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Aprovada por:
__________________________________
Prof.a Laura Maria Goretti da Motta, D.Sc.
__________________________________
Prof. Jacques de Medina, L.D.
___________________________________
Prof. Alexandre Benetti Parreira, D.Sc.
___________________________________
Prof. Salomão Pinto, D.Sc.
ii
“Se Pude Enxergar Longe é Porque me Apoiei em Ombros de Gigantes”.
(Isaac Newton)
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus e a toda a minha família: Maria Helena, Ana Helena, Júnior, Geraldo
Guimarães (in memorian), e em especial, ao meu pai “Juca” pelo apoio dado em casa.
Agradeço aos “gigantes” Laura Motta, Salomão Pinto e Jacques de Medina por toda a
atenção e dedicação a mim prestada durante este tempo na COPPE. A professora Laura
Motta além de excelente orientadora revelou-se uma grande amiga com a qual podemos
contar sempre.
iv
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
v
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Sciences (M.Sc.)
A study of plastic and elastic response of two lateritic soils – a yellow clay of
Rio de Janeiro and a laterite gravel from Brasília – submitted to repeated load triaxial
tests at several levels of stresses and number of cicles greates than 100,000. Twenty for
tests were made at different stress levels and compaction water contents near the
optimum value. The occurrence of plastic shakedown was investigated. The evolution
of permanent deformations with different factors – number of load applications,
moisture content, and state of applied stresses was observed. Observed the variation of
elastic deformation of elastic deformation and resilient modulus with the number of
load applications. Test results were introduced in models by Monismith et al (1975),
Uzan (1981), and Tseng e Lytton (1989). Regression analyses were made to obtain a
correlationship of model’s parameters with states of stresses. As a parallel study,
resilient moduli were determined at 1 Hz and 2 Hz frequencies, after the permanent
deformation studies.
vi
ÍNDICE
vii
2.2.5.1 – Introdução ............................................................ 39
2.2.5.2 – A pista experimental da AASHO ......................... 39
2.2.5.3 – Análise de deformação plana em semi
espaços ................................................................................ 40
2.2.5.4 – Estudo de Johnson (1962) .................................... 41
2.2.5.5 – O método das Cônicas .......................................... 42
2.2.5.6 – Solução numérica para sistema
multicamadas..................................... ............. ............45
2.2.6 – Pesquisa do shakedown do
material................... ............................................................. 50
viii
CAPÍTULO 5 – AVALIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO PERMANENTE .............. 116
ix
Capítulo 1: Introdução
É necessário dizer que quase a totalidade dos pavimentos avaliados na pesquisa PICR
foi dimensionada pelo método do CBR e este método tende a superdimensionar o
pavimento exatamente no que se refere ao afundamento de trilha de roda, pois a
essência do método é a construção de camadas sobre o subleito de forma a protegê-lo
da ação da carga do tráfego, sendo que as propriedades mecânicas do subleito são
avaliadas por sua resistência à penetração (ensaio de CBR), que não simula a condição
real na qual o solo é solicitado no campo. Além disso, a imersão do corpo-de-prova em
água durante quatro dias não é compatível com as condições climáticas ambientais
tropicais.
x
Segundo, do ponto de vista conceitual, é a melhor compreensão da relação
tensão/deformação em solos tropicais constituintes de pavimentos, incluindo a
possibilidade de ocorrência do chamado “shakedown”, ou acomodamento da
deformação plástica, associado ao surgimento de tensões residuais.
Este estudo foi idealizado pelo prof. Jacques de Medina e implementado como linha de
pesquisa pela profª Laura Motta.
O objetivo principal da tese é a análise da resposta de dois tipos de solos, uma argila
amarela do Rio de Janeiro e uma laterita de Brasília, quando submetidos a
carregamentos de cargas repetidas de longa duração.
2
A tese é fundamentalmente experimental na medida que se baseia na análise de vinte e
quatro ensaios de deformação permanente e vinte e seis ensaios de módulo resiliente,
mas possui uma fração teórica significativa na medida que contribui para a divulgação
da teoria do shakedown aplicada a pavimentos flexíveis. A tese é dividida nos seguintes
capítulos:
3
CAPÍTULO 2: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
CAPÍTULO 2.1: MODELOS DE DEFORMAÇÃO PERMANENTE EM SOLOS
2.1.1 Introdução
O afundamento de trilha de roda é um defeito do pavimento associado ao acúmulo de
deformação vertical permanente desenvolvido em cada camada do pavimento.
(MOTTA 1991, HUANG, 1993). Talvez por ser o principal defeito do pavimento em
países de clima temperado, geralmente os mais desenvolvidos, o mecanismo de
deformação permanente tem sido bastante estudado, com diversas publicações sobre o
assunto. E, por outro lado, por ser pouco observado no Brasil, (QUEIRÓZ 1984), há
relativamente poucas publicações brasileiras sobre o assunto.
Barksdale (1972), citado por MOTTA (1991) propôs a seguinte expressão para cálculo
da deformação total de uma estrutura, ou afundamento da trilha de roda:
n
p
total =
i 1
i
p hi (2.1)
total
p
- profundidade total do afundamento
4
Conhecendo-se as relações entre a deformação permanente e as tensões atuantes para
cada material, relação obtida em laboratório, e as tensões atuantes em cada uma das
camadas utilizando-se um programa de sistemas em camadas, pode-se obter as
deformações permanentes em cada camada e, posteriormente, a deformação total.
O presente capítulo aborda alguns dos principais estudos sobre deformação permanente
em solos, incluindo a experiência brasileira.
Figura 2.1: Treliça Utilizada para Medir Afundamento de Trilha de Roda na AASHO Road
Test. Extraído de Medina (1997).
5
A pista experimental da AASHO sofreu grande influência de fatores climáticos-
ambientais, principalmente o chamado degelo da primavera, período no qual as
camadas do pavimento tendem à saturação. Além disso, o material constituinte do
subleito possuía argilo-minerais expansivos. Estes dois fatores, obviamente,
contribuíram, e muito, para o afundamento de trilha de roda.
Ainda sobre a influência do tipo de solo do subleito, UZAN (1998) discorre sobre
características de solos argilosos típicos de subleitos das vias de Israel.Observa-se um
aumento de umidade até o terceiro ou quinto ano de implantação da via, com umidade
de equilíbrio entre 1,2.LP e 1,3LP, onde LP é o limite de plasticidade. Ainda, todos os
materiais argilosos constituintes do subleito da pesquisa de UZAN continham
montmorilonita, argilo-mineral altamente expansivo.
6
2.1.3 Modelos Usuais de Deformação Permanente em Solos
Modelo de Monismith et al
O modelo mais comum e amplamente empregado é o proposto por MONISMITH et al.
(1975).
p = ANB (2.2)
Onde:
εp - deformação específica plástica
A e B - parâmetros experimentais
N - número de repetições de carga
Assim, para uma correta aplicação do modelo é necessária uma conveniente seqüência
de ensaios de laboratório. Importante ressaltar que boa parte da experiência brasileira
no estudo da deformação permanente em solos está associada a este modelo.
A tabela 2.2 apresenta valores típicos dos coeficientes A e B para uma argila siltosa ,
ensaiadas em várias umidades e pesos específicos aparentes secos, obtidos por
Monismith et al e citados por SVENSON (1980).
7
Tabela 2.2: Valores típicos dos parâmetros A e B. MONISMITH et al (1975), citado por
SVENSON (1980)
Modelo de Uzan
Uzan (1982), citado por CARDOSO (87), desenvolve modelo a partir da diferenciação
da equação proposta por Monismith et al (1975).
εp = A.NB (2.2)
diferenciando a equação 2.2, tem-se:
d p
= A.B.NB-1 (2.3)
dN
mas,
d p A.N B A.( N 1) B
= lim N N 1 = A.(NB – NB-1) = εp (N)
dN N ( N 1)
onde:
εp (N) – deformação plástica para a n-ésima camada
μ = A.B/ εr e α = 1 - B
8
admitindo-se εr(N) = εr, e dividindo-se a equação nº 2.3 por εr, tem-se:
p (N )
= .N (2.4)
r
9
Durante o carregamento e descarregamento o módulo elástico Ec (carregamento) e ED
(descarregamento) são distintos, e a relação tensão-deformação é considerada linear.
Da teoria da elasticidade, tem-se:
1
(εt)z = .[ σz – ν.( σr + σt)] = z (2.8)
Ec Ec
1 z
(εr)z = .[ σz – ν.( σr + σt)] = (2.9)
ED ED
Onde:
(εt)z – deformação total vertical;
(εr)z – deformação resiliente vertical;
σz , σr , σt – tensões atuantes;
ν – coeficiente de Poisson.
Substituindo-se 2.1.8 e 2.1.9 na equação 2.1.7, tem-se:
1 1
σz.( ) = z ..N (2.10)
Ec E D ED
10
Os parâmetros ρ e β e a relação ε0/εr são os parâmetros dos materiais derivados a partir
de ensaios de deformação permanente. A estimativa desses parâmetros é realizada
através dos modelos apresentados nas equações 2.12 e 2.13.
Para materiais constituintes das camadas de base e de subbase tem-se as equações 2.15,
2.16 e 2.17.
0
Log ( )=0,80978–0,06626.Wc – 0,003077.σθ + 0,000003.Er (2.15)
r
R2 = 0,60
Log(β)=-0,9190+0,03105.Wc+ 0,001806. σθ – 0,0000015.Er (2.16)
2
R = 0,74
Log(ρ) = -1,78667 + 1,45062. Wc + 0,0003784.σ 2 - 0,002074. W c2 .σθ – 0,0000105. Er
R2=0,66 (2.17)
Onde:
Wc – umidade do material %
σθ – tensão octaédrica, em Psi
σd – tensão desvio em Psi
Er – módulo resiliente da camada em Psi
11
2.1.4 Outros Modelos de Deformação Permanente em Solos
Concluíram os autores que o parâmetro “A” depende das condições do ensaio e do tipo
de material, e o parâmetro “b” independe das condições de ensaio, sendo um parâmetro
característico de cada solo.
12
As curvas de deformação permanente mostraram ser sensíveis tanto à umidade de
compactação quanto ao nível de tensões aplicado. No gráfico 2.1 foram plotadas curvas
para dois níveis distintos de tensões e três diferentes umidades, ambos para a amostra
S8 do estudo de Bayomy e Al-Sanad.
0.1
Deformação Permanente Acumulada ( εp)
0.01
0.001
0.0001
1 10 100 1,000 10,000 100,000
Gráfico 2.1. Deformação Permanente Para Várias Umidades e Distintos Níveis de Tensão
em Solo Arenoso. Adaptado de Bayomy e Al-Sanad (1993).
13
Modelos Para Solos Argilosos
MAJIDZADEH et al. (1976) desenvolveram relações entre os parâmetros A e m, do
modelo apresentado por GUIRGUIS (1974), e o módulo dinâmico, E* , do solo.
εp/N = A(D,w).N-m (2.18)
onde:
εp - deformação permanente
A(D,w) - interseção da linha reta (εp/N x N) com o eixo εp/N
m - valor absoluto do coeficiente angular da mesma reta
N - número de ciclos
O estudo foi desenvolvido com solos siltosos e solos argilosos, ambos com fração
granular, oriundos do estado de Ohio/EUA. Concluem que o parâmetro m varia
normalmente entre 0,82 e 0,95, podendo, em casos excepcionais, ser menor que 0,57. Para
solos com módulo dinâmico maior que 40 MPa, pode ser considerado constante. O
parâmetro A é função da umidade, densidade, tensão desvio e estrutura do solo.
2.20.
14
s
A = K. E * (2.20)
O parâmetro “m” mostrou-se constante para cada tipo de solo e com valores entre 0,85 e
0,90, não existindo variação significativa estatística antes e após saturação.
O parâmetro “A” foi estabelecido em função do E * , de acordo com a equação 2.21, que
mostra a variação do parâmetro “A” com o tipo e estrutura do solo e o nível de tensão.
A = R. E * -c.exp(σapl/ σapl) (2.21)
Onde:
σapl - tensão aplicada
σapl - resistência à compressão, não confinada
R, C - constantes do material
15
O ensaio de cargas repetidas foi realizado com uma pressão confinante de 14,5 lb/pol2
(psi), com freqüência de 40 ciclos por minuto (cpm) e pulsos de duração de 0,2 s.
Define-se nível de tensão (qr) como a relação entre a tensão desvio e a resistência obtida
num ensaio triaxial convencional, ou estático, com taxa de deformação constante de 0,5
%/min.
Foi verificado que para uma dada tensão confinante, densidade seca e condição de
compactação (energia, umidade), a deformação de ruptura é relativamente independente
da história de carregamento, podendo ser determinada em ensaios triaxiais convencionais
(estáticos).
O modelo proposto varia de acordo com o nível de tensões qr. Para qr superior ao crítico
tem-se a equação 2.22.
a
qr = (2.22)
al sl . log( N )
al , bl - parâmetros do solo, obtidos de acordo com a figura 2.2.
16
Figura 2.2. Determinação dos parâmetros al e Sl do modelo proposto por Raad e Zeid
(1989).
Taxa de Deformação Axial (%) por
Número de Aplicação de Carga.
Figura 2.3. Variação da Deformação Axial e Taxa de Deformação Axial com o Número de
Aplicação de Cargas. (3 = 14.5 psi, d = 129.5 lb/ft , m = 7%). Raad e Zeid (1989).
3
17
2.1.5 A Experiência Brasileira
No Brasil ocorreu um início simultâneo de estudos sobre deformação permanente através
de avaliação de campo e de laboratório. A tese de mestrado de SVENSON (1980),
orientada pelo professor Jacques de Medina na COPPE/UFRJ, constitui o primeiro
trabalho sobre deformação permanente em laboratório com solos típicos do Brasil.
Paralelamente, QUEIRÓZ (1981) utilizava dados de campo, obtidos da pesquisa PICR, já
comentada, para desenvolvimento de sua tese de doutorado.
Constata ainda Svenson que a variação do intervalo entre aplicações de carga (0,86 a
2,86), para umidades próximas à ótima, pouca influência tem nos valores dos coeficientes
A e B.
18
CARDOSO (1987) ensaiou dois solos lateríticos da região de Brasília/DF. O solo nº 1 foi
classificado de argila com alta plasticidade e o solo nº 2 de argila com baixa plasticidade,
ambas do tipo A-7-6, pela classificação da AASHTO. O solo 1 apresentou cerca de 30%
de sua massa com partículas de diâmetros superiores a 0,42 mm (nº 40), portanto será
considerado como solo fino com significativa fração granular.
A maioria das amostras foi compactada na energia modificada, sendo algumas poucas na
energia normal, a umidade variou entre a mais seca e mais úmida condição.
Aplicou-se uma pressão confinante de 3, 5, 8.3, 10, e 15 lb/pol2 (psi) e tensão desvio de 5,
9, 15 e 25 lb/pol2 (psi) . Os ensaios foram conduzidos na condição drenada.
Efeito da Tensão Confinante: Foi observada uma aparente contradição entre os resultados
obtidos para as amostras de solos granulares lateríticos. Enquanto que a deformação
permanente aumentava com o acréscimo da tensão confinante para uma tensão desvio de
25 Psi (1,75 Kgf/cm2), no caso de tensão desvio de 15 Psi (1,05 kgf/cm2) a deformação
permanente decresceu com o aumento da tensão confinante. As figuras 2.4 e 2.5 ilustram
esta situação.
19
Figura 2.4: Efeito da pressão confinante e número de repetições na deformação
2
permanente – solo 1 [25 lb/pol (psi) ]. CARDOSO (1987).
20
Efeito da Tensão Desvio: A tensão desvio tem uma significativa influência na
deformação permanente, tanto para o solo granular quanto para o solo fino, conforme
era de se esperar.
O nível de deformação plástica cresceu 263,2 % para o solo granular e 150,2% para o
solo fino, quando a tensão desvio variou de 15 lb/pol2 (psi) para 50 lb/pol2 (psi), numa
condição de umidade ótima e 8,3 Psi de pressão confinante.
Efeito da Umidade: Para o solo granular a amostra mais seca apresentou maiores níveis
de deformação permanente do que as amostras moldadas próximas à umidade ótima.
Para o solo fino, as amostras mais secas apresentaram menores níveis de deformação
permanente do que as outras.
Dentre os vários ensaios realizados são apresentados dois, relativos à base, e mostrados
no gráfico, juntamente com resultados obtidos por Motta (1991) para uma amostra da
laterita de Roraima (RR), todas com mesmo nível de tensões aplicado.
Observa-se uma razoável dispersão dos resultados, peculiaridade dos solos lateríticos
concrecionados, já demonstrada em relação ao comportamento resiliente, conforme
observado por VERTAMATTI (1987) entre outros.
No gráfico 2.2 são mostradas as curvas referentes à mesma estação, ou estaca, para a
base, sub-base e subleito. Observam-se maiores deformações permanentes para o solo
constituinte da base e um excelente comportamento do solo constituinte da sub-base.
3
1
Deformação Permanente (mm)
0.1
Santos (1998)
0.01
Motta (1991)
0.001
0.0001
1 10 100 1,000 10,000 100,000
Número de Ciclos (N)
Laterita Mato Grosso (E-100) Laterita Mato Grosso (E-200) Laterita Roraima
4
1
0.1
0.01
0.001
0.0001
1 10 100 1,000 10,000 100,000
Número de Ciclos (N)
5
0,006MR
σvmáx= (2.25)
1 0,7 log( N )
σv máx - tensão vertical admissível no topo do subleito
MR - módulo resiliente médio
N - número de ciclos
Alguns autores têm proposto valores limites para deformação permanente admissível
através do limite da deformação elástica no subleito. SANTOS (1998) cita alguns
destes exemplos.
εz=21600.10-6N-0,25 (NOTTINGHAN) (2.26)
εz=28000.10-6N-0,25 ( SHELL, 1977) (2.27)
-6 -0,23
εz=11000.10 N ( CRR) (2.28)
εz=21000.10-6N-0,24 ( LCPC) (2.29)
6
Onde:
εcvs - Deformação específica vertical de compressão no topo do subleito
THEYSE (1997), citado por SANTOS (1998), apresenta uma modelagem para dados
de afundamento de trilha de roda na África do Sul , em trechos reais com a passagem
do equipamento HVS. Segundo THEYSE, WOLFF (1992) propôs a seguinte
modelagem para a deformação permanente total:
7
CAPÍTULO 2.2: A TEORIA DO SHAKEDOWN
Fundação de Máquinas
Cravação de
Rodovias e Ferrovias Estacas
8
Uma questão particular relativa ao carregamento cíclico em obras de pavimentação é a
verificação da deformação permanente após um determinado número de aplicações de
carga. Ou seja, verificar se a deformação permanente pode conduzir à ruptura ou se
tende à estabilização.
9
O Efeito da Reversão de Tensões
Reversão de tensões nesse contexto não se refere a uma variação no sinal da tensão,
mas na variação de sua taxa de acréscimo. Por exemplo, um acréscimo na magnitude da
tensão seguido de imediata redução é, nesse contexto, uma reversão de tensão, não
obstante as tensões continuarem a agir na mesma direção.
Resistência
Deformação
Resiliente
Deformação
Por outro lado, a parcela irrecuperável, ou plástica, desenvolvida durante cada ciclo
tende a ser reduzida com o acréscimo do número de ciclos.
10
Eventualmente, o solo atinge uma forma de equilíbrio, na qual a magnitude da
deformação recuperada durante cada ciclo atinge valores bem maiores do que o
correspondente à deformação plástica, e este comportamento pode ser descrito como
resiliente, ou “quase-estático”. Também, é sabido que a rigidez do solo é dependente do
estado de tensões.
11
Tensão Rigidez
Deformação Tempo
12
Ângulo de Inclinação
a) Modelo Conceitual
b) Resultados Típicos
Efeitos Dinâmicos
13
Efeitos dinâmicos significativos acompanham muitas situações de
carregamento cíclico, principalmente quando a freqüência de
carregamento é elevada. Fenômenos como a ressonância de fundações
e a amplificação de pulsos de tensões dinâmicos em depósitos
profundos de solos de baixa rigidez são problemas típicos envolvendo
efeitos dinâmicos.
14
quantidade finita de energia é absorvida pelo material em cada
tensão/deformação. Resposta puramente resiliente é obtida e o material é
dito estar em shakedown e o máximo nível de tensões para o qual esta
condição é obtida é chamado de limite plástico do shakedown;
- incremento de colapso: quando a carga repetida aplicada é relativamente
alta. Uma grande parte do material está na condição limite e deformações
plásticas se acumulam rapidamente com a ruptura ocorrendo em curto
espaço de tempo.
15
2.2.4 A Teoria do Shakedown
2.2.4.1 Introdução
A apresentação da teoria clássica do shakedown pode ser encontrada em diversas
fontes, sendo que o presente relato foi extraído de FARIA (1999).
2.2.4.2 O Shakedown
Considere um vetor de carregamento q ij (x i ) e seja um corpo elástico-plástico
16
No espaço de “r” dimensões, com coordenadas 1 , 2 ,..., l , a função L(1 ) 0 é
ilustrada por uma hiper-superfície limitando o domínio de possíveis carregamentos e as
curvas dentro do domínio representam a trajetória de cargas, como mostrado na figura
2.11.
Princípio Estático
Se as tensões estáticas violarem a condição de plasticidade, deformações plásticas irão
ocorrer conduzindo a uma redistribuição das tensões, sendo que estas tensões podem
ser expressas pela soma das tensões elásticas ( i,e j ) e outro campo de tensões, chamado
de tensões residuais ( i, j ).
17
Por esta razão, tensões residuais conduzem a tensões permanentes que irão permanecer
no corpo mesmo após o descarregamento elástico. Então, o campo de tensões residuais
corresponde a um carregamento externo nulo e forma um sistema auto-equilibrado,
satisfazendo condições de equilíbrio durante o processo completo de carregamento.
contido no domíno .
De maneira alternativa, se um campo de tensões residuais puder ser encontrado tal que
o correspondente limite de carregamento elástico inclua o domínio de todos os
possíveis carregamentos, então o shakedown irá ocorrer durante o processo de
carregamento.
A condição para a ocorrência do shakedown definida pela equação (2.37) pode também
ser expressa em termos de parâmetros de carregamento l . Como as tensões elásticas
são funções lineares dos parâmetros de carga, podem ser escritas:
ie, j l ( ie, j )l l = 1,2,..., r (2.38)
onde:
i,e j : denota o campo de tensões elásticas independente do tempo e os parâmetros de
18
Princípio Cinemático
Considere-se um corpo linear elástico-perfeitamente plástico submetido a um
carregamento múltiplo quase-estático atuando em sua superfície e admita-se os
deslocamentos nulos. Introduzindo-se uma taxa de deformação plástica
cinematicamente admissível ijk ( xi , t ) para todo 0 t T , que é caracterizada pela
T
uik ui .dt (2.41)
0
19
2.2.4.4 Tensões Residuais
O termo tensão residual é usado para denominar tensões existentes em estruturas na
ausência de carregamentos externos. As tensões residuais constituem um campo auto-
equilibrado de tensões.
20
A performance do pavimento foi obtida monitorando-se vários indicadores, tais como:
afundamento de trilha de roda e trincamento do revestimento, sendo quantificada pelo
PSI (Present Serviceability Index). Definiu-se performance do pavimento como a
variação do PSI com o tempo, ou tráfego.
A degradação total do pavimento é alcançada quando para PSI 1,5 e o shakedown foi
detectado através da estabilização do valor de PSI após certo número de aplicações de
carga. A figura 2.12 ilustra a ocorrência do shakedown nas estacas 581 e 333.
Numeração das
Estacas
PSI
“N”
21
Figura 2.13: Modelo Bidimensional de Carregamento de Tráfego. Extraído de Collins e
Boulbibane (2000).
22
2.2.5.5 O Método das Cônicas. Sharp e Booker (1984)
A primeira aplicação da Teoria do Shakedown para pavimentos deve-se a SHARP e
BOOKER (1984), juntamente com PONTER et al. (1985) em mecânica dos metais. Os
dois modelos diferem basicamente no modelo constitutivo usado para descrever o
comportamento plástico do material.
k 4.c cos 2 ( ) ;
( XE , ZE , E ) : representa o estado de tensões no Ponto P(x,z);
c é a coesão e o ângulo de atrito.
23
A área correspondente a interseção entre duas cônicas é chamada de zona do
shakedown, na profundidade z. Significa que qualquer ponto desta área corresponde a
um carregamento de shakedown na profundidade z, para qualquer coordenada xi.
Como z varia , o menor valor de max ( z ) corresponde ao maior valor de para o qual a
condição de shakedown é mantida, ou seja:
24
O segundo caso de máximo ocorre na interseção de duas elipses, correspondendo a dois
valores distintos de x. Este tipo de ruptura é chamado de shakedown plástico ou
plasticidade alternante, nos quais a trajetória de carregamento atinge a superfície de
ruptura em dois pontos distintos.Porém, em todos os casos investigados, o valor de SD
correspondeu ao máximo analítico, (COLLINS e BOULBIBANE, 2000).
Os autores utilizaram o programa LAYELLIP para fazer uma série de cálculos, cujos
resultados podem ser analisados mediante a subdivisão em dois blocos: influência das
propriedades do material e influência da espessura da camada.
Um exame detalhado da figura 2.16 mostra que seções de curvas associadas a fadiga
da camada de superfície, de elevados valores de E / E0 , são múltiplos da mesma curva
fonte.
25
Carga de Shakedown
sd.V/Co
A principal conclusão que pode ser tirada da figura 2.16 bem como da
influência da espessura da camada de superfície é o fato de que para uma dada
condição de c / c0 , e espessura D , existe um valor ótimo de rigidez relativa
E / E0 , que maximiza a resistência do pavimento ao colapso.
26
As principais variáveis do modelo são as seguintes:
(ij)o: tensão devido as forças de corpo (mássicas);
(ij)s: tensão devido as forças aplicadas estaticamente;
(ij)a: tensão devido as cargas repetidas;
ij: incremento de tensão aplicado no centro de cada elemento;
Sxi, Syi: Resultantes das forças nos nós, nas direções x e y;
NP: número de pontos nodais da malha de elementos finitos;
f: função de escoamento, no caso representa o critério de Mohr-Coulomb
( ij ) 0 ( ij ) s .( ij ) a ij (2.51)
27
(1) Determinar as tensões resultantes de Po, Fs e Fa (carga repetida aplicada
inicialmente);
(2) Encontrar o multiplicador de carga (st) tal que (st.Fa) cause escoamento no
elemento mais criticamente solicitado no sistema. Isto fará deslocar a busca para
a região de interesse;
(3) A busca inicia-se pela determinação de Q para st e um conjunto de ij que
28
num passo de iteração (i) será igual a si . t .Pi 1 , onde si é o multiplicador associado
ao início da ruptura, e Pi-1 a pressão de acomodamento obtida no passo anterior (i-1).
Repete-se a sequência até a convergência, ou seja, praticamente nenhuma variação em
dois passos consecutivos. É o que mostra o fluxograma da figura 2.17.
Figura 2.17. Fluxograma Utilizado por RAAD et al (1988) para Cálculo da Carga
de Shakedown.
29
Figura 2.18. Influência das Características do Material na Carga de Shakedown. RAAD et
al (1988).
A camada superficial tem coesão C1 = 100 lb/pol2 (0,69 MPa) e C2 = 500 lb/pol2 (3,45
MPa), coeficiente de Poisson, = 0,25, e ângulo de atrito interno, = 35; o subleito
fraco, com módulo resiliente, E1 = 3000 lb/pol2 (20,6 MPa), c1 = 3 lb/pol2 (0,021 MPa),
= 0; o subleito resistente, E2 = 20.000 lb/pol2 (137,8 MPa), c2 = 20 lb/pol2 (0,114
MPa), 2 = 0,47.
30
2 = 0) o início do trincamento dá-se sempre aquém da carga de acomodamento.
Quanto à propagação das trincas até a superfície (ruptura por fadiga) esta pode se dar
aquém ou acima da carga de acomodamento, dependendo, também, das condições de
interface , com ou sem atrito.
Medina sugere, ainda, que se faça uma sequência de cálculos, utilizando-se o software
desenvolvido por RAAD et al (1988), para estruturas de pavimentos típicas do Brasil,
com o objetivo principal de se explicar a inexistência do afundamento de trilha de roda
nestes pavimentos devido à possível elevada carga de acomodamento obtida no cálculo
numérico. Entretanto, após algumas trocas de e-mail com o prof. Raad, atualmente no
Alasca, o software não foi disponibilizado.
31
A pesquisa do shakedown do material através de ensaios laboratoriais tem crescido
bastante em centros de pesquisa ao longo do mundo, destacando-se entre outros o
trabalho produzido por WERKMEISTER et al (2001), envolvendo a Universidade
Técnica de Dresden na Alemanha e a Universidade de Nottinghan na Inglaterra.
O nível C – Colapso
Neste domínio ocorre o sucessivo incremento de deformação permanente para cada
ciclo de carregamento, mesmo para elevados nível de carga a resposta do material é
sempre plástica. Na figura 2.19 observa-se que:
- A taxa de deformação permanente depende do nível de carregamento;
- A taxa de deformação decresce mais lentamente se comparada com os domínios
A e B;
32
Assim, o nível C pode resultar na ruptura de um pavimento pela formação de
afundamentos de trilha de roda.
33
Em termos de deformação elástica os autores citados observaram que tanto no nível A
quanto no nível B as amostras exibiram uma taxa de deformação resiliente constante ao
longo do ensaio, a partir de um certo número de repetições de cargas, cuja intensidade
dependente do nível de carregamento. Alguns valores de deformação elástica são
ilustrados na figura 2.20.
Importante observar na figura que a deformação elástica varia bastante até pelo menos
10.000 ciclos de aplicação de cargas, no caso do solo estudado pelos autores.
Deformação Vertical Resiliente (‰)
Número de Ciclos
34
Figure 2.21 Limites do Shakedown para um Cascalho Arenoso com 4% de Umidade.
WERKMEISTER et al (2001).
.
35
CAPÍTULO 3: APRESENTAÇÃO DOS SOLOS UTILIZADOS
36
As fotos de 3.1 a 3.3 ilustram a argila amarela em algumas fases da pesquisa.
37
Foto 3.2. Fase de Ajuste dos LVDT.
38
As amostras de Laterita Brasília utilizadas no presente estudo são oriundas de projetos
anteriores desenvolvidos na COPPE, portanto sua caracterização geotécnica já havia
sido feita.
O resultado assim obtido, gráfico 3.1, mostrou que este fator tem pouca influência no
valor de módulo resiliente da laterita, pois a variação do módulo resiliente observada
está dentro da faixa de reprodutibilidade do ensaio.
1000
y = 769.46x 0.1456
R2 = 0.4009
MR (Kgf/cm2)
y = 831.73x 0.2118
R2 = 0.6148
100
0.01 0.1 1
Kgf/cm 2
39
Foto 3.4. Aspecto Granular da Laterita Brasília.
40
CAPÍTULO 4: RESPOSTA DOS SOLOS ESTUDADOS SUBMETIDOS A
CARREGAMENTO CÍCLICO
4. Introdução
41
Tabela 4.1: Estado de Tensão dos Ensaios Realizados com a Argila Amarela.
Ensaio d 3 1/3 h (%) Freqüência N
(kgf/cm2) (kgf/cm2) (Hz)
1 0,7 0,7 2 21,3 1 51.500
2 0,7 0,7 2 20,6 2 500.000
3 0,35 0,7 1,5 19,4 2 506.000
4 1,05 0,7 2,5 21,3 2 190.000
5 0,25 0,5 1,5 20,0 2 470.500
6 1,2 1,2 2 19,9 2 319.000
7 0,75 0,5 2,5 20,6 2 340.000
8 0,5 0,5 2 20,6 2 310.000
10 1,8 1,2 2,5 19,2 2 186.000
11 0,5 0,5 2 18,4 2 303.000
12 1,05 0,7 2,5 20,7 2 338.000
13 1,2 1,2 2 21,7 2 340.000
14 0,6 1,2 1,5 20,4 2 330.000
A variação do estado de tensões tem como objetivo principal cobrir o maior número
possível de tensões as quais o solo de fundação poderá ser submetido em pavimentos
convencionais brasileiros, não sendo considerada a possibilidade de ruptura do corpo-
de-prova. Logicamente, o autor tem consciência da pequena quantidade de ensaios
realizados se comparado com o universo de possíveis estados de tensões efetivamente
existentes no campo.
42
propriamente dita, ou seja, submetidos a maiores níveis de tensões. Respeitada as
condições de fadiga do revestimento a problemática do afundamento de trilha de roda
tornar-se-ia o principal problema estrutural do pavimento. Esta tem sido a prática
apresentada por NOGAMI e VILLIBOR (1995) e VILLIBOR et al (2000).
BROWN (1974), citado por CARDOSO (1987), relatou que para freqüências de
aplicação da tensão desvio variando entre 0,01 Hz e 10 Hz não há efeito na deformação
permanente acumulada. Entretanto, sabe-se que a freqüência de carregamento está
diretamente associada à velocidade do tráfego, e mesmo a freqüência de 1 Hz já simula
uma condição mais rigorosa do que aquela de fato encontrada no campo, sendo que o
aumento da freqüência de carregamento, no caso deste trabalho, é apenas uma questão
de conveniência experimental, pois o ensaio com 1 Hz de freqüência torna-se muito
longo para 500.000 ciclos.
43
Há, ainda, a possibilidade de desenvolvimento de resistência tixotrópica quando o
corpo-de-prova permanece um certo período, associado a baixas freqüências, sem
solicitação externa. O fenômeno da tixotropia em solos tropicais residuais foi verificado
por SVENSON (1980).
0.300000
DEFORMAÇÃO ACUMULADA VERTICAL
0.250000
2 Hz
0.200000
(mm)
0.150000
1 Hz
0.100000
0.050000
0.000000
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
44
4.1.3 Pesquisa do Shakedown
p
ordenada a razão (x 10-3 mm) plotada na escala log.
N
1.0000 Ensaio 7
Ensaio 10
0.1000 Ensaio 6
Ensaio 8
Ensaio 11
0.0100
Ensaio 12
Ensaio 13
0.0010 Ensaio 14
0.0001
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep). (x1/1000 mm). (Modelo
de Dawson e Wellner)
Gráfico 4.2. Enquadramento no Modelo de Dawson e Wellner de Alguns Ensaios Realizados com a
Argila Amarela.
45
O ensaio 3, gráfico 4.3, foi conduzido a uma tensão desvio, d , de 0,35
kgf/cm2 que é baixa para o equipamento triaxial de cargas repetidas, mas não
muito distinta daquela usualmente calculada em subleitos de rodovias brasileiras.
Entre os ciclos de número 331.600 e 506.000, portanto ao longo de mais de
170.000 ciclos, obteve-se o mesmo registro de deformação permanente, ou seja,
houve acomodamento desta deformação.
0.1000
Ep/N(x1/1000 mm)
0.0100
331.000
0.0010
506.000
0.0001
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep)(x1/1000 mm).
46
limite inferior do shakedown para a argila amarela estudada. Observou-se um
comportamento típico “B”.
1.0000
Ep/N(x1/1000 mm)
0.1000
0.0100
0.0010
0.0001
47
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
10.0000
1.0000
Ep/N(x1/1000 mm)
0.1000
0.0100
0.0010
48
0 50 100 150 200 250 300
10.0000
1.0000
Ep/N(x1/1000 mm)
0.1000
0.0100
0.0010
0.0001
0 10 20 30 40 50 60 70
10.0000
1.0000
Ep/N(x1/1000 mm)
0.1000
0.0100
0.0010
0.0001
49
No ensaio 10 esta condição foi verificada em um número menor de ciclos
de cargas, 3.000 apenas, com deformação permanente total lida de 0,281 mm.
100.0000
Ep/N(x1/1000 mm)
10.0000
1.0000
0.1000
0.0100
0.0010
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
100.0000
10.0000
Ep/N(x1/1000 mm)
1.0000
0.1000
0.0100
0.0010
0.0001
50
0 50 100 150 200 250 300 350 400
100.0000
10.0000
Ep/N(x1/1000 mm)
1.0000
0.1000
0.0100
0.0010
0.0001
10.00
Ep/N(x1/1000 mm)
1.00
0.10
0.01
0.00
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep)(x1/1000 mm).
51
0 50 100 150 200 250 300
100.00
10.00
Ep/N(x1/1000 mm)
1.00
0.10
0.01
0.00
0.00
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep)(x1/1000 mm).
10.0000
Ep/N(x1/1000 mm)
1.0000
0.1000
0.0100
0.0010
0.0001
0 20 40 60 80 100 120
10.0000
1.0000
Ep/N(x1/1000 mm)
0.1000
0.0100
0.0010
0.0001
52
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
10.0000
1.0000
Ep/N(x1/1000 mm)
0.1000
0.0100
0.0010
0.0001
53
Seja o número “N”, correspondente ao tráfego de projeto, igual a 106. O número de
conjuntos de 104 repetições, n104 necessários para atingir-se o período de projeto será:
10 6 10 5
n104 90
10 4
total
p p ,10 .n10 p,10 90.0,02
5 4 5
total
p p ,10 1,8 mm
5
Onde p ,105 corresponde a deformação permanente até 105 ciclos de aplicação de carga.
O valor máximo de p ,105 obtidos nos ensaios realizados no presente trabalho foi de
8,56 10 mm (admissível)
Logicamente, trata-se de um critério conservativo, mas atende às necessidades da
prática de engenharia.
54
4.1.5 Deformação Elástica
Neste estudo também foi feita a monitoração da deformação elástica ao
longo do ensaio de deformação permanente. A tendência observada de
decréscimo da deformação elástica com o número de ciclos contraria a hipótese
habitual admitida nos ensaios de módulo resiliente, de deformação elástica
constante para elevados valores de N, esta constatação foi verificada em todos os
ensaios realizados.
25000
15000
(12) y = 1620.5x0.0676
R2 = 0.9314
10000
5000
0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
55
Nos ensaios 1, 4 e 10 não foi possível observar esta tendência devido ao número de
ciclos aplicados ter sido inferior a 200.000.
No ensaio 7, gráfico 4.21, a deformação elástica não tornou-se constante até o número
de ciclos aplicados, 340.000, diferindo dos demais ensaios realizados.
