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Rio de Janeiro
2017
ÉBELIN DA SILVA GABRI FREITAS
Rio de Janeiro
2017
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
78f; 30cm.
Monografia (Graduação em Engenharia Civil) - Universidade
Estácio de Sá, 2017.
Bibliografia: f.78
Orientador: Jonathan Tenório de Lima
Ao Deus de amor e de infinita bondade, meu Pai, amor da minha vida, minha razão de existir,
meu tudo, que pela sua misericórdia permitiu que eu chegasse até este momento, me guiando
com sua boa mão e me sustentando em todos as etapas da minha pequena existência. A Ele toda
honra, glória e louvor.
Ao meu esposo Cleiton, que com amor, paciência e dedicação me concedeu seus cuidados e
apoio em mais esta fase da nossa vida. Que compreendeu os momentos da minha ausência em
muitos eventos.
Aos meus pais Aroldo e Euzi por terem me educado aos pés da cruz de Cristo, por me
apresentarem o aconchegante amor de Jesus, por todo investimento e incentivo mesmo quando
deixei a segurança de seus braços. Pelos cuidados através das orações e por todo amor que me
concedem. Aos meus irmãos Heglay, Márcio, Danilo, Cíntia e Mariane pelos bons momentos
que vivemos, pela amizade e companheirismo eternos. À minha sogra Rosângela e ao meu
sogro Antônio Carlos por cuidarem de mim fazendo-me sentir filha.
Ao meu orientador Jonathan, que acreditou que eu fosse capaz de realizar este trabalho, me
incentivando em todos os momentos. Agradeço pela amizade, conselhos e orientações. Ao meu
coorientador José Carlos, pela sua generosidade, paciência e apoios diários. Vocês foram
realmente incríveis quando aceitaram a dura tarefa de orientar, ensinar e conduzir meus
pensamentos e ações até o término desta etapa. Minha gratidão eterna a vocês.
Às amigas que faculdade me deu: Ana Isabel, Aline, Deisiane, Mônica, Érica, Driele, Maria,
Marselle. Agradeço pelo apoio nos diversos momentos, risadas, companheirismo e
solidariedade. Ao meu amigo Josué pelo apoio de sempre.
Às pessoas que Deus colocou no meu caminho e que me apoiaram de maneira extremamente
generosa Osmar, Clarice, Luna, Cláudio Pinto e seu filho Rafael Barros contribuindo com suas
experiências.
Ao meu pastor Marcos Lúcio e a toda família TIBAB pelo cuidado através das orações.
RESUMO
O galgamento de uma barragem é caracterizado pela passagem da água sobre a sua crista. Em
estruturas compostas por terra, como é o caso da barragem Cocorobó, ele pode ser fator de
contribuição para a formação de brechas, possibilitando sua ruptura. O presente trabalho aborda
o estudo hidrológico realizado para a barragem citada, localizada na cidade de Canudos, no
interior do estado da BA. Seu intuito é identificar a duração da chuva decamilenar que pode
causar a maior elevação do nível d’água na estrutura sem ocasionar o galgamento. Para tanto,
foram utilizados dois métodos amplamente aplicados pela engenharia de recursos hídricos, a
saber: o Método SCS, para a transformação da chuva em vazão; e, o Método de Puls
Modificado, que trata do trânsito da cheia causada pela chuva mencionada. As três condições
de umidade antecedente do solo, propostas pelo Método SCS, foram consideradas resultando
em durações de chuvas para a elevação máxima do nível d’água apresentando variação de 20
minutos a 2h, com diferença de até 1,03m em relação à crista do barramento.
Dam overtopping is characterized by water flowing above the crest of the structure. For earth
dams such as Cocorobó dam it may be a determining factor for breach development allowing
to its rupture. This work approaches a hydrologic study carried out for the referred dam, located
on the county of Canudos, interior of the state of Bahia, Brazil. It was aimed to identifie a
decamilenar precipitation that may cause the greatest water head previous to overtopping. Two
methods widely employed on Water Resources Engineering were used: from SCS method,
precipitation was turned into runoff; then the modified Puls method, which describes flooding
of the aforementioned runoff. The three conditions for SCS method were used which resulted
in precipitation durations that range from 20 minutes to 02h immediadetely before the
overtopping. In comparizon, the water heads above crest were up to 1,03m different.
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 15
1.1. HISTÓRICO DE ACIDENTES COM BARRAGENS ............................................. 18
1.1.1. Barragens no Mundo .......................................................................................... 20
1.1.2. Barragens no Brasil ............................................................................................ 22
2. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 23
2.1. SEGURANÇA DE BARRAGENS ........................................................................... 23
2.1.1. Legislação Brasileira – Lei 12.334/2010 ............................................................ 23
2.1.2. Guia de Revisão Periódica de Segurança de Barragens ..................................... 24
2.1.3. Fiscalização Brasileira ........................................................................................ 25
2.2. CHUVAS INTENSAS E CHEIAS EXTREMAS ..................................................... 26
2.2.1. Tempo de retorno ou Tempo de recorrência ...................................................... 26
2.2.2. Desagregação das chuvas e curvas IDF (Intensidade – Duração – Frequência) 27
2.2.3. Distribuição temporal - Discretização das chuvas pelas curvas de Huff ............ 32
2.3. MÉTODO SCS – TRANSFORMAÇÃO CHUVA-VAZÃO .................................... 33
2.3.1. Hidrograma Unitário Sintético (HUS) ................................................................ 39
2.3.2. Hidrograma de projeto – Transformação Chuva-Vazão..................................... 41
2.4. MÉTODO DE PULS MODIFICADO – TRÂNSITO DE CHEIAS EM
RESERVATÓRIOS .............................................................................................................. 42
2.5. BORDA LIVRE ......................................................................................................... 44
2.6. HEC-HMS – Hydrologic Model System ................................................................... 44
3. ESTUDO DE CASO ......................................................................................................... 46
3.1. DESCRIÇÃO GERAL DA BACIA E DA ÁREA DE ESTUDO ............................. 46
3.2. DESCRIÇAO GERAL DA BARRAGEM DE COCOROBÓ .................................. 48
4. MATERIAIS E METODOLOGIA ................................................................................... 52
4.1. PRECIPITAÇÕES ..................................................................................................... 52
4.1.1. Distribuição estatística e determinação da altura da chuva em função do tempo
de retorno........................................................................................................................... 55
4.1.2. Desagregação das chuvas e determinação da equação das chuvas intensas pelas
curvas IDF ......................................................................................................................... 56
4.1.3. Determinação das alturas das chuvas e discretização pelas curvas de Huff ....... 59
4.2. PARÂMETROS FÍSICOS DA BACIA DE CONTRIBUIÇÃO DO AÇUDE
COCOROBÓ ........................................................................................................................ 60
4.3. PARÂMETROS DO VERTEDOURO E RESERVATÓRIO ................................... 63
4.3.1. Parâmetros do vertedouro ................................................................................... 63
4.3.2. Parâmetros do reservatório ................................................................................. 65
4.4. APLICAÇÃO NO SOFTWARE HEC-HMS ............................................................ 67
5. RESULTADOS ................................................................................................................. 69
5.1. SIMULAÇÃO ............................................................................................................ 69
5.1.1. CNAMC I = 57 ....................................................................................................... 69
5.1.2. CNAMC II = 75,1 ................................................................................................... 71
5.1.3. CNAMC III = 88 ..................................................................................................... 74
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 77
REFERÊNCIAS
ANEXO 1
ANEXO 2
ANEXO 3
ANEXO 4
ANEXO 5
ANEXO 6
15
1. INTRODUÇÃO
Barragens são estruturas artificiais capazes de armazenar água ou qualquer outro líquido,
rejeitos, detritos, etc. Os barramentos destinados ao armazenamento de água são construídos
transversalmente a um curso d’água formando um lago a montante. Com relação ao seu
tamanho, podem variar desde pequenas estruturas de terra a enormes estruturas de concreto. O
Comitê Internacional de Grandes Barragens considera uma grande barragem aquela que possua
altura de 15 metros, independente da capacidade de armazenamento, ou as que possuam altura
de 10 a 15 metros e que tenham capacidade de armazenar mais de três milhões de metros
cúbicos (CBDB, [2015?]).
No Estado de Wyoming, nos EUA, elas são construídas para armazenar a água descartada do
processo de exploração do gás natural, ultrapassando o número de 5000 reservatórios (BROWN
& THOMAN, 2009).
De acordo com o Relatório Nacional de Segurança de Barragens emitido pela ANA – Agência
Nacional de Águas (ANA, 2016a) - em setembro de 2015, o Brasil possuía, até aquele
momento, 17.259 barragens cadastradas em seu sistema, distribuídas por estado e por finalidade
conforme o Gráfico 1 e o Gráfico 2, demonstrando o universo aproximado de barragens
construídas no país.
1000
100
10
1
SP MG PB PE MT RN RO PA DF S/I* ES PI SE AP
10000
1000
100
10
1
Rejeitos de Usos múltiplos Resíduos Energia
mineração de água
O galgamento em uma barragem ocorre quando o vertedouro não tem capacidade suficiente
para extravasar uma cheia e com isso a água verte sobre a crista da barragem (LAURIANO,
ÁVILA, CORTEZ, & SILVA, 2017). A falha de uma barragem por galgamento é muito comum
no universo dessas estruturas (COSTA & PINHEIRO, 2017). Os barramentos do Nordeste
Brasileiro, por exemplo, datam de aproximadamente 100 anos e é possível que o trânsito de
cheias correspondente ao tempo de retorno da época alcance um valor muito menor nos dias
atuais. Sendo assim, algumas barragens não suportariam eventos hidrológicos extremos.
18
O Método SCS tem por objetivo transformar a chuva em vazão através de procedimentos que
relacionam aspectos físicos da bacia de contribuição como o uso e ocupação do solo, o tempo
de concentração entre outros que serão descritos nos capítulos correspondentes. Seu produto é
o hidrograma da chuva intensa, ou seja, a vazão que essa chuva provoca e seu tempo de
escoamento. O presente estudo não considera a ação da evapotranspiração, ocasionada pelas
altas temperaturas em que a região está submetida. As parcelas subtraídas da precipitação total
são somente aquelas indicadas pelo Método SCS, com isso obtém-se a precipitação efetiva (Pe)
que se transforma em escoamento superficial.
O Método de Puls Modificado faz um balanço hídrico do que entra no reservatório, o que é
armazenado e o que sai pelo sistema extravasor para cada intervalo de tempo considerado.
Como parâmetros principais de entrada faz-se necessário conhecer a curva de descarga do
vertedouro e a curva cota x volume do reservatório. O hidrograma gerado pelo método SCS
também é utilizado para sua aplicação.
As principais causas que levam ao rompimento de uma barragem estão relacionadas na Tabela
1, classificadas de acordo com o material que a compõem.
Esses acidentes são prenunciados, de acordo com o tipo de barramento, por fatores relacionados
a subpressões elevadas na fundação, surgência de água a jusante, obstrução da drenagem
interna, trincas na crista ou taludes, erosão/desagregação do rip-rap, movimentação talude,
erosão do talude de jusante, presença de argilas dispersivas, sinkholes, canalículos na fundação,
sand boils, altas vazões nos drenos de fundação; altas infiltrações nos drenos de junta; erosão
por abrasão; erosão por cavitação; trincas no concreto; desplacamento do concreto (SILVEIRA,
2016).
A falta de observações, de controles e manutenções efetivas dos fatores contribuintes para que
os acidentes ocorram poderão fazer com que estes evoluam para um desastre.
Nos relatórios emitidos pelo IBAMA (2008, 2009) e ANA (2012, 2014, 2015, 2016a), foram
relatados 50 eventos com barragens, entre situações de alertas, acidentes, incidentes e desastres.
O Gráfico 3 mostra a relação da causa do evento e o percentual observado no período.
Eventos hidrológicos
4%
10%
27% Eventos geológicos/
Geoténico
14%
Deficiência de
manutenção e operação
S/I
Fonte: A autora
A ruptura de uma barragem pode ocorrer por um fator isolado ou pela combinação de vários
fatores. A seguir são exemplificados alguns casos de acidentes com múltiplos fatores
envolvidos.
No ano de 1853 a barragem de South Fork (EUA) foi construída com o intuito de controlar as
cheias da região da cidade de Johnstown e de servir para seu abastecimento de água. Segundo
Kozlovac (1995) apud Sugimoto (2014), o governo a vendeu para um clube de pesca e caça que
fez intervenções importantes e perigosas em sua estrutura sem qualquer orientação técnica. No
ano de 1889, ocorreu uma onda de cheia que galgou o barramento fazendo com que seu maciço
rompesse. Vinte milhões de toneladas de água atingiram a cidade de Johnstown, na Pensilvânia,
causando 2.200 vítimas fatais e 17 milhões de dólares de prejuízos (Johnstown flood, 1889).
21
Barragem de Vajont
No ano de 1963, ela foi protagonista de uma tragédia sem precedentes. Em decorrência das
chuvas intensas que atingiram a região, no verão daquele ano e no seu primeiro enchimento, o
nível de água no reservatório se elevou rapidamente e deslizamentos consideráveis foram
constatados nas margens do seu lago. Diante disso, os responsáveis pela operação decidiram
iniciar seu esvaziamento. No entanto, algum tempo depois, fortes chuvas atingiram a região
novamente fazendo com que a capacidade de esvaziamento do reservatório ficasse limitada,
saturando os maciços marginais causando instabilidades. Desta forma, foi decidido realizar a
descarga de fundo em sua máxima capacidade. Porém, essa medida não foi suficiente. Um
maciço rochoso de 240 milhões de m³, oriundo do Monte Toc, deslizou para o interior do
reservatório a uma velocidade de 30m/s, provocando uma onda que galgou a barragem a uma
altura de 99m sobre a cota de coroamento. A barragem não rompeu, mas o volume galgado
provocou uma enorme tragédia nas comunidades a jusante. A localidade da Vila de Longarone
foi quase toda dizimada (SÓRIA; SILVA JUNIOR, 2013). Como resultado desse desastre,
foram contabilizadas cerca de 2.500 vítimas e a destruição de 5 vilas: Longarone, Pirago,
Rivalta, Villanova e Faè (BARROS, 2015).
22
A UHE (Usina Hidrelétrica) Euclides da Cunha, instalada no rio Pardo no ano de 1958, está
localizada na cidade de São José do Rio Pardo, interior do estado de São Paulo.
No dia 19 de janeiro de 1977 uma chuva intensa atingiu a região e uma precipitação de 260 mm
foi registrada em 24h, das 07h do dia 19/09/1977 às 07h do dia 20/09/1977. Às 20:30h do dia
19, a água começou a galgar a barragem pela sua ombreira direita alcançando 1,20m de altura
o que formou uma brecha de 1,31 m por 0,51 m. Na madrugada do dia 20 a barragem rompeu.
Em consequência deste acontecimento a barragem de Armando Salles de Oliveira, também
conhecida como Limoeiro, localizada 6km a jusante, recebeu a onda de cheia ocasionada por
esse rompimento, o que resultou, logo em seguida, na sua ruptura. (CARVALHO, 2007, apud
SILVA JUNIOR, 2013; CARLOS, 2016).
23
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Entre os objetivos que a norteiam estão a garantia dos padrões de segurança dessas estruturas
de forma a reduzir o risco de acidentes; a normalização das ações de segurança que devem ser
adotadas em todas as fases da vida do barramento e a promoção do monitoramento e
acompanhamento das ações de segurança aplicadas pelos empreendedores.
A legislação também instituiu instrumentos para auxiliar o seu cumprimento, são eles: o sistema
de classificação por categoria de risco e dano potencial associado; o Plano de Segurança de
Barragens (PSB); o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB);
o Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (SINIMA); o Cadastro Técnico
Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; o cadastro Técnico Federal de
Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais e o Relatório
de Segurança de Barragens. Este último é emitido anualmente pela ANA.
No âmbito das atribuições dos órgãos fiscalizadores, o regulamento dispõe que estes devem
manter o cadastro de todas as barragens sob suas jurisdições atualizados, para incorporação no
SNISB, e exigir do empreendedor toda a documentação necessária para a regulação do seu
empreendimento bem como o cumprimento das ações recomendadas nos relatórios de inspeção
e revisão periódica de segurança.
Também determina aos empreendedores que estes devam providenciar todos os recursos
necessários para que a segurança da barragem seja garantida bem como toda a documentação
de todas as fases de vida do barramento, mantendo-os de forma organizada e em bom estado de
conservação permitindo o acesso irrestrito do órgão fiscalizador a estes e ao local da barragem.
De acordo com a Lei 12.334/2010, a revisão periódica é parte integrante do Plano de Segurança
de Barragens para verificação do estado geral da estrutura, recomendando ações a serem
realizadas para adequar sua operação em função da minoração dos riscos de acidentes
envolvidos.
𝑋 = 𝐻 2 √𝑉 (1)
Onde:
H = altura da barragem (m);
No que tange aos estudos hidrológicos, o guia recomenda que estes deverão ser revistos
adicionando dados referentes ao período do projeto e da revisão englobando alterações
decorrentes da variação das características hidrológicas ao longo do tempo como, por exemplo,
25
Barragens existentes em cursos d'água sob sua jurisdição e por manter o cadastro
ANA atualizado dessas barragens, com identificação dos empreendedores, para fins de
incorporação ao SNISB.
Barragens cujo reservatório de acumulação de água tenha como uso principal a
ANEEL
geração hidrelétrica.
Barragens que tenham como finalidade a disposição final ou temporária de rejeitos de
DNPM
atividade mineral.
Barragens pertencentes a empreendimentos por ele licenciados que tenham a
IBAMA
finalidade de disposição de resíduos industriais.
Fonte: A autora
A ANA, como entidade outorgante do direito de uso dos recursos hídricos em corpos de água
de domínio da União, inclusive para a finalidade de acumulação de água (exceto para fins de
aproveitamento hidrelétrico), fica responsável por fiscalizar a segurança das barragens
existentes em cursos d'água sob sua jurisdição e por manter o cadastro atualizado dessas
barragens, com identificação dos empreendedores, para fins de incorporação ao SNISB.
Segundo Tucci (2007), precipitações máximas ou chuvas intensas são eventos extremos
caracterizados por duração, distribuição temporal e espacial crítica para uma determinada bacia
hidrográfica ou região. Nessas condições, as chuvas intensas podem causar erosões, inundações
e outros acontecimentos indesejáveis a estruturas rurais, urbanas e à obras hidráulicas. O
conhecimento desse fator é o meio para a determinação da vazão de enchente de uma bacia.
Segundo Hiroshi (2003), a importância de se estudar o período o de retorno das chuvas extremas
está diretamente ligado ao nível de segurança que se deseja colocar as vidas humanas e as
estruturas ambientais e econômicas. Desta maneira, ele é usado no dimensionamento das obras
27
Seu conceito relaciona-se ao intervalo médio de tempo, em anos, em que a precipitação pode
ser igualada ou superada no tocante à quantidade de observações feitas pelo menos uma vez
(HIROSHI, 2003).
Silva (2015) destaca a importância do estudo das chuvas intensas no planejamento e gestão de
recursos hídricos a fim de determinar valores críticos para o dimensionamento de estruturas
hidráulicas como, por exemplo, vertedouros. Para tanto, é necessário estimar a intensidade da
precipitação associada ao risco, frequência ou tempo de retorno. O estudo dessas relações se dá
através das curvas chamadas IDF (Intensidade – Duração – Frequência), com as quais é possível
obter a equação de chuvas intensas, conforme Equação 2.
𝑎. 𝑇𝑅 𝑏
𝑖𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎 = (2)
(𝑡 + 𝑐)𝑑
Onde:
O engenheiro Otto Pfafstetter publicou, no final dos anos 50, o primeiro estudo a respeito das
chuvas intensas do Brasil. Em seu trabalho, ele determinou as equações de chuvas para diversas
localidades e municípios brasileiros, que por muitos anos foram utilizadas na gestão dos
rescursos hídricos e no planejamento de obras hidráulicas (SILVA, 2015).
De acordo com Souza et al. (2012) apud Lorenzoni, Prado, et al.(2015), as curvas IDF são
geradas a partir da aplicação de métodos estatísticos à série histórica de dados extraídos de
pluviógrafos. No entanto, em consequência da falta de elementos históricos dessas estações faz-
se necessário realizar esta análise com informações obtidas de equipamentos pluviométricos.
Com isso, é possível avaliar dados de chuvas de 24 horas de certa frequência para obter
precipitações de menor duração e com a mesma periodicidade. Este recurso é conhecido como
método de desagregação de chuvas de 24 horas. Os procedimentos indicados por Lorenzoni,
Prado, et al.(2015) para a determinação da equação de chuvas intensas são os seguintes:
Para se obter dados diários de chuvas é preciso ter acesso às informações registradas pelos
aparelhos pluviométricos de diferentes órgãos gestores. Porém, nem sempre existiu essa
facilidade. No entanto, a ANA desenvolveu o Hidroweb (http://hidroweb.ana.gov.br/), um
portal que reúne dados de diversas estações pluviométricas sob diferentes administrações ao
longo do território brasileiro e, também, de alguns países da América do Sul. Com isso, o acesso
às informações obtidas pelas estações pluviométricas se tornou mais simples.
Com a série de dados obtida, realiza-se procedimentos estatísticos a fim de obter a altura de
chuva diária máxima para diversos períodos de retorno. Esses estudos são compostos das
análises dos dados de precipitações com o intuito de preencher falhas existentes na série para
que, desta maneira, se obtenha uma série consistente de chuvas diárias máximas anuais. Então,
o produto gerado desta análise é trabalhado através das distribuiçoes estatísticas para o cálculo
da altura de chuva máxima diária para diversos tempos de retorno. Naghettini e Pinto (2007)
citam as seguintes distribuições para valores extremos máximos: Gumbel (máximos); Fréchet
(Máximos), também conhecida como Log-Gumbel; Distribuição Generalizada de Valores
29
Extremos (Máximos) ou GEV (Generalized Extreme Value). Dentre essas, Gumbel é a que
melhor se ajusta para valores extremos de grandezas hidrológicas, de acordo com Lorenzoni,
Prado, et al., (2015).
𝑦−𝛽
𝐹𝑦 (𝑦) = exp [− 𝑒𝑥𝑝 (− )] 𝑝𝑎𝑟𝑎 − ∞ < 𝑦 < ∞, −∞ < 𝛽 < ∞, 𝛼 > 0 (3)
𝛼
No presente trabalho este modelo de distribuição foi utilizado para calcular a altura da chuva
extrema considerando diversos tempos de retorno (TR). Sua determinação é dada pela função
inversa da Função Acumulada de Probabilidade (FAP) de Gumbel, conforme a Equação 3, de
acordo com a publicação citada.
Naghettini & Pinto (2007) descrevem a inversa FAP da distribuição de Gumbel como a Equação
4 ou 5.
Onde:
α → Parâmetro de escala;
Os parâmetros α e β podem ser obtidos através das formulações para o valor esperado (E) e
variância (Var) e coeficiente de assimetria (γ) conforme as equações apresentadas abaixo:
𝜋2𝛼2
𝑉𝑎𝑟[𝑌] = 𝜎𝑌2 = (7)
6
γ = 1,1396 (8)
Onde:
γ → Coeficiente de assimetria.
Para a comprovação da distribuição mais adequada aos dados da série de precipitações são
utilizados os testes de aderência. Esses testes possibilitam identificar a qual deles os dados das
precipitações mais se aproximam da curva gerada. Os testes mencionados por Naghettini e Pinto
(2007) são: Qui-Quadrado, Kolmogorov-Smirnov (KS), Anderson-Darling (AD) e Filliben.
Um estudo realizado pelo CETESB (1979) apud Freitas (2016) apresentou coeficientes médios
para a desagregação de chuvas diárias em períodos de menores durações para todo o Brasil,
sendo muito utilizados devido a facilidade de aplicação.
31
Segundo Freitas (2016), esses dados, apresentados na Tabela 7 , foram obtidos a partir das
curvas de Otto Pfafstetter (1957), que relacionou médias de precipitações máximas com
períodos de retorno entre 2 e 100 anos. De acordo com, Occhipinti & Santos (1966) apud
Cardoso, Ullmann e Bertol (1998), o período de retorno não influencia significativamente no
valor dessas relações, que apresentam valores quase constantes. Cardoso, Ullmann e Bertol
(1998) ainda destacam outros estudos realizados corroborando esta informação e afirmando que
“a partir de chuvas diárias, podem-se obter chuvas de 24 horas de duração com determinada
frequência e desagragá-las para durações menores, utilizando as relações propostas por
CETESB (1979)”.
A construção da equação das chuvas pode ser realizada linearizando a formulação para chuvas
intensas (Equação 2), através da anamorfose linear (USP, 2007). Para isso, aplica-se o logaritmo
em seus termos (Equação 9) de forma que os parâmetros a, b, c e d sejam obtidos através de
sistema de equações. Abaixo é apresentado o modelo de cálculo:
- Equação da reta:
32
𝑦 = 𝑎. 𝑥 + 𝑏 (10)
- Termos correspondentes:
y → logi
a→d
x → log(t + c)
b → loga + b.logTR
- Sistema de equações:
- Subtraindo, tem-se:
Conhecidos os valores i (intensidade da chuva) e c (valor arbitrado que melhor ajusta a curva
para uma reta), é obtido o valor de b.
O valor de d (Equação 2) é igual ao coeficiente angular da reta formada pelos termos “log(t+c)”
de cada TR correspondente. Com todos os valores conhecidos, calcula-se o valor de a da mesma
equação. Desta forma, é estabelecida a equação das chuvas intensas da região.
Quando um hietograma de projeto é construído a partir de curvas IDF é fundamental que seja
realizada a distribuição temporal da chuva no decorrer de sua duração uma vez que essa
informação é perdida quando os dados de chuva são reduzidos para formar a equação IDF
(TIECHER et al. 2013, apud PAULINO, 2014).
Tucci (2007) destaca a existência de diversos estudos realizados que identificaram a presença
de grande variabilidade na distribuição temporal das precipitações durante as chuvas intensas.
Dentre estes estudos está o desenvolvido por Huff, que classifica as tempestades em quatro
grupos, chamados quartis. A precipitação intensa, analisada por Huff, teve sua duração total
dividida em quatro partes, sendo classificadas de acordo com a parte da duração em que a
precipitação máxima caiu. Para cada parte foi realizada uma análise estatística onde, desta
maneira, foram obtidas curvas de distribuição temporal médias associadas a uma probabilidade
33
Para a construçao dos hietogramas de Huff, Canholi (2005, apud PAULINO 2014) recomenda
a utilização da relação entre a duração da chuva e o quartil que ganhou a precipitação de maior
intensidade da seguinte forma:
60
50
40
30
20
10
0
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
0
5
100
% da duração
𝐹 𝑃𝑒
= (13)
𝑆 𝑃
Onde:
A relação, anteriormente descrita, assumida pelo método SCS, parte do princípio de que seus
coeficientes são iguais durante a ocorrência de uma chuva numa determinada bacia. Porém,
ainda segundo Cunha, Silva et al.(2015), um novo parâmetro é incorporado à fórmula quando
pressupõe-se que a perda inicial (Ia) é diferente de zero, ou seja, a parcela de chuva disponível
para escoamento, chamada precipitação efetiva (Pe), é obtida subtraindo-se do total de chuva
precipitado (P) a perda inicial (Ia). Desta maneira, a equação toma a seguinte forma:
𝐹 𝑃𝑒
= (14)
𝑆 (𝑃 − 𝐼𝑎)
𝑃 = 𝐼𝑎 + 𝐹 + 𝑃𝑒 (15)
(𝑃 − 𝐼𝑎)2
𝑃𝑒 = (16)
(𝑃 − 𝐼𝑎) + 𝑆
35
Algumas considerações importantes são necessárias de serem feitas para que se obtenha os
parâmetros S e Ia.
25400
𝑆= − 254 (17)
𝐶𝑁
A abstração inicial ou perda inicial (Ia) é dependente do parâmetro S. Ela está relacionada
àquela parcela da chuva que não é transformada em escoamento superficial, ou seja, essa
parcela é composta pelas interceptações, infiltrações e armazenamento superficial. Sua
determinação é dada conforme a Equação 18 e o valor de λ é fixado em 0,2, como mostra a
Equação 19 (CUNHA, SILVA, MOTA, & PINHEIRO, 2015).
𝐼𝑎 = 𝜆𝑆 (18)
𝐼𝑎 = 0,2𝑆 (19)
Para a definição do CN é necessário que seja conhecido o tipo de solo, além do seu principal
uso e ocupação. As tabelas apresentadas por Tucci (2007), disponibilizam valores para quatro
tipo de solos com características diferentes, são eles:
Solo A → Apresenta baixo escoamento superficial e alta taxa de infiltração. Esses solos
são característicos de solos de camadas espessas, arenosos com pouco silte e argila;
Sendo assim, para uma região com áreas de diferentes usos e coberturas, faz-se necessário
quantificar suas dimensões de acordo com seu uso e ocupação, atribuir o CN correspondente a
cada uma e calcular a média ponderada para se obter o CN médio da região estudada, como
demonstrado por Schäfer (2013) (Equação 20 ).
∑𝑛𝑖=1 𝐴𝑖 ∗ 𝐶𝑁𝑖
̅̅̅̅
𝐶𝑁 = (20)
∑𝑛𝑖=1 𝐴𝑖
Onde:
(continuação)
pobres, em curvas de nível 47 67 81 88
Pastagens
normais, em curvas de nível 25 59 75 83
boas, em curvas de nível 6 35 70 79
normais 30 58 71 78
esparsas, de baixa transpiração 45 66 77 83
Campos permanentes
normais 36 60 73 79
densas, de alta transpiração 25 55 70 77
normais 56 75 86 91
Chácaras estradas de terra más 72 82 87 89
de superfície dura 74 84 90 92
muito esparsas, baixa transpiração 56 75 86 91
esparsas 46 68 78 84
Florestas
densas, alta transpiração 26 52 62 69
normais 36 60 70 76
Fonte: Tucci (2007)
Tabela 9 – Valores de CN para bacias urbanas
Utilização e cobertura do solo A B C D
Zonas cultivadas: sem conservação do solo 72 81 88 91
com conservação do solo 62 71 78 81
Pastagens ou terrenos em más condições 68 79 86 89
Baldios boas condições 39 61 74 80
Prado em boas condições 30 58 71 78
Bosques ou zonas cobertura ruim 45 66 77 83
Florestais cobertura boa 25 55 70 77
Espaços abertos, relvados, parques, com relva em mais de 75% da área 39 61 74 80
campos de golfe, cemitérios, boas
com relva de 50 a 75% da área 49 69 79 84
condições
Zonas comerciais e de escritórios 89 92 94 95
Zonas industriais 81 88 91 93
Zonas residenciais
Lotes de (m2) % média impermeável
<500 65 77 85 90 92
1000 38 61 75 83 87
1300 30 57 72 81 86
2000 25 54 70 80 85
4000 20 51 68 79 84
Parques, estacionamentos, telhados, viadutos, etc. 98 98 98 98
38
(continuação)
asfaltadas e com drenagem de águas pluviais 98 98 98 98
paralelepípedos 76 85 89 91
Arruamentos e estradas
terra 72 82 87 89
Fonte: Tucci(2007)
Diante disso, a Tabela 10 apresenta os resultados para que os valores do CN sejam corrigidos
de forma que possam ser utilizados correspondendo a situação mais próxima da realidade
apresentada em campo.
(continuação)
Valores médios Valores corrigidos - AMC I Valores corrigidos - AMC II
15 6 30
10 4 22
5 2 13
Fonte: (TUCCI, 2007)
O hidrograma unitário para o SCS foi desenvolvido por Mockus (1957 apud CUNHA, SILVA,
et al., 2015) apresentando um formato curvilíneo e aproximado por um hidrograma de formato
triangular equivalente que possua o mesmo volume, permitindo, desta forma, que sua base seja
calculada por geometria de triângulos em função do tempo de pico. Sendo assim, foram obtidas
as seguintes fórmulas (COSTA e PINHEIRO, 2017; CUNHA, SILVA, et al., 2015):
𝑡𝑐
∆𝑡 = (21)
5
𝑡𝑙 = 0,6𝑡𝑐 (26)
40
Onde:
Segundo Biswas (1970); Singh (1976) apud Mota & Kobiyama (2014), tempo de concentração
é o tempo necessário para que a chuva precipitada no ponto mais distante de uma bacia chegue
na seção exutória de interesse.
Silveira (2005) aborda que a definição do tempo de concentração surge da hipótese de que a
41
bacia hidrográfica responde linearmente para o escoamento superficial direto, porém ele faz
algumas considerações em relação a esse conceito, chegando a conclusão que existem muitas
incertezas em sua efetiva interpretação. Em seu trabalho sobre o Desempenho de Fórmulas de
Tempo de Concentração em Bacias Urbanas e Rurais, Silveira (2005) testou 23 fórmulas
existentes para se obter o valor deste parâmetro. Na conclusão de seu estudo, ele apontou que
as formulações propostas por Kirpich, Ven te Chow, Corps of Engineers e DNOS apresentaram
bons resultados para bacias rurais e sugere a ordem de preferência para a escolha, conforme
Tabela 11.
Para o cálculo do hidrograma de projeto é necessário que se disponha dos seguintes dados:
hidrograma unitário sintético (U) e precipitação efetiva incremental (Pe). Com esses dados e
utilizando o processo da convolução o hidrograma curvilíneo é construído (TOMAZ,
Convolução, 2012a).
De acordo com Tomaz (2012), a convolução é um processo matemático onde combinadas duas
funções é possível determinar uma outra. Em hidrologia, são combinadas a função P exc, que é a
precipitação excedente em mm, obtida, neste caso, através do Método SCS, e a função U
relacionada ao Hidrograma Unitário Sintético dado a partir do mesmo método. A função gerada
é a que define o escoamento superficial em função do tempo, ou seja, o hidrograma de projeto.
Este hidrograma é a base de entrada para a análise do trânsito de cheias em reservatórios, que
42
O método de Puls, também denominado como Puls Modificado (BUTLER, 1957, apud
HERNANDES, 2007), de acordo com Tucci (2007), é um dos métodos mais disseminados para
a realização de simulação do trânsito de cheias em reservatórios. Ele consiste num balanço
hídrico onde, conhecidas as curvas cota x volume e cota x descarga, é possível traçar uma outra
curva que relaciona o volume armazenado e a vazão efluente.
Para a aplicação deste método, Tucci (1993) apud Hernandez (2007) observa que para ser
utilizado é necessário que o escoamento seja caracterizado por uma linha d’água horizontal,
velocidade baixa e profundidade elevada, permitindo que os termos hidrodinâmicos sejam
desprezados.
𝜕𝑆
=𝐼−𝑄 (27)
𝜕𝑡
Onde:
t → tempo, s;
Onde:
Δt → intervalo de tempo, s;
Manipulada algebricamente a Equação 28, Tucci (2007) a reordena de forma que as incógnitas
fiquem de um lado (St+1 e Qt+1) e as variáveis conhecidas de outro.
2𝑆𝑡+1 2𝑆𝑡
𝑄𝑡+1 + = (𝐼𝑡 + 𝐼𝑡+1 ) − (𝑄𝑡 + ) (29)
∆𝑡 ∆𝑡
Tucci (2007) dispõe o processo de cálculo a seguir, que se inicia a partir do conhecimento da
função Q = f(S) com a qual é possível construir outra função associando Q = f1(Q+2S/Δt).
Estabelecer o volume inicial (S0) a partir do qual determina-se a vazão inicial (V0);
2𝑆𝑡+1
Do passo anterior é estabelecido o termo 𝑄𝑡+1 + . Com a utilização da função Q =
∆𝑡
A Figura 5 mostra a curva (a) que representa a relação cota (Z) x descarga (Q) que é
dependente do tipo de extravasor. Geralmente, os reservatórios apresentam dois
extravasores: o vertedouro e o descarregador de fundo; a curva (b) que é definida pela
função cota (Z) x volume (S) (ou armazenamento) obtida através da cubagem da topografia
em que o espelho d’água ocupa; e, a curva (c) é obtida pela composição das anteriores,
44
reservatório, informando o tipo de sistema extravasor existente, que são conectados de montante
para jusante. Os dados essenciais da bacia devem ser informados, como: a área; o método de
perda (Loss Method), ou seja, o método pelo qual será calculada a parcela da chuva que não
gera escoamento superficial; e o método de transformação da chuva em vazão (Transform
Method). O HMS possui 11 métodos de perdas implementados em seu sistema onde, para cada
qual, devem ser preenchidos os dados da aba “Loss”. De maneira semelhante ocorre para o
método de transformação, onde estão disponíveis 7 métodos, sendo obrigatório o
preenchimento da aba “Transform” (U.S. Army Corps of Engineers, 2016).
Como segundo passo são criados os modelos meteorológicos através do “Meteorologic Model
Manager”, onde os dados climáticos são adicionados. Para o dado de interesse deste estudo, ou
seja, a precipitação, são disponibilizados 8 modelos distintos. O modelo escolhido é o
“Specified Hietograph”, onde para cada tempo de chuva são inseridos os dados do hietograma
correspondente, gerado, neste caso, através das curvas de Huff.
O “Control Specification” é utilizado para determinar o início e fim da simulação. Através dele
é estabelecido o intervalo de tempo utilizado.
As curvas de descarga e cota x volume, também são inseridas para a execução da simulação.
Por fim, cria-se as janelas de simulações para cada duração de chuva especificada através da
inserção dos hietogramas.
46
3. ESTUDO DE CASO
Apesar de estar inserida na região mais seca do país, chamada de Polígono das Secas, não se
pode negligenciar a revisão dos estudos para a barragem do açude Cocorobó recomendados
pelo Guia de Revisão de Segurança de Barragens elaborado pela Agência Nacional de Águas
(ANA). No que diz respeito aos estudos hidrológicos, este guia recomenda os produtos descritos
na Tabela 2 a serem fornecidos de acordo com o porte do barramento.
A bacia do rio Vaza-Barris está localizada na região nordeste brasileira e possui uma área de
drenagem total de 17.000 km² (Figura 6). Com uma extensão de 510 km, este rio nasce na Serra
da Cana Brava, no município de Uauá – BA e desemboca no oceano Atlântico, na cidade de
São Cristóvão - SE (SANTOS, 2015).
Fonte: A autora
47
Em seu estudo sobre o rio Vaza-Barris, Santos (2015) descreve sua extensão desde a nascente
até a foz em 6 partes, que denominou como VB-1 a VB-6 (ANEXO 1). As duas classificações
iniciais feitas por ele compreendem o trecho da nascente, situada na Serra da Cana Brava, até a
seção de interesse do estudo proposto, a barragem Cocorobó, localizada na cidade de Canudos,
estado da Bahia. Para essas duas partes Santos (2015) denomina VB1 e VB2.
O INDE (Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais) é um portal que reúne dados geoespaciais
existentes nas instituições do governo brasileiro, produtoras e mantenedoras desse tipo de dado
(INDE, [2017?]).
O bioma predominante da região é a caatinga, caracterizada por vegetação formada por árvores
e arbustos baixos, ramificados, espinhosos, de aparência seca e frágil. Esse aspecto é
predominante na maior parte do ano quando ocorre o período seco, porém, com a chegadas das
chuvas a flora é transformada florescendo e trazendo vida à região, como pode ser observado
na Figura 7 (MORAES, 2017).
até o eixo da barragem, disponibilizados pela ANA através do Visualizador INDE. Conforme
ANEXO 2, ela está inserida na faixa climática Tropical Brasil Central, e sua umidade
corresponde as faixas que variam de 4 a 10 meses de seca. Segundo Santos (2015), o trecho em
estudo está inserido nas regiões semiárida e árida onde a precipitação média anual é menor que
500mm.
Dados registrados pelos postos fluviométricos apresentam elevada variação nas vazões
apresentadas. O posto fluviométrico de Canudos, localizado a aproximadamente 100km da
nascente e atualmente inoperante, possui informações que indicam que no período seco o rio
Vaza-Barris, no qual está instalada a barragem, possui vazão média de 3m³/s enquanto que na
época das chuvas, compreendida entre os meses de novembro a maio, o mesmo posto registrou
vazão média diária de 684m³/s o que demonstra elevada variação dos volumes precipitados e
que o caracteriza como dryland river. (SANTOS, 2015).
A Barragem do Açude Cocorobó, construída para barrar o rio Vaza Barris, está localizada a
aproximadamente 2 km a montante da cidade de Canudos , no estado da Bahia (Figura 9). Sua
construção possuiu como objetivos principais o abastecimento da vila Nova de Canudos, a
irrigação das terras a jusante, controle de cheias, a piscicultura e o desenvolvimento das áreas
a montante (DNOCS, [2014?]).
Instalada num curso d’água pertencente à União e com uso destinado principalmente a
acumulação de água, a barragem é fiscalizada pela Agência Nacional de Águas (ANA).
Historicamente, o lago formado inundou o arraial de Canudos conhecido por ter sido o cenário
de uma das guerras mais violentas do Brasil, a Guerra de Canudos.
Fonte: A autora
A barragem possui capacidade para acumular 245.375.950 m³ e o lago formado cobre uma área
de 23,95 km² (Figura 10). Sua estrutura é composta de terra homogênea, com 33,5 m de altura
(incluída a fundação), 643 m de extensão e largura da crista com 7 m. O volume total do maciço
é de 1.250.000 m³, com cota de coroamento na elevação 362,00 m e o nível máximo de água
na elevação 361,00 m, com essas informações tem-se a borda livre com 1m de altura. Possui
uma tomada de água formada por uma galeria dupla de 1m de diâmetro, envolvida por concreto
armado, com vazão de 4,6m³/s, controlada por duas comportas planas na face de montante e
válvulas de controle manual na face de jusante (DNOCS, [2014?]).
50
A vazão total em vertedouros tipo Creager é calculada pela Equação 30, apresentada por
Azevedo Netto (1998).
3
𝑄 = 2,2𝐿𝐻 2 (30)
Onde:
51
L → comprimento do embocamento, m;
A Figura 12 detalha, de forma gráfica, os elementos para o cálculo da vazão total extravasada
da estrutura em questão. A determinação da vazão para uma certa lâmina d’água é realizada de
forma a se tomar como H a cota desejada para a obtenção deste parâmetro e proceder com o
cálculo normalmente.
4. MATERIAIS E METODOLOGIA
4.1. PRECIPITAÇÕES
A construção da série histórica foi realizada através das alturas de chuva máxima de “um dia”
obtidas da estação Uauá (Código 00939014), situada a -9°49’48” de latitude e a -39°29’00” de
longitude, na cidade de Uauá, distante cerca de 50km a montante do eixo da barragem
Cocorobó. Esta estação encontra-se em operação e tem como responsável o DNOCS –
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (ANA, [2017?]). As informações registradas
por ela apresentaram a maior série de registros pluviométricos sem falhas anuais no período de
1918 a 1991, totalizando 73 anos de dados de chuvas máximas diárias anuais ANEXO 4.
período ininterrupto de doze meses no qual acontece um ciclo anual climático completo e que
é escolhido por permitir uma comparação mais significativa dos dados meteorológicos. Seu
cálculo foi realizado através do valor médio das máximas precipitações diárias mensais do
período de 1918 a 1991. Com isso, construiu-se o Gráfico 5, onde é possível observar que no
mês de outubro as chuvas começam a aumentar e sua altura média mínima é registrada no mês
de setembro. Portanto, conclui-se que o ano hidrológico da região em estudo tem seu início em
outubro e término no mês de setembro do ano posterior.
120.00
100.00
Precipitação (mm)
80.00
Mínima
60.00 Média
Máxima
40.00
20.00
0.00
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Fonte: A autora
(continuação)
Ano Hidrológico Máximas Diárias Anuais (mm)
1929/1930 39,0
1930/1931 60,0
1931/1932 36,0
1932/1933 46,5
1933/1934 42,0
1934/1935 78,0
1935/1936 36,2
1936/1937 90,0
1937/1938 34,8
1938/1939 100,8
1939/1940 57,3
1940/1941 86,0
1941/1942 54,0
1942/1943 53,2
1943/1944 61,2
1944/1945 116,3
1945/1946 64,1
1946/1947 100,2
1947/1948 70,0
1948/1949 33,7
1949/1950 81,2
1950/1951 96,2
1951/1952 30,1
1952/1953 58,2
1953/1954 82,3
1954/1955 42,0
1955/1956 44,3
1956/1957 66,4
1957/1958 42,7
1958/1959 49,3
1959/1960 105,1
1960/1961 43,2
1961/1962 100,0
1962/1963 89,2
1963/1964 57,5
1964/1965 65,3
1965/1966 51,4
1966/1967 100,6
1967/1968 80,0
1968/1969 100,1
1969/1970 70,1
1970/1971 100,1
55
(continuação)
Ano Hidrológico Máximas Diárias Anuais (mm)
1971/1972 97,4
1972/1973 80,0
1973/1974 100,1
1974/1975 80,0
1975/1976 42,4
1976/1977 127,0
1977/1978 100,0
1978/1979 60,0
1979/1980 80,1
1980/1981 80,0
1981/1982 88,2
1982/1983 80,2
1983/1984 50,1
1984/1985 122,4
1985/1986 70,0
1986/1987 50,1
1987/1988 55,2
1988/1989 68,5
1989/1990 54,4
1990/1991 82,0
Fonte: A autora
A série histórica das precipitações máximas diárias anuais, foi submetida ao modelo de
distribuição estatística de Gumbel com o intuito de obter a altura da chuva intensa em função
do tempo de retorno. Como exposto anteriormente no item 2.2.2, esta distribuição é a que mais
se ajusta à variáveis hidrológicas. A Tabela 14 apresenta a aplicação do método resultando em
diversas alturas de chuvas para os tempos de retorno correspondentes.
(continuação)
Distribuição de Gumbel
P = β - α x ln [-ln(TR-1)/TR]
Média = 71.0 α = 18.3
Desvio Padrão = 23.5 β = 60.4
50 131,9
100 144,7
500 174,3
1.000 187,0
10.000 229,3
Fonte: A autora.
Para o estudo de caso desenvolvido neste trabalho, será utilizado o tempo de recorrência de
10.000 anos, conforme recomendação do DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica
(2005) apresentado no Tabela 6. Os testes de aderência não foram aplicados, uma vez que
optou-se pela distribuição de Gumbel, conforme mencionado.
4.1.2. Desagregação das chuvas e determinação da equação das chuvas intensas pelas curvas
IDF
A desagregação das chuvas foi realizada utilizando os coeficientes estabelecidos por CETESB
(1979) apud Freitas (2016). Para isso, foram utilizados os coeficientes mencionados na Tabela
7. Desta maneira, as alturas das chuvas obtidas através da distribuição de Gumbel foram
desagregadas para as durações de 5min., 10min., 15min., 20min., 25min., 30min., 1h, 6h, 8h,
10h, 12h e 24h, multiplicando-se a altura total calculada pelo fator correspondente a cada tempo
resultando na precipitação acumulada, conforme Tabela 15.
(continuação)
TR
2 10 25 50 100 500 1.000 10.000
Durações Durações
Altura total da precipitação (mm) – Distribuição de Gumbel
(min.) (h)
67,1 101,6 119,0 131,9 144,7 174,3 187,0 229,3
Desagregação – Lâmina d’água acumulada (mm)
30 min. 0,50 23,8 36,0 42,2 46,7 51,3 61,8 66,3 81,2
1h 1,00 32,1 48,7 57,0 63,2 69,3 83,5 89,6 109,8
6h 6,00 55,1 83,4 97,7 108,3 118,8 143,1 153,5 188,2
8h 8,00 59,7 90,4 105,8 117,3 128,7 155,0 166,3 203,9
10 h 10,00 62,7 95,0 111,3 123,3 135,3 163,0 174,8 214,3
12 h 12,00 65,0 98,5 115,3 127,8 140,2 168,9 181,2 222,2
24 h 24,00 76,5 115,9 135,7 150,4 165,0 198,7 213,2 261,4
Fonte: A autora.
250
Lâmina de chuva (mm)
200
150
100
50
0
0 5 10 15 20 25
Duração (h)
2 anos 10 anos 25 anos 50 anos
100 anos 500 anos 1.000 anos 10.000 anos
Fonte: A autora.
Utilizando os dados da Tabela 15, determinou-se as intensidades das precipitações para cada
duração de chuva (Tabela 16). Assim, construiu-se as curvas IDF, conforme demonstrado no
58
Gráfico 7. É de fácil observação que as chuvas mais intensas ocorrem em períodos de duração
mais curtos, diminuindo sua intensidade no decorrer do tempo.
A linearização das curvas IDF, para a obtenção dos parâmetros a, b, c e d destinados à formação
da equação das chuvas intensas, foi realizada conforme os procedimentos descritos no item
2.2.2. Seu resultado é apresentado na Tabela 17 e aplicado na Equação 2 para a determinação
da referida equação para o posto pluviométrico Uauá (Código 00939014) – Equação 31.
300.00
250.00
Intensidade (mm/h)
200.00
150.00
100.00
50.00
0.00
0.00 5.00 10.00 15.00 20.00 25.00
Duração (h)
2 anos 10 anos 25 anos 50 anos
100 anos 500 anos 1.000 anos 10.000 anos
Fonte: A autora.
59
880,24. 𝑇𝑅 0,1397
𝑖𝑐ℎ𝑢𝑣𝑎 = (31)
(𝑡 + 11,50)0,7551
Onde:
4.1.3. Determinação das alturas das chuvas e discretização pelas curvas de Huff
Para a determinação das alturas das chuva usadas para formação dos hietogramas de projeto,
de fundamental importância para inserção no modelo computacional, foi utilzada a equação das
chuvas para o posto de Uauá (Equação 31). Para cada tempo de retorno e duração foram obtidas
as intensidades das precipitações e, posteriormente, transformadas em lâminas d’água.
TR
100 500 1.000 10.000
Duração (min)
lâmina lâmina lâmina lâmina
i (mm/h) i (mm/h) i (mm/h) i (mm/h)
(mm) (mm) (mm) (mm)
480 15,5 124,4 19,5 155,7 21,4 171,6 29,6 236,7
600 13,2 131,8 16,5 165,1 18,2 181,8 25,1 250,8
720 11,5 138,2 14,4 173,0 15,9 190,6 21,9 262,9
1080 8,5 153,2 10,7 191,8 11,7 211,3 16,2 291,5
1440 6,9 164,7 8,6 206,2 9,5 227,2 13,1 313,4
Fonte: A autora
Considerou-se a duração da chuva igual a 24h (1440 minutos), uma vez que Tomaz (2012)
recomenda o uso de 20% a 30% acrescidos ao tempo de concentração e, Pinto, Holtz, et al.,
(2007) recomendam utilizar a duração da chuva igual a este. Para o Brasil não há um valor
padronizado no que diz respeito a este parâmetro tendo diversas recomendações como o
exposto, por exemplo. Nos EUA a duração da chuva é padronizada em 24h (TOMAZ, Método
do SCS (Soil Conservation Service) para várias bacias, 2012b). Para a discretização, tomou-se
o TR = 10.000 anos prosseguindo com a determinação recomendada por Canholi (2005), apud
PAULINO (2014), estando seus gráficos apresentados no ANEXO 5.
A bacia de contribuição do açude Cocorobó (Figura 8), é classificada como uma bacia rural e
foi determinada com auxílio da ferramenta ArcGIS a partir da utilização de dados obtidos em
formato shapefile, disponibilizadas pelo IBGE através do Visualizador INDE.
As informações essenciais a serem definidas para essa região são as que identificam o uso,
ocupação e tipo de solo presentes. Esses dados são de suma importância para a determinação
do parâmetro CN.
No ANEXO 2 estão representadas as figuras que relacionam o uso e a ocupação da área, bem
como o tipo de solo que a região possui. A partir delas determina-se o parâmetro requerido e
ajusta-o para a condição antecedente de umidade, através da Tabela 10.
O CN foi ajustado para ambas as condições antecedentes de umidade, AMC I e AMC III, solos
secos e saturados, respectivamente.
Onde:
tc → tempo de concentração, h;
Onde:
Os parâmetros requeridos pelo modelo HEC-HMS para os dois componentes citados são os que
relacionam a cota ao volume extravasado (cota x descarga) referente ao vertedouro e, a cota ao
volume armazenado, pertinente ao reservatório.
361.00
360.00
Q = 1581,42 m³/s
359.00
357.00
0.00 250.00 500.00 750.00 1000.00 1250.00 1500.00 1750.00
Vazão (m3/s )
Fonte: A autora
64
Elevação Q (m³/s)
361,90 1524,97
362,00 1581,42
Fonte: A autora
Originalmente, para a barragem do Açude Cocorobó, a curva cota x volume x área foi definida
por DNOCS de acordo com a Figura 13.
Fonte: DNOCS
Utilizando o software AutoCAD, a figura acima foi disposta de forma que os pontos pudessem
ser obtidos por posicionamento de coordenadas coincidentes com os dados observados. Desta
maneira, obteve-se as informações para a construção da curva cota x volume e a identificação
de seus valores a cada nível alcançado.
66
Para melhor compreensão, o volume alcançado no topo do vertedouro é definido como zero.
Desta forma, o volume excedente, que é caracterizado pela diferença entre o volume máximo
que a barragem é capaz de reter até a sua cota limite (El. 362,00) e o topo do vertedouro, é o
volume que estará disponível para o trânsito das cheias no reservatório. Desta maneira, os dados
da cota x volume assumem a configuração da Tabela 25.
346.00
342.00
338.00
334.00
330.00
0.00 100.00 200.00 300.00 400.00
Volume (106 m³)
Diante das informações obtidas, procedeu-se com a inserção dos dados para a simulação no
software HEC-HMS. Para isso, inicialmente, os métodos escolhidos foram informados
conforme descritos abaixo.
Esta etapa corresponde a informação do parâmetro CN. Através dele, o programa calcula de
forma automática o valor da abstração inicial (Ia). Com isso, a perda da altura da chuva por
absorção da bacia é obtida. Como descrito anteriormente, o valor do CN é ajustado da condição
antecedente média de umidade do solo para duas outras condições, CNAMC I e CNAMC III. Estas
três condições foram consideradas nas simulações.
Cada hietograma informado corresponde a lâmina d’água, obtida a partir da equação das chuvas
intensas, para uma certa duração, que foi discretizada em intervalos de 1minuto. Isso não
significa que para a duração seguinte as informações da duração anterior estejam incluídas com
os mesmos valores, o que não seria coerente quando se analisa a equação citada. Cada duração
é independente da outra, pois apresentam intensidades diferentes e, para cada duração total de
chuva a discretização do seu comportamento pelas curvas de Huff também se apresentam
desiguais.
abaixo descrita.
A área impermeável é a relação entre a área do espelho d’água e a área da bacia de drenagem.
Neste passo os dados da relação cota x volume são inseridos no campo apropriado.
Configuração do vertedouro.
Por fim, são inseridos os hietogramas para cada duração de chuva especificada e o tempo de
simulação. O tempo de simulação foi configurado para 3 dias, iniciando às 00:00h. Não existe
regra para essa determinação, podendo ser arbitrado qualquer valor, uma vez que este
corresponde ao período em que o programa realizará as análises para os dados informados. Ou
seja, para cada duração de chuva o programa pode simular o comportamento do trânsito da
cheia pelo reservatório para o tempo informado. É possível, por exemplo, prever o tempo
necessário para que o vertedouro pare seu vertimento.
Para as simulações as perdas de chuva consideradas foram apenas àquelas determinadas pelo
Método SCS. Diante de uma situação de emergência, desconsiderou-se a descarga de fundo.
69
5. RESULTADOS
5.1. SIMULAÇÃO
5.1.1. CNAMC I = 57
Para esta condição, a simulação mostrou que a duração da chuva que causou a maior elevação
no nível do reservatório sem que galgasse a barragem foi a duração de 2 horas. De acordo com
a Tabela 18, esta duração apresenta as seguintes características:
Diante da precipitação total desta duração, a bacia hidrográfica contribuinte para o reservatório
Cocorobó recebeu uma chuva que corresponde a aproximadamente 576 milhões de metros
cúbicos de água recebidos por sua área total de 3600 km².
Através do Método SCS, as perdas por absorção da bacia puderam ser calculadas. Com isso, a
precipitação efetiva resultou em torno de 173 milhões de metros cúbicos disponibilizados para
escoar superficialmente até o reservatório, como mostra a Tabela 27.
70
O primeiro gráfico apresenta o volume armazenado pelo açude e o nível alcançado pela água
em função do tempo. O segundo compreende o hidrograma afluente e efluente do mesmo, que
fazem parte dos objetivos deste estudo.
71
No trânsito das cheias, analisado com a utilização do software HEC-HMS configurado para o
método proposto e nas condições consideradas, o reservatório atingiu a elevação de 361,58
metros com o pico de armazenamento alcançando o valor de cerca de 94 milhões de m³.
Com relação ao sistema extravasor, composto pelo vertedouro, a descarga máxima efetuada por
ele correspondeu ao valor de 1.327,35 m³/s no tempo de 22,43 horas após o início da chuva, o
que podem ser observados na Tabela 28 e no segundo gráfico da Figura 15.
O CNAMC II é o valor obtido diretamente através da Tabela 8 apresentada no item 2.3, diante das
características de uso do solo da área em estudo.
Para esta condição, a simulação mostrou que a duração da chuva que causou a maior elevação
no nível do reservatório sem que galgasse a barragem foi a duração de 30 minutos. De acordo
com a Tabela 18, esta duração apresenta as seguintes características:
72
Diante da precipitação total desta duração, a bacia hidrográfica contribuinte para o reservatório
Cocorobó recebeu uma chuva que corresponde a aproximadamente 344 milhões de metros
cúbicos de água recebidos por sua área total de 3600 km².
Através do Método SCS, as perdas por absorção da bacia puderam ser calculadas. Com isso, a
precipitação efetiva resultou em torno de 138 milhões de metros cúbicos disponibilizados para
escoar superficialmente até o reservatório, como mostra a Tabela 30.
No trânsito das cheias, analisado com a utilização do software HEC-HMS configurado para o
método proposto e nas condições consideradas, o reservatório atingiu a elevação de 360,97
metros com o pico de armazenamento alcançando o valor de cerca de 78 milhões de m³.
Com relação ao sistema extravasor, composto pelo vertedouro, a descarga máxima efetuada por
ele correspondeu ao valor de 977,02 m³/s no tempo de 22,33 horas após o início da chuva, o
que podem ser observados na Tabela 31 e no segundo gráfico da Figura 17.
O primeiro gráfico apresenta o volume armazenado pelo reservatório e o nível alcançado pela
água em função do tempo. O segundo compreende o hidrograma afluente e efluente do mesmo,
que fazem parte dos objetivos deste estudo.
Para essa situação, a simulação mostrou que a duração da chuva que causou a maior elevação
no nível do reservatório sem que galgasse a barragem foi a duração de 20 minutos. De acordo
com a Tabela 18, esta duração apresenta as seguintes características:
Diante da precipitação total para esta duração, a bacia hidrográfica contribuinte para o
reservatório Cocorobó recebeu uma chuva que corresponde a aproximadamente 283 milhões
de metros cúbicos de água recebidos por sua área total de 3600 km².
Através do Método SCS, as perdas por absorção da bacia puderam ser calculadas. Com isso, a
precipitação efetiva resultou em torno de 174 milhões de metros cúbicos disponibilizados para
escoar superficialmente até o reservatório, como mostra a Tabela 33.
sua vazão de descarga, esta última dada em cms (cubic meter per second), ou seja, m³/s.
No trânsito das cheias, analisado com a utilização do software HEC-HMS configurado para o
método proposto e nas condições consideradas, o reservatório atingiu a elevação de 361,61
metros com o pico de armazenamento alcançando o valor de cerca de 95 milhões de m³.
Com relação ao sistema extravasor, composto pelo vertedouro, a descarga máxima efetuada por
ele atingiu o valor de 1.341,52 m³/s no tempo de 21,5 horas após o início da chuva, o que podem
ser observados na Tabela 34 e no segundo gráfico da Figura 19.
extravasor.
O primeiro gráfico apresenta o volume armazenado pelo açude e o nível alcançado pela água
em função do tempo. O segundo compreende o hidrograma afluente e efluente do mesmo, que
fazem parte dos objetivos deste estudo.
6. CONCLUSÃO
O estudo de caso proposto por este trabalho teve como intuito principal identificar a duração da
chuva deca milenar responsável por causar a maior elevação do nível da água no reservatório
Cocorobó, situado na cidade de Canudos – BA, sem que ocorra o galgamento da barragem.
Considerando os resultados, observa-se uma mudança considerável nas durações das chuvas
que podem colocar em risco o barramento quando o parâmetro CN é alterado. Para a condição
AMC I, a duração da chuva para a ocorrência da elevação máxima resultou em 2h, elevando o
nível do reservatório até a cota 361,58. Já na condição AMC II, onde o CN possui valor maior
do que para a condição anterior, a duração sofreu redução, resultando em 30 minutos, elevando
o nível d’água a 360,97m. A condição AMC III obteve a menor duração, 20 minutos para a
elevação máxima, em 361,61m.
As elevações máximas observadas para as condições AMCI e AMC III extrapolaram o valor
indicado por DNOCS (EL. 361,00) invadindo a área da borda livre. Portanto, eventos destas
magnitudes associados a ação do vento podem facilmente fazer com que a barragem sofra o
galgamento, colocando em risco todas as estruturas ambientais e econômicas situadas a jusante.
Diante dos resultados conclui-se que o sistema composto pelo reservatório e seu vertedouro
possui capacidade para transitar a cheia extrema decorrente do tempo de retorno de 10.000 anos,
para as durações totais de chuvas que causam as elevações máximas indicadas anteriormente.
Estas determinações possibilitam que através do monitoramento das chuvas as ações de controle
sejam executadas caso haja necessidade.
Conforme o exposto e considerando a utilização do Método SCS, que faz uso do CN, para a
prevenção do galgamento a área da bacia de drenagem deve ser monitorada quanto as alterações
mencionadas. Diante disso, cabe ressaltar a importância das atividades relacionadas ao
monitoramento das precipitações para que o galgamento de barragens seja evitado através de
ações preventivas.
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mas-estiagem-em-2016-deve-ser-ainda-mais-dura/
ANEXO 1
Distribuição da umidade
Euclides da Cunha-
Localização Nível d'água normal (m) S/I
BA
10°39'14,4"S /
Latitude/ Longitude Nível d'água máximo (m) 361,00
39°43'35,7"W
Sistema/ Subsistema Vaza Barris Nível d'água max maximorum (m) S/I
Lâmina livre
Bacia Hidrográfica (km²) 3.600 Tipo
em arco
Bacia Hidráulica (ha) 2.395 Largura da soleira (m) 90
Cota da soleira (m) 358,00
Área irrigável (ha) 460
Lâmina máxima d'água (m) 3,00
1918 12.8 19.6 8.4 24.2 1.5 20 6 4.2 4 - 48.3 42.4 48.30
1919 42.6 44.6 24.6 36.4 4.6 12.6 12.3 100 1.2 - 48.3 - 100.00
1920 40 4.4 68.4 49.2 14.2 50 5.3 8.5 22.4 8.4 45.2 68.40
1921 17 10.2 30.2 8.2 2.2 4.2 40 4.2 64.5 12.3 32.4 78.6 78.60
1922 - 60 64.4 40 5.3 40 6.4 6.3 6.2 14.2 96.8 96.80
1923 30 74.2 42.6 48.5 12.4 4.2 6.2 4.2 - - 4.2 - 74.20
1924 34.2 72.5 72.3 76.4 48.3 8.2 60.1 4.2 - - - 8.6 76.40
1925 86.4 42.6 - - - - - - - 12.2 - - 86.40
1926 67.2 22.5 74.5 42.6 34.8 8.6 8.5 - - - 44.8 5.3 74.50
1927 40 60 26.3 8.6 20 12.4 6.4 - - - 22 36 60.00
1928 12.5 - 16.2 - 6.2 - 8 - - - 39 30.4 39.00
1929 56.3 1.8 - 36.5 19.1 9.6 6 4.6 6.4 4.6 12 36 56.30
1930 8 18.6 39 6 24 10 12 6 6 18 12 12 39.00
1931 12 60 12 8 12 6 6 8 4 28 24 30 60.00
1932 36 10 25 8 4 6 12 6 36 20 10 8 36.00
1933 - 4 40 46.5 28 6.4 11 26 1.6 2.7 42 46.50
1934 18 42 21 16 - - - - - 7 - 10 42.00
1935 42.3 78 34.2 12.8 12 4 2 25 - 18 35 78.00
1936 36.2 32.5 - 22.2 7 11.2 3.7 14.4 - 23.3 90 8.8 90.00
1937 51.1 30 71.3 36.5 16.6 4.2 4 6.6 - 4.3 - 5.2 71.30
1938 34.8 16 25.4 20 - 11 24 1.6 0.6 - 6.2 31.3 34.80
1939 42.3 - 5.1 - 1.2 100.8 9 50 18 55.2 19.3 24.5 100.80
1940 57.3 54 38.4 51.5 4.2 1 6 3.1 40 1.1 45.1 9.7 57.30
1941 62.4 1.7 86 2 4.9 6 8.7 70 1.5 31.2 42.6 86.00
1942 31 54 - 36.4 21.5 7.4 2 1 4.3 10.2 15.5 22.4 54.00
1943 27.5 4.2 53.2 35.3 5 0.5 13.2 40 14.4 - 2.2 25.4 53.20
1944 25.7 1 22.4 61.2 3.2 6.5 4.1 3.5 5.4 - 116.3 93.2 116.30
1945 42.8 9.2 34.1 25 58.3 8.7 5.1 6 3 20 64.1 28.3 64.10
1946 10.1 - 25.7 12.5 14.5 3.3 50.1 7.1 2.1 - 16.7 100.2 100.20
1947 30.2 44.8 39.6 18.3 4.4 6.1 4.4 1 2.4 1 52.8 69.2 69.20
1948 3.1 7.1 28.7 70 6.2 14.1 6.1 8.1 0.2 - 12.3 33.7 70.00
1949 8.2 28.2 8.6 12.2 10.2 10.5 20 5.6 5.6 1 81.2 42.2 81.20
1950 33.5 32.2 28.2 40 6 3.3 4 1.8 1.1 66.2 36.5 40.2 66.20
1951 50 1.3 96.2 50 11.1 2.6 1.5 1.5 0.7 3 - 20.5 96.20
1952 - 30 18 5 30.1 4.4 6 2 1.3 11.4 1.7 58.2 58.20
1953 1.2 11 54.2 21.5 15.2 5.4 5.1 5 1.4 1.4 22.7 18 54.20
1954 25.2 40 34.7 82.3 60.1 10.2 6.2 5.4 - - 37.1 7.2 82.30
1955 42 - - 20 18.4 1 0.4 0.4 7.2 6 44.3 21.4 44.30
(continuação)
Máximas Diárias Mensais (mm) - Estação UAUÁ Máximas Diárias Anuais
Ano/Mês
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 (mm)
1956 6.4 12 25.5 5.6 1.6 8.2 4.2 12.6 - 3 66.4 66.2 66.40
1957 38.4 17.2 53 18.3 15 4 30 1 - - 6.7 2 53.00
1958 36.5 41.5 42.7 19.4 6 6 8.6 0.6 9.3 20.2 - 11.3 42.70
1959 49.3 19 13.2 9.3 3.2 5.3 4.4 9.6 - 1.2 12.5 - 49.30
1960 21.5 75 105.1 16.2 6.3 5.6 13.2 5.3 1 - 1.3 4.3 105.10
1961 43.2 12.1 36.6 2 1 16.2 1.6 3.7 - 1.6 - 1.3 43.20
1962 50.1 55.5 12.5 25.5 3.5 3.1 2.2 100 30 1.1 89.2 10 100.00
1963 24.8 60.4 60 16.4 7.8 7.2 1.8 5.1 0.5 - 30.7 34.3 60.40
1964 57.5 22.5 21.5 19.3 23.5 19.7 50 24.8 6.5 24.5 28.5 39.6 57.5
1965 13.7 60 65.3 49.1 4.2 12.4 5.2 6 4.2 4.2 37.2 2.3 65.30
1966 39.3 51.4 6 50.2 2.5 5.8 50 4.2 5.3 0.4 22 22.3 51.40
1967 15.7 54.2 42.3 52.2 50 100.6 10.2 0.5 11.2 4.2 17.4 22.3 100.60
1968 21.2 30.8 80 24.2 6.7 50 50 1 1 18 100.1 18 100.10
1969 16.4 20.6 46.1 23 24 19.3 2.6 2.3 0.7 3.8 1.5 70.1 70.10
1970 60 40 50 0.6 0.1 6.5 5.2 6.8 2.2 75 100.1 21.1 100.10
1971 26.2 9.4 14.5 70 70 12 1.5 4.9 5.8 0.4 19.7 28.7 70
1972 34.8 49.7 97.4 51.1 8.7 28.5 6.2 4.1 - 10.3 3.1 40.4 97.40
1973 60 13.8 30.4 40.1 80 36.1 20 9.1 30 19.5 21.2 9.8 80
1974 17.2 26.3 100.1 66 40 70 30 7.3 2.5 25.3 23 11.2 100.10
1975 32.1 47.2 25.7 27.2 7.4 40 26 80 13.2 - 4.5 42.4 80.00
1976 19.2 31.3 7.4 1.1 30 6.1 4.3 2.3 5.7 22.1 40 2.6 40.00
1977 19.2 16.7 2.8 55.3 13.5 6.7 4.6 60 127 100 95.5 40.2 127.00
1978 9.8 56.8 29 35.5 32.7 12.5 5.5 0.8 2.6 11.5 4 16.8 56.80
1979 60 51.5 42.3 23.5 11.8 12.3 6.3 0.6 3.5 - 12.8 24.6 60.00
1980 80.1 33.4 37 0.8 1.2 1.7 2.6 6.3 3.2 1.5 16.3 80 80.10
1981 36.7 1 55.2 38.5 0.8 4.3 2.6 3.3 2 1.4 32.3 88.2 88.20
1982 80.1 30 16.5 18.2 2.8 9.6 5.3 7.3 7.3 2.7 - 37 80.10
1983 13.4 80.2 53 16.3 - 6.8 70 8.2 0.5 3.8 15.2 48.3 80.20
1984 9.7 - 27.8 50.1 5.3 7.4 2.4 3.8 39.3 0.3 6.5 0.4 50.10
1985 122.4 30.3 39.2 58.3 10 38 50 6.8 2.2 6.5 35.2 28.3 122.40
1986 4.5 30.1 49.2 17.4 6.3 1.5 70 0.6 70 3.5 30 24.4 70.00
1987 14.7 30 19.8 46.2 12.2 50.1 5.2 50 1.4 - 55.2 1.8 55.20
1988 39.4 5.2 45.4 35.2 7.8 26.3 19.2 2.1 2.8 55.2 43.2 68.5 68.50
1989 30 5.7 25.5 36.2 20 2.4 7.4 40 9.5 6.8 54.4 53.4 54.40
1990 3.2 19.3 7 2 7 8 29 3 - 18 18 40 40.00
1991 42 35 82 6 4 - - - - - - - 82.00
Fonte: (ANA, [2017?])
ANEXO 5
12.0
10.0
Chuva Incremental (mm)
8.0
6.0
4.0
2.0
0.0
0 1 2 3 4 5 6
Duração (minutos)
Fonte: A autora
Hietograma da chuva de projeto – TR 10.000 anos – 10 minutos
12.0
10.0
8.0
Chuva Incremental (mm)
6.0
4.0
2.0
0.0
0 2 4 6 8 10
Duração (minutos)
Fonte: A autora
Hietograma da chuva de projeto – TR 10.000 anos – 15 minutos
12.0
10.0
8.0
Chuva Incremental (mm)
6.0
4.0
2.0
0.0
0 3 6 9 12 15
Duração (minutos)
Fonte: A autora
Hietograma da chuva de projeto – TR 10.000 anos – 20 minutos
10.0
9.0
8.0
7.0
Chuva Incremental (mm)
6.0
5.0
4.0
3.0
2.0
1.0
0.0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Duração (minutos)
Fonte: A autora
Hietograma da chuva de projeto – TR 10.000 anos – 30 minutos
8.0
6.0
Chuva Incremental (mm)
4.0
2.0
0.0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Duração (minutos)
Fonte: A autora
Hietograma da chuva de projeto – TR 10.000 anos – 60 minutos (1h)
5.0
4.0
Chuva Incremental (mm)
3.0
2.0
1.0
0.0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Duração (minutos)
Fonte: A autora
Hietograma da chuva de projeto – TR 10.000 anos – 120 minutos (2h)
3.5
3.0
2.5
Chuva Incremental (mm)
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
0 20 40 60 80 100 120
Duração (minutos)
Fonte: A autora
Hietograma da chuva de projeto – TR 10.000 anos – 180 minutos (3h)
2.5
2.0
Chuva Incremental (mm)
1.5
1.0
0.5
0.0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Duração (minutos)
Fonte: A autora
Hietograma da chuva de projeto – TR 10.000 anos – 240 minutos (4h)
2.0
1.5
Chuva Incremental (mm)
1.0
0.5
0.0
0 60 120 180 240
Duração (minutos)
Fonte: A autora
Hietograma da chuva de projeto – TR 10.000 anos – 360 minutos (6h)
1.5
1.0
Chuva Incremental (mm)
0.5
0.0
0 60 120 180 240 300 360
Duração (minutos)
Fonte: A autora
Hietograma da chuva de projeto – TR 10.000 anos – 480 minutos (8h)
1.2
1.0
0.8
Chuva Incremental (mm)
0.6
0.4
0.2
0.0
0 60 120 180 240 300 360 420 480
Duração (minutos)
Fonte: A autora
Hietograma da chuva de projeto – TR 10.000 anos – 600 minutos (10h)
1.0
0.8
Chuva Incremental (mm)
0.6
0.4
0.2
0.0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600
Duração (minutos)
Fonte: A autora
Hietograma da chuva de projeto – TR 10.000 anos – 720 minutos (12h)
1.0
0.8
Chuva Incremental (mm)
0.6
0.4
0.2
0.0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720
Duração (minutos)
Fonte: A autora
Hietograma da chuva de projeto – TR 10.000 anos – 1080 minutos (18h)
0.9
0.8
0.7
0.6
Chuva Incremental (mm)
0.5
0.4
0.3
0.2
0.1
0.0
0 120 240 360 480 600 720 840 960 1080
Duração (minutos)
Fonte: A autora
Hietograma da chuva de projeto – TR 10.000 anos – 1440 minutos (24h)
0.7
0.6
0.5
Chuva Incremental (mm)
0.4
0.3
0.2
0.1
0.0
0 120 240 360 480 600 720 840 960 1080 1200 1320 1440
Duração (minutos)
Fonte: A autora
ANEXO 6