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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UNC

MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL, SANITÁRIA E AMBIENTAL

MAURO ACIR FRETTA

ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DE TELHAS METÁLICAS COM A


UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES MATERIAIS ISOLANTES

CONCÓRDIA
2022
MAURO ACIR FRETTA

ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DE TELHAS METÁLICAS COM A


UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES MATERIAIS ISOLANTES

Dissertação apresentada no Programa de Mestrado


Profissional em Engenharia Civil, Sanitária e
Ambiental, como exigência parcial para obtenção
do título de mestre em Engenharia Civil, Sanitária e
Ambiental, ministrado pela Universidade do
Contestado – UNC, Campus Concórdia, sob
orientação da Professora Dra. Mari Aurora Favero
Reis.

CONCÓRDIA
2022
Mauro Acir Fretta

ANÁLISE DO DESEMPENHO TÉRMICO DE TELHAS METÁLICAS COM A


UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES MATERIAIS ISOLANTES

Esta Dissertação foi julgada adequada para obtenção do Título de Mestre em


Engenharia Civil, Sanitária e Ambiental e aprovada em sua forma final pelo
Programa de Mestrado Profissional em Engenharia Civil, Sanitária e Ambiental, da
Universidade do Contestado.

Concórdia (SC), ___ de _______de 2022

______________________________
Profª Dr. William Michelon
Coordenador do Programa de Mestrado

Banca Examinadora:

______________________________
Profª. Drª. Mari Aurora Favero Reis
Orientadora

______________________________
Prof. Drª. Luana Cechin
Universidade do Contestado

______________________________
Profa. Dra. Fernanda Cristina Silva Ferreira
Universidade do Planalto Catarinense
À minha família pelo incentivo e compreensão nas horas de ausência.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus por ter me dado a possibilidade e condições necessária


para seguir sempre no caminho escolhido.
A minha família que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos.
Gostaria de agradecer a minha companheira Roberta Favaretto, mãe de meus filhos
Marco Antônio e Isabela. Quero agradecer por tudo o que fazem e aos momentos de
felicidades que me proporcionam diariamente.
À professora Tatiane Hentges e o professor Lucas Onghero, pela ajuda nas
etapas iniciais do trabalho. Aos professores do mestrado por compartilhar seus
conhecimentos e, em especial, à minha orientadora Dra. Mari Aurora Favero Reis por
sua dedicação, paciência, empenho e sinceridade.
À Universidade do Contestado, ao programa de Mestrado Profissional em
Engenharia Civil, Sanitária e Ambiental, pelo apoio e contribuições.
À Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, por ceder o espaço físico
do Laboratório de materiais para a realização de testes desta pesquisa.
Agradeço a todos aqueles que contribuíram diretamente ou indiretamente para
a realização e desenvolvimento desta pesquisa, meus sinceros agradecimentos e
estimas de felicidades e sucesso.
RESUMO

A radiação solar que incide diretamente sobre a cobertura é transferida para o teto e
irradiando para o ambiente interno da edificação, especialmente na ausência de
isolamento térmico. Entretanto, o desempenho térmico correto influencia no conforto
das pessoas, em condições adequadas para o sono e outras atividades, contribuindo
ainda para a economia de energia. Este estudo objetivou avaliar a eficiência térmica
de materiais utilizados como isolantes térmicos em telhas metálicas, a fim de
identificar a melhor opção para o uso na construção civil. O estudo consiste em
demonstrar por protótipo a capacidade de isolamento das telhas metálicas a partir de
dois experimentos: no experimento 1 foi avaliado a transferência de calor por radiação
e no experimento 2 a transferência de calor por condução. Ambos os experimentos
foram realizados controladamente. Os materiais utilizados para isolamento térmico
foram o poliestireno expandido (EPS) e Poliuretano (PU). Os testes foram elaborados
primeiramente em laboratório e em um segundo momento através de experimentos
práticos em ambientes controlados. Os testes mostraram que cada material tem uma
característica diferente de isolamento em função de sua composição química, porém
independente da espessura, cada material tem uma capacidade de isolamento
semelhante. Os resultados demonstraram que o desempenho térmico nestes
materiais está diretamente relacionado à temperatura e não à espessura do isolante.
Os materiais isolantes disponíveis para comercialização possuem uma espessura
padrão, são teoricamente utilizados para uma melhor mobilidade e manuseio dos
mesmos. A expansão no uso dos materiais isolantes possibilita que alternativas
promovam a flexibilidade e viabilidade nos processos, fazendo com que haja
minimização de desperdícios, maior eficiência e custo acessível ao consumidor. O
grande desafio da engenharia moderna é otimizar os processos e garantir que cada
técnica aplicada na construção seja sustentável e economicamente viável.

Palavras-chave: Telhas metálicas. Isolantes. Construção Civil. Conforto térmico.


ABSTRACT

The solar radiation that falls directly on the roof is transferred to the ceiling and radiates
to the internal environment of the building, especially in the absence of thermal
insulation. However, the correct thermal performance influences people's comfort,
under suitable conditions for sleep and other activities, also contributing to energy
savings. This study aimed to evaluate the thermal efficiency of materials used as
thermal insulators in metallic tiles, in order to identify the best option for use in civil
construction. The study consists of demonstrating, by prototype, the insulation capacity
of metallic tiles from two experiments: in experiment 1, heat transfer by radiation was
evaluated, and in experiment 2, heat transfer by conduction. Both experiments were
carried out in a controlled manner. The materials used for thermal insulation were
expanded polystyrene (EPS) and Polyurethane (PU). The tests were first elaborated
in the laboratory and in a second moment through practical experiments in controlled
environments. The tests showed that each material has a different insulating
characteristic depending on its chemical composition, however, regardless of the
thickness, each material has a similar insulating capacity. The results showed that the
thermal performance in these materials is directly related to the temperature and not
to the thickness of the insulator. The insulating materials available for sale have a
standard thickness, they are theoretically used for better mobility and handling. The
expansion in the use of insulating materials makes it possible for alternatives to
promote flexibility and feasibility in the processes, causing waste to be minimized,
greater efficiency, and affordable cost to the consumer. The great challenge of modern
engineering is to optimize processes and ensure that each technique applied in
construction is sustainable and economically viable.

Keywords: Metal tiles. Insulators. Construction. Thermal comfort


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características dos materiais testados no protótipo ................................. 34


Tabela 2 - Dados coletados durante o experimento em protótipo ............................. 38
Tabela 3 - Resultado teste de condutividade térmica ............................................... 41
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Transmitância térmica de referência para coberturas .............................. 22


Figura 2 - Classificação quanto ao isolamento térmico ............................................ 24
Figura 3 - Exemplo de envolvente com revestimento por lã de vidro ....................... 25
Figura 4 - Telha com isolamento termo acústico em poliuretano .............................. 28
Figura 5 - Comparativo da condutibilidade térmica .................................................. 30
Figura 6 - Esquema ilustrativo dos materiais utilizados nos 2 experimentos
realizados ................................................................................................. 31
Figura 7 - Imagem do protótipo utilizado na execução do experimento 1 ................ 33
Figura 8 - Montagem do experimento 1 .................................................................... 35
Figura 9 - Lei de Fourier aplicada ao cálculo da condutividade térmica. .................. 35
Figura 10 - Corpos de prova utilizados nos testes do experimento 2 ....................... 36
Figura 11 - Experimento realizado para aferir a condutividade térmica .................... 37
Figura 12 – Representação das temperaturas no isolamento por EPS e poliuretano
(PU) .......................................................................................................... 39
Figura 13 - Registros fotográficos realizados por câmeras termográficas ................ 40
Figura 14 - Condutividade térmica das amostras testadas ....................................... 41
Figura 15 - Efusividade térmica para as amostras testadas ..................................... 42
Figura 16 – Comparação na variação das temperaturas (ΔT) em diferentes materiais
e espessuras. ........................................................................................... 43
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Comparativos dos procedimentos de avaliação de desempenho........... 17