50
Deslocamento Elástico (x1000 mm)
40
30
20
10
0
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000
Número de Ciclos
56
20
Deslocamento Elástico (x1000 mm)
10
0
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000
Número de Ciclos
130
Deslocamento Elástico (x1000 mm)
120
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000 160000 180000 200000
Número de Ciclos
120
Deslocamento Elástico (x1000 mm)
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
Número de Ciclos
57
Gráfico 4.20. Variação da Deformação Elástica com N. Argila Amarela Ensaio 6.
40
Deslocamento Elástico (x1000 mm)
30
20
10
0
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000 400000
Número de Ciclos
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000 160000 180000 200000
Número de Ciclos
Gráfico 4.22. Variação da Deformação Elástica com N. Argila Amarela Ensaio 10.
58
40
Deslocamento Elástico (x1000 mm)
30
20
10
0
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
Número de Ciclos
110
Deslocamento Elástico (x1000 mm)
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000 400000
Número de Ciclos
Gráfico 4.24. Variação da Deformação Elástica com N. Argila Amarela Ensaio 12.
59
Os pontos iniciais dos gráficos de módulo resiliente variando com o número de
aplicações de cargas foram excluídos do modelo exponencial, com o objetivo de se
obter melhor enquadramento.
25000
0.2332
y = 992.2x
20000 2
R = 0.9627
MR (Kgf/cm2)
15000
10000
5000
0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
Gráfico 4.25. Variação do Módulo Resiliente com o Número N. Argila Amarela Ensaio 2.
20000
18000 0.1825
y = 1698.3x
16000 2
R = 0.926
14000
MR (kgf/cm2)
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
Gráfico 4.26. Variação do Módulo Resiliente com o Número N. Argila Amarela Ensaio 3.
60
8000
7000
2
5000 R = 0.9615
4000
3000
2000
1000
0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
Gráfico 4.27. Variação do Módulo Resiliente com o Número N. Argila Amarela Ensaio 4.
12000
10000
8000
MR (kgf/cm2)
6000
4000
0.1143
y = 2582.2x
2
2000 R = 0.874
0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
Gráfico 4.28. Variação do Módulo Resiliente com o Número N. Argila Amarela Ensaio 6.
16000
10000
8000
6000
4000
2000
0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
Gráfico 4.29. Variação do Módulo Resiliente com o Número N. Argila Amarela Ensaio 7.
61
16000
y = 3178x 0.1255
14000 2
R = 0.9441
12000
MR (Kgf/cm2)
10000
8000
6000
4000
2000
0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
Gráfico 4.30. Variação do Módulo Resiliente com o Número N. Argila Amarela Ensaio 10.
7000
6000
5000
MR (Kgf/cm2)
4000
3000
2000
1000
0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
Gráfico 4.31. Variação do Módulo Resiliente com o Número N. Argila Amarela Ensaio 11.
62
4500
4000
3500
MR (Kgf/cm2)
3000
2500
0.0698
2000 y = 1578.6x
2
1500 R = 0.971
1000
500
0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
Gráfico 4.32. Variação do Módulo Resiliente com o Número N. Argila Amarela Ensaio 12.
63
Tabela 4.2. Parâmetros do Módulo Resiliente para os Vários Ensaios Realizados com a
Argila Amarela.
Ensaio d 3 h (%) N R2
2 2
(kgf/cm ) (kgf/cm )
1 0,7 0,7 21,3 51.500 992,2 0,23 0,96
2 0,7 0,7 20,6 500.000 1698,3 0,18 0,93
3 0,35 0,7 19,4 506.000 934,3 0,17 0,96
4 1,05 0,7 21,3 190.000 934,3 0,17 0,96
6 1,2 1,2 19,9 319.000 2582,2 0,11 0,87
7 0,75 0,5 20,6 340.000 2783,8 0,10 0,87
10 1,8 1,2 19,2 186.000 3178 0,13 0,94
12 1,05 0,7 20,7 338.000 1578,6 0,07 0,97
MR K1 . d
K2
64
assim, um pior enquadramento. Ocorre, também, redução no módulo resiliente
médio de 25,3 %.
65
1000
y = 173.6x-0.4113
R2 = 0.8406
MR (MPa)
y = 234.08x-0.1805
R2 = 0.4197
100
0.010 0.100 1.000
10000
y = 42.395x-1.5254
R2 = 0.8285
MR (MPa)
1000
y = 57.48x-1.1107
R2 = 0.8626
100
0.0100 0.1000 1.0000
y = 354.24x0.038
R2 = 0.1977
MR (MPa)
y = 300.02x0.005
R2 = 0.0012
100
0.010 0.100 1.000
Freq 1 Hz Freq 2 Hz
66
1000
y = 260.09x-0.0794
R2 = 0.0748
MR (MPa)
y = 190.98x-0.1362
R2 = 0.1847
100
0.010 0.100 1.000
Freq 1 Hz Freq 2 Hz
1000
y = 117.8x-0.677
R2 = 0.866
MR (MPa)
y = 81.368x-0.8084
R2 = 0.9267
100
0.0100 0.1000 1.0000
Freq 1 Hz Freq 2 Hz
Ensaio 1 Hz 2 Hz %
Redução
K1 K2 R2 MR K1 K2 R2 MR
(MPa) (MPa)
7 81,4 -0,80 0,93 472,5 234,8 -0,18 0,42 353,2 25,3
8 57,5 -1,11 0,86 576,3 42,4 -1,52 0,82 530,9 7,9
11 354,2 0,04 0,20 326,9 300 0,005 0,001 298,3 8,7
12 260 -0,08 0,08 315,5 191 -0,14 0,19 263,5 16,5
14 81,4 -0,80 0,93 500,8 117,8 -0,68 0,87 478,3 4,5
67
Analisando-se todos os ensaios em conjunto é possível constatar as seguintes
observações:
68
4.2 Laterita Brasília
Desde o início dos trabalhos com a laterita foi verificada uma dificuldade
de preparo das amostras no que diz respeito à umidade. A umidade calculada de
uma cápsula com 1000 gramas de uma amostra previamente trabalhada e
umedecida pode diferir em até 2% da umidade do corpo-de-prova compactado e
imediatamente levado à estufa. Isto acontece em parte porque há diferença nas
quantidades de agregados graúdos em cada amostra selecionada para ensaio de
umidade. Além disso, há aspectos relacionados à porosidade da laterita que pode
absorver água equivalente a cerca de 7,5% ( laterita do Acre) de sua massa seca.
Assim, o autor adotou a umidade do ensaio como aquela calculada com o corpo-
de-prova após a realização do ensaio de cargas repetidas.
Tabela 4.4. Estado de Tensão dos Ensaios Realizados com a Laterita Brasília.
Ensaio d 3 1/3 h (%) Freqüência N
(Kgf/cm2) (Kgf/cm2) (Hz)
1 1,125 0,75 2,5 15,2 2 1.000.000
2 1,05 1,05 2,0 14,0 2 201.700
3 0,75 0,75 2,0 17,6 2 392.100
4 0,7 0,7 2,0 16,9 2 530.000
5 0,75 1,5 1,5 16,3 2 508.500
6 1,5 1,0 2,5 15,8 2 319.500
7 1,5 1,5 2,0 13,8 2 200.200
69
8 1,0 2,0 1,5 13,6 2 647.200
9 2,0 1,5 2,33 16,0 2 472.000
10 2,0 1,0 3,0 16.4 2 532.200
4.2.2 Pesquisa do Shakedown
1.00000
0.10000
(Ep/N)(x1/1000 mm)
0.01000
0.00100
0.00010
0.00001
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep)(x1/1000 mm). (Modelo de Dawson e
Wellner)
Observa-se no gráfico 4.38 uma resposta bastante distinta daquela apresentada pela
argila amarela. Naquele caso quase todos os ensaios apresentaram comportamento
típico “B”, pelo critério de WERKMEISTER et al (2001). Mas no caso da laterita
Brasília quase todos os corpos-de-prova apresentaram forte tendência ao
acomodamento plástico, comportamento do tipo “A”, muito embora seja necessária
uma análise mais detalhada de cada ensaio para comprovação da ocorrência do
shakedown.
70
Esta tendência de comportamento do tipo “A” só é observada, porém, a partir de um
certo número de aplicações de cargas, pois na fase inicial de aplicação de cargas
repetidas há um nítido escoamento plástico, ou seja, comportamento do tipo “B”.
Assim, o mais correto seria dizer que a laterita Brasília apresentou um comportamento
misto de “A” e “B”.
Nos gráficos de 4.39 a 4.48 está ilustrado o modelo de Dawson e Wellner para cada um
dos ensaios separadamente, para a análise mais detalhada. Em alguns casos para uma
melhor análise dos resultados foi necessária a verificação da ficha de ensaio de
deformação permanente, para ilustrar valores lidos com o máximo de precisão que o
equipamento permite. Há, ainda, a possibilidade de associação das curvas do modelo de
Dawson e Wellner com as curvas de deformação permanente específica que serão
apresentadas no estudo da deformação permanente.
0.1000
0.0100
0.0010
0.0001
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep)(x1/1000 mm). (Modelo de
Dawson e Wellner)
71
pelo escoamento plástico inicial, prevalecendo, na seqüência, a composição granular do
solo.
Este ensaio foi o de maior número de aplicação de cargas, tendo sido observado que as
condições de andamento do ensaio não se mantiveram constantes ao longo do mesmo.
O ensaio durou quase seis dias, período no qual o equipamento trabalho sem paradas.
Foi observada uma ligeira queda da pressão confinante, cerca de 5%.
0.1000
(Ep/N)(x1/000 mm)
0.0100
0.0010
0.0001
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep)(x1/1000 mm). (Modelo de
Daw son e Wellner)
O ensaio 2, gráfico 4.40, apresentou comportamento distinto dos demais, pois ocorreu
escoamento plástico durante todo o ensaio, caracterizando comportamento do tipo “B”.
O ensaio 2 difere do ensaio 1 não somente pelo estado de tensão, mas também pelo
número de aplicações de carga. Neste aspecto é interessante observar a diferença de
comportamento entre os dois ensaios para um mesmo número de aplicações de cargas.
72
10 60 110 160 210 260 310
10.0000
1.0000
(Ep/N)(x1/000 mm)
0.1000
0.0100
0.0010
0.0001
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep)(x1/1000 mm). (Modelo de Dawson
e Wellner)
Ensaio 2 Ensaio 1
0.1000
0.0100
0.0010
0.0001
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep)(x1/1000 mm). (Modelo de
Daw son e Wellner)
73
O ensaio 4, gráfico 4.43, constitui um exemplo típico de shakedown, pois
entre os ciclos de 365.200 e 530.00 foi constatada a mesma deformação
permanente total de 0,100 mm. Trata-se de mais um corpo-de-prova com
comportamento tipo “AB”.
50 60 70 80 90 100 110
1.0000
(Ep/N)(x1/1000 mm)
0.1000
0.0100
0.0010
0.0001
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep)(x1/1000 mm). (Modelo de
Daw son e Wellner)
O ensaio 6, gráfico 4.44, quando analisado isoladamente mostra que apesar da forte
tendência ao acomodamento plástico o corpo-de-prova apresentou escoamento. A
diminuta diferença entre as duas últimas leituras, para N igual a 189.000 e 319.500
tem-se deformação total de 0,171 mm e 0,167 mm respectivamente comprova esta
afirmação. Aqui vale relembrar o critério prático de acomodamento citado no item 4.1
que se aplica perfeitamente ao ensaio 6, mas o aspecto conceitual do shakedown é
predominante, portanto, definitivamente, neste caso não ocorreu shakedown.
74
90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
1.0000
0.1000
(Ep/N)(x/1000 mm)
0.0100
0.0010
0.0001
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep)(x1/1000 mm). (Modelo de Dawson
e Wellner)
150 160 170 180 190 200 210 220 230 240
1.0000
(Ep/N)(x1/1000 mm)
0.1000
0.0100
0.0010
0.0001
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep)(x1/1000 mm). (Modelo de
Daw son e Wellner)
75
10 15 20 25 30 35 40
1.00000
0.10000
(Ep/N)(x1/1000 mm)
0.01000
0.00100
0.00010
0.00001
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep)(x1/1000 mm). (Modelo de
Daw son e Wellner)
Esta diminuta diferença entre as leituras finais gera no modelo de Dawson e Wellner
uma “queda” em diagonal, ao invés de um caimento puramente vertical que
representaria o comportamento tipo “A”.
Além disso, vale lembrar que a tensão desvio aplicada neste ensaio foi de 2,0 kgf/cm2 e
confinante de 1,5 kgf/cm2, gerando uma tensão principal maior de 3,5 kgf/cm2, sendo
um estado de tensão elevado mesmo para uma base de pavimento flexível, fato que
comprova a excelente resistência à deformação permanente da laterita Brasília.
76
50 70 90 110 130 150 170 190
10.00000
1.00000
(Ep/N)(x1/1000 mm)
0.10000
0.01000
0.00100
0.00010
0.00001
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep)(x1/1000 mm). (Modelo de
Daw son e Wellner)
1.00000
(Ep/N)(x1/1000 mm)
0.10000
0.01000
0.00100
0.00010
0.00001
Deformação Permanente Vertical Acumulada (Ep)(x1/1000 mm). (Modelo de
Dawson e Wellner)
77
Após a análise mais detalhada do modelo de Dawson e Wellner para cada ensaio foi
possível resumir a ocorrência do shakedown para a laterita Brasília de acordo com a
tabela 4.5.
4
Tensão Principal Maior (kgf/cm2)
3.5 3.5
3 3 3
2.5 2.5
2 2.1
1.875
1.5 1.4 1.4
1
0.5
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5
Tensão Principal Menor (kgf/cm2)
Gráfico 4.49. Pesquisa do Shakedown no Espaço das Tensões Principais, 1 e 3, para a Laterita
Brasília.
78
4.2.3 A Deformação Elástica
O estudo da deformação elástica da Laterita Brasília foi desenvolvido de
maneira análoga ao estudo da variação da deformação elástica da Argila Amarela
com o número de aplicações de carga.
Foi verificado que a deformação elástica tendeu a diminuir com o aumento do número
de ciclos de carga. Esta deformação analisada isoladamente parece não ter grande
influência na análise do comportamento do solo, mas quando se calcula o módulo
resiliente a partir de sua definição e com a deformação elástica efetivamente medida no
ensaio, conforme ilustrado no gráfico 4.50 para alguns dos ensaios realizados, verifica-
se um significativo ganho de rigidez ao longo do desenvolvimento do ensaio.
100000
90000
80000
70000
MR (Kgf/cm2)
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
79
identificados, o primeiro entre os ciclos de 125.000 e 352.000, e o segundo entre
500.000 ciclos e o final do ensaio.
80
Deslocamento Elástico (x1000
70
60
50
mm)
40
30
20
10
0
0 200000 400000 600000 800000 1000000 1200000
Número de Ciclos
Gráfico 4.51. Variação da Deformação Elástica com N para a Laterita Brasília no Ensaio
1.
Observou-se uma variação de módulo resiliente entre 3111 kgf/cm2 e 28.001 kgf/cm2,
este último é bastante elevado, mas de certa forma há uma tendência de majoração do
módulo quando calculado com tensões desvio baixas. Uma discussão mais profunda
sobre o módulo resiliente deste material será feita posteriormente.
30000
25000
y = 1126.5x 0.2182
R 2 = 0.8207
MR (Kgf/cm2)
20000
15000
10000
5000
0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
Gráfico 4.52. Variação do Módulo Resiliente com N para a Laterita Brasília no Ensaio 1.
80
No ensaio 2, gráfico 4.53, a deformação elástica decresceu rapidamente
até o ciclo 20.400, mantendo-se neste patamar até o ciclo 49.300. A partir daí
poucas leituras foram feitas, que equivale a dizer que o ensaio entrou na fase
noturna. Um segundo patamar de deformação ocorreu entre os ciclos de 165.000
e 201.700.
30
Deslocamento Elástico (x1000
20
mm)
10
0
0 50000 100000 150000 200000 250000
Número de Ciclos
Gráfico 4.53. Variação da Deformação Elástica com N para a Laterita Brasília no Ensaio 2.
O módulo resiliente no ensaio 2, gráfico 4.54, permaneceu constante e com valor não
muito elevado, 1600 kgf/cm2, nos ciclos iniciais. Porém, a partir do ciclo 8.650 o
crescimento do módulo com o número de repetições de carga é acelerado, conforme
equação ilustrada no gráfico.
100000
90000
80000
0.4375
70000 y = 333.76x
MR (Kgf/cm2)
60000 R 2 = 0.8942
50000
40000
30000
20000
10000
0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
Gráfico 4.54. Variação do Módulo Resiliente com N para a Laterita Brasília no Ensaio2.
81
No ensaio 3, gráfico 4.55, foi feita identificada uma leitura,
correspondente ao ciclo 141.000, inferior tanto aos ciclos anteriores quanto aos
posteriores de carga, ou seja, a deformação diminuiu e no ciclos seguinte de
leitura aumentou, voltando ao patamar anterior. O autor preferiu considerar esta
discrepância como um erro de leitura.
40
Deslocamento Elástico (x1000
30
mm)
20
10
0
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000 400000
Número de Ciclos
Gráfico 4.55. Variação da Deformação Elástica com N para a Laterita Brasília no Ensaio 3.
16000
14000
12000
MR (Kgf/cm2)
10000
8000
6000
y = 4568.4x 0.087
4000 2
R = 0.8985
2000
0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
Gráfico 4.56. Variação do Módulo Resiliente com N para a Laterita Brasília no Ensaio 3.
82
No ensaio 4, gráfico 4.57, foi observado a existência de apenas um patamar de
deformação elástica após a fase de caimento rápido, até o ciclo 8.400, com leitura de
20.9 (x 10-3 mm). No último ciclo do ensaio registrou-se 16.07 (x 10-3 mm).
40
Deslocamento Elástico (x1000
30
mm)
20
10
0
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000
Número de Ciclos
Gráfico 4.57. Variação da Deformação Elástica com N para a Laterita Brasília no Ensaio 4.
10000
9000
8000
7000
MR (Kgf/cm2)
6000
5000
y = 3799.8x 0.0595
4000
R 2 = 0.7591
3000
2000
1000
0
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Número de Ciclos
Gráfico 4.58. Variação do Módulo Resiliente com N para a Laterita Brasília no Ensaio 4.
83
60
Deslocamento Elástico (x1000 50
40
mm)
30
20
10
0
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
Número de Ciclos
Gráfico 4.59. Variação da Deformação Elástica com N para a Laterita Brasília no Ensaio 6.
30
Deslocamento Elástico (x1000
20
mm)
10
0
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000 700000
Número de Ciclos
Gráfico 4.60. Variação da Deformação Elástica com N para a Laterita Brasília no Ensaio 8.
70
Deslocamento Elástico (x1000
60
50
40
mm)
30
20
10
0
0 50000 100000 150000 200000 250000
Número de Ciclos
Gráfico 4.61. Variação da Deformação Elástica com N para a Laterita Brasília no Ensaio 7.
84
80
Deslocamento Elástico (x1000 70
60
50
mm)
40
30
20
10
0
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000 400000 450000 500000
Número de Ciclos
Gráfico 4.62. Variação da Deformação Elástica com N para a Laterita Brasília no Ensaio 9.
85
250
200
Deslocamento (x1000 mm)
150
100
50
0
0 50000 100000 150000 200000 250000
Número de Ciclos
Para uma comparação do módulo resiliente foi tomada como referência os valores de
módulo resiliente da laterita Brasília apresentados no capítulo 3, para uma situação de
amostra homogeneizada por mais de 12 horas, e compactada na umidade ótima.
86
Tabela 4.6. Valores Médios de Módulo Resiliente para a Laterita Brasília.
CP MR (1 MR (2 Umi %
Hz) MPa Hz) MPa dade (%) Aumento
1 981,4 - 15. 110
17 ,6
2 1182, 886, 14. 153
1 6 01 ,7
3 854,8 927 17. 83,
62 5
4 708,8 604, 16. 52,
1 93 1
5 571,4 528, 16. 22,
3 27 6
6 1192, 1466 15. 155
2 ,7 79 ,9
7 457,9 496, 13. -
5 74 1,71
8 1031, 831, 16, 121
3 1 4 ,4
9 665,8 606, 16, 42,
8 4 9
Co 465,9 - 17,
nvencional 5
87
comportamento resiliente, ou seja, o módulo resiliente pode variar com a tensão desvio,
tensão confinante, de maneira crescente ou decrescente.
10000
y = 1290x0.0522
R2 = 0.0088
y = 479.44x-0.1877
MR (MPa)
R2 = 0.1012
1000
y = 831.73x0.2118
R2 = 0.6148
100
0.01 0.1 1
88
10000
y = 642.08x-0.2544
R2 = 0.2808
y = 425.84x-0.3067
R2 = 0.347
MR (MPa)
1000
y = 548.1x0.0811
R2 = 0.1209
100
0.010 0.100 1.000
10000
y = 875.03x-0.0164
R2 = 0.0044
y = 479.44x-0.1877
MR (MPa)
R2 = 0.1012
1000
y = 831.73x0.2118
R2 = 0.6148
100
0.01 0.1 1
89
10000
y = 683.49x-0.0985
R2 = 0.2373
y = 722.45x-0.1096
R2 = 0.2611
MR (MPa)
1000
y = 548.1x0.0811
R2 = 0.1209
100
0.010 0.100 1.000
10000
y = 973.72x0.2311
R2 = 0.2554
y = 702.87x0.0538
MR (MPa)
R2 = 0.1103
1000
y = 831.73x0.2118
R2 = 0.6148
100
0.01 0.1 1
90
10000
y = 655.46x0.1009
R2 = 0.0855
y = 618.57x0.0132
R2 = 0.0086
MR (MPa)
1000
y = 548.1x0.0811
R2 = 0.1209
100
0.010 0.100 1.000
10000
y = 416.39x-0.1069
R2 = 0.1266
y = 826.16x0.1603
MR (MPa)
R2 = 0.2609
1000
y = 831.73x0.2118
R2 = 0.6148
100
0.01 0.1 1
91
10000
y = 370.23x-0.1923
R2 = 0.5485
y = 605.5x0.0719
MR (MPa)
R2 = 0.0674
1000
y = 548.1x0.0811
R2 = 0.1209
100
0.010 0.100 1.000
10000
y = 254.55x-0.5485
R2 = 0.3753
MR (MPa)
1000 y = 436.85x-0.2672
R2 = 0.0677
y = 831.73x0.2118
R2 = 0.6148
100
0.01 0.1 1
92
10000
y = 322.92x-0.6266
R2 = 0.6292
y = 236.8x-0.6771
R2 = 0.7624
MR (MPa)
1000
y = 548.1x0.0811
R2 = 0.1209
100
0.010 0.100 1.000
O ensaio realizado com o cp 7 indicou pouca variação do módulo resiliente, para ambas
as freqüências de carga, em relação ao ensaio convencional.
10000
y = 784.34x0.1452
R2 = 0.1188
y = 698.22x0.1717
MR (MPa)
R2 = 0.3132
1000
y = 831.73x0.2118
R2 = 0.6148
100
0.01 0.1 1
93
10000
y = 607.17x0.0768
R2 = 0.0427
y = 383.76x-0.0768
MR (MPa)
R2 = 0.094
1000
y = 548.1x0.0811
R2 = 0.1209
100
0.010 0.100 1.000
10000
y = 292.22x-0.3888
R2 = 0.1103
y = 387.37x-0.2409
MR (MPa)
R2 = 0.1901
1000
y = 831.73x0.2118
R2 = 0.6148
100
0.01 0.1 1
94
10000
y = 137.32x-0.884
R2 = 0.8564
y = 372.53x-0.3414
MR (MPa)
R2 = 0.4906
1000
y = 548.1x0.0811
R2 = 0.1209
100
0.010 0.100 1.000
10000
y = 2237.2x0.4667
R2 = 0.8271
y = 1599x0.3418
MR (MPa)
R2 = 0.8812
1000
y = 831.73x0.2118
R2 = 0.6148
100
0.01 0.1 1
95
10000
y = 1194.6x0.2939
R2 = 0.5758
y = 1048.5x0.2643
MR (MPa)
R2 = 0.6766
1000
y = 548.1x0.0811
R2 = 0.1209
100
0.010 0.100 1.000
96
CAPÍTULO 5: AVALIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO PERMANENTE
5. Considerações Iniciais
Este capítulo destina-se a analisar especificamente a deformação permanente
desenvolvida nos corpos-de-prova dos solos estudados, independente da ocorrência do
shakedown e da variação da deformação elástica. Para isto, foram selecionados na
literatura modelos tradicionais de deformação permanente, quais sejam: MONISMITH
et al (1975), UZAN (1981) e TSENG e LYTTON (1989), todos já citados
anteriormente.
Alguns dos ensaios foram conduzidos de forma a poder verificar a influência de alguns
dos principais fatores que influenciam a deformação permanente em solos, tais como
umidade de compactação, tensão desvio (d), tensão confinante (3) e razão de tensões
(1/3).
97
A seguir reproduz-se a tabela 4.1 para que o leitor possa ter maior facilidade no
acompanhamento das interpretações.
Tabela 4.1: Estado de Tensão dos Ensaios Realizados com a Argila Amarela.
Ensaio d (Kgf/cm2) 3 (Kgf/cm2) 1/3 h (%) Frequência N
(Hz)
1 0,7 0,7 2 21,3 1 51.500
2 0,7 0,7 2 20,6 2 500.000
3 0,35 0,7 1,5 19,4 2 506.000
4 1,05 0,7 2,5 21,3 2 190.000
5 0,25 0,5 1,5 20,0 2 470.500
6 1,2 1,2 2 19,9 2 319.000
7 0,75 0,5 2,5 20,6 2 340.000
8 0,5 0,5 2 20,6 2 310.000
10 1,8 1,2 2,5 19,2 2 186.000
11 0,5 0,5 2 18,4 2 303.000
12 1,05 0,7 2,5 20,7 2 338.000
13 1,2 1,2 2 21,7 2 340.000
14 0,6 1,2 1,5 20,4 2 330.000
98
Uma importante questão surgida ao longo dos estudos é a definição da melhor maneira
para visualizar a deformação permanente obtida, isto porque o número de ciclos
aplicado é bastante elevado e, ao mesmo tempo gera deformações muito pequenas.
Após sucessivas tentativas verificou-se que o gráfico de deformação permanente
específica x número de ciclos, este último na escala logarítma, possibilita uma
excelente visualização dos resultados.
Observa-se, ainda, que os valores de deformação permanente específica total são muito
baixos, mesmo com valores de umidade ligeiramente acima da umidade ótima, ou
submetidos a tensões consideradas elevadas para subleito de rodovias. No ensaio 10,
com d = 1,8 Kgf/cm2, a tensão principal maior, 1, atingiu 3,0 Kgf/cm2, valor bastante
elevado para subleito, mas a deformação permanente específica gerada foi de 0,15 %.
Portanto, para uma camada de 20 cm deste material, nestas condições, ter-se-ia uma
deformação permanente de 0,3 mm, que é um valor muito baixo.
99
0.20
Deformação Específica Permanente (%) 0.18
0.16
0.14
0.12
0.10
0.08
0.06
0.04
0.02
0.00
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000 400000 450000 500000
Número de Ciclos
No ensaio 3 foi verificado que entre os ciclos de número 331.600 e 506.000, portanto
ao longo de mais de 170.000 ciclos, o registro de deformação permanente permaneceu
inalterado, ou seja, houve acomodamento da deformação permanente. O ensaio 3
corresponde ao de tensão desvio aplicada de 0,35 kgf/cm2.
100
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ESPECÍFICA(%) COM "N" PERMANENTE ESPECÍFICA (%) COM "N"
0.16 0.50
0.14 0.45
0.40
0.12
0.35
0.10
0.30
0.08 0.25
0.06 0.20
0.15
0.04
0.10
0.02
0.05
0.00 0.00
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 0 50000 100000 150000 200000
0.20 0.100
0.18 0.090
0.16 0.080
0.14 0.070
0.12 0.060
0.10 0.050
0.08 0.040
0.06 0.030
0.04 0.020
0.02 0.010
0.00 0.000
0 200000 400000 600000 800000 1000000 0 100000 200000 300000 400000 500000
0.100 0.150
0.090
0.130
0.080
0.070 0.110
0.060
0.090
0.050
0.040 0.070
0.030
0.050
0.020
0.010 0.030
0.000
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000 0.010
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
101
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ESPECÍFICA (%) COM "N" PERMANENTE ESPECÍFICA (%) COM "N"
0.06
0.14
0.12
0.10 0.04
0.08
0.06
0.02
0.04
0.02
0.00 0.00
0 100000 200000 300000 400000 0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
0.05 0.14
0.05
0.12
0.04
0.04 0.1
0.03
0.08
0.03
0.06
0.02
0.02 0.04
0.01
0.02
0.01
0.00 0
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000 0 100000 200000 300000 400000
0.18
0.14
0.16
0.12 0.14
0.10 0.12
0.10
0.08
0.08
0.06
0.06
0.04 0.04
0.02
0.02
0.00
0.00 0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000 400000
0 50000 100000 150000 200000
102
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ESPECÍFICA (%) COM "N"
0.10
0.08
0.06
0.04
0.02
0.00
0 100000 200000 300000 400000
0.16
Deformação Permanente Específica (%)
0.14
0.12
0.10
Ensaio 2
0.08
Ensaio 3
0.06
0.04
0.02
0.00
0 100000 200000 300000 400000 500000
Número de Ciclos
103
Gráfico 5.15. Influência da Tensão Desvio na Deformação Permanente Específica. 3 =
2
0,70 kgf/cm .
Com os ensaios 2 e 7, conduzidos a mesma tensão desvio de 1,0 kgf/cm2, foi possível
observar o efeito isolado da tensão confinante na deformação permanente específica. É
bem verdade que a diferença entre as tensões confinantes foi muito pequena, de 0,7
kgf/cm2 no ensaio 2, para 0,5 kgf/cm2 no ensaio 7. Foi observada uma redução
percentual de aproximadamente 17% , quando a tensão confinante diminui de 0,7 para
0,5 kgf/cm2, tal como ilustrado no gráfico 5.16.
0.16
Deformação Permanente Específica (%)
0.14
0.12
0.10
Ensaio 2
0.08
Ensaio 7
0.06
0.04
0.02
0.00
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000
Número de Ciclos
Nos gráficos 5.17, 5.18 e 5.19 são apresentados resultados de ensaios nos quais foram
mantidas constantes as tensões aplicadas e variadas as umidades de compactação. No
primeiro gráfico foram plotadas as curvas correspondentes aos ensaios 6 e 13,
realizados com d = 3 = 1,2 kgf/cm2, com umidades de 19,9 % e 21,7 %
respectivamente. Observa-se que as curvas têm uma forma bastante semelhante,
diferindo entre si pela magnitude da deformação permanente, sendo que o corpo-de-
prova mais umedecido apresenta deformações cerca de 33% superiores ao corpo-de-
prova mais seco.
104
0.200
Deformação Permanente Específica (%) 0.180
0.160
0.140
0.120
0.100
0.080
0.060
0.040
0.020
0.000
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000 400000
Número de Ciclos
Gráfico 5.17
Também, cada uma das curvas parece ser formada por duas curvas distintas tendo como
ponto de separação um valor de N próximo a 120.000. O corpo-de-prova mais seco
apresenta maiores deformações do que aquele mais umedecido, diferentemente do caso
anterior.
105
0.06
Deformação Permanente Específica (%)
0.05
0.04
0.03
0.02
0.01
0.00
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
Núm ero de Ciclos
Gráfico 5.18.
0.45
0.40
0.35
0.30
0.25
0.20
0.15
0.10
0.05
0.00
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000 400000
Núm ero de Ciclos
106
5.1.2 Curvas d x p e 1 x p
107
1.2 0.5161
y = 3.0069x
R 2 = 0.8781 1.05
1.0
0.6
0.5
0.4
0.35
0.25
0.2
0.0
0.000 0.020 0.040 0.060 0.080 0.100 0.120 0.140
Deformação Permanente Total (mm) [1.000 Ciclos]
Gráfico 5.20. Deformação Permanente Total, p, (mm) para 1.000 Ciclos.
1.2
0.5898
y = 2.8044x
1.05
Tensão Desvio (Kgf/cm2)
2
1.0 R = 0.8147
0.8
0.75
0.6
0.5
0.4
0.35
0.25
0.2
0.0
0.000 0.050 0.100 0.150 0.200
Deformação Permanente Total (mm). [10.000 Ciclos]
Gráfico 5.21. Deformação Permanente Total, p, (mm) para 10.000 Ciclos.
108
1.2
y = 2.1397x 0.6124
1.05
0.8
0.75
0.6
0.5
0.4
0.35
0.25
0.2
0.0
0.000 0.050 0.100 0.150 0.200 0.250
Deformação Permanente Total (mm). [100.000 Ciclos]
Gráfico 5.22. Deformação Permanente Total, p, (mm) para 100.000 Ciclos.
1.2
0.5807
y = 1.707x
1.05
Tensão Desvio (Kgf/cm2)
1.0 2
R = 0.5275
0.8
0.75
0.6
0.5
0.4
0.35
0.25
0.2
0.0
0.000 0.050 0.100 0.150 0.200 0.250 0.300
Deformação Permanente Total (mm). [300.000 Ciclos]
Gráfico 5.23. Deformação Permanente Total, p, (mm) para 300.000 Ciclos.
1 2,8. p
0, 27
N = 1.000 R2 = 0,82 (5.5)
1 2,9. p
0,33
N = 10.000 R2 = 0,85 (5.6)
1 2,6. p
0,37
N = 100.000 R2 = 0,79 (5.7)
1 2,4. p
0,37
N = 300.000 R2 = 0,71 (5.8)
109
2
1.4
1.2 1.25
1 1.05
1
0.8 0.75
0.6
0.4
0.2
0
0.000 0.020 0.040 0.060 0.080 0.100 0.120 0.140
Deformação Permanente Total (mm) [1.000 Ciclos]
Gráfico 5.24. Deformação Permanente Total, p, (mm) para 1.000 Ciclos
2
Tensão Principal Maior (Kgf/cm2)
Gráfico 5.25. Deformação Permanente Total, p, (mm) para 10.000 Ciclos
110
2
Gráfico 5.26. Deformação Permanente Total, p, (mm) para 100.000 Ciclos
2
Tensão Principal Maior (Kgf/cm2)
1.8 1.75
0.3654
1.6 y = 2.3848x
1.4 R 2 = 0.7092
1.2 1.25
1 1 1.05
0.8 0.75
0.6
0.4
0.2
0
0.000 0.050 0.100 0.150 0.200 0.250 0.300
Deformação Permanente Total (mm). [300.000 Ciclos]
Gráfico 5.27. Deformação Permanente Total, p, (mm) para 300.000 Ciclos
111
A relação envolvendo a deformação permanente e a tensão desvio isolada pode gerar
uma certa incoerência no estudo desta deformação, pois, quando se analisa, por
exemplo, o gráfico 5.21 observa-se que o ensaio conduzido com tensão desvio de 0,5
kgf/cm2 gera deformação permanente total inferior ao ensaio conduzido com tensão
desvio de 0,35 kgf/cm2, portanto inferior. Este fato é explicado pela diferente razão
entre as tensões principais utilizadas em cada ensaio.Da mesma maneira, quando a
tensão desvio varia entre 0,35 e 0,5 kgf/cm2 a deformação varia cerca de três vezes o
seu valor.
Nas relações obtidas em função da tensão principal maior, 1, o efeito da influência da
razão entre as tensões principais é minimizado, porém ainda é observado, como, por
exemplo, na diferença mínima entre as tensões principais de 0,75 e 1,0 kgf/cm 2
constatada para todos os gráficos de 5.24 a 5.27.
Assim, analisados todos as aspectos citados pode-se indicar que a relação 1 x p é mais
MEDINA (1997) apresenta-o como o modelo mais comum, tendo sido amplamente
empregado em estudos com solos brasileiros, destacando-se pela simplicidade.
SVENSON (1980), CARDOSO (1987), MOTTA (1991), SANTOS (1997) são alguns
exemplos da aplicação do modelo de Monismith et al para solos brasileiros.
Os estudos citados consistiram na determinação dos parâmetros “A” e “B” para alguns
tipos de solos característicos de rodovias brasileiras, quase sempre com número de
aplicação de cargas menor ou igual a 100.000 ciclos.
112
Os parâmetros do modelo de Monismith foram calculados conforma os gráficos de 5.36
a 5.48.
Ensaio d 3 A B R2 (Monismith)
(kgf/cm2) (kgf/cm2)
1 0,7 0,7 0,036 0,16 0,98
2 0,7 0,7 0,07 0,10 0,99
3 0,35 0,7 0,001 0,40 0,97
4 1,05 0,7 0,223 0,09 0,89
5 0,25 0,5 0,002 0,27 0,87
6 1,2 1,2 0,087 0,09 0,96
7 0,75 0,5 0,023 0,18 0,96
8 0,5 0,5 0,004 0,21 0,98
10 1,8 1,2 0,092 0,09 0,99
11 0,5 0,5 0,037 0,24 0,95
12 1,05 0,7 0,05 0,13 0,99
13 1,2 1,2 0,136 0,08 0,95
14 0,6 1,2 0,008 0,22 0,98
113
de ciclos ordenados de maneira crescente e quatro a quatro, de forma a cobrir o
número de ciclos realizados e extrapolar para 4.000.000 de repetições.
Número de Ciclos A B R2
10.000 0,0701 0,103 0,9691
60.000 0,0694 0,1055 0,9826
197.000 0,0699 0,104 0,983
222.485 0,0699 0,1041 0,9849
500.000 0,0699 0,1047 0,9866
Número de Ciclos A B R2
7.000 0,0007 0,4129 0,9789
79.000 0,0006 0,4311 0,9903
235.000 0,0007 0,4125 0,9884
506.000 0,0007 0,4073 0,988
Número de Ciclos A B R2
12.100 0,0033 0,1493 0,8807
153.850 0,0027 0,1934 0,8811
191.000 0,0024 0,2154 0,8834
470.500 0,0019 0,2684 0,8677
Número de Ciclos A B R2
12.600 0,0443 0,1832 0,9464
187.660 0,0556 0,132 0,9024
319.000 0,0571 0,1267 0,9065
Número de Ciclos A B R2
9.170 0,0192 0,2162 0,9538
180.000 0,0226 0,1825 0,9548
340.000 0,0231 0,1783 0,9633
114
Número de Ciclos A B R2
5.800 0,004 0,1961 0,9748
151.000 0,004 0,2004 0,9872
310.000 0,0037 0,2111 0,9812
Número de Ciclos A B R2
9.500 0,0145 0,2974 0,8423
177.200 0,0223 0,2096 0,8122
338.000 0,0239 0,1977 0,8331
Número de Ciclos A B R2
10.500 0,0373 0,2194 0,9942
166.000 0,0482 0,1705 0,9384
340.000 0,0518 0,1586 0,9298
0.350
0.300
Até 60000
0.250 Até 197000
(mm)
Até 222485
0.200 Até 500000
Até 10000
0.150
0.100
2E+05
3E+05
4E+05
5E+05
1E+06
2E+06
3E+06
4E+06
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
10000
20000
30000
40000
Número de Ciclos
Gráfico 5.28. Influência da Variação dos Parâmetros A e B na Predição Deformação Permanente
Total. Ensaio 2.
115
Deformação Permanente Total
0.450
0.400
0.350
Até 7000
0.300
Até 79000
(mm)
0.250
0.200 Até 235000
0.150 Até 506000
0.100
0.050
0.000
00
00
00
00
00
00
00
10 0
20 0
30 0
40 0
20 00
30 00
40 00
50 00
10 000
20 000
30 000
40 000
0
00
00
00
00
0
00
00
00
10
20
30
40
50
60
70
80
00
00
00
00
0
Número de Ciclos
Gráfico 5.29. Influência da Variação dos Parâmetros A e B na Predição Deformação Permanente
Total. Ensaio 3.
Deformação Permanente Total (mm)
0.120
0.100
Até 12100
0.080
Até 153850
0.060 Até 191000
0.040 Até 470500
0.020
0.000
20 0
30 0
40 0
20 00
20 000
30 000
40 000
0
00
00
00
00
00
00
00
10 0
30 00
40 00
50 00
10 000
0
00
00
00
00
0
10
20
30
40
50
60
70
80
00
00
00
0
00
00
00
00
Número de Ciclos
0.800
0.700
0.600
0.500 Até 12600
0.400 Até 187660
0.300 Até 319000
0.200
0.100
0.000
00
00
00
00
00
00
00
10 0
20 0
30 0
40 0
20 00
30 00
40 00
50 00
10 000
20 000
30 000
40 000
0
00
00
00
0
00
00
00
00
10
20
30
40
50
60
70
80
00
00
00
00
0
Número de Ciclos
Gráfico 5.31. Influência da Variação dos Parâmetros A e B na Predição Deformação Permanente
Total. Ensaio 6.
116
Deformação Permanente Total
0.600
0.500
0.100
0.000
00
00
00
00
00
00
00
10 0
20 0
30 0
40 0
20 00
30 00
40 00
50 00
10 000
20 000
30 000
40 000
0
00
00
00
0
00
00
00
00
10
20
30
40
50
60
70
80
00
00
00
00
0
Número de Ciclos
Gráfico 5.32. Influência da Variação dos Parâmetros A e B na Predição Deformação
Permanente Total. Ensaio 7.
Deformação Permanente Total (mm)
0.100
0.090
0.080
0.070
Até 5800
0.060
0.050 Até 151000
0.040 Até 310000
0.030
0.020
0.010
0.000
00
00
00
00
00
00
00
10 0
20 0
30 0
40 0
20 00
30 00
40 00
50 00
10 000
20 000
30 000
40 000
0
00
00
00
0
00
00
00
00
10
20
30
40
50
60
70
80
00
00
00
00
0
Número de Ciclos
Gráfico 5.33. Influência da Variação dos Parâmetros A e B na Predição Deformação
Permanente Total. Ensaio 8.
Deformação Permanente Total (mm)
1.400
1.200
1.000
Até 9500
0.800
Até 177200
0.600 Até 338000
0.400
0.200
0.000
00
00
00
00
00
00
00
10 0
20 0
30 0
40 0
20 00
30 00
40 00
50 00
10 000
20 000
30 000
40 000
0
00
00
00
0
00
00
00
00
10
20
30
40
50
60
70
80
00
00
00
00
0
Número de Ciclos
Gráfico 5.34. Influência da Variação dos Parâmetros A e B na Predição Deformação
Permanente Total. Ensaio 12.
117
Deformação Permanente Total (mm)
1.200
1.000
0.200
0.000
00
00
00
00
00
00
00
10 0
20 0
30 0
40 0
20 00
30 00
40 00
50 00
10 000
20 000
30 000
40 000
0
00
00
00
0
00
00
00
00
10
20
30
40
50
60
70
80
00
00
00
00
0
Número de Ciclos
Gráfico 5.35. Influência da Variação dos Parâmetros A e B na Predição Deformação
Permanente Total. Ensaio 14.
118
quarto de 1.000.000 a 4.000.000. Escolhidos desta forma os patamares de cálculos
permitem verificar se a extrapolação da deformação permanente foi bem sucedida, ou
seja, se os valores obtidos para o último patamar estão compatíveis com os demais ou
com os valores verificados em laboratório.
Vale lembrar que o ensaio triaxial de cargas repetidas, apesar de ser o que melhor se
aproxima da situação de campo, é conservativo no que diz respeito à aplicação de
cargas, pois sabe-se que o espectro de cargas atuante em um pavimento real é muito
variado, assim com a freqüência de carregamento e o tempo de aplicação de carga.
Assim, a obtenção de um fator campo-laboratório para a predição da deformação
permanente em solos parece ser mais razoável do que a realização de ensaios triaxiais
com número de ciclos superiores a 106 repetições.
Após este estudo o autor optou por definir os parâmetros A e B em cada ensaio como
aqueles obtidos para o maior número de cargas aplicados no ensaios. Assim sendo, os
gráficos de 5.36 a 5.48 apresentam as curvas correspondentes a cada ensaio realizado
com a argila amarela. Para a aplicação real deve-se escolher entre o estado de tensão
mais próximo ao de campo, ou seja, deve-se sempre fazer uma varredura das tensões.
119
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ACUMULADA COM "N". PERMANENTE ACUMULADA COM "N".
(Modelo Monismith) (Modelo Monismith)
1.000000 1.000000
y = 0.0357x0.1644
R2 = 0.9753
y = 0.223x0.0933
R2 = 0.8914
0.100000
0.100000
1000 10000 100000
100 1000 10000 100000 1000000
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ACUMULADA COM "N".
PERMANENTE ACUMULADA COM "N".
(Modelo Monismith)
(Modelo Monismith)
1.000000
0.100000
0.1047
y = 0.0696x
2
R = 0.9866
0.010000
y = 0.0019x0.2684
R2 = 0.8677
0.100000
0.001000
1000 10000 100000 1000000
100 1000 10000 100000 1000000
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ACUMULADA COM "N".
PERMANENTE ACUMULADA COM "N".
(Modelo Monismith)
(Modelo Monismith)
1.000000
1.000000
y = 0.0007x0.4031 y = 0.087x0.0871
R2 = 0.97 R2 = 0.9546
0.100000
0.100000
0.010000
0.001000 0.010000
100 1000 10000 100000 1000000 100 1000 10000 100000 1000000
120
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ACUMULADA COM "N". PERMANENTE ACUMULADA COM "N".
(Modelo Monismith) (Modelo Monismith)
1.000000 1.000000
0.100000
0.010000
0.010000 0.001000
100 1000 10000 100000 1000000 100 1000 10000 100000 1000000
1.000000 1.000000
0.2111
y = 0.0037x
R2 = 0.9812
0.100000
0.100000
0.010000 y = 0.0501x0.1292
R2 = 0.9889
0.001000 0.010000
100 1000 10000 100000 1000000 100 1000 10000 100000 1000000
1.000000 1.000000
0.100000 0.100000
0.0889
y = 0.1357x0.0754
y = 0.0922x
R2 = 0.9507
R2 = 0.9845
0.010000 0.010000
100 1000 10000 100000 1000000 100 1000 10000 100000 1000000
121
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ACUMULADA COM "N".
(Modelo Monismith)
1.000000
y = 0.0079x0.2207
R2 = 0.9775
0.100000
0.010000
100 1000 10000 100000 1000000
122
Com os dados obtidos nos ensaios foi possível estabelecer, com razoável coeficiente de
correlação, uma relação entre os parâmetros do modelos de Monismith e a razão entre
as tensões principais, tal como ilustrado nos gráficos 5.49 e 5.50. De posse dos valores
dos coeficientes A e B para os variados estados de tensão foram feitas várias tentativas
de associação, sendo que aquela que gerou melhor enquadramento foi a que associa os
parâmetros com a razão de tensões,1/3 , para cada tensão confinante isoladamente.
Evidentemente, são poucos os pontos mas indica uma possível tendência a ser
explorada em futuros estudos.
0.160
0.140 y = 0.0014x4.9766
2
R = 0.8262
0.120 y = 3E-05x
8.9542
R2 = 0.8093
0.100
Parâmetro A
0.080
0.060
0.040
0.020
0.000
1.00 1.20 1.40 1.60 1.80 2.00 2.20 2.40 2.60
Razão de Tensões 4.7687
y = 0.0002x
2
R = 0.8914
Confinante 0.5 Confinante 0.7 Confinante 1.2
1
0.45
0.40
0.35
y = 0.9165x-2.4228
0.30 R2 = 0.7416
y = 0.3705x-0.8023
Parâmetro B
0.25 R2 = 0.9992
0.20
0.15
0.10
y = 0.4138x-1.8485
0.05 R2 = 0.7949
0.00
1.00 1.20 1.40 1.60 1.80 2.00 2.20 2.40 2.60
Razão de Tensões
2
conforme mostrado anteriormente, assim, para um correto enquadramento no modelo
de Uzan fez-se necessário considerar o valor medido de deformação resiliente ao longo
do ensaio. Os parâmetros obtidos para os diversos estados de tensões são listados na
tabela 5.8
0.0025000
0.0020000
y = 0.4291x-0.837
R2 = 0.7374
0.0015000
Ep(N)/Er
0.0010000
0.0005000
0.0000000
0 10000 20000 30000 40000 50000 60000
Número de Ciclos
3
0.00080000
0.00070000
0.00060000
0.00050000
y = 0.0556x-0.6299
Ep(N)/Er
0.00040000 R2 = 0.8043
0.00030000
0.00020000
0.00010000
0.00000000
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000
Número de Ciclos
0.00080000
0.00070000
0.00060000 y = 0.0638x-0.6057
R2 = 0.7353
0.00050000
Ep(N)/Er
0.00040000
0.00030000
0.00020000
0.00010000
0.00000000
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000
Número de Ciclos
4
0.00050000
0.00045000
0.00040000
0.00035000
0.00030000 y = 0.0061x-0.4339
Ep(N)/Er
0.00025000 R2 = 0.7652
0.00020000
0.00015000
0.00010000
0.00005000
0.00000000
0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000 160000 180000 200000
Número de Ciclos
0.000600000
0.000500000
y = 0.1154x-0.8156
0.000400000 R2 = 0.8939
Ep(N)/Er
0.000300000
0.000200000
0.000100000
0.000000000
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
Número de Ciclos
5
0.00160000
0.00140000
0.00120000
y = 0.0771x-0.6769
0.00100000 R2 = 0.7821
Ep(N)/Er
0.00080000
0.00060000
0.00040000
0.00020000
0.00000000
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000 400000
Número de Ciclos
0.00090000
0.00080000
0.00070000
0.00060000
Ep(N)/Er
0.00050000 y = 0.0557x-0.71
R2 = 0.7909
0.00040000
0.00030000
0.00020000
0.00010000
0.00000000
0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000 160000 180000 200000
Número de Ciclos
6
No presente trabalho utilizaram-se as equações do modelo de TSENG e LYTTON
mediante três hipóteses: as duas primeiras para valores extremos de módulo, 50 e 350
MPa, e a terceira introduzindo-se o módulo resiliente calculado em cada ponto de
leitura. As curvas assim obtidas serão denominadas, respectivamente, de MR = 50
MPa, MR = 350 MPa e MR calculado. As curvas assim obtidas serão comparadas com
a deformação permanente medida durante o ensaio, denominada curva calculada,
objetivando analisar a acurácia do modelo.
Os gráficos 5.58 a 5.59 ilustram as curvas obtidas com as amostras de argila amarela
para cada um dos ensaios selecionados para verificação da acurácia do modelo.
A curva mais próxima do valor medido foi a curva MR = 50 MPa, sendo um resultado
de certa forma esperado, pois, muito provavelmente, a base de dados utilizadas para a
obtenção do modelo foi obtida com solos de baixa resistência à deformação
permanente, muito comuns em países de clima temperado, porém distintos dos solos
usualmente utilizados no Brasil.
Porém, tal como ilustrado no capítulo 4.1, a argila amarela utilizada neste trabalho
apresentou valores de MR muito superiores a 50 MPa.
7
Esta mesma tendência foi observada nos ensaios 3, 7, 12 e 13, realizados com distintas
tensões e umidade em torno da umidade ótima, exceto a amostra 13 com umidade
ligeiramente superior.
6.00
y = 0,0521x 0,1125
Deformação Permanente da Camada
5.00
R 2 = 0,9991
4.00
R 2 = 0.9948
2.00 y = 0.4389x 0.0692
R 2 = 0.9948
1.00
0.00
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000
Número de Ciclos
8
Gráfico 5.58. Deformação Permanente de uma Camada de 20 cm Estimada pelo Modelo
de Tseng e Lytton para o Ensaio 2.
6.00
y = 0,0521x 0,1125
Deformação Permanente da Camada
5.00
R 2 = 0,9991
4.00
R 2 = 0.9961
y = 0.4486x 0.0757
2.00
R 2 = 0.9961
1.00
0.00
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000
Número de Ciclos
1.60
1.40
Deformação Permanente da Camada
1.20
y = 0,0521x 0,1125
1.00 R 2 = 0,9991
y = 0.3558x 0.0541
R 2 = 0.9987 y = 0.0603x 0.0541
0.80
(mm)
R 2 = 0.9987
0.60
0.40
0.20
0.00
0 50000 100000 150000 200000 250000
Número de Ciclos
9
DEFORMAÇÃO PERMANENTE ESTIMADA PELO MODELO DE TSENG E LYTTON
y = 0,0521x 0,1125
1.20
R 2 = 0,9991
1.00
Deformação Permanente da Camada
0.80
R 2 = 0.9987 R 2 = 0.9987
0.40
0.20
0.00
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
Número de Ciclos
2.00
1.50
y = 0.0282x 0.1167
y = 0.1662x 0.1167
(mm)
R 2 = 0.9886
1.00 R 2 = 0.9886
0.50
0.00
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000 400000
Número de Ciclos
10
DEFORMAÇÃO PERMANENTE ESTIMADA PELO MODELO DE TSENG E LYTTON
0.90
0.80
Deformação Permanente da Camada
0.50
y = 0.0288x 0.0227
(mm)
0.40 0.0227
y = 0.1701x R 2 = 0.999
0.30 R 2 = 0.999
0.20
0.10
0.00
0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000 160000 180000 200000
Número de Ciclos
1.60
y = 0,0521x 0,1125
Deformação Permanente da Camada
1.40 R 2 = 0,9991
1.20
1.00
y = 0.1006x 0.0609
0.80 y = 0.5934x0.0609 R 2 = 0.9953
(mm)
R 2 = 0.9953
0.60
0.40
0.20
0.00
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000 400000
Núm ero de Ciclos
11
DEFORMAÇÃO PERMANENTE ESTIMADA PELO MODELO DE TSENG E LYTTON
5.00
4.50
y = 0,0521x 0,1125
Deformação Permanente da Camada
4.00 R 2 = 0,9991
3.50
3.00
1.50
1.00
0.50
0.00
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000 400000
Número de Ciclos
12
5.2 Laterita Brasília
13
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ESPECÍFICA (%) COM "N"
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ESPECÍFICA (%) COM "N" 0.060
0.200 0.050
0.180
0.040
0.160
0.140 0.030
0.120
0.100 0.020
0.080
0.010
0.060
0.040 0.000
0.020 0 100000 200000 300000 400000 500000 600000
0.000
0 200000 400000 600000 800000 1000000 1200000
Gráfico 5.69. Ensaio 4
0.080
0.050
0.070
0.040
0.060
0.050 0.030
0.040
0.020
0.030
0.010
0.020
0.010 0.000
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000
0.000
0 50000 100000 150000 200000 250000
Gráfico 5.70. Ensaio 5
Gráfico 5.67. Ensaio 2
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ESPECÍFICA (%) COM "N"
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ESPECÍFICA (%) COM "N" 0.100
0.090
0.140 0.080
0.070
0.120
0.060
0.100 0.050
0.040
0.080
0.030
0.060 0.020
0.010
0.040
0.000
0.020 0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000
0.000
0 100000 200000 300000 400000 500000 Gráfico 5.71. Ensaio 6
14
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ESPECÍFICA (%) COM "N" PERMANENTE ESPECÍFICA (%) COM "N"
0.200
0.180 0.120
0.160
0.100
0.140
0.120 0.080
0.100
0.060
0.080
0.060 0.040
0.040
0.020
0.020
0.000 0.000
0 50000 100000 150000 200000 250000 0 100000 200000 300000 400000 500000
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ESPECÍFICA (%) COM "N"
PERMANENTE ESPECÍFICA (%) COM "N"
0.030
0.250
0.025
0.200
0.020
0.150
0.015
0.010 0.100
0.005 0.050
0.000
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000 700000 0.000
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000
De forma geral todas as curvas, gráfico 5.76, apresentaram forma semelhante, exceto
ensaio 2, com nítida tendência ao acomodamento da deformação permanente, tanto
pelo critério prático de acomodamento quanto pela ocorrência do shakedown, ambos já
comentados.
15
No ensaio 10, realizado com d = 2,0 kgf/cm2 e 3 = 1,0 kgf/cm2, foi observado a
maior deformação permanente específica total, p,esp = 0,175%, sendo que neste ensaio
foi aplicada a maior tensão desvio utilizada no estudo, juntamente com o ensaio 9.
menor razão
d
3 apresentou deformação permanente específica total ligeiramente
superior ao ensaio 6. Neste caso a explicação pode estar associada a uma significativa
variação da umidade do corpo-de-prova, pois esta umidade variou cerca de 2% entre os
dois corpos-de-prova, de 15,79% no ensaio 6 para 13,74 no ensaio 7. Portanto, o cp
mais úmido tende a apresentar maior deformação plástica.
O ensaio 3 foi o que apresentou umidade mais próxima à umidade ótima calculada no
ensaio de compactação, tendo sido observada uma deformação específica total de
0,098%, que equivale a dizer que a deformação plástica total do corpo-de-prova foi de
0,192 mm, portanto muito baixa.
O ensaio 3, realizado com d = 1,05 kgf/cm2 , 3 = 1,05 kgf/cm2, foi o único cuja curva
de variação da deformação permanente específica com N mostrou-se sempre crescente.
Neste ensaio, conduzido até 201.700 ciclos de carga, não se pode afirmar que esta
deformação tenderia ou não ao acomodamento, visto o relativamente baixo número de
aplicações de cargas, mas todos os outros ensaios apresentaram esta tendência de
acomodamento.
16
0.250
Deformação Permanente Específica (%)
0.200
0.150
0.100
0.050
0.000
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000 700000
17
Os estudos conduzidos com a Argila Amarela não apontaram significativas diferenças,
mas a resposta da Argila Amarela quando submetida a cargas repetidas foi
significativamente distinta do que a apresentada pela Laterita Brasília, que, inclusive,
apresentou shakedown bem definido para três ensaios.
18
O parâmetro B variou no intervalo de 0,09 a 0,27, contrariando a
hipótese que afirma que este valor é uma característica do material e não depende
das condições do ensaio, CARDOSO (1987).
Nos demais ensaios o enquadramento pode ser considerado como bom, apesar de
inferior ao observado para a Argila Amarela.
19
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ACUMULADA COM "N". PERMANENTE ACUMULADA COM "N".
(Modelo Monismith) (Modelo Monismith)
0.010000
0.100000 0.001000
10000 100000 1000000 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
1.000000 1.000000
0.1198
0.1944
y = 0.031x
y = 0.0096x 2
R = 0.5466
R2 = 0.9599
0.100000 0.100000
0.010000 0.010000
1 10 100 1000 10000 100000 1000000 1 10 100 1000 10000 100000 1000000
0.010000 0.100000
1 10 100 1000 10000 100000 1000000 10000 100000 1000000
20
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ACUMULADA COM "N". VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
(Modelo Monismith) PERMANENTE ACUMULADA COM "N".
(Modelo Monismith)
1.000000
1.000000
y = 0.1002x0.078
2
R = 0.7344
0.100000
y = 0.0681x0.1342
R2 = 0.7584
0.100000
10000 100000 1000000
0.010000
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
Gráfico 5.83. Ensaio 7
Gráfico 5.86. Ensaio 10
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ACUMULADA COM "N".
(Modelo Monismith)
1.000000 y = 0.0015x0.2659
R2 = 0.8488
0.100000
0.010000
0.001000
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
VARIAÇÃO DA DEFORMAÇÃO
PERMANENTE ACUMULADA COM "N".
(Modelo Monismith)
1.000000
0.100000
y = 0.0563x0.0987
0.010000
R2 = 0.7304
0.001000
1 10 100 1000 10000 100000 1000000
21
Considerações Sobre os Parâmetros “A” e “B”
Com o objetivo de analisar o conceito ilustrado pela figura 5.1 foi desenvolvido um
pequeno estudo com os parâmetros de Monismith, de maneira análoga ao desenvolvido
para a Argila Amarela, porém para apenas um ensaio, o ensaio 1 que foi estendido até
1.000.000 de ciclos de aplicação de cargas.
Número de Ciclos A B R2
32.600 0,0693 0,1433 0,8552
125.000 0,076 0,1252 0,82
500.000 0,0922 0,0909 0,79
1.000.000 0,0965 0,0942 0,78
1
Deformação Permanente Total (mm)
0.700
0.600
0.500
0.400
0.300
0.200
0.100
2E+05
3E+05
4E+05
5E+05
1E+06
2E+06
3E+06
4E+06
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
10000
20000
30000
40000
Número de Ciclos
Para haver um bom enquadramento no modelo de Uzan é necessário que a razão entre a
deformação plástica e elástica seja sempre decrescente com o aumento do número de
ciclos de carga, entretanto nem sempre isto é verificado, como no caso do ensaio 2.
2
Este aspecto ficou restrito apenas ao ensaio 2 porque este foi o único no qual a taxa de
deformação permanente permaneceu crescente até o fim do ensaio.
Ocorreram ainda, algumas adaptações no modelo para o cálculo dos parâmetros, isto
porque Uzan admitiu que a deformação elástica tornar-se-ia constante durante o ensaio,
fato que não foi verificado em nenhum dos ensaios realizados. Assim, os dados de
deformação permanente foram discretizados em subconjuntos nos quais a deformação
elástica pudesse ser considerada constante. Como conseqüência, por vezes a razão
(N )
tornou-se nula, impossibilitando o cálculo dos parâmetros. Como solução
r
foram ampliados os intervalos de discretização.
MODELO DE UZAN
0.00020000
0.00018000
0.00016000
0.00014000
0.00012000
Ep(N)/Er
y = 0.1845x-0.8536
0.00010000 R2 = 0.9496
0.00008000
0.00006000
0.00004000
0.00002000
0.00000000
0 200000 400000 600000 800000 1000000 1200000
Número de Ciclos
3
MODELO DE UZAN
0.00045000
0.00040000
0.00035000
y = 0.0008x-0.1866
0.00030000 R2 = 0.2454
Ep(N)/Er
0.00025000
0.00020000
0.00015000
0.00010000
0.00005000
0.00000000
0 50000 100000 150000 200000 250000
Número de Ciclos
MODELO DE UZAN
0.00020000
0.00018000
0.00016000
0.00014000
0.00012000
Ep(N)/Er
y = 0.1328x-0.8802
0.00010000 R2 = 0.9326
0.00008000
0.00006000
0.00004000
0.00002000
0.00000000
0 50000 100000 150000 200000 250000 300000 350000 400000
Número de Ciclos
4
MODELO DE UZAN
0.00020000
0.00018000
0.00016000
0.00014000
0.00012000
Ep(N)/Er
y = 0.0302x-0.721
0.00010000 R2 = 0.6798
0.00008000
0.00006000
0.00004000
0.00002000
0.00000000
0 100000 200000 300000 400000 500000 600000 700000
Número de Ciclos
5
Capítulo 6: Conclusões e Sugestões Para Novas Pesquisas
Algumas conclusões podem ser tiradas do presente trabalho, entre elas destacam-se:
6
8) Mostrou-se que o modelo de Monismith (1975) apresentou bom resultado na
previsão de deformação permanente, porém sua acurácia diminui à medida que
o material tende a apresentar acomodamento das deformações plásticas, o
chamado shakedown;
7
Sugestões Para Pesquisas Futuras
8
Referências Bibliográficas
CARDOSO, H., S.(1987) “Procedure for Flexible Airfield Pavement Design Based on
Permanent Deformation”. Tese PhD. University of Maryland. EUA.
9
HUANG, H. , I. “Pavement Analysis and Design”. Editora Prentice Hall. New Jersey
EUA.
10
ODERMATT, N. (2000). Permanent Deformation in Fine-Grained Subgrade Materials.
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Technology. Stockholm.
RAAD, L., WEICHERT, D., NAJM, W. (1988). Stability of Multilayer Systems Under
Repeated Loads. Transportation Research Record, 1207: 181-186.
RAAD, L., WEICHERT, D., HAIDAR, A. (1989b). Shakedown and fatigue of Pavements
With Granular Bases, Transportation Research Record, 1227: 159-172.
RAAD, L. , ZEID, B. (1989).“ Repeated Load Model for Subgrade Soils: Model
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11
SHARP, R. W e BOOKER, J. R. (1984). Shakedown of Pavements Under Moving
Surface Loads. Journal of Transportation Engineering, ASCE, vol 110, pag 1-
14.
12
13