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MARÇO DE 2001
MARQUES, MARIA ESTHER SOARES
mento de laboratório
2. Ensaios e de campo de solos
de laboratório
Janeiro, COPPE
1. Comportamento viscoso
2. Ensaios de laboratório
4. Instrumentação
Março/2001
Serge Leroueil
March/2001
Serge Leroueil
AGRADECIMENTOS
Agradeço às pessoas que diretamente ou indiretamente contribuiram para a elaboração
desta tese :
Aos meus orientadores Serge, Márcio e Ian, o apoio em todas as etapas e em todas as
dificuldades;
À equipe técnica das empresas Menard, Geopac e HVAC, o apoio na instalação do sítio
experimental;
Aos órgãos financiadores, que me auxiliaram com bolsas de estudos : CNPq, CAPES e
FAPERJ;
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................. 5
2.1.6 FLUÊNCIA................................................................................................. 19
ANEXOS
ANEXO I - RESULTADOS DOS ENSAIOS DA CAMPANHA DE 1996 ................ 272
ANEXO II - ESTUDO DO COMPORTAMENTO VISCOSO ................................... 281
ANEXO III – MONITORAMENTO DAS TEMPERATURAS DO SÍTIO
EXPERIMENTAL................................................................................................ 291
ANEXO IV - CÁLCULO DA DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES IN SITU.................. 298
ANEXO V - RESULTADOS DA INSTRUMENTAÇÃO DO ATERRO
CONVENCIONAL DO MTQ .............................................................................. 306
viii
LISTA DE SÍMBOLOS
BM Ponto de referência - Bench Mark;
Cc coeficiente de compressão;
Cs coeficiente de recompressão;
Cv coeficiente de adensamento;
e índice de vazios;
±
e velocidade de variação do índice de vazios;
F furos de amostragem;
IL índice de liquidez;
IP índice de plasticidade;
k condutividade hidráulica;
PR piezômetro;
PZ piezocone;
St sensibilidade;
T temperatura;
t tempo;
u poro-pressão;
uo contrapressão;
x
V ensaio de palheta;
v volume específico;
wL limite de liquidez;
wP limite de plasticidade;
±
ε1 velocidade de deformação vertical axial;
±
εv velocidade de deformação volumétrica;
μ viscosidade do fluido;
1. INTRODUÇÃO
Os fenômenos viscosos foram objeto de vários estudos desde o início da Mecânica dos
Solos, entretanto, ainda hoje, são negligenciados em projetos convencionais de
Geotecnia. Pode-se citar como exemplo, a influência da temperatura e da velocidade de
deformação vertical sobre a curva de compressão, para a avaliação de recalques in situ a
partir de curvas de compressão obtidas em laboratório. O comportamento dito
"inesperado" de fundações de aterros construídos sobre solos moles, é muitas vezes, o
reflexo da desconsideração destes fenômenos nas previsões de recalques.
Uma outra solução também bastante utilizada é a execução de parte do aterro com
materiais de baixo peso específico. Materiais leves, tais como isopor, entre outros,
substituem parte do solo, diminuindo os valores das tensões, num processo que é às
vezes associado a um précarregamento convencional, para diminuir os valores dos
recalques após a execução do aterro até a cota de projeto. Entretanto, esta é uma solução
muito dispendiosa, e que apresenta desvantagens: o aterro em isopor tem que ser
executado manualmente e o isopor se deteriora quando em contato com gasolina. Por
isto procura-se soluções alternativas, adequadas técnica e economicamente, para a
execução de aterros sobre argila moles. Neste estudo foi analisado o desempenho das
técnicas de précarregamento por vácuo (préadensamento atmosférico) e por vácuo e
aquecimento, como solução para este problema.
Por outro lado, o aquecimento do solo causa uma queda da viscosidade da água
intersticial, um aumento da condutividade hidráulica e em conseqüência, a redução do
tempo de adensamento. Além disto, a tensão de sobreadensamento de uma argila, assim
como os recalques devido ao carregamento e a velocidade de deformação vertical
dependem da temperatura, justificando o interesse em se aquecer o solo.
Num fluido em movimento, as forças tangenciais opostas a este movimento são função
da velocidade do fluido e da temperatura, que atua diretamente no coeficiente de
viscosidade. No solo, o mecanismo das forças que atuam sobre as partículas e fluidos é
muito mais complexo, pois há o fluido adsorvido e o fluido livre.
vácuo foi associado ao aquecimento do solo. Como estas técnicas nunca foram
utilizadas sobre as argilas do Québec, o Ministério dos Transportes de Québec (MTQ)
contratou a equipe de Geotecnia da Université Laval (ULAVAL) para examinar a sua
aplicabilidade dentro do contexto geotécnico e climático local. A COPPE atuou no
projeto através do acordo de cooperação existente entre a UFRJ e a ULAVAL, que
permitiu a atuação desta aluna de D. Sc. durante todas as fases do projeto de pesquisa de
laboratório e in situ.
Não faz parte do escopo destes estudos análises numéricas, com base em modelos
conhecidos nem a proposição de novos modelos de comportamento. O objetivo
principal é observar o comportamento em campo e laboratório e obter-se conclusões
com base nestas observações. Entretanto, prevê-se a elaboração de estudos neste
sentido, utilizando-se o banco de dados obtidos em laboratório e campo.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
±
σ'p = f (εv) (2-1)
±
σ'v / σ'p(εv) = g (εv) (2-2)
±
log σ'p = A + (1/m') log ε v (2-3)
onde os valores de A e m' são constantes para cada argila, sob uma mesma temperatura.
± ±
A relação (σ'v, εv, εv) ou (σ'v, e, e ) é válida seja para o adensamento primário ou para o
adensamento secundário (fluência drenada). Discutindo esta hipótese, Leroueil &
Marques (1996) analisaram os resultados dos ensaios de adensamento isotrópico
apresentados por Mesri et al. (1995), executados na argila de St-Hilaire (argila da região
de Champlain) e mostrados na Figura 2 - 2 - a. Os ensaios foram efetuados sobre quatro
corpos de prova (cp) de 125 mm de altura, ligados em série, com drenagem
unidimensional, cujo sentido está indicado na figura por setas saindo dos cp. Os quatro
cp foram submetidos a um mesmo carregamento e as poro-pressões foram medidas na
base dos quatro cp, onde o cp 1 é o mais próximo da camada drenante e o cp 4 é o mais
distante (Figura 2 - 2 - a).
σ' (kPa)
Adensamento secundário
nos sub-elementos
EOP
Adensamento
secundário
σ' (kPa)
Adensamento
primário
Adensamento
secundário
analisados, os autores obtiveram uma relação Cαe / Cc = constante, com uma faixa
estreita de valores e para as argilas do leste do Canadá, Cαe / Cc é da ordem de 0.03
(Mesri et al., 1995).
Concluindo, a relação Cαe / Cc não é constante e o modelo não é válido para a fase de
adensamento primário, ou seja, o modelo Cαe / Cc = constante não representa o
comportamento da argila ao longo das fases de adensamento, enquanto que a
±
abordagem (σ'v, εv, ε v) representa o comportamento em compressão para qualquer fase
do adensamento, no domínio normalmente adensado.
Ao contrário do que se observa com os materiais em geral, uma amostra de solo argiloso
sob tensão, no domínio normalmente adensado, sofre uma diminuição de volume,
graças ao aumento da temperatura. O aumento da temperatura causa uma perda da
resistência e logo há uma deformação associada a esta queda de resistência. Além disto,
o aumento da temperatura causa uma queda da viscosidade do fluido intersticial (em
geral a água) e consequentemente um aumento da condutividade hidráulica. Em um solo
que está sob carregamento, a dissipação das poro-pressões geradas ocorrerá mais
rapidamente, quanto maior a temperatura a que o solo está sendo submetido.
Este comportamento foi observado também para argilas naturais quando submetidas a
um aumento de temperatura durante ensaios oedométricos (Eriksson, 1989; Tidfors &
11
Sällfors, 1989; Boudali et al. 1994; Moritz, 1995; Marques, 1996). Eriksson (1989)
executou ensaios oedométricos convencionais sobre a argila de Luleå, à temperatura
controlada, cujas curvas de compressão estão apresentadas na Figura 2 - 3-a. Estes
ensaios foram executados com o objetivo de estudar o efeito da temperatura sobre a
curva de compressão e sobre a tensão de sobreadensamento.
σ'v (kPa)
ε1 (%)
σ'p (kPa)
Temperatura (oC)
Ao se aquecer uma amostra sob uma determinada tensão há uma variação do índice de
vazios. Esta variação é composta de duas parcelas: uma parcela reversível que simularia
um comportamento elástico e uma parcela irreversível que simularia um comportamento
plástico (Δest). Um maior valor de Δest refletiria uma maior sensibilidade do solo à
variação da temperatura.
Demars & Charles (1982) mostraram que os solos de maior plasticidade são mais
sensíveis à variação da temperatura. Os autores executaram ensaios de adensamento
isotrópico com variação cíclica da temperatura, executados no trecho normalmente
adensado de amostras com diferentes índices de plasticidade. Os resultados indicaram
que para um IP inicial maior da amostra, existe uma redução irreversível maior do índice
de vazios das amostras (Δest). Para areias esta redução não foi observada, mas em solos
com mesma plasticidade, o valor de Δest é maior à medida que a temperatura aumenta.
±
εv
Ensaio A
Ensaio B
±
Temperatura εv
200 200
o
5C .
εv = 1.7 x 10 -5 s-1
20 C o .
εv = 2 x 10-6 s-1
50 C o .
εv = 1.7 x 10 -7 s-1
log σ'p (kPa)
150
120
100 100
1E-7 1E-6 1E-5 0 20 40 60
.
εv (s- 1 ) T(oC)
temperatura de 20oC.
1.4
Boudali et al. (1994)
Despax (1975)
1.3
Campanella & Mitchell (1968)
Eriksson (1989)
Marques (1996)
1.0 Akagi & Komiya (1995)
0.9
0.8
0.7
0.6
0 20 40 60 80 100
T(oC)
Figura 2 - 6 - Variação da tensão de sobreadensamento normalizada em função da
temperatura. Leroueil & Marques (1996).
±
log ( p'y-K) = A' + (1/m') log εv (2-6)
Tipo de
ensaio
Triaxial
Oedométrico
ε1 (%)
εv (%)
ε1 (%)
isto o comportamento da amostra ① (23oC) era de um solo com um OCR maior do que
o da amostra ②. Observou-se que a resistência de pico é maior para temperaturas mais
baixas. Este comportamento é interessante pois além de mostrar a importância da
temperatura no comportamento geral da argila, também coloca em questão o conceito
de OCR, que na realidade é uma razão de sobreadensamento que depende da referência,
que é o estado limite, que por sua vez depende dos fatores discutidos anteriormente.
T3
ou >
T2
>
T1
2.1.6 FLUÊNCIA
inclinação constante para a faixa de tempo analisada, mas quando a amostra aproximou-
se da ruptura houve um aumento da velocidade de deformação, como no caso das
amostras CR-1-5 e CR-1-6. Os ensaios de fluência não drenados à temperatura
controlada executados por Campanella (1965), sobre esta argila mostraram que há um
aumento da poro-pressão e da deformação vertical em função do aumento da
±
temperatura, mas que a relação Δlog εv / Δlog t é constante.
0.1
εv (%/min)
1E-2
.
CR-1-4 - D = 49 kPa
1E-4 SR-1-2 - D = 42.8 kPa
Mudança de
temperatura
Mudança de
temperatura
tempo
Este comportamento foi observado por Houston et al. (1985), que executaram ensaios
de fluência não drenados em células triaxiais sob temperatura controlada, sobre corpos
±
de prova de ilita submetidos a uma mesma tensão desviadora, cujas curvas log εv - log t
±
estão apresentadas na Figura 2 - 13. Observou-se que a diferença entre as curvas log εv -
log t dos ensaios executados a 4 e a 40oC é pequena, enquanto que para o ensaio
executado a 100oC, há ruptura devido ao grande aumento da poro-pressão.
fluência não drenada este aumento, causa um decréscimo da resistência, que pode levar
a ruptura, sob menores valores de velocidade de deformação.
TEMPO
O solo apresenta uma estrutura que se desenvolveu durante a sua formação e que está
associada a suas características físico-químicas e a sua história de tensões. Durante a
amostragem, um solo natural pode se desestruturar por amolgamento e apresentar um
comportamento diferente de um solo intacto, conforme discutido por Leroueil &
Vaughan (1990) e apresentado na Figura 2 - 14.
Amostras
de bloco
Bloco
Tubo de 5cm
Amostras
d = 85 mm
Bloco
Amostrador Laval de 200mm
Amostrador de pistão de 50mm
Este comportamento foi descrito por Burland (1990) e foi também observado por Perret
et al. (1995), que executaram ensaios de fluência unidimensional, cujas curvas de
compressão estão apresentadas na Figura 2 - 15. Observou-se um aumento do
sobreadensamento no recarregamento da amostra cujo teor de matéria orgânica (OM =
1.1%) é menor, Figura 2 - 15 - a, enquanto que a amostra com OM maior, Figura 2 - 15
- b, não apresentou um aumento do sobreadensamento com relação a curva de
compressão convencional.
e e
Esse comportamento parece estar relacionado com a tixotropia do solo, pois os solos
tixotrópicos apresentam um aumento da resistência em função do tempo de deposição, e
os solos orgânicos são, em geral, pouco tixotrópicos. Entretanto, observou-se que à
medida que as deformações ocorrem, na curva de compressão da Figura 2 - 15 - a, há
uma nova desestruturação do solo, e as curvas de compressão são coincidentes de novo.
sobra a argila marinha de Tóquio. Não se observou nestes ensaios o efeito da velocidade
de deformação para altas temperaturas provavelmente devido a estruturação da argila ou
devido ao fato que os ensaios foram executados para uma faixa de velocidade inferior a
um ciclo logarítmico de velocidade.
Convencional 24h
εv (%)
reestruturação do solo poderia levar a baixas deformações in situ, ou seja, menores que
as previstas a partir de ensaios de laboratório, mesmo quando se considera o
comportamento viscoso devido às variações de velocidade de deformação e de
temperatura.
b)Influência da temperatura
Figura 2 - 17 - Influência da velocidade de deformação e da temperatura sobre as curvas
de compressão da argila marinha de Tóquio. Akagi & Komiya (1995).
Segundo a teoria dos processos viscosos (Mitchell, (1964); Mitchell et al. (1969) e
Mitchell, (1993)), sob uma temperatura constante, a resistência ao cisalhamento de um
solo cresce com o aumento da velocidade de deformação. Este comportamento é
28
Y : curva de
estado limite
Argila de Belfast - 4m
ε1 (%)
vezes, um aumento da resistência maior que durante a fase inicial do ensaio, para uma
mesma velocidade. Este aumento foi observado logo após o reinício da segunda fase e
apenas por um curto período de tempo, pois à medida que a compressão prossegue as
duas curvas de tensão-deformação, para uma mesma velocidade, se reencontram. Este
comportamento pode ser também associado à estruturação do solo sob baixas
velocidades.
Houston et al. (1985) executaram ensaios CIU sob temperatura controlada de 4, 40, 100
e 200oC, cujos caminhos de tensões estão apresentados na Figura 2 - 21. O ângulo de
atrito parecia aumentar com a temperatura para os ensaios executados a temperaturas de
100 e 200oC e observou-se a existência de uma coesão. Entretanto, é difícil se obter uma
boa conclusão a partir destes ensaios pois as envoltórias de ruptura foram definidas em
função da temperatura com resultados de apenas dois ensaios, para cada temperatura.
Entretanto, Lingnau et al. (1995) também obtiveram envoltórias de resistência diferentes
no plano p' - q para ensaios executados a 26oC e 100oC.
Cu
rv
a
de
ad
en
sa
m
en
ot
de
w (%)
en
sa
io
s
tri
ax
ia
is
a) T = 4oC; φ ‘ = 34.6o
b) T = 40oC; φ ‘ = 35.4o
c) T = 100oC; φ ‘ = 40.7o
d) T = 200oC; φ ‘ = 50.3o
Uma segunda amostra é adensada até o ponto A', sob uma temperatura T1 e a seguir
aumenta-se a temperatura até T2, sem permitir drenagem. Há uma expansão da amostra,
um aumento da poro-pressão e uma queda da tensão efetiva e para que o estado de
tensões alcance os pontos B e B' sobre a linha de compressão isotrópica sob T2 (NCL2).
Executa-se então um cisalhamento não drenado sob T2, o estado de tensões no estado
crítico é dado pelos pontos E e E' sobre a linha de estados críticos CSL2. Ou seja,
comparando-se com o caso precedente, haveria uma geração maior de poro-pressão.
Se uma terceira amostra é adensada até o ponto A' e aumenta-se a seguir a temperatura
até T2, com drenagem aberta, há uma deformação e o ponto C' é alcançado sobre a linha
de compressão isotrópica sob T2 (NCL2). Executa-se a seguir um cisalhamento não
drenado sob T2, e o estado de tensões no estado crítico é dado pelos pontos F e F' sobre
a linha de estados críticos. Este comportamento será verificado, nos ensaios triaxiais
apresentados no item 4.2.3.
Lingnau et al. (1995) executaram ensaios triaxiais de cisalhamento não drenados sobre
amostras de ilita a 4 e 100oC e obtiveram uma relação e - log p' no estado crítico como
função da temperatura. Para determinado valor de volume específico, os autores
acharam valores de p' menores com o aumento da temperatura, conforme o esquema da
33
Figura 2 - 22 - b, com linhas NCL e CSL paralelas num gráfico v x p', com p'
representado em escala logarítimica.
Caminhos de tensão de
ensaios CIU
1 para T1
2 para T2
para T1 < T2
0.9
0.8
0.7
q/q0
0.6
0.3
0 1 10 100 1000 10000
t (min)
Lacerda (1976) observou que nos dois procedimentos, seja cisalhamento e relaxação ou
fluência e relaxação, o comportamento é função da tensão desviadora inicial (do início
±
da relaxação), q0, e da velocidade inicial εv0 e que a inclinação (s) muda um pouco com
±
o valor da tensão inicial. Para εv0 menores, a diminuição da tensão e da poro-pressão
gerada é menor e o valor de t0 é maior.
Como mostra a Figura 2 - 23, o valor de εv influencia pouco o valor de t0, já que os dois
estágios de relaxação executados a velocidade de 1.52 %/min apresentam valores de t0
bem próximos. Um valor maior de t0 pode indicar uma inércia inicial para ocorrer a
±
diminuição das tensões por relaxação, que está relacionada a valores menores de εv0, ou
seja, é possível que haja uma estruturação do solo a baixas velocidades e num solo
estruturado o início da relaxação de tensões demoraria mais a ocorrer.
A equação (2-7) parece ser válida apenas para valores de tempo mais baixos. Para
valores de tempo mais elevados a relação q/q0 deve ser assintótica em direção a um
valor de equilíbrio conforme observações de Garcia (1996), que executou ensaios de
relaxação drenados a longo termo sobre a argila do SENAC, na cidade do Rio de
Janeiro, em células oedométricas, cujos sistemas de carregamento foram adaptados.
Apresenta-se na Tabela 2.1 um quadro resumo dos pontos discutidos do item 2.1.1 até o
item 2.1.10. Este resumo tem por objetivo orientar o leitor, facilitando a compreensão
dos efeitos da temperatura e da velocidade de deformação sobre os vários parâmetros e
sobre o comportamento geral dos solos, que serão discutidos ao longo desta dissertação.
±
domínio
εvv em ensaios oedométricos ou em
aumenta - normalmente
ensaios de fluência
adensado
εv, em ensaios de compressão
aumenta diminui
oedométricos ou isotrópicos
Resistência de pico, q diminui aumenta
parece não parece
Inclinação da LEC no plano p’-q
aumentar variar
Relação e – log p’no estado não parece
p' diminui
crítico variar
Esta técnica, que foi proposta por Kjellman (1952), consiste em se fazer a aplicação do
37
vácuo na camada de argila, dentro da qual é inserida uma malha de drenos verticais. Os
drenos horizontais, instalados dentro de um aterro de areia, fazem a ligação entre os
drenos verticais e conduzem a água e o ar bombeados do maciço em direção às bombas
de vácuo. Em torno da área do aterro são escavadas trincheiras até a profundidade do
lençol freático e uma membrana em PVC, impermeável, é instalada sobre o aterro de
areia, com os bordos descendo até o fundo das trincheiras, como mostra a Figura 2 - 24.
Solo compressível
Drenos periféricos
Esta técnica não se desenvolveu antes dos anos 80, em função da má qualidade das
membranas e das bombas disponíveis no mercado. A técnica de précarregamento por
vácuo já foi empregada em vários contextos geológicos (Choa, 1989; Cognon et al.,
1994; Jacob et al., 1994; Qian et al., 1992; Marques et al., 2000), sobretudo na França e
na Ásia, principalmente em áreas de grande dimensões como em aterros para
aeroportos, por exemplo, devido aos custos associados a mobilização dos equipamentos.
C
Yield curve at 5.5 m LE
50
C3 K onc
C2
t = (σ'1 - σ'3 )/2 (kPa)
V3
C1
V2
V1
I0
0
0 20 40 60 80 σ'
pi
100 120 σ'pconv 140
s' = (σ'1 + σ'3 )/2 (kPa)
Para que a técnica seja eficaz é fundamental que a membrana em PVC seja estanque e
para que isto ocorra, é necessário que os bordos da membrana sejam estendidos até o
fundo das trincheiras. Como na maioria dos casos de aplicação de vácuo o lençol
freático é superficial, as trincheiras não são profundas sendo preenchidas com água.
- em países de clima muito frio, como o Canadá, o sistema de bombeamento deve ser
protegido contra o congelamento durante o inverno ou então o bombeamento não
deve prosseguir durante este período;
- o bombeamento por vácuo eleva o lençol freático até o nível do terreno, dentro dos
drenos horizontais, e isto acarreta uma variação do perfil inicial de poro-pressões. A
sucção atuará sobre este novo perfil e a variação máxima da tensão efetiva, ou seja, a
máxima diminuição da poro-pressão, com referência ao perfil inicial de poro-
pressões, causada pela aplicação do vácuo será :
horizontais enterrados, próximos ao lençol freático. Neste caso, para que a membrana
em PVC mantenha-se submersa, a trincheira periférica indicada na Figura 2 - 24 seria
muito profunda, criando-se problemas de estabilidade. Este comportamento será
discutido de forma detalhada nos itens 5.6.1 e 0.
Supondo uma temperatura de 10oC in situ, o índice de vazios sob uma tensão σ'PL seria
ePL ao final do adensamento primário. Após o adensamento sob uma temperatura de
60oC, o índice de vazios seria ePH. Se o solo é então refrigerado à 10oC, a nova tensão de
sobreadensamento é maior que σ'pL e igual à σ'pH, conforme indicado no esquema, ou
seja, há um sobreadensamento induzido pelo aquecimento. Para uma variação de
temperatura de 60oC à 10oC, o aumento da tensão é de aproximadamente 40%. Além
disto, com o aquecimento, a condutividade hidráulica do solo aumenta, causando uma
redução do tempo de adensamento pois um aumento de temperatura de 10oC à 60oC
causa um aumento da condutividade hidráulica de cerca de 2.8.
O précarregamento por aquecimento deve ser utilizado associado a uma outra técnica de
précarregamento, seja por aterro convencional ou vácuo, pois as deformações induzidas
pelo aquecimento são maiores no domínio normalmente adensado.
