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NATAL
-2012-
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
NATAL
-2012-
WAGNER LOPES TORQUATO
________________________________________________________
trabalhar.
Barcelos, Clawsio Cruz e Brenna Kelly, por estarem presente nos momentos
Carlos, Clovis Costa, Jailton Barbosa, Giovane Montine e Aldayr Dantas, que
Aos Amigos Professores Marcílio Nunes Freire, Elialdo Chiberio, Marcus Diniz
tecnológicas, tais como filtros para metais fundidos e queimadores, tornando esses
microestrutural (MEV e raios X). A partir dos resultados obtidos, foi feita a análise do
método da réplica.
sponge. This method consists of impregnating polymeric foam with ceramic slurry,
followed by heat treatment, where will occur decomposition of organic material and
the sinter of the ceramic material, resulting in a ceramic whose structure is a replica
of the impregnated sponge. Ceramic filters have specific properties that make this
filters for molten metals and burners, make these materials attractive candidates for
filters, both obtained by the replica method, this work proposes the thermal and
thermal shock, permeability and physical characterization (density and porosity) and
microstructural (MEV and X-rays). From the results obtained, the analysis was made
Gibson and Ashby model and modified the effective area and the tension adjusted,
where the modified model adapted itself better to the experimental results,
representing better the mechanical behavior of ceramic filters obtained by the replica
method.
Figura 4 - Células poliédricas em 3D: (a) tetraedro, (b) prisma triangular, (c) prisma
retangular, (d) prisma hexagonal, (e) octaedro, (f) dodecaedro rômbico, (g)
dodecaedro pentagonal, (h) tetradecaedro, (i) isocaedro. . ....................................... 30
Figura 8 - Estrutura porosa obtida pelo método gel casting da espuma, a) etapas de
processamento e b) estruturas obtidas pelo método gel casting .............................. 37
Figura 15 - Modelo cúbico para cerâmica celular com células abertas l representa o
comprimento da aresta e t a espessura da aresta. (a) célula não deformada e (b)
colapso das células por fratura frágil. ........................................................................ 45
ΔT Diferença de temperatura
ν Coeficiente de Poisson
L Espessura da amostra
µ Viscosidade absoluta
ρ Densidade do fluido
ε Porosidade
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 23
2.7.2.2 Cristalização.................................................................................................63
1 INTRODUÇÃO
aplicações tecnológicas, como filtros para metais fundidos, gases quentes, isolantes
seguida de fatores ligados a sua estrutura celular formada, tais como fração,
como objetivo, alcançar e obter um material com uma microestrutura com diferentes
sinterizado. O resultado final desse processo é uma cerâmica celular com morfologia
vítrea residual. Estes materiais são produzidos por cristalização controlada de vidros
(< 900 °C). Além disso, esses materiais podem ser obtidos economicamente
estudados;
este modelo.
Capítulo 2 – Revisão Sobre a
Literatura
CAPÍTULO II – REVISÃO SOBRE A LITERATURA 27
três dimensões, e suas células podem ser fechadas ou abertas, como mostradas na
figura 2. Como as células se comunicam entre suas faces, formando uma rede de
de esponja (células abertas). Se por um lado, as células são isoladas uma das
Figura 2 - Materiais celulares do tipo esponja com células abertas (SOUSA 2008).
O interesse por essa classe de materiais vem aumentando cada vez mais
2.1.2 Morfologia
3.
possíveis que podem ser empacotadas para reduzir os espaços, como visto na
figura 4.
CAPÍTULO II – REVISÃO SOBRE A LITERATURA 30
Figura 4 - Células poliédricas em 3D: (a) tetraedro, (b) prisma triangular, (c) prisma
retangular, (d) prisma hexagonal, (e) octaedro, (f) dodecaedro rômbico, (g) dodecaedro
pentagonal, (h) tetradecaedro, (i) isocaedro. (GIBSON e ASHBY, 1997).
ASHBY, 1997).
Figura 5 - Poliedros de empacotamento para preencher espaço: (a) prisma triangular, (b)
prisma retangular, (c) prisma hexagonal, (d) dodecaedro rômbico, (e) tetradecaedro
(GIBSON e ASHBY, 1997).
