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BRUNO BOTELHO ORLANDINI

CONTENÇÃO DE ENCOSTAS E PROTEÇÃO DE MARGENS DE RIOS


UTILIZANDO SISTEMA BOLSACRETO E COLCHACRETO

Trabalho
de Conclusão de Curso
apresentado à
Universidade do Oeste
Paulista no âmbito do
Curso de Engenharia
Civil.

Presidente Prudente – SP
2010
BRUNO BOTELHO ORLANDINI
CONTENÇÃO DE ENCOSTAS E PROTEÇÃO DE MARGENS DE RIOS
UTILIZANDO SISTEMA BOLSACRETO E COLCHACRETO

Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado à
Universidade do Oeste Paulista
no âmbito do Curso de
Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Msc. Décio


Lima de Vasconcelos Júnior

Presidente Prudente – SP
2010
A vocês, que me deram a vida e me ensinaram a vivê-la com
dignidade, não bastaria um obrigado. A vocês, que iluminaram os caminhos
obscuros com afeto e dedicação para que trilhasse sem medo e cheio de esperança.
Que sorriram com minhas vitórias e choraram com minhas derrotas. Hoje,
comemorem comigo a nossa maior conquista. Obrigado mãe. Obrigado pai.
Bruno Botelho Orlandini

Dedico esse trabalho a Sérgio Orlandini e Simonete Maria Brito


Botelho, exemplo máximo de respeito, admiração, força, integridade, esperança e
amor. Aos meus irmãos Cauê Botelho Orlandini e Vivian Botelho Orlandini, eternos
amigos e companheiros em todas as situações. À minha filha Maria Eduarda
Rodrigues Orlandini, a quem devo minha felicidade.
Bruno Botelho Orlandini
AGRADECIMENTOS

Agradeço ao professor e amigo Prof. Msc. Décio Lima de


Vasconcelos Júnior, por sua orientação, apoio, ajuda, confiança e todo esforço
colocado nesse trabalho de conclusão de curso.

Aos meus pais e irmãos, que sempre apostaram em mim, pelo


suporte, pelo apoio e principalmente pelo amor, que faz a vida valer a pena e possuir
um enorme significado. E também aos meus amigos próximos, todos estiveram
presentes na longa caminhada desta graduação. Meu muito obrigado e meu
carinho a todos.

Aos eternos e verdadeiros amigos que ganhei no decorrer deste


período e principalmente aos meus amigos da República Pó Pega com os quais
compartilhei vários momentos de alegria e tristeza. Aos professores e
funcionários do departamento de Engenharia Civil da UNOESTE.
Sem vocês seria impossível, obrigado!

À Prof.ª Msc. Maria Helena pela ajuda e explicações para a


realização deste trabalho e a todos aqueles que direta ou indiretamente
contribuíram para a realização deste trabalho.
RESUMO

A barragem da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, localizada


no rio Paraná, na divisa entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul,
possui uma grande instabilidade de taludes causado pelo processo de erosão
decorrente da ação dos ventos no espelho d’água do reservatório, onde as ondas
chegam a atingir 2 metros de altura. Este processo erosivo nos taludes dos
reservatórios, provoca recuo da margem, destruindo a mata ciliar e degradando a
encosta, levando imensos volumes de material para dentro do lago. Na margem
direita do lago a erosão é facilitada devido a baixa coesão dos sedimentos, que
possuem menor resistência, e acabam sendo facilmente desprendidos pelas ação
das ondas. O objetivo do presente estudo foi apresentar uma revisão de métodos
utilizadas para revestimento de taludes de encostas de reservatórios oriundos de
usinas hidrelétricas, enfocando as técnicas executivas, os materiais disponíveis,
suas utilizações e limitações.

Palavras Chave: Reservatório; rio Paraná; proteção de encostas;


erosão; encosta.
ABSTRACT

The dam of the Power Plant Engineer Sérgio Motta, in the Paraná river,
on the border between the states of São Paulo and Mato Grosso do Sul, has a large
slope instability caused by erosion due to wind action on the water surface reservoir,
where the waves reach up to 2 meters tall. This process of erosion on the slopes of
the reservoirs, causing retreat of the margin, by destroying riparian vegetation and by
destroying the hillside, taking huge amounts of material into the lake. On the right
bank of the lake erosion is facilitated by the low cohesion of the sediments, which
have lower resistance, and end up being easily detached by the action of waves. The
aim of this study was to present a review of methods used to coat the bottoms of
slopes from reservoirs of hydroelectric plants, focusing on the executive technique,
materials available, their uses and limitations.

Keywords: Reservoir; Paraná river, slope protection, erosion, slope.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Colchões articulados de concreto.


FIGURA 2: Aplicação de gabiões tipo colchão.
FIGURA 3: Gabião tipo colhão Reno.
FIGURA 4: Manta de proteção tipo GeoWEB.
FIGURA 5: Aplicação do GeoWEB com concreto.
FIGURA 6: Proteção de gabião no encontro de pontes.
FIGURA 7: Tipos de proteção com enrocamento.
FIGURA 8: Enrocamento arrumado.
FIGURA 9: Enrocamento Granilítico.
FIGURA 10: Revestimento típico feito em sacos de solo-cimento.
FIGURA 11: Exemplo de aplicação do Bolsacreto em estabilização de maciços.
FIGURA 12: Revestimento da margem côncava com Bolsacreto.
FIGURA 13: Proteção e urbanização de margem.
FIGURA 14: Painéis em concreto armado.
FIGURA 15: Revestimento de margem com cortina atirantada.
FIGURA 16: Painéis de concreto pré-moldado com drenagem facilitada.
FIGURA 17: Espigões com Bolsacreto.
FIGURA 18: Vista da costa do espigão com Bolsacreto.
FIGURA 19: Diques laterias em cerca de madeira.
FIGURA 20: Bacia do rio Paraná.
FIGURA 21: Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta.
FIGURA 22: Localização do município de Anaurilândia – MS.
FIGURA 23: Processo erosivo na margem direita no município de Anaurilândia –
MS.
FIGURA 24: Processo erosivo no Paredão das Araras na margem direita (MS).
FIGURA 25: Processo erosivo da margem esquerda (SP). Note a palmeira tombada
(seta vermelha) e a UHE Eng. Sérgio Motta ao fundo (seta azul).
FIGURA 26: Processo erosivo nos paredões de arenito por ação constante do
embate de ondas.
FIGURA 27: Detalhe do projeto, corte transversal esquemático.
FIGURA 28: Detalhe do projeto, perfil isométrico esquemático.
FIGURA 29: Detalhe do projeto, detalhe de sobreposição.
FIGURA 30: Caminhão-betoneira abastecendo a bomba de concreto.
FIGURA 31: Mergulhadores esticando a COLCHACRETO.
FIGURA 32: Fixação da COLCHACRETO com agulhas.
FIGURA 33: COLCHACRETO esticada e fixada.
FIGURA 34: Enchimento da colcha.
FIGURA 35: Disposição das bolsas.
FIGURA 36: Segmentos de BOLSACRETO.
FIGURA 37: Enchimento das bolsas BC-1.8.
FIGURA 38: Enchimento das bolsas BC-2.3.
FIGURA 39: Filtro de transição instalado.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Classificação das proteções.


