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Rio de Janeiro
2015
Edwiges Andrea Santos Moreira
Rio de Janeiro
2015
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CTC/B
CDU 627.82
Assinatura Data
DEDICATÓRIA
A Deus, por permitir mais essa vitória. A minha mãe pelo amor
incondicional e ao meu querido marido Marco, por compartilhar muitos
momentos, felizes ou não. A todos da UERJ que colaboraram para a
conclusão desta empreitada.
AGRADECIMENTOS
A minha orientadora, Prof. Dra. Ana Cristina Castro Fontenla Sieira, por ter
acreditado em mim, pela ajuda, pela imensa paciência, boa vontade, principalmente
pelo carinho e pela amizade, e também pelos ensinamentos cujas aulas foram os
alicerces para a elaboração deste trabalho.
6
Sei bem o que é passar necessidade e sei bem o que é andar com fartura.
Aprendi o mistério de viver feliz em todo lugar e em qualquer situação, esteja bem
alimentado, ou mesmo com fome, possuindo fartura, ou passando privações.
Tudo posso naquele que me fortalece.
Filipenses 4: 12-13
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 15
Importância e Aplicabilidade do Estudo 15
Objetivos e Metodologia 16
Organização da Dissertação 16
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 18
1.1. Considerações Iniciais 18
1.2. Processo de Formação dos Resíduos de Bauxita 19
1.3. Caracterização Geotécnica dos Resíduos de Bauxita 22
1.4. Deposição de Resíduos 27
1.5. Geração de Poropressões Durante o Enchimento 30
2. ÁREA EM ESTUDO 32
2.1. Introdução 32
2.2. Processo de enchimento do reservatório 34
2.3. Investigações Geotécnicas na Área 38
3. FERRAMENTA NUMÉRICA 49
3.1. Programa Computacional Plaxis 49
3.2. Estrutura do Programa 50
3.3. Modelos Constitutivos 52
3.4. Validação do Programa 54
4. ANÁLISES NUMÉRICAS 59
4.1. Metodologia 59
4.2. Simulação Numérica da Área de Resíduos 3 60
4.2.1. Elaboração do Modelo Geométrico 60
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 73
5.1. Conclusões 73
5.2. Sugestões para Futuras Pesquisas 74
REFERÊNCIAS 75
15
INTRODUÇÃO
Objetivos e Metodologia
Organização da Dissertação
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo Lima (2008), a densidade dos grãos (G) varia ao longo da área de
resíduos, em função dos efeitos de segregação das partículas provocado pelo
método de despejo das torres e calhas (Bedin, 2006). A Tabela 1 apresenta alguns
valores de densidade real dos grãos encontrados na literatura. A variabilidade
encontrada nos resultados e os altos valores de G são decorrentes da mineralogia
da rocha de origem, e principalmente do teor de ferro existente (Villar, 2002).
Salienta-se que a caracterização geotécnica de resíduos de mineração exige
métodos diferentes daqueles normalmente utilizados em depósitos naturais, pois o
resíduo “in loco” tem seus vazios preenchidos por um fluído diferente da água
presente em depósitos naturais. Estes fluídos intersticiais podem determinar o
comportamento do resíduo, tanto em termos de adensamento como de
permeabilidade, exigindo, em alguns casos, caracterização geotécnica específica.
Tabela 1. Valores de densidade real dos grãos de resíduos (Adaptado de Bedin, 2006)
Figura 5. Resultados de Ensaio CRD em lama vermelha obtidos por Villar (2002)
27
2. ÁREA EM ESTUDO
2.1. Introdução
FASE Descrição
Operação com Resíduo pelo Período em que o resíduo está sendo lançado pelo método
Método Convencional (Downstream) de wet-disposal no interior dos diques artificiais
5.275.311
Pr odução( t )
d
Volume(m 3 ) Eq. 2
2.837.710 3.055.204
2.800.000 2.857.230
(m3)
2.282.503
2.300.000 2.341.735
1.987.704
1.800.000 1.577.766
1.516.412
1.300.000 1.090.630
842.769
800.000 661.931
487.716
425.782 409.937 495.975 300.778
337.468 266.519
139.002 61.354 294.799 226.521 348.384
300.000
155.755
0 59.232 19.520 188.359
-200.000
12-jan-98
12-jan-99
12-jan-00
11-jan-01
11-jan-02
11-jan-03
11-jan-04
10-jan-05
10-jan-06
Figura 12. Controle do enchimento da área de resíduos 3
50
48
Cota (m)
46
44
42
40
38
36
34
32
30
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Tempo (dias)
8
Estação 1 Estação 2
10 Estação 3 Estação 4
12 Estação 6 Estação 7
t médio = 17,4kN/m
3
Estação 8 Estação 9
14
valor médio
16
Figura 15. Distribuição do Peso Específico do Resíduo ao Longo da Profundidade (Lima, 2008)
Profundidade (m)
4
valores desconsiderados
6
8 Estação 1 Estação 2
10 Estação 3 Estação 4
12 Estação 6 Estação 7
14 Estação 8 Estação 9
16
Figura 16. Distribuição da Densidade dos Grãos ao Longo da Profundidade (Lima, 2008)
c) Teor de Umidade
10 Estação 1 Estação 2
Estação 3 Estação 4
12
Estação 5 Estação 6
14 Estação 7 Estação 8
Estação 9
16
d) Índice de Vazios
Índice de Vazios
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00
0
Profundidade em relação ao resíduo (m)
10 Estação 1 Estação 2
Estação 3 Estação 4
12
Estação 5 Estação 6
14 Estação 7 Estação 8
Estação 9
16
2.6
2.4
2.2
e = - 0.133.ln' + 2.407
1.8
1.6
1.4
1.2
1.0
0 50 100 150 200
T ens ão E fetiva (kP a)
Figura 19. Curva de Compressibilidade Definida pelas Amostras de Campo (Lima, 2008)
3.5 4.0
Dados iniciais
3.0 w = 107,5 % Dados
e = 3,15 3.5 iniciais
S = 100,0 % w = 105,8 %
e = 3,17
2.5
Índice de Vazios e
3.0 S = 102,1 %
Índice de Vazios e
2.0 2.5
e = 1,938 - 0,163.ln `
1.5 2.0
e = 1,851 - 0,174.ln `
1.0 1.5
0.5 1.0
0.0 0.5
0 1 10 100 1000 0 1 10 100 1000
Tensão Efetiva (kPa) Tensão Efetiva (kPa)
(a) Ensaio CRD 1 (b) Ensaio CRD 2
3.5
Dados
3.0 iniciais
w = 99,1 %
S
e = 2,94
= 100%
S = 100,0 %
2.5
Índice de Vazios e
2.0
1.5
e = 1,908 - 0,1623.ln '
1.0
0.5
0.0
0 1 10 100 1000
Tensão Efetiva (kPa)
(c) Ensaio CRD 3
Figura 20. Variação do Índice de Vazios com a Tensão Efetiva (Bedin, 2006)
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
1,0E-07 1,0E-06 1,0E-05 1,0E-04
100000
z<2m
2m<z<4m
Areias
10000 z>4m
qc (kPa)
Siltes
arenosos
Areias
siltosas e
siltes Argilas siltosas
e siltes
1000 argilosos Turfas
Argilas
100
0 1 2 3 4 5 6
Rf (%)
3
Profundidade (m)
12
15
0,0025
0,0000 0,0050 0,0100 0,0150
-7
k v (10 c m/s )
0 5 10 15 20
0
4
P rofundidade (m) 6
8 E s tação 01
E s tação 02
10
E s tação 03
12
-7 E s tação 04
k v médio = 3,0.10 cm/s )
14 E s tação 06
16
3. FERRAMENTA NUMÉRICA
Nos dias de hoje, o Método dos Elementos Finitos (MEF) tem sido
utilizado com freqüência na prática da Engenharia, em razão de sua
capacidade de simular diversas condições de contorno, incorporando diferentes
etapas construtivas e modelos constitutivos diversos. Bathe (1982) descreve os
fundamentos da teoria de elementos finitos. Potts e Zdravkovic (1999)
apresentam aplicações do método dos elementos finitos em análises de
problemas geotécnicos.
Na presente dissertação, não serão abordados os aspectos relativos à
teoria de elementos finitos, uma vez que o foco do trabalho foi a utilização de
um programa comercial para reprodução e previsão do comportamento de
barragens de rejeitos durante a fase de upstream. Este programa já foi testado
e validado, não sendo necessária a implementação de sub-rotinas de cálculo.
O programa Plaxis consiste em um programa de elementos finitos
desenvolvido especificamente para análise de deformações e estabilidade de
obras geotécnicas. Os materiais são representados por elementos ou zonas de
tal forma que a malha gerada pode se adequar perfeitamente aos interesses da
modelagem. Cada elemento obedece a relações pré-definidas de tensão-
deformação, lineares ou não-lineares, em resposta às forças e condições
limites impostas ao modelo (Brinkgreve, 2002).