CAPÍTULO II – REVISÃO SOBRE A LITERATURA 31
regular, com unidades idênticas, mas contém células com formas e tamanhos
de células, as quais podem conter células centenas de vezes maiores do que outras.
Esta dispersão no tamanho das células não implica em anisotropia, mas está
1997).
2.1.3 Filtros
materiais e sociais, mas ao mesmo tempo tem trazido muitos problemas como a
crescente rigor das normas de emissão e controle ambiental. Por isso países
mecânicas.
O uso de filtros cerâmicos exige uma teoria mais aplicável para descrever
mecânica são parâmetros que devem ser avaliados e adequados com o processo.
a) b)
valores inferiores aos teóricos. Esforços para evitar esses defeitos durante o
a fim de manter uma estrutura de bolhas de ar. Na maioria dos casos as espumas
obtenção de cerâmicas celulares via processo direct foaming, como também o tipo
a) b)
(BINNER, 2005).
reação a suspensão solidifica, sendo retirada do molde para que possa ser realizada
a) b)
Figura 8 - Estrutura porosa obtida pelo método gel casting da espuma, a) etapas de
processamento e b) estruturas obtidas pelo método gel casting (KUMAR e colaboradores,
2010; MESQUITA, 2009).
2.3.1 Viscosidade
enquanto que uma alta viscosidade está relacionada com fluidos mais densos que
2009).
cerâmicas, que são misturas de pós, solvente (líquido) e aditivo em suspensões que
do Tempo
2.3.3 Pseudoplasticidade
pseudoplástico.
K n , (1)
Tempo
Tensão de Cisalhamento
Tensão de Cisalhamento
2.3.5 Tixotropia
existente entre as curvas de ida e volta do gráfico tensão versus cisalhamento. Esta
CAPÍTULO II – REVISÃO SOBRE A LITERATURA 41
cisalhamento constante.
Viscosidade Aparente
Tempo (s-1)
2.3.6 Reopexia
Viscosidade Aparente
Tempo (s-1)
de um modo geral, mas no caso de materiais cerâmicos este fator é mais acentuado.
filamentos dos poros. O módulo elástico pode ser calculado pela Equação 2, que
2
E
C1 0
s
(2)
Es
,
onde:
dependente da fração volumétrica do material (ϕ) nas faces dos poros, ou seja, das
espessuras das paredes do poro. Nesse caso, o modulo é dado pela Equação 3:
, (3)
inicia-se com a fratura do material, o que leva a uma queda da tensão. Neste estágio
sob compressão está associado à tensão inicial de fratura, como está representado
pela Equação 4. A figura 15 mostra a ruptura típica dos materiais celulares sob
compressão.
3
0 2
C6 0
s s
(4)
,
onde:
Figura 15 - Modelo cúbico para cerâmica celular com células abertas l representa o
comprimento da aresta e t a espessura da aresta. (a) célula não deformada e (b) colapso
das células por fratura frágil (adaptada de GIBSON e ASHBY 1997).
ainda levar em consideração a fração volumétrica das paredes do material (ϕ) que
3
0 2
C6 0 C6 1 0
"
s s s
. (5)
da réplica
deixado no interior dos seus filamentos pela volatilização da esponja utilizada para
impregnação. Diante desta particularidade foi proposta por Gibson e Ashby uma
por vigas com secção transversal quadrada e no interior delas um vazio tubular,
ti t
ti
Equação 4 para adequá-la a materiais com vazio dentro dos filamentos, assim tem-
se a Equação 6.
n
0 1 (t i / t ) 2
C 6 0
s s 1 (t i / t ) 2
, (6)
uma constante que está relacionada com a forma da célula, n é uma constante que
filamento.
ilustrado na figura 16, tendo sua geometria, geralmente, a forma triangular, como
menores que 90 %, a estrutura destas cerâmicas era composta por filamentos com
secção circular (cilíndricos) com vazios triangulares em seu interior, como mostrado
triangulo equilátero com seus vértices sobre a circunferência que constitui a secção
ds-triângular
ds-cilíndrico
2
d s cilíndrico d s triangular (7)
3
CAPÍTULO II – REVISÃO SOBRE A LITERATURA 49
mecânico de sólidos celulares e este modelo para estrutura dos filamentos poderia
método da réplica.
