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Chapecó
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela vida e por todas as oportunidades que me cede.
Agradeço aos meus pais pelos vastos dias trabalhados a fim de me proporcionar o curso de
Engenharia Civil, além de todo apoio e paciência durante esses 5 anos.
Agradeço a toda família, amigos próximos e namorado pelo companheirismo em meio a todos
os momentos de minha graduação.
Agradeço a minha orientadora, Professora Marieli Biondo Lopes, por incentivar a busca pelo
conhecimento em meu tema de pesquisa e guiar meus pensamentos durante essa jornada.
Análise do sistema de vedação da fundação em rocha de uma Central Geradora Hidrelétrica do oeste de Santa
Catarina
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RESUMO
O presente estudo visa analisar a eficiência de uma cortina de injeção quando executada a fim
de proporcionar tratamento à fundação a qual a Central Geradora Hidrelétrica estará assente, a
CGH estudada localiza-se em uma região onde as rochas são predominantemente de origem
basáltica. As cortinas de injeção são comumente executadas nesse tipo de obra de modo a
preencher as fissuras encontradas no maciço rochoso (rocha mais suas descontinuidades) com
calda de cimento. Tratamentos desse gênero visam a redução do coeficiente de
permeabilidade do maciço, buscando por resultado a redução da percolação da água contida
na barragem de sua montante para sua jusante, por consequência busca-se ao decorrer do
processo de tratamento uma redução conjunta da absorção de calda de cimento pelas fissuras.
De modo a analisar a eficiência da cortina de injeção foram utilizados três linhas de estudo:
obtenção de coeficiente de permeabilidade do maciço pré-tratamento; análise do consumo de
calda de cimento pelos furos e comparativo entre absorção x permeabilidade. Acerca da
permeabilidade, fórmulas matemáticas foram utilizadas para cálculo do coeficiente, onde
posteriormente o mesmo foi comparado com tabelas a fim de analisar o nível de
permeabilidade do maciço. Após para consumo de calda de cimento dos furos, analisou-se por
meio de trechos de perfuração o consumo geral da cortina e o consumo apenas absorvido
pelas fissuras. Ao final comparou-se se os trechos com maior permeabilidade foram os que
mais consumiram calda. A partir dos valores encontrados e com ajuda de critérios como de
Cruz (2004), que afirma que fundações com coeficientes menores que 5 x 10-4 cm/s o
tratamento da fundação é dispensável, pode-se constatar que na CGH estuda teve sua cortina
de injeção executada sem real necessidade, pois nenhum dos seus valores de permeabilidade
ultrapassaram o valor citado.
LISTA DE FIGURAS
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LISTA DE TABELAS
MW – Megawatts
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LISTA DE ANEXOS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 11
1.3. Justificativa..................................................................................................................... 13
2.3. Subpressão...................................................................................................................... 36
5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO
Devido aos grandes recursos hídricos encontrados em nosso país, a matriz elétrica brasileira
baseia-se em sua grande parte na utilização de fontes hidrelétricas. A água dos rios
movimentam as turbinas ligadas aos geradores possibilitando a conversão de energia
mecânica em elétrica.
Entre os possíveis tipos de obra pertinentes a construção de uma central geradora hidrelétrica
encontram-se as barragens de concreto assentes sobre maciço rochoso. Quando construídas
podem vir a apresentar problemas ligados diretamente a sua fundação, sendo um dos
principais a percolação da água por esse maciço. Contudo, pode-se amenizar a situação
melhorando a condição da fundação através de tratamentos. Citam-se como exemplo as
cortinas de injeção associadas à drenagem, cuja função é a diminuição da percolação
existente, aumentando assim a segurança e viabilizando a obra economicamente.
As cortinas de injeção consistem em uma sequencia de furos no maciço rochoso, nos quais
são injetada calda de cimento sob pressão de modo a preencher as fissuras encontradas nessa,
modificando assim suas características hidráulicas e/ou mecânicas. Tal preenchimento sela os
vazios, fraturas ou descontinuidades diminuindo a permeabilidade do maciço resultando em
uma maior resistência e menor deformabilidade do mesmo (GAMA, 2012).
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Embora haja ainda grandes discussões a cerca de seu uso, as cortinas de injeção de calda de
cimento passam a serem usadas conforme a escolha do projetista. Sua execução segue ainda
técnicas e práticas baseadas no empirismo, deve-se assim aprimorar os conceitos sobre tal,
tornando dessa maneira empreendimentos mais bem sucedidos, reduzindo prazos e custos
destes trabalhos (LOPES, 2015).
Diante desse contexto, o presente estudo tem como propósito analisar a eficiência das cortinas
de injeção no que diz respeito à vedação da fundação em rocha de uma CGH do Oeste
catarinense por meio de boletins de injeção de uma obra em andamento.
1.2. Objetivos
Analisar a eficiência da cortina de injeção com calda de cimento como sistema de vedação da
fundação em rocha de uma pequena barragem de concreto.
1.3. Justificativa
Perante as discussões sobre a real eficiência das cortinas de injeção busca-se avaliar seu
comportamento em diferentes tipos de maciços rochosos. Quando executadas sem haver
necessidade desse tratamento, aumenta-se o prazo e custo da obra.
Ainda de acordo com o mapa geológico do estado (Anexo 01) junto com seu mapa
hidrogeológico (Anexo 02), a região sofre derrames vulcânicos basálticos, sendo que a
espessuras das rochas podem superar a 1200 m.