42
Projetos de estocagem de energia, que têm sido estudados em países de clima frio,
utilizam o fato que o solo pode absorver calor durante o verão, com o uso de painéis
solares, e liberar esta energia durante o período de inverno. É necessário então, o
conhecimento do comportamento do solo quando submetido a ciclos de aquecimento e
resfriamento da massa de solo, assunto que foi objeto dos estudos realizados por Moritz
(1995) e cujos resultados estão apresentados na Figura 2 - 27.
Ciclos de temperatura
Temperatura
constante
Recalques (mm)
Edil & Fox (1994) apresentaram observações de dois aterros executados sobre uma
camada de turfa. A turfa sob o aterro A foi mantida sob a temperatura in situ enquanto
que a turfa sob o aterro B foi submetida a um aumento de temperatura (Figura 2 - 28). O
objetivo destes estudos era a redução da fluência a longo termo e a melhoria das
características de fundação.
A diminuição do índice de vazios foi mais pronunciada para a turfa sob o aterro B
(aquecido) e durante o aquecimento a velocidade de deformação aumentou seguindo o
44
Temperatura (oC)
Recalques (mm)
aterro A
aterro B Temperatura, aterro B
Velocidade de deformação (mm/dia)
Os depósitos argilosos do leste do Canadá são em sua maioria de origem glacial ou pós-
glacial e foram depositados nos mares e lagos que se formaram após o recuo da calota
glacial em direção ao norte, no período de 18 à 6 mil anos atrás. A formação das argilas
do mar de Champlain, indicadas na Figura 3 - 1, se deu de 12.5 à 8.5 mil anos atrás,
quando o mar Champlain invadiu a região do golfo do rio Saint-Laurent, permitindo a
criação de camadas de solos finos, que no centro da bacia podem atingir até cerca de
100 m de espessura.
Como o mar de Champlain estava em contato com o golfo do rio Saint Laurent e era
também alimentado por rios e fontes glaciais, a salinidade da água é variável nesta
região. A redução da salinidade de argilas marinhas é fator fundamental para a
existência de argilas sensíveis. A lixiviação do sal, resultante de um abaixamento do
nível do mar, como no caso das argilas de Champlain, fez com que as argilas ficassem
expostas à percolação de águas de baixa salinidade. A remoção do sal pode ocorrer por
percolação destas águas e até por difusão. A geologia e a mineralogia das argilas da
região do mar de Champlain foram descritas por Quigley (1980), Leroueil et al. (1983) e
Leroueil (1997).
Uma outra razão para a escolha deste local foi a construção de um aterro de acesso a um
viaduto, de aproximadamente 7.6 m de altura máxima no outono/1996, pelo MTQ. Este
aterro situa-se a cerca de 50 m do sítio experimental e em sua fundação foram instalados
drenos verticais e instrumentação. A instrumentação desta fundação permitirá uma
comparação entre o comportamento do depósito argiloso quando sob carregamento
convencional e quando sob précarregamento por vácuo e por aquecimento, conforme
será discutido no anexo V.
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LQ 6 DLQ W-
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Rivière de l'Achigan
DQ
F KLJ
$
G HO
UH
LYLq
G5
HP LQ6 X
&K
1
O till é um solo cuja curva granulométrica é bem graduada, indo de silte a pedregulho. Aparentemente
não exite tradução em português para esta palavra.
49
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
INSTRUMENTAÇÃO E
ENSAIOS IN SITU - 1996
5081150
BM60
5081140 PR3
PR2
PR1
can
ale
ta
5081130
ao
la d
od
ar
ua
5081120 PZ4
canaleta no bordo do aterro do M. T. Q.
V1
F1
5081090
PZ3
5081080 F = sondagem
PR = piezômetro PZ1
PZ = piezocone
V = palheta
BM = bench mark
5081070
604830
604840
604850
604860
604870
604880
604890
604900
A velocidade utilizada é cerca de 4 vezes menor que as usuais, que é 2 cm/s, e foi
adotada porque segundo Virely et al. (1995), em ensaios executados em Sainte-Anne-
de-la-Pérade, Québec, para a velocidade usual de 2 cm/s não houve variação da camada
de argila, que se apresentava homogênea, enquanto que para velocidades inferiores
observava-se variação de qc e upte, indicando uma variação na estratigrafia da camada.
50
Os autores recomendam então que para uma melhor definição da estratigrafia deve-se
utilizar velocidades menores que a padrão. Assim a velocidade de 30 cm/min tem sido
utilizada correntemente nas argilas ensaiadas com o piezocone de Laval.
qt - PZ1 A PZ4
upte - PZ1 A PZ4
5
Profundidade (m)
qt
upte
10
15
Figura 3 - 4 - Ensaios de piezocone PZ1 a PZ4: resistência de ponta e poro-pressão em
função da profundidade.
sua heterogeneidade. Sob esta crosta, encontra-se um depósito argiloso homogêneo que
vai além dos 10 m de profundidade e no caso do piezocone PZ2, chega a alcançar 13 m.
A resistência de ponta diminuiu rapidamente até 3 m de profundidade, dentro da crosta,
para em seguida aumentar de forma retilínea com a profundidade na camada
homogênea.
3.2.2 AMOSTRAGEM
Um primeiro furo (F1) com coleta de amostras foi executado pela equipe de Techinsitu
em cooperação com a equipe da ULAVAL, em fevereiro de 1996, em pleno inverno
canadense. As amostras foram coletadas com a utilização do amostrador Laval de 200
mm de diâmetro, descrito por La Rochelle et al. (1981) e por Marques (1996). A
utilização de amostras coletadas com este amostrador atenuam a desestruturação do
solo, causada pelo amolgamento, comum em caso de amostragem de má qualidade. As
amostras foram armazenadas em câmara úmida a cerca de 90 % de umidade do ar e
temperatura da ordem de 10oC, para evitar perda de umidade e simular as temperaturas
in situ. Devido a baixa umidade relativa do ar do laboratório de geotecnia da ULAVAL,
os corpos de prova dos ensaios foram talhados dentro da câmara úmida, dentro destas
condições de umidade e temperatura.
Um ensaio de palheta (V1), com equipamento do tipo Nilcon, foi executado pela
ULAVAL em fevereiro de 1996. O ensaio do tipo mecânico, sem perfuração prévia foi
executado com um motor acoplado para garantir uma velocidade de rotação constante.
Na Figura 3 - 5 está apresentado o perfil de resistência ao cisalhamento não drenado
obtido neste ensaio, em comparação com as medidas de resistência obtidas a partir do
ensaio de cone sueco.
O valor de Nkt representa a relação entre as resistências obtidas nos ensaios de palheta e
piezocone, é definido a seguir:
q t − σvo
N kt = (3-1)
Su
q t − σ vo
Nσt = (3-2)
σ'poed
γnat. D. Granulométrica Umidade e limites Resistência ao Tensões Efetivas
Prof. Elev. Descrição Amostra N.A. 3 (%) (%) I L cisalhamento (kPa) (kPa)
(m) (m) (kN/m )
20 40 60 80 20 40 60 80 20 40 60 80 50 100 150 200
55.96
Crosta argilosa
1 muito oxidada 1.13
55
T1
2 54 T2 15,4
T3
3 T4
53 14,8
T5 41
4 14,9 1,4
52 T6
T7 41
5 Argila siltosa, 14,9 1,4
51 T8
cinza, média,
T9
6 muito plástica, 15,0 44
50 T10 1,3
sensível
7 T11
49 15,0 46 1,1
T12
8 T13 15,1 44
48 1,2
T14
9 41
47 T15 15,2 1,1
u σ'vo σ'poed
10
T1 = Tubo 1 IP Tensão de sobreadensa-
Saint-Roch-de-l'Achigan Argila Cone sueco mento (ensaio convencional)
Amostragem1 Solo wp w
L Palheta Tensão vertical efetiva
Elevação : 55.96 m amolgado Silte w nat.
Profundidade: 10.41 m descartado Poro-pressão
Para obter o perfil de poro-pressões e de tensões efetivas iniciais in situ (σ'vo), seis
piezômetros do tipo Casagrande da marca Geonor foram instalados. Por ocasião da
instalação, o lençol freático encontrava-se a 1.13 m de profundidade. Cada piezômetro
possui 3 elementos porosos de 9 cm de comprimento, num comprimento total de 27 cm.
Os piezômetros PR1, PR2, PR3, PR4, PR5 e PR6 foram instalados respectivamente a 4,
7, 10, 4.5, 6.2 e 7.3 m de profundidade.
PR1 (4m)
PR4 (4.5m)
5
Profundidade (m)
PR5 (6.2m)
PR2 (7m)
PR6 (7.3m)
10 PR3 (10m)
Perfil hidrostático
15
Figura 3 - 6 - Perfil de poro-pressão inicial - Saint-Roch-de-l'Achigan.
55
secagem ao ar livre da amostra, visto que para argila sensível os valores de wL são
menores que a umidade natural, conforme indicado na Figura 3-5.
AMOSTRAGEM F1
1 55
AMOSTRAGEM F2
2 54
3 53
wP wL
Profundidade (m)
52
Elevação (m)
5 51
6 50
7 49
8 48
9 47
10 46
Figura 3 - 7 - Variação do teor de umidade e limites de liquidez e de plasticidade em
função da profundidade - Saint-Roch-de-l'Achigan.
57
As amostras dos dois furos possuem uma umidade que diminui de forma regular com a
profundidade com valores médios de 92% a 3 m e 75% a 9 m. Medidas de resistência
foram obtidas no ensaio de cone sueco, ao longo da profundidade e observou-se que o
perfil de resistência intacta obtido nestes ensaios é bastante parecido com o perfil obtido
a partir do ensaio de palheta (ver Figura 3 - 5) e que a sensibilidade varia entre 30 e 50.
Uma série de ensaios oedométricos convencionais, série 1, foi executada sobre corpos
de prova de 19 mm de altura e 50 mm de diâmetro. Doze ensaios foram executados a
cada metro sobre a argila intacta de 2 a 9 m de profundidade, com carregamentos a cada
24 h. As medidas de condutividade hidráulica foram obtidas por ensaios de
permeabilidade executados durante os ensaios oedométricos, através de carga variável
aplicadas após 24 h de carregamento e durante um período de 24 h sob tensão efetiva
constante, num total de 48 h sob cada nível de tensão. A carga hidráulica inicial era de
aproximadamente 1 m e a água circulava de baixo para cima, dentro do corpo de prova.
O coeficiente de recompressão, Cs, é 0.02 para a crosta e varia de 0.03 a 0.09, para a
camada de argila intacta. Os baixos valores de Cs/Cc são uma indicação de pouco
amolgamento e é um reflexo da alta qualidade de amostragem e cuidado na preparação
dos corpos de prova. A relação (evo - eo)/eo, onde evo e eo são os índices de vazios do
solo para a tensão in situ e inicial da amostra, fornece uma indicação da qualidade de
58
2.20
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
OED 4
2.00 e0 = 2.456 AMOSTRA : F1-T8-E1
σ'p = 114 kPa PROFUNDIDADE : 4.93 - 5.05 m
Ck = 1.04
1.80 k0 = 3.2x10- 9m/s
e
1.60
1.40
1.20
1.00
0.80
1E-10 1E-9 1E-8
log k (m/s)
Figura 3 - 8 - Curvas de compressão e de condutividade hidráulica em função do índice
de vazios - ensaio oedométrico 4.
O coeficiente de compressão, definido entre σ'poed e 1.4 σ'poed, é 1.12 para a crosta e
varia de 2.07 a 4.62, ou seja, a crosta é menos compressível que a argila intacta. O valor
de Cc / (1 + e0) varia de 0.6 a 1.36 na camada de argila intacta. Para argilas
compressíveis em que esta correlação é maior que 0.25 a magnitude de recalques devido
59
σ'vo
σ'poed (T=20 C)
Profundidade (m)
σ'pi (T=20 C)
o
uo
10
0.5
0.4
0.3
Su / σ'p
0.2
Saint-Roch-de-l'Achigan
0.1
Leroueil et al. (1983) - Su /σ'p = 0.2+0.0024 IP
Bjerrum, 1973
0.0
0 10 20 30 40 50 60 70
IP
Figura 3 - 10 - Relação Su / σ'poed - IP - Saint-Roch-de-l'Achigan.
As condutividades hidráulicas iniciais (kvo) obtidas nos oito ensaios oedométricos estão
apresentadas na Figura 3 - 11 em função da profundidade. Estes valores de
condutividade são referidos aos índices de vazios inicial e foram calculados para cada
ensaio oedométrico onde foi feito ensaio de permeabilidade. O valor de kvo é obtido a
partir da projeção da reta k = f (e), para o valor de e0 no trecho normalmente adensado,
conforme foi indicado na Figura 3 - 8, para o ensaio oedométrico OED4.
kvo(m/s)
1E-9 1E-8
0
Profundidade (m)
10
Saint-Roch-de-l'Achigan
Argila de Londres **
1.25 Bothkennar ***
eo
.5
0.75 =0
Ck
0.50
* Leroueil et al. (1990)
** Chandler et al. (1990)
0.25 *** Leroueil et al. (1992)
0.00
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5
eo
Figura 3 - 12 - Relação Ckv - eo para argilas naturais.
62
Ensaios CRS
CRS6 - T = 10oC
Profundidade (m)
CRS8 - T = 30oC
CRS9 - T = 50oC
5
10 SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
σ'pi = 83 kPa CIU2
σ'c = 233 kPa AMOSTRA : F1-T8-E1
Δv / v0
T = 20oC
20
PROFUNDIDADE : 4.93 - 5.05 m
T = 20oC
30
(a)
200 150
o
σ'c = 233 kPa - T = 20 C
o
φ'pic = 23.6 o; φ'gd = 30
150 caminho de tensões
100
100
50
50 poro-pressão
0 0
0 5 10 15 0 50 100 150 200 250 300
(b) ε1 (%) (c) s' = (σ'1 + σ'3 )/2 (kPa)
Figura 3 - 14 - Curvas de compressão isotrópica, caminhos de tensões e curvas de tensão-deformação do ensaio CIU2.
65
Com relação a elaboração do projeto de précarregamento por vácuo, com base nas
investigações geotécnicas de 1996, conclui-se que:
causada pelo précarregamento por vácuo), ou seja, com o carregamento por vácuo o
domínio normalmente adensado seria alcançado até profundidade de cravação dos
drenos verticais do sistema de aplicação de vácuo, na camada de argila homogênea;
- uma terceira série foi executada sobre amostras coletadas a 6.12 m de profundidade e
±
a uma velocidade εv = 10-7 s-1. O objetivo desta série era comparar os resultados dos
68
20
ε1 (%)
30 80
AMOSTRAS : F1-T8-E2 ET F1-T8-E3
PROFUNDIDADE : 5.05 - 5.31m.
60
u(kPa)
40 40
20
50 0
σ'v (kPa)
0 100 200 300 400 500
0
o
T = 10 C
.
CRS 2 - εv = 2 x 10-6 s-1
10
.
CRS 7- εv = 1 x 10-7 s-1
.
CRS 11 - εv = 1 x 10-7 s-1
20
ε1 (%)
30 80
AMOSTRAS : F1-T8-E2 ET F1-T8-E3
PROFUNDIDADE : 5.05 - 5.31m.
60
u(kPa)
40 40
20
50 0
±
Na Figura 4 - 2, o ensaio CRS11 (ε v = 1 x 10-7 s-1), foi executado inicialmente a 50oC
até uma deformação vertical de 16.5%. Neste momento a prensa foi desligada e o corpo
de prova foi resfriado até 10oC e mantido sob esta temperatura durante 24 h. A seguir a
prensa foi religada e o ensaio continuou até ε1 = 27%. A curva de compressão durante o
±
recarregamento a 10oC reencontrou a curva de compressão do ensaio CRS2 (εv = 2 x 10-
6
s-1) e a tensão de sobreadensamento durante o recarregamento foi muito maior do que
a prevista. Parece haver uma estruturação do solo causada pela alta temperatura.
Entretanto, à medida que a deformação continuava, houve uma desestruturação e as
70
T = 30oC
.
CRS 8 - εv = 1 x 10-5 s-1
.
10 CRS 15 - εv = 6.75 x 10-7 s-1
.
CRS 14 - εv = 1 x 10-7 s-1
20
ε1 (%)
60
u(kPa)
40 40
20
50 0
σ'v (kPa)
0 100 200 300 400
0
o
T = 50 C
.
CRS 9 - εv = 1 x 10-5 s-1
.
CRS 16 - εv = 3.38 x 10-6 s-1
10
.
CRS 2 - εv = 2 x 10-6 s-1
.
CRS 10 - εv = 6.75 x 10-7 s-1
.
CRS 11 - εv = 1 x 10-7 s-1
20
ε1 (%)
40 15
50 0
quantificado na Tabela 4 - 1 - c.
10 oC
.
10 oC - ln ( σ'p) = 5.75 + 0.0585 ln ( εv)
170 30 oC
.
30 oC - ln ( σ'p) = 5.68 + 0.0653 ln ( εv)
50 oC
.
160
50 oC - ln ( σ'p) = 5.58 + 0.0653 ln ( εv)
150
148
138
135 134
130
σ'p (kPa)
123
117 117
110
106
102
93
90
1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4
.ε (s ) -1
v
.
CRS 11 - εv = 1 x 10-7 s-1
10 10 10
15 15 15
ε1 (%)
20 20 20
25 25 25
30 30 30
. . .
(a) εv = variável ; T = 10oC (b) εv = variável ; T = 30oC (c) εv = variável ; T = 50oC
±
Figura 4 - 6 - Curvas de compressão normalizadas com relação à tensão de sobreadensamento - ensaios CRS - T = constante; εv = variável.
76
5 compressão térmica
e0 = 2.603
σ'p -10 C = 148 kPa
10
10oC
15 50oC
expansão térmica
20
compressão térmica
ε1 (%)
25 CRS2
AMOSTRA : F1-T8-E3
PROFUNDIDADE : 5.18 - 5.31 m 15
30 .
εv = 2 x 10-6 s-1
35
10
u(kPa)
40
5
45
50 0
Figura 4 - 7 - Curvas de compressão e de poro-pressão em função da deformação
±
vertical (εv = 2 x 10-6 s-1; T = 10 - 50oC) - ensaio CRS2.
σ'pCRS (kPa)
100 120 140 160 180 200
σ'v (kPa)
0 100 200 300 400
0
CRS1
PROF. : 4.01 à 4.14 m
4.0 σ'p-10 C = 134 kPa
10
10oC
ε1 (%)
50oC
20
4.5
30
Perfil de σ'pCRS
σ'v (kPa)
0 100 200 300 400
o 0
10 C
5.0 CRS2
PROF. : 5.18 - 5.31 m 10
σ'p-10 C = 148 kPa
ε1 (%)
10oC
Profundidade (m)
50oC 20
σ'v (kPa)
5.5
0 100 200 300 400
0 30
10 CRS3
PROF. : 6.25 - 6.38 m
ε1 (%)
6.0
σ'p-10 C = 162 kPa
20 10oC
50oC
30
6.5 σ'v (kPa)
0 100 200 300 400
0
CRS4
PROF. : 7.37 - 7.50 m
σ'p-10 C = 180 kPa
10
7.0
ε1 (%)
10oC
50oC
20
30
7.5
±
Figura 4 - 8 - Curvas de compressão dos ensaios CRS da série 1 (εv = 2 x 10-6 s-1; T = 10
- 50oC).
79
σ'v (kPa)
0 100 200 300 400 500
0
.
εv = 1 x 10-5 s-1
CRS 6 - 10oC
10 CRS 8 - 30oC
CRS 9 - 50oC
ε1 (%)
20
AMOSTRA : F1-T8-E2
30 PROFUNDIDADE : 5.05 - 5.18 m 80
60
u(kPa)
40 40
20
50 0
Figura 4 - 9 - Curvas de compressão e de poro-pressão em função da deformação
±
vertical - ensaios CRS a εv = 1 x 10-5 s-1.
Para uma deformação de 17%, no ensaio CRS11 (Figura 4 - 11) executado a 10-7 s-1, a
temperatura foi reduzida de 50 a 10oC. Houve um sobreadensamento da ordem de 45
kPa, o que demonstra que o efeito da temperatura persiste mesmo após a estruturação do
solo. À medida que houve deformação o solo se desestrutura e as duas curvas de
compressão a 10oC se reencontram. Como indicado anteriormente, os efeitos de
estruturação da argila poderão ser extremamente benéficos em caso de précarregamento
por aquecimento, logo este fenômeno será discutido detalhadamente no item 4.1.4.
80
-5 -1
(a) VELOCIDADE = 1x10 s Relação das tensões verticais efetivas
σ'v (kPa)
0 100 200 300 400
0
.
εv = 6.75 x 10-7 s-1
CRS 5 - 10oC
10 CRS 15 - 30oC
CRS 10 - 50oC
20
ε1 (%)
u(kPa)
40 5
50 0
A relação k20°C /k30°C dada pela equação (II - 4), apresentada no anexo II, é de 0.82, e
não se observa o efeito da temperatura sobre a curva de condutividade hidráulica dos
ensaios CRS8 a 30oC e OED4 a 20oC, que são coincidentes a baixos índices de vazios.
É provável que o efeito da temperatura sobre estas curvas tenha sido compensado pelo
82
10
20
ε1 (%)
AMOSTRA : F1-T8-E2
PROFUNDIDADE : 5.05 - 5.18 m
30 . 40.0
εv = 1 x 10-7 s-1
o
CRS 7 - T = 10 C
u(kPa)
o
CRS 11 - T = 10 C
o
40 CRS 14 - T = 30 C 20.0
o
CRS 11 - T = 50 C
50 0.0
2.40
2.20
Ck= 1.0
2.00
1.80
AMOSTRA : F1-T8-E1 E F1-T8-E2
e
1.60
.
1.40 CRS 6 - T = 10 oC - εv = 1 x 10-5 s-1
OED 4 - T = 20oC
.
CRS 8 - T = 30 oC - εv = 1 x 10-5 s-1
1.20
.
CRS 9 - T = 50 oC - εv = 1 x 10-5 s-1
1.00
.
ENSAIO TEMP. εv e μ γ k k/k10oC k/k10oC
O -1 3
CRS ( C) (s ) (centipoise) (kN/m ) (m/s) previsto obtido
6 10 1.0E-05 1.6 1.31 9.96 3.22E-10 - -
8 30 1.0E-05 1.6 0.8 9.7 4.82E-10 1.6 1.5
9 50 1.0E-05 1.6 0.55 9.88 7.24E-10 2.4 2.2
84
σ'pCRS(T=10 C; ε. =2 x 10
o -6
s- 1)
v
σ'poed (T=20 C) o
10
Figura 4 - 13 - Perfil de tensões e de poro-pressão.
±
previsto. As curvas σ'p (ε v) x T são homotéticas e apresentam um comportamento
similar a curva da viscosidade em função da temperatura, fornecida por Habibagahi
(1973). O efeito da temperatura sobre a viscosidade e sobre a tensão de
sobreadensamento diminui com o aumento da temperatura.
170 1.6
Ensaios CRS
.
160 εv = 1 x 10-5 s-1 1.4
.
εv = 2 x 10-6 s-1
Equação Moritz (1995) .
α = 0.15 εv = 6.75 x 10 -7 s-1
150 1.2
.