ET
1 , (8)
preocupação deve ser quanto aos parâmetros que afetam a propagação destas
colaboradores, 2002). Assim, pode-se dizer que, para esta classe de materiais se
CAPÍTULO II – REVISÃO SOBRE A LITERATURA 50
c 1
R1 Tmáx
1E (9)
c 1
R2
1E (10)
onde:
E = Módulo de elasticidade;
ν = Coeficiente de Poisson.
do choque térmico no filtro cerâmico, pois implica dizer que quanto maior a
CAPÍTULO II – REVISÃO SOBRE A LITERATURA 51
D 1
0 (11)
onde:
convencionais devido a sua geometria, que provê baixa queda de pressão e permite
fluido, movido por um gradiente de pressão, escoa através de meio poroso. Assim, a
CAPÍTULO II – REVISÃO SOBRE A LITERATURA 52
Equação de Darcy:
P
s (12)
L k1
Equação de Fochheimer:
P 2
s s (13)
L k1 k2 ,
onde:
L = Espessura da amostra;
µ = Viscosidade absoluta;
ρ = Densidade do fluido;
2.7 Vitrocerâmicos
em geral uma fase vítrea residual, que se obtém pela fusão e solidificação de
1986).
uma fase cristalina de um vidro precursor em uma forma, em geral, de finos cristais,
onde o número de cristais, sua velocidade de crescimento e sua dimensão final são
que a fase cristalina ocupe um volume que fique situado entre 50 e 100 % do volume
propriedades dos cristais formados e da fase vítrea residual que constitui esses
materiais. Este tipo de fase cristalina assim como as propriedades finais destes
Boa tenacidade;
ao choque térmico;
cristais.
CAPÍTULO II – REVISÃO SOBRE A LITERATURA 55
2002):
formados pela fase cristalina espodumênio-β (Li2O. Al2O3. nSiO2) sendo este obtido
pela nucleação acelerada com TiO2 a 780 ºC e posterior tratamento térmico com
caracterizam por apresentarem cristais muito finos (solução sólida quartzo-β) que lhe
β. Seus agentes de nucleação são o TiO2 e ZrO2. Por outro lado, estes materiais se
pela luz ultravioleta graças à presença do CeO2 (atua como sensibilizador) e a prata
taxa de nucleação aumenta de cerca de 109 para 1011 cm3.s-1. A natureza da fase
empregado e dos aditivos presentes, como K 2O, Na2O e Al2O3 formando com SiO2
de lítio que são substâncias com baixo coeficiente de expansão térmica, onde a
principal fase cristalina pode ser uma solução metaestável de quartzo-β ou uma fase
sistema são TiO2, ZrO2 e P2O5, ou uma mistura destes, para atingir uma alta taxa de
nucleação.
contém normalmente, pelo menos dois tipos de óxidos: Li 2O, MgO e ZnO. Dentro da
família de cristais de solução sólida que podem ser derivados da estrutura de cristais
1995). A substituição de Si+4 na estrutura do quartzo por Al+3 pode ser obtida se
houver a compensação por Li+1, Mg+2 ou Zn+2. Por outro lado quartzo apresenta uma
temperatura ambiente quando pelo menos 20 % molar do SiO2 for substituído por
LiAlO2 pode ser verificado na figura 21 onde, para uma quantidade de 15 % molar de
LiAlO2 observa-se valores negativos do CET para temperaturas superiores a 400 °C.