Tabela 2: Comparação entre as obras de proteção direta e indireta.
Tabela 3: Principais tipos de proteção.
Tabela 4: Revestimento de Colchões de Gabião – Dimensões Típicas.
Tabela 5: Especificações técnicas do Bolsacreto.
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

CESP Companhia Energética de São Paulo


MS Mato Grosso do Sul
ECOA Ecologia e Ação
FCK Resistência Característica do Concreto à
Compressão
Eng. Engenheiro
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística
UHE Usina Hidrelétrica
MPa Mega Pascal
LISTA DE SÍMBOLOS

MW Megawatt
km² Quilômetro quadrado
m Metros
% Por cento
m³/s Metro cúbico por segundo
km Quilômetro
V Vertical
H Horizontal
mm Milímetro
m/s Metro por segundo
Ø Diâmetro
kg Quilograma
g/m² Grama por metro quadrado
kg/pç Quilograma por peça
tf/m³ Tonelada força por metro cúbico
l/m³ Litros por metro cúbico
psi Libra por polegada quadrada
" Polegada
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 14

2. JUSTIFICATIVA 16

3. OBJETIVOS 17

3.1 GERAL 17

3.2 ESPECÍFICOS 17

4. METODOLOGIA DA PESQUISA 18

5. PROTEÇÃO DE MARGENS DE RIOS 19

5.1 Estabilização e Proteção de Margens 19


5.1.1 Causas da instabilidade das margens 19
5.1.2 Necessidade de proteção 21
5.1.3 Métodos de proteção 21

5.2 Proteções Contínuas 25


5.2.1 Proteção com colchões 26
5.2.1.1 Elementos Articulados de Concreto 26
5.2.1.2 Elementos Articulados de Madeira 27
5.2.1.3 Colchões de Gabião 27
5.2.2 Mantas 29
GeoWEB 29
5.2.3 Gabiões Caixa 31
5.2.4 Proteção com enrocamento 31
5.2.5 Enrocamentos Sintéticos 33
5.2.5.1 Solo-cimento 34
5.2.5.2 Bolsacreto 35

5.3 Proteções Rígidas 37


5.3.1 Painéis de Concreto Armado 38
5.3.2 Cortinas Atirantadas 38
5.3.3 Placas Pré-Moldadas de concreto 39

5.4 Proteções Indiretas ou Descontínuas 40


5.4.1 Espigões 40
5.4.2 Diques 42

6 REVESTIMENTO DA MARGEM DIREITA DO RIO PARANÁ 44

6.1 Identificação da Obra 44

6.2 Histórico 46

6.3 Caracterização Da Obra 48

6.4 Procedimento Executivo 49


- Limpeza do terreno 51
- Argamassa projetada 51
- Montagem e enchimento dos colchões 52
- Montagem e enchimentos das bolsas 55
- Reaterro 57
- Paisagismo 58
- Vantagens e limitações do sistema Bolsacreto e Colchacreto 58

7. CONCLUSÃO 60
1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, o rápido processo de urbanização dos municípios


provocou a ocupação do solo de maneira descontrolada e predatória sendo
frequente o surgimento, em núcleos urbanos, de graves problemas de degradação e
erosão de encostas.
Com o passar dos anos, houve uma interferência direta nos cursos
d’água para suprir as necessidades da população, a construção de barragens,
tomadas d’água, retificação de rios, entre outros.
Devido a esses problemas de erosão em margens de rios, o estudo de
soluções se torna cada vez mais importante devido ao impacto social causado, além
do grande impacto ambiental gerado.
Com isso, faz-se necessário nas áreas atingidas pelo problema, o
controle e a recuperação da situação original com a preservação da topografia e da
mata ciliar. Isso pode ser feito com a estabilização dos cursos d’água naturais para
fixar o traçado do rio, limitando as erosões e viabilizando as segintes atividades
(TAMASHIRO, 2004):

 Obras de drenagem urbana;


 Vias de navegação;
 Controle de cheias;
 Irrigação;
 Abastecimento;
 Adução à usinas hidrelétricas

Ainda segunda Tamashiro (2004), regiões protegidas com materiais


naturais (gramas, pastos, arbustos) ou artificiais (gabião, geomanta, blocos) limitam
a ação destrutiva de um processo erosivo de qualquer natureza e a proteção dos
cursos d’água, em especial as margens, poderá ser realizada, utilizando vários tipos
de materiais e técnicas de revestimento.
Este trabalho tem como objetivo principal fornecer algumas sugestões
para contenção de margens e encostas de, lembrando que o que influencia muito
nos custos é a altura.
O uso do sistema Bolsacreto e Colchacreto é enfatizado no estudo da
obra de contenção da margem do lago da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sergio
Motta, situado no rio Paraná, localizado no município de Anaurilândia - MS. Essa
obra tem o objetivo de conter a erosão das margens do lago, protegendo assim a
mata ciliar que cerca o rio Paraná.
2. JUSTIFICATIVA

Nos locais onde a erosão já ocorreu, é necessário uma intervenção


imediata, afim de conter o avanço do problema, para que não se transforme em
uma voçoroca (desmoronamento causado pela erosão subterrânea), causando
grandes danos ao meio ambiente.
No caso do Mato Grosso do Sul, que possui uma topografia
acidentada, o problema de proteção das margens e encostas é de fundamental
importância.
O processo de erosão nas margens, causa o fenômeno de
assoreamento, que diminui a capacidade de vazão do rio e consequentemente
aumenta a ocorrência de enchentes.
O revestimento das margens dos rios se torna cada vez mais
necessário diante desta situação, um projetista de obras fluviais deve considerar tais
fatores e analisar as técnicas disponíveis, escolhendo a alternativa para
revestimento mais compatível com a região e com o problema, não esquecendo da
harmonia com a natureza, pois a preocupação com o meio ambiente torna-se cada
vez maior a cada dia.
A partir desse trabalho é possível conhecer as técnicas de proteção de
margens de rios mais empregadas em obras fluviais, como o exemplo da proteção
da margem do rio Paraná, em Anaurilândia, que foi executada com Bolsacreto e
Colchacreto.
3. OBJETIVOS
Este trabalho tem o objetivo de analisar e discutir as técnicas mais
utilizadas para proteção de margens de rios e seus métodos construtivos.

3.1 GERAL

Este trabalho tem como objetivo geral mostrar métodos para proteção
das margens de rios, enfocando as técnicas construtivas e os materiais utilizados.