130 0.8
120 0.6
110 0.4
100 0.2
temperaturas esta relação não seja adequada para descrever o comportamento. Para altas
temperaturas, é provável que os efeitos de estrutura venham a ser mais importantes, pois
haveria modificação importante na própria estrutura da argila, mas infelizmente há
poucos ensaios de compressão executados a temperaturas elevadas (>50oC), citados na
literatura.
1.4
Boudali et al. (1994)
Despax (1975)
1.3
Campanella & Mitchell (1968)
α= 0.15
o
Marques (1996)
Eq. 4 - 1
1.0 Akagi & Komiya (1995)
Saint-Roch-de-l'Achigan
0.9
0.8
0.7
0.6
0 20 40 60 80 100
T( C)
o
10 10 10
15 15 15
ε1 (%)
20 20 20
25 25 25
30 30 30
. . .
(a) εv = 1 x 10-5 s-1 ; T = variável (b) εv = 6.75 x 10-7 s-1 ; T = variável (c) εv = 1 x 10-7 s-1 ; T = variável
±
Figura 4 - 16 - Curvas de compressão normalizadas em relação a tensão de sobreadensamento - ensaios CRS - T = variável; εv = constante.
89
8
ε1 (%)
OED1
10 AMOSTRA : F1-T7-E3
Prof. : 4.67 - 4.80 m
σ'v = 140 kPa
12
10oC
14 20oC
35oC
16
50oC
18
100 1000 10000
T (min)
Figura 4 - 17 - Deformação vertical em função do tempo - ensaio OED1 (d = 15 cm).
Figura 4 - 20. Para o cálculo das velocidades de deformação vertical específica em cada
ponto, calculou-se a derivada da curva deformação x tempo, por aproximação, dada por:
• (ε α +1 − εα ) (ε α − ε α −1 ) (εα +1 − ε α −1 )
ε v (ε α ) = + − (4.2)
(tα +1 − tα ) (tα − tα −1 ) (tα +1 − tα −1 )
7
ε1 (%)
OED2
AMOSTRA : F1-T10-E3
11
Prof. : 6.25 - 6.38 m
σ'v = 150 kPa
13 10 oC
20 oC
15 35 oC
50 oC
17
100 1000 10000
T (min)
Figura 4 - 18 - Deformação vertical em função do tempo - ensaio OED2 (d = 15 cm).
4
10oC - 140 kPa
6 20oC - 140 kPa
16
18
20
22
24
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
OED 1 - d = 15 cm
26 AMOSTRA : F1-T7-E3
PROFUNDIDADE : 4.67 - 4.80 m
28
Figura 4 - 19 - Velocidade de deformação vertical em função da deformação vertical -
ensaio OED1 (d = 15 cm).
da Figura 4 - 19.
.ε (s )
-1
v
3
10oC - 150 kPa
13
10oC - 286 kPa
15
17
19
21
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
OED 2 - d = 15 cm
23
AMOSTRA : F1-T10-E3
PROFUNDIDADE : 6.25 - 6.38 m
25
Figura 4 - 20 - Velocidade de deformação vertical em função da deformação vertical -
ensaio OED2 (d = 15 cm).
O ensaio CRS7 foi executado a 10oC, enquanto que o ensaio CRS11 foi inicialmente
executado a 50oC até ε1 = 16.5%, quando a prensa foi desligada e a amostra resfriada até
10oC, para em seguida prosseguir-se com a compressão.
CRS 11 - T = 50oC
CRS 11 - T = 10oC
5 OED 1 - T = 10oC
.
OED1 - εv = 6.4% - T = 10oC - εv = 1 x 10-7 s-1
OED 1 - T = 20oC
OED 1 - T = 35oC
.
OED1 - εv = 9.1% - T = 20oC - εv = 1 x 10-7 s-1 OED 1 - T = 50oC
10
.
OED1 - εv = 12.9% - T = 35oC - εv = 1 x 10-7 s-1
ε1 (%)
.
OED1 - εv = 14.9% - T = 50oC - εv = 1 x 10-7 s-1
15
20
.
OED1 - εv = 22.6% - T = 10oC - εv = 1 x 10-7 s-1
.
OED1 - εv = 24.4% - T = 10oC - εv = 1 x 10-7 s-1
25
CRS 12 - T = 10oC
CRS 13 - T = 50oC
5 CRS 13 - T = 10oC
.
OED2 - εv = 6.9% - T = 10oC - εv = 1 x 10-7 s-1 OED2 - T = 10oC
OED2 - T = 20oC
OED2 - T = 35oC
.
10 OED2 - εv = 10.4% - T = 20oC - εv = 1 x 10-7 s-1 OED2 - T = 50oC
.
OED2 - εv = 12.7% - T = 35oC - εv = 1 x 10-7 s-1
.
OED2 - εv = 14.5% - T = 50oC - εv = 1 x 10-7 s-1
ε1 (%)
15
.
OED2 - εv = 16.1% - T = 10oC - εv = 1 x 10-7 s-1
.
OED2 - εv = 19.7% - T = 10oC - εv = 1 x 10-7 s-1
20
.
OED2 - εv = 22.5% - T = 10oC - εv = 1 x 10-7 s-1
.
OED2 - εv = 23.9% - T = 10oC - εv = 1 x 10-7 s-1
25
constante (9 x 10-8 s-1) para ε1 = 17% a 19%, ou seja, muito próxima da velocidade de
deformação do ensaio CRS11. À ε1 = 22.4%, as curvas de compressão dos ensaios
OED1 e CRS11 coincidem, para uma mesma velocidade de deformação, mesma
deformação e mesma tensão vertical efetiva, mas elas ainda apresentam um
sobreadensamento com relação ao ensaio CRS7. Somente à ε1 = 24.4% é que o solo vai
se desestruturar, de forma que as três curvas de compressão se reencontram.
Observa-se que as curvas de compressão dos ensaios OED2 e CRS13, a exemplo dos
ensaios OED1 e CRS11, também apresentaram uma estruturação. Após o
recarregamento a 10oC as curvas de compressão dos ensaios CRS12 e OED2 se
reencontram, entretanto a curva de compressão do ensaio CRS13 se afasta.
- a condutividade hidráulica aumenta 2.3 vezes para uma variação de 10 a 50oC, o que
implica em uma diminuição do tempo de adensamento de uma argila submetida a
temperaturas elevadas durante o adensamento;
15 15
ε1 (%)
ε1 (%)
20 20
25 25
30 30
±
Figura 4 - 23 - Curvas de compressão normalizadas - ensaios OED1 e OED2 e ensaios CRS a εv = 1 x 10-7 s-1.
98
σ'v / σ'p
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5
0
.ε (s )ENSAIOS
-1
CRS
Temperatura ( C) o
1
10 30 50
.ε = 1 x 10-5 s-1
5 1
.ε = 2 x 10-6 s-1
1
.ε = 3.38 x 10 -6 s-1 st
1
.ε = 6.75 x 10 -7 s-1 st st
1
.ε = 1 x 10-7 s-1 st
10 1
OED1
.
ε1 = 1 x 10- 7 s-1
ε1 (%)
15 T=10 oC
T=50 oC
20
FAIXA DOS 7
ENSAIOS
25 NORMALIZÁVEIS
Utilizou-se a escala logarítmica no eixo s', para uma melhor visualização das diferenças
entre as curvas de compressão em função da variação de K. Os pontos da curva de
±
compressão correspondem à uma velocidade de deformação volumétrica, ε v, de
aproximadamente 2 x 10-7 s-1 no fim do carregamento. Os valores das tensões médias no
estado limite, também denominadas de tensões de sobreadensamento isotrópicas (sL ou
σ'pi), foram obtidos a partir destas curvas.
A diferença entre os valores de s'L obtidos foi pequena e ao contrário das amostras de
argila preparadas em laboratório, como para o modelo Cam-clay, as tensões s'L
deduzidas das curvas de compressão podem aumentar com a diminuição de K, até o
valor de K0nc. Este comportamento está em acordo com o observado por Díaz-
Rodríguez et al. (1992), para as argilas naturais canadenses, que são anisotrópicas.
A relação K = σ'3 / σ'1 = 0.5, utilizada nestes ensaios triaxiais é a mais próxima do valor
de K0nc = 0.52, estimado a partir do ângulo de atrito (valor de K de um ensaio
oedométrico). Na curva de compressão, dos ensaios CAU - K = 0.5, no domínio
normalmente adensado, observa-se que, sob uma dada tensão, há uma deformação
volumétrica de 6% devido a uma variação da temperatura de 10 a 50oC. Este valor é
bastante próximo do valor obtido devido ao aquecimento nos ensaios CRS executados a
10-7s-1 (6.5%), ou seja, o comportamento em compressão triaxial está coerente com o
comportamento em compressão unidimensional, em função da variação de temperatura
e das velocidades utilizadas.
10 s' (kPa) 100 10 s' (kPa) 100
0 0
5 5
10 10
15 T = 10oC 15 T = 20oC
Δv / v0 (%)
CAU 4 - K = 0.5 - s'L= 105 kPa CAU 1 - K = 0.5 - s'L= 100 kPa
CAU 7 - K = 0.7 - s'L= 105 kPa CAU 2 - K = 0.7 - s'L= 98 kPa
20 20
CAU 6 - K = 0.85 - s'L= 100 kPa CAU 3 - K = 0.85 - s'L= 90 kPa
CIU 10 - K = 1 - s'L= 90 kPa CIU 3 - K = 1 - s'L= 83 kPa
(a) (b)
25 25
0
10
15 T = 50oC
Δv / v0 (%)
CAU 8 - K = 0.5 - s'L= 88 kPa
5 5
10 10
ε1 (%)
o
T = 10 C T = 20oC
CAU 4 - K = 0.5 - s'L= 105 kPa CAU 1 - K = 0.5 - s'L= 100 kPa
15 CAU 7 - K = 0.7 - s'L= 105 kPa 15 CAU 2 - K = 0.7 - s'L= 98 kPa
CAU 6 - K = 0.85 - s'L= 100 kPa CAU 3 - K = 0.85 - s'L= 90 kPa
CIU 10 - K = 1 - s'L= 90 kPa CIU 3 - K = 1 - s'L= 83 kPa
(a) (b)
20 20
0
10
ε1 (%)
T = 50oC
5 5
10 10
ε1 (%)
15 15
Δv / v0 (%)
K = 0.5 K = 0.7
o
CAU 4 - T = 10 C - s'L= 105 kPa CAU 7 - T = 10 oC - s'L= 105 kPa
20 o 20
CAU 1 - T = 20 C - s'L= 100 kPa CAU 2 - T = 20 oC - s'L= 98 kPa
CAU 8 - T = 50 oC - s'L= 88 kPa CAU 9 - T = 50 oC - s'L= 80 kPa
(a) (b)
25 25
0 0
5 5
10 10
ε1 (%)
15 15
Δv / v0 (%)
K = 0.85 K=1
o
CAU 6 - T = 10 C - s'L= 100 kPa C1U 10 - T = 10 oC - s'L= 90 kPa
20 20
CAU 3 - T = 20 oC - s'L= 90 kPa CIU 3 - T = 20 oC - s' L= 83 kPa
CAU 10 - T = 50 oC - s'L= 73 kPa CIU 15 - T = 50oC - s'L= 70 kPa
(c) (d)
25 25
Figura 4 - 27 - Deformação volumétrica em função de s' - ensaios triaxiais - T = variável; K = constante.
103
Para a obtenção das curvas de estado limite foi utilizado o procedimento proposto por
Tavenas & Leroueil (1977), que consiste em fazer ensaios de compressão isotrópica no
domínio sobreadensado, seguido de cisalhamento não drenado e ensaios de
adensamento isotrópico e anisotrópico, com carregamento executado por estágios de
tensões (ver procedimentos de execução dos ensaios triaxiais no anexo II).
Este método pode ser utilizado porque é possível a preparação de 7 corpos de prova em
uma mesma profundidade, a partir de amostras de 13 cm de espessura e 20 cm de
diâmetro, coletadas com o amostrador Laval, conforme indica o esquema de localização
das amostras nas sondagens F1 e F2, apresentada no anexo I.
Na realidade, se o valor de φ'picnc varia com a temperatura, a linha K0nc também deverá
variar com a temperatura, sobretudo para grande variações de temperatura (Houston et
al., 1985). Entretanto, para as baixas variações de temperatura utilizadas nos ensaios
executados sobre a argila de Saint-Roch-de-l'Achigan, adotou-se um valor de φ'picnc
médio e uma linha K0nc média. Para a determinação da LEC no plano s' - t, considerou-
se o φ'ec médio de 36.4o, conforme descrito em 4.2.5.
Segundo Díaz-Rodríguez et al. (1992) o valor da relação σ'pi / σ'vpoed e a forma da curva
de estado limite são função do φ'picnc da argila. Para a argila de Saint-Roch-de-l'Achigan,
a 5.5 m de profundidade, a relação σ'pi / σ'poed situa-se entre 0.64 e 0.66 para os ensaios
executados a 20oC e φ'picnc = 28.5, dentro da faixa de valores das argilas da região de
104
Champlain. Para ensaios executados a 10oC, a relação encontra-se entre 0.61 e 0.65, e
para os ensaios realizados a 50oC a relação é de 0.63, ou seja, para esta faixa de variação
de temperatura não houve uma grande variação da relação σ'pi / σ'poed.
Ainda na Figura 4 - 28, é importante ressaltar que a parte superior da curva de estado
limite, acima da LEC, foi obtida a partir do estado de tensões no pico de ensaios CIU,
com velocidade de compressão de 1.4 x 10-6 s-1, cisalhados no domínio sobreadensado,
sob velocidade de compressão constantes. A parte inferior da curva de estado limite,
abaixo da LEC, foi obtida a partir dos σ'pi das curvas de compressão (σ'v x εv), ao final
do carregamento, quando as poro-pressões já estavam estabilizadas. Como o
equipamento utilizado não permitia a medida da poro-pressão com a drenagem aberta,
não era possível a elaboração da curva de compressão (adensamento isotrópico) para a
velocidade de 1.4 x 10-6 s-1, pois não se dispunha da evolução das tensões com a
deformação, durante a fase de carregamento. Para a tensão efetiva ao final de cada
carregamento, as velocidades de deformação verticais eram da ordem de 2 x10-7 s-1, ou
seja, inferiores às utilizadas para o cisalhamento no trecho sobreadensado.
σ'poed - T = 50oC
σ'p i
0
0 50 100 σ'poed 150
s' = (σ'1 + σ'3 )/2 (kPa)
Figura 4 - 28 - Curvas de estado limite no plano s' - t - ensaios triaxiais - T = 10, 20 e 50oC.
106
A partir dos estados limites obtidos para T = 10, 20 e 50oC, obteve-se uma faixa de
valores para as curvas de estado limite normalizadas, com relação a tensão de
sobreadensamento obtida nos ensaios oedométricos, conforme mostra a Figura 4 - 29.
Observa-se que para a parte superior da curva normalizada, acima da LEC, a faixa
apresenta uma dispersão maior, e talvez por não apresentar estruturação no trecho
normalmente adensado, a faixa de valores na parte inferior da curva é mais estreita e as
curvas apresentam uma melhor normalização.
uma extrapolação dos valores das tensões de sobreadensamento ter-se uma idéia da
variação das curvas de estado limite com a profundidade.
O quadro resumo dos resultados dos ensaios triaxiais CIU está apresentado no anexo II,
onde estão apresentados as características das amostras e dos ensaios e os valores de
pico. Os resultados individuais destes ensaios foram apresentados por Marques &
Leroueil (2000).
φ'g.d.= 46o
Pico
CIU 5 - σ'c= 23 kPa
0
0 50
s' = (σ'1 + σ'3 )/2 (kPa)
Figura 4 - 31 - Caminho de tensões no plano s' - t - ensaios triaxiais - T = 20oC -
domínio sobreadensado.
111
50 SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
AMOSTRAS : F1-T9-E1 ATÉ F1-T9-E2,
Pico
F2-T5-E1 ATÉ F2-T5-E3
PROFUNDIDADE : 5.41 - 5.79 m
T = 50 oC
φ'g.d.= 47o
t = (σ'1 - σ'3 )/2 (kPa)
0
0 50
s' = (σ'1 + σ'3 )/2 (kPa)
Figura 4 - 32 - Caminho de tensões no plano s' - t - ensaios triaxiais - T = 50oC -
domínio sobreadensado.
A Figura 4 - 34 apresenta os valores de pico obtidos nos ensaios executados no domínio
sobreadensado. Nesta figura vê-se claramente que os ensaios de 10oC apresentam
valores de pico maiores e que os picos dos ensaios executados a 20oC e 50oC
encontram-se numa mesma faixa de valores.
quadro resumo do anexo II). Os corpos de prova foram adensados sob temperatura
controlada até se alcançar o domínio normalmente adensado e em seguida foram
cisalhados.
100 30
q = (σ'1 - σ'3 ) (kPa)
80
20
60
u (kPa)
40
10
20
(a) (b)
0 0
0 5 10 15 0 5 10 15
ε1 (%) ε1 (%)
50
σ'c = 23 kPa
T = 10oC
40
t = (σ'1 - σ'3 )/2 (kPa)
T = 20oC
30 T = 50oC
φ'gd= 44 o
20
10
(c)
0
0 10 20 30 40 50 60
s' = ( σ'1 + σ'3 )/2 (kPa)
Pico
Sobreadensado φ'picnc= 28.5o
t = (σ'1 - σ'3 )/2 (kPa) T = 10oC
T = 20oC
50
T = 50oC Pico
normalmente
adensado
T = 10oC
T = 20oC
Profundidade : 5.41 - 5.84 m
T = 50oC
0
0 50 100 150
s' = (σ'1 + σ'3 )/2 (kPa)
Figura 4 - 34 - Ensaios triaxiais - valores de pico no plano s' – t : domínios
sobreadensado e normalmente adensado.
Nos ensaios triaxiais, com cisalhamentos executados a 10, 20 e 50oC, sobre corpos de
prova adensados até o domínio normalmente adensado, o valor de φ'pic foi obtido a partir
do ponto de q máximo e o valor médio de φ'picnc da argila de Saint-Roch-de-l'Achigan,
28.5o (Figura 4 - 34). Entretanto, os valores de φ'picnc obtidos nos ensaios executados a
50oC estão abaixo da média, enquanto que os valores obtidos a 20oC estão acima da
média e os valores obtidos a 10oC têm maior dispersão.
5 SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
CIU21
AMOSTRA : F2-T5-E2
10 σ'pi = 88 kPa PROFUNDIDADE : 5.53 - 5.66 m
Δv / v 0
σ'c = 124 kPa
T = 10oC
T = 10 - 50oC
15
50oC 10oC poro pressão - T = 10oC
60
40
0 0
0 50 100 0 5 10 15 20 25
s' = (σ'1 + σ'3 )/2 (kPa) ε1 (%)
Figura 4 - 35 - Curvas de compressão, tensão-deformação e caminhos de tensões no plano s' - t - ensaio CIU21.
115
Observou-se que para os ensaios CIU18, CIU21, CIU24 e CIU26 em que se variou a
temperatura durante o cisalhamento, o ângulo de atrito no estado crítico se manteve
constante com o aumento da temperatura, mas a poro-pressão aumentou e a tensão
desviadora q, no estado crítico, diminuiu. As curvas individuais destes ensaios foram
apresentadas por Marques (1999).
caminhos de tensões - T = 10 oC
caminhos de tensões - T = 20 oC
caminhos de tensões - T = 50 oC
50
Figura 4 - 36 - Caminhos de tensões no plano s' - t - ensaios triaxiais - T = 10, 20 e 50oC - domínio normalmente adensado.
117
p' (kPa)
2 3 4 5 6 7 8 9 100 2
0
CIU26
5
CIU18
10
T = 10oC
Δv / v0
15 CIU24
CIU21
20 T = 50oC
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
AMOSTRAS : F1-T9-E1 à F1-T9-E3, F2-T5-E1 à F2-T5-E3
PROFUNDIDADE : 5.41 - 5.84 m
25
Figura 4 - 37 - Relação log p' - deformação volumétrica no estado crítico - ensaios
triaxiais com variação de temperatura.
p' (kPa)
2 3 4 5 6 7 8 9 100 2
0
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
AMOSTRAS : F1-T9-E1 ATÉ F1-T9-E3,
F2-T5-E1 ATÉ F2-T5-E3
PROFUNDIDADE : 5.41 à 5.84 m
T = 10, 20, 50oC
5
10
Δv / v0
15
Com o précarregamento por vácuo não é possível ocorrer a ruptura. Ainda assim foi
elaborado um estudo da variação dos parâmetros de resistência com a temperatura, para
melhor compreensão do comportamento geral da argila frente a uma variação de
temperatura. Um solo de fundação pode sofrer aquecimento devido a dutos enterrados
sujeitos a variação de temperatura, ou devido à disposição de rejeitos à alta temperatura,
e neste caso a perda de resistência da argila com a temperatura pode comprometer o
desempenho deste solo de fundação.
120
Os aterros foram separados de 25 m para que a argila subjacente ao aterro A não fosse
afetada pelo aquecimento do aterro B. Além disto os dois aterros foram projetados
afastados da zona de influência das valas de drenagem do aterro do MTQ e da rua. Esta
providência teve como objetivo evitar que as valas de drenagem influenciassem os
resultados dos ensaios. Uma cabana foi instalada entre os aterros para a proteção dos
sistemas de aquecimento e de aquisição de dados. Além disto, as bombas para a
aplicação do vácuo foram instaladas dentro de um container com isolamento térmico,
para que não congelassem durante o inverno e pudessem funcionar todo o tempo.
Uma malha de 12 x 12 drenos verticais, espaçados de 1.15 m foi instalada até 7.5 m de
profundidade, como apresentado na Figura 5 - 2. Esta malha foi projetada com a
experiência adquirida com o aterro construído a cerca de 1 km do sítio experimental e
que apresenta as mesmas propriedades hidráulicas da argila de Saint-Roch-de-l'Achigan
(Tanguay et al., 1991). Utilizou-se drenos verticais pré-fabricados em PVC
compressível (d = 5 cm), recobertos de geotêxtil, em forma de sanfona na direção
vertical, com furos no PVC para permitir a drenagem. A instalação destes drenos é feita
com ponta fechada para permitir uma melhor aplicação do vácuo dentro dos drenos.
5081160
5081150
BM60
ENSAIOS IN SITU - 1996
TERMISTORES
5081130 TUBOS DE ESPERA
vala de drenagem PLATAFORMA A
no bordo do aterro précarregamento por vácuo
do MTQ INCLINÔMETROS
5081120 P Z4
vala de drenagem
T1
no bordo da rua
5081110
T2
T3
F2 P Z2
PR4 NA
BA
PR5 CA
5081100 PR6
V1
F1
5081090
P Z3
5081080
PLATAFORMA B P Z1
précarregamento por vácuo
e por aquecimento
5081070
604830
604840
604850
604860
604870
604880
604890
604900
DRENOS
≅5m HORIZONTAIS
1.15 1.15
≅5m
≅5m
TRINCHEIRA PERIFÉRICA
≅ 5m
esgotamento COLETOR φ = 6” ; L = 3 m
BOMBAS
ATERRO DE TRINCHEIRA
GEOTÊXTIL E MEMBRANA PROTEÇÃO EM PERIFÉRICA
AREIA = 1.7m E SAÍDA (3 TUBOS)
IMPERMEÁVEL EM PVC PEDREGULHO= 0.07 m
EM DIREÇÃO AO
CL COLETOR
1.7
0.6
0.3
1
2.3* 1 N.A. =1.13
1.15 1.15
DRENOS HORIZONTAIS
*2.3 - plataforma A φ = 50 mm
2.0 - plataforma B
DRENOS VERTICAIS
φ = 50 mm
c) Drenos horizontais - detalhe dos três tubos de saída. d) Três saídas dos drenos horizontais em
direção às bombas de aplicação de vácuo.