Outros compostos também podem alterar o CET quando substituem o SiO 2, por
O sistema LZS pode ser definido como um sistema ternário, o qual tem sua
Este estudo consistiu em substituir parte da zircônia por alumina nesta composição
LZS, pois esta proporciona a cristalização da fase espodumênio-β que possui baixo
denominado LZSA. Observou-se que este novo sistema não apresentou valores de
resistência ao risco que atendesse às exigências das aplicações. A partir disto, foi
Ausência de brilho.
carbonato de lítio (Li2CO3), argilas e etc. As análises e formulações das misturas das
óxidos de elementos comuns como silício, alumínio, boro, sódio, cálcio e etc. Por
CAPÍTULO II – REVISÃO SOBRE A LITERATURA 63
mistura e fusão. Como por exemplo, podemos citar o feldspato, dolomita, petalita,
2.7.2.2 Cristalização
do material.
energia de ativação.
dureza e módulo elástico elevados (CHAWLA, 1993). Estas propriedades fazem com
Dureza Mohs - 9 9 -
(Rockwell 84)
apresentar um maior potencial de aplicação. A estrutura pode ser descrita como uma
estrutura hexagonal densa de íons de oxigênio, na qual 2/3 dos vazios octaédricos
(88% de caráter covalente) do que o nitreto de silício (70 %). As fortes ligações
carbeto é da mesma forma que o nitreto de silício, um material sintético, o qual pode
1800 °C, tem-se o β-SiC, de estrutura cúbica, o qual se transforma a partir de 1800
(a) (b)
SiC foi a prensagem a quente (hot pressed silicon carbide), a qual produz materiais
(sintered silicon carbide) (ACCHAR, 2000). Os dois métodos exigem pós de SiC
carbono e o boro. A densidade do SiC é 3,21 g/cm 3. Esse material apresenta ótimas
3 MATERIAIS E MÉTODOS
DRX
Análise Microestrutural
MEV
distribuições de poros por polegada linear (10 e 20 ppi), ambos produzidos pelo
método da réplica, que estão mostradas na figura 25. Em seguida foram avaliadas
(a) (b)
Figura 25 - Amostras dos filtros cerâmicos utilizados neste trabalho. (a) Filtro cerâmico do
sistema Al203-LZSA; (b) Filtro cerâmicos do sistema Al2O3-SiC.
Nauer AG, Alemanha) de porosidade aberta como mostrado na figura 26, e suas
Densidade (kg/m3) 25 25
Espuma B Espuma A
Santa Catarina.
Também foi utilizado álcool polivinílico (PVA), polímero acrílico aquoso (Cromoline,
granulômetro a laser CILAS 1180L, com faixa de medição de 0,04 a 2500 µm. A
tamanho das mesmas, bem como da frequência com que ocorrem em uma
700 rpm.
esponja era imersa na suspensão cerâmica. Estas possuíam uma geometria circular
com diâmetro de 30 mm. O procedimento foi repetido varias vezes a fim de permitir a
dois roletes dispostos paralelamente entre si, sendo a distância entre eles conhecido
como abertura da calandra. O ajuste desta abertura foi feito tomando-se como
referência a espessura da esponja, uma vez que a função desta etapa é a retirada
Brasil), a uma temperatura de 330 °C, onde permaneceram neste patamar por um
CAPÍTULO III – MATERIAIS E MÉTODOS 80
aquecimento anterior, até a temperatura de 900 °C, onde permaneceram por mais 1
das dimensões e massa dos corpos de prova. Para o cálculo destes valores,
também foi levado em consideração à densidade real, a qual foi calculada pela regra
destes materiais.
m
0 (14)
V
s Al O f Al O LZSA f LZSA
2 3 2 3
(15)
s Al O f Al O SiC f SiC
2 3 2 3
(16)
CAPÍTULO III – MATERIAIS E MÉTODOS 81
0
relativa (17)
s
1 relativa , (18)
respectivamente e, ε é a porosidade.
pontos, selecionaram-se cinco amostras de cada ppi utilizado neste trabalho, tanto
máquina de corte (Máquina LABCUT com disco de diamante). Após esta etapa as
CAPÍTULO III – MATERIAIS E MÉTODOS 82
composto por uma haste de alumina presa à máquina de ensaio, onde esta era
forno, ligado à temperatura de 1000 °C. O dispositivo está representado na figura 27.
extremas.
Figura 27 - Dispositivo utilizado para realização do ensaio de flexão nos filtros cerâmicos.