Quadro 2 - Mecanismos de trocas térmicas ............................................................. 20
Quadro 3 - Tipos de materiais para cobertura .......................................................... 23
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 14
1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 14
1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 14
2 REFERENTIAL TEÓRICO ..................................................................................... 15
2.1 DESEMPENHO TÉRMICO ................................................................................. 15
2.1.2 Conforto Térmico .............................................................................................. 18
2.1.2 Aquecimento Solar Passivo .............................................................................. 18
2.1.3 Massa Térmica ................................................................................................. 19
2.1.4 Análise das Cores dos Elementos Externos de Vedação ................................. 19
2.1.5 Transferência de Calor ..................................................................................... 19
2.2 EDIFICAÇÕES, COBERTURA E CONFORTO TÉRMICO .................................. 21
2.3 MATERIAIS UTILIZADOS COMO REVESTIMENTOS TÉRMICOS .................... 23
2.3.1 Lã de Vidro ....................................................................................................... 25
2.3.2 Lã de Rocha ..................................................................................................... 26
2.3.3 Poliestireno Expandido - EPS .......................................................................... 26
2.3.4 Poliestireno Extrudado (Poliestireno Extrudido) ............................................... 27
2.3.5 Poliuretano – PU .............................................................................................. 27
2.3.6 Cortiça .............................................................................................................. 28
2.3.7 Lã de Madeira .................................................................................................. 28
2.3.8 Lã de Ovelha .................................................................................................... 29
2.3.9 Manta Flexível de Aerogel de Sílica ................................................................. 29
3 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 31
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ....................................................................... 31
3.2.1 Dimensões e Características do Protótipo ....................................................... 32
3.2.2 Materiais Testados no Experimento 1............................................................... 33
3.2.3 Coleta de Dados no Experimento 1 .................................................................. 34
3.3 EXPERIMENTO 2 – TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONDUÇÃO ............ 35
3.3.1 Materiais Testados no Experimento 2............................................................... 36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 38
4.1 RESULTADOS DO EXPERIMENTO REALIZADO EM PROTÓTIPO .................. 38
4.2 RESULTADO DO EXPERIMENTO REALIZADO EM LABORATÓRIO ................ 40
4.3 EPS E PU COMO ISOLANTE TÉRMICO EM TELHAS METÁLICAS ................. 42
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 45
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 47
13

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, a construção civil está em constante crescimento, com necessidade


de desenvolvimento e investimento em tecnologia, materiais, mão de obra e métodos
construtivos aplicados a estes processos. Como consequência, as empresas estão
diversificando os investimentos em tecnologias a fim de atender às necessidades dos
consumidores, apresentando possibilidades competitivas quanto ao preço e a
qualidade.
Quando se trata de coberturas, os impactos da radiação solar que incidem
diretamente sobre o telhado e o calor absorvido por estes materiais é transmitido para
o teto, que frequentemente apresenta baixa eficiência de isolamento, possibilitando
chegar aos habitantes (OMONIYI; AROSOYE, 2020). O Brasil possui diversidade
climática, com diferentes demandas para o adequado desempenho térmico das
edificações, onde as variáveis que o impactam têm influências distintas dependendo
da localização e do envoltório utilizado (FARIA; SOUZA; FERREIRA, 2021). Neste
contexto, o crescimento dos centros urbanos e as mudanças climáticas influenciam
na qualidade de vida das pessoas.
A busca por conforto térmico em edificações impacta diretamente no consumo
de energia elétrica, sendo estes grandes consumidores de energia, tornando as
edificações menos sustentáveis. (AL-HOMOUD, 2005). Deste modo, conforme o
autor, o uso adequado de isolamento térmico em edifícios contribui não só para a
redução do tamanho do sistema de ar-condicionado necessário, mas também para a
redução do custo anual de energia.
No Brasil a demanda por energia em edificações residenciais, comerciais e
governamentais, apresenta um consumo superior a 50% da energia elétrica
distribuída (DUTRA; SALAMONI; CUNHA, 2021; EPE, 2021; REIS; REIS JÚNIOR;
PERIN, 2020). Assim, ações para reduzir a necessidade de climatização artificial
podem contribuir com a sustentabilidade da edificação.
A publicação de Normas técnicas para fabricação de edificações, determinam
a necessidade de considerar materiais que proporcionam maior conforto térmico.
Destaca-se a NBR 15575 “Edificações Habitacionais – Desempenho” (CAU, 2015),
que propõem boas práticas de construção. Na construção civil, as telhas metálicas
vêm sendo muito utilizadas, trazendo custo, benefício e qualidade à cobertura da
edificação.
14

A necessidade da construção civil de desenvolver produtos que possam


aumentar a qualidade de vida e conforto das pessoas, trouxe o desenvolvimento de
telhas sanduíche, produzidas para aumentar o conforto térmico e acústico
(CHRISCHON et al., 2018), podendo ser usadas na cobertura e no fechamento lateral
de ambientes na construção civil.
Somado a estas vantagens, estudo (REFAH et al., 2020) indica que o aumento
no número de camadas do revestimento com sanduíche metal-polímero-metal pode
aumentar a resistência mecânica. Simulações mostram que estruturas sanduíche
podem fornecer rigidez à flexão, resistência e desempenho de absorção de energia
(LIU; CHEN; XING, 2020).
O presente trabalho analisou possíveis benefícios e viabilidade para o uso de
isolantes térmicos acoplados a telhas metálicas, visando um melhor desempenho do
comportamento térmico da edificação. Deste modo, o melhoramento tecnológico da
cobertura da edificação pode ampliar o seu desempenho físico, que está relacionado
ao bem-estar humano, quando aplicado em edificações residenciais, industriais e de
uso coletivo.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral


Avaliar a eficiência de materiais utilizados como isolantes térmicos em telhas
metálicas, a fim de identificar a melhor opção para o uso na construção civil.

1.2.2 Objetivos Específicos


a) Analisar o comportamento térmico de diferentes materiais no isolamento
térmico em telhas metálicas;
b) Avaliara condutividade térmica dos materiais empregados no isolamento
térmico em telhas metálicas;
c) Comparar custo e benefício dos materiais estudados a partir de pesquisa
mercadológica, para aplicação na construção civil na região de Concórdia/SC.
15

2 REFERENTIAL TEÓRICO

A humanidade busca desde os primórdios um abrigo adequado, no princípio


para se proteger de predadores e intempéries, pois a moradia remete a ideia de um
abrigo contra intrusos ou um local para se proteger (MONTEIRO; VERAS, 2017). A
busca de um abrigo aumenta sua qualidade de vida, porém esta precisa atender
critérios de conforto ambiental como, por exemplo, o conforto térmico.
A avaliação do desempenho térmico de edifícios é uma tarefa desafiadora e
complexa, pois as pessoas se comportam de forma diferente dependendo de sua
rotina e cultura, entre muitos outros fatores (ELI et al., 2021). No estudo com
simulação os autores mostram haver diferentes estratégias para alterar o
desempenho térmico da habitação unifamiliar.
Conforme a Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC (2013), o
desempenho térmico correto influencia no conforto das pessoas e em condições
adequadas para o sono e outras atividades, contribuindo para a economia de energia.
Neste contexto, os materiais utilizados como cobertura têm grande influência na
temperatura do ambiente construído, afetando diretamente o conforto térmico de seus
usuários (PIMENTA et al., 2016).

2.1 DESEMPENHO TÉRMICO

A NBR 15575 (CAU, 2015) descreve que o desempenho térmico é um conjunto


de aspectos que atendem as exigências do conforto térmico dos usuários em uma
edificação. A capacidade de proporcionar aos usuários passivamente o conforto
térmico, está diretamente relacionada às características dos materiais empregados na
edificação, assim como a orientação solar, as estratégias bioclimáticas e o uso de
isolantes térmicos, são características para o desempenho térmico (LAMBERTS et al.,
2011).
O desempenho térmico pode reduzir significativamente o consumo de energia
elétrica de uma edificação, pois não há a necessidade de utilização de sistemas
artificiais de climatização (DIAS, 2011). Para reduzir e garantir estes consumos,
algumas estratégias devem ser adotadas na concepção do projeto, conforme o
zoneamento bioclimático brasileiro.
16

Conforme o Ministério de Minas e Energias (MME), o maior consumo de


energia elétrica está em 3 setores (EPE, 2021): industrial, residencial e comercial. No
setor industrial, a maior parte do consumo de energia está relacionada a máquinas e
equipamentos, fazendo com que este consumo não seja dependente dos padrões
arquitetônicos.
O Brasil é um país de clima tropical, entretanto possui um vasto território, com
diferentes condições climáticas, o qual deve ser considerado na execução de um novo
projeto. Para Frota e Schiffer (2001), o microclima local deve ser conhecido e as
necessidades específicas do usuário possibilitam a confecção de um projeto
adequado para cada tipo de edificação, o que é geralmente desenvolvido para
fornecer um retorno imediato dos índices de conforto térmico.
De modo geral, o desempenho térmico depende de diversas características do
local onde a obra está inserida, tais como: topografia, umidade do ar, direção do vento
e das características da edificação (materiais constituintes, cômodos, pé-direito,
orientação das fachadas, etc.), conforme relatado pela CBIC (2013). A envoltória das
edificações tem grande influência na eficiência energética e o conhecimento do
comportamento térmico dos materiais que a compõe é uma das prioridades durante a
elaboração do projeto (JARDIM, 2011). Como justificativa, a autora destaca que as
propriedades dos materiais têm influência na forma como os edifícios respondem à
radiação térmica, interferindo na qualidade do ambiente e no conforto dos usuários,
sem aumento no consumo de energia.