3.2 ESPECÍFICOS

Mostrar a solução do problema de erosão que ocorre nas margens


direita do Rio Paraná, situado no município de Anaurilândia – MS, localizado no lago
da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, onde foi utilizado um método
conhecido como Bolsacreto e Colchacreto.
4. METODOLOGIA DA PESQUISA

O trabalho será apresentado em forma de pesquisa de campo,


mostrando as etapas construtivas e os benefícios da utilização do sistema
Bolsacreto e Colchacreto em contenção de margens de rios.
A pesquisa será realizada com amostras da obra de contenção
realizada no lago da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sergio Motta, situada no
município de Anaurilândia – MS. Os dados foram coletados com base em projetos
arquitetônicos e projetos de drenagem, o método de análise discorrerá sobre o
método construtivo e o benefício gerado pelo projeto.
5. PROTEÇÃO DE MARGENS DE RIOS

5.1 Estabilização e Proteção de Margens

O propósito fundamental da estabilização e proteção de margens de


cursos d’água, sob o ponto de vista hidráulico, é manter a seção do curso d’água
estável e dentro dos limites estabelecidos para sua utilização, seja como via de
navegação (proteção de portos, ancoradouros e acesso a eclusas), componente de
um sistema de drenagem (proteção de pistas de tráfego junto às margens, pontes,
encontros e acessos), aproveitamento hidrelétrico (proteção de tomadas d’água e
estruturas de descarga) ou abastecimento de água (proteção de propriedades às
margens do curso d’água)(BRIGHETTI e MARTINS, 2001).
A margem pode ser considerada composta pela superfície de terreno
em contato direto com a água ou imediatamente acima, assim tem-se de cima para
baixo: a berma, que somente é atingida por cheias excepcionais e pode
corresponder aos diques de proteção contra inundações, o talude, entre o nível de
estiagem mínima e o das enchentes normais e o pé de margem, abaixo do nível de
estiagem e permanentemente submerso (ALFREDINI, 2005).
A ação hidráulica sobre as margens se da na forma de correntes, que
arrastam o material constituinte e na forma de ondas, provocadas pelo próprio
escoamento, vento, operação de estruturas hidráulicas ou pelo movimento das
embarcações (BRIGHETTI e MARTINS, 2001).
A proteção deve ser projetada com maior resistência até o nível das
máximas enchentes anuais, podendo ser convenientemente aliviado para as cotas
mais altas até a cota de máxima enchente e borda livre (ALFREDINI, 2005).

5.1.1 Causas da instabilidade das margens

Para a elaboração de um projeto de proteção de margens é


fundamental o conhecimento dos fatores que afetam a estabilidade tais como as
causas e tipos de erosões, desbarrancamentos e etc. Estas causas podem de modo
geral ser classificadas em (BRIGHETTI e MARTINS, 2001):
 Ação hidráulica, devido a correntes e ondas
 Instabilidade geotécnica, resultados da saturação e
infiltração de água.
Ainda para (BRIGHETTI e MARTINS, 2001), as caudas das
instabilidades por ação hidráulica são subdivididas em:
a) Ação erosiva das correntes
Consideram-se as forças erosivas críticas sobre o material
constituinte do leito e das margens. Se a força erosiva atuante for superior à
força erosiva crítica ou limite do material, ocorrerá a erosão. Os recuos das
margens ocorre quando da erosão do pé do talude, provocando o
solopamento dos mesmo.
b) Ação das ondas
As erosões causadas pelo movimento das ondas contra as margens
podem ocorrer devido à diferentes agentes como o vento, embarcações ou a
operação de estruturas hidráulicas do tipo comportas, usinas hidrelétricas e
estações elevatórias.
c) Irregularidades localizadas no escoamento
Neste caso, a presença de extremidade de espigões, pilares de pontes,
afloramentos rochosos e outros, podem gerar turbilhões na corrente líquida que
causam o solopamento da parte inferior das margens.
As causas da erosão devido à instabilidade geotécnica dos taludes de
margem podem ser identificadas por (BRIGHETTI e MARTINS, 2001):
a) Diminuição do ângulo natural de equilíbrio
A saturação do terreno tem por consequência uma redução do ângulo
natural de equilíbrio relativo ao material, diminuindo sua resistência.
b) Rompimento generalizado da margem
A descida ou subida rápida do nível d’água ou a elevação do lençol
freático podem provocar o escorregamento da talude da margem.
c) “piping” ou retro erosão
Este fenômeno, causado pela existência de escoamento através de
caminhos preferenciais, em pontos fracos do terreno, permite que as partículas do
talude sejam transportadas pelo fluxo provocando assim a erosão progressiva
retrógrada.

5.1.2 Necessidade de proteção

A necessidade de proteção da utilização de proteção para estabilização


dos cursos d’água naturais pode ser necessária para fixar o traçado do rio, limitar
erosões, proteger estruturas ribeirinhas (tais como: rodovias, ferrovias, instalações
industriais, etc.), ou para a estabilidade de canais artificiais, utilizados em obras de
drenagem urbana, vias de navegação, obras para o controle de cheias, irrigação,
abastecimento, adução a usinas hidrelétricas, etc (MACCAFERRI, 2001).
A proteção dos cursos d’água e em especial das margens, pode ser
feita com o mais variados materials e técnicas de revestimento, que são definidos
em função das características do solo, da ação das corrente e ondas e dos objetivos
a serem atingidos (MACCAFERRI, 2001).
Para Alfredini (2005), os elementos fundamentais que constituem o
revestimento de margens são a fundação de apoio, que tem dupla função de
sustentar o talude e absorver as cargas transmitidas ao leito sem permitir o
deslizamento da margem e o revestimento de proteção, que evita a ação erosiva dos
agentes hidráulicos e impede o fluxo excessivo do lençol freático.

5.1.3 Métodos de proteção

Os métodos de proteção usualmente empregados contra a ação


hidráulica, são classificados em dois grupos, os revestimentos ou proteções diretas
ou contínuas e as proteções indiretas ou descontínuas.

Tabela 1: Classificação das Proteções


PROTEÇÃO

DIRETAS OU CONTÍNUAS INDIRETA OU DESCONTÍNUA


Obras construídas a certa
Apoiados ou executados diretamente
distância da
no
margem para desviar as
talude das margens, são as obras de
correntes e
adequação de um talude de
provocar a decantação de
MÉTODO

sustentação
material
mais reduzido, vários tipos de
sólido transportado pela água,
revestimentos
sendo a
e redes de drenagem para redução
solução em casos nos qual o solo
das
não
infiltrações.
suporte intervenções.
Redução de ângulo de talude,
PRINCIPAIS OBRAS

revestimentos das margens com


pedregulhos, cascalhos, pedras
britadas, Espigões e diques.
vegetação, revestimento asfáltico,
enrocamento com pedras lançadas,
gabiões, cortinas contínuas e muros.
Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001)

As proteções do tipo “revestimentos” são usualmente paralelas ao eixo


do canal enquanto os espigões apresentam algum ângulo com o escoamento.