CAPÍTULO III – MATERIAIS E MÉTODOS 83
filtro foi suspensa dentro do forno por um fio de kanthal. Uma vez atingida à
temperatura de ensaio (300, 600 e 900 °C) foram utilizadas cinco amostras dos
CAPÍTULO III – MATERIAIS E MÉTODOS 84
laboratório. Logo após o procedimento de choque térmico nas amostras, estas foram
mecânico.
na figura 28.
Patm, Tamb
vs = Q/A
Ps
Transdutor
Q = V/t
P
Pe
Bolhômetro
Filtro / Válvula
Compressor
colaboradores, 1999).
Pe Ps
2
2
2
s s , (19)
2 Ps L k1 k2
as superfícies de fratura dos filtros cerâmicos com relação aos defeitos pré-
Para determinação das fases cristalinas dos filtros cerâmicos, foi utilizado
(radiação Kα) com um ângulo de varredura entre 10 a 80°, com uma velocidade de 2
graus por min. Para identificação das fases cristalinas foi utilizado o banco de dados
JCPDS.
Capítulo 4 – Resultados e Discussão
CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO 88
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
distribuição granulométrica dos dois pós mostra também que, os valores de faixa de
tamanho das partículas são pequenos, o que indica que não ocorrerá uma
de mistura.
O tratamento térmico das amostras foi planejado com base nas temperaturas
encontra-se na faixa de temperatura entre 300 e 400 °C, nesta faixa de temperaturas
como mostrado nas Figuras 31 e 32, estão de acordo com a literatura (SOUSA e
colaboradores, 2008).
PVA 5 5 5
Silicato de Sódio 1 1 1
H2O 39 39,01 39
suspensões com altos valores de sólidos, que tendem a formar aglomerados devido
Suspensão A
Suspensão C
Tensão (Pa)
dos valores de porosidade nas amostras com 10 e 20 ppi. Isto pode ser explicado
pelo fato de que a contagem nominal de poros (ppi) não tem influência na
temperatura mais alta (900 °C), e para os filtros cerâmicos composto de Al2O3-LZSA
queda em seus valores a 600 °C, permanecendo constante ate temperatura mais
alta (900 °C). Este comportamento das amostras de ambos os compostos pode ser
explicado pelos defeitos pré-existentes nos mesmos que são gerados durante a
etapa de processamento. Com relação aos defeitos gerados nessas amostras após
defeitos já existentes, o que faz com que sua resistência não tenha sofrido
alterações significativas.
CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO 96
ainda da figura 34, podemos observar uma queda na resistência à medida que as
temperaturas de choque térmico aumentam. Desse modo, pode-se supor que nos
progressivamente, enquanto nas outras amostras houve uma redução nos seus
cerâmicos estudados.
CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO 97
Figura 35 - Dano por choque térmico, em função da temperatura de choque térmico, ΔT,
para os filtros cerâmicos de Al2O3-SiC e Al2O3-LZSA.
Sabe-se que quanto maior a estrutura do poro mais fácil será o acesso do
fluido frio até os filamentos localizados no interior do filtro. Sendo assim pode-se
filtros com maior tamanho de poro e, portanto os mais permeáveis sofrerão um maior
dano mecânico sob choque térmico. Já para os filtros de menor tamanho de poro,
(VEDULA e colaboradores, 1999), isto pode ser observado na figura 35, exceto para
filtro cerâmico, logo isto afeta a troca de calor entre o fluido e o material sólido. À
medida que a área superficial aumenta, o fluido que passa por um número maior de
dano mecânico causado pelo choque térmico para filtros com maior área superficial,
comportamento adequado destes filtros, isto é seus valores de resistência não foram
temperaturas elevadas.
associados a uma maior quantidade de defeitos nos filamentos que estão presentes
na estrutura celular. Isto pode ser comprovado através das figuras 43 e 44, mais
adiante, onde estes defeitos nos filamentos estão relacionados à saída de materiais
colaboradores, 2006). Então, a espessura dos filamentos deve ser o suficiente para
defeitos.