Foto 5 - 1- Instalação dos drenos verticais e horizontais do sistema de précarregamento por vácuo - Saint-Roch-de-l'Achigan.
125
Dois medidores de sucção foram instalados dentro da camada de areia (Foto 5 - 3-a), em
cada aterro, para verificar a eficiência do sistema de bombeamento de vácuo, pois
forneciam a medida da sucção atuando no aterro de areia.
O aterro B foi igualmente submetido ao précarregamento por vácuo, tal como descrito
para o aterro A. A instalação da instrumentação deste aterro precedeu à instalação do
sistema de aquecimento, e o vácuo só foi aplicado após 58 dias de aquecimento da
camada de argila sob o aterro B (ver item 5.5).
A água quente chegava a 7.3 m de profundidade dentro dos drenos verticais através de
tubos flexíveis de cobre de 3/8" (95 mm) de diâmetro, instalados dentro dos drenos
(Foto 5 - 4 - a, b e c). A água retornava, ainda quente, ao aquecedor através dos tubos de
retorno (Foto 5 - 4 - d), num circuito fechado mantido sob pressão quase constante.
BC - BOMBA DE CIRCU-
TH3
12.65 THB2 1 ¼" LAÇÃO
THB3
VAZÃO : 2.1L/S (33.3 USGPM)
1 ¼" 1 ¼"
MOT. ELET. : 0.75HP
dreno vertical -2" LAA
AAQ
DETALHE B
2" AQUECEDOR
2" 1 ¼" M
SP ST (A)
1 ¼" 1 ¼" 1 ¼" PC
AAQ CNR F
1 ¼" 2 ½"
2" 2 ½" SP LAA 40 kW
2" RAQ
Figura 5 - 4 - Esquema de instalação do sistema de aquecimento - Saint-Roch-de-l'Achigan.
130
Para que o sistema de aquecimento funcionasse em circuito fechado, era necessário que
se mantivesse uma pressão de bombeamento quase constante. Por isto, além da bomba
de circulação de água quente, foi necessária a instalação de uma pequena bomba de
realimentação (Figura 5 - 5) acoplada ao sistema, capaz de injetar água sob pressão, sem
causar queda de pressão do sistema. Embora o sistema fosse fechado, é possível a
ocorrência de pequenas perdas de água, que causariam queda da pressão do sistema de
aquecimento, e este deixaria de funcionar adequadamente. O controle e a monitoração
de temperatura e pressão do sistema de aquecimento eram feitos com auxílio de
termômetros e manômetros fixados aos tubos de saída (alimentação) e de retorno e
sobre o aquecedor dentro da cabana.
O aquecimento foi instalado a cada dois drenos, e com esta disposição a massa de solo
poderia alcançar a temperatura projetada em menos de dois meses. As sete linhas de
alimentação foram ligadas a um sistema de distribuição geral, de forma que as
diferenças de cargas hidráulicas e de temperatura entre a entrada e a saída de cada dreno
aquecido, fosse a mesma. Com isto, a temperatura nos drenos em função da
profundidade seria a mesma a qualquer momento durante a fase de aquecimento.
Uma camada de isolante térmico (mousse jateada) foi aplicada sobre a membrana, em
cima do aterro e nos taludes, até o nível d'água dentro das trincheiras. Para o aterro A,
esta proteção teve como objetivo impedir o congelamento do sistema de vácuo durante
o inverno, enquanto que para o aterro B, o objetivo era também atenuar a dissipação do
calor. Tal como para o aterro A, a tubulação do sistema de vácuo também foi protegida
com o isolante térmico assim como os tubos de saída e retorno do sistema de
aquecimento no exterior da cabana. No interior da cabana toda a tubulação do sistema
de aquecimento foi protegida com lã de vidro. No container onde as bombas de vácuo
estavam instaladas as paredes internas sofreram jateamento com este isolante, para que
as bombas não congelassem (ver detalhe na Foto 5 - 3 - b).
133
Reservatório de Bomba de
água sob pressão realimentação
do sistema, sob
pressão
P
T
Saída de
ar do Saída de
sistema Bomba ar do
sistema
Chaminé para o
exterior
T
Reservatório
de água de
realimentação
TeP
5.4 INSTRUMENTAÇÃO
Quatro tubos de espera em PVC foram instalados sobre cada aterro, até 2 m de
profundidade, para permitir a execução de piezocones em qualquer tempo durante a
aplicação do vácuo. Estes ensaios só foram executados após os précarregamentos (ver
capítulo 7).
5.0
IB2
CABANA
13.0
THA2 THB3
SEÇÃO 1 ∇ IA1 IB1 ∇SEÇÃO 1
SEÇÃO 2 ∇ THA1 THB2 THB1 ∇SEÇÃO 2
PRECARREGAMENTO POR PRECARREGAMENTO POR
VÁCUO E POR AQUECI-
VÁCUO - ATERRO A MENTO - ATERRO B
5.0
IA2
LEGENDA
50 5
DRENOS 10
45
THB1 THA1
SEÇÃO 2 UB2 UB3 UA2 UA3
(3.70) (5.2) (3.70) (5.2)
UB1 UB4 MEMBRANA EM PVC MEMBRANA EM PVC UA1 UA4
Elevação (2.3) (6.65) (2.3) (6.65) Profundidade
1.13m CABANA (m)
(m) . . .. . .. . . . . . . . .. .. . . . . . .. . .. . . . . . . . .. .. . . .
55 0
2.0
DRENOS 5
50
TRINCHEIRA
PERIFÉRICA
O depósito homogêneo de argila intacta foi dividido em três sub-camadas para fins de
estudo. De 0 a 3.25 m encontram-se a crosta e a parte superior da camada de argila
intacta, que por ser heterogênea será referida apenas como crosta. As três camadas de
análise são : camada 1 de 3.25 a 4.7 m; camada 2 de 4.7 a 6 m e camada 3 de 6 a 7.6 m
de profundidade.
5.4.1 TASSÔMETROS
MEMBRANA
EM PVC
VER DETALHE
CAMADA DE
PROTEÇÃO
DA
MEMBRANA
ATERRO DE AREIA
T.N.
T.N.
MATERIAL
MODELO
BENTONITA
TUBO
PREENCHI-
0.6 m
DO COM Hg
TRANSDUTOR
DE PRESSÃO
φ = 50.8 mm
h = 127 mm AREIA
0.45 m
d) Reservatório de mercúrio e
membrana.
Foto 5 - 6 - Instalação dos tassômetros. e) Reservatório de mercúrio ligado ao ar livre. f) Tassômetro instalado.
140
O reservatório de mercúrio contém uma membrana interna (Foto 5 - 6 - d), mantida sob
pressão atmosférica e que permite o deslocamento da coluna de mercúrio. Por este
motivo, o reservatório de mercúrio teve que ser instalado acima da membrana em PVC
do sistema de aplicação de vácuo, e seu topo foi acoplado a uma haste em metal que
atravessava o aterro e conduzia o tubo plástico até 0.5 m acima da camada de areia
(topo do aterro), mantendo-o sempre sob pressão atmosférica, como indicado na Figura
5 - 8 e na Foto 5 - 6 - e. Os recalques do topo desta haste foram medidos regularmente
por nivelamento topográfico durante o carregamento.
Devido ao grande diâmetro da cápsula metálica do transdutor, ele foi instalado num
tubo de Hw (d = 89 mm) (Foto 5 - 6 - b). Inicialmente os tubos Hw foram instalados e
lavados e uma camada de areia de 15 cm foi depositada no fundo do furo. A seguir, os
tubos eram retirados pouco a pouco, à medida que se fazia o preenchimento do furo com
areia, bentonita e uma mistura denominada de "material modelo". O "material modelo"
utilizado foi uma mistura de 5.7% de cimento, 12.9% de caulim, 3.9% de bentonita e
77.5% de água, com relação ao peso seco. O traço desta mistura é adotado em função
das características da argila a ser instrumentada, pois o objetivo é que o material modelo
simule ao máximo as características da argila intacta.
O transdutor de pressão foi instalado dentro do tubo Hw com o auxílio de um fio de aço
ligado ao topo da cápsula metálica do transdutor, dentro da uma camada de areia,
seguido da bentonita e do material modelo (Figura 5 - 8). Este sistema permitiu a
recuperação dos transdutores bem como a recuperação dos tubos de mercúrio após o
término dos trabalhos.
O reservatório de mercúrio foi instalado sobre uma base de madeira acima da membrana
em PVC. A membrana teve que ser perfurada para permitir a passagem dos tubos que
ligam os transdutores aos reservatórios e foi posteriormente vedada em torno destes
141
5.4.2 PIEZÔMETROS
Os piezômetros de tipo corda vibrante, modelo PWS 50, são projetados para medir
poro-pressões negativas e as medidas tiveram que ser corrigidas com relação à
temperatura e pressão atmosférica, do dia de instalação do equipamento (Figura 5 - 9 - a
e Foto 5 - 7 - a). O transdutor pode medir pressões de até 340 kPa e o termopar que se
encontra acoplado ao transdutor pode medir temperaturas de -40oC à 65oC (± 1oC). As
medidas foram corrigidas com relação à pressão atmosférica medida diariamente.
O furo necessário para a instalação dos piezômetros foi realizado com diâmetro Bw (d =
54 mm); o interior do tubo Bw foi lavado e uma camada de areia de 15 cm foi
depositada no fundo do furo (Foto 5 - 7 - b). O transdutor de pressão foi instalado da
mesma forma que os transdutores de pressão dos tassômetros (ver Foto 5 - 7 - c e d). O
tubo Bw era retirado pouco a pouco, à medida que o furo era preenchido com areia,
bentonita e material modelo. Um piezômetro de referência foi instalado fora da zona de
ensaios a cerca de 13.6 m de profundidade, para o acompanhamento da variação do
nível d'água na camada de areia, subjacente à camada de argila, durante o inverno.
5.4.3 TERMISTORES
Para a instalação destas hastes de madeira, uma haste metálica de diâmetro ligeiramente
inferior ao da haste de madeira foi previamente cravada na camada de argila, até 8 m de
profundidade, e em seguida retirada, de forma a produzir um pré-furo. As hastes de
madeira foram então cravadas com ao auxílio de um tubo guia de metal (Foto 5 - 8 - b).
Os 6 fios dos termistores que saíam de cada haste, foram conduzidos à cabana para que
se procedessem as leituras das temperaturas (Foto 5 - 8 - c).
FURO - d = Bw COLA DE V2
SILICONE V3 V1
T.N.
1 m - V3 - Fios
MATERIAL branco e verde
MODELO
2 m - V3 - Fios
preto e vermelho HASTE DE
FIO
MADEIRA
PROFUNDIDADE ELÉTRICO
DOS
3.5 m - V2 - Fios
PIEZÔMETROS branco e verde
BENTONITA
TERMISTORES
1m
5 m - V2 - Fios
preto e vermelho
TRANSDU-
TOR DE
PRESSÃO 6.5 m - V1 - Fios
AREIA
branco e verde
0.45m
8 m - V1 - Fios
preto e vermelho
a) Piezômetros b) Termistores
c) Detalhe do piezômetro.
d) Piezômetro instalado.
Três hastes foram instaladas dentro da camada de argila subjacente ao aterro B e além
disto 2 termistores foram instalados no aterro de areia, abaixo da membrana em PVC.
Duas hastes foram instaladas sob o aterro A : estes termistores tinham por objetivo
verificar se houve um aumento de temperatura da camada de argila sob este aterro
induzida pelo aquecimento do aterro B. Um termistor foi igualmente instalado dentro da
camada de areia sob o aterro A, para verificar a variação da temperatura da camada de
areia durante o inverno e a eficiência do isolamento térmico.
5.4.4 INCLINÔMETROS
Dois inclinômetros foram instalados em torno de cada aterro para acompanhamento dos
deslocamentos laterais da camada de argila, que no caso de précarregamento por vácuo
são bem menores que em casos de aterros convencionais. A Figura 5 - 10, a Foto 5 - 9 e
a Foto 5 - 10 apresentam os detalhes e a descrição da instalação dos inclinômetros. Estes
tubos foram instalados até 10 m de profundidade para obter-se uma referência, que é a
parte inferior do perfil de deslocamento, que a esta profundidade não deveria se
movimentar horizontalmente devido ao précarregamento.
Para a proteção da cabeça dos tubos inclinométricos durante a escavação das trincheiras
periféricas, foram instalados em torno destes, um tubo de proteção em PVC, de 15 cm
de diâmetro (Foto 5 - 9 - d), a partir do topo do inclinômetro e entrando no solo até
cerca de 50 cm a partir do fundo da trincheira. O espaço entre o tubo inclinométrico e
este tubo de proteção foi preenchido com material modelo (Figura 5 - 10 - 5). Após a
escavação das trincheiras foi instalada uma ponte de madeira para cada inclinômetro,
para permitir o acesso aos inclinômetros durante o précarregamento, conforme mostra a
Foto 5 - 10 - d.
Para efetuar as medidas descia-se inicialmente uma falsa sonda, para verificar se o tubo
inclinométrico não estava entupido ou muito flexionado, garantindo a segurança da
descida da sonda verdadeira. Além disto, no início do inverno, foi inserido dentro do
tubos inclinométrico um líquido anti-congelante para que a água nos tubos
inclinométricos não congelasse e a sonda pudesse descer sem problemas.
T.N. Tubo Hw
1.80
Tubo incli-
10 m
nométrico
φ = 19 cm
N.Anc.
1 - Execução de um pré-furo 2 - Cravação de tubo Hw até o nível de 3 - Lavagem do tubo Hw com água sob 4 - Instalação do tubo
com a utilização de trado (φ
φ= ancoragem do inclinômetro. pressão. inclinométrico pleno de água.
19 cm).
Hw Tubo em Execução
PVC da
φ = 15 cm trincheira
Tubo
inclinométrico
0.5 m Material
modelo 10 m
Tubo de
preenchimen-
to com mate-
rial modelo
Oito placas de recalques foram instaladas no bordo dos aterros de ensaio, tal como
apresentado na Figura 5 - 6, dentro da camada de proteção de areia, após a instalação da
membrana em PVC. Estas placas de madeira foram enterradas no aterro de areia e
acopladas a hastes de metal, que atravessavam o aterro de areia e cujos recalques foram
acompanhados por nivelamento topográfico, durante todo o experimento. Sua função
era a de simples verificação do efeito de bordo, já que na parte central estavam
instalados os tassômetros, cujos recalques também foram acompanhados por
nivelamento.
Uma das incógnitas com relação ao projeto era o desempenho da membrana quando
aquecida, entretanto o maior problema de estanqueidade ocorreu quando foi aplicada a
mousse de isolamento sobre o aterro B, quando esta não estava ainda sob vácuo, pois a
mousse estava a alta temperatura e a membrana descolou dos tubos de espera instalados
para a execução de piezocones. No aterro A, tal fato não ocorreu pois como este aterro
já estava sob vácuo, a membrana se manteve colada sobre os tubos até que a mousse se
resfriasse. A membrana sobre o aterro B foi vedada e não foram observados mais
vazamentos, ou seja, ela apresentou bom desempenho durante o vácuo com
aquecimento.
A1 e B1
ETAPAS A3 e B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 B11 B12 B13
1 Preparação do terreno
haterro = 0.3 m
PLATAFORMA A
t(j)
haterro
ETAPAS DATA VÁCUO Após o início
OBSERVAÇÕES
(m) do vácuo
A1 Antes da execução dos drenos verticais - perfil de poro-pressões iniciais obtidas a partir das leituras dos piezômetros P1 à P6
- - Poro-pressão = hidrostática (u0) , 8 semanas após a instalação dos drenos.
A2 31/ago/98 0.3
PLATAFORMA B
t(j) t(j)
haterro
ETAPAS DATA VÁCUO Após o início AQUECIMENTO Após o início OBSERVAÇÕES
(m) do vácuo do aquecimento
B1 Antes da execução dos drenos verticais - perfil de poro-pressões iniciais obtidas a partir das leituras dos piezômetros P1 à P6
- - - - Poro-pressão = hidrostática (u0) , 8 semanas após a instalação dos
B2 31/ago/98 0.3
drenos.
- - - - Execução da camada de 0.3m de areia, antes da instalação da
B3 01/set/98 0.6
membrana em PVC.
B4 08/set/98 0.6 - - início 0 Início do aquecimento.
b) Vista geral do sítio em 7/7/98 - instalação dos drenos e início da instalação dos
elementos verticais do sistema de aquecimento.
u (kPa) u (kPa)
0 50 90kPa 0 50 90kPa
A1 A2
2 2
Perfil inicial
Perfil natural
do depósito
4 4
6 6
8 8
10 10
(m) (m)
A3 A4 escavação da trincheira;
haterro = 0.6m descarregamento
Terreno
atual
crosta 2.3 m
17.6 m
A5 A7 haterro = 1.37 m
haterro = 0.6 m Terreno membrana
atual em PVC
A8 A10
haterro = 2.37m haterro = 2.37m
Terreno
atual
u (kPa) u (kPa)
0 50 90kPa 0 50 90kPa
B1 B2
2 2
Perfil inicial
Perfil natural
do depósito
4 4
6 6
8 8
10 10
(m) (m)
B4 B5 escavação da trincheira
haterro = 0.6m Terreno
atual
B7 haterro = 1.37m
B8 haterro = 1.37m
membrana Terreno
em PVC atual
B9 B13
haterro = 2.37m haterro = 2.37m
Terreno
Atual
Numa terceira fase de estudo foram coletadas amostras com o amostrador Laval (F4 e
F5) e ensaios de piezocone foram executados (PZ5, PZ6 e PZ7) sob os dois aterros,
após o précarregamento, para comparação com os resultados dos ensaios executados
antes dos précarregamentos. Estes estudos estão descritos no capítulo 7.
5.6.1 PORO-PRESSÕES
O perfil de poro-pressões do depósito natural, obtido a partir dos piezômetros PR1 até
PR3, indica a existência de um gradiente em direção à base do depósito de argila (etapas
A1 e B1). Este fenômeno foi observado também nas leituras dos piezômetros instalados
163
pelo MTQ, no aterro do viaduto que serão descritos no anexo V. Entretanto, com a
instalação dos drenos verticais sob os aterros (etapas A2 e B2), o perfil tornou-se
hidrostático até a base dos drenos. Os piezômetros Casagrande e o piezômetro PREF,
por situarem-se fora da área dos drenos, forneceram um perfil natural do depósito
durante todo o período de bombeamento. Embora os piezômetros Casagrande não
pudessem ser lidos durante o inverno, o piezômetro PREF forneceu o valor da poro-
pressão fora da área de ensaios durante este período.
u (kPa)
0 20 40 60 80 100
0
PERFIL INICIAL hidrostático, lençol = 1.5 m
PR2 (7m)
PERFIL NATURAL DO A2 e B 2
10
DEPÓSITO PR3 (10m)
A1 e B 1
PREF (13.56m)
15
(antes da aplicação do vácuo - etapa B8) pois a velocidade de aquecimento era muito
baixa, aproximadamente 0.5oC/dia.
Foi observada uma queda da poro-pressão de cerca de 4 kPa devido à escavação das
trincheiras periféricas (etapas A4 e B5). Como as trincheiras foram escavadas até as
proximidades dos piezômetros Casagrande, instalados fora da zona de ensaios, suas
medidas indicaram também o rebaixamento do lençol freático. A poro-pressão não
havia retornado a seu valor inicial quando do início da aplicação do vácuo sobre o aterro
A (etapa A5). Os cálculos das variações de tensões devido ao descarregamento causado
pela escavação das trincheiras estão apresentados no Anexo IV.
5.6.2 TEMPERATURAS
10
UA1 - 2.5m
0 UB1 - 2.5m
UA2 - 3.9m
UB2 - 3.9m
40 UA3 - 5.4m
UB3 - 5.4m
UA4 - 6.8m
30
UB4 - 6.8m
20
60
50
u (kPa)
40
70
60
50
40
-10 0 10 20 30 40 50 60
B6
B6
B7
B8
t (dias)
B4
A2 e B 2
A3 e B 3
A4 e B 5
A5 e B 6
o
T0( C)
0 5 10 15 20
0
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
PLATAFORMAS A E B
THB1
THB2
Profundidade (m)
THB3
THA1
5 THA2
medidas em 9/8/98
10
Figura 5 - 15 - Perfil inicial de temperatura em função da profundidade - agosto de 1998
- Saint-Roch-de-l'Achigan.
apresenta a deformação das camadas de argila desde a etapa B4 até a etapa B8. Houve
uma expansão de cerca de 1.4 % da camada de argila de 3.15 à 7.6 m devido ao
aquecimento, segundo apresentado na figura. Após a instalação da membrana em PVC,
foram observados recalques, medidos sobretudo pelo tassômetro RB1, para a camada de
areia, devido aos testes de verificação do vácuo e de estanqueidade da membrana (B6),
durante os quais as bombas de aplicação de vácuo estavam em funcionamento.
-3
-1
1
CROSTA B - 0 - 3.25m
3
CAMADA 1B - 3.25 - 4.7m
5
CAMADA 2B - 4.7 - 6.15m
-3
-1 CAMADA 3B - 6.15 - 7.6m
1
3
5
-3
-1
Δε1 (%)
1
3
5
-3
-1
1
3 Obs: De t = 13 até t = 30 - instalação da membrana em
5 PVC, medidas dos tassômetros foram interrompidas.
B6
B4
B6
B8
0 10 20 30 40 50 60
t (dias)
Figura 5 - 16 - Deformações verticais das camadas de argila durante o aquecimento - aterro B - Saint-Roch-de-l'Achigan.
169
6.1 TEMPERATURA
Nos bordos do aterro (THB3), as temperaturas eram mais baixas. Para a camada de
argila compreendida entre 4 e 6.8 m, a temperatura média era de 30oC, da etapa B8 até a
etapa B11, ou seja, cerca de 9oC menor que a do centro do aterro. Após a interrupção do
sistema de aquecimento a temperatura diminuiu até 20oC, por ocasião do fim da
aplicação do vácuo (B13).
t = 30j
instrumentos
1.15m
1.15m
90
B8 B9 A8 B12 A9
80 A10
B13
A5
70
50
Plataforma A
Plataforma B
40
30
20
10
A6
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
t (dias)
6.3 PORO-PRESSÕES
A aplicação do vácuo provoca uma elevação do lençol freático, pois a água foi
bombeada até o nível dos drenos horizontais. Logo, o perfil hidrostático inicial (lençol à
1.5 m de profundidade - etapas A2 e B2) tornou-se hidrostático com lençol à cerca de 0
m de profundidade. Este perfil hidrostático, que se inicia nos drenos horizontais, será
denominado perfil de referência (etapas A5 e B8), ou seja, uref = u0 + 14.9 kPa. A subida
do lençol freático foi observada durante as primeiras horas de bombeamento, tal como
apresentado na Figura 6 - 4 - a e b. As medidas de u obtidas nos piezômetros são um
pouco inferiores às do perfil de referência, pois o lençol freático sobe ao mesmo tempo
que a sucção atua sobre o perfil.
u (kPa) u (kPa)
-20 -10 0 10 20 30 40 50 60 -20 -10 0 10 20 30 40 50 60
0
hidrostático Plataforma A Plate-forme B
1 lençol = 1.5m t=0 t=0
2 t = 2.5 h t = 2.5 h
A5
Profundidade (m)
7
a) b)
8
após os recalques
3
7
c) d)
8
-83.5 kPa
2
PERFIL FINAL A5 e B8
4 SOB SUCÇÃO
PERFIL DE
Δu max= -68.5kPa
REFERÊNCIA
6 Hidrostático, lençol = 1.5 m -53.5 kPa
Hidrostático, lençol = 0 m PERFIL
8
Piezômetros - UA1 até UA4 INICIAL
A2 e B 2
Piezômetros - UB1 até UB4
Profundidade (m)
10
PREF
12 Piezômetros - PR1 até PR4 A1 e B 1
ufin al - após recalques a)
14
A5 e B8 drenos
verticais
uref = lençol à 0m uref
sob vácuo
A2 e B2 u0 = hidrostático,
lençol à 1.5m u0 = lençol à 1.5m u0
Δu = -81kPa
Δu = -68.5kPa u(r,t)
drenos
verticais
b) c) d)
tempo ao longo do aterro este método não é adequado, pois há deformações diferenciais
devido ao efeito de bordo.