2.1.1 Avaliações de Desempenho Térmico da Edificação

Entre vários métodos de cálculo de previsão do desempenho térmico


existentes, é possível citar os métodos de Mahoney, de Nessi e Nissole e o do CSTB
(Centre Scientifique et Technique du Batiment - de Paris) como os mais aplicáveis
(FROTA; SCHIFFER, 2001). Estes métodos baseiam-se em dados climáticos
disponíveis e numa abordagem acessível no que tange às características dos
materiais.
No Brasil a avaliação de desempenho térmico deve seguir a NBR 15575 (CAU,
2015), segundo essa norma, os ambientes avaliados são os de permanência
prolongada (APP) da unidade habitacional. Para as unidades habitacionais (UH) de
17

edificações multifamiliar, devem ser considerados o pavimento térreo, os tipos de


pavimentos e o pavimento de cobertura.
Para avaliar o desempenho térmico da unidade habitacional, dois
procedimentos podem ser adotados: o procedimento simplificado e o procedimento
computacional. O Quadro 1 apresenta os procedimentos de avaliação de desempenho
conforme a NBR 15575 (CAU, 2015).

Quadro 1 - Comparativos dos procedimentos de avaliação de desempenho

Procedimento simplificado Procedimento computacional


- Avalia o desempenho térmico da UH por meio da - Avalia o desempenho térmico da UH por
comparação de características geométricas dos modelos computacionais em um programa
APP e de propriedades térmicas dos sistemas compatível com as características descritas
construtivos em relação aos valores de referência na norma.
destes parâmetros. - Estabelece as condições para o
- Estabelece o atendimento aos requisitos e desenvolvimento dos modelos real e de
critérios para sistemas de vedações verticais referência, que devem ser comparados com
externas (SVVE) e de coberturas. os critérios descritos na norma.
- Se um ou mais APP não atender algum critério, - Utilizado para avaliação de atendimento aos
toda a avaliação da UH deve ser realizada por níveis mínimo, intermediário e superior.
meio do procedimento de simulação
computacional.
- Edificações multifamiliares, utilizam o mesmo
procedimento das UH.
- Avalia nível mínimo de atendimento.
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 15575 (CAU, 2015)

Os elementos de coberturas são avaliados, no procedimento simplificado,


quanto à sua transmitância térmica, adotando-se o mesmo procedimento de
comparação com um valor de referência. Os requisitos e critérios aplicados e
procedimentos, buscam atender especificações para os sistemas de vedação e
cobertura. Em casos onde a avaliação de transmitância térmica e capacidade térmica
resultem em desempenho térmico insatisfatório, o projetista deve avaliar o
desempenho térmico da edificação na sua totalidade, pelo método da simulação
computacional, estes métodos e critérios estão descritos na seção 11 da NBR 15575-
5 (CAU, 2015).
Dias (2011), reforça que a NBR 15575 apresenta três procedimentos para a
verificação do desempenho térmico: um normativo, utilizado para os sistemas de
fechamento e cobertura, e outros dois informativos, baseados em simulação numérica
de desempenho térmico de edificação e medição in loco.
18

2.1.2 Conforto Térmico

Conforto térmico é a expressão da satisfação mental do indivíduo com o


ambiente térmico em que está inserido, ou seja, sem qualquer desconforto com o
clima (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014). Os autores aqui citados ainda
destacam três fatores importantes relacionados ao conforto térmico: a satisfação dos
indivíduos ao sentir-se termicamente confortável, rendimento na realização de suas
tarefas manuais e intelectuais e a economia de energia com a climatização do
ambiente, evitando consumo desnecessário. O organismo humano mantém a
temperatura em equilíbrio, isso faz com que ele reaja com a temperatura ambiente.
Para Cunha et al. (2006), em uma edificação o conforto térmico pode ser
alcançado passiva ou artificialmente, porém o alto consumo de energia gerado por
sistemas mecânicos de climatização pode ser reduzido se for adequado ao clima do
local.
O conforto térmico humano depende de variáveis, tais como: vestimenta,
saúde, aclimatação, atividade desenvolvida, bem como das variáveis climáticas.
Devido a essa diversidade de variáveis, foram desenvolvidos índices de conforto
térmico que consideram, o gênero e a idade dos indivíduos, para melhor
entendimento. Os índices de conforto foram desenvolvidos com base em três
diferentes aspectos que consideram os índices biofísicos nas trocas de calor entre o
corpo e o ambiente; fisiológicos, oriundos de fatores como, a temperatura seca do ar,
temperatura radiante média, umidade e velocidade do ar; e subjetivos, fundamentados
nas sensações subjetivas de conforto experimental (FROTA; SCHIFFER, 2001).

2.1.2 Aquecimento Solar Passivo

A definição de aquecimento solar passivo, pode ser expressa como a absorção


do calor solar que compõem a envoltória da edificação (BRASIL, 2005); podem ser
divididas em formas de ganhos diretos ou indiretos. As formas diretas incluem a
entrada de calor por esquadrias, claraboias e planos transparentes, obtendo uma
resposta imediata de aquecimento, devido ao efeito estufa, a radiação ao passar por
ela é absorvida e refletida pelas superfícies internas na forma de ondas longas. Outro
modo de aquecimento solar passivo é pela forma indireta, onde o ingresso de radiação
19

solar se dá por elementos inertes que absorvem calor durante o dia e a noite irradiam
calor para a parte interna da edificação (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014).

2.1.3 Massa Térmica

O acúmulo de calor pela superfície (paredes e coberturas) retardando a


transferência de calor e os efeitos da amplitude térmica, são os princípios da massa
térmica, eles podem beneficiar o acúmulo de massas durante o inverno e o verão. No
inverno pode-se usufruir do efeito construindo elementos de vedação de maiores
espessuras, as quais irradiarão à noite, o calor absorvido durante dia. Em climas
quentes, deve-se priorizar a construção de paredes mais espessas e sombrear as
coberturas, priorizando a ventilação do ambiente durante a noite (BRASIL, 2005).

2.1.4 Análise das Cores dos Elementos Externos de Vedação

Quando falamos em propriedades termo físicas dos matérias, alguns fatores


são fundamentais para a análise de ganho de calor em superfícies. No entanto, a
absorbância de calor está relacionada às cores das superfícies dos elementos.
Podemos definir que, a energia solar absorvida está diretamente relacionada a
incidência sobre ela (ALMEIDA DORNELLES, 2008).
A afirmação feita por Lamberts, Dutra e Pereira (2014), diz que as cores
escuras incrementam um ganho de calor, sendo estas adequadas para climas frios,
enquanto as cores claras possuem um aumento na reflexão de calor, sendo assim
adequadas para climas quentes. Em climas compostos não há relação de ganho ou
perda de calor com a aplicação de diferentes cores na superfície.
Outro fator interessante é o efeito “albedo”, uma medida quantitativa de
radiação solar refletida por uma superfície, calculado pela razão entre a quantidade
de radiação refletida e a recebida. Esta radiação está diretamente relacionada com a
inclinação dos raios solares, sendo que quanto maior o grau de inclinação, maior será
o albedo.

2.1.5 Transferência de Calor


20

Os mecanismos de troca de calor podem ser divididos em duas formas: troca


térmica seca e processo de mudança de temperatura no sistema. O calor deste
mecanismo é chamado de calor sensível, enquanto a troca térmica úmida envolve o
processo de mudança no estado de agregação da matéria. O calor envolvido neste
processo denomina-se calor latente (FROTA; SCHIFFER, 2001).
“As trocas de calor que envolvem variações de temperatura são denominadas
trocas secas, em contraposição à denominação de trocas úmidas, relativa às trocas
térmicas que envolvem a água” (FROTA; SCHIFFER, 2001, p. 31). A troca de calor
ocorre através do sistema de condução, convecção e radiação, sendo que cada um
deles possui características e leis próprias, transferindo calor naturalmente de uma
superfície maior para uma menor (COSTA, 1991). No Quadro 2 são apresentados os
mecanismos de trocas térmicas.