é que a temperatura exerceu pouca ou nenhuma influência sobre estes. Isto ocorre
por que estes materiais são refratários, e a temperatura exerce pouca influência
dos compostos Al2O3-LZSA, que foram submetidos ao choque térmico nas diversas
temperaturas de ensaio.
incorporação da alumina ao sistema vitrocerâmico LZSA, faz com que haja uma
CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO 101
como mostrado nos difratogramas de raios X na figura 37, vem justificar o baixo
nos filamentos das células que, para estes materiais, compromete inteiramente as
temperaturas de ensaio.
CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO 102
presença de picos relativos à fase quartzo nas amostras dos filtros cerâmicos, o que
ambiente e a 1000ºC.
o que indica que não houve a liberação deste elemento como voláteis ou pela não
2002).
As figuras 41 (a), (b), (c), (d) mostram a morfologia dos filtros cerâmicos dos
sistemas estudados após, o choque térmico a 900 °C. Observou-se que o processo
de dano mecânico provocado nos filtros cerâmicos que foram submetidos a este tipo
cristalização superficial da sílica vítrea, que ocorre próximo a 1000 °C. Isto pode ter
Isto pode ser comprovado tanto pelo difratograma de raios X, como na análise por
EDS feita no filtro cerâmico como mostrado na figura 42 (b). A formação da fase
presença de uma grande quantidade de poros, o que pode ser explicado pela
(a) (b)
(c) (d)
Figura 41 - Microscopia eletrônica dos filtros cerâmicos, onde as setas indicam as trincas
provocadas pelo choque térmico a 900 °C. Em (a) e (b) filtros cerâmicos do sistema Al2O3-
SiC de 10 e 20 ppi; (c) e (d) filtros cerâmicos do sistema Al2O3-LZSA de 10 e 20 ppi.
CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO 106
A
A
A
a) (b)
amostras dos filtros analisados houve uma única trinca atravessando varias células
através do filtro como um todo, o dano estrutural causado no filtro está relacionado
colaboradores, 1999).
CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO 107
respectivamente.
(a) (b)
(c) (d)
(a) (b)
(c) (d)
Figura 44 - Microscopia eletrônica dos filtros cerâmicos, ensaiados à 1000ºC. Em (a) e (b)
filtros cerâmicos do sistema Al2O3-LZSA de 10 e 20 ppi respectivamente; (c) e (d) filtros
cerâmicos do sistema Al2O3- SiC de 10 e 20 ppi respectivamente.
pode explicar por que estes materiais mantiveram seus valores de resistência
Vale ressaltar que, as amostras dos filtros cerâmicos dos sistema Al2O3-
43 (c) e (d); 44(a) e (b)], o que revela que estes defeitos podem estar associados ao
como materiais que possuem uma grande quantidade de poros, e defeitos internos
micrografias dos filtros cerâmicos do sistema Al2O3-SiC, [figuras 43 (a) e (b) e 44 (c)
filamentos, mas não tão acentuada como vista nas micrografias dos filtros composto
presença destes defeitos é um fator que estabelece uma distinção dos valores de
réplica com os previstos pelo modelo de Gibson e Ashby, 1997, uma vez que estes
defeitos atuam como concentradores de tensão, fazendo com que seus valores de
superficiais ao ar acima de 1,0 m/s. Este fato pode ser explicado devido aos filtros
filtros de 10 ppi. Estas características citadas geram uma interação liquido fluido que
leva a perdas de energias. Contudo cabe mencionar que, os filtros do sistema Al2O3-
SiC que possui uma maior contagem de poros nominais (20 ppi) apresentaram
10 ppi, como está mostrado na tabela 6. Isto se deve ao fato que filtros com maior
(Média) (Média)
Desse modo, os valores dessa constante para os filtros cerâmicos com 20 ppi do
sistema Al2O3-SiC, também são menores quando comparado com valores das
constantes dos filtros de 10 ppi do mesmo sistema, uma vez que o trajeto a ser
CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO 112
permeado pelo fluido torna-se cada vez mais estreito e tortuoso, causando assim a
calandra. Essa diminuição dos níveis de permeabilidade nos filtros composto por
esse sistema pode ser atribuída à diminuição do livre caminho médio para o
reticuladas.