De acordo com o estudo de Lopes (2015) as cortinas de injeção como sistema de vedação em
granito de uma barragem de concreto podem ser anuladas ou reduzidas. Assim como Levis
(2006) que também não encontrou um bom resultado nos trabalhos de injeção de calda de
cimento quando esses executados em rochas basálticas.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
As barragens podem ser definidas como obstáculos artificiais nas quais possuem a capacidade
de reter água, rejeitos, detritos, sendo para fins de armazenamento ou controle (CBDB, 2013).
Como complemento da definição, Muller (1996) afirma que uma barragem pode ser
caracterizada como uma construção na qual barra um curso d’água a fim de proporcionar a
formação de um reservatório, criando com isso um desnível entre montante e jusante.
As barragens podem ser classificadas em diferentes tipos. Seus objetivos, seu projeto
hidráulico, topografia do local, os materiais que a compõe entre outros aspectos importantes,
influenciam diretamente nessa definição. As mesmas podem ser de: concreto, enrocamento ou
terra.
A partir do momento em que se é utilizado concreto para a sua construção, esse não pode
sofrer muitas deformações. É nesse contexto que a fundação da barragem se torna um item de
extrema importância dentro da execução da barragem de concreto. Essa deve estar assente
sobre rochas com elevada rigidez, de modo a evitar que isso ocorra (SOUZA, 2013).
É desta maneira que se recomenda que as fundações de estruturas de concreto se situem sobre
rochas para tirar proveito da melhor qualidade da fundação, de modo a poder tornar as
estruturas de concreto mais esbeltas (LAGOS FILHO; GERALDO, 1998).
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De modo a conferir ao maciço rochoso, a qual a fundação está assente, mais resistência,
características como permeabilidade e deformabilidade devem ter seus valores reduzidos. Os
valores de percolação de água pelas descontinuidades do maciço exigem muitas vezes a
utilização de tratamentos como o de cortinas de injeção de calda de cimento (GAMA, 2012).
Para Costa (2012), em barragens, a percolação da água armazenada ocorre através do corpo
da barragem ou pelas suas fundações. Assim pode-se considerar uma barragem estanque
quando não ocorre percolação da água com valores significativos da montante para jusante,
sendo tanto pela barragem ou pela fundação.
A quantidade de água admitida para percolação do conjunto maciço – fundação deve ser
avaliada de acordo com a finalidade da barragem (CRUZ, 1996). Quando a percolação passa a
ser considerada excessiva, consequentemente promove prejuízos na obra como: erosão interna
da barragem ou fundações; fugas excessivas de água do reservatório; subpressões elevadas na
base da barragem comprometendo a estabilidade da obra em caso de barragens em concreto
(BENTO, 2014).
Contudo, pode-se perceber que nem sempre é possível utilizar um material “ideal” para a
execução da fundação da barragem, sendo assim deve-se conhecer suas características para
que se possa torná-lo o mais adequado possível.
Já o maciço rochoso por sua vez, é um meio descontínuo formado pela rocha e suas
descontinuidades, e que também compreende a presença de água e o estado de tensões. As
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descontinuidades citadas são, por exemplo, fraturas, juntas de alívio, falhas, foliações;
originárias do processo de formação e evolução das rochas (JAQUES, 2014).
De modo geral, Fiori e Carmignani (2009) afirmam que a rocha é o material sólido, sem
defeitos, pressupondo assim que essa venha a possuir uma maior resistência e menor
permeabilidade e deformabilidade. Porém essa rocha é somente uma parte do maciço rochoso,
a outra parte do maciço é composta pelas descontinuidades.
De acordo com a NBR 6502 (ABNT, 1995) a maneira encontrada pela água para a passagem
pelas fraturas do maciço rochoso pode ser denominada como condutividade hidráulica.
Porém, adentro da estrutura do trabalho seguirá a permanência e amplo uso do termo
permeabilidade para tal ação.
O processo de fluxo de água por meio das descontinuidades do maciço ocorre dependendo de
todas as demais, pois para que a água consiga fluir por meio de uma fratura em certa direção,
essa precisa percolar por outras fraturas em diferentes sentidos, de modo que se interconectem
(LOPES, 2015).
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Dessa forma Celestino (1986 apud AZEVEDO; ALBUQUERQUE FILHO, 1998) afirma que
não deve-se trabalhar individualmente com cada descontinuidade do maciço rochoso, e sim
com sua totalidade.
De acordo com Bento (2006), o ensaio é utilizado para avaliar a necessidade de tratamento de
fundações quando a permeabilidade e fraturação do maciço podem constituir fatores de risco,
destacando ainda os principais objetivos da realização do ensaio:
O ensaio de perda d’água sob pressão baseia-se nos ideais criados por Maurice Lugeon em
1933, sendo assim conhecido muitas vezes como ensaio Lugeon. O mesmo é realizado in sitsu
por meio de sondagem mecânica. Lugeon sugeriu que antes da injeção de calda nos furos,
deveria-se realizar injeções com água para testar a permeabilidade do maciço (AMARO,
2015).
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De acordo com Oliveira, Silva e Ferreira Júnior (1975), a realização do ensaio consiste em
injetar água sob pressão em uma sequência de furos de sondagem, isolados por obturadores
simples ou duplos (Figura 01), e determinar a medida da quantidade de água que infiltra no
maciço em certo tempo, sob determinada pressão.
(a) (b)
Fonte: AMARO (2015).
Porém, segundo Corrêa Filho e Iyomasa (1983 apud PORTO, 2002) a partir de 1954 os
ensaios realizados a fim de testar a permeabilidade do maciço foram modificados, onde o
ensaio passou a ser realizado com as pressões de injeção de água relacionadas com a
profundidade, sendo aplicado 10 kPa (0,1 kgf/cm²) de profundidade do trecho ensaiado,
correspondendo a 2 kPa (0,2 kfg/cm²) por metro de profundidade de furo, aproximadamente.