Quadro 2 - Mecanismos de trocas térmicas

Trocas térmicas secas


Condução Convecção Radiação
A condução térmica é a Este modo de troca térmica Mecanismo de troca de calor entre
transferência de calor de está relacionado à dois corpos — que guardam entre si
uma parte de um corpo com transferência de calor de uma distância qualquer — por sua
uma temperatura mais uma superfície restrita a um capacidade de emitir e de absorver
elevada, para outra parte, do fluido em movimento, ou a energia térmica.
mesmo corpo, com uma transferência de calor ao A energia ao ser absorvida resulta
menor temperatura, ou para longo da posição do fluxo no em efeitos térmicos, por trocas
outro corpo com uma interior do fluido em magnéticas que ocorrerem até
temperatura menor; quando movimento. Quando as mesmo no vácuo.
em contato físico. A lei trocas de energia forem
empírica da condução de induzidas por um soprador
calor é conhecida como lei ou ventilador, o processo é
de Fourier. chamado de convecção
forçada. A convecção livre
ou natural é resultado da
diferença de densidade
produzida pela diferença de
temperatura, ocorrida pela
movimentação do fluido.
Trocas Térmicas úmidas
Evaporação Condensação
Resultante da mudança do estado líquido Decorrente da mudança do estado gasoso do vapor
para o estado gasoso. d’água contido no ar para o estado líquido. Quando
Para ser evaporada, a água necessita de o grau higrométrico do ar se eleva a 100%, a
um certo dispêndio de energia. temperatura em que ele se encontra é denominada
ponto de orvalho, a partir do qual o excesso de
vapor d’água contido no ar se condensa.

Fonte: adaptado de Silva e Vasconcelos (2018); Frota e Schille (2001).


21

A condutividade térmica é um fator relacionado à densidade do material, o qual


representa uma capacidade de transmissão e condução de calor por unidade de
tempo, ou seja, quanto menos denso é o material, menor é a condutividade térmica
(LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014).

2.2 EDIFICAÇÕES, COBERTURA E CONFORTO TÉRMICO

Ao promover conforto térmico no interior das edificações, o uso de tecnologias


pode promover bem-estar aos ocupantes a partir de técnicas ligadas a concepção do
projeto construtivo e sua arquitetura, independente das condições climáticas externas
(FROTA; SCHIFFER, 2001). Por outro lado, a intervenção humana e as condições
climáticas locais estão diretamente ligadas, visto que um interfere no outro. Lamberts,
Dutra e Pereira (2014), afirmam que um bom projeto de edificação deve proporcionar
conforto ao usuário e eficiência energética, baseados nos estudos climáticos e no local
de implantação.
Considerações com relação ao clima local, tais como: proximidade da água,
altitude, barreiras montanhosas e correntes oceânicas devem ser considerados
quando se elabora um projeto de uma edificação (FROTA; SCHIFFER, 2001). Na
arquitetura, para amenizar as sensações de desconforto impostas por climas
adversos, é necessário observar fatores climáticos, radiação solar, posição do sol,
latitude, longitude, revestimento do solo, topografia, umidade, ponto de orvalho,
precipitação, ventos e outros (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014).
Dias (2011), descreve que as construções, bem como as superfícies do planeta,
registram efeitos da radiação solar quantificados pela intensidade de energia e o
ângulo de incidência, podendo variar em relação à localização geográfica, orientação
e época do ano. O resultado de um ambiente interno confortável vem da análise de
todos os elementos que compõem a edificação (posicionamento; tamanho e tipos
fechamentos opacos e transparentes; além das propriedades termo físicas dos
materiais) somados às condições climáticas do local de implantação.
Um estudo realizado com 31 amostras de telhas demonstrou haver correlação
entre cor e tipo de material empregado com a eficiência térmica, por interferir na
refletância solar e temperatura superficial (MUNIZ-GÄAL et al., 2018). As edificações
sofrem a incidência direta do sol, importante fonte de calor, o que representa um ganho
22

de calor para a edificação, com influência da intensidade de radiação e do elemento


construtivo (FROTA; SCHIFFER, 2001).
Conforme a NBR 15575-5 (2013), a cobertura da unidade habitacional (UH)
deve reunir características que indiquem o atendimento de desempenho térmico
mínimo, conforme a figura 1.

Figura 1 - Transmitância térmica de referência para coberturas

Fonte: ABNT NBR 15575-5 (2021)

A cobertura é a parte das edificações sujeita às maiores flutuações térmicas,


durante o dia pela exposição direta ao sol que aumenta as temperaturas, perdendo
calor rapidamente a noite (OLIVEIRA; SOARES; SANTOS, 2016). “A escolha
adequada pode contribuir para a redução de cargas de refrigeração em edifícios,
diminuição de horas de desconforto e mitigação dos efeitos da ilha de calor urbana”
(MUNIZ-GÄAL et al., 2018, p. 515).
Baldo et al. (2020), definem que, em edificações térreas, o calor pode ocorrer
por cobertura (70%) e por fachadas (30%) (BALDO et al., 2020). Conforme os autores,
durante o dia a temperatura superficial da cobertura tem influência de agentes
climáticos (como radiação solar, temperatura interna e externa), resultando em
aumento da temperatura na superfície da cobertura em até 80ºC. No agronegócio, o
telhado é um elemento a ser considerado para se promover o conforto térmico dos
animais em regiões de clima quente, abrindo uma gama de possibilidades para
dissipar o calor da instalação (ABREU et al., 2011).
Conforme Bellei (2006), a cobertura visa proteger as edificações e seus
moradores, das intempéries. Existem diversos materiais para cobertura. O Quadro 4
apresenta alguns dos materiais mais comuns utilizados para cobertura.
23

Quadro 3 - Tipos de materiais para cobertura

Chapas de aço galvanizado Podem ser onduladas, trapezoidais, com ou sem pintura, não
possuem função termo acústica.
Telha em Chapa de alumínio Podem ser pintadas de um ou dois lados. Para isolamento
térmico, necessitam de revestimento.
Telha de fibrocimento Quando pintadas, auxiliam no desempenho térmico visto que
não possuem bom isolamento térmico, especialmente para áreas
mais quentes ou com incidência de sol.
Tipo sanduíche São formadas por duas chapas e no interior possuem material
isolante (poliuretano, lã de rocha, etc.) para servir como isolante
térmico.
Aluzinc ou Galvalume Devido à sua composição química (alumínio, zinco e silício), esse
revestimento do aço confere ao produto excelente proteção à
corrosão atmosférica, alta refletividade, melhor conforto térmico,
ótima aparência.
Telhado Verde É uma solução construtiva que consiste na plantação da
vegetação em um solo preparado ou um meio de crescimento
vegetal sobre uma membrana de impermeabilização.
Fonte: Adaptado de Bellei (2006),Soares, Oliveira, Santos (2016), ABCEM (2009).

Para a Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM, 2009), as telhas


metálicas são muito utilizadas e podem estar aliadas à redução de ruído e isolamento
térmico para as coberturas e fechamentos, dependendo do material utilizado. O
coeficiente global de transmissão de calor permite a comparação dos diversos
materiais quanto ao seu desempenho no isolamento térmico. Para o seu cálculo são
utilizados, entre outros fatores, a condutividade térmica (k), função do material e de
sua espessura.
Segundo Dias (2011), a evolução dos estudos de análises de conforto térmico,
proporcionou o avanço na avaliação do desempenho de coberturas, considerando
tanto o material utilizado na composição de telha, quanto as diferentes estratégias de
isolamento térmico.

2.3 MATERIAIS UTILIZADOS COMO REVESTIMENTOS TÉRMICOS

Segundo Silva (2013), a utilização de materiais isolantes térmicos vem sendo


aplicada desde a Grécia antiga, porém sua utilização tornou-se mais frequente no
século XX, para reduzir o consumo energético das edificações, contribuindo para a
redução de emissão de gases do efeito estufa. Um dos objetivos é a conciliação da
vida útil do revestimento com a da edificação, pois muitos isolantes possuem vida útil
menor que as edificações.
24

De acordo com Lamberts, Dutra e Pereira (2014), as propriedades térmicas de


cada material ou elemento construtivo diferem, influenciando no conforto térmico do
ambiente. Materiais como cortiça, isopor, lã de vidro e concreto celular são exemplos
de isolantes térmicos. Esses são porosos, e o ar contido nesses poros possui baixa
condutividade térmica, reduzindo a capacidade de transferir calor.
Os estudos sobre o comportamento térmico de materiais presentes no
mercado, caracterizam uma maior preocupação dos profissionais da construção civil
e seus consumidores quanto às condições de conforto das edificações, sem
comprometer a sua economia e a segurança (DIAS, 2011).
Para avaliação do desempenho térmico das coberturas é utilizada a NBR
16373 (2015), a qual avalia o desempenho das telhas e painéis termo acústicos
através de cálculos de transmitância térmica para cada configuração manufaturada
ou construída. Para isso, utiliza-se a classificação descrita no Quadro 5 O cálculo
segue as diretrizes especificadas na NBR 15220-2 (2005).

