice é obtido pelos métodos de amostras


regulares, a expressão matemática é:

(4)
Onde:
Pmáx- carga máxima sobre a amostra no momento da sua destruição [Kg/f].
F₀ - Área transversal da amostra (cm2).

 Resistência a tração: obtém-se pela técnica de flexão. Para o cálculo deste


índice usa-se a seguinte expressão matemática:

18
(5)

Onde:
Mf - Momento flector de destruição [gf/ cm2].
a - Coeficiente de flexão.
b - Largura da amostra [mm].
h - Altura da amostra [mm].

As propriedades físicas-mecânicas do gnaisse que aparecem na tabela 6, foram


obtidas por meio do relatório sobre pesquisa científica da pedreira em estudo.

TABELA 5:Resultados das propriedades físicas e mecânicas da gnaisse


(WWW.ROCHAS GNAISSE.HTM 2019)

Propriedades ρ γv P (%) RC Rt (Mpa) Vlm


(Kg/m3) (Kg/m3) (Mpa) (m/s)
Valores 2640 2660 0,91 73 7,5 5380

1.9 PERFURAÇÃO E EXPLOSIVOS


Segundo Weyne (1980 apud DNPM 2004), explosivos são substâncias ou misturas
de substancias capazes de se transformarem quimicamente em gases, com
extraordinária rapidez e com elevado desenvolvimento de calor, produzindo
elevadas pressões e temperaturas. Os explosivos, de acordo com a sua
composição, apresentam propriedades diversas, sendo a base para uma escolha
tecnicamente correta para cada tipo de uso.
As unidades de perfuração são equipamentos responsáveis pela execução de
furos, feitos a distâncias predeterminadas, que utilizam a técnica de golpear a
rocha, batendo a ponta de uma barra de aço (cunha ou barramina) contra a
superfície rochosa, e procurando girar a barra entre dois golpes sucessivos. Estas
unidades são representadas pelas perfuratrizes, que podem ser classificadas e
agrupadas de acordo com o seu princípio de funcionamento (GERALDI 2011).
Os processos e métodos de escavação de rocha evoluíram ao longo dos séculos
em virtude de alguns fatores essências (GERALDI 2011).

19
 Incremento das atividades de escavação de rocha destinadas à produção de
blocos de rocha e também à busca de metais;
 Processos metalúrgicos cada vez mais intensos e diversificados;
 Maior utilização de rocha fragmentada como agregado de concreto e na
pavimentação de estradas.
As principais propriedades de um explosivo que são analisadas para o emprego
destes são: Força, velocidade de detonação, resistência à água, coesão,
resistência ao congelamento e sensibilidade (DNPM 2004). O importante nos
serviços com explosivos é que a energia gerada nas detonações, que é
praticamente instantânea, seja corretamente aproveitada na fragmentação da
rocha ou minério, evitando-se perdas e abalos resultantes de sua dissipação pelo
maciço e pelo ambiente (GERALDI 2011). O desmonte de rochas com explosivos
continua sendo o método mais barato de fragmentação de rochas pouco friáveis,
no entanto, o custo associado aos danos causados pelo desmonte em termos de
segurança e produtividade de minas e obras está se tornando cada vez mais
importante.
O desmonte de rocha, será eficiente se a energia do explosivo for utilizada nos
seus principais objetivos que são: a fragmentação desejada, preservação do talude
remanescente, formação da pilha do material adequado com os equipamentos de
carregamento lavra. E são condicionados a vários parâmetros básicos, que
influenciarão diretamente sobre os custos das diversas operações unitárias, como:
finalidade do material a ser trabalhado, as características das rochas, a situação
topo-geográfica e a mão-de-obra disponível. Após uma criteriosa análise desses
parâmetros é que poderão ser definidos os investimentos de forma a viabilizar a
operação do desmonte de rocha.
Licínio B., em 2013, realizou alguns estudos sobre o aperfeiçoamento dos
trabalhos no desmonte com explosivo na mina de Luó (Lunda Norte - Angola) cujo
objetivo era a melhora dos resultados do desmonte de rochas com explosivo, e a
diminuição da percentagem de blocos sobre dimensionados no maciço da mina em
estudo admitidos pela cadeia tecnologia o que obrigava a uma fragmentação
secundária. Essas investigações permitiram estabelecer uma metodologia para o
desenho dos parâmetros de explosão na qual se considerou as propriedades
físico-mecânicas das rochas, caracterização estrutural do maciço e, as

20
propriedades das substâncias explosivas. Segundo (GERALDI 2011) os explosivos
podem ser classificados de uma forma generalizada.
I. Deflagrantes ou Explosivos Lentos

São aqueles que, mesmo confinados em furos ou embalagens especiais, liberam a


sua energia a baixas velocidades (abaixo de 500 m/s) (GERALDI 2011). Um
exemplo deste tipo de explosivo é a pólvora negra, muito utilizada na fabricação de
armamentos.

II. Detonantes

São os explosivos industriais propriamente ditos, que liberam sua energia a


grandes velocidades, na faixa de 1200 a 7000 m/s (GERALDI 2011). A figura 4
exemplificam os explosivos que são caracterizados como detonantes, sendo eles a
dinamite, o ANFO e as emulsões respectivamente.

FIGURA 4:DINAMITE,ANFO E MULSÃO (BRITANITE 2013)

III. Explosivos de Segurança

São explosivos especiais, de uso reservado das Forças Armadas (GERALDI 2011).
Estes explosivos, sob determinadas especificações, podem ser usados em
ambientes inflamáveis, como na presença de grisu (metano misturado com o ar) ou
poeiras carbonosas (DNPM 2004).

 Acessórios de Detonação

21
Os chamados acessórios de detonação são sempre consumidos na explosão e tem
a finalidade de iniciar uma carga explosiva, fornecer ou transmitir chama para
iniciar explosão e propagar onda explosiva de um ponto para outro, ou de uma
carga para outra (DNPM 2004).

I. Cordel Detonante

É ainda o acessório mais utilizado na iniciação de explosivos, principalmente em


grandes volumes de escavações de rocha a céu aberto. De manuseio fácil e
seguro, sendo totalmente antiestático, seu único inconveniente está na alta
velocidade de detonação (7000 m/s), supersônica, causadora de ondas de alta
frequência pelo ar, que podem ocasionar danos a estruturas próximas (GERALDI
2011). A figura 5, exemplifica um cordel detonante.

FIGURA 5:CORDEL DETONANTE (BRITANITE 2013)

II. Retardos de Cordel

Permitem a ligação com o tempo de retardo entre furos ou entre filas de furos.
Estes dispositivos permitem uma maior adequação do tempo de retardo ao tipo de
rocha e condições estruturais do maciço rochoso a desmontar. Também
proporcionam melhor adequação da sequência de detonação dos furos, visando
orientar a direção de lançamento dos fragmentos de rocha, em função da posição
geográfica da frente de escavação (GERALDI, 2011).

FIGURA 6:RETARDO DE CORDEL (BRITANITE 2013)

III. Espoletas
22
As espoletas são utilizadas nas operações de fogacho para desmonte de blocos,
em furos isolados e também na iniciação de linhas de furos carregados,
interligados por outros acessórios. O acionamento se dá por uma chama direta e,
assim que a espoleta detona, esta provoca a detonação do explosivo com o qual
estiver em contato (GERALDI, 2011). A figura 7 exemplifica um espoleta de
queima.

FIGURA 7:ESPOLETA DE QUEIMA (BRITANITE 2013)

IV. Sistema de Iniciação Não Elétrico

É um sistema composto por uma espoleta (detonador) acionada por pressão,


ligada a um tubete plástico de pequeno diâmetro e com comprimentos variados, de
acordo com a profundidade e distância entre furos a serem detonados. Possui uma
iniciação (detonação) silenciosa, não provocando maiores impactos de ar no meio
ambiente (GERALDI, 2011). A figura 8 exemplifica um sistema de iniciação não
elétrico.

FIGURA 8:SISTEMA DE INICIAÇÃO NÃO ELÉTRICO (BRITANITE 2013) .

V. Sistema de Iniciação Eletrônico

São modernos acessórios ainda de alto custo de aquisição que permitem uma
melhor adequação dos tempos de retardo ao tipo e às condições geomecânicas do
maciço de escavação, reduzindo as vibrações pelo terreno causadas pela
detonação e melhorando a fragmentação da rocha (GERALDI 2011). A figura 9
exemplifica um sistema de iniciação eletrônico.