⎡ ⎛ r ⎞ ⎤ (r e2 - r 2w ) ⎤
u(r, t ) = 2
4u
[r e ⎢ln⎜⎜ ⎟⎟ -⎥
2
]⎥ (6-1)
de F(n ) ⎣ ⎝ r w ⎠ ⎦ 2 ⎦
Ch t
Th = 2
(6-5)
de
onde Th é o fator tempo horizontal e Ch é o coeficiente de adensamento horizontal.
Considerou-se a poro-pressão média entre drenos dada por:
umédio = umax - (umedido - umax)/eλ (6-6)
onde umedido é o u medido nos piezômetros e umax é o u máximo final em torno dos
drenos. O valor de umédio é a poro-pressão média entre os drenos e os piezômetros, que
será utilizada para calcular a variação da tensão efetiva média das camadas.
Neste item será discutido o comportamento das poro-pressões com base nos resultados
179
das medidas dos piezômetros a corda vibrante, que funcionaram durante todo o período
de aplicação de vácuo e aquecimento, inclusive durante o inverno.
Na primeira semana após o carregamento, a dissipação foi de 3.5 kPa para o aterro A,
enquanto que no aterro B a dissipação foi de 4 kPa; após 3 semanas a dissipação era de
7 kPa para o aterro A e de 8 kPa para o aterro B. Este comportamento, isto é, a variação
positiva da poro-pressão quando da execução do aterro, indica uma boa resposta destes
piezômetros às solicitações exteriores.
10 B8
A5
0
A6
-10
-20
-30
Δu (kPa)
B13
-40 A8
B9
A7 PLATAFORMAS A E B
B12
A9 PIEZÔMETROS UA4 E UB4
-50 A10
UA4 - 6.8m
UB4 - 6.8m
-60
Δu
max.fin.
B A
-70
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
t (dias)
Figura 6 - 6 - Variação das poro-pressões a 6.8 m de profundidade - piezômetros UA4 e UB4 - Saint-Roch-de-l'Achigan.
181
-30
ALTEAMENTO DO ATERRO - A8 e B9
UA4 - 6.8 m
-35 UB4 - 6.8 m
-40
-45
Δu (kPa)
-50
-55
-60
-65
0 20 40 60 80 100
B8
t (dias) - plataforma B
t (dias) - plataforma A
É interessante notar também que as curvas Δu-t dos dois aterros apresentam uma mesma
variação de poro-pressão devido às condições de aplicação de vácuo, pois a sucção é
variável com o tempo segundo a Figura 6 - 3. Além disto as medidas são corrigidas em
função da barometria diária (pressão atmosférica), que pode sofrer variação de até 3
kPa. O fato das curvas dos dois aterros apresentarem a mesma forma é também uma
indicação da boa resposta dos piezômetros a estas solicitações.
-10
-20
-30
Δu (kPa)
B13
-40 B9 A8
A7
B12 A9 PLATAFORMAS A E B
PIEZÔMETROS UA3 E UB3
-50 A10
UA3 - 5.4m
UB3 - 5.4m
-60
B Δumax.fin A
-70
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
t (dias)
Figura 6 - 8 - Variação das poro-pressões a 5.4 m de profundidade - piezômetros UA3 e UB3 - Saint-Roch-de-l'Achigan.
183
O fim do adensamento primário não tinha ainda sido alcançado, mas os Δu medidos
eram apenas 11 kPa (aterro A) e 8 kPa (aterro B) menores que o Δumaxfin. Isto
corresponde a 88 - 91 % do valor da variação da poro-pressão gerada, a partir do perfil
de referência em se considerando também o carregamento do aterro.
-30
ALTEAMENTO DO ATERRO - A8 e B9
UA3 - 5.4 m
-35 UB3 - 5.4 m
-40
-45
Δu (kPa)
-50
-55
-60
-65
0 20 40 60 80 100
B8
t (dias) - plataforma B
t (dias) - plataforma A
0 A5
-10 B13
-20
A8
B12
-30 A7 B9
A9
Δu (kPa)
A10
-40
PLATAFORMAS A E B
PIEZÔMETROS UA2 E UB2
-50
Δu UA2 - 3.9m
max.fin
UB2 - 3.9m
-60 A
B
-70
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
t (dias)
Figura 6 - 10 - Variação das poro-pressões a 3.9 m de profundidade - piezômetros UA2 e UB2 - Saint-Roch-de-l'Achigan.
186
-25
ALTEAMENTO DO ATERRO - A8 e B9
UA2 - 3.9 m
UB2 - 3.9 m
-30
-35
Δu (kPa)
-40
-45
-50
0 20 40 60 80 100
B8
t (dias) - plataforma B
t (dias) - plataforma A
10
B8
B13
A5 A6
0 B12
-10 B9
-20 A9
A10
Δu (kPa)
-30
A8
A7
-40
PLATAFORMAS A E B
PIEZÔMETROS UA1 E UB1
-50 UA1 - 2.5m
Δu
max.fin
UB1 - 2.5m
-60 A
B
-70
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
t (dias)
Figura 6 - 12 - Variação das poro-pressões a 2.5 m de profundidade - piezômetros UA1 e UB1 - Saint-Roch-de-l'Achigan.
188
Δu (kPa)
-70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10
0
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
1 PLATAFORMA A
Δumax .
2 A5
Profundidade (m)
3 t = 0 = A5
t= 0
4 t = 2h
t = 8h
t = 23h
5
t = 73h
t = 104h
6
t = 121h
t = 147h
7
Δu (kPa)
-70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10
0
t = 0 = A6
t= 0 SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
1 t = 1h PLATAFORMA A
t = 2h
2 t = 1 dia
t=2d
Profundidade (m)
t=5d
3
t = 49 d
t = 51 d = A8
4 t = 123 d
A8 A6
Δumax .
5
A8
6
7
Figura 6 - 14 - Perfil de variação da poro-pressão - etapa A6 até A9 - Saint-Roch-de-
l'Achigan.
Como a crosta é mais permeável, pois é fissurada, previa-se que na crosta e na camada 1
as poro-pressões se aproximassem mais rapidamente do valor máximo de poro-pressão
(Δumáxfin). Até 24 horas de funcionamento do vácuo este comportamento foi observado
para os dois aterros pois as poro-pressões decrescem mais rapidamente nas camadas
superiores, entretanto com o prosseguir do bombeamento as poro-pressões nas camadas
superiores se estabilizaram em valores inferiores aos esperados.
190
Δu (kPa)
-70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 10
0
t = 0 = B8
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN t= 0
1 PLATAFORMA B t = 1.5h
t = 2.5h
t =8h
2
t = 1 dia
Profundidade (m)
t =2d
3 t =5d
t = 20 d
t = 34 d = B 9
4 t = 35 d
B9 t = 60 d
Δu t = 106 d
max.
5
B9
6
A proximidade do aterro de areia, cuja superfície ou área projetada está sob vácuo, faz
com que a sucção e a dissipação das poro-pressões ocorra muito mais rapidamente nas
camadas superiores. Isto dificulta a medida do excesso de poro-pressão causado pela
execução do alteamento, pois ao mesmo tempo que o alteamento é executado há a
sucção que atua. Por outro lado, os piezômetros instalados nas camadas 1, 2 e 3 (com
exceção da crosta) apresentaram valores de excesso de poro-pressão da ordem de 6 até
8kPa. Estas medidas são bastante próximas e não parecem variar com a profundidade,
191
indicando que é possível que a distribuição das tensões não varie tanto em função da
profundidade, como os cálculos propostos, apresentados no anexo IV.
u (kPa)
-60 -50 -40 -30 -20 -10 0
0
t = 0 : início da aplicação do vácuo
1 plataforma A - t = 123 j
plataforma B - t = 106 j
PERFIL APÓS
RECALQUES
2 ufinal - após recalques
Profundidade (m)
antes de A9
4
antes de B12
5
PERFIL FINAL
MÁXIMO
6 SOB SUCÇÃO
Os valores de poro-pressões (u) medidos nos piezômetros UA1, UA2, UB1 e UB2
foram de no mínimo -20 e -25 kPa. Os transdutores de pressão dos piezômetros de corda
192
Δlev1 Δlev2
d1 d2 d'1 d'2
transdutor
h1
h2
Temperatura
THB1 - 5m
-1 25
Deslocamento *
T (oC)
ε1 (%)
arbitrário
0 15
B4
B6
1 5
B6
B8
0 10 20 30 40 50 60
t (dias)
Figura 6 - 18 - Deformação da camada de argila de 3.25 a 7.6 m em função da tempo
durante o aquecimento - Saint-Roch-de-l'Achigan.
-2
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN - PLATAFORMA B
CAMADA DE ARGILA DE 3.25 - 7.6m
-1
Deslocamento *
arbitrário
ε1 (%)
1
5 15 25 35
T (oC)
Figura 6 - 19 - Deformação da camada de argila de 3.25 a 7.6 m em função do
temperatura durante o aquecimento - Saint-Roch-de-l'Achigan.
10
CABANA
PLACAS DE
15 RECALQUE
P1 P7 P4 P1
P2
Recalques (cm)
P8 RA1 até RA4 P2
20 P3
TASSÔMETROS
P4
P9 P6 P3
RA1 A9
P6 A10
25 RA2
P7
RA3
P8
RA4
P9
30
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
t (dias)
Figura 6 - 20 - Deslocamentos verticais medidos por nivelamento topográfico - aterro A - Saint-Roch-de-l'Achigan.
197
A diferença máxima entre os níveis dos topos dos 4 tassômetros que encontram-se no
centro do aterro, foi de cerca de 1 cm. Logo, a correção das deformações das camadas
por nivelamento (Δlev1 - Δlev2) foi pequena. Após a interrupção do vácuo (t = 159 dias), a
expansão medida pelo nivelamento dos tassômetros foi da ordem de 2 cm.
O deslocamento vertical da crosta A foi medido pelo tassômetro RA1. Na realidade este
instrumento mede os deslocamentos da camada de areia do aterro de 60 cm, da crosta, e
uma parte da argila intacta (de 2.5 a 3.25 m), logo, por tratar-se de materiais de
diferentes propriedades não foram calculadas as deformações nesta camada. Algumas
horas após o início da aplicação do vácuo observou-se que a membrana em PVC aderiu-
se aos taludes das trincheiras e ao topo do aterro. O tassômetro mediu o deslocamento
imediato da membrana, causado pela diminuição de volume da camada de areia
subjacente. As pequenas variações de tensão aplicada, causadas pela própria variação da
pressão atmosférica e do desempenho das bombas, causaram uma variação dos
deslocamentos medidos com o tempo conforme mostra a Figura 6 - 22, pois a camada
de areia apresentou uma resposta rápida a estas variações de tensão.
Nos demais tassômetros, o comportamento foi similar, mas como as deformações nas
camadas 1A, 2A e 3A foram calculadas conforme indicado na Figura 6 - 17, com a
diferença das medidas de deslocamentos dos tassômetros situados na fronteira de cada
camada, este comportamento era compensado e não se refletia nos valores das
deformações.
B7 RB2
5 RB3
B8
RB4
10 PLACAS DE
RECALQUE B9
P1
P2
15
Recalques (cm)
P3
CABANA B12
P4
B13
P6 P1 P6 P7
20 P7
P2 RB1 à RB4 P8
P8
P9
P3 P4 P9
25
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
t (dias)
Figura 6 - 21 - Deslocamentos verticais medidos por nivelamento topográfico - aterro B - Saint-Roch-de-l'Achigan.
0 A5
A6 A7 SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
A8 PLATAFORMA A - TASSÔMETRO RA1
A9
A10
5
10
15
RA1 - 3.25m
RA1 - nivelamento
Recalques (cm)
20
25
30
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
t (dias)
Figura 6 - 22 - Deslocamento vertical em função do tempo - crosta A : 0 - 3.25 m - Saint-Roch-de-l'Achigan.
200
2.0
A8
3.0
4.0
ε1 (%)
5.0
6.0 A9
A10
7.0
8.0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
t (dias)
0.5
1.0
A9 A10
1.5
ε1 (%)
2.0
2.5
3.0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
t (dias)
Figura 6 - 24 - Deformação vertical em função do tempo - camada 3A : 6.15 - 7.6 m - Saint-Roch-de-l'Achigan.
1.0 m
0.77 m ATERRO DE AREIA
0.6 m
80
60
40
Sucção (kPa)
20
A5
0 0
A6
1 A8
2 A7
CAMADA DE ARGILA : 3.25 a 7.6m
3
ε1 (%)
4
A9 A10
5
6
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
t (dias)
Figura 6 - 25 - Deformação vertical média em função do tempo - camada de argila de 3.25 à 7.6 m - aterro A - Saint-Roch-de-l'Achigan.
0
B8 SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
PLATAFORMA B - TASSÔMETRO RB1
B9
5
B11
B13
10
RB1 - 3.25m
RB1 - nivelamento
15
Recalques (cm)
20
25
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
t (dias)
Figura 6 - 26 - Deslocamento vertical em função do tempo - crosta B : 0 - 3.25 m - Saint-Roch-de-l'Achigan.
-1.0
B8
0.0
B9
CAMADAS B1 E B2 : 3.25 a 6.0m
1.0
2.0
3.0
B12
4.0 B13
ε1 (%)
5.0
6.0
7.0
8.0
9.0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
t (dias)
Figura 6 - 27 - Deformação vertical em função do tempo - camadas 1B e 2B : 3.25 - 6.0 m - Saint-Roch-de-l'Achigan.
206
As tensões verticais efetivas médias nos níveis dos piezômetros foram calculadas a
partir das poro-pressões médias, como a seguir:
-2.0
B12 B13
-1.0
0.0
ε1 (%)
1.0
2.0
3.0
4.0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
t (dias)
Figura 6 - 28 - Deformação vertical em função do tempo - camada 3B : 6.0 - 7.6 m - Saint-Roch-de-l'Achigan.
1.0 m
1.3 m
ATERRO DE AREIA
80
60
40
Sucção (kPa)
20
B8
-2 0
B9
-1
CAMADA DE ARGILA : 3.25 a 7.6m
0
2
B12
ε1 (%)
B13
3
6
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
t (dias)
Figura 6 - 29 - Deformação vertical em função do tempo - camada de argila de 3.25 à 7.6 m - aterro B - Saint-Roch-de-l'Achigan.
209
No anexo IV estão apresentados quadros resumos das tensões verticais totais e efetivas
máximas previstas no fim do adensamento, calculadas no nível dos piezômetros, para
cada etapa de carregamento dos aterros A e B, a partir das hipóteses de distribuição de
tensões analisadas.
Nas duas camadas, a passagem da tensão de sobreadensamento foi bem definida à cerca
de 95 kPa. Para o aterro A, a tensão efetiva aumentou após a passagem da tensão de
sobreadensamento, de forma aproximadamente retilínea com a deformação, para atingir
uma tensão de cerca de 90 kPa a 7%; para o aterro B, a tensão efetiva manteve-se
aproximadamente constante até uma deformação de cerca de 5%.
1 B9
A6 A7
2
CAMADA 1A
3 CAMADA 1B A8
4
ε1 (%)
5
B12
6 B13
A9
8 SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN A10
CAMADAS 1A E 1B
9 PROFUNDIDADE : 3.25 - 4.7 m
10
por levantamento altimétrico das placas P1, P3, P7 e P9. Por estarem na borda é
provável que a variação das tensões efetivas devido ao vácuo também seja menor, mas é
difícil de avaliar pois não foram instalados piezômetros no bordo.
0
CAMADA 2A A6 B9
1 CAMADA 2B A5
2 A7
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
3 A8
CAMADAS 2A E 2B
PROFUNDIDADE : 4.7 - 6.15 m
4
ε1 (%)
B12
6 B13
A9
8
A10
10
Figura 6 - 31 - Curvas de compressão - camadas 2A e 2B : 4.7 - 6.15 m - Saint-Roch-
de-l'Achigan.
sobreadensamento in situ, σ'VEL, foi 120 kPa para a camada 3A e 115 kPa para a camada
3B.
σ'vmédi o (kPa)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140
-4
B9
σ'vf = 136 (A) - 136 (B) kPa
-3 B8
-2
CAMADA 3A
-1 B13
CAMADA 3B
B12
0
A7
1 A5 A8
A6 A9
2
ε1 (%)
3 A10
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
4 CAMADAS 3A E 3B
5 PROFUNDIDADE : 6.15 - 7.6 m
10
Figura 6 - 32 - Curvas de compressão - camadas 3A e 3B: 6.15 - 7.6 m - Saint-Roch-de-
l'Achigan.
CAMADA 1B CAMADA 2B
15 OED3 - 3.89 m
OED4 - 4.93 m
OED5 - 5.99 m
20
25
0
6.15 - 7.6 m
10 CAMADA 3A
ε1 (%)
CAMADA 3B
OED6 - 7.11 m
15
20
25
Uma grande vantagem do método de précarregamento por vácuo é que durante sua
aplicação os deslocamentos horizontais são pequenos. O caminho de tensões seguido
pelo solo devido à aplicação do vácuo, mantém-se abaixo da linha K0nc, ou seja, não
ocorrem deslocamentos instabilizantes, ao contrário de aterros convencionais, onde os
deslocamentos em direção ao exterior são significativos, sobretudo nas proximidades do
pé do aterro, e há decréscimo do fator de segurança à ruptura.
Quatro inclinômetros foram instalados dentro das trincheiras periféricas para medir os
deslocamentos horizontais durante o carregamento. A Figura 6 - 34 apresenta os
deslocamentos horizontais medidos pelo inclinômetro IA1 instalado na trincheira do
aterro A. O deslocamento horizontal da parte superior do perfil deve-se a escavação da
trincheira, pois a partir desta etapa a parte superior do inclinômetro permaneceu
centralizado na ponte de madeira, mas sem apoio lateral na parte superior do tubo,
dentro da trincheira (ver Foto 5 - 10 - d).
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
INCLINÔMETRO IA1
PLATAFORMA A
fim do vácuo
A+
A-
B+
Profundidade (m)
5 B-
A+
PLATAFORMA A
PRÉCARREGAMENTO B- B+
POR VÁCUO
10 A-
IA1
um précarregamento por vácuo o caminho de tensões está abaixo da linha K0nc, mas
como o précarregamento por vácuo é em geral associado a um aterro convencional, o
caminho de tensões deverá ser intermediário, em função da magnitude da variação das
tensões efetivas causadas pela execução do aterro.
Leroueil et al. (1978b) observaram que para aterros executados sobre as argilas de
Champlain há uma passagem brusca do domínio sobreadensado para o domínio
normalmente adensado, ou seja, a curva de compressão in situ apresenta uma forte
inflexão na tensão de sobreadensamento, as poro-pressões variam pouco na passagem
da tensão de sobreadensamento, como foi observado para as curvas de compressão in
situ apresentadas na Figura 6 - 33.
5.46 - 5.84 m
U
C3
C2
40
V3
C1’
K onc
I0
0
0 20 40 60 80 σ'pi 100 120 σ'poed 140
s' = (σ'1 + σ'3 )/2 (kPa)
Figura 6 - 35- Caminhos de tensões no plano s' - t : précarregamento de um aterro convencional e por vácuo no centro do aterro.
218
Entretanto, Folkes e Crooks (1985) observaram que para certos casos, o estado limite
não é alcançado no final da construção e o estado de tensões no final da construção seria
em C1. Como o solo se encontra no domínio sobreadensado, como indicado na Figura 6
- 35, o Cv é alto e a dissipação de poro-pressões ocorreria rapidamente de C1 até C1'.
Esta discussão refere-se ao caminho de tensões no centro do aterro, pois além de ser
função das condições de drenagem e da velocidade de construção, ele depende da
localização do elemento do solo em relação ao aterro (centro, bordo, etc.), bem como da
sua profundidade. Em função da altura do aterro, elementos de solo no bordo podem
encontrar-se no domínio sobreadensado e nunca alcançarem o estado limite, enquanto
que elementos do centro encontram-se no domínio normalmente adensado, explicando
as diferenças de deslocamentos medidos nestes locais, a exemplo do sítio experimental.
Em 45 aterros relatados por Leroueil et al. (1978-a e b), Tavenas et al. (1980), Folkes &
Crooks (1985) e Leroueil & Tavenas (1986), apenas 8 % dos casos computados,
apresentaram respostas piezométricas indicando a existência de condições não drenadas,
ou seja, um caminho do tipo Io-U, indicado na Figura 6 - 35. Na maioria dos casos há
drenagem durante os carregamentos e em 60% dos casos a argila atinge o estado limite
no fim da construção do aterro.
apresentadas na Tabela 6 - 1.
PLATAFORMA A PLATAFORMA B
PROFUNDIDADE σ'VEL PROFUNDIDADE σ'VEL
CAMADA CAMADA
(m) (kPa) (m) (kPa)
CROSTA A 0 - 3.25 - CROSTA B 0 - 3.25 -
CAMADA 1A 3.25 - 4.7 95 CAMADA 1B 3.25 - 4.7 95
CAMADA 2A 4.7 - 6.15 110 CAMADA 2B 4.7 - 6.15 110
CAMADA 3A 6.15 - 7.6 120 CAMADA 3B 6.15 - 7.6 120
ENSAIOS
CROSTA A 2
o -6
σ'pC RS(T=10 C; ε.v=2 x 1 0 s-1)
σ'poed (T=20 C) o
3
σ'pi (T=20 C)o
σ'vfimvácuo
Profundidade (m)
8
Figura 6 - 36 - Perfis de tensões de sobreadensamento obtidos a partir de ensaios de laboratório e in situ e das curvas de compressão in situ do
aterro A - Saint-Roch-de-l'Achigan.
p
u0, σ'0, σ' (kPa)
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
0
PLATAFORMA B
Nota: u0 e σ'v0 são os valores obtidos após a instalação dos drenos verticais.
1
CROSTA B ENSAIOS
o -6
2 σ'pCRS(T=10 C; ε. =2 x 10
v s- 1)
σ'poed (T=20 C) o
3 o
σ'pi (T=20 C)
t
σ'ppiezocone (Nσ =3.4)
CAMADA 1B 4 o
σ'pi (T=10 C)
o
σ'pi (T=50 C)
5
CAMADA 2B IN SITU
u0
6 σ'v0
σ'vmáx
CAMADA 3B
7 σ'VEL
σ'vfimvácuo
Profundidade (m)
8
Figura 6 - 37 - Perfis de tensões de sobreadensamento partir de ensaios de laboratório e in situ e das curvas de compressão in situ do aterro B -
Saint-Roch-de-l'Achigan.
223
A8
3
ε1 (%)
velocidades são ainda bastante elevadas, quando comparado com aterros convencionais,
pois eram da ordem de 6 x 10-9 s-1.
A8
1
B9
ε1 (%)
É possível que o valor da permeabilidade intrínseca do solo, Kint, definida no anexo IV,
tenha sido alterada com o aquecimento in situ, embora este comportamento não tenha
sido observado em laboratório, segundo as medidas de condutividade hidráulica
deduzidas dos ensaios CRS. A permeabilidade intrínseca é uma medida que depende da
estrutura do solo, isto é, em caso de areias por exemplo, ela depende da compacidade.
Comparando-se Kint de areias e argila, o que diferencia este valor, mesmo para um
mesmo índice de vazios, será a estrutura destes solos. É possível que haja uma pequena
diferença de Kint em laboratório em função da temperatura, mas que para as condições
de contorno de laboratório e dimensões das amostras, esta variação da estrutura
influenciaria pouco o valor da relação das condutividades hidráulicas, medidas em
função da temperatura, conforme proposto no anexo IV.
±
A Figura 6 - 40 apresenta a relação σ'pCRS x ε1 obtida a partir dos ensaios CRS
executados a 10oC, descritos em 4.1. Foram incluídas nesta figura os valores de σ'VEL
obtidos para a camada 2, na mesma faixa de profundidade que os ensaios CRS foram
realizados. Os resultados encontram-se coerentes para os valores obtidos in situ, mesmo
considerando-se uma incerteza na distribuição de tensões. Nesta figura está indicada
também a tensão de sobreadensamento isotrópica obtida a partir de ensaio triaxial
executado a 10oC. O valor de σ'VEL está entre o valor obtido em um estado isotrópico e
o de um estado de tensões Ko, dado pelos resultados dos ensaios CRS em função da
temperatura e da velocidade do ensaio.
226
±
Como se observa na Figura 6 - 41, a relação σ'pCRS x ε 1 para 30oC e 50oC encontra-se
abaixo dos valores obtidos em campo. Na realidade esperava-se a obtenção de valores
de σ'VEL entre estas duas faixas de valores de σ'pCRS. Se os valores de velocidade
±
medidos sob o aterro B tivessem sido muito superiores aos do aterro, o ponto (σ'VEL; ε1)
se deslocaria para a direita no gráfico e poderia encontrar-se dentro da faixa esperada de
valores, o que justificaria a obtenção de valores idênticos de σ'VEL para os dois aterros,
pois o efeito da temperatura sobre a tensão de sobreadensamento seria compensado pelo
efeito da velocidade.
200
160
150 148
σ'p (kPa)
135
σ'pC RS 123
120
σ'piso10C
90
1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4
. -1
ε1 (s )
106
102
100
σ'VEL
σ'p (kPa)
93
80
σ'piso - 50 C
60
1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4
. -1
ε1 (s )
Figura 6 - 41 - Tensões de sobreadensamento de laboratório e in situ : 30oC - 50oC.
Uma outra possibilidade é que sob estas baixas velocidades de deformação, a variação
±
de ε v não afetaria a curva se compressão pois estes valores de velocidade estariam
±
abaixo do valor de ε1 limite, abaixo do qual se atingiria a zona de equilíbrio indiferente
observadas em laboratório por Feijó (1991) e Garcia (1996), para as argilas de Sarapuí e
±
do SENAC, respectivamente. Abaixo desta velocidade, o ponto (σ'v, εv, εv) não é único,
±
isto é, pode haver mesmo ponto (σ'v, εv) para diferentes valores de ε v. Neste caso, a
temperatura também não afetaria a curva de compressão dentro da zona de equilíbrio
±
indiferente. A faixa limite foi alcançada a εv = 2 x 10-9 s-1 e 1 x 10-9 s-1, para as argilas
de Sarapuí e SENAC respectivamente, para um OCR da ordem de 2. Burghignoli et al.
(2000) também observaram que para OCR = 2 a variação do índice de vazios induzida
pelo ciclo térmico (Δest) é igual a zero.
228
Neste capítulo estão apresentados os resultados dos ensaios de campo e dos ensaios de
laboratório executados sobre amostras coletadas sob os dois aterros, após os
précarregamentos por vácuo e por aquecimento. O objetivo destes ensaios era a análise
do comportamento dos aterros, sobretudo o aterro B, que não apresentou o desempenho
esperado.
7.1.1 AMOSTRAGEM
não apresentaram fissuras visíveis, mesmo durante a preparação dos corpos de prova. É
a primeira vez que fissuras subverticais são observadas num depósito de argila da região
de Champlain.
Não se sabe ainda a razão para o surgimento destas fissuras, mas acredita-se que elas
tenham ocorrido devido as tensões geradas pela aplicação do vácuo em drenos verticais,
sobre um material, no caso uma argila Champlain, que é bastante frágil (sensível). Se
este é o caso, deveria haver uma só fissura entre dois drenos. No caso do aterro B, F5,
onde, em inspeção visual, não foram observadas fissuras, é possível que a amostragem
tenha sido executada fora da área das fissuras ou então que a argila aquecida seja menos
frágil. É possível que estas fissuras tenham sido em parte responsáveis pela
dessaturação dos piezômetros.
V1 - argila intacta
V2 - plat. A
10
qT e u (kPa)
0 100 200 300 400 500 600 700 800
2
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
ENSAIOS DE PIEZOCONE PLATAFORMA A
q t - PZ5
3 u pte - PZ5
q t - PZ6
u pte - PZ6
4
PLATAFORMA B
Profundidade (m)
q t - PZ7
u pte - PZ7
5
ARGILA INTACTA
q t - PZ2
6
u pte - PZ2
8
Figura 7 - 2 - Ensaios de piezocone PZ2, PZ5, PZ6 e PZ7 : resistência de ponta e poro-
pressão em função da profundidade.
wn (%)
0 20 40 60 80 100
0
1 55
2 54
3 53
Profundidade (m)
52
Elevação (m)
4
AMOSTRAGENS F1 E F2 - antes do précarregamento
5 AMOSTRAGENS F4 E F5 - após o précarregamento 51
6 50
7 49
8 48
9 47
10 46
Figura 7 - 3 - Variação da umidade com a profundidade - amostras antes (F1 e F2) e
após os précarregamentos (F4 e F5).
σ'v (kPa)
10 100 1000
0
10
prof. = 3.07 m
ARGILA INTACTA
15
OED2
20
prof. ≅ 3.50 m
elev. = 52.36 - 52.50 m
ε1 (%)
25
OED21 - PLAT. A
30 OED22 - PLAT. B
35
40
45
50
σ'v (kPa)
10 100 1000
0
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
Correção das PLATAFORMAS A E B
5
deformações
10
prof. = 4.93 m
ARGILA INTACTA
15
OED4
20
ε1 (%)
prof. ≅ 4.50 m
25 elev. = 51.33 - 51.5 m
OED20 - PLAT. A
30
OED15 - PLAT. B
35
40
45
50
Figura 7 - 5 - Curvas de compressão dos ensaios oedométricos - elevação: 51.33 - 51.50
m - aterros A e B.
vertical devido a aplicação do vácuo (ver Figura 6 - 35). Após o final da aplicação do
vácuo, quando o bombeamento é desligado, há descarregamento e in situ a amostra
coletada está no domínio normalmente adensado.
σ'v (kPa)
10 100 1000
0
Correção das
5 deformações prof. = 5.99 m
ARGILA INTACTA
10 OED5
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
PLATAFORMAS A E B
15
20
ε1 (%)
25 prof. ≅ 5.90 m
elev. = 49.91 - 50.06 m
30 OED18 - PLAT. A
OED16 - PLAT. B
35
40
45
20 prof. ≅ 7.0 m
ε1 (%)
25 OED19 - PLAT. A
OED17 - PLAT. B
30
35
40
45
Figura 7 - 7 - Curvas de compressão dos ensaios oedométricos - elevação: 48.84 - 49.00
m - aterros A e B.
Como visto no item 6.7, os caminhos de tensões são diferentes para argilas submetidas a
ensaios oedométricos, sob aterros convencionais e sob os aterros de précarregamento
por vácuo. Além disto, as velocidades de deformação in situ são muito menores que as
usuais de laboratório. Isto implica em valores de σ'poed maiores que as tensões efetivas
máximas observadas in situ, como mostra esta figura. Observa-se também que o perfil
de σ'poed obtido após o précarregamento é um pouco maior que os deduzidos da argila
intacta.
2 2
4 4
Profundidade (m)
σ'p piezocone - PZ2 - ARGI LA INT ACTA
σ'p piezocone - PZ2 - ARGI LA INT ACTA
6 6 σ'p oed - ARGILA INTACTA
σ'p oed - ARGILA INTACTA
Uma terceira série de ensaios triaxiais foi efetuada a 20oC sobre amostras de argila
coletadas após os précarregamentos, na mesma profundidade da série 1. Os ensaios CIU
foram cisalhados nos domínios sobreadensado e normalmente adensado e os ensaios
CAU foram cisalhados no domínio sobreadensado. Além disto, mais um ensaio de
compressão isotrópica foi executado em amostra de argila intacta.
Nos ensaios da série 2, os valores de pico de ensaios executados a 50oC foram maiores
que os dos ensaios executados a 20oC, ou seja, a envoltória de ruptura dos ensaios
executados sobre amostras sobreadensadas do aterro A foi inferior a envoltória de
ruptura das amostras do aterro B.
50
AMOSTRAS : F4-T7-E1 E F5-T4-E3
COTA : 50.17 m
σ'c = 46 kPa
σ'c = 60 kPa
0
0 50
s' = (σ'1 + σ'3 )/2 (kPa)
5 5
10 10
15 K = 0.5 - T = 20oC 15
Δv / v0 (%)
K = 0.7 - T = 20oC
CAU1 - argila intacta - s'L= 100 kPa
CAU2 - argila intacta - s' L= 98 kPa
CAU12 - plat. A - s'L= 98 kPa
20 20 CAU13 - plat. A - s'L= 108 kPa
CAU15 - plat. B - s'L= 104 kPa
CAU14 - plat. B - s'L= 108 kPa
(a) (b)
25 25
0
10
15
Δv / v0 (%)
K = 1 - T = 20 oC
CIU39 - argila intacta - s'L= 87 kPa Figura 7 - 10 - Curvas de compressão dos ensaios triaxiais
20 CIU32 - plat. A - s'L= 87 kPa
CIU e CAU - argila intacta e aterros A e B.
CIU36 - plat. B - s'L= 91 kPa
(c)
25
244
As curvas de estado limite obtidas a partir de ensaios CIU e CAU executados a 20oC nas
séries 2 e 3 (antes e após o précarregamento) estão apresentadas na Figura 7 - 12. Houve
uma expansão da curva de estado limite com os précarregamentos. No domínio
normalmente adensado, observa-se que há uma estruturação do solo devido a
temperatura, pois os valores de pico obtidos para o aterro B são maiores que os demais.
Este comportamento foi também observado para a série 2, nos ensaios executados a
50oC, que apresentaram valores de pico próximos dos valores dos ensaios executados a
20oC (Figura 4 - 28).
A Figura 7 - 13 apresenta a curva de estado crítico obtida a partir dos ensaios triaxiais
da série 2 e 3. Assim como para as curvas de compressão, as deformações volumétricas
não foram corrigidas, mas pode-se ter uma idéia do comportamento de p'. Os valores de
p' encontram-se na faixa de valores obtida nos ensaios triaxiais da série 2, executados a
20oC, com exceção do ensaio CAU13, cujo estado crítico está mais próximo do estado
crítico obtido a 50oC.
150
PLATAFORMA A PLATAFORMA B
0
0 50 100 150 200 250
s' = (σ'1 + σ'3 )/2 (kPa)
Figura 7 - 11 - Caminhos de tensões no plano s' - t - ensaios triaxiais - T = 20oC - domínio normalmente adensado - aterros A e B.
PLATAFORMA A
ARGILA INTACTA cota : 50.04 - 50.17 m
prof : 5.46 - 5.84 m ; cota : 50.12 - 50.50 m
Estado limite - T = 20oC
o
Estado limite - T = 20 C
σ'poed - T = 20oC
o C
σ'poed - T = 20 C LE PLATAFORMA B
cota : 50.19 - 50.32 m
50
Estado limite - T = 20oC
σ'poed - T = 20oC
K onc
Figura 7 - 12 - Curvas de estado limite no plano s' - t - ensaios triaxiais - T = 20oC - argila intacta e aterros A e B.
247
p' (kPa)
2 3 4 5 6 7 8 9 100 2
0
Ensaios após os précarregamentos
Plataforma A
Plataforma B
5
10
Δv / v0
15
A escolha do sítio experimental foi feita com base nos resultados dos ensaios de
laboratório. A partir de um perfil de tensões efetivas iniciais do depósito, contava-se
com uma variação da tensão total devido a aplicação do vácuo suficiente para que a
248
Entretanto a variação negativa da tensão total devido : forma do perfil natural de poro-
pressões do depósito; a profundidade do lençol freático; subida do lençol freático até o
nível dos drenos verticais e descarregamento causado pela execução das trincheiras,
situaram as tensões efetivas máximas previstas ao final do adensamento ligeiramente
acima ou nas proximidades do valor de σ'VEL. Isto explica os baixos ganhos de
resistência e também os baixos valores de deformações in situ, que foram similares para
os dois aterros.
Os valores de σ'VEL foram os mesmos para os dois aterros, o que foi inesperado, pois os
resultados dos ensaios CRS sobre a argila intacta, série 2, indicava uma diminuição da
tensão de sobreadensamento com a temperatura, para a faixa de valores de velocidades
de deformação e temperatura utilizadas em laboratório. Entretanto, é possível também
que devido às baixas velocidade de deformação in situ, a influência da temperatura
sobre o estado limite seja menor, conforme já discutido.
8 CONCLUSÕES
Neste capítulo é apresentado o resumo das conclusões obtidas em cada fase de estudo,
algumas recomendações com relação a aplicação do vácuo e propostas para estudos
futuros.
Estes estudos indicavam também que o sítio escolhido seria adequado para a execução
de um projeto de précarregamento por vácuo e por aquecimento, pois o perfil de tensões
de sobreadensamento obtido a partir de resultados dos ensaios oedométricos, fornecia
tensões inferiores às previstas pelo carregamento por vácuo. Além disto a camada de
argila era homogênea e não apresentava lentes de areia, o que poderia afetar a eficiência
do sistema de vácuo.
seriam maiores que as deformações obtidas para uma argila que não sofreu aquecimento
e com o resfriamento do solo ocorreria um sobreadensamento térmico.
Este comportamento contradiz o modelo proposto por Leroueil et al. (1985), entretanto
para as temperaturas similares as usuais in situ (10oC), no Québec, e para as mais baixas
velocidades de laboratório o modelo ainda se aplicava, mas é possível que tal fato não
ocorra para velocidades mais baixas que as de laboratório ou para temperaturas mais
elevadas, como as encontradas no Brasil. É possível que para velocidades usuais de
aterro com drenos, que são maiores que as de aterros convencionais, o solo não
apresente estruturação, mas é difícil avaliar com base em resultados de laboratório, qual
seria o limite de velocidade em campo a partir do qual o modelo se aplicaria, já que é
difícil executar ensaios nestes baixos valores de velocidade em laboratório.
Como o précarregamento por vácuo é uma técnica relativamente pouco conhecida nos
meios geotécnicos serão descritas a seguir algumas recomendações técnicas para a
utilização da técnica, com base na experiência adquirida no Sítio Experimental de Saint-
Roch-de-l'Achigan. Estas recomendações são adequadas a qualquer contexto e não só
para as condições geológico-geotécnicas e climáticas características de Québec.
Além disto, em caso de utilização do vácuo em locais com aterros lançados existentes e
em que o nível d'água encontra-se a uma profundidade importante, abaixo do terreno
natural, os problemas de desempenho do sistema de précarregamento seriam similares
aos observados em Saint-Roch-de-l'Achigan.
Quando o vácuo é aplicado, o lençol freático sob a área tratada eleva-se até o nível dos
drenos horizontais. O perfil de poro-pressões torna-se então hidrostático até este nível e
a sucção atuará sobre o novo perfil hidrostático. Assim, a eficiência do sistema de vácuo
será afetada pela diferença entre a profundidade do lençol freático natural e a superfície,
conforme discutido em 2.11. Ou seja, um lençol freático mais profundo implica em
menor eficiência do sistema de vácuo. A variação máxima da tensão efetiva será dada
pela sucção média, que é função da eficiência do sistema de bombeamento, menos esta
carga hidráulica.
Como as trincheiras em torno dos aterros têm que descer cerca de 50 cm abaixo do
lençol freático para que a membrana em PVC mantenha-se estanque durante a aplicação
do vácuo, em caso de lençol freático profundo as trincheiras tornam-se muito profundas.
A execução das trincheiras profundas cria os seguintes inconvenientes:
- quanto maior a profundidade, maior a área de ocupação devido aos taludes em argila
e é necessário local para disposição provisória do material escavado das trincheiras
(durante a aplicação do vácuo);
253
- é necessária a proteção dos bordos dos taludes com uma cerca de proteção para evitar
acidentes em caso de zonas habitadas e ao fim dos trabalhos é necessário o
preenchimento das trincheiras com o material escavado;
Por exemplo, um aterro de 7.5 metros a ser construído sobre uma camada de argila mole
cuja altura crítica é de 2.5 m terá que ser construído em várias etapas, no caso de
précarregamento convencional, considerando-se o ganho de resistência com o
254
8.2.5 INSTRUMENTAÇÃO
A instrumentação pode atravessar a membrana em PVC, mas cada ponto perfurado deve
ser selado de forma a garantir a estanqueidade da membrana. Como o funcionamento do
255
Tubos de espera podem ser instalados para execução de piezocones e de vane tests
durante a aplicação do vácuo para verificar o ganho de resistência. Estes tubos devem
ser cravados até a base da crosta, que é mais resistente, e posteriormente soldados à
membrana para promover sua vedação.
- toda a tubulação que conduzia a água bombeada dos aterros até as bombas foi
protegida com isolamento térmico. O tubo de esgotamento que conduz a água das
bombas até as trincheiras foi vigiado durante o inverno, para que não fosse vedado
pelo gelo que se formava na sua extremidade;
No Brasil a questão de custos é ainda uma dificuldade com relação a utilização desta
técnica, a qual pode vir a ser competitiva com as técnicas mais utilizadas correntemente
em caso de obras cujos prazos de execução são pequenos. Das dificuldades de ordem
técnica cita-se:
Por outro lado, nos caso das argilas muito moles da área litorânea brasileira, a grande
vantagem da técnica é propiciar a execução de aterros de até cerca de 6.5 m (2 m de
aterro mais 4.5 m correspondente ao vácuo) em apenas duas etapas construtivas.
Este tipo de sistema foi necessário, pois para a análise dos resultados da pesquisa era
importante que se obtivesse uma variação equalizada da temperatura. O aquecimento
pode entretanto, ser obtido de forma menos onerosa, com menor controle.
O vácuo foi aplicado durante 5 meses sobre o aterro A, com uma eficácia do sistema de
bombeamento de cerca de 81 % (81 kPa). Em virtude das dimensões do sítio e da
escavação das trincheiras periféricas, duas hipóteses de distribuições de tensões foram
consideradas para o aterro e para a crosta.
Para estas mesmas profundidades, segundo uma hipótese de carregamento por "tronco
de pirâmide", com carregamento distribuído igualmente na base do tronco de pirâmide e
ao longo da profundidade, as tensões calculadas são até 2.2 kPa menores que as medidas
258
pelos piezômetros. Este critério não foi adotado pois as poro-pressões medidas in situ
são menores que as tensões calculadas, principalmente no caso de précarregamento por
vácuo.
É possível que o acréscimo de tensões que realmente ocorreu in situ esteja entre os
valores propostos pelos dois métodos e neste caso, os valores de σ'VEL, σ'Vmax, e tensões
verticais das curvas de compressão in situ seriam um pouco menores.
A geometria dos aterros e das trincheiras (em função do N.A. natural) concorreram para
a diminuição da eficiência do sistema, pois segundo os ensaios de laboratório as tensões
alcançadas com o précarregamento por vácuo seriam maiores que as tensões de
sobreadensamento obtidas a partir das curvas de compressão in situ.
Entretanto, é possível que sob uma poro-pressão da ordem de -20 kPa até -25 kPa,
durante um período prolongado de tempo, tenha ocorrido dessaturação dos transdutores.
259
Os recalques finais medidos no centro do aterro foram da ordem de 27 cm, menores que
os medidos pelas placas de recalque do aterro do MTQ, pois a carga aplicada eram
diferentes nos dois sítios. Os deslocamentos horizontais foram pequenos, como
esperado em caso de précarregamento por vácuo.
A argila sob a parte central do aterro B foi aquecida de 6.5oC até cerca de 39oC durante
2 meses, quando o vácuo começou a ser aplicado. O bombeamento ocorreu durante 4
meses, com uma eficácia do sistema de bombeamento de cerca de 81% (81kPa).
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Nas Tabelas I-1 e I-2 estão apresentados os resumos dos ensaios de laboratório
executados nos furos de amostragem F1 e F2. A denominação das amostras é feita da
seguinte forma: F designa o número da amostragem; T, o número do tubo amostrador e
E o número da amostra dentro do tubo. As amostras de cada tubo, de 60 cm de
comprimento, podem ser divididas em 3 amostras de 20 cm de diâmetro e
aproximadamente 13 cm de altura (E1, E2 e E3). A parte superior do tubo é descartada
pois pode estar amolgada. É interessante notar que graças às dimensões das amostras
coletadas é possível a execução de vários ensaios à mesma profundidade, como no caso
dos triaxiais em que para uma mesma amostra pode-se moldar 7 corpos de prova. Os
procedimentos de armazenagem destes tipos de amostras foram descritos por Marques
(1996).