Figura 2 - Classificação quanto ao isolamento térmico

Fonte: ABNT NBR 16373 (2015).

Todas as soluções de conforto térmico apontam para conservação de calor e o


principal fator a ser melhorado é a eficiência no isolamento térmico (VIVALDINI et al.,
2014). Atualmente existem diversos isolantes voltados para o isolamento térmico de
coberturas, possibilitando ser de origem vegetal, animal e mineral. A seguir apresenta-
se alguns dos isolantes térmicos mais aplicados em coberturas:
25

2.3.1 Lã de Vidro

A lã de vidro provém de um recurso natural não renovável, sendo um material


essencialmente composto de areia e cacos de vidro reciclados. Possui ótimo
desempenho térmico se não for exposto à umidade, possuindo alta inflamabilidade.
Este material, como no revestimento da edificação da Figura 1, vem sendo empregado
na construção civil para isolamento acústico (LÃ DE VIDRO: O QUE É E COMO ATUA
NO ISOLAMENTO ACÚSTICO, 2019).

Figura 3 - Exemplo de envolvente com revestimento por lã de vidro

Fonte: (LÃ DE VIDRO: O QUE É E COMO ATUA NO ISOLAMENTO ACÚSTICO, 2019).

Sua aplicação é simples, sendo encontrada na forma de painéis para aplicação


em paredes e em rolos para a abertura e tetos, sua aplicação pode variar dependendo
da configuração da habitação e o conforto térmico desejado (SILVA, 2013).
Utiliza-se normalmente núcleo isolante com lã de vidro de 50 mm de espessura,
densidade de 12 kg/m³ e k=0,040/0.050 kcal/mhºC, podendo ser fornecida com outras
densidades para atender projetos específicos; sua aplicação é diretamente na obra
(ABCEM, 2009).
26

2.3.2 Lã de Rocha

A lã de rocha é produzida por fusão a partir de uma rocha vulcânica, a diábase.


A lã de rocha é um material incombustível e impermeável ao ar e ao vapor de água. A
lã de rocha é embalada em forma de rolos ou painéis rígidos. Atende ao isolamento
térmico, possuindo um baixo custo, entretanto não é renovável e pode ocasionar
danos à saúde (SILVA, 2013). A lã de rocha possui densidade 48 kg/m³ e 50 mm de
espessura e coeficiente de condutividade de térmica k=0, 035/0.060kcal/mhºC. São
fornecidas com comprimentos de até 12 metros, utilizando perfis trapezoidais ou
ondulados (ABCEM, 2009).

2.3.3 Poliestireno Expandido - EPS

Popularmente conhecido no Brasil como isopor, marca registrada pela empresa


Knauf Isopor Ltda. O poliestireno é resultante da polimerização do estireno em água,
fabricado em forma de pérolas com diâmetro de até 3 mm, as quais são submetidas
à expansão por um agente expansor denominado pentano, expandindo-se em até 50
vezes, surgindo o poliestireno expandido (EPS), um plástico celular rígido (ABRAPEX,
2021).
O EPS é um material resistente, leve e inodoro, sendo comprovadamente um
material com bom isolamento térmico, sua composição após expandido se dá em 98%
de ar e apenas 2% de poliestireno, e quando aplicada a coberturas não influencia no
peso da estrutura aplicada.
O uso de telha sanduíche com EPS possui bom desempenho termo acústico e
custo menor, comparativamente às telhas com isolamento de poliuretano, com
coeficiente de condutividade térmica k=0,039 kcal/mhºC (densidade 13 kg/m³) ou
k=0,032 kcal/mhºC (densidade 20 kg/m³) à temperatura ambiente de 25ºC. Sendo
leves e de fácil aplicação em cobertura e fachadas (ABCEM, 2009).
Segundo Silva (2013), o EPS possui boa capacidade de isolamento, e é
permeável ao vapor de água, é muito leve, de fácil manuseio e apresenta uma elevada
resistência mecânica. É altamente inflamável, e por ser produzido a partir do petróleo
se torna poluente, pode ser usado sob a forma de painéis e em estado solto.
Portanto, O EPS é reconhecido por suas características de baixa densidade e
baixa condutividade térmica (MINUSCULLI et al., 2022), cujas propriedades isolantes
27

estão relacionadas ao volume celular, composto por 98% de ar e 2% de poliestireno


(PASSOS; CARASEK, 2018).

2.3.4 Poliestireno Extrudado (Poliestireno Extrudido)

Esse material é obtido a partir de bolas de monômero de estireno misturadas e


extrudadas com um agente de enchimento: o CO2, para um desempenho térmico de
0,035W/(m.K), ou por gases HFC para um desempenho térmico de 0,029W/(m.K).
Com aplicações indicadas para alta resistência mecânica à compressão, apresenta
boa capacidade de isolamento e resistência a água (DIAS, 2011).

2.3.5 Poliuretano – PU

O poliuretano, também denominado por alguns autores como poliuretana, é um


composto polimérico resultante da reação de dois elementos: o di-isocianato de
parafenileno e o etilenoglicol. Essa reação resulta em um material utilizado para
diversas finalidades, entre elas espumas, mangueiras, resinas e revestimentos
(SILVA, 2013).
Como o poliuretano é um elemento com boa versatilidade e possui uma boa
resistência térmica e propriedades retardadoras de chamas, é utilizado por empresa
do ramo de construção civil desde a década de 1930 (BORGES, 2009). O uso
contempla diversos setores da atividade, sendo esse aplicado para selantes, placas
de isolamento térmico e acústico (Figura 2), sem contar que possui ótima aderência
com diversos metais, tais como concreto, vidro, metal, cerâmica e plásticos.
28

Figura 4 - Telha com isolamento termo acústico em poliuretano

Fonte: (ABCEM, 2009).

O poliuretano expandido, é aplicado entre duas telhas metálicas formando um


conjunto rígido. Possuem um excelente desempenho termo acústico, já que o PU
possui a melhor capacidade isolante entre os diversos materiais existentes. Utiliza-se
o poliuretano com densidade de 35 a 40 kg/m³ com coeficiente de condutividade
térmica k = 0,016 kcal/mhºC (ABCEM, 2009).

2.3.6 Cortiça

O aglomerado de cortiça expandida é natural, renovável, eficiente e reciclável,


utilizado em habitações com diversas aplicações: caixa-de-ar, paredes interiores, tetos
falsos, coberturas e fachadas com fácil colocação (SILVA, 2013).

2.3.7 Lã de Madeira

É resultado da compressão de madeira, provenientes principalmente de


serrações de madeira e lignina. Apresenta melhor desempenho termodinâmico
29

durante estações frias do ano quando comparado com o desempenho em estações


quentes. Pode ser utilizada para o isolamento de uma habitação, em pavimentos,
paredes, tetos e coberturas (SILVA, 2013).

2.3.8 Lã de Ovelha

É um isolante térmico eficaz contra o frio e o calor, não inflamável, reciclável


e de fácil instalação. No entanto, é um material com uma baixa resistência à
compressão. Para juntar o material é utilizado um ligante de fibra de poliéster, é
manuseada na forma de rolos, painéis semirrígidos ou em estado solto, podendo ser
aplicada em coberturas, tetos e paredes (SILVA, 2013).

2.3.9 Manta Flexível de Aerogel de Sílica

Desenvolvida e patenteada por uma empresa norte-americana e uma


empresa escocesa, a manta flexível combina o aerogel de sílica, incorporando-o em
mantas de fibras flexíveis. Como resultado tem-se isolamento térmico com elevado
desempenho, fácil utilização, não interage com a água, apresenta elevada resistência
a variações extremas de temperaturas, de 200°C à 650°C, ideal para aplicações corta-
fogo. Encontra-se sob a forma de mantas de 5 a 40 mm de espessura, tendo a
capacidade de cumprir com os desejos das geometrias mais complexas (SILVA,
2013).
Na Figura 3, é apresentada a comparação entre alguns dos materiais utilizados
para isolamento térmico de coberturas através do coeficiente de condutibilidade
térmica (ABCEM,(2009).
30

Figura 5 - Comparativo da condutibilidade térmica

Fonte: ABCEM (2009).