23
FIGURA 9:SISTEMA DE INICIAÇÃO ELÉTRICO (BRITANITE 2013)

CAPÍTULO II. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

24
2.1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E ADMINISTRATIVA
A Pedreira Geomineral localiza-se na Província do Bengo, como mostra a figura 10,
nas proximidades do Sassa-Povoação a 5 quilómetro a NE da cidade de Caxito no
Município de Dande na Comuna de Icolo e Bengo, é uma das Províncias de Angola
localizada no Norte do País.

FIGURA 10:LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

2.2 VIAS DE COMUNICAÇÃO


O acesso para área em estudo é feito pelas vias rodoviárias, a mais usada, que é de
fácil acesso é a Estrada n° 312 que liga a comuna das Mabubas - Caxito até
Luanda, dista a 5 km da capital do Bengo “Caxito”, os limites virados a nascente é
de 1000 m. Pode aceder a província por via marítima através do Porto do Ambriz e
pela Barra do Dande.

2.3 HIDROLOGIA
Uma das suas maiores riquezas é a rede hidrográfica que atravessa este território,
banhado pelos rios Dande, Zenza, Kwanza e Longa. Como não podia deixar de ser,
estes rios são detentores de uma vasta gama de crustáceos e peixes variados entre
os quais a muito apreciada tilápia. As bacias hidrográficas existentes na província
são:
 Barragem das Mabubas;
 Barragem de Quiminha.

25
Os principais rios existentes na província são:
 Rio Bengo;
 Rio Dande;
 Rio Loge;
 Rio Onzo;
 Rio Kwanza;
 Rio Lufumo;
 Rio Lué;
 Rio Longa.

Na região da Pedreira não existe nenhuma bacia hidrográfica, apenas as linhas


criadas pela pluviosidade, o rio Dande se encontra a 10 quilómetros da pedreira.

2.4 RELEVO
A região predomina uma grande extensão aplanada e algumas sobrelevações
podendo atingir 200 m. Na pedreira atinge depressões de 80 a 21 m. A figura 11
apresenta o Modelo Digital do Terreno da área em estudo.

FIGURA 11:MODELO DIGITAL DO TERRENO

2.5 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS


O clima é tropical, megatérmico no extremo sudoeste e mesotérmico na restante
área, diminuindo a humidade de oeste para leste. A precipitação média anual na
26
Província é de 250 - 500 mm durante a Estação Chuvosa - Outubro a abril. A média
anual da humidade relativa varia entre 80% - 85%. A temperatura média anual que
se regista nesta província é:
 Mais de 26 °C durante a Estação Chuva - Outubro a Abril;
 Entre 20 - 22°C durante a Estação Seca (Maio a Outubro).

Vários rios atravessam a província, destacando-se o rio Kwanza, o mais importante


do país e o rio Dande que se encontra nas proximidades da região da Pedreira a 10
km. Na estação chuvosa as margens dos rios ficam submersas. A fauna do Bengo é
rica e variada contando com animais e Aves de várias espécies.

2.6 SOLO E VEGETAÇÃO


A província do Bengo, apresenta um subsolo rico em asfalto e gesso e uma larga e
historicamente conhecida extensão de terra arável. Os tipos de solos que
predominam nesta província são: Ferralíticos e paraferralíticos; Fersialíticos;
Calcários; Arídicos Tropicais; Pouco Evoluídos. Com toda esta riqueza em água e
com um clima propício, apresenta uma flora rica em espécies florestais diferentes.
Os tipos de vegetação que predominam nesta província são:
 Mosaico Floresta - Savana;
 Mosaico de Balcedo - Savana;
 Savanas com ou sem árvores e arbustos e matas tropicais secas.

2.7 CARACTERÍSTICA GEOLÓGICA


Bengo é uma das Províncias de Angola, situada geograficamente no Nordeste (NE)
do País. A capital da província é a cidade de Caxito, no município de Dande.
Compreendendo uma área de aproximadamente 41 000 km².
Esta região cobre a área correspondente a ¼ de grau quadrado (cerca de 3050 km²)
e é delimitada pelas latitudes 8°00’- 8°30’S e pelas longitudes 14°00’-14°30’ leste,
abrangem a folha n° 73 da carta de Angola na escala de 1/100.000. Foi
geologicamente reconhecido pelo autor, ao serviço da empresa do cobre de Angola,
em 1959-1960, também se utilizaram dados reunidos pelo Dr. L.J. Schermerhorn,
em 1959 ao logo do limite norte da área da carta. A maior parte da área pertence ao
conselho de Nambuangongo, distrito de Luanda, com postos administrativos em vila
Geral Freira (Nambuangongo) e Quicunzo; a sudoeste há pequenas áreas

27
pertencentes ao concelho de Caxito e a sudoeste uma outra pequena área que se
situa no concelho de Quibaxe.
A região está enquadrada geologicamente a um período correspondente ao arcaico
inferior separados com arcaico superior pelo limite de idade 3000 ± 100 m.a, as
rochas metamórficas, ultrametamórficas e intrusivas desenvolvidas na área dos
escudos, designadas anteriormente por complexo de base 90 são consideradas
como rochas mais antigas no território de Angola. A área de Caxito Sassa até
Nambuangongo não difere das características supracitadas. As rochas metamórficas
do arcaico inferior estão representadas por gnaisses variados (piroxénicos,
hipersténicos ou piroxénicos com biotita e Granada e outros), xistos, anfibolitos e
mais raramente por eclogitos, quartzitos. Todas estas rochas são atribuídas a fácies
granulítica (B1) e anfibólica (B2) do metamorfismo regional. O arcaico inferior foi
subdividido em dois grupos: inferior e superior.
No grupo inferior fazem parte as rochas constituídas por plagiognaisses piroxénicos,
anfibolitos, eclogitos, gnaisses cordieríticos e silimaniticos, quartzitos ferruginosos
bem como plagiomigmatitos, enderbitos. O grupo superior é constituído por gnaisses
biotítico-horneblendicos, biotitico-hipersténicos e bimicáceos, disténicos e grafitosos,
anfibolitos, xistos Biotíticos.

2.8 TECTÓNICA
No sector angolano da Plataforma Africana destaca-se nitidamente dois andares
estruturais:
 O inferior, isto é, o soco cristalino, que constitui a nossa área de estudo
(complexo litológico-estruturais do Arcaico e do Protorozóico Precoce);
 O superior que corresponde a cobertura da plataforma, constituída pelos
complexos do Protorozóico Tárdio (Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico).
Estruturas do Protorozóico Precoce dos Escudos: “Troughs” de rochas verdes
e depressões.

O complexo de base sofreu enrugamentos, metamorfismo e intrusões de granitos


(S.L.), durante a sua orogenia, provavelmente datada do pré-câmbrico médio e, mais
tarde, juntamente com a série do sansikwa, foi afectado pelo metamorfismo regional
provocado pela orogenia do congo ocidental, aproximadamente há 620 M.A (cahen
1954) e invadido por magmas graníticos. Uma fase posterior de actividade ígnea e
28
apresentada pela intrusão de rochas ultra-máficas. Os efeitos do metamorfismo
regional da orogenia do congo ocidental aumentam regularmente do Nordeste para
sudoeste e distingue-se vária faces e subfaces metamórficas, segundo a
classificação de Turner e Verhoogen em 1960.

Na região nordeste da área estudada, ocorre a fácies dos xistos enquanto, na


restante área se observam rochas pertencentes as fácies de anfibolitos
almandínicos excepto no extremo sudoeste onde foram encontradas algumas rochas
indicativas da fácies granulítica. Os complexos litológico-estruturais do Protorozóico
Precoce (Ciclo Eburneano, 2600-1650 Ma), têm a sua origem nos “troughs” de
rochas verdes, depressões e arqueamentos regionais e correspondem a fase final
de estruturação da crusta continental. Nas estruturas em “troughs” acumularam-se
espessas sequências vulcano-terriginas (Supergrupo Cassinga, Grupos Lulumba e
Uonde). Nas depressões são características intensos fenómenos de magmatismo
originando intrusões estratificadas de gabro-anortositos e granitos. Os
arqueamentos regionais são considerados como o protótipo das estruturas análogas
Fanerozóicas. Herdaram em certa medida as estruturas positivas do ciclo Arcaico e
constituem o campo de desenvolvimento das intrusões ultrametamórficas granitoides
provenientes de uma diferenciação magmática por fases, com predominância de
variedades potássicas. Formaram-se assim cúpulas graníticas de terceira fase,
estas estruturas distinguem pela sua fraca densidade por uma tendência constante
de soerguimento e pela heterogeneidade da sua composição: nas áreas
remobilizadas devido ao desenvolvimento de cúpulas graníticas preservaram-se
fragmentos sólidos da crusta continental primitiva.

Os cortes geológicos dos depósitos terrígenos e vulco-terrígenos metamorfoseados


(Grupos Oendolongo, Luana e Maiombe) apresentam-se completos e tendo-se
preservado apenas sinclinais intercupulares e em estreitos grabens lineares
(depressões) dentro dos limites dos blocos sólidos. Do ponto de vista muito restrito à
nossa região de estudo é atravessada por 3 falhas, onde duas delas intersectam o
troço rodoviário, estando outra localizada fora dos limites da estrada. Todas as
falhas constituem filões de rochas magmáticas. (OTANÕ NOGUEL 1998).

29
FIGURA 12:GNAISSE COM FILÃO DE QUARTZO E XISTO

(OTANÕ NOGUEL 1998)

2.9 RESERVAS
O desenvolvimento da exploração na pedreira é feito em flanco de encosta, tomando
como profundidade máxima de escavação 60 metros (seis bancadas de 10 metros
de altura cada), banquetas de segurança finais com 6 metros de largura média,
prevendo a ocorrência de 5 % de material estéril e massa volúmica do material a
extrair de 2,65 ton/m3. Ocupa uma extensão de cem (100) hectares, cuja área de
exploração é de 384 m², estimamos como reservas úteis, cerca de 29.000.000
toneladas (10.940.000 m3 “in situ”), somente 25 % desta se encontra em exploração,
tendo vida útil de 48 anos. A produção anual prevista da pedreira será cerca de
600.000ton (226.400m3 “in situ”). (LOPES 2015).

2.10 CARACTERIZAÇÃO MINEIRO TÉCNICA DA PEDREIRA


GEOMINERAL

2.10.1 FASES DE TRABALHO DE ABERTURA DO JAZIGO


Para que se possa dar início aos trabalhos de terraplanagem, escavação e
movimento de terras, será aberto um acesso com largura e inclinação adequadas,
de tal forma que permita a circulação dos equipamentos, viaturas e pessoas em
boas condições de segurança. A partir do acesso geral, que se desenvolverá desde
a estrada das Mabubas, até à área de implantação da britagem, serão construídas
pistas de circulação interna, de forma a dar ligação às diversas frentes de trabalho.
Em seguida dar-se-á início à desmatação da área onde será necessário efectuar
trabalhos de escavação e movimentação de terras. Finalmente será executada a
escavação e terraplanagem das plataformas, para implantação da unidade de
britagem. Simultaneamente também se dará início à traçagem, propriamente dita,
das frentes de desmonte de rocha.

30
2.10.2 METÓDOS DE ABERTURA DO JAZIGO CARGA E TRANSPORTE DE
MATERIAL
As acções de desmonte da área, serão precedidas por operações preparatórias da
lavra que pretendem assegurar os parâmetros de segurança, economia, do bom
aproveitamento do recurso mineral e de protecção ambiental. Estas operações
preparatórias consistem na desmatação e na construção de uma rampa de acesso à
pedreira e na construção da rede de drenagem periférica. A remoção, do material
desmontado através da pega de fogo, será efectuada por escavadoras hidráulicas e
pá carregadoras. As figuras 13 e 14 exemplos de máquinas usadas na remoção de
estéril e do material util.

FIGURA 13:ESCAVADEIRA HIDRAULICA NA FRENTE DA EXTRAÇÃO

(NICOLAU 2014)(CATERPILLAR (2014)

FIGURA 14:CARREGADEIRA SOBRE ESTEIRAS


(NICOLAU 2014) (CATERPILLAR (2014)

Estes equipamentos, efectuam a selecção primária na frente de desmonte, com o


objectivo de selecionar e segregar os blocos com dimensão superior à abertura da
“boca” do fragmentador primário. Os blocos de maior dimensão, seleccionados e
segregados na frente de desmonte, poderão ser stocados em local apropriado, para
posterior expedição e aplicação como enrocamentos, ou então serem sujeitos a uma
fragmentação secundária, com recurso aos explosivos ou em alternativa recorrendo

31
a um martelo hidráulico quebrador, equipado numa escavadora hidráulica. A figura
15 mostra uma das escombreira da geomineral.

FIGURA 15:ESCOMBREIRAS DA PEDREIRA


(NICOLAU 2014) (CATERPILLAR (2014)

2.10.3 SISTEMA DE EXPLORAÇÃO


São considerados parâmetros de um sistema de exploração os seguintes:
Altura da bancada, Largura do posso de escavação, Largura da bancada, Frente de
corte e Ângulo das bordas finas com bermas de transporte de segurança.
(AUSTRALIA, 1995). O sentido do desenvolvimento da frente será de Oeste a Este
(W-E), isto para aceder rapidamente a rocha pretendida a exploração, o avanço da
exploração é frontal em relação ao “morro”. A seta da imagem indica o sentido de
exploração do novo horizonte, como mostra a figura 16.

w E
w
w

FIGURA 16:INDICAÇÃO DO SENTIDO DE EXPLORAÇÃO(OESTE-ESTE)


(NICOLAU 2014) (CATERPILLAR (2014)

2.10.4 EQUIPAMENTOS DE EXPLORAÇÃO


Para a escolha do tipo e dimensionamento dos equipamentos devem-se levar em
consideração diferentes factores, como a escala de produção, capacidade financeira
do grupo minerador, características da mina testando-se as diversas alternativas
possíveis (PINTO 1999).

32
A execução das operações unitárias numa exploração mineira requer meios
tecnológicos, isto é, máquinas e equipamentos adequados. Ver as figuras 17, 18 e
19.

FIGURA 17:RETROESCAVADEIRA

(NICOLAU 2014)(CATERPILLAR (2014)

FIGURA 18:CAMIÃO FORA DE ESTRADA USADO NA


PEDREIRA
(NICOLAU 2014)(CATERPILLAR (2014)

FIGURA 19:PERFURATRIZ HIDRAÚLICA

(NICOLAU 2014) (CATERPILLAR (2014)

2.10.5 EQUIPAMENTOS MINERO USADOS NA GEOMINERAL


33
O êxito de um determinado trabalho minero está em parte dependente dos meios ou
equipamentos disponíveis para a execução de tal actividade. A escolha destes
equipamentos é normalmente baseada no seguinte: como mostra a tabela 7,
(FERREIRA 1999).

Tabela 6:Equipamentos para selecção de maquinas (NICOLAU 2014)


Parâmetros para a Capacidad Diferentes Altura Cadeia Fonte de Produção e
seleção de e da mina operações da de energia harmonia entre
maquinas mineiras bancada produção disponível máquinas
Características do 600.000 ton- 10 m Britadeira Elétrica Transporte e de
jazigo(Forma, Perfuraçã se Combustiv lavaria
inclinação, o Esteiras el
espessura, tipo de -Arranque
rocha) -
Escavaçã
o
-
Transport
e

A tabela 8 apresenta a descrição dos equipamentos existentes na Geomineral para


a extracção e transporte do jazigo.

Tabela 7:Relacção dos equipamentos mineiros na pedreira (NICOLAU 2014)


DESCRIÇÃO DO SITUAÇÃO
QUANTIDADE UTILIDADE
EQUIPAMENTO TÉCNICA
Escavadora giratória, Operações de
KOMATSU PC-450, capacidade 1 destape e Operacional
do balde 3 m¬3 carregamento
Escavadora giratória, CAT 325 Operações de
D, capacidade do balde 1.9 m¬3 1 destape e Operacional
carregamento
Escavadora giratória, CAT 365 1 Operações de Avariada

34
C, balde 5 m¬3 destape e
carregamento
Camião articulado, CAT 735, Transporte do
capacidade de carga 35t, 22 2 material útil/material Operacional
m¬3 estéril
Camião articulado, CAT 735, Transporte do
capacidade de carga 35t, 22 1 material útil/material Avariado
m¬3 estéril
Pá-carregadora, Carregamento dos
CAT,966,capacidade da 1 compradores e Operacional
caçamba 3.6 m¬3 transporte de carga
Pá- carregadora, CAT Alimentação da
962,capacidade da caçamba 3.2 1 instalação de Operacional
m¬3 tratamento
Perfuração do
Perfuratriz, ROC D7 1 Operacional
maciço rochoso
Limpeza dos furos
Compressor 1 Operacional
da malha de fogo
Cisterna acoplada ao tractor Irrigação das pistas
1 Operacional
agrícola
Carro multifuncional(Manitú), Serviços de
1 Operacional
CAT TH580 elevação

2.10.6 TRABALHOS DE PERFURAÇÃO E EXPLOSÃO NA PEDREIRA


GEOMINERAL
Segundo Ricardo e Catalani (2007), para que se possa escolher o tipo de explosivo
certo, é necessário levar em consideração alguns factores, como: Dureza da rocha
(dura, média, branda); Tipo de rocha (ígnea, metamórfica, sedimentar); Natureza da
rocha (homogênea fraturada); presença de água; Região a que se destina (carga de
fundo, carga de coluna) e diâmetro dos furos (BENEDITO 1998).
Para a pedreira em estudo, não basta estes pontos mais também o tipo de
explosivos disponíveis no mercado Angolano com dinamite na carga de fundo e Anfo
na carga de coluna. Carga de fundo: Tem a maior concentração de explosivo,
35
distribuído por igual na extensão 1,3 V. Deve ter concentração Cf em g/m igual ao
quadrado do diâmetro do furo em mm.

TABELA 8:Caracteristicas das substâncias explosivas


Densidade da substância explosiva ρ se ( g/ cm³) 0,8
Velocidade de detonação Vd (m/s) 2900
Calor da explosão, Q ( Kj/kg) 4305
Anfo
Peso por saco q (kg) 25
Pressão de detonação, Pd (Mpa) 100
Índice da adiabática dos produtos da explosão 2,84
Densidade da substância explosiva ρ se ( g/ cm³) 1,20
Velocidade de detonação Vd (m/s 5000
Reogel Calor da explosão, Q ( Kj/kg) 5684
Kupula Peso por saco q (kg) 1200
Pressão de detonação, Pd (Mpa) 55
Índice da adiabática dos produtos da explosão 300

Quando detonadas várias linhas de fogo, as mais distantes da face têm quantidade
maior de explosivo, para conseguir empurrar o material das primeiras linhas. Carga
de coluna: Concentração Cc de 40 a 50 % da concentração da carga de fundo,
distribuída na extensão lc = H1 - 2,3 V. A distribuição é conseguida por espaçadores
de material inerte, ver figura 20.

FIGURA 20:DETONADORES
(NICOLAU 2014)
Dependendo da fiabilidade dos explosivos e das condições climatéricas, poderá ser
necessário usar cordão detonante, ao longo de todo o furo, para garantir a

36
detonação de toda a carga explosiva. Ilustrações da aplicação de alguns acessórios
de detonação figura 21.

FIGURA 21:APLICAÇÃO DOS ROLOS DE CORDEL DETONADOR


(NICOLAU 2014) )

O disparo será eléctrico, com recurso a detonadores eléctricos, micro retardados de


25 milissegundos, utilizando um detonador por furo. Os furos, para carregamento do
explosivo, serão sub verticais (inclinados de 15º), segundo fiadas simples ou duplas
e serão executados por um equipamento de perfuração hidráulico, cabinado,
equipado com clinômetro, controlador da profundidade do furo e com captador de
poeiras. O carregamento dos furos será feito por pessoal especializado e
devidamente credenciado para o efeito. Depois de devidamente carregados, todos
os furos serão tamponados e escorvados com os respectivos detonadores e
finalmente será efectuada a ligação do circuito eléctrico. A autorização para efectuar
o disparo só será dado depois de retirados para zona de segurança (LOPES 2015).
O método de explosão a utilizar será o método de explosão a pré-corte, tendo em
conta a eficácia de tal método, pois garante uma diminuição das vibrações; Bom
montão de rocha quebrada e boa utilização da energia do explosivo (BENEDITO
1998).

2.10.7 EXPLOSÕES SECÚNDARIA DAS ROCHAS SUBREMEDIDAS


Dados estatísticos, afirmam que 5% do volume total da rocha arrancada num ano
constituem blocos graúdos e que é necessário efectuar explosão secundária. Assim,
o volume de blocos grandes será como mostra a formula abaixo descrita.
Vb = 0,05 x Vt
Onde: Vb: volume de blocos
VT: volume total de trabalho.
37
A productividade dos equipamentos de perfuração se considera tendo em conta as
condições reais de trabalho destes equipamentos, suas características técnicas e
seu coeficiente de utilização que equivale a 75% (0,75).

CAPÍTULO III ANÁLISE E RESULTADOS

3.1 ABERTURA DE UM NOVO HORIZONTE DE EXTRAÇÃO


38
3.1.1 VIAS DE ACESSO
Para que se possa dar início aos trabalhos de terraplanagem, escavação e
movimento de terras, será aberto um acesso com largura e inclinação adequadas,
de tal forma que permita a circulação dos equipamentos, viaturas e pessoas em
boas condições de segurança. A trincheira de entrada é uma escavação em forma
de valeta inclinada.
Para preparar um nível para os trabalhos de extração ou de desmonte, pratica-se
uma trincheira de preparação, que é a continuação da entrada. A diferença desta
última, a trincheira de preparação não tem pendente. A pedreira foi aberta por um
caminho de III categoria, dos caminhos em exploração mineira aproximadamente de
1.5 km de longitude, o qual serve de acesso ao novo horizonte de extracção, como
mostra a figura 22.

FIGURA 22:UM DOS ACESSOS DA TRINCHEIRA

Também como vias de aceso ao nível, temos a trincheira que se utilizará como via
de transporte da rocha útil da fronte para a planta agilizando os trabalhos de
transportação. Esta trincheira terá uma largura de 16.5m (duas vias), uma longitude
de 106 m e a área da mesma de 1749 m 2 e um volume de 3533m 3. A pendente
máxima desta trincheira será de 8%. Como mostra a figura 23 da trincheira.

39
FIGURA 23:ESBOÇO DO PLANO DA TRINCHEIRA DE ABERTURA
DO NOVO HORIZONTE DE EXTRACÇÃO

3.1.2 VELOCIDADE DO AVANÇO DA ABERTURA DA TRINCHEIRA


Se determina pela seguinte expressão:

40
Lt∗Qd 106∗1400
Va= = =8 ,835 m/dia
Vta∗Ke 16760 .86

Onde:
Lt – longitude da trinchera(m)
Qd – productividade diaria dos equipamentos de carga(m 3/dia).
Vta – volume de abertura da trincheira e considerando o coeficiente de
empolamento(m3).
Ke – coeficiente de escoamento 1.5.

3.1.3 CÁLCULO DO TEMPO DE TRABALHO DE ABERTURA DA TRINCHEIRA


Este cálculo será feito pela fórmula seguinte:

Lt 10
Ta= = =11 , 97 dias
Va 8 , 835

3.2 PARÂMETROS GEOMETRICOS DA TRINCHEIRA NA PEDREIRA


Segundo os dados da empresa e de acordo com os tipos de equipamentos que
transitarão por estes caminhos, a trincheira deve ter uma largura de fundo de 16.5m,
largura da parte superior com uma superfície de rodagem de 18,5m com uma
profundidade final de 10m, inclinação das paredes de 87º, comprimento da parte
superior de 50m e a inferior de 16,5m assim como ilustra a figura 24 o esboço da
trincheira.
A mesma terá sete filas e vinte linhas como mostram as figuras 25 e 26.

FIGURA 24:ESBOÇO DO PLANO DE COMO SERÁ ABERTA A TRINCHEIRA

3.3 RESULTADO DO CALCULO DOS FUROS

41
Para abertura da trincheira pretendida vai ser necessários fazer furos no maciço
para este é feito depois da perfuração, podemos ter a ideia de quantos furos
teremos na base de cálculo a seguir (ver as equações de 21 até 31 em anexo)

Os resultados que aparecem na tabela 10 é o resumo dos cálculos que se


realizaram na base a metodología anteriormente exposta.

42
FIGURA 25:PERFIL TRANSVERSAL DA
TRINCHEIRA

43
FIGURA 26:PERFIL LONGITUDINAL DA TRINCHEIRA

44
TABELA 9:RESUMO DOS CÁLCULOS DOS FUROS

45
3.4 RESULTADO DOS CÁLCULOS DOS TRABALHOS DE PERFURAÇÃO
E DE EXPLOSÃO PARA A CONSTRUÇÃO DA TRINCHEIRA

A trincheira devido a diferença na sua altura faz-se o necessário emprego de várias


metodologias de cálculo, assim como de diferentes equipamentos de perfuração
com distintos diâmetros e substâncias explosivas. Para o caso de que se empregue
diâmetro de 76 mm a distância entre furos e a distância entre filas é igual a 1m de
acordo com do tipo de rocha a explorar, o ângulo de inclinação do furo é de 75º. Os
furos de contorno serão localizados a 0,25m da parede da trincheira.

A substância explosiva a utilizar é o Anfo que tem (q) gasto específico de 4,01 kg/m 3,
e dinamite na carga de fundo. Tendo em conta estes dados aplicam-se as seguintes
equações (ver em anexo).

Uma vez realizados os trabalhos dos cálculos dos furos dos explosivos a serem
utilizados na área (espaço) onde será projectada a trincheira se obteve os seguintes
valores que se resumem na tabela já a seguir, tabela 11.

Para o cálculo de consumo de detonadores, para a explosão primária se recomenda


o uso de explosão microretardada pelas seguintes vantagens:

 Diminuição de efeito sismico da explosão

 Melhora a qualidade de fragmentação do maciço prentidida

 Diminui a largura, troca a direcção de arranque ou forma de dispersão.

Com a heterogeneidade das rochas, o cálculo do plano de fogo carece de um


processo contínuo de ensaio e apreciações que compõem o ajuste por ensaio.
Partindo das premissas iniciais para o cálculo dos parâmetros, tem-se a primeira
geometria do plano de fogo e o cálculo das cargas explosivas, sendo que depois das
análises dos resultados, estes sofreram os devidos ajustes até que o resultado
esperado em granulometria do material seja alcançado.

Para o estudo será calculado os parâmetros do plano de fogo, sendo estes variados
e combinados de acordo com a granulometria desejada, sendo esta função do
tratamento e utilização posterior do material, que na seguinte situação é para a
produção de agregados para construção civil. O estudo do plano de fogo será
apresentado uma análise sobre a fragmentação da rocha, pois uma fragmentação

46
de má qualidade resultará em maiores custos no desmonte secundário quanto no
carregamento, transporte, britagem e manutenção dos equipamentos.

Se propos realizar uma malha de perfuração e explosão com conexão em paralelo


dos cabos electricos, figura 27, de modo que a sequência de saida das filas da
explosão seja em forma de cunha, anicialmente por zero centra a trincheira (furo
zero), com a sequência de acesso dos furos 1,2,3,4,5,6,7,8…áte a ultima fila 21.

O sequenciamento da detonação, também, é factor extremamente importante para o


sucesso do desmonte de rocha. O tempo de detonação de cada furo tem
implicações na fragmentação do material, no lançamento e na geração de vibrações
no terreno e ruídos.

Retardos muito pequenos provocam o movimento das últimas fileiras de furos, antes
que ocorra o movimento de rocha correspondente ao primeiro afastamento. Isso faz
com que ocorra uma menor fragmentação do material e possivelmente crie
problemas de fraturamento da rocha.

47
TABELA 10:RESUMO DOS VALORES DE CADA FURO

48
FIGURA 27:MALHA DE PERFURAÇÃO EM PARALELO E SEQUÊNCIA DE
ACESSO DOS FUROS DA TRINCHEIRA

49
3.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO E HIGIENE DO TRABALHO
As medidas de Proteção e Higiene do trabalho são de vital importância para o
melhor desenvolvimento e organização dos trabalhos na pedreira, já que a sua vez
assegura a proteção do operário no seu local de trabalho, evitam as irregularidades
que podem colocar em perigo a vida dos mesmos e a destruição dos equipamentos
que são utilizados nos trabalhos mineiros.
De acordo às regras de segurança, proteção e higiene do trabalho para a exploração
dos jazigos de rochas úteis a céu aberto vigentes no nosso país, como medidas de
proteção temos as seguintes:
A exploração de jazigo deve realizar-se de acordo as soluções dadas nos seguintes
documentos:
 Plano dos trabalhos mineiros.
 Relatório Geológico.
 Actualizações topográficas da pedreira.
 Relatório Hidro geológico detalhado e actualizado da pedreira.
 Projecto de exploração aprovado pelo organismo competente.
 Os operários que desejam trabalhar na Pedreira devem passar por um curso
de aprendizagem sobre as técnicas de segurança e primeiros socorros.
 O trabalho com equipamentos mecánicos e transporte só se permitirão
executar pessoal que passe um curso e alcance a qualificação requerida.
 A direção técnica dos trabalhos mineiros estará a cargo do pessoal designado
pela direção da empresa.
 Os equipamentos mineiros e de transportação devem revisar-se
periódicamente para que mantenham um bom estado e os equipamentos com a
sinalização, freios, proteção das partes móveis e as medidas contra incêndio, além
disso, devem ter também.

3.5.1 TRABALHOS MINEIROS


1. Os equipamentos mineiros deverão localizar-se na praça de trabalho fora do
prisma de explosão ou desmoronamento.
2. Os responsáveis pelos trabalhos mineiros estão obrigados a levar o controle
permanente do estado dos borde dos degraus, e em caso de detectar possibilidades
de deslocamento das rochas os trabalhos devem parar.

50
3. A altura de dispersão da massa rochosa voada não deve ultrapassar de 1.5
vezes a altura máxima de carga da escavadora. Em caso de exceder-se esta
magnitude, deve diminuir-se até o plausível por meio do Buldózer.
4. Ao cessar os trabalhos, as equipes utilizadas na frente de extração e em
transporte de materiais se situarão no lugar seguro, com a cabine fechada e a fonte
de alimentação desconectada.
5. É proibido descansar nas frentes de trabalho, perto dos taludes dos terraços e
dos mecanismos em funcionamento, nas vias de acesso e suas imediações e
debaixo dos equipamentos estacionadas.
6. Durante a carga descarrega trituração de rochas à mão e outros trabalhos
similares, os trabalhadores usarão óculos protetores com cristais inquebráveis e
luvas apropriadas para o tipo de trabalho.
7. As escavações que apresentam perigo de queda para as pessoas serão
isoladas convencionalmente, colocando-se letreiros preventivos nas zonas de maior
periculosidade.

3.5.2 TRABALHOS DE PERFURAÇÃO E EXPLOSÃO


Durante a execução dos trabalhos de explosão é necessário cumprir o estabelecido
sobre o documento sobre regulações sobre segurança do trabalho, assim como as
disposições definidas neste projecto.
Na execução de cada explosão é necessário determinar a distância de segurança às
quais deve permanecer o pessoal, as instalações e os mecanismos. As distâncias
de segurança se determinam segundo os seguintes factores:
 Ação da onda explosiva;
 Acção sísmica da explosão;
 Voos dos pedaços de rochas;

De todas as distâncias de segurança calculadas se toma a maior e do limite do bloco


a voar no degrau da pedreira se marca um raio igual ao valor maior da distância de
segurança.

51
3.5.2.1 DETERMINAÇÃO DAS DISTÂNCIAS DE SEGURANÇA SÍSMICA
DURANTE AS EXPLOSÕES

Durante as explosões a determinação da distância na qual a oscilação do terreno


provocado pela explosão de uma só vez, com a carga concentrada do explosivo,
faz-se não perigosa para os edifícios e instalações a qual pela seguinte fórmula:
3
δ S =K C∗α∗√Q 0
Onde:
 S : distância desde o ponto da explosão

KC: Coeficiente que depende das características do terreno de base das construções
a proteger, neste caso: 5
 : coeficiente que depende do índice de acção da explosão, nas pedreiras as
explosões do solo se realizam para a fragmentação das rochas pelo que  =1
Q0: peso completo da carga para um só tempo
Q0=5000 kg
Substituindo:

 S  5 *1 * 3 5000  S  85.5 metros


Ao realizar as explosões em pedreiras perto dos objetivos, a distância de segurança
se aumentará não menos de duas vezes, ou seja:
 S  171 metros .

3.5.2.2 DETERMINAÇÃO DA DISTÂNCIA DE SEGURANÇA SEGUNDO A


AÇÃO DA ONDA EXPANSIVA (AÉREAS)

Á distância na qual a onda da explosão na superfície perde a capacidade de


deterioração de uma intensidade determinada se calcula pela fórmula:

TB=KB*
Q

Onde:
TB; distância de segurança.
KB: coeficiente de proporcionalidade cuja magnitude depende das condições de
localização e da magnitude da carga, assim como de carácter do terreno.

KB=5*2 KB=10 TB=10* 5000 TB=707 metros.

52
3.5.2.3 DETERMINAÇÃO DO RAIO DA ZONA PERIGOSA DO VÔO DOS
PEDAÇOS DE ROCHA DURANTE A EXPLOSÃO

A magnitude do raio da zona de perigo, segundo o voo de alguns pedaços de rocha,


depende do índice de acção da explosão (n) e da longitude da linha de menor
resistência (w), a tabela 12 mostra alguns resultados dos raios durante a explosão.

TABELA 11:Dados de raio da zona perigosa


Línha de menor resistência. Raio da zona perigosa ( m )
W(m) Para pessoas Para mecanismo e construção
1.5 200 100
2.0 200 100
4.0 300 150
6.0 300 150

Segundo esta tabela, encontrou-se para a linha de menor resistência:


W = 3.39 m, de substância explosiva Anfo
Para pessoas 275 m.
Para mecanismos 137 m.
Resumindo as distâncias de segurança determinadas pelos distintos factores
considerando o uso de S.E nitromiel refletimos a seguir:
1. Segundo a acção sísmica da explosão 171 m.
2. Segundo a acção da onda explosiva 707 m.
3. Segundo o voo dos pedaços de rocha:
Para pessoas: 275 m; para mecanismos: 137 m.
Antes de iniciar os trabalhos de explosão se deve estabelecer os limites da zona de
perigo.

3.6 REGRAS GERAIS DE SEGURANÇA NA PERFURAÇÃO E EXPLOSÃO


As brocas da perfuradora, devem estar fechadas com rolhas que se colocarão uma
vez terminada a perfuração das mesmas. Os trabalhos de carga das furadeiras e
brocas devem estar a cargo do pessoal qualificado este caso o artilheiro o qual
comprovará minuciosamente a execução de dita tarefa.

53
 Escavadoras
A escavadora deve estar localizada em uma base estável e horizontal de degrau e
proibida transitar ou situar-se dentro do raio de giro da escavadora quando esta está
em funcionamento. Para a carga do material aos caminhões, operador da
escavadora dará o sinal convindo à entrada e saída dos caminhões.
 Bulldózer
Se Proibe o trabalho do Bulldózer em direção transversal ao pendente. A
manutenção, lubrificação e regulação do Bulldózer devem realizar-se em um largo
horizontal, com o motor desligado. Os ângulos máximos de parâmetros da frente
durante o trabalho não deve exceder nas subidas de 25º e na descida com carga de
30º.

3.7 MEDIDAS MINIMIZADORAS DOS IMPACTOS DA EXPLORAÇÃO NO


AMBIENTE
Para diminuir e minimizar os incómodos próprios deste tipo de actividade, a
empresa, programará algumas medidas, de âmbito prático, entre as quais
salientamos:
- Carro de perfuração cabinado, dotado de reservatório de água pressurizada
para pulverização, na fase do emboquilhamento do furo e captador de poeiras,
evitando desta forma a formação de poeiras resultantes da operação de perfuração;
- Aplicação de um diagrama de fogo com parâmetros bem definidos, com a
execução de furos inclinados e utilização da técnica de disparo eléctrico com
detonadores micro retardados, condições que permitem uma detonação controlada,
conduzindo à redução substancial do nível de vibrações transmitidas ao solo,
diminuição drástica de eventuais projecções indesejáveis e a garantia de obter um
paramento de corte mais homogéneo e estável;
- Aspersão de água nos caminhos, de modo a evitar o levantamento de poeiras
provocadas pela circulação de viaturas e máquinas;
- Instalação e manutenção de sistema automático de despoeiramento, por via
húmida, na unidade de fragmentação e classificação, para evitar a formação de
poeiras;

54
- Manutenção da rede de drenagem quer na área explorada, quer na área
envolvente, para evitar o transporte de material sólido em suspensão, aquando das
chuvas intensas;
- Manutenção dos acessos às frentes de trabalho, para minimizar as vibrações.
Transmitidas aos condutores das máquinas, reduzir o desgaste dos equipamentos e
diminuir a emissão de CO2;
- Recuperação, com os materiais estéreis anteriormente armazenados, das áreas de
extracção esgotadas;
- Armazenamento e reutilização da água pluvial que se acumule no fundo da
pedreira, quer na rega dos acessos quer no sistema de despoeiramento;
- Acondicionamento e gestão adequada dos resíduos gerados em toda a actividade;
utilização de equipamentos e máquinas tecnologicamente evoluídas. (Benedito A.,
1998).

3.8 RECUPERAÇÃO DAS ÁREAS DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO


Minerar é a arte de extrair economicamente bens minerais da crosta terrestre
utilizando técnicas específicas a cada situação em que estas técnicas reduzem os
impactos ambientais ao meio ambiente, dentro das normas da conservação mineral,
e tem como compromisso a recuperação das áreas mineradas durante a extracção e
após o fechamento dando a estas áreas seja outro tratamento apropriado.
Uma extracção económica é aquele que todos os bens minerais exigem na duração
de procedimentos e aproveitamento com ganho das riquezas minerais existente na
natureza. A conservação mineral caracteriza-se pela activa descoberta e
consequente aumento das reservas disponíveis, pela extracção, pela adequada
utilização de materiais.
A recuperação de áreas degradadas pela mineração faz parte de um compromisso
assumida pela empresa desde o momento da cedência de uma parcela de terra para
a exploração minera. Estes processos de recuperação podem ser feitos durante a
lavra, quando a exaustão de algumas frentes e após o fechamento da mina
(pedreira).
Para que isso ocorra nestas áreas aproveitadas é necessário um planeamento
desde o início das actividades minerais e este planeamento deve ser revisto
periodicamente ao longo da vida útil da pedreira.

55
A mineração a céu aberto resulta da destruição da vegetação existente e no perfil do
solo. Segundo o Ferreira (1995) a deterioração, desgaste, estrago: degradação de
rochas (MOISÉS, 2003). A degradação ambiental ocorre quando há perda de
adaptação as características físicas, químicas e biológicas e é inviabilizado o
desenvolvimento socioeconómico.
O passivo ambiental que é um termo usado no sentido monetário “para conotar o
acumulo de danos infligidos ao meio ambiente natural por uma determinada
actividade ao pelo conjunto de acções humanas”.
Segundo Ribeiro (2000), o passivo ambiental é constituído pelas expectativas de
sacrifícios de benefícios futuros, impostos pela legislação e regulamentações
ambientais (taxas, contribuições e multas) em decorrência de ressarcimento a
terceiros por danos provocados, estimativos de gastos para recuperação de áreas
degrada das por iniciativa própria, ou seja, exigida por lei ou terceiros.
Segundo a Environmental Protection Agency (E.P. A) da Austrália (1995) explica que
os objectivos da recuperação dos espaços degradados pela mineração são de
conversão da área para uma condição segura e estável a restaurar a área a sua
condição anterior a mineração, (AUSTRALIA, 1995).

3.9 PRINCÍPIOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


A mineração, independentemente do tipo ou características do depósito mineral,
pode causar distúrbios na paisagem, a lavra a céu aberto pela maior movimentação
de materiais, impacta de mineira acentuada a superfície com significativas
mudanças na topografia e estabilidade da paisagem, além da remoção e disposição
de rocha estéril. Segundo Austrália (1995), destaca alguns itens necessários e
importantes para o princípio de recuperação de áreas degradadas como:
Preparar a recuperação por meio de planos no inicio da mineração é necessário um
plano prévio e dinâmico o suficiente, para ser aperfeiçoado ou modificado durante a
vida da mina; Recuperar progressivamente a área á medida que a lavra avança,
diminuir a quantidade de área a ser recuperado da mina (pedreira) e os custos de
recuperação, quando do fechamento da mina (pedreira);
Preparar o solo após a lavra para permitir infiltração de ar, água e o crescimento da
raiz, necessidade a descompactação do solo lavrado para permitir a instalação da
vegetação e monitorar e gerenciar as áreas recuperadas ate a vegetação tornar-se

56
autostentavel e a completa integração da área reabilitada as áreas circunvizinhas
(Australia, 1995).