FURO DE SONDAGEM F1
TUBO Prof(m) DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS
F1-T1-E1 1.24 - 1.37
F1-T1-E2 1.37 - 1.50
F1-T2-E1 1.70 - 1.83
F1-T2-E2 1.83 - 1.96
F1-T2-E3 1.96 - 2.08 OED 1 - σ'P = 217 kPa
F1-T3-E1 2.26 - 2.39
F1-T3-E2 2.39 - 2.51
F1-T3-E3 2.51 - 2.64 Det. wnat arg. oxidada
F1-T4-E1 2.82 - 2.95 arg. grise
F1-T4-E2 2.95 - 3.07
F1-T4-E3 3.07 - 3.20 WL,WP, sedimentação OED 2* - σ'P = 70 kPa
F1-T5-E1 3.35 - 3.48
F1-T5-E2 3.48 - 3.61 Det. wnat
F1-T5-E3 3.61 - 3.73
F1-T6-E1 3.89 - 4.01 WL,WP,G,sedimentação CIU1 - σ'c =260 kPa - σ'pi =75 kPa
OED 9* - σ'P = 108 kPa OED 3 - σ'P = 107 kPa
-6 -1
F1-T6-E2 4.01 - 4.14 CRS1 - T = 10 - 50C - σ'P10C = 134 kPa;εv = 2 x 10 s
F1-T6-E3 4.14 - 4.27
F1-T7-E1 4.39 - 4.55
F1-T7-E2 4.55 - 4.67 Det. wnat CRS23;T=20C;σ'P=123kPa;εv = 1x 10 -6 s -1
FURO DE SONDAGEM F1
TUBO Prof(m) DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS
CIU 8 - σ'c = 23 kPa - T=10oC
PERD
CIU 10 - σ'pi = 90 kPa - σ'c = 160kPa - T=10oC CIU8
PERD
Como estes ensaios tinham como objetivo uma boa determinação σ'poed, utilizou-se
maior número de estágios de aplicação de cargas do que os usuais para ensaios de
adensamento, ou seja, uma relação de tensões da ordem de σ'v (i+1) = 1.5 σ'v (i). Os
estágios de carregamento foram : 6.1, 12.1. 24.2 , 36.4, 48.5, 72.7, 109.1, 169.1, 254.5,
387.8, 581.8, 872.7 e 1309 kPa e descarregando em 872.7, 581.8, 387.8, 254.5, 169.7,
109.1, 48.5 e 6.1 kPa.
FURO DE SONDAGEM F2
TUBO Prof(m) DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS
1.4 0.8
St = 30
Média
ENSAIO AMOSTRAS PROF.(m) σ'P σ'vo wn γn e0 evo k0 Ck OCR Cs Cc Cc/(1+eo) Cvcalc* -(evo-eo)/eo
3 2
(kPa) (kPa) (%) (kN/m ) (m/s) sob. desc. (m /s)
OED 1 F1-T2-E3 1.96 240 25.5 67.0 15.4 1.946 1.930 - - 9.4 0.02 0.14 1.12 0.38 - 0.008
OED2 F1-T4-E3 3.07 70 31.1 93.1 14.8 2.535 2.470 2.0E-9 1.14 2.2 0.05 0.12 2.07 0.59 3.6E-8 0.026
OED3 F1-T6-E1 3.89 107 39.3 90.3 14.9 2.465 2.430 - - 2.7 0.03 0.11 3.05 0.88 - 0.014
OED4 F1-T8-E1 4.93 114 49.0 90.1 14.9 2.456 2.360 3.2E-9 1.04 2.3 0.09 0.11 2.75 0.80 5.7E-8 0.039
OED5 F1-T10-E1 5.99 130 60.2 86.4 15.0 2.375 2.340 - - 2.2 0.03 0.12 3.84 1.14 - 0.015
OED6 F1-T12-E1 7.11 149 72.6 87.7 15.0 2.399 2.320 1.6E-9 1.22 2.1 0.05 0.11 4.62 1.36 4.9E-8 0.033
OED7 F1-T13-E3 7.93 153 86.0 82.6 15.1 2.271 2.210 - - 1.8 0.04 0.10 2.84 0.87 - 0.027
OED8 F1-T15-E3 9.08 190 100.2 79.2 15.2 2.185 2.080 2.3E-9 0.97 1.9 0.03 0.09 2.79 0.88 9.8E-8 0.048
OED9 F1-T6-E1 3.89 108 39.3 90.5 14.9 2.469 2.370 3.3E-9 1.03 2.8 0.05 0.12 3.08 0.89 4.3E-8 0.040
OED10 F1-T10-E1 5.99 112 60.2 88.3 15.0 2.401 2.300 2.2E-9 1.11 1.9 0.04 0.10 2.43 0.71 4.2E-8 0.042
OED11 F1-T13-E3 7.93 158 86.0 82.3 15.3 2.236 2.160 1.8E-9 1.02 1.8 0.03 0.09 2.60 0.80 6.4E-8 0.034
OED12 F1-T15-E3 9.08 200 100.2 72.5 15.6 1.991 1.940 2.2E-9 0.94 2.0 0.04 0.08 2.08 0.70 6.6E-7 0.026
* domínio normalmente adensado, calculado a partir dos ensaios de permeabilidade
Tabela I - 6 - Resumo dos ensaios triaxiais de compressão isotrópica - série 1 - Saint-Roch-de-l'Achigan.
Características do pico
ENSAIOS AMOS- PROF. σ'poed s'L wn T σ 'c ε 1f uf qf sf tf σ'1f σ'3f qε 1 = 15% φ' φ'
TRAS (m) (kPa) (kPa) (%) (oC) (kPa) (%) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) pic(o) gd(o)
CIU1 F1-T6-E1 3.95 107 75 92.7 20 260 2.1 149.0 136.7 179.3 68.3 247.6 111.0 115.9 22.4 29.0
CIU2 F1-T8-E1 4.99 114 83 85.2 20 233 2.3 122.1 148.2 185.0 74.1 259.1 110.9 124.2 23.6 30.0
CIU3 F1-T9-E3 5.78 130 83 89.9 20 220 - - - - - - - - - -
CIU4 F1-T12-E1 7.18 149 90 84.1 20 306 2.7 154.5 158.6 230.8 79.3 310.1 151.5 135.8 20.1 25.0
CIU11 F1-T11-E1 6.62 149 97 85.6 10 167 2.6 96.1 101.7 121.8 50.9 172.6 70.9 80.5 24.7 31.0
CIU12 F1-T11-E1 6.62 149 90 84.1 10 131 2.6 82.3 101.5 99.3 50.8 150.1 48.6 71.5 30.7 40.5
CIU28 F1-T12-E1 7.18 149 93 84.4 20 140 2.8 104.2 99.1 85.3 49.5 134.9 35.8 71.7 35.5 -
σ 'c = tensão de adensamento isotrópico.
σ 'poed = tensão de sobreadensamento do ensaio oedométrico convencional.
s'L = σ'pi = tensão de sobreadensamento isotrópica do ensaio de compressão isotrópica (hidrostático).
281
Reservatório de
óleo de silicone Célula de
carga
água
Pedras
Contra - porosas
pressão
Transdutor
de pressão
momento é σv, a tensão vertical efetiva média pode ser calculada a partir de uma poro-
pressão média (umédio) utilizando-se a hipótese de uma distribuição parabólica de
pressões dentro do corpo de prova (Wissa et al. 1971; Carvalho, 1989; Marques, 1996),
o que é dado por:
Hγ w ε1
k= (II-3)
2(u b - u o )
±
onde H é a altura do corpo de prova e ε1 é a velocidade de deformação vertical.
k T1 μT1 k T 2 μT 2
K int . = = (II-4)
γ T1 γT2
onde kTi é a condutividade hidráulica do solo sob uma temperatura Ti, μi é a viscosidade
da água à temperatura Ti e γTi é o peso específico da água à temperatura Ti.
1 x 10-5 s-1, 2 x 10-6 s-1, 3.38 x 10-6 s-1, 6.75 x 10-7 s-1 e 1 x 10-7 s-1. Além disto, para
verificar-se o efeito da temperatura sobre o comportamento unidimensional, os ensaios
foram executados a temperaturas controladas de 10, 30 e 50oC. Os ensaios a 10oC foram
executados dentro de um câmara frigorífera de laboratório, na qual a temperatura
ambiente era controlada, com medidas de temperatura na célula.
Para os ensaios a 30 e 50oC a célula CRS foi instalada dentro de um banho de água
quente, sob a temperatura desejada, com circulação de água através de uma pequena
bomba, para manter-se a temperatura constante, com medidas de temperatura no banho
de água quente. As Tabelas II - 1, II - 2 e II - 3 apresentam os resumos das
características das amostras e resultados destes ensaios.
Para se diminuir a perda de calor entre a célula e o ar ambiente, a célula foi envolta por
uma camada protetora de material isolante. A temperatura da água dentro da célula foi
verificada durante os ensaios através de um termopar instalado dentro da célula e o
controle de temperatura era feita no banho da água de circulação.
284
±
Tabela II - 1 - Resultados dos ensaios CRS (εv = 2 x 10-6 s-1; T = 10 - 50oC ) - série 1.
(oC) (kPa)
CRS 5 F1-T8-E2 5.07 85.9 2.436 6.75E-7 10 135
CRS 6 F1-T8-E2 5.07 86.4 2.436 1.00E-5 10 160
CRS 7 F1-T8-E2 5.11 86.4 2.441 1.00E-7 10 123
CRS 8 F1-T8-E2 5.11 85.8 2.437 1.00E-5 30 138
CRS 9 F1-T8-E2 5.11 87.1 2.456 1.00E-5 50 134
CRS 10 F1-T8-E2 5.16 82.8 2.297 6.75E-7 50 106
CRS 11 F1-T8-E2 5.16 82.4 2.273 1.00E-7 50-10 93
CRS 14 F1-T8-E2 5.16 82.8 2.361 1.00E-7 30 102
CRS 15 F1-T8-E1 4.96 86.0 2.391 6.75E-7 30 117
CRS 16 F1-T8-E1 4.96 87.4 2.417 3.38E-6 50 117
Aquecedor
Retorno de água quente
bomba
Alimentação de água quente
Carregamento
com o braço
de alavanca
Termopar
Reservatório
de óleo
serpentina
de cobre
Estes ensaios foram executados sobre amostras coletadas a 4.7 e 6.3 m para que se
pudesse fazer uma comparação com os resultados dos ensaios CRS das séries 2 e 3. Na
Tabela II - 4 apresenta-se o resumo das características dos ensaios OED1 e OED2. A
tensão de sobreadensamento indicada nesta tabela foi definida a partir da curva de
compressão obtida a 10oC.
286
Características do pico
ENSAIOS AMOS- PROF. σ'poed s'L wn T σ 'c ε 1f uf qf s'f tf σ'1f σ'3f qε1 = 15% φ' φ'
o o o
TRAS (m) (kPa) (kPa) (%) ( C) (kPa) (%) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) pic( ) gd( )
CIU3 F1-T9-E3 5.78 130 83 89.9 20 220 - - - - - - - - - -
CIU5* F1-T9-E3 5.78 130 - 89.2 20 23 1.4 16.6 60.6 36.7 30.3 67.0 6.4 33.7 - 44.0
CIU6* F1-T9-E3 5.78 130 - 89.2 20 46 1.2 28.9 70.5 52.4 35.3 87.6 17.1 43.2 - 42.0
CIU7* F1-T9-E3 5.78 130 - 90.0 20 60 1.4 38.2 86.6 65.2 43.3 108.5 21.9 48.7 - 45.0
CIU8* F1-T9-E2 5.65 142-145 - 86.9 10 46 1.1 31.8 97.8 63.2 48.9 112.1 14.3 85.0 - 45.0
CIU9* F1-T9-E1 5.53 142-145 - 87.3 10 23 1.0 20.3 90.8 48.2 45.4 93.6 2.7 65.0 - 45.0
CIU10 F1-T9-E2 5.65 142-145 90 87.6 10 160 - - - - - - - - - -
CIU14* F1-T9-E2 5.65 142-145 - 86.3 10 62 1.3 43.2 94.7 66.1 47.4 113.5 18.7 49.9 - 47.3
CIU15 F2-T5-E1 5.47 111-113 70 88.1 50 130 2.0 77.3 87.9 96.7 43.9 140.6 52.8 55.5 27.0 30.7
CIU16* F1-T9-E1 5.53 111-113 - 87.1 50 46 0.9 36.0 83.8 51.9 41.9 93.8 10.0 52.3 - 49.4
CIU17* F1-T9-E2 5.65 111-113 - 86.7 50 23 0.9 18.7 57.8 33.2 28.9 62.1 4.3 43.2 - 47.3
CIU18 F2-T5-E1 5.47 142-145 92 87.5 10 106 2.5 59.7 86.7 89.6 43.4 133.0 46.3 - 28.9 33.0
CIU18 F2-T5-E1 5.47 142-145 - - 50 106 - - - - - - - 40.8 - -
CIU19* F2-T5-E1 5.47 142-145 - 87.3 10 70 0.9 38.8 98.3 80.4 49.1 129.5 31.3 46.3 - 38.0
CIU21 F2-T5-E2 5.60 142-145 88 87.6 10 124 2.5 69.8 98.7 103.0 49.3 152.3 53.7 - 28.6 34.0
CIU21 F2-T5-E2 5.60 111-113 - - 50 124 - - - - - - - - - 34.0
CIU22* F2-T5-E2 5.60 111-113 - 87.1 50 30 0.6 26.6 80.8 43.8 40.4 84.2 3.4 48.5 - 48.0
CIU23* F2-T5-E2 5.60 111-113 - 87.8 50 46 0.9 33.8 83.8 54.1 41.9 96.1 12.2 46.4 - 44.0
CIU24 F2-T5-E2 5.60 142-145 93 87.3 10 124 1.8 62.1 87.5 105.9 43.8 149.7 62.1 - 24.4 31.7
CIU24 F2-T5-E2 5.60 142-145 - 87.3 50 - - - - - - - - 40.2 - 31.7
CIU25* F2-T5-E3 5.72 130 - 90.7 20 30 0.7 21.9 71.8 44.1 35.9 80.0 8.2 60.4 - 41.6
CIU26 F2-T5-E2 5.60 130 95 87.5 20 100 1.9 55.7 88.2 88.4 44.1 132.5 44.3 - 29.9 35.7
CIU26 F2-T5-E2 5.60 130 - 87.5 50 - - - - - - - - 41.2 - 35.7
CIU30* F2-T5-E3 5.72 111-113 - 88.1 50 30 0.8 23.3 72.4 43.0 36.2 79.2 6.8 50.4 - -
* = ensaios executados no trecho sobreadensado
Tabela II - 6 - Resumo dos resultados dos ensaios triaxiais CAU - série 2.
Características do pico
ENSAIO AMOS- PROF. σ'poed s'L wn T K ε 1f uf qf s'f tf σ'1f σ'3f qε 1 = 15% φ' φ'
o o o
TRAS (m) (kPa) (kPa) (%) ( C) (%) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) pic( ) gd( )
CAU1 F1-T9-E3 5.78 130 100 89.4 20 0.50 0.5 22.8 134.2 144.4 67.1 211.5 77.2 88.7 27.7 34.0
CAU2 F1-T9-E3 5.78 130 98 88.8 20 0.70 1.4 60.0 107.0 118.5 53.5 172.0 65.0 71.9 26.8 35.4
CAU3 F1-T9-E3 5.78 130 90 90.1 20 0.85 2.0 96.0 115.9 124.9 57.9 182.9 67.0 87.1 27.6 38.7
CAU4 F1-T9-E1 5.52 142-145 105 86.5 10 0.50 0.8 30.4 134.2 136.9 67.1 204.0 69.7 - 29.4 37.9
CAU6 F1-T9-E1 5.52 142-145 100 86.8 10 0.85 1.9 83.7 121.6 140.6 60.8 201.4 79.9 91.5 25.6 38.1
CAU7 F2-T5-E1 5.47 142-145 105 88.5 10 0.70 1.4 52.0 104.0 105.0 52.0 157.1 53.0 - 29.7 38.0
CAU7 F2-T5-E2 5.47 - - 88.5 50 0.70 - - - - - - - - 38.0
CAU8 F1-T9-E1 5.52 111-113 88 88.0 50 0.50 0.3 18.7 105.9 104.2 53.0 157.2 51.3 - 30.5 40.9
CAU9 F2-T5-E1 5.47 111-113 80 87.6 50 0.70 1.5 47.9 84.2 79.3 42.1 121.4 37.2 49.4 32.1 41.0
CAU10 F2-T5-E1 5.47 111-113 73 88.1 50 0.85 1.3 49.0 81.1 81.6 40.6 122.2 41.1 48.0 29.8 39.0
CAU11 F2-T5-E2 5.60 130 100 87.7 20 0.60 0.8 33.8 93.4 102.9 46.7 149.6 56.2 - 27.0 36.9
291
Das Figuras III - 3 até III - 6 estão apresentadas as medidas de temperatura dos
termistores e instrumentos instalados no aterro B, em função do tempo. Estas figuras
indicam as temperaturas médias consideradas na análise dos resultados, em função da
posição dos termistores no aterro e também em função da profundidade.
292
20
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN PROF.
TERMISTORES - THA1, THA2 E TH2
PLATAFORMA A aterro
10
1.2m
2.2m
0 3.7m
5.2m
6.7m
10
8.2m
10
T (oC)
10
10
B4
10
0
0 40 80 120 160 200 240 280 320
t (dias)
Figura III - 1 - Variação da temperatura com o tempo em função da profundidade -
termistores THA1, THA2 e TH2 - aterro A.
20
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
RA1 = 3.25m
TASSÔMETROS E PIEZÔMETROS
PLATAFORMA A RA3 = 6.15m
RA4 = 7.6m
15
UA1 = 2.5m
UA2 = 3.9m
UA3 = 5.4m
UA4 = 6.8m
10
T (oC)
5
B4
0
-20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300
t (dias)
Figura III - 2 - Variação da temperatura em função do tempo - piezômetros e tassômetros - aterro A - Saint-Roch-de-l'Achigan.
294
PROF.
aterro centro
aterro bordo
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN 1.2m
PLATAFORMA B 3.7m
5.2m
40 6.7m
8.2m
20
0
40
20
0
40
20
T (oC)
0
40
20
0
40
20
0
40 B4 B8 B11
20
0
0 40 80 120 160 200 240 280 320
t (dias)
3.7m
o
Tmédia= 39 C 5.2m
40
6.7m
8.2m
T (oC)
30
20
10
Temperatura de alimentação
3.7m
5.2m
40 Tmédia= 35.5oC
6.7m
8.2m
T (oC)
30
20
10 Temperatura de alimentação
Figura III - 5 - Variação da temperatura com o tempo - termistores THB2 - aterro B - Saint-Roch-de-l'Achigan.
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN THB3
60
TERMISTORES - THB3 - PLATAFORMA B PROFUNDIDADE
PROF. : 1.2 ; 2.2 ; 3.7 ; 5.2 ; 6.7 ; 8.2 m
1.2m
50 2.2m
Tmédia= 45 oC
3.7m
5.2m
40
6.7m
Tmédia= 30 oC 8.2m
T (oC)
30
Temperatura de alimentação
20
10
Os quadros resumo dos valores obtidos a partir dessa hipótese estão apresentados na
Tabela IV - 1 e na Tabela IV - 2, para as profundidades dos piezômetros instalados nos
dois aterros. As tensões efetivas finais são as previstas ao fim da dissipação das poro-
pressões, considerando-se que o vácuo foi aplicado sobre o perfil de referência após os
recalques (de cada camada) e mais o carregamento do aterro. O valor de u0 considerado
para as etapas A1 e B1 provém do perfil natural do depósito, enquanto que para as outras
etapas o valor de u0 indicado provém do perfil inicial, após a instalação dos drenos.
Os nivelamentos executados nos dois aterros mostraram que o efeito de bordo foi
importante para os dois aterros, ou seja, ocorreram recalques diferenciais indicando a
existência de valores diferenciais de tensões no centro e nos bordos, ou seja, a hipótese
de tensões distribuídas igualmente para todo o aterro não era realista.
A2 9.3 40.8 31.5 40.8 31.5 Excavação de 20 cm da crosta. Após a instalação dos drenos verticais - perfil de poro-pressões
é hidrostático. u0 = medida pelo piezômetro UA1 haterro = 0.3m
CROSTA A A3 9.3 45.9 36.6 45.9 36.6 haterro = 0.6m
0 - 3.25 m A4 9.3 35.5 26.2 45.5 36.2 Execução da trincheira - descarregamento devido à excavação de uma parte da crosta.
A7 9.3 40.8 40.8 57.8 48.5 haterro = 1.37 m
A8 9.3 46.0 36.7 73.5 64.2 haterro = 2.37 m
A10 9.3 46.0 101.5 73.5 132.1 No fim da aplicação do vácuo considerando-se uma sucção média de 81kPa e recalques ao
final da aplicação do vácuo.
Tensões calculadas a 3.9 m de profundidade = profundidade de UA2
A1 24.0 59.6 35.6 59.6 35.6 Tensões iniciais do sítio - perfil de poro-pressões obtido a partir dos piezômetros PR1 à PR6.
A2 21.9 61.6 39.7 61.6 39.7 Após a instalação dos drenos verticais - perfil de poro-pressões é hidrostático.
u0 = medida pelo piezômetro UA2 haterro = 0.3m
CAMADA 1A A3 21.9 66.7 44.8 66.7 44.8 haterro = 0.6m
3.25 - 4.7m A4 21.9 56.4 34.5 65.2 43.3 Execução da trincheira - descarregamento devido à excavação de uma parte da crosta.
A7 21.9 61.7 39.8 75.8 53.9 haterro = 1.37 m
A8 21.9 66.9 45.0 89.7 67.8 haterro = 2.37 m
A10 21.9 66.9 108.4 89.7 134.4 No fim da aplicação do vácuo considerando-se uma sucção média de 81kPa e recalques finais.
Tabela IV - 1 - Continuação.
PLATAFORMA A
CAMADA ETAPA u0 Tronco pirâmide Paralelepípedo OBSERVAÇÕES
σv σ'vf σv σ'vf Tensões calculadas a 5.4 m de profundidade = profundidade de UA3
A1 32.0 82.0 50.0 82.0 50.0 Tensões iniciais do sítio - perfil de poro-pressões obtido a partir dos piezômetros PR1 à PR6.
A2 40.9 84.0 43.1 84.0 43.1 Excavação de 20 cm da crosta. Após a instalação dos drenos verticais - perfil de poro-pressões
é hidrostático. u0 = medida pelo piezômetro UA3 haterro = 0.3m
CAMADA 2A A3 40.9 89.1 48.2 89.1 48.2 haterro = 0.6m
4.7 - 6.15 m A4 40.9 78.8 37.9 85.1 44.2 Execução da trincheira - descarregamento devido à excavação de uma parte da crosta.
A7 40.9 84.1 43.2 94.3 53.4 haterro = 1.37 m
A8 40.9 89.3 48.4 105.2 64.3 haterro = 2.37 m
A10 40.9 89.3 116.1 105.2 135.1 No fim da aplicação do vácuo - com uma sucção média de 81kPa.
Tensões calculadas a 6.8 m de profundidade = profundidade de UA4
A1 34.0 103.0 69.0 103.0 69.0 Tensões iniciais do sítio - perfil de poro-pressões obtido a partir dos piezômetros PR1 à PR6.
A2 53.9 105.0 51.1 108.1 54.2 Após a instalação dos drenos verticais - perfil de poro-pressões é hidrostático.
u0 = medida pelo piezômetro UA4 haterro = 0.3m
CAMADA 3A A3 53.9 110.1 56.2 110.1 56.2 haterro = 0.6m
6.15 - 7.6 m A4 53.9 99.8 45.9 103.3 49.4 Execução da trincheira - descarregamento devido à excavação de uma parte da crosta.
A7 53.9 105.1 51.2 111.0 57.1 haterro = 1.37 m
A8 53.9 110.3 56.4 119.7 65.8 haterro = 2.37 m
A10 53.9 110.3 123.7 119.7 136.1 No fim da aplicação do vácuo considerando-se uma sucção média de 81kPa e recalques finais.
Tabela IV - 2 - Tensões calculadas para cada etapa de carregamento - aterro B - Saint-Roch-de-l'Achigan .
PLATAFORMA B
CAMADA ETAPA u0 Tronco pirâmide Paralelepípedo OBSERVAÇÕES
σv σ'vf σv σ'vf Tensões calculadas a 2.5 m de profundidade = profundidade de UB1
B1 11.4 38.8 27.4 38.8 27.4 Tensões iniciais do sítio - perfil de poro-pressões obtido a partir dos piezômetros PR1 à PR6.
B2 11.4 40.8 29.4 40.8 29.4 Excavação de 20 cm da crosta. Após a instalação dos drenos verticais - perfil de poro-pressões
é hidrostático. u0 = medida pelo piezômetro UB1 haterro = 0.3m
CROSTA B B3 11.4 45.9 34.5 45.9 34.5 haterro = 0.6m
0 - 3.25 m B5 11.4 37.6 26.2 45.5 34.1 Execução da trincheira - descarregamento devido à excavação de uma parte da crosta.
B7 11.4 43.2 31.8 57.8 46.4 haterro = 1.37 m
B9 11.4 48.8 37.4 73.5 62.1 haterro = 2.37 m
B13 11.4 48.8 105.1 73.5 132.4 No fim da aplicação do vácuo considerando-se uma sucção média de 81kPa e recalques ao
final da aplicação do vácuo.
Tensões calculadas a 3.9 m de profundidade = profundidade de UB2
B1 24.0 59.6 35.6 59.6 35.6 Tensões iniciais do sítio - perfil de poro-pressões obtido a partir dos piezômetros PR1 à PR6.
B2 27.4 61.6 34.2 61.6 34.2 Excavação de 20 cm da crosta. Após a instalação dos drenos verticais - perfil de poro-pressões
CAMADA 1B é hidrostático. u0 = medida pelo piezômetro UB2 haterro = 0.3m
3.25 - 4.7 m B3 27.4 66.7 39.3 66.7 39.3 haterro = 0.6m
B5 27.4 58.4 31.0 65.1 37.7 Execução da trincheira - descarregamento devido à excavação de uma parte da crosta.
B7 27.4 64.1 36.7 75.7 48.3 haterro = 1.37 m
B9 27.4 69.7 42.3 89.6 62.2 haterro = 2.37 m
B13 27.4 69.7 112.6 89.6 135.2 No fim da aplicação do vácuo considerando-se uma sucção média de 81kPa e recalques finais.
Tabela IV -2 - Continuação.
PLATAFORMA B
CAMADA ETAPA u0 Tronco pirâmide Paralelepípedo OBSERVAÇÕES
σv σ'vf σv σ'vf Tensões calculadas a 5.4 m de profundidade = profundidade de UB3
B1 32.0 82.0 50.0 82.0 50.0 Tensões iniciais do sítio - perfil de poro-pressões obtido a partir dos piezômetros PR1 à PR6.
B2 40.9 84.0 43.1 84.0 43.1 Excavação de 20 cm da crosta. Após a instalação dos drenos verticais - perfil de poro-pressões
CAMADA 2B é hidrostático. u0 = medida pelo piezômetro UB3 hremblai = 0.3m
4.7 - 6.0 m B3 40.9 89.1 48.2 89.1 48.2 haterro = 0.6m
B5 40.9 80.8 39.9 84.9 44.0 Execução da trincheira - descarregamento devido à excavação de uma parte da crosta.
B7 40.9 86.5 45.6 94.2 53.3 haterro = 1.37 m
B9 40.9 92.1 51.2 105.1 64.2 haterro = 2.37 m
B13 40.9 92.1 119.7 105.1 135.3 No fim da aplicação do vácuo considerando-se uma sucção média de 81kPa e recalques finais.
Tensões calculadas a 6.8 m de profundidade = profundidade de UB4
B1 34.0 103.0 69.0 103.0 69.0 Tensões iniciais do sítio - perfil de poro-pressões obtido a partir dos piezômetros PR1 à PR6.
B2 53.9 105.0 51.1 108.1 54.2 Excavação de 20 cm da crosta. Após a instalação dos drenos verticais - perfil de poro-pressões
é hidrostático. u0 = medida pelo piezômetro UB4 hremblai = 0.3m
CAMADA 3B B3 53.9 110.1 56.2 110.1 56.2 haterro = 0.6m
6.0 - 7.6 m B5 53.9 101.8 47.9 102.6 48.7 Execução da trincheira - descarregamento devido à excavação de uma parte da crosta.
B7 53.9 107.5 53.6 110.3 56.4 haterro = 1.37 m
B8 53.9 113.1 59.2 119.0 65.1 haterro = 2.37 m
B10 53.9 113.1 127.7 119.0 136.3 No fim da aplicação do vácuo considerando-se uma sucção média de 81kPa e recalques finais.
303
CENTRO DO
ATERRO
/2
ira
he
nc
tri
h
+
5
FUNDO DAS
6.
q TRINCHEIRAS
6.5+htrincheira/2
Para o cálculo das tensões nas profundidades dos piezômetros, utilizou-se o fator de
correção Iz apresentado por Poulos & Davis (1974) e neste caso, o centro apresentaria
um acréscimo de tensões cerca de quatro vezes maior que os vértices dos
paralelepípedos indicados na Figura IV - 1 - b. Os resumos dos resultados obtidos a
partir desta hipótese também estão apresentados na Tabela IV - 1 e na Tabela IV - 2, nas
profundidades dos piezômetros dos dois aterros.
L = B = largura do paralelepípedo;
m = n = L / z.
tensões consideradas.
Na prática, em aterros executados sobre argila com drenos verticais, o excesso de poro-
pressão é menor que os valores de variação da tensão total, pois o solo não está saturado
e a água é compressível. Em aterros executados sobre argila mole sem drenos, esta
análise é ainda mais complicada, pois pode haver geração de poro-pressões devido à
fluência (adensamento secundário), antes de haver a dissipação das poro-pressões e
assim as medidas de poro-pressões podem continuar a subir tempos após a aplicação da
carga, como foi observado no aterro de Olga (Leroueil, 1996).
a) descarregamento da crosta
Plataforma A L=B 7.7 m Plataforma B L=B 7.5 m
Piezômetros p= 35.7 kPa Piezômetros p= 31.0 kPa
Prof z m=n Iz Δσ Δσ v Prof z m=n Iz Δσ Δσ v
UA1 2.3 0.0 - 0.250 35.7 0.0 UB1 2.3 0.3 - 0.250 31.0 0.0
UA2 3.7 1.4 5.5 0.248 35.4 -0.3 UB2 3.7 1.7 4.4 0.247 30.6 -0.4
UA3 5.2 2.9 2.6 0.238 33.9 -1.7 UB3 5.2 3.2 2.3 0.235 29.1 -1.9
UA4 6.6 4.3 1.8 0.226 32.2 -3.4 UB4 6.6 4.6 1.6 0.217 26.9 -4.1
O excesso de poro-pressão causado pelo carregamento deve ser ainda maior do que o
medido visto que a sucção não foi interrompida durante a execução do alteamento. As
medidas das poro-pressões na crosta foram as que mais se distanciaram dos valores
previstos, o que era de se esperar, já que a crosta encontra-se mais próxima do aterro de
areia sob vácuo e apresenta maiores valores de Cv, que é naturalmente sobreadensada e
fissurada.
Como os valores medidos em todas as etapas são menores que os previstos pela segunda
hipótese, esta mostrou-se mais compatível com os resultados dos excessos de poro-
pressão medidos pelos piezômetros quando houve a escavação e nos alteamentos
305
Δu (kPa)
Descarregamento da crosta e do aterro -15 -10 -5 0
de 0.6m - A4 e B5 0
medido plat. A
U medidos T. de pirâmide Paralelepípedo
1 medido plat. B
Profundidade (m)
2 Paralelepí pedo
UA1 2.5 -4.1 -10.3 -0.4
UA2 3.9 -4.2 -10.3 -1.5 3
UA3 5.4 -4.9 -10.3 -4.0
UA4 6.8 -5.9 -10.3 -6.8 4
UB1 2.5 -4.2 -8.3 -0.4 5
UB2 3.9 -4.1 -8.3 -1.6
UB3 5.4 -4.2 -8.3 -4.2 6
UB4 6.8 -3.9 -8.3 -7.5
7
Alteamentos (h=1.37m)- A7 e B7 Δu (kPa)
U medidos T. de pirâmide Paralelepípedo 0 5 10 15
0
Piez. Prof. (m) Δ u(kPa) Δσv Δσv medido plat. A
Tronco de pirâmide
UA2 3.9 7.8 5.3 10.5
Profundidade (m)
2 Paralelepí pedo
UA3 5.4 6.7 5.3 9.3
UA4 6.8 6.0 5.3 7.8 3
UB1 2.5 3.4 5.7 12.3
UB2 3.9 6.3 5.7 10.5 4
UB3 5.4 5.3 5.7 9.3 5
UB4 6.8 5.1 5.7 7.8
Alteamentos (h=2.37m) - A8 e B9 6
Tronco de pirâmide
UA4 6.8 7.0 5.2 8.7
Profundidade (m)
2 Paralelepí pedo
UB1 2.5 4.6 5.6 15.7
UB2 3.9 8.1 5.6 14.0 3
UB3 5.4 7.9 5.6 10.9
UB4 6.8 7.1 5.6 8.7 4
7
306
O aterro do MTQ foi construído em 1996 e para compensar os recalques ocorridos ele
sofreu um alteamento em 1997. Na Figura V - 1 está apresentada a localização
esquemática do aterro do MTQ, sua instrumentação, a localização esquemática dos
ensaios de piezocone e vane que foram executados fora da área do aterro. Embora
tenham sido executados ensaios de piezocone e vane durante o período de
précarregamento deste aterro, seus resultados não serão discutidos. Nesta figura está
localizado também de forma esquemática o sítio experimental.
V12 e PZ12
PIEZÔMETROS
Figura V - 1 - Localização do aterro, da instrumentação e dos ensaios in situ do MTQ - Saint-Roch-de-l'Achigan.
308
ELEV. (m)
SEÇÃO 1
EP1 EP2
CROSTA
ARGILA
TILL
ROCHA
CROSTA
ARGILA
TILL
ESPAÇAMENTO DOS
ZONA ESTACAS
DRENOS VERTICAIS (m)
0+564 à 0 +604
1 1.3
0+670 à 0 +710
0+539 à 0+564
2 1.7
0+710 à 0+735
0+514 à 0+539
3 2.2
0+735 à 0+760
A Figura V - 3 apresenta os perfis de resistência e poro-pressões medidos nos ensaios de
piezocone PZ2, PZ11, PZ12 e os perfis de resistência medidos nos ensaios de palheta
V1, V11 e V12. Os ensaios PZ11, PZ12, V11 e V12 foram executados pelo MTQ, fora
da área de influência do aterro, dentro do depósito argiloso, conforme apresentado
esquematicamente na Figura V - 1. Os ensaios V1 e PZ2 foram executados pela
ULAVAL antes dos ensaios de précarregamento in situ, conforme descrito em 3.2.
PIEZOCONES
qt - PZ2 - LAVAL
qt - PZ11 - M.T.Q.
5
upt - PZ11 - M.T.Q.
qt - PZ12 - M.T.Q.
Profundidade (m)
10
ENSAIOS DE PALHETA
V1 - LAVAL
V11 - M.T.Q.
V12 - M.T.Q.
15
Figura V - 3 - Ensaios de piezocone PZ2, PZ11 e PZ12 : resistência de ponta e poro-pressão em função da profundidade; ensaios de palheta V1,
V11 e V12 : resistência não drenada em função da profundidade - Saint-Roch-de-l'Achigan.
ATERRO MTQ LAVAL
Distância haterro Δσv Placas de RECALQUES PIEZÔMETROS σ'p - σ'vo σ'pinsitu σ'vfimconst. σ'poed σ'pcone
ESTACA
drenos(m) (m) (m)* (kPa) (kPa)* recalque (m)* (m)** prof.(m) OBSERVAÇÕES (kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa)
2.90 52.0 86.7 114.5 70.0 62.0
0+572 1.3 5.91 6.78 110.7 125.5 1 0.9 1.00 6.80 defeituoso após 21/5/98 50.0 104.7 122.8 148.0 129.6
12.27 defeituoso após 12/10/97 182.8 - 171.1
3.00 33.0 68.2 102.1 70.0 66.5
0+698 8.00 28.0 89.0 126.9 114.0 143.8
1.3 6.69 7.67 113.7 130.1 2 1.07 1.29
CL 10.50 161.4 - 218.2
13.25 208.6 - 440.1
3.00 defeituoso após 11/12/96 70.0 66.5
0+698 7.00 novo em 23/1/97 112.0 131.3
1.3 3.62 4.41 62.7 75.0 3 0.67 0.86
15m d. 10.00 defeituoso após 26/11/97 - 192.1
13.50 - -
3.00 70.0 66.5
0+698 2.50 42.7 4 0.28 0.30 7.00 112.0 131.3
1.3 1.17 19.9
30m d. 1.15 19.6 PARTE DO ATERRO DE 10.00 - 192.1
AREIA SOFREU EROSÃO 13.10 - 293.1
3.00 defeituoso após 19/3/97 39.0 74.2 111.8 70.0 66.5
7.00 defeituoso após 10/12/97 34.0 89.8 109.6 112.0 131.3
0+726 1.7 5.91 7.02 100.5 119.3 5 1.01 1.39
11.00 defeituoso após 19/3/97 34.0 110.5 154.6 - 218.0
15.10 39.0 136.8 199.1 - -
5.00 piezômetros foram 40.0 85.4 103.8 108.0 113.3
7.00 substituídos em 17/12/96 18.0 73.8 106.8 112.0 131.3
0+750 2.2 5.00 5.91 85.0 102.2 6 0.67 1.02
11.00 20.0 96.5 146.8 - 218.0
15.30 202.3 - -
3.00 95.7 70.0 66.5
0+772 NÃO 4.20 5.01 71.6 85.5 7 0.31 0.44 7.00 defeituoso após 20/5/97 120.5 112.0 131.3
11.40 defeituoso após 17/7/97 173.5 - 189.1
Obs: * 22/10/97 ; ** 23/7/98
u (kPa)
0 50 100 150
0
lençol freático = 1.13 m
SAINT-ROCH-DE-L'ACHIGAN
PIEZÔMETROS PR1, PR2, PR3
PIEZÔMETROS MTQ
5
Profundidade (m)
hidrostático
0+572
0+698
0+776
0+750
0+772
20
Figura V - 4 - Perfil de poro-pressões obtidos pelos piezômetros do sítio experimental e
os do aterro do MTQ.
O perfil inicial de poro-pressões obtido a partir dos piezômetros instalados nesta estaca
está também indicado na parte superior esquerda da Figura V - 5. Neste perfil, a 15.3 m
de profundidade, mesmo após a instalação dos drenos, há ainda um gradiente em
313
50
u0(kPa) ESTACA : 0+750-CL
50 100
0 PZ 20795 - 5m
PZ 18725 - 7m
40 PZ 20804 - 11m
5
PZ 20739 - 15.3m
Prof. (m)
10
30
Δu (kPa)
15
20
10
0
0 50 100
Δσv (kPa)
- o depósito não parece ser homogêneo na área do aterro, tal como indicado pelos
perfis de resistências não drenadas.
ATERRO
DO MTQ ENSAIOS
2
o -6
σ'pCRS(T =10 C; ε. =2 x 10
v s-1)
σ'pinsitu
σ'poed (T=20 C) o
3
σ'pi (T=20 C)o
t
σ'ppiezocone (N σ =3.4)
4
σ'pi (T=10 C)o
σ'vmáx
7
σ'VEL
σ'vfinvácuo
Profundidade (m)
8
Figura V - 6 - Perfis de poro-pressões e de tensões de sobreadensamento in situ - aterro MTQ e aterro A.
(kPa)
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
0
PLATAFORMA B
1 Nota: u0 e σ'v0 são os valores obtidos após a instalação dos drenos verticais.
ATERRO
DO MTQ ENSAIOS
2
o -6
σ'VEL
σ'pCRS(T=10 C; ε. =2 x 10
v s -1 )
σ'poed (T=20 C) o
3
o
σ'pi (T=20 C)
t
σ'ppiezocone (N σ =3.4)
4
o
σ'pi (T=10 C)
o
σ'pi (T=50 C)
5
IN SITU
u0
6
σ'v0
σ'vmáx
7
σ'VEL
σ'vfinvácuo
Profundidade (m)
8
Figura V - 7 - Perfis de poro-pressões e de tensões de sobreadensamento in situ - aterro MTQ e aterro B.
0.0
0.1
100
ESTACA : 0+750 0.2
Δu - PZ20795 - 5m
Placa de recalque 6 Δu - PZ18725 - 7m 0.3
Δu - PZ20804 - 11m
0.5
Δu, Δσv(kPa)
Recalques (m)
0.6
0
0.7
0.8
-50 0.9
1.0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700
T (dias)
Figura V - 8 - Variação da poro-pressão, tensão total e recalques com o tempo - estaca 0 + 750 - aterro do MTQ - Saint-Roch-de-l'Achigan.
318
Nas duas figuras estão apresentados os valores de sucção medidos sob cada aterro,
lembrando que a variação da tensão efetiva em campo é resultante de : valor da sucção
menos a variação da poro-pressão relativa a subida do lençol freático até os drenos
horizontais, (Δumax), tal como descrito no capítulo 6.3.2, mais o carregamento do aterro
de areia e menos o descarregamento devido à escavação das trincheiras.
A diferença das tensões aplicadas poderia explicar em parte o fato que ao final do
bombeamento do aterro A, os recalques são cerca de 10 cm menores que os recalques
sob o aterro do MTQ, talvez devido a diferença na distribuição de tensões reais que
ocorreram nos dois sítios. Um outro fato é a diferença das espessuras de argila que
sofreram aumento de tensões efetivas, pois sob os aterros somente 7.5 m de espessura
de argila foram submetidas ao vácuo, enquanto que sob o aterro do MTQ esta camada
de argila é mais espessa, visto que os drenos são mais profundos sob o aterro.
Concluindo-se então que é difícil comparar os recalques dos dois sítios e a comparação
dos resultados em termos de deformações só seria possível se houvessem tassômetros
instalados sob o aterro do MTQ, de forma a obter-se as deformações das camadas de
argila, tal como foi feito para o sítio experimental.
A comparação dos resultados foi também dificultada pela diferença dos espaçamentos
dos drenos dos dois sítios que era de 2.2 m sob a estaca 0 + 750 do aterro do MTQ e de
1.15 m sob os aterros. Nestas circunstâncias, é difícil efetuar um estudo comparativo
detalhado do comportamento da argila sob os aterros e sob o aterro do MTQ, entretanto,
obteve-se com estes dados a confirmação da piezometria local, que apresenta um
gradiente no sentido da base do depósito de argila.
120
80
40
Δσv , Sucção (kPa)
0.0 A5 A8 0
PLATAFORMA A ATERRO MTQ
A9 A10 ESTACA : 0+750
0.2 Sucção
A7 Δσv
a partir de RA4
0.4 Placa de recalque #6
0.6
0.8
Deslocamentos (m)
1.0
80
40
Δσv , Sucção (kPa)
B9
B8 B11
0.0 0
B12
PLATAFORMA B
ATERRO MTQ
0.2 ESTACA : 0+750
Sucção
0.6
0.8
Deslocamentos (m)
1.0
LISTA DE FIGURAS
Figura 2 - 1 - Comportamento unidimensional proposto por Leroueil et al. (1985). ....... 7
Figura 2 - 2 - Adensamento da argila de St-Hilaire para tensões aplicadas de 97 a 138
±
kPa. (a) Abordagem (σ',e ,e ). (b) Abordagem Cαe / Cc. Leroueil & Marques
(1996)........................................................................................................................ 9
Figura 2 - 3 - Influência da temperatura sobre a curva de compressão da argila de Luleå.
Eriksson (1989)....................................................................................................... 11
Figura 2 - 4 - Efeito da temperatura e da velocidade de deformação sobre a compressão
unidimensional da argila de Saint-Polycarpe. Marques (1996). ............................. 13
Figura 2 - 5 - Efeito da velocidade de deformação vertical e da temperatura sobre a
tensão de sobreadensamento - ensaios CRS - argila de Saint-Polycarpe. Marques
(1996)...................................................................................................................... 14
Figura 2 - 6 - Variação da tensão de sobreadensamento normalizada em função da
temperatura. Leroueil & Marques (1996). .............................................................. 15
Figura 2 - 7 - Curvas de compressão normalizadas - argila de Berthierville. Boudali
(1995)...................................................................................................................... 16
Figura 2 - 8 - Curvas de estado limite no plano p'-q em função de (a) variação da
velocidade de deformação (b) temperatura. Boudali (1995). ................................. 18
Figura 2 - 9 - Ensaios de cisalhamento drenado sobre a argila de Pontida. Hueckel &
Baldi (1990). ........................................................................................................... 18
Figura 2 - 10 - Efeito da velocidade de deformação e da temperatura sobre a superfície
de estado limite no espaço e - p' - q. Boudali (1995).............................................. 19
Figura 2 - 11 - Velocidade de deformação vertical em função do tempo - ensaios de
fluência sobre a argila da Baía de São Francisco. Lacerda (1976). ........................ 20
Figura 2 - 12 - Variação da velocidade de deformação em função da temperatura
durante um ensaio de fluência - argila da Baía de São Francisco. Mitchell et al.
(1968)...................................................................................................................... 21
Figura 2 - 13 - Efeito da temperatura sobre a fluência não drenada de uma ilita do
Pacífico. Houston et al. (1985). .............................................................................. 22
Figura 2 - 14 - Efeito do amolgamento sobre o comportamento de um solo argiloso.
Leroueil & Vaughan (1990).................................................................................... 23
Figura 2 - 15 - Efeito da estruturação sobre a curva de compressão das argilas: (a)
turbidita; (b) argila siltosa. Perret et al. (1995)....................................................... 24
Figura 2 - 16 - Efeito da estrutura sobre a curva de compressão da argila de Jonquière.
Leroueil et al. (1996). ............................................................................................. 26
ii
LISTA DE TABELAS
Tabela 4 - 1 - Variação das tensões verticais efetivas com a velocidade de deformação
vertical. ................................................................................................................... 72
Tabela 4 - 2 - Variação das tensões verticais efetivas em função da temperatura.......... 80
Tabela 4 - 3 - Variação da condutividade hidráulica em função da temperatura - ensaios
CRS......................................................................................................................... 83
Tabela 7 - 1 - Resumo dos ensaios - amostragens F4 (aterro A) e F5 (aterro B). ........ 230
Tabela 7 - 2 - Resumo dos resultados dos ensaios oedométricos executados após os
ensaios de précarregamento in situ - série 2 - aterros A e B................................. 234
Tabela 7 - 3 - Resumo dos ensaios triaxiais executados após os précarregamentos - série
3 - aterros A e B.................................................................................................... 241
±
Tabela II - 1 - Resultados dos ensaios CRS (εv = 2 x 10-6 s-1; T = 10 - 50oC ) - série 1.
.............................................................................................................................. 284
Tabela II - 2 - Resultados dos ensaios CRS - série 2. ................................................... 284
Tabela II - 3 - Resultados dos ensaios CRS - série 3. ................................................... 284
Tabela II - 4 - Resumo dos resultados dos ensaios OED1 e OED2 - d = 15 cm. ......... 286
Tabela II - 5 - Resumo dos resultados dos ensaios triaxiais CIU - série 2. .................. 289
Tabela II - 6 - Resumo dos resultados dos ensaios triaxiais CAU - série 2.................. 290