Nota-se que neste caso o poliuretano possui menor condutibilidade térmica,


enquanto o telhado cerâmico possui o maior índice, visto que quanto menor o valor
do coeficiente global de transmissão, melhor o seu isolamento térmico (ABCEM,
2009). A escolha do EPS e PU para os experimentos foi pelo fato que são os mais
utilizados na construção civil como isolante térmico em telhas metálicas.
31

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

A pesquisa realizada é do tipo qualitativa e quantitativa, do tipo experimental


(GIL, 2002). Neste capítulo do trabalho, é apresentado o método empregado para
avaliação do potencial de isolamento térmico aplicados às telhas metálicas. Foi
utilizado o método experimental, adaptado da literatura disponível sobre o tema. “A
pesquisa de laboratório é um procedimento de investigação mais difícil, porém mais
exato. Ela descreve e analisa o que será ou ocorrerá em situações controladas.”
(FONSECA, 2012, p. 23). Quando a pesquisa é em laboratório, o ambiente pode ser
preparado de forma que permita a maximização do efeito de variáveis.
Os dados foram coletados por intermédio de dois experimentos (Figura 4):
Experimento 1 - transferência de calor por radiação; Experimento 2 - transferência de
calor por condução. Os experimentos foram realizados de modo controlado, com uso
de materiais para isolamento térmico (EPS e poliuretano) em ambiente artificial, a fim
de reduzir as transferências de calor por radiação e condução.

Figura 6 - Esquema ilustrativo dos materiais utilizados nos 2 experimentos realizados

Fonte: Autor (2022).


32

3.2 EXPERIMENTO 1 – TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR RADIAÇÃO

Neste experimento as etapas básicas para o desenvolvimento do projeto, foram:


construção do protótipo; cálculos para a identificação das características do projeto;
controle das temperaturas interna e externa do protótipo; identificação das
características isolantes dos materiais aplicados; análise comparativa entre os
resultados encontrados.
O desenvolvimento do protótipo para a realização do experimento foi projetado
de modo a promover condições idênticas para cada isolante (EPS ou PU) e
estabelecer relação entre as variáveis temperatura e espessura das placas. Para que
os dados coletados tivessem leituras padronizadas, podemos destacar entre eles a
vedação do protótipo com isolantes específicos, a fim de proporcionar uma vedação
completa do protótipo. Deste modo, foi possível evitar distorção de dados durante a
execução.

3.2.1 Dimensões e Características do Protótipo

As dimensões do protótipo foram atribuídas a partir de medidas padrões dos


painéis, pois não foram encontradas referência em normas para o seu
dimensionamento. Este fato mostra que não há um padrão para a confecção dos
protótipos para testar transferência de calor em materiais para isolamento térmico.
Para a execução do protótipo para os testes de transferência de calor por radiação
(Figura 5), foram utilizados painéis isolantes (isotérmicos) nas dimensões 1m x 0,50m.
Por conta das dimensões dos painéis, o protótipo teve as seguintes dimensões em
metros: 1 x 1 x 0,50, ou seja 0,50 m3.
33

Figura 7 - Imagem do protótipo utilizado na execução do experimento 1

Fonte: Autor (2022)

Na construção do protótipo, os painéis térmicos das paredes e a tampa são


módulos pré-fabricados utilizados no isolamento térmico em frigoríficos. Entretanto,
devido a esta propriedade este material vem tendo aplicação em diferentes contextos
na construção civil. As junções das paredes receberam acabamento em revestimento
flexível, pois o objetivo do estudo foi a aferição da temperatura interior, para que cada
situação tivesse um comportamento diferenciado, conforme cada tipo e espessura do
isolamento.

3.2.2 Materiais Testados no Experimento 1

“O fluxo de calor é definido como a taxa de energia térmica transferida por


unidade de tempo devido a uma diferença de temperatura” (ORDENES; LAMBERTS;
GUTHS, 2008, p. 4). A Tabela 1 representa os modelos e características das
coberturas usuais e disponíveis no mercado, importantes alternativas para a utilização
no dia a dia, pois são materiais de fácil acesso, com valor agregado e fácil manuseio.
34

Tabela 1 - Características dos materiais testados no protótipo

Material Características Físicas Composição


Telha Metálica Galvanizada Perfil trapezoidal e ondulado. Telha de aço zincado e
Alta resistência. galvanizado, resistente a
corrosão.

Telhas Metálicas com Utilizado para o isolamento Telha de aço aluzinco,


Isolamento Térmico EPS térmico. Acompanhado de camada
Possui alta resistência. de EPS.

Telha metálica com Utilizado para isolamento Telha de aço aluzinco,


isolamento térmico PU térmico em ambientes com alta acompanhado de camada
agressividade. de PU.

Alta resistência mecânica,


menor propagação de chamas
e resistência a corrosão.

Fonte: Autor (2022)

Muitas empresas comercializam telhas com revestimento para proporcionar


conforto térmico e acústicos. Uma das características constatadas na escolha do
material foi a espessura adequada do revestimento. O uso de múltiplas camadas, que
resulta na espessura do revestimento, está diretamente relacionado ao custo final do
material. A decisão foi realizada com base em uma placa de aluzinco fixa e junto a ela
foi utilizado o isolante nas medidas padronizadas de 10, 20, 30 e 40 milímetros de
espessura para cada material (EPS e Poliuretano).

3.2.3 Coleta de Dados no Experimento 1

A coleta dos dados ocorreu em um período de 32 dias consecutivos,


consistindo no aquecimento da câmera 1 por intermédio de uma lâmpada
incandescente, infravermelha, com potência de 250 Watts, até a temperatura desejada
com o auxílio de um termostato digital. A câmera 2 possuía outro termômetro digital
que aferia a temperatura real do ambiente (Figura 6). A divisão entre as duas câmeras
era realizada pela chapa de aluzinco com espessura de 0,40 mm, mantida junto ao
35

material isolante (ítem 3.3.2). O isolante (placa de EPS ou de PU) era substituído a
cada 4 dias, em cada ciclo de coleta dos dados. Na coleta de dados, além dos
termômetros e sensores, foram instaladas câmeras termográficas para ondas longas,
recursos para observar pontos de calor.

Figura 8 - Montagem do experimento 1

Fonte: autor (2022).


Nota: Na esquerda o posicionamento dos componentes no protótipo; à direita leitor dos sensores que
coletavam as temperaturas do ambiente.

3.3 EXPERIMENTO 2 – TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONDUÇÃO

Este experimento foi realizado no Laboratório de Materiais da Universidade


Federal de Santa Catarina (UFSC), que dispõem de equipamento para avaliar a
condutividade térmica do material. “A condução está relacionada ao transporte de
energia térmica (calor) em um meio sólido devido ao gradiente de temperatura”
(ORDENES; LAMBERTS; GUTHS, 2008, p. 5). A condução unidimensional em fluxo
constante em uma parede plana proporciona avaliar se a distribuição da temperatura
é linear, conforme a Lei de Fourier (Figura 7).
Considerando que 87% do calor transferido por coberturas de edificações é por
radiação (JARDIM, 2011), este foi o principal mecanismo testado. Quanto ao
mecanismo por condução, este era importante para testar a eficiência do material
como isolante. Portanto, foi testado a eficiência na transferência de calor por condução
e radiação.

Figura 9 - Lei de Fourier aplicada ao cálculo da condutividade térmica.


36

Fonte: Adaptado de LabEEE (ORDENES; LAMBERTS; GUTHS, 2008). Onde Q é a quantidade de


calor transferido, L é a espessura do material, T Q temperatura do metal aquecido e T f temperatura do
metal da face oposta.

3.3.1 Materiais Testados no Experimento 2

A Figura 10 demonstra os modelos das amostras testadas: (a) os diferentes


materiais (aluzinco, EPS e PU); (b) os corpos de prova de EPS, para demostrar que
as amostras são de mesma área, porém a sua espessura é diferente. Foram testados
4 corpos de prova de EPS (1mm, 2mm, 3mm e 4mm), 4 de PU (1mm, 2mm, 3mm e
4mm) e 1 de aluzinco, todos com as dimensões 100 mm x 100 mm.

Figura 10 - Corpos de prova utilizados nos testes do experimento 2

Fonte: Autor (2022)

A condutividade térmica representa a quantidade de calor por unidade de


comprimento e por unidade de W/mºC de temperatura (ORDENES; LAMBERTS;
GUTHS, 2008). A condutividade térmica vem da formulação da Lei de Fourier para a
condução do calor. Quanto maior a condutividade térmica do material, mais condutor
ele é, quanto menor a condutividade, mais isolante é o material.
O equipamento utilizado para os testes do experimento 2 (Figura 9) é da marca
C-Therm, com o acessório de teste de compressão. Este equipamento também é
37

utilizado na avaliação de materiais e produtos na indústria têxtil. O analisador de


condutividade térmica C-Therm (TCI) permite determinar valores precisos de
condutividade térmica e efusividade térmica de material (VENKATARAMAN; MISHRA;
MILITKY, 2014).

Figura 11 - Experimento realizado para aferir a condutividade térmica

Fonte: Autor (2022)

Por intermédio deste equipamento foram avaliadas as principais propriedades


térmicas relacionadas com a inércia térmica, volume [cm3], densidade [g/cm³] e a
efusividade térmica dos materiais λ [J/ºC(m2s-1)]. Estudos indicam que as oscilações
de temperatura no material, originadas por um determinado fluxo de calor, são
inversamente proporcionais à efusividade térmica (MELRINHO, 2014). A efusividade
térmica define a temperatura de interface quando dois sólidos são colocados em
contato, de modo que quanto menor é a efusividade térmica mais confortável é o
contato (EFFTING, 2008).
38

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para responder aos objetivos deste trabalho, a partir da metodologia proposta,


foram desenvolvidos dois experimentos. O primeiro experimento foi realizado em
protótipos com uso de termômetros, sensores de temperatura e câmara termográfica
para avaliar as regiões aquecidas e avaliar as possibilidades de fuga de calor. No
segundo experimento foi realizado o teste de condutividade térmica dos materiais
testados como isolantes no experimento do protótipo, em teste de laboratório. Neste
capítulo serão apresentados os resultados do experimento em protótipo, do
experimento em laboratório e o resultado comparativo dos isolantes pesquisados para
uso em telhas metálicas.

4.1 RESULTADOS DO EXPERIMENTO REALIZADO EM PROTÓTIPO

Para cada espessura de isolante e cada tipo de material isolante (PU e EPS),
foram estipuladas quatro medidas de temperatura no aquecimento (20, 25, 30 e 35
ºC). Deste modo, as coletas das temperaturas do metal aquecido deveriam indicar
temperatura próximas ao padrão (Tabela 2).

Tabela 2 - Dados coletados durante o experimento em protótipo

EPS POLIURETANO
Espessura Padrão Aquecido Ambiente ΔT Aquecido Ambiente ΔT
1 mm 20 20,1 18,1 2 19,8 18,6 1,2
1 mm 25 25,2 23,3 1,9 24,3 19,6 4,7
1 mm 30 30,1 26 4,1 29,8 26,1 3,7
1 mm 35 34,9 28,1 6,8 35,1 32 3,1
2 mm 20 21,7 18,4 3,3 20,6 16,4 4,2
2 mm 25 24,9 21,4 3,5 25,2 21,7 3,5
2 mm 30 30,6 22,3 8,3 29 23,2 5,8
2 mm 35 34,7 24 10,7 34,7 24 10,7
3 mm 20 20,2 16,3 3,9 20,1 15,9 4,2
3 mm 25 25,2 21,7 3,5 25,2 20,8 4,4
3 mm 30 30 23,5 6,5 29,9 21,7 8,2
3 mm 35 35,1 26,3 8,8 35,1 25,5 9,6
4 mm 20 20,7 18,2 2,5 20,6 16,5 4,1
4 mm 25 25,2 21,2 4 24,9 20,2 4,7
4 mm 30 30,1 22,9 7,2 30,3 22,7 7,6
4 mm 35 34,8 27,3 7,5 34,8 27,5 7,3
Fonte: Autor (2022)
39

O resultado do experimento 1, utilizado para analisar o comportamento térmico


da superfície com radiação incidente em telhas metálicas com isolamento térmico,
mostra maior eficácia quando as temperaturas foram mais elevadas (35ºC) e menor
com temperaturas mais baixas (20ºC), em ambos os materiais empregados no
isolamento térmico (Figura 10). A justificativa para este resultado é o fato de as
temperaturas menores estarem próximas à temperatura ambiente, havendo baixa
influência do isolante.

Figura 12 – Representação das temperaturas no isolamento por EPS e poliuretano (PU)

40 40

Temperatura (°C)
30 30
Temperaturas (°C)

20 20
10 10
0 0
1 1 2 2 3 3 4 4 1 1 2 2 3 3 4 4
mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm

Espessuras - EPS Espessura - PU

padrão Aquecido Ambiente padrão Aquecido Ambiente

Fonte: Autor (2022).

Para observar as regiões aquecidas e possíveis fugas de calor, foram geradas


imagens por câmera termográfica. As imagens mostram as regiões quentes
(superfície com radiação incidente) e frias das superfícies. Os registros obtidos por
esta câmera durante o experimento, podem ser visualizados na Figura 7. Na esquerda
apresenta a imagem da face com incidência direta da radiação emitida pela lâmpada,
onde a região central da placa atingia 35,5ºC após 6 horas/placa. A temperatura na
face aquecida variou de 21 a 42,9ºC.
40

Figura 13 - Registros fotográficos realizados por câmeras termográficas

A figura 11b mostra a imagem da face oposta ao isolamento, onde a região


central atingia temperatura de 22,8ºC, com variação de 21 a 28,9ºC. Ao comparar as
duas faces é possível observar que na primeira a região quente estava no local de
maior incidência da radiação térmica. Na segunda foi o efeito contrário, considerando
a dificuldade de isolamento na união das placas. Foi constatado que as bordas foram
as regiões de maior transferência de calor.

4.2 RESULTADO DO EXPERIMENTO REALIZADO EM LABORATÓRIO

Os materiais de isolamento contemporâneos atingem valores de condutividade


térmica inferiores a 0,04 W/mK. Entre uma infinidade de materiais, que atendem a
requisitos específicos como características mecânicas e físicas conforme as
especificações do objeto, podem ser encontrados no mercado (PAPADOPOULOS;
GIAMA, 2007). Os corpos de prova (amostras) foram analisados a partir de
experimento em laboratório, onde foram avaliadas as principais propriedades dos
materiais investigados. Foram utilizadas nove amostras, quatro de EPS, quatro PU e
uma de aluzinco. Os corpos de prova apresentavam dimensões de aproximadamente
10 cm x 10 cm, sendo que os isolantes EPS e PU apresentam espessuras,
aproximadamente, de 1, 2, 3 e 4 cm (Tabela 3). Os resultados sobre densidade
mostram que os valores são maiores para o poliuretano (PU) e menores para o EPS.
41

Tabela 3 - Resultado teste de condutividade térmica

Tipo D1 D2 Espessura Massa Volume Densidade k


material [cm] [cm] [cm] [g] [cm³] [g/cm³] (W/m.K) λ [J/ºC(m2.s-1)]
PU 8,907 8,275 0,966 8,19 71,20 0,115 0,035 53,3
PU 9,187 8,065 2,19 17,19 162,26 0,106 0,036 55,8
PU 8,998 8,449 3,105 27,27 236,05 0,116 0,037 62
PU 7,821 9,004 4,465 35,05 314,43 0,111 0,044 96,4
EPS 9,441 9,253 1,362 1,29 118,98 0,011 0,031 27,4
EPS 9,489 9,583 2,405 1,95 218,69 0,009 0,03 22,1
EPS 9,605 9,553 2,832 2,38 259,85 0,009 0,03 22
EPS 9,011 9,497 4,21 3,04 360,28 0,008 0,03 25,2
Aluzinco 9,586 9,604 0,32 27,21 29,46 0,924 52
Fonte: Autor (2022)
Nota: D1 e D2 são as dimensões dos materiais, K a condutividade térmica e λ a efusividade térmica.

Quanto às propriedades térmicas, houve variação na condutividade térmica no


poliuretano (PU), principalmente para a amostra de 4 cm de espessura. Entretanto,
na avaliação das amostras de EPS não houve mudanças na condutividade térmica
com o aumento da espessura do material (Figura 12).

Figura 14 - Condutividade térmica das amostras testadas

0,05
0,044
0,045
Condutividade Térmica (W/m.K)

0,04 0,036 0,037


0,035
0,035 0,031 0,03 0,03 0,03
0,03
0,025
0,02
0,015
0,01
0,005
0
k (W/mK)

PU (1) PU (2) PU (3) PU (4) EPS (1) EPS (2) EPS (3) EPS (4)

Materiais (espessura em mm)

Fonte: Autor (2022)

Quanto aos resultados da efusividade térmica, houve aumento significativo


para o PU, principalmente na amostra de 4 mm de espessura. Este resultado pode
estar relacionado ao número de camadas de PU, uma vez que esta propriedade está
associada à temperatura de interface quando dois sólidos são colocados em contato.
42

Quanto menor é a efusividade térmica mais confortável é o contato, se destacando


nas amostras do EPS. Outra constatação é que a efusividade térmica esteve
diretamente relacionada com a condutividade térmica, conforme indica este estudo
anterior (EFFTING, 2008).

Figura 15 - Efusividade térmica para as amostras testadas

120

100 96,4
Efusividade térmica λ

80

62
60 53,3 55,8

40
27,4 25,2
22,1 22
20

0
PU (1) PU (2) PU (3) PU (4) EPS (1) EPS (2) EPS (3) EPS (4)

Materiais (espessura)

Fonte: Autor (2022)

4.3 EPS E PU COMO ISOLANTE TÉRMICO EM TELHAS METÁLICAS

A partir dos dados e resultados experimentais, foi realizado um comparativo


entre as diferenças nas temperaturas das suas superfícies (ΔT = 𝑇𝑄 − 𝑇𝐹 ), para os
dois materiais (EPS e PU) e as quatro espessuras (1, 2, 3 e 4 mm). O estudo
comparativo nas diferenças das temperaturas entre os dois materiais mostra não
haver diferença significativa quanto à espessura dos materiais. Para todas as
espessuras a maior variação na temperatura ocorreu quando a temperatura padrão
(temperatura no ambiente quente) era de aproximadamente 35 °C. Este resultado faz
referência à percepção de que o desempenho térmico nestes materiais está
diretamente relacionado à temperatura e não à espessura do isolante.
43

Quanto ao tipo de isolante (EPS e PU), também não houve diferença


significativa nas variações da temperatura entre eles, uma vez que cada isolante
atendeu o seu objetivo principal, pois a espessura mínima de 10 mm e a máxima de
40 mm, possuem capacidade isolante compatível a atividade proposta. Os dados
(Figura 14) mostram que até a espessura de 2 mm, foram observadas algumas
diferenças, mas nas espessuras de 3 e 4 mm as variações nas temperaturas eram
praticamente idênticas.

Figura 16 – Comparação na variação das temperaturas (ΔT) em diferentes materiais e espessuras.

12
10,7
10,7

10 9,6
8,8
8,3 8,2
8 7,6 7,5
7,2 7,3
6,8
6,5
5,8
6
4,7 4,7
4,2 4,2 4,4
4,1 3,9 4,1 4
3,7 3,53,5 3,5
4
3,1 3,3
2,5
2 1,9
2 1,2

0
1 mm 1 mm 1 mm 1 mm 2 mm 2 mm 2 mm 2 mm 3 mm 3 mm 3 mm 3 mm 4 mm 4 mm 4 mm 4 mm

ΔT (EPS) ΔT (POLIURETANO)

Fonte: Autor (2022)

O uso dos materiais para o isolamento térmico vem ganhando mercado e


adeptos no Brasil. Representantes comerciais relatam que o material mais utilizado
para cobertura é o EPS. Quanto ao comparativo de preço entre EPS e PU, os dois
materiais variam consideravelmente. Após pesquisa de mercado, efetuada com os
fabricantes dos dois materiais, foi realizada a média de custo por m3, onde o custo do
EPS é de R$ 392,59 e o do PU R$ 1.660,51. Portanto, a variação do preço do material,
entre as duas opções de isolamento, pode ser de 76,36%, diferença considerável para
aplicar na abertura de uma edificação. Isso faz com que cada usuário tenha uma
44

opção de compra conforme sua necessidade e, por consequência do custo. O EPS é


o material mais utilizado no isolamento térmico.
Em contato com fabricantes, observou-se que as placas de 30 mm são as mais
comercializadas na região onde os experimentos foram realizados. A principal
justificativa está na resistência mecânica durante o manuseio e aplicação das placas.
Com esta espessura (30 mm) o material apresenta maior resistência à ruptura,
consequentemente facilita a instalação. Cabe destacar que para o isolamento térmico,
a espessura interfere no desempenho térmico da edificação, porém destacamos que
cada um possui uma indicação de uso. As espessuras para a aplicação em unidades
residenciais, industriais e pecuárias, não necessariamente necessitam de uma
espessura especifica. Os materiais pesquisados atendem à demanda desejada e os
objetivos propostos.
Podemos verificar que cada material possui uma formulação química diferente,
isso faz com que tenham propriedades químicas alteradas e consequentemente usos
distintos. O PU é mais utilizado como material isolante em ambientes agressivos,
como revestimento de cobertura de edificações suinícolas, onde a agressividade da
amônia presente nos dejetos suínos faz com que haja a corrosão da cobertura
metálica. Neste contexto, o uso deste material tem dupla funcionalidade, um deles é
o revestimento contra os gases e outro como o isolamento térmico.
O uso do EPS está direcionado à utilização de revestimento em ambientes
menos agressivos, como casas, barracões industriais e comerciais. Nestes ambientes
não nocivos, além do menor custo, este material atende as necessidades de
isolamento e é o mais utilizado para o bom desempenho térmico de telhas metálicas.
45

CONCLUSÃO

No Brasil e no mundo as propriedades termo físicas de materiais para


envolventes de edificações têm sido estudados no contexto da construção civil, porém
poucos estudos estão relacionados ao desempenho térmico em telhas metálicas. Este
trabalho teve como objetivo principal avaliar a eficiência térmica de materiais utilizados
como isolante térmico em telhas metálicas, a fim de identificar a melhor opção para o
uso na construção civil.
O conhecimento e aplicação do poliestireno expandido (EPS) e poliuretano
(PU) para este fim, permite uma melhor adequação do seu potencial na engenharia
civil. Quanto às propriedades físicas dos materiais estudados, a condutividade térmica
é uma das principais propriedades, pois permite verificar outros parâmetros tais como
a transmitância e a resistência térmica. Portanto, buscou-se analisar com
experimentos práticos o comportamento térmico dos materiais mais utilizados no
isolamento térmico em telhas metálicas. Para o experimento, foram submetidas
amostras de EPS e PU a diversas temperaturas através de dois experimentos: um em
protótipo e o segundo em laboratório.
No experimento 1, em protótipo, foi possível testar o desempenho térmico em
amostras de EPS e PU, com diferentes espessuras, aquecidas por processo de
radiação. Neste experimento foi possível concluir que não houve diferença
significativa entre os materiais EPS e PU ou na espessura das placas. O fator que
mais interferiu neste experimento foi a temperatura irradiada na superfície quente.
Quanto maior a temperatura externa do ambiente, maior era capacidade de
isolamento do material. Este resultado proporciona inferir sobre a eficácia dos
materiais testados no isolamento térmico. Porém, quanto à espessura do material,
esta variável não influencia significativamente na transferência de calor da superfície
do ambiente aquecido (quente) para a superfície no ambiente não aquecido (frio).
Quando analisamos o experimento 2, realizado para avaliar em laboratório a
condutividade térmica dos materiais para isolamento térmico em telhas metálicas, os
materiais utilizados tiveram um comportamento similar, não havendo variação
significativa no material EPS em todas as suas espessuras. Entretanto, no material
PU,na espessura de 40 mm, obtivemos uma variação da 10% acima da média.
Os dois materiais utilizados no isolamento térmico possuem propriedades
específicas, sendo elas utilizadas em diversos tipos de edificações, tanto para uso
46

residência, industrial e agropecuário. Devido à diferença de custo, o material mais


comercializado é o EPS. Também, vale destacar que o custo-benefício destes
materiais está ligado diretamente a espessura do revestimento. O material mais
comercializado possui uma espessura padrão de 30 mm, esta espessura é atribuída
por possuir uma maior resistência mecânica, gerando facilidade no seu manuseio e
sua aplicação.
Após os dados apresentados nesta dissertação, deixamos algumas sugestões
de trabalhos para serem aplicados nos próximos estudos: utilização de outros
materiais isolantes tais como: cortiça, lã de vidro, lã de rocha e telhados verdes;
simulação de climas de inverno e verão, utilizando temperaturas mais baixas e as mais
elevadas; análise do isolamento acústico de materiais utilizados como inibidores
térmicos.
47

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