50
Legenda: e = parâmetros do modelo Cam Clay (Burland, 1967) definidos a partir da inclinação
da curva x lnp’, nas fases de carregamento e descarregamento, respectivamente; 1 e ; p’ = média
das tensões efetivas.
Parâmetro Valor
Peso específico saturado (sat) 15,2kN/m3
Índice de vazios inicial (eo) 2,40
Ângulo de atrito (’) 32
Coesão (c’) 0,0
Dilatância () 0,0
Permeabilidade (kx= ky) 2,1 x 10-3m/dia
Índice de carregamento modificado (*) 0,035
Índice de descarregamento/recarregamento modificado (*) 0,013
Etapa Tipo de Cálculo Carregamento (kPa) Tempo (dias) Tempo total (dias)
1 Aplicação de carga 10 0 0
2 Adensamento 10 1 1
3 Aplicação de carga 20 0 1
4 Adensamento 20 1 2
5 Aplicação de carga 40 0 2
6 Adensamento 40 1 3
7 Aplicação de carga 80 0 3
8 Adensamento 80 1 4
9 Aplicação de carga 160 0 4
10 Adensamento 160 1 5
11 Aplicação de carga 320 0 5
12 Adensamento 320 1 6
13 Aplicação de carga 640 0 6
14 Adensamento 640 1 7
15 Adensamento 640 100 107
-2
Numérico
Deslocamentos Verticais (mm)
E xperimental -4
-6
-8
-10
-12
-14
-16
1 10 100 1.000
1,8
Numéric o
E xperimental 1,6
Indic e de Vaz ios
1,4
1,2
1,0
0,8
4. ANÁLISES NUMÉRICAS
4.1. Metodologia
Figura 29. Geometria Adotada nas Análises Numéricas da Área de Resíduos de Bauxita 3
Camadas Cota Inicial (m) Profundidade (m) Volume por camada (m3) Tempo (dias)
50
Cota (m)
48
46
44
42
Batimetria
40
Simulação
38
36
34
32
30
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Tempo (dias)
Figura 32. Confronto entre a batimetria e a previsão numérica do
enchimento
Índice de Vazios
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0
2
Profundidade (m)
4
6
Estação 1
8
Estação 2
10 Estação 4
Estação 6
12
Estação 7
14 Estação 8
Estação 9
16
Plaxis
18
Figura 36. Distribuição do índice de vazios com a profundidade: Final do
Enchimento
68
S.e
w Eq. 7
G
0 5 10 15 20 25
0
2 Estação 1
Profundidade (m)
4 Estação 2
6 Estação 3
Estação 4
8
Estação 6
10
Estação 7
12 Estação 8
14 Estação 9
16 Plaxis
18
Figura 37. Distribuição do peso específico seco com a profundidade: Final do
Enchimento
Umidade Natural (%)
0 20 40 60 80 100
0
2
Profundidade (m)
4
6 Estação 1
Estação 2
8 Estação 3
10 Estação 4
Estação 6
12 Estação 7
Estação 8
14
Estação 9
16 Plaxis
18
Figura 38. Distribuição do teor de umidade com a profundidade: Final do
Enchimento
70
Índice de Vazios
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
0
2
Estação 1
Profundidade (m)
4
Estação 2
6
Estação 4
8 Estação 6
10 Estação 7
Estação 8
12
Estação 9
14 Final do Enchimento
16 Antes do Alteamento
18
Figura 40. Distribuição do índice de vazios com a profundidade antes do
alteamento
2
Profundidade (m) 4
10
12
14
16
18
Figura 41. Distribuição das poropressões antes do alteamento
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1. Conclusões
REFERÊNCIAS
BRINKGREVE, R.B.J. Finite Element Code for Soil an Rock Analyses. PLAXIS -2D
user´s manual. Rotterdam, Netherlands, Balkema, 2002.
BURLAND, J.B. Deformation of soft clays. PhD thesis, Cambridge University, 1967.
HIND, R. A., BHARGAVA, S. K., GROCOTT, S. C., “The surface chemistry of Bayer
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NAKAO, J.; MORE, R.T.; OLIVEIRA, H.G. Canga, Itabirito e Solo Saprolítico de Filito
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PACHECO, M., LIMA, L. S. A., 1996, “Um critério estatístico para a interpretação de
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SOUZA PINTO, C. Curso básico de mecânica dos solos. 2ª ed. São Paulo. Oficina de
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