Tabela 2: Comparação entre as obras de proteção direta e indireta


OBRAS

PROTEÇÃO DIRETA PROTEÇÃO INDIRETA


normalmente mais econômicas
não há diminuição da área
custos da manutenção diminuem no
hidráulica do
tempo
rio
VANTAGENS

destruição em um trecho da obra não


põe em perigo todo o resto
normalmente mais eficientes
podem ser construídas por etapas
maior garantia da fixação definitiva
a retenção de sedimentos
das
proporciona
margens
uma proteção adicional
menos eficazes e de menor garantia
construção mais complicada e
diminuem a área hidráulica
precisa
aumentam a rugosidade das
DESVANTAGENS

encarecendo a obra
margens
necessidade de manutenção
produzem perdas de carga adicionais
cuidadosa
não são aconselhadas para raios
para não se colocar em perigo
menores ou iguais a duas vezes a
toda
largura do curso d'água
proteção
Podem não fixar a margem entre elas
Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).

Tabela 3: Principais tipos de proteção


Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).

A escolha do tipo de contenção ideal é um processo criterioso e


individualizado, em função de diferentes fatores (BARROS, 2005):
 Físicos: altura da estrutura, espaço disponível para sua
implantação, dificuldade de acesso, sobrecargas, etc.
 Geotécnicos: tipo de solo a conter, presença de lençol
freático, capacidade de suporte do solo de apoio, etc.
 Econômicos: disponibilidade de materiais e de mão-de-
obra qualificada para a construção da estrutura, tempo de execução, clima
local, custo final da estrutura, etc.
Agora abordaremos os métodos de proteção incluídos em cada
categoria.

5.2 Proteções Contínuas

Também denominadas de proteções diretas ou revestimentos, são


aplicadas paralelamente à direção do fluxo, ficando em contato direto com o material
da margem propriamente dito.
Esse tipo de revestimento pode ser flexível, quando acompanham as
deformações do material base componente dos leitos, sem perder seu aspecto de
integridade, ou proteções rígidas quando não acompanham as deformações e
perdem suas características e sofrem deformações. A característica básica dos
revestimentos flexíveis é a de admitir deformações sem a perda de suas
características. Especial atenção deve ser dada para (BRIGHETTI e MARTINS,
2001):
 taludamento das margens quando o revestimento não tem
função estrutural, para inclinações da ordem de 1V:2H ou 1V:4H, garantindo a
estabilidade em função das características geotécnicas do material componente;
 revestimento deve ser poroso e drenante de forma a permitir o
alívio de pressões oriundas do fluxo d’água através do maciço componente das
margens;
 uso obrigatório de filtros no contato entre o revestimento e o
material original, composto de material granular ou sintético, impedindo a perda de
material tanto por ação da velocidade como por retro erosão;
 como a erosão no pé dos taludes de margens é a causa
principal da instabilização, atenção especial deve ser tomada quanto à proteção
destes pontos, com o prolongamento dos revestimentos para o interior do
escoamento ou aplicação de material de proteção do revestimento.
Os exemplos deste tipo são as proteções de enrocamento naturais e
sintéticos, colchões, revestimentos vegetais naturais ou consolidados, gabiões não
revestidos, elementos tipo sacos de areia, solocimento e argamassa arrumados
(BRIGHETTI e MARTINS, 2001).
Na categoria de proteções rígidas enquadram-se os revestimentos em
placas de concreto pré-moldado e moldado in loco, os muros de concreto em
gravidade e armado, as paredes de alvenaria de pedra (BRIGHETTI e MARTINS,
2001).
As proteções rígidas são muito utilizadas, entretanto apresentam
algumas limitações técnicas e de aplicação que são (BARROS, 2005):
 Exigem bom terreno de fundação (não aceitam recalques
ou assentamentos);
 Necessitam de um eficiente sistema de drenagem;
 Em geral o aterro não pode ser feito antes da total
conclusão da estrutura.

5.2.1 Proteção com colchões

Colchões são conjuntos de elementos de revestimento, articulados ou


não, que apresentam uma grande resistência à ação de ondas e correntes em
função de seu funcionamento em conjunto (BRIGHETTI e MARTINS, 2001).
Compostos de materiais diversos apresentam facilidade executiva,
excelente acabamento e economia de material. Geralmente sua resistência é muito
superior aos esforços hidráulicos a que estão submetidos, devendo-se, entretanto
especial atenção à transição entre o material de base da margem e o elemento
(BRIGHETTI e MARTINS, 2001).

5.2.1.1 Elementos Articulados de Concreto

Em geral blocos de concreto (Figura 1) com ligação entre sí,


oferecendo grande flexibilidade e resistência principalmente contra a ação de ondas.
FIGURA 1: Colchões articulados de concreto.
Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).

5.2.1.2 Elementos Articulados de Madeira

São montados colchões com elementos articulados de madeira, unidos


por barras metálicas, posteriormente preenchidos com enrocamento, aumentando
assim a resistência do conjunto. Exigem os mesmos cuidados com a transição solo-
proteção que os demais tipos de colchão (BRIGHETTI e MARTINS, 2001).

5.2.1.3 Colchões de Gabião

Os colchões de gabião são os elementos de revestimento flexível mais


empregados em obras fluviais devido à suas vantagens técnicas em relação aos
revestimentos lançados (BRIGHETTI e MARTINS, 2001).
São produzidos com malha de fios de aço doce recozido e galvanizado,
em dupla torção, amarradas nas extremidades e vértices por fios de diâmetro maior,
são preenchidos com seixos ou pedras britadas. Tem a vantagem de exigirem
espessura menor, pedras de menores dimensões e menor consumo de material.

Tabela 4: Revestimento de Colchões de Gabião – Dimensões Típicas


Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).

FIGURA 2: Aplicações de gabiões tipo colchão.


Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).
Os gabiões tipo colchão são subdivididos em células por diafragmas de
parede dupla, espaçados em intervalos regulares. Sua base, paredes laterais e de
fechamento (extremidades) são formadas a partir de um único pano continuo de
malha, obtendo-se um recipiente multicelular aberto (MACCAFERRI, 2001).
Quando são instalados e preenchidos com pedras, se tornam
elementos drenantes, armados que, devido a sua flexibilidade e pequena espessura,
são especialmente indicados na construção de revestimentos para canais,
barragens de solo, escadas dissipadoras e outros (MACCAFERRI, 2001).

FIGURA 3: Gabião tipo colchão Reno.


Fonte: MACCAFERRI (2001).

5.2.2 Mantas

Mantas são elementos contínuos, aplicados aos taludes dos canais


com a finalidade da aumentar a resistência. Geralmente são associadas à
consolidação com vegetação, predrisco asfáltico e solocimento (BRIGHETTI e
MARTINS, 2001).

GeoWEB

Manta formada de elementos losangulares de material geosintético que


aumenta a resistência do solo natural à ação do escoamento através do
confinamento de material de preenchimento. A resistência pode ser aumentada com
a associação do confinamento à fixação da vegetação (Figura 4 e Figura 5)
(BRIGHETTI e Martins, 2001).

FIGURA 4: Manta de proteção tipo GeoWEB.


Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).

FIGURA 5: Aplicação do GeoWEB com concreto.


Fonte: BIDIM (2010).
A manta GeoWEB funciona como fôrma flexível para o concreto e
como uma série de placas com juntas de dilatação, é ideal para proteção de taludes
expostos a condições severas de erosão e canais com fluxo permanente (BIDIM,
2010).

5.2.3 Gabiões Caixa

O gabião tipo caixa é uma estrutura metálica, em forma de


paralelepípedo, produzida a partir de um único pano de malha hexagonal de dupla
torção, que forma a base, a tampa e as paredes frontal e traseira. A este pano base
são unidos, durante a fabricação, painéis que formarão as duas paredes das
extremidades e os diafragmas (MACCAFERRI, 2001).
Uma das grandes desvantagens do revestimento em gabião é a
manutenção, que deve ser manual em função do grande risco de rompimento da tela
em atividades mecanizadas. Quando a manutenção é importante, torna-se
necessária a adoção de revestimento sobre o gabião, que melhora muito o
coeficiente de rugosidade das seções (BRIGHETTI e MARTINS, 2001).

FIGURA 6: Proteção de gabião no encontro de pontes.


Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).

5.2.4 Proteção com enrrocamento

Enrrocamento é um maciço composto por blocos


de rocha compactados. É muito utilizado na construção de barragens de gravidade
de face ou de núcleo impermeável e na proteção da face de montante de barragens
de terra, servindo, nesse caso, como proteção contra aerosão provocada
pelas ondas formadas no reservatório e pelo movimento de subida e descida no
nível da água.
Por enrrocamento entende-se material granular de origem natural tais o
como produzido em pedreiras e aqueles provenientes de desmonte natural de
rochas como os seixos rolados (BRIGHETTI e MARTINS, 2001).
FIGURA 7: Tipos de proteção com enrrocamento.
Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).

O enrrocamento arrumado (Figura 8) apresenta economia de material,


tanto de proteção como filtro e tem a vantagem de resultar numa rugosidade final
menor. Exige melhor mão de obra e deve ser feito a seco (BRIGHETTI e MARTINS,
2001).
A proteção com enrrocamento lançado (Figura 9) é uma forma padrão
de revestimento desde que haja material disponível em dimensões e quantidade
para aplicação no projeto (BRIGHETTI e MARTINS, 2001).

FIGURA 8: Enrrocamento Arrumado.


Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).

FIGURA 9: Enrrocamento Granilítico.


Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).

A espessura do revestimento e as dimensões das pedras devem ser


tais que resistam ao movimento causado pela correnteza e evitem a erosão do solo
da base (BRIGHETTI e MARTINS, 2001).

5.2.5 Enrrocamentos Sintéticos

Enquadram-se nesta categoria de revestimento as proteções feitas de


bolsas preenchidas com materiais diversos, como areia, concreto, argamassa e
solo-cimento.

5.2.5.1 Solo-cimento
Segundo TEIXEIRA (2006), o solo-cimento é constituído da mistura
íntima compactada de solo, cimento e água, em proporções determinadas por
ensaios prévios de laboratórios. Embora composto predominantemente de solo-
natureza, na ordem de 90% ou mais, e aí está o fator economia, depois de tratado
com cimento, esse solo adquire novas propriedades perfeitamente identificadas
através de características tecnológicas definidas pelos ensaios.
Os sacos de solo cimento são dispostos junto a margem de forma
inclinada, acompanhando o talude. Este revestimento, da mesma forma que o
bolsacreto, também situa-se na interface entre os rígidos e flexíveis pois confere
certa resistência estrutural ao talude (BRIGHETTI e MARTINS, 2001).

FIGURA 10: Revestimento típico feito em sacos de solo-cimento.


Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).

5.2.5.2 Bolsacreto

É uma geoforma têxtil de vários tamanhos padronizados,


confeccionada com tecido de combinações poliméricas, com fios de alta tração,
retorcidos e fibrilizados, semipermeável para moldagem “in-loco” dentro ou fora
d’água, com microconcreto usinado, argamassa de cimento e areia ou solo-cimento
injetável, sem necessidade de ensecadeiras, de corta-rio ou de esgotamentos.
Destaca-se, sobretudo, pelo dispositivo de microfiltragem unifluxo, que garante a
drenagem do excesso de água da massa de enchimento sem migração de colóides
(nata de cimento) e impede a entrada de água do exterior da fôrma para dentro,
garantindo a qualidade do concreto no que se refere à textura, estrutura, resistência
à tração e resistência nos ensaios de durabilidade. A resistência é obtida após a
cura do concreto, sendo que o material plástico se desfaz com o tempo
(BOLSACRETO, 2010).

FIGURA 11: Exemplo de aplicação do Bolsacreto em estabilização de


maciços.
Fonte: BOLSACRETO (2010).

Este revestimento está na interface entre os flexíveis e os rígidos


sendo também aproveitado para obras transversais como os espigões (BRIGHETTI
e MARTINS, 2001).
FIGURA 12: Revestimento de margem côncava com Bolsacreto.
Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).

FIGURA 13: Proteção e urbanização de margem.


Fonte: BOLSACRETO (2010).

O Bolsacreto apresenta as seguintes vantagens construtivas


(BOLSACRETO, 2010):
 Emprego de mão-de-obra não qualificada;
 Uso de equipamento leve e facilmente transportável;
 Não requer acessos especiais, permitindo a concretagem
de até 300m do caminhão-betoneira, por meio de mangotes de Ø 50mm;
 Facilidade de reconstrução ou reparos, em casos de
eventuais acidentes;
 Pode ser moldado com diferentes tipos de concreto fino,
com argamassa de cimento e areia e até com solo-cimento injetável;
 Rapidez na execução, podendo absorver de 8 a 10
caminhões-betoneira/dia/bomba.

Tabela 5: Especificações técnicas do Bolsacreto


Propriedades físicas da fõrma têxtil vazia:
Gramatura do tecido específico TPRF-165-BR, ASTM-D-1910 165 g/m²
Gramatura da fôrma têxtil, BC.3 de 2,95 x 1,20m (vazia) 1,65 kg/pç
Parâmetros da estrutura de Bolsacreto
Peso específico médio: 2,4 tf/m³
Concreto fino usinado FCK-7,0 2,2 tf/m³
Solo-cimento injetável (12,5% cimento/peso) 2,0 tf/m³

Peso específico submerso (água do mar):


Concreto fino usinado FCK-7,0 1,37 tf/m³
Argamassa de cimento e areia 1,17 tf/m³
Ângulo de atrito (O = Bolsacreto/Bolsacreto) 30º
Coeficiente de rugosidade (RM = Manning) 0,020
Fonte: BOLSACRETO (2010).

5.3 Proteções Rígidas

As proteções rígidas são normalmente painéis, muros e paredes que


perdem suas características quando sofrem deformações. Enquandram-se nesta
categoria os revestimentos em placas de concreto pré-moldados e moldados em
loco, os muros de concreto em gravidade e armado, as paredes de alvenaria de
pedra.

Da mesma forma que os gabiões, estas proteções devem ter sua


estabilidade geotécnica garantida, devendo-se atentar para a drenagem de sub-
pressões e a proteção contra erosão de pé, além da possibilidade de
escorregamento devido à diminuição do atrito no contado entre o solo e o
revestimento (BRIGHETTI e MARTINS, 2001).

5.3.1 Painéis de Concreto Armado

Apoiados sobre o terreno, essas placas são impermeáveis, devendo


para tanto ser previstos drenos horizontais para alívio das pressões de água (Figura
14) como apontado por BRIGHETTI e MARTINS (2001).
FIGURA 14: Painéis em concreto armado.
Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).

5.3.2 Cortinas Atirantadas

Segundo (BRIGHETTI e MARTINS, 2001), as cortinas atirantadas são


elementos estruturais para contenção, geralmente de margens verticais, que
funcionam também como revestimento.
Existem também os muros de gravidade, que se assemelham muito às
cortinas atirantadas em termos de revestimento, sendo que sua resistência é função
do peso próprio.

FIGURA 15: Revestimento de margem com Cortina Atirantada.


Fonte: (BRIGHETTI e MARTINS, 2001).

5.3.3 Placas Pré-Moldadas de concreto

São empregadas como revestimento devido à sua resistência e


durabilidade. Especial atenção deve ser dada à fundação e estabilidade ao
escorregamento, no contato entre o revestimento e o solo. Também deve ser dada
atenção à drenagem de sub pressões da parte anterior do muro (BRIGHETTI e
MARTINS, 2001).

FIGURA 16: Painéis de concreto pré-moldado com drenagem facilitada.


Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).

5.4 Proteções Indiretas ou Descontínuas


Estas proteções destinam-se a afastar a corrente das margens a serem
protegidas, criando inclusive condições para a formação de depósitos de sedimentos
que tendem a aumentar a proteção com o tempo e reduzir a necessidade de
manutenção (BRIGHETTI e MARTINS, 2001).
As obras de proteção descontínua da margem vêm a constituir
margens artificiais, alternado em planta e perfil localmente a corrente livre do curso
d’água. O afastamento
da ação hidrodinâmica da margem é normalmente conseguido com a
implantação de espigões, que são obras transversais à margem e nela enraizados,
ou diques, quando paralela ao alinhamento do canal (ALFREDINI, 2005).

5.4.1 Espigões

São obras transversais que avançam desde a margem em direção ao


eixo do escoamento, até o limite adequado para exercer sua proteção, ou até a nova
linha da margem desejada (BRIGHETI e MARTINS, 2001).

Os espigões podem ser classificados de acordo com a direção que


formam com o escoamento principal do curso d’água em: normais (normalmente
utilizados nas curvas ou em trechos flúvio marítimos sujeitos a correntes
alternativas), inclinantes ou divergentes e declinantes e convergentes (ALFREDINI,
2005).
Os espigões, como obras de proteção descontínua podem ser
classificadas em:
• Espigões isolados: para afastamento do escoamento da margem são
indicados somente em condições específicas, como a proteção de encontros de
pontes, proteção de talude de ensecadeiras, pois podem ser provocadas erosões na
margem oposta e escavação a jusante de sua extremidade. Na realidade é um
escarpamento artificial destinado a empurrar a corrente liquida para longe da
margem (ALFREDINI, 2005).
• Espigões de repulsão: impermeáveis são constituídos por um campo
de espigões que se protegem mutuamente, induzindo a presença de uma massa de
água estagnada entre a margem e a correnteza fluvial, desviando-a. O espaçamento
dos espigões normalmente é maior nos rios mais largos do que nos estreitos,
adotando se espaçamentos referenciados ao comprimento do espigão. Os
comprimentos dos espigões de repulsão vão crescendo de montante para jusante,
sendo que o primeiro espigão de montante deve ser o menos possível e construído
com cuidados especiais para resistir a vidente ação da corrente. A desvantagem
dessa forma de proteção à quanto ao aspecto econômico, pois muitas vezes se
torna mais cara de que a proteção direta da margem (ALFREDINI, 2005).
• Espigões de sedimentação permeáveis: que permitem a percolação
de água com velocidade reduzida para favorecer a sedimentação do transporte
sólido em suspensão, implantados em série para favorecer ao depósito de
sedimentos sobre a margem visando protegê-las. São eficazes em rios com elevado
transporte de sólidos em suspensão. Visando reduzir o forte efeito de descolamento
das correntes nas extremidades, devem ser de comprimento reduzido e com sua
crista declinando da margem para o canal, vindo a ser prolongado à medida que a
sedimentação da margem se ampliar (ALFREDINI, 2005).

Os espigões são construídos aos mais diversos materiais, como por


exemplo madeira, troncos e ramos de árvores, enrrocamento, elementos pré
fabricados de concreto e etc (BRIGHETTI e MARTINS, 2001).

FIGURA 17: Espigões com Bolsacreto.


Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).
FIGURA 18: Vista da costa do espigão com Bolsacreto.
Fonte: BRIGHETTI e MARTINS (2001).

5.4.2 Diques

Os diques são estruturas paralelas ao sentido do escoamento,


destinadas à proteção das margens porém sem ser aplicados sobre elas. Os diques
desviam o fluxo de forma contínua, protegendo a margem ao mesmo tempo que
definem um melhor traçado ao canal, geralmente visando a navegação do trecho
(BRIGHETTI e MARTINS, 2001).
As vantagens deste tipo de obra são: concluída a obra já definem o
canal com fixação da corrente na margem côncava, não obstrução ao escoamento e
adaptação às curvaturas do canal. As desvantagens deste tipo de obra são: por ser
obra contínua tem custo elevado de implantação e eventual correção de geometria,
instabilidade dos taludes pela ação do escoamento, que no caso de romperem pode
trazer conseqüências desastrosas, e lenta incorporação das margens artificiais à
margem por assoreamento (ALFREDINI, 2005).

FIGURA 19: Diques laterais em cerca de madeira.


Fonte: Petersen (1981).
6 REVESTIMENTO DA MARGEM DIREITA DO RIO PARANÁ

O seguinte estudo, trata-se da técnica utilizada para o revestimento das


margens do rio Paraná, e das obras de melhoria em seu leito.

6.1 Identificação da Obra

O rio Paraná é formado pela união dos rios Paranaíba e Grande, o Rio
Paraná é o segundo rio em extensão na América do Sul, com 2.570 km e o décimo
do mundo em vazão, com 16.000 m³/s na foz. Nasce entre os estados de São Paulo,
Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

]
FIGURA 20: Bacia rio Paraná.
Fonte: ECOA (2004).

A Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também chamada


de Usina Hidrelétrica Porto Primavera, está instalada no Rio Paraná à altura do
município paulista de Rosana. Tendo 80% de seu lago no estado de Mato Grosso do
Sul.

FIGURA 21: Usina Hidrelétrica Eng. Sérgio Motta.


Fonte: CESP (2010).

O lago de Porto Primavera inundou uma área de 2.250 Km², ou 225 mil
hectares, aumentando em nove vezes o leito do rio Paraná para produzir, em sua
potência instalada, 1.540 MW. Trata-se do mais extenso lago artificial do Brasil,
atingindo 10.186,20m de comprimento, e em alguns locais com largura de
aproximadamente 20 km, fato este que potencializa a formação de grandes ondas.

FIGURA 22: Localização do município de Anaurilândia – MS.


Fonte: IBGE ( 2003).
6.2 Histórico

Em meados da década de 1990, processos começaram a surgir para


impedir o enchimento do lago pelo desastre ecológico que criaria. A CESP passou,
então, em maio de 1998, a intimidar a população ribeirinha para que deixasse o local
imediatamente, tentando resolver em meses questões de ressarcimento que não
haviam sido tratadas em quase vinte anos (WIKIPÉDIA, 2010).
Quando, em novembro de 1998, a CESP conseguiu derrubar a liminar
do Ministério Público de Presidente Prudente que a impedia de encher o lago, partiu
para uma apressada inundação da área, iniciada no dia 7 do mesmo mês. Deu
seguimento ao processo sem terminar de realocar as espécies animais ali presentes
ou desmatar as áreas, por ser o local gigantesco, formado por muitos varjões, matas
fechadas e ilhas de difícil acesso – as tentativas de resgate anteriores haviam sido
fracassadas. Tampouco possuía licença ambiental do Ibama para o enchimento.
Como conseqüência, uma grande parte dos animais morreu afogada (WIKIPÉDIA,
2010).
O processo de erosão da margem direita do lago do rio Paraná
começou logo que foi concluída a segunda etapa do enchimento do reservatório, em
março de 2001, desde então o problema vem se agravando.

FIGURA 23: Processo erosivo na margem direita no município de


Anaurilândia – MS.
Fonte: Franco (2007).

FIGURA 24: Processo erosivo no Paredão das Araras na margem direita


(MS).
Fonte: Franco (2007).
FIGURA 25: Processo erosivo da margem esquerda (SP). Note a palmeira
tombada (seta vermelha) e a UHE Eng. Sérgio Motta ao fundo (seta azul).
Fonte: Franco (2007).

FIGURA 26: Processo erosivo nos paredões de arenito por ação


constante do embate de ondas.
Fonte: Franco (2008).

O promotor do meio ambiente Antônio Carlos, da cidade de Três


Lagoas – MS, entrou com um ação civil pública contra a CESP, em 2005,
resultando em um T.A.C. ( Termo de Ajuste de Conduta), obrigando a mesma a
realizar e executar os projetos necessários para a contenção de toda a extensão da
margem direita do lago da UHE Eng. Sérgio Motta.

6.3 Caracterização Da Obra

O revestimento da margem direita do lago da UHE Eng. Sérgio Motta é


uma obra que visa eliminar o problema de degradação causado pela formação do
lago da obra UHE Eng. Sergio Motta no rio Paraná.
As obras que se iniciaram em julho de 2010 tem como principais
objetivos:
 Inibir assoreamentos futuros;
 Garantir e proteger o reflorestamento anteriormente
executado, afim de recompor a mata ciliar;
 Contenção e proteção da margem.

O projeto será realizado em uma extensão total de aproximadamente


150 km, trecho compreendido entre Anaurilândia – MS, e Brasilândia – MS, sendo
que 30 km se encontram no município de Anaurilândia – MS.

6.4 Procedimento Executivo

O revestimento do trecho pertencente ao municipio de Anaurilândia –


MS, com 30 km de extensão, foi executado em sua totalidade com o sistema
Bolsacreto e Colchacreto, com espessuras 0,30 m, 0,35 m e 0,20 m, conforme
citado no capítulo 5.2.5.2.
Conforme as dimensões do projeto (Figura 27, Figura 28 e Figura 29)
se inicia a execução da obra, obedecendo as seguintes etapas:
FIGURA 27: Detalhe do projeto, corte transversal esquemático.
Fonte: CESP (2010).

FIGURA 28: Detalhe do projeto, perfil isométrico esquemático.


Fonte: CESP (2010).

FIGURA 29: Detalhe do projeto, detalhe de sobreposição.


Fonte: CESP (2010).
- Limpeza do terreno

Após a locação da obra, iniciam-se os serviços preliminares, que é


composto basicamente de escavação, aterro, limpeza e terraplanagem do terreno.
Os taludes devem estar totalmente regularizados, possibilitando assim a
implantação das bolsas e colchas.
A limpeza em locais de difícil acesso, como é o caso da margem de
Anaurilândia – MS, ocorre com a ajuda de máquinas, dentre elas, trator de esteira
D6, lembrando que todas as árvores que forem removidas durante este processo,
serão rigorosamente replantadas. Devido ao avançado processo erosivo, algumas
árvores se desprendem do solo e ficam na beira da margem, todas ela têm que ser
removidas para a perfeita execução dos serviços .
O trator esteira cria caminhos para possibilitar a passagem do
caminhão-betoneira e da bomba de concreto. O local impossibilita grandes
deslocamentos, por isso foi feita uma pequena usina de argamassa.

- Argamassa projetada

A argamassa utilizada na obra para o enchimento das colchas e bolsas


é usinada e tem um consumo de cimento de 250 kg/m³, consumo de areia de 1618
kg/m³ e consumo de água de 230 l/m³, além de 1,2 l/m³ de aditivo COMPLAST
RX508NF para retardar a pega e 0,15 l/m³ de aditivo COMPLAST NOL para
incorporar ar. A projeção é feita por bomba de concreto PUTZMEISTER P30 (projeta
19 m³/h), que é utilizada em conjunto com um mangote de diâmetro igual a 2". A
bomba atinge uma pressão máxima de 425 psi e pode executar o bombeamento
com mangote de até 150 de extenção.
A argamassa aprensenta Slump igual a 27 cm e FCK igual a 5,0 Mpa.
FIGURA 30: Caminhão-betoneira abastecendo a bomba de
concreto.
Fonte: O autor (2010).

- Montagem e enchimento dos colchões

Primeiramente foi feita uma investigação que indicou que a capacidade


de suporte é baseada em solo areno-argiloso de bom valor, decorrente da
compactação hidráulica ao longo do tempo.
Para evitar os eventuais danos provocados pelo carreamento de micro-
partículas de solo em decorrência de ondas geradas por vento sul, foi adotada uma
proteção de base em Colchacreto tipo A-20 (20 cm de espessura), com 10,00 m de
comprimento e 5,00 m de largura.
Em seguida os colchões são montados no próprio local de aplicação
devido a sua medida relativamente grande e ao peso obitido ao final do enchimento.
Para a montagem das colchas é necessária uma equipe de mergulho e
equipamentos de mergulho (Figura 30). Os mergulhadores esticam a colcha no local
de aplicação, e a fixam com agulhas no solo (Figura 31), depois de fixada são
abertos os gomos da colcha e começa a efetuar seu enchimento, o mesmo começa
da esquerda para a direita, e assim que atingir metade da largura da colcha, o
enchimento toma sentido contrário, da direita para a esquerda, afim que garantir
melhor estabilidade da colcha.
Após o enchimento da colcha, é feita a costura da parte que foi aberta
para a entrada do magote.

FIGURA 31: Mergulhadores esticando a COLCHACRETO.


Fonte: O autor (2010).

FIGURA 32: Fixação da COLCHACRETO com agulhas.


Fonte: O autor (2010).
FIGURA 33: COLCHACRETO esticada e fixada.
Fonte: O autor (2010).

FIGURA 34: Enchimento da colcha.


Fonte: O autor (2010).
- Montagem e enchimentos das bolsas

O processo de montagem e enchimento das bolsas é muito semelhante


ao processo executado nas colchas. As bolsas por sua vez apresentam medidas
menores que a colcha, e por isso são mais facilmente executados, não necessitando
de mão-de-obra especializada.
As bolsas são executadas após a execução das colchas, e são
dispostas em fileiras por segmentos, no projeto foram realizadas 4 segmentos. Não
há necessidade de se utilizar fôrmas, as bolsas são montadas sobre as colchas,
iniciando se próxima ao talude, formando a proteção da encosta. A cada nova
camada de bolsa, as mesmas tem que ser dispostas de tal forma que fiquem
“amarradas” (Figura 33) no conjunto, fazendo assim, com que fique mais estável e
aumente sua vida útil de proteção.

FIGURA 35: Disposição das bolsas.


Fonte: O autor (2010).

Os 4 segmentos ( Figura 34) de Bolsacreto que comporão a maior


parte da estrutura de proteção de margem, foram elaborados com módulos BC-1.8
de 2,70 x 1,00 x 0,30 m e instalados no sentido longitudinal ao talude.
A crista da estrutura foi elaborada com módulos Bolsacreto tipo BC-2.3
de 2,40 x 1,20 x 0,35 m e volume de 1,01 m³/peça, com peso de 2.320 Kg fora
d’água, e será instalado no sentido tranversal (perpendicular) as ondas do lado sul,
para promover a ancoragem das demais peças que compõe a estrutura.

FIGURA 36: Segmentos de BOLSACRETO.


Fonte: O autor (2010).

O processo de enchimento é muito simples (Figura 35), após a locação


da bolsa é introduzido o mangote na abertura própria e inicia-se o enchimento da
mesma, sendo que após o enchimentos , as aberturas são costuradas.

FIGURA 37: Enchimento das bolsas BC-1.8.


Fonte: O autor (2010).
FIGURA 38: Enchimento das bolsas BC-2.3.
Fonte: O autor (2010).

- Reaterro

O reaterro na interface da estrutura de proteção da margem e o talude,


é elaborado com seixo rolado convencional, via draga batelão e lançamento
hidráulico.
Para evitar a eventual fuga de finos oriundos do reaterro, será lançado
um filtro de transição com geotecido 603/2, totalmente drenante.
FIGURA 39: Filtro de transição instalado.
Fonte: O autor (2010).

Visando proteger a parte na interface da estrutura do Bolsacreto da


crista e o talude erodido, foi elaborado uma camada de micro-concreto com 20 cm
de espessura, com inclinação aroximado de 30º, destinada a dissipar a energia
cinética das ondas de maior altura e evitar o impacto diretamento no talude.

- Paisagismo

Após a finalização da execução de todas as colchas e todas as bolsas,


será feito o paisagismo, que estabelecerá uma declicidade média em todo o talude,
deixando-o com o aspecto de “rampa”. O espaço compreendido entre o talude e as
bolsas, será reflorestado com gramíneas e árvores nativas da região.

- Vantagens e limitações do sistema Bolsacreto e Colchacreto

O emprego do sistema Bolsacreto e Colchacreto para revestimento de


margens é uma solução prática e viável e cada vez mais esta sendo empregada em
função de suas inúmeras vantagens.
O sistema apresenta inúmeras vantagens se comparado a outros
sistemas.
Estas vantagens são (BOLSACRETO, 2010):
 Emprego de mão-de-obra local não qualificada;
 Uso de equipamento leve e facilmente transportável;
 Na falta de espaço permite a moldagem em espaços de
até 300 m da bomba projetora, através de mangotes;
 Facilidade de reconstrução ou reparos, em casos de
eventuais acidente.
 Pode ser moldado com diferentes tipos de concreto fino,
com argamassa de cimento e areia e até com solo-cimento injetável;
 Rapidez na execução, podendo absorver de 8 a 10
caminhões-betoneira/dia/bomba.
O sistema foi desenvolvido para moldagem no local, podendo ser
executado no seco ou na presença de água, podendo também ser executado
totalmente submerso, dispensa o uso de ensecadeira, corta-rio ou esgotamento
contínuo.
O revestimento de argamassa facilita também a auto-limpeza do canal
e impede o crescimento de vegetação. Possibilita também, quando necessário, um
processo de manutenção muito mais simples, podendo utilizar equipamentos
mecânicos leves, agilizando essas operações.
Mas o uso do sistema Bolsacreto e Colchacreto apresenta também
algumas limitações:
 A maior objeção ao seu uso tem sido por razões estéticas, a não
ser que as plantas se desenvolvam no talude, de modo a que
estas se enquadrem de forma natural.
 Preço unitário mais caro que de outros métodos.
Todos os tipos de revestimentos têm as suas vantagens e suas
desvantagens, cabe ao engenheiro projetista, a tarefa de escolher entre as opções
existentes. Em cada caso, é necessário procurar os revestimentos que possuam as
características requeridas de impermeabilidade, resistência, flexibilidade,
rugosidade, duração, baixo custo e entre esses adotar que mais se adapte a obra.
7. CONCLUSÃO

A pesquisa identificou e analisou algumas técnicas de contenção


utilizadas na estabilização de margens de rios, mostrando as técnicas construtivas e
materiais empregados nas mesmas.
Apesar da grande eficiência de algumas estruturas de proteção de
margem mostradas nesta pesquisa, essas podem estar sujeitas a ruptura,
deterioração, corrosão, desgaste ou mesmo estarem vulneráveis ao vandalismo.
Na proteção de margens e encostas, a vegetação é o principal aliado
na ajuda da estabilização dos processos erosivos, sendo que o sistema apresentado
mostra que tem a função de garantir e proteger o reflorestamento que ali será
executado.
No caso das técnicas apresentadas, devem-se considerar as
vantagens e limitações de suas aplicações, principalmente no que se refere ao uso
da vegetação e do material construtivo.
Portanto, o sistema Bolsacreto e Colchacreto apresentado nesta
pesquisa, mostrou-se como o mais eficaz para a realização da obra de contenção da
margem direita do lago oriundo da Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta no rio
Paraná. O sistema foi o mais vantajoso para o perfil da obra, apresentando um
custo beneficio global inferior ao de outras técnicas.
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS

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Acesso em: 13 de outubro 2010.

BRIGHETTI, G. e MARTINS, J. R. S. – Estabilização e Proteção de


Margens – PHD 5023 – Obras Hidráulicas. Escola Politécnica / Departamento de
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