3.10 MEDIDAS DE RECUPERAÇÃO PARA AS ÁREAS DEGRADADAS


Segundo o Bittar (1995) explica que as medidas de recuperação visam a correcção
de impactos ambientais negativos verificados em uma determinada mina ou
pedreira, exigindo soluções especiais, adaptadas as condições já estabelecidas e
comumente utilizados em mineração, são baseados em observação de campo e
geralmente envolvem aspectos do meio físico (BITTAR O. Y., 1995).
As medidas de recuperação citadas apresentam uma ampla variedade de
possibilidades. Em geral, é notável o domínio de medidas que expressam a
conjugação de técnicas de vegetação com procedimentos de natureza geotécnica.
Medidas de remediação são lembradas desde o tratamento de efluentes líquidos
proveniente de oficinas de manutenção de máquinas e equipamentos, na instalação
de caixas de retenção e coleta de óleos.

 Encerramento da pedreira
Segundo Vale (2000) é o processo que acompanha o ciclo de vida da mina e
encerra as actividades de descondicionamento e restauração (RIBEIRO, 1998). Os
objectivos do fechamento de uma pedreira são:
 Proteger a saúde humana e do meio, ambiente mediante a manutenção da
estabilidade física e química;
 Possibilitar a reutilização da terra uma vez que as operações mineiras sejam
concluídas;
 Minimizar, em longo prazo, a responsabilidade das empresas de mineração
com o meio ambiente.

Os problemas ambientais causados pelo fechamento inadequado de uma pedreira é


fruto da falta de um plano de fechamento que não foi posta em conta antes do início
da operação ou durante a operação ou durante a operação da mina e seja
implementada ao longo da sua vida útil.
O bom conhecimento dos custos de desactivação é fundamental num processo de
desactivação, quanto mais cedo se pensa e se prepara para o fechamento da mina,
menores serão os investimentos.
57
CONCLUSÕES

1 Através de uma trincheira inclinada se realizará a abertura de um novo


horizonte que proporcionará que a pedreira amplie o seu tempo de vida útil.
Deixaram-se reservas preparadas para a produção futura;

2 Este trabalho permitiu a construção de uma trincheira inclinada com a


aplicação de Anfo como substâncias explosivas já utilizadas na pedreira da
Geomineral (Bengo);

3 O estudo das condições de trabalho e características geológico-mineiras


demonstra que até a data não existe uma variante de desenho de uma
trincheira inclinada para a preparação dos novos horizontes de exploração na
pedreira de Sassa;

4 As medidas propostas permitem diminuir o impacto ambiental da zona em


exploração numa pedreira a céu aberto em estudo.

58
RECOMENDAÇÕES

1. Realizar controlos e levantamento sistemático das explosões, durante


a exploração a céu aberto do jazigo de Sassa;

2. Aplicar a proposta de desenho de novo horizonte de exploração na


pedreira Sassa localizada na província do Bengo;

3. Aperfeiçoar os trabalhos de separação de rochas com explosivos para


reduzir a fragmentação secundária e evitar o acúmulo de pedras de
grandes dimensões que dificultam o trabalho na pedreira.

59
REFERÊNCIAS

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61
GLOSSÁRIO

As rochas do substrato: São da era pré-câmbrica e compreende três unidades: do


arcaico inferior, arcaico superior ou tardio e o protorozóico inferior, (Moises, 2003).

As rochas de cobertura: São pós pré- câmbrica, e compreendem as unidades do


supergrupo: Karro, formação intercalar, formação Cuango, formação Calonda e
grupo Kalahari. (Moises, 2003).

Estéril (rocha de cobertura): Agregado de minerais presentes numa mina, mas que
não possui valor económico, embora muitas das vezes, tenha que ser removido para
permitir o acesso ao minério. (Lemos, C., 2009).

Exploração: Conjunto de actividades que tem como finalidade o desmonte e a


extracção dos recursos minerais. (Tadeu D., 1995).

Explosão: É a fragmentação de um maciço rochoso através da libertação da


energia química contida em um explosivo, em um lugar e em uma quantidade
adequada. (D. Fernando, 2002).

Encerramento da mina: O encerramento normalmente ínclui a implementação de


medidas tais como a remoção de instalações, estabilização física, química,
recuperação e reabilitação de solos, revegetação e hábitats de meios acuáticos.
(Vale, 2000).

62
Gnaisse: Rochas metamórficas, de textura xistosa aparente, essencialmente
constituídas por quartzo, feldspato e mica. (Maia C. e Costa F., 1959).

Horizonte de extração: O plano horizonte ou quase horizontal de uma mina


(pedreira) onde se localizam os processos mineiros de separação das rochas,
transporte mineiro e outros processos auxiliares. (Guerrero A. et. Al, 2006).

Impacto ambiental: Qualquer mudança do ambiente, para melhorar ou piorar com


efeitos especialmente no ar, na terra e na saúde das pessoas. (Lemos, C., 2009).

Jazigo: Depósitos minerais de minério com valor económico recuperável e


tecnicamente explorável, (Tadeu D., 1995).

Método de desmonte: Processos utilizados para proceder ao arranque do minério


do maciço (Tadeu D., 1995).

Método de lavra: Processos utilizados e de soluções adoptadas para a remoção da


substância útil contida numa fracção de jazigo. (Tadeu D., 1995).

Mineração: Agrupamento dos processos, trabalhos, ocupação e indústrias


relacionadas e envolvidas na extracção de minerais da terra. (Lemos., 2009).

Mina: Conjunto ou sequência de diferentes escavações minerais que o homem


constrói para através delas penetrar de forma organizada na crusta terrestre,
utilizando ferramenta, introduzindo energia, ar fresco, água e evacuando o ar
viciado. (Tadeu D., 1995).

Minério: Rocha, ou mineral que contém um metal que pode ser extraído
lucrativamente. (Faria C. ,2008).

Reserva mineral: Parte do recurso mineral para a qual se demonstra viabilidade


técnica e económica para a produção. (Tadeu D., 1995).

63
Tecnologia de exploração mineira: Conjunto de conhecimentos relativos aos
métodos, processos, maquinarias e instrumentos que permitem a extracção da
matéria-prima necessária para obtenção de produtos minerais, segundo
especificações de fabrico e com base em alguns critérios económicos. (Tadeu D.,
1995).

Tamanho de uma mina: É a capacidade de produção que pode ser atingida pela
mesma quando em operação durante um período de tempo normal, do ponto de
vista técnico e económico.

Tecnologia: Conjunto de conhecimentos, metodologias e procedimentos que


permitem o homem transformar e utilizar os recursos naturais e os produtos para
suas necessidades. (Britar, O.Y., 1995).

Trincheira: Escavação mineira a céu aberto, que tem a finalidade de dar acesso a
um corpo mineral ou parte deste e por ela transitam ou passam os tipos de
transportes de materiais, pessoas e outros equipamentos destinados a exploração
mineira de um jazigo (Guerrero A. et. Al, 2006).

Pedreira: É uma actividade destinada a exploração de material para construção civil


e para outros fins (Guerrero A. et. Al, 2006).

64
65
ANEXOS

CALCULOS DOS FUROS

1. Cálculo do número de coluna no maciço

P
Nc=
a
Nc=50 / 2,5 Nc= 20 colunas

Nc → número de colunas

P→profundidade da trincheira

a→ a distância entre furos na coluna.

2. Cálculo de número de filas no maciço

Nf = 16.5/ b Nf = 16.5/2.5 Nf = 7 filas

16,5→valor da base da trincheira

b→ distância entre furos na fila

3. Calculo de numero total de furos que será realizado no maciço

Nt =Nc*Nf Nt = 140 furos

4. Quantidade de substância explosiva

Qtse=∑ QSE Qtse= 210 kg

5. Número de furos numa fila

Nt
Nff =
Nf
Nff = 140/ 7 Nff = 20 furos

66
6. Quantidade de metros a perfurar da trincheira

M=Nt*L M=140*117 M=16380 m

Nt→número total de furos

L→total de todas as longitudes dos furos calculados

7. Largura da trincheira

A= Wp= (Nf-1) *a A= 15 m

8. Comprimento da trincheira

Z= a*Nff Z=50 m

9. Volume de rocha no maciço

VB= A*Z*∑ Htotal VB= 7500 m3

10. Calculo do gasto total de explosivo

QT= NT * Qtse QT= 29400 kg

11. Cálculo do consumo de cordão detonador

Ccd= Lt+ Ntf Ccd= 257 m de cordão detonador.

12. Comprimento total de perfuração

Cf = NT * L CF= 16380m

67
CÁLCULOS DOS TRABALHOS DE PERFURAÇÃO E DE EXPLORAÇÃO PARA A
CONSTRUÇÃO DE TRINCHEIRAS NA GEOMINERAL.

1. Coeficiente de correção é (1.15) se obtém da relação entre a capacidade


de trabalho de Anfo.

K = 1,15*q K = 1,15*0,28 K = 0,32 kg/m 3.

2. Determinação de peso da carga por metro linear utilizando Anfo como


Substância explosiva (S.E).

P = 7,85*d2*∆

d = 76 mm≈ 0,076 m; ∆ = 1 kg / m3

P = 7.85* (0, 076) 2 *1; P = 0.045 kg.

Onde: P: peso da carga por metro linear; d: diâmetro do furo; ∆: densidade de carga.

3. Línha de menor resistencia

W p =d∗
√ 8,2∗Δ
M∗q
W p =d∗

8,2∗1
1,2∗0 , 28
W P =4 .93 m

Onde: M-coeficiente da aproximação das cargas seleciona-se pelos seguintes


valores que varia entre 1,1 á 1,5 depende muito do tipo de rocha.

4. Comprimento de extraperfuração

Lext = 0.5*K*Wp Lext = 0.5*0.32*4.93 Lext = 0.7 m

5. Comprimento de atacamento

Lat = (10-15) *dc Lat = 10*0,076 Lat = 0,76 m.


68
Onde: dc-diametro do furo (m)

6. Profundidade do furo H1 = 0,5 m

H 0,5
L= +L L= +0,7
sen α EXT sen 87 L=1 .2 m

H – Profundidade

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = K*V Q = K*a*b*H Q = 1 kg

 Carga máxima admissível no furo

Qmax = (L-Lex) * P

Qmax = (1.2-0.7) *0.045 Qmax = 0.022 kg

 Comprimento de carga do explosivo

LC = Q/P LC = 1/0.045 LC = 22.2 m

 Resistência pelo chão

Q = 0.8*H1 Q = 0.8*0,5 Q = 0,4

 Peso da carga no furo

Q = K*wP3 Q = 0.32* (4.93) 3 Q = 38.3 kg

7. Profundidade do furo H2 = 1 m

L=1 .7 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 2 kg

 Carga máxima admissível no furo

Qmax = 0.045 kg

 Longitude de carga do explosivo

69
LC = 44 m

 Resistência pelo chão

Q = 0,8 m

 Peso da carga no furo

Q = 38.3 kg

8. Profundidade do furo H3 = 1,5 m

L=2 .2 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 3 kg

 Carga máxima admissível no furo

Qmax = 0.067 kg

 Longitude de carga do explosivo

LC=66 m

 Resistência pelo chão

Q = 1,2 m

 Peso da carga no furo

Q = 38.3 kg

9. Profundidade do furo H4 = 2,0 m

L=2 .7 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 4 kg

 Carga máxima admissível no furo

Qmax = 0.09 kg

70
 Longitude de carga do explosivo

LC = 88m

 Resistência pelo chão

Q=1,6 m

 Peso da carga no furo

Q = 38.3 kg

10. Profundidade do furo H5 = 2,5 m

L=3,1 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 5 kg

 Carga máxima admissível no furo

Qmax = 0.10 kg

 Longitude de carga do explosivo

LC = 111 m

 Resistência pelo chão

Q=2m

 Peso da carga no furo

Q = 38.3 kg

11. Profundidade do furo H6 = 3 m

L=3 . 7 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 6 kg

 Carga máxima admissível no furo

71
Qmax = 0.13 kg

 Longitude de carga do explosivo

LC = 133 m

 Resistência pelo chão

Q = 2,4 m

 Peso da carga no furo

Q =38.3 kg

12. Profundidade do furo H7 = 3,5 m

L=4 .2 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 7 kg

 Carga máxima admissível no furo

Qmax = 0.15 kg

 Longitude de carga do explosivo

LC=155m

 Resistência pelo chão

Q = 2,8m

 Peso da carga no furo

Q = 38.3kg

13. Profundidade do furo H8 = 4 m

L=4 .7 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q=8 kg

72
 Carga máxima admissível no furo

Qmax = 0.18 kg

 Longitude de carga do explosivo

LC = 177 m

 Resistência pelo chão

Q=3,2 m

 Peso da carga no furo

Q = 38.3 kg

14. Profundidade do furo H9 = 4,5 m

L=5 . 2m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 9 kg

 Carga máxima admissível no furo

Qmax = 0.20kg.

 Longitude de carga do explosivo

LC = 200 m

 Resistência pelo chão

Q = 3,6 m

 Peso da carga no furo

Q = 38.3kg

15. Profundidade do furo H10 = 5 m

L = 5.7 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

73
Q = 10 kg

 Carga máxima admissível no furo

Qmax=0.22 kg

 Comprimento de carga do explosivo

LC = 222 m

 Resistência pelo chão

Q = 4m

 Peso da carga no furo

Q = 38.3kg.

16. Profundidade do furo H11 = 5, 5 m

L = 6.2 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 11 kg,

 Carga máxima admissível no furo

Qmax = 0.24 kg

 Longitude de carga do explosivo

LC = 244 m

 Resistência pelo chão

Q = 4,4 m

 Peso da carga no furo

Q=38.3 kg

17. Profundidade do furo H12 = 6m

L=6.7 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo


74
Q = 12 kg.

 Carga máxima adimissivel no furo

Qmax= 0.27 kg.

 Longitude de carga do explosivo

LC = 266 m

 Resistência pelo chão

Q = 4,8m

 Peso da carga no furo

Q = 38.3kg

18. Profundidade do furo H13 =6,5 m

L = 7.2 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 13 kg

 Carga máxima adimissivel no furo

Qmax = 0.29 kg

 Longitude de carga do explosivo

LC = 288 m.

 Resistência pelo chão

Q = 5,2 m.

 Peso da carga no furo

Q = 38.3 kg.

19. Profundidade do furo H14 = 7m

L = 7.7 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 14 kg.
75
 Carga máxima adimissivel no furo

Qmax =0.31 kg

 Longitude de carga do explosivo

LC = 311m

 Resistência pelo chão Q = 5,6m

 Peso da carga no furo

Q = 38.3 kg

20. Profundidade do furo H15 = 7,5m

L = 8.2m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 15 kg

 Carga máxima adimissivel no furo

Qmax = 0.34 kg.

 Longitude de carga do explosivo

LC = 333 m.

 Resistência pelo chão

Q = 6m

 Peso da carga no furo

Q = 38.3kg

21. Profundidade do furo H16 =8 m

L = 8.7 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 16 kg

 Carga máxima adimissivel no furo


76
Qmax = 0.36 kg

 Longitude de carga do explosivo

LC=355 m

 Resistência pelo chão

Q=6,4 m

 Peso da carga no furo

Q=38.3 kg

22. Profundidade do furo H17 =8,5 m

L = 9,2 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 17 kg

 Carga máxima adimissivel no furo

Qmax = 0.38 kg

 Longitude de carga do explosivo

LC = 377m

 Resistência pelo chão

Q = 6,8m

 Peso da carga no furo

Q = 38.3kg

23. Profundidade do furo H18 = 9m

L = 9, 7m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 18 kg

 Carga máxima adimissivel no furo

Qmax = 0.40kg
77
 Longitude de carga do explosivo

LC = 400 m

 Resistência pelo chão

Q = 7,2 m

 Peso da carga no furo Q = 38.3 kg

24. Profundidade do furo H19 =9,5 m

L = 10.2m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 19 kg

 Carga máxima adimissivel no furo

Qmax = 0.43 kg

 Longitude de carga do explosivo

LC = 422m

 Resistência pelo chão

Q=7,6 m

 Peso da carga no furo

Q=38.3 kg

25. Profundidade do furo H20 = 10m

L = 10,8 m

 Magnitude da carga de explosivo no furo

Q = 20 kg

 Carga máxima adimissivel no furo

Qmax = 0.45kg.

 Longitude de carga do explosivo

78
LC = 444m

 Resistência pelo chão

Q = 8m

 Peso da carga no furo

Q = 38.3kg

79

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