Desse modo foi introduzida uma nova unidade expressa em litro/(min.metro.kgf/cm²), a
unidade de perda d’água específica (PE).
Os autores ainda complementam que em 1975 foram estabelecidas diretrizes para execução
dos ensaios de perda d’água, editadas pela ABGE – Associação Brasileira de Geologia de
Engenharia, sendo esse um marco a fim de padronizar os procedimentos de execução,
cálculos, interpretação e comparação dos resultados obtidos nos ensaios de diversas obras.
Segundo Oliveira, Silva e Ferreira Júnior (1975), o novo ensaio de perda d’água consiste na
injeção de água sob pressão em um trecho de um furo de sondagem, medindo assim a
quantidade de água que penetra pelo maciço em um determinado tempo, sob determinada
pressão. O mesmo é realizado em vários estágios de pressão em que cada um destes estágios é
mantido durante um período mínimo para obter-se uma vazão constante, obtendo desta
maneira um fluxo permanente. A absorção obtida no estágio analisado é anotada em termos
de vazão (l/min), e para cada conjunto de valores absorção x pressão, é possível obter-se
resultados de permeabilidade do trecho ensaiado.
O ensaio citado pode ser realizado em um único furo ou mais, quando em múltiplos furos é
denominado ensaio tridimensional. Durante a execução desse método de ensaio ocorre à
injeção ou bombeamento de água em um furo e monitora-se a pressão em furos vizinhos
obtendo-se assim uma rede tridimensional de condutividade (LEVIS, 2006).
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De acordo com Cruz (1996) quando realizado, o ensaio busca fornecer a partir dos resultados
dois tipos de informações de maior importância sobre o maciço rochoso, a possibilidade de
definir seus tensores de permeabilidade e se o fluxo dentro desse é controlado por meio de
descontinuidades preferencias, nas quais devem ser estudas através de um modelo de fluxo
descontínuo.
Para realização do ensaio de perda d’água sob pressão, Porto (2002) descreve os
procedimentos. Primeiramente injeta-se água com pressão de 10 kPa, essa ocorrendo
constantemente durante o tempo necessário para estabelecer um regime de percolação
permanente. Depois de atingido o regime, a cada minuto registram-se cinco valores de vazão
correspondentes aos volumes de água lidos no hidrômetro, os quais representam a absorção de
água injetada no maciço. Caso não ocorrer alterações significativas nas três primeiras leituras
de vazão, portanto sendo menores que 10%, o ensaio desse estágio pode ser encerrado,
passando para estágio seguinte de pressão.
Posteriormente o estágio inicial realizado, com cuidado, aumenta-se a pressão para o estágio
intermediário, registrando os cinco valores de vazão após a estabilização do fluxo. Seguindo o
ensaio aumenta-se gradualmente a pressão do manômetro para aplicar a pressão de estágio
máximo (terceiro estágio de pressão) e, faz-se o registro das vazões conforme estabelecido no
passo anterior (PORTO, 2002).
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Ainda segundo o autor, como próximo passo conclui-se o estágio de pressão máxima, e assim
pode dar-se início ao processo de redução da pressão para o estágio intermediário de pressão
(quarto estágio) e, finalmente se reduz para o estágio mínimo (quinto estágio). Registram-se
as vazões da mesma forma retratada nos passos anteriores, e em seguida, encerra-se o ensaio,
registrando todas as anotações na folha de campo.
A permeabilidade possui sua variação não em termos percentuais, mas sim em magnitudes ou
em ordens de grandeza (por exemplo, ou ). A seleção de um valor
representativo para essa magnitude é de grande importância para dimensionamento de grandes
obras como as barragens (AMARO, 2015).
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Argilito
Calcário
Argilito Xistoso
Xisto Argiloso
Ardósia
Onde:
Ha: Carga de coluna d’água (m);
Pm: Pressão Manométrica medida no topo do furo (kgf/cm²);
Pc: Perda de carga na canalização (kgf/cm²);
A carga da coluna d’água (Há) deverá ser determinada de acordo com a posição do
nível d’água em relação ao trecho ensaiado:
= + + h/2
= +
=- +
Onde:
PE =
onde:
Q = vazão (l/min);
Pe = carga efetiva aplicada no trecho (kgf/cm²);
k= (03)
k (cm/s) = (04)
K (cm/s) = (05)
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F= (06)
k = Pe . F (07)
Autores como Foyo, Sanches e Tomillo (2005 apud LEVIS, 2006) propuseram um método de
classificação dos maciços rochosos a partir da análise do Índice de Permeabilidade Secundária
(SPI), na qual corresponde à absorção de água pelas suas fraturas. Essa classificação não
reflete a resistência da rocha intacta e sim a qualidade da rocha baseada nas feições de
permeabilidade do maciço. A Figura 02 busca mostrar a relação entre o Índice de
Permeabilidade Secundária e a qualidade do maciço rochoso e também a necessidade de
tratamentos com injeção para cada tipo.
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Ainda de acordo com Gama (2012), as fundações de barragens que ultrapassem mais de 15
metros de profundidade, e até algumas pequenas, em que são construídas sobre maciços
rochosos geralmente recebem como tratamento injeções de caldas à base de cimento.
O tratamento consiste na injeção de calda por meio de furos para o interior dos maciços
alterando suas características hidráulicas e/ou mecânicas. Como resultado das injeções
designadas de permeação ocorre a selagem dos vazios, fraturas ou descontinuidades,
atribuindo ao maciço rochoso uma maior resistência e menor deformabilidade (GAMA,
2012).