Figura 47 - Dados das constantes de permeabilidade dos filtros cerâmicos estudados neste
trabalho (adaptados de BIASETTO e colaboradores, 2007).
resistência mecânica e micrografias das esponjas) pode-se fazer uma relação entre
CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO 114
modelo de Gibson e Ashby, 1997, materiais com estrutura celular aberta, o valor de
Al2O3-SiC e Al2O3-LZSA, que foram retirados da literatura que são 460 MPa
Al2O3-LZSA respectivamente.
1, 5
0 92 0
s
(20)
1, 5
0 24 0
s
(21)
respectivamente.
CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO 115
previsto para esta classe de materiais (GIBSON e ASHBY, 1997). Outro ponto a ser
ficaram abaixo dos valores proposto pelo modelo de Gibson e Ashby, 1997. Para o
onde os valores de resistência dos filtros variaram entre 0,01 e 0,40 MPa.
com a correção dos valores de tensão a ruptura sob compressão do material. Uma
explicação para estas diferenças nos valores de resistência entre o valor previsto
está no fato de que o modelo teórico leva em consideração o colapso das células
figura 50.
(a) (b)
Figura 50 - Defeito triangular no filamento: (a) material obtido neste trabalho; (b) material
estudado por Inayat e colaboradores, 2011.
CAPÍTULO IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO 117
filamento com sua espessura, relação esta descrita na equação 7, válido para
colaboradores, 2011.
Tabela 7 - Dimensões dos componentes geométricos dos filamentos dos filtros cerâmicos.
celulares para fratura frágil de Gibson e Ashby, 1997, Equação 4, utilizando a área
réplica.
Para melhor ajustar estes valores, Ramalho, 2011 propôs uma relação entre
Equação 22.
n
0 AC AT
C6 0 (22)
s s AC ,
uma constante que está relacionada com a forma da célula, n é uma constante que
dos dados obtidos neste trabalho para os sistemas estudados neste trabalho na
respectivamente.
1, 5
0 59,25 0 (23)
s
1, 5
0 15,12 0 (24)
s
compressão previstos pro este modelo modificado ainda encontram-se acima dos
valores resistência das amostras estudadas, o que mostra que outros fatores, além
estruturas totalmente densas, como mostradas nas micrografias obtidas por MEV,
apresentando poros tanto na superfície como em seu interior; logo, para um melhor
ajuste nos valores dos dados experimentais mostrado nos gráficos acima, utilizou-se
a Equação proposta por Ryshkewich, 1953. Esta mostra a relação entre a tensão de
s e BP , (25)
multiplicando pela constante C6, de valor 0,2, expoente n igual 1,5, junto com os
n
AC AT
0 C 6 . s 0 (26)
s AC
1, 5
0 11,15 0 (27)
s
1, 5
0 1,74 0 (28)
s
O modelo que utiliza a tensão corrigida do material junto com a área efetiva
proposto por Ramalho, 2011, que modificou a equação de Gibson e Ashby, 1997,
permanecendo com seus valores de resistência sob compressão entre 0,05 e 0,09
MPa para os sistema Al2O3-LZSA e 0,6 e 0,9 MPa para o sistema Al2O3-SiC. O
Outro fator pode ser mencionado é a presença de trincas nos filamentos que
resistência mecânica.
CAPÍTULO V – CONCLUSÕES 125
Capítulo 5 – Conclusões
CAPÍTULO V – CONCLUSÕES 126
5 CONCLUSÕES
Com base nos resultados mostrados neste trabalho algumas conclusões são
apresentadas a seguir:
após impregnação;
outras amostras houve uma redução nos seus valores de resistência a partir de uma
temperatura específica;
permeabilidade aumenta com diminuição do ppi. Este fenômeno ocorre porque filtros
que possuem tamanho relativo de poro maior proporcionam uma queda de pressão
com tensão corrigida, se adequou para faixas de densidades relativas menores onde
os defeitos ocupam uma parcela maior dentro dos filamentos que constitui a
destes materiais.
CAPÍTULO V – CONCLUSÕES 128
filamentos;
REFERÊNCIAS
INAYAT, A., FREUND H., ZEISER, T., SCHWLEGER W., Determining the specific
surface area of ceramic foams: The tetrakaidecahedra model revisited,
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