A injeção de calda de cimento em furos caracteriza-se em fazer introduzir nos poros, fraturas
e descontinuidades do maciço rochoso substâncias aglomerantes, de endurecimento ao longo
do tempo, a fim de impermeabilizar ou consolidar a zona injetada. O produto injetado é
constituído geralmente pela mistura água e cimento podendo ser adicionado à essa também
outros produtos como benzonita, pozolana, areia, asfalto, etc (SOUZA, 2013).
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Durante execução da cortina abrem-se furos chamados primários, nos quais são distanciados
em 6 à 12 metros. Após sua injeção são abertos os furos secundários à meia distância dos
primários. Caso necessário executam-se os furos terciários, com intenção de diminuir o
espaçamento entre os furos de injeção até que se atinja o grau de impermeabilização
necessário (LEVIS, 2006). A Figura 03 mostra o perfil de uma cortina de injeção com seus
respectivos furos.
Levis (2006) ainda comenta que a cortina de injeção é feita de modo que os furos primários
estejam distanciados pouco menos que duas vezes o raio da seção circular de influência da
injeção. Pode concluir-se neste caso que somente são necessários os furos primários para
executar a cortina, sendo os furos secundários de modo a servir como uma verificação e
complementação deste trabalho, conforme mostra a Figura 04.
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A selagem das fraturas ocasionadas pelo uso de cortinas de injeção é um requisito para
construção de barragens assentes sobre maciços rochosos, porém admite-se que é incorreto
desejar que uma cortina de injeções seja completamente estanque, pois essa estanqueidade
absoluta nunca é necessária e as deficiências do próprio método construtivo impede que tal
aconteça (COSTA, 1991).
As injeções de calda de cimento podem ser divididas de acordo com suas finalidades (LEVIS,
2006):
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Costa (2012) complementa que as injeções do tipo consolidação possuem dupla aplicação na
execução de barragens, uma é melhorar as características de resistência da fundação e outra
melhorar as condições para escavação de obras subterrâneas associadas à barragens. Os furos
possuem profundidade de 6 à 9 m e espaçamentos entre 4 e 8 m.
Ainda afirma que para a execução de injeções de colagem o projetista deve levar em
consideração o espaçamento entre as sondagens, altura do concreto para início das
perfurações, equipamento de perfuração, diâmetro e inclinação dos furos. Embora pouco
utilizadas, são úteis quando a fundação rochosa se apresenta muito fraturada ou irregular.
Adota-se assim uma malha de furos verticais espaçados de 5 m, perfurados a partir da altura
de 3 m no concreto e os prolongando 3 m em rocha (COSTA, 2012).
É a partir desta afirmativa que Gama (2012) afirma que surgem diferentes tipos de materiais
constituintes das caldas de injeção. Porém, devido aos diferentes comportamentos que as
caldas podem apresentar de acordo com seus elementos integrantes é possível agrupá-las em
três categorias: caldas ou suspensões particuladas; soluções coloidais e soluções puras.
particulados, podendo ser cimento, argilas ou areias e, dependendo da sua composição, podem
ser estáveis ou instáveis.
Já as soluções coloidais igualmente conhecidas como caldas químicas são constituídas à base
de silicatos de sódio e soluções reagentes (orgânicas ou inorgânicas) que irão criar géis, mais
ou menos duros, dependendo das concentrações utilizadas para a sua realização. Sua
viscosidade tende à aumentar com o tempo (MOREIRA, 2015).
E por fim, ainda segundo Moreira (2015), as soluções puras também conhecidas como caldas
químicas, diferem-se das anteriores por terem como base resinas. Assim como as soluções
coloidais são raramente utilizadas em tratamentos de maciços rochosos, são utilizadas
principalmente nas injeções em zonas com elevado caudal de percolação.
Bento (2006) divide o sistema de pressão de injeção em dois tipos e os caracteriza como
sistema europeu e sistema americano. Em uma bomba de injeção de máxima capacidade de 60
l/min é ligada diretamente ao furo, que é injetado, introduzindo-se um obturador até o topo do
trecho a ser injetado. Em outro adota-se uma bomba de injeção de alta vazão (diversas
centenas de l/min), que alimenta o circuito fechado sob pressão, respectivamente.
Quando realizadas altas pressões de injeção, essas tendem a produzir um alargamento das
fissuras permitindo assim uma melhor penetração até mesmo de caldas mais grossas e feitas
com cimentos comuns. Pressões elevadas aumentam a quantidade de calda injetada e o raio de
influência da mesma, tornando o tratamento mais eficiente com menor quantidade de
perfurações. Porém pressões muito altas podem abrir fissuras que estavam seladas e no caso
de rochas com baixa resistência criar novas fraturas por fratura hidráulica (LEVIS, 2006).
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É dessa maneira que se torna evidente que ao invés de adotar precipitadamente qualquer uma
das regras de pressão de injeção, a escolha das mesmas deve ser efetuada com base em fatores
específicos a cada obra incluindo, dentro do possível, as condições em cada furo específico a
injetar (GAMA, 2012).
Metodologia proposta por Houlsby em 1976 e atualizada em 1990, com o objetivo de avaliar
a necessidade de tratamento em variadas situações em que se encontram os maciços rochosos,
dessa forma criou a “árvore da decisão” (Figura 05), esquema na qual faz avaliação a partir
dos valores encontrados em teste do tipo Lugeon (BRANDÃO, 2014).
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Brandão (2014) ainda afirma que os princípios fundamentais para a definição e execução das
injeções, na metodologia proposta por Houlsby são:
Início das injeções com uma pressão baixa, durante alguns minutos, de modo a
verificar a existência de fugas para a superfície, ligações com outros furos ou
movimentos da rocha;
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De acordo com Gama (2012), o princípio geral de tratamento utilizado no método Houlsby
consiste em iniciar a injeção com a calda mais espessa possível na qual seja capaz de penetrar
adequadamente nas descontinuidades injetáveis mais finas. É incorreto iniciar a injeção com
uma calda muito espessa, pois essa irá imediatamente obstruir a entrada das descontinuidades
sem as penetrar. Contudo, do mesmo modo, havendo-se a utilização de caldas demasiado
finas o tratamento se tornará de fraca qualidade.
No quesito pressão da injeção, Gama (2012) ainda comenta que o objetivo do método é a
aplicação máxima de pressão que o maciço pode suportar sem que ocorra sua fratura, de
modo que atinja a máxima capacidade de penetração da calda. É recomendada a pressão
máxima de 1 MPa para rochas médias e fracas. A Figura 06 apresenta valores de pressão nas
quais são medidas à superfície e relacionadas com a distância ao fundo do furo ou trecho a ser
injetado.
Moreira (2015) explica que os volumes de calda de cimento e pressões de injeções de acordo
com o método de Lombardi e Deere devem atender as especificações do maciço. Os valores
de pressão são independentes do valor GIN, e a respeito das caldas a utilizar sugere um traço
entre 0.7:1 e 1:1.
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Buscando analisar esse parâmetro, Costa (1991) afirma que atualmente projetistas não estão
buscando avaliar o desempenho desse tipo de tratamento em obras já executadas e nem
normatizar os critérios mais coerentes com as reais necessidades de tratamento, e sim
buscando superestimar as características das fundações, dispensando o uso de cortinas de
injeção ou projetando cortinas nem sempre eficientes. É desse modo que se dificulta
reconhecer a real necessidade das mesmas.
Para Gama (2012) os critérios de controle e garantia da eficácia do uso de cortinas de injeção
implica na execução de furos de verificação para analisar se realmente está sendo atingida
uma redução na percolação de água depois da conclusão da injeção. Esse ainda afirma que
outro aspecto importante é o controle da redução de calda absorvida na qual pode ser um
indicativo do sucesso ou não das cortinas, porém verificar uma redução progressiva não é
considerado como prova de que a permeabilidade foi reduzida, levando em consideração
todos os problemas geológicos do maciço.
Contudo, existem várias causas que tornam as cortinas de injeção ineficientes, sendo algumas
delas: má qualidade dos dados analisados para definição sobre a necessidade de injeções;
furos em posições inadequadas em relação às condições geológicas locais; falha durante o
dimensionamento das pressões de injeção ou consistência da calda; falta de controle ou
avaliação da eficiência do tratamento executado (COSTA, 1991).
É nesse aspecto que Cruz (1996) menciona que a eficiência da cortina de injeção não pode ser
simplesmente avaliada a partir de leituras realizadas com piezômetros ou critérios de projetos
convencionais, pois esses muitas vezes não consideram completamente as condições
específicas da fundação.
Lopes (2015) atestou a real eficiência dos serviços de vedação em granito no vertedouro da
UHE Jirau, localizada no Rio Madeira (RO). O estudo foi baseado em testes de redução do
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Lopes (2015) na segunda análise de seu estudo, através do acompanhamento pari passu de
consumo de calda, observando o maciço de forma geral, verificou que houve redução de
absorção de calda de 27% assim concluída que a atividade de injeção foi funcional.
E por fim na análise da subpressão, a mesma autora constatou que essa não ultrapassou os
limites referenciados em projetos, porém como não foi utilizado o método racional com
retroanálise, não foi quantificado o quanto a cortina de injeção contribuiu para estes valores.
Em seu trabalho a autora conclui que adotando o critério de Cruz de 1996, que prescreve que
fundações com coeficientes menores que 5x cm/s não há necessidade de tratamento,
conclui-se assim que as atividades de injeção na UHE Jirau poderiam ter sido anuladas ou
reduzidas, diminuindo o prazo e custo destes serviços.
Já Levis (2006) procurou avaliar a eficácia dos sistemas de vedação e drenagem de maneira
probabilística, utilizando métodos estatísticos em obras já prontas fundadas em rocha
basáltica. O estudo da autora consiste primeiramente em compilação e ajustes de curvas de
distribuição estatística aos valores de absorção de calda de cimento das barragens da Usina
Hidrelétrica de Salto Caxias e da derivação do Rio Jordão no estado do Paraná.
Para a mesma autora a eficácia de uma cortina de injeção pode ser avaliada nos trabalhos de
injeção controlando os valores de calda absorvida, e na cortina em si, através da verificação
da diminuição das subpressões e das vazões de percolação, contudo através da análise da
tendência das curvas de distribuição encontradas, não foi possível comprovar o bom resultado
dos trabalhos de injeção realizados nessa obra.
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Para as duas barragens Levis (2006) cita que ficou evidente a influência da permeabilidade
em questão da eficácia da cortina de injeção. Em todos seus casos de ineficácia encontraram-
se permeabilidades em maciços rochosos muito baixas, inferiores a cerca de 5x cm/s.
2.3. Subpressão
Dentre os esforços que podem atuar sobre uma barragem, a determinação das pressões nas
fundações causadas pelo fluxo de água é considerada um dos maiores problemas no que se
trata de obras hidráulicas (VOLKMER, 2011).
Levis (2006) caracteriza a subpressão (Figura 07) como esforço ascendente, na qual é
exercido na base das barragens, devido à água que percola pelo maciço rochoso da fundação.
Ela é atuante no alívio do peso da estrutura, levando a obra a uma condição menos segura,
devido ao fato de diminuir sua resistência ao deslizamento.
Para Volkmer (2011) é a porosidade do concreto da barragem que permite uma infiltração de
água em seus vazios, permitindo a existência de pressão intersticial. Essa pressão exercida
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pode ser expressa pelo produto da massa específica da água (a) e a altura (h) alcançada pela
água, sendo denominada poropressão.
A autora define ainda que a subpressão corresponde à componente vertical das poropressões
citadas, exercendo um esforço na estrutura ou em sua fundação no sentido de baixo para cima,
em planos determinados das estruturas de barragens de concreto, principalmente nas juntas de
concretagem, no contato estrutura-fundação ou em descontinuidades da fundação (fraturas,
falhas, contatos geológicos etc.).
A drenagem pode ser considerada um dos métodos mais eficientes no que diz respeito ao
efeito de subpressão, assegurando o coeficiente de segurança das estruturas de concreto de
uma barragem. Em barragens de concreto – gravidade, a subpressão pode ser reduzida por
meio de furos de drenagem abertos na galeria específica para este serviço (LOPES, 2015).
Os furos de drenagem citados são abertos no maciço rochoso, com ajuda de equipamentos de
rotopercussão, geralmente com diâmetros de 75 mm. Na grande maioria dos casos, são
executados através da galeria de drenagem existente no corpo da barragem de concreto,
devendo ser sua profundidade suficiente para interceptar os principais veículos de percolação
do maciço rochoso, com espaçamento entre 3 m a 5 m. Caso venha ocorrer a existência de
uma cortina de injeção nesta mesma galeria, a injeção deve preceder aos drenos para evitar a
sua colmatação (COSTA, 2012).
Atualmente, os critérios para análise da subpressão são determinados por diferentes órgãos
reguladores, nos quais fixam valores de subpressões máximos que podem ser admitidos nas
diferentes fases do projeto de uma barragem, Levis (2006), define alguns destes: critério U.S.
Army Corps of Engineers e critério Cruz de 1996.
De acordo com Levis (2006), o critério U.S. Army Corps of Engineers realiza as
considerações da subpressão ao longo da base e na fundação da barragem. Esse critério sugere
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que a subpressão age em 100% da base e sua distribuição depende da eficiência dos drenos e
da cortina de injeção, quando aplicáveis, e de feições geológicas como: permeabilidade da
rocha, falhas e juntas. O valor da subpressão em qualquer ponto abaixo da estrutura será a
pressão de NA de jusante ao gradiente hidráulico entre os níveis de montante e jusante. A
Figura 08 demonstra as considerações de subpressão com ou sem drenos.
Já o critério de Cruz de 1996 ainda segundo a mesma autora, apresenta situações de redução
de subpressão numa feição permeável de uma barragem de concreto hipotética apoiada em
maciço rochoso, considerando casos com tratamento somente com drenagem, somente com
injeção e com drenagem e injeção, para uma ou duas galerias (Figura 09).
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Em seu critério, Cruz, 1996 considera eficiência na redução da subpressão total no plano nas
descontinuidades por meio de tratamentos de 100% (teórica) e 67% (comum em critérios de
projetos). Ainda afirma que no tratamento da subpressão a drenagem é mais eficiente que a
injeção.
De acordo com a Eletrobrás (2003) em fundações contínuas, deverá ser admitida que a
subpressão atue sobre toda a área da base, sendo na extremidade de montante a subpressão
igual à altura hidrostática montante (Hm), isso a partir do nível d’água especificado para o
reservatório, e na extremidade de jusante igual à altura hidrostática de jusante (Hj) a partir do
nível d’água especificado a jusante, como mostra a Figura 11.
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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1.1. Projeto
Região de Projeto
Para tratamento da fundação, de acordo com a especificação técnica cedida pela empresa
construtora da CGH , o projeto da cortina de injeção utilizava de furos classificados como
exploratórios, primários, secundários, e caso fossem necessários, terciários e quaternários para
injeção de calda de cimento. Os mesmos deveriam ser executados com diâmetros de 75 mm,
sendo que a profundidade máxima não excederia a 7 m para primários e secundários; 8 m para
exploratórios e 5 m para terciários, conforme mostra a Figura 13. A maioria dos furos de
injeção estariam inclinados à 15° com a vertical, dentro de um plano vertical paralelo ao do
eixo da barragem.
Destaca-se ainda o espaçamento entre furos. Furos primários ficariam espaçados 12 metros
uns dos outros. Furos secundários, localizados entre os primários, espaçados entre si também
à 12 metros. Furos terciários, localizados entre os primários e os secundários, espaçados 6
metros uns dos outros. A partir deste critério estabelecido, o espaçamento final entre furos
seria igual a 3 metros, nas áreas onde as condições indicarem a necessidade de furos
terciários.
Utilizando de ferramentas como obturadores duplos, o ensaio foi executado em toda extensão
dos furos, em trechos de 3 m de comprimento e em três estágios de pressão, sendo elas
pressão mínima, máxima e mínima novamente. A pressão mínima possui o valor de 0,1
kgf/cm², já a máxima recebe o valor dado pela equação P= 0,25 x H (Equação 08), onde P
significa a pressão no manômetro, em kgf/cm², e H a profundidade do obturador, em metros.
Esse procedimento faz referência ao Boletim 02 da ABGE de 1975, onde comumente no
Brasil utiliza-se o critério de pressões baixas, como a vista na equação 08.
De acordo com a especificação técnica da obra fornecida pela Empresa Construtora A, cada
estágio deverá possuir 10 minutos de duração, contudo esse tempo pode ser diminuído caso
for verificado pequenas absorções de água nos furos. Também em furos estanques o terceiro
estágio de pressão, o mínimo, poderá ser eliminado.
Atenta-se para o fato de que em casos que o ensaio apontou perdas nulas, o furo seria apenas
preenchido por calda de cimento, uma vez que não há absorção de água, entende-se que não
há absorção de cimento, o mesmo ocorre em resultados de perdas de água específicas
inferiores a 3 l/m.min.kgf/cm². No entanto em perdas superiores a este valor o furo passou a
ser ensaiado em trechos de 5 m de comprimento, em um único estágio de pressão máxima
com duração de 5 minutos anteriormente a sua injeção, a fim de localizar os trechos onde as
perdas de água ocorreram.
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Em relação às pressões utilizadas para injeção da calda, os valores variaram entre 1 à 3,5
Kgf/cm. Durante esses trabalhos, a calda empregada era constituída de água e cimento
conforme os traços necessários. A relação água/cimento (a/c), em peso, variava entre os
limites de a/c 1:1 e 0,5:1. Com objetivo de não aumentar a pressão de injeção durante a
execução do tratamento da fundação, buscou-se utilizar a calda considerada mais grossa
possível de injetar com as pressões especificadas, pois a cada engrossamento da calda era-se
acrescida 0,25 kgf/cm² a pressão inicial.
Foi necessário definir para aprofundamento do estudo os critérios utilizados para abertura dos
furos. A perfuração dos mesmos partiu da análise de absorção de água e de cimento em furos
de ordem antecedente. A especificação técnica propôs que de modo geral furos secundários
situados entre dois furos primários estanques, ou furos terciários situados entre furos
secundários ou primários estanques, poderiam ser eliminados.
Também esclareceu que furos de ordem imediatamente anteriores que fossem injetados e
resultassem em absorções de cimento inferiores a 25 kg/m em toda a sua extensão, igualmente
seriam descartados. Ainda orientava que sempre que os furos de ordem antecedente
mostrassem perdas d’água superiores a 0,5 l/m.min.kgf/cm² ou absorções de cimento
superiores a 25 kg/m, nos primeiros 10 m; ou perdas de água superiores a 1 l/m.min.kgf/cm²
ou absorções de cimento superiores a 35 kg/m entre 10 e 20 m de profundidade; ou 2
l/m.min.kgf/cm² ou absorções de cimento superiores a 45 kg/m abaixo de 20 m de
profundidade, o mesmo acontecia, poderiam ser eliminados.
Em relação aos dados fornecidos não foram encontrados aqueles que tornariam a análise de
subpressão possível, desse modo essa não será averiguada durante as análises desse trabalho.
Os furos ensaiados através do EPA são os mesmos que futuramente receberam a injeção de
calda de cimento, como mostra a Figura 14. A mesma demonstra os furos escolhidos a fim de
serem analisados.
Como já mencionado, através dos relatórios de campo cedidos pela Empresa Construtora A,
pode-se reunir os maiores valores obtidos durante ensaio em cada furo e assim registrar as
informações necessárias para aferir o coeficiente de permeabilidade. A Tabela 03 é um
exemplo de como cada furo foi registrado em relatório e dados pertinentes a ela.
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Profundidade Diâmetro
Trecho (m) do Altura do manômetro (m) do furo Data
Obturador (mm)
Na boca do
0à3 1,2 75 -----
furo
k = Pe . F Equação 07
Após ser realizado o cálculo para cada furo que foi ensaiado por meio de EPA, confrontam-se
os resultados com os critérios de permeabilidade de Loczy previstos na Tabela 04. A mesma
destaca e indica o fato da condição “impermeável” para consumos menores que cm/s.
Segundo Lopes (2015) mesmo atendendo a essa condição, uma condição impermeável não
permitiria fluxo pelo maciço, portanto neste caso, o ideal seria considerar uma condição
“muito baixa” ao invés de “impermeável”.
49
Além de Loczy (1980) utilizou-se a Tabela 01, já mencionada no trabalho, na qual Quinõnes-
Rozo (2010) relaciona as condições do maciço associadas aos resultados de cálculo do ensaio
de Lugeon, também conhecido como o EPA. A partir da análise dos valores encontrados com
a mesma, pode-se relacionar o grau de fraturamento do maciço de acordo com a
permeabilidade encontrada.
Dessa maneira, com auxílio do programa Excel, foi gerado um gráfico para demonstrar os
furos com maior permeabilidade. É desse modo que se pode comparar se os furos com maior
permeabilidade são os mesmos que tiveram maior consumo de calda de cimento.
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O método utilizado ainda irá identificar quantos Kg de calda de cimento são necessários para
somente preenchimento do furo e qual a quantidade do consumo total é destinada às fissuras.
Desse modo é possível relacionar qual é a porcentagem média de consumo das fissuras e em
que casos ultrapassaram o consumo de próprio preenchimento do furo.
Com auxílio do programa Excel serão gerados gráficos relacionando os consumos por furo
injetado e sua respectiva absorção.
Devido ao fato de os ensaios de perda d’água serem realizados nos mesmos furos que foram
injetados com calda de cimento, é possível relacionar a sua permeabilidade com o seu
consumo de calda. A princípio, é tendência um furo possuir maior consumo quando tiver um
maior coeficiente de permeabilidade.
Por meio de tabelas confeccionadas no Excel e comparações feitas em projetos, foi possível
verificar se os mesmos trechos do maciço possuem essa condição. Como metodologia para
essa análise serão feitos dois projetos divididos por trechos do furo, um com dados de injeção
e outro com resultados do EPA, assim pode-se descobrir se os trechos do maciço rochoso que
mais consumiram calda de cimento são os mesmos que tiveram grande absorção de água.
Posteriormente a análise serão efetuadas tabelas nas quais visarão mostrar a relação entre os
dois itens de modo a tornar mais clara a compatibilidade dos dados.
51
4. RESULTADOS E ANÁLISES
O tratamento da fundação por meio de cortina de injeção, até o presente estudo, utilizou
aproximadamente 5,3 toneladas de calda de cimento, totalizadas em 100 m de perfuração,
como se pode observar nas tabelas do Anexo 04. A Tabela 05 resume a quantidade de kg de
calda de cimento utilizada por furo.
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Primários
Secundários
Exploratórios
Em linhas gerais a Figura 15 exemplifica o consumo total por furos de mesma ordem, porém
para coleta de dados em relatórios de campo, utilizaram-se nos ensaios os valores respectivos
a cada trecho de 3 metros no furo, seguindo por trechos de 2 metros, nos quais contabilizaram
o consumo total de 5 a 7 metros de profundidade. Desse modo pode-se dividir a cortina de
injeção em horizontes de metro. A partir dessa afirmação foram gerados gráficos do tipo
histograma para demostrar o consumo por horizonte, como mostra as Figuras 16 e 17.
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Horizonte 0 - 3 Metros
Furos x Consumo em Kg de calda
Primários
Secundários
Exploratórios
Horizonte 3 -7 metros
Furos x Consumo em Kg de calda
Primários
Secundários
Exploratórios
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Analisando os traços utilizados por horizontes constatou-se através dos relatórios de injeção
que os valores utilizados de relação A/C de 0 à 3 metros de profundidade variaram de 0,4:1 a
1,1:1. Quanto maior o traço, maior se tornava o consumo. Já nos metros que excediam os 3 m,
até os 7 metros de injeção utilizou-se somente o traço 0,7:1
A partir dessa informação pode-se relacionar através das Tabelas 06 e 07, a quantidade de
calda que preencheu as fissuras, e em quais furos e horizontes observaram-se maiores
consumos.
Analisando da mesma forma furo por furo injetado, confirma-se que em nenhum caso houve
somente preenchimento do seu volume, todos os casos houve percolação de calda de cimento
pelas fissuras encontradas no maciço.
Em relação à abertura dos furos através dos valores encontrados de calda de cimento, a
especificação técnica deixava claro que furos que consumissem mais que 25 Kg/m da mesma
permitiriam abertura de um furo sequente. Pode-se perceber que os furos de ordem
secundários “exigiam” a abertura de terciários, nos quais não se tem nenhum dado de injeção.
De maneira a comparar o estudo sobre a absorção de calda de cimento nessa cortina de
injeção com outras já executadas sobre maciços rochosos do tipo basalto, utiliza-se como
exemplo à construção da Barragem de Salto Caxias, no Rio Iguaçu (PR), citada por Levis
(2006). A autora cita que para esse caso, as absorções ficaram na média de 33,6 Kg/m, já no
caso da cortina da CGH analisa, as absorções médias resultaram em valores iguais à 47,58
Kg/m.
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Impermeável
(P1 e EX1)
22%
Moderada
(P2, P4, P5, S3,
S4, S5, S7)
78%
Ao adotar o critério de Cruz de 1996, no qual prescreve que fundações com coeficientes
menores que 5x cm/s não há necessidade de tratamento, conclui-se através dos
resultados obtidos que todos os furos possuíam coeficientes de permeabilidade menores que a
esse valor, portanto o tratamento da fundação tornar-se-ia dispensável para a CHG estudada.
Como mesmo Guidicini, Andrade (1983 apud Levis, 2006) afirmam, em basaltos as injeções
possuem papel pouco relevante, sendo as absorções pouco significativas, tratando-se de um
derrame com pouca condutividade hidráulica. Em horizontes ou descontinuidades que
possuem originalmente coeficientes de permeabilidade inferiores a 5x cm/s o tratamento
é ineficaz.
Podemos relacionar através dos resultados obtidos nos itens anteriores qual é a relação entre a
permeabilidade e absorção de cada furo. A estratégia utilizada foi verificar se os furos com
maior permeabilidade detectados pelo ensaio de perda d’água foram os que mais consumiram
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calda. Como já afirmado, é tendência os furos que mais consumirem serem menos
impermeáveis.
Para valores de absorção de calda de cimento, foi utilizado os valores apenas do consumo
pelas fissuras para realizar a comparação, pois entende-se que são esses valores de consumo
que se relacionam à permeabilidade dos furos.
TRECHO: 0 - 3 Metros
Absorção de
Calda de Permeabilidade do
Furo
Cimento nas maciço (cm/s)
Fissuras (Kg)
P1 74,10 0
P2 869,10 2,95E-04
P4 897,10 6,81E-05
P5 819,10 2,84E-04
S3 127,10 6,81E-05
S4 111,10 4,53E-05
S5 14,10 9,08E-05
S7 37,10 6,81E-05
Referente ao exemplo proposto acima, percebe-se que no furo primário número 4, apesar de
houver uma permeabilidade muito baixa, houve mesmo assim um consumo de calda de
elevado valor. Dessa maneira não é possível confirmar a tendência mencionada acima para
esse furo, porém para os demais sim.
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5. CONCLUSÃO
O presente estudo teve como proposta analisar a eficiência de uma cortina de injeção
executada em uma Central Geradora Hidrelétrica localizada no oeste de Santa Catarina. A
mesma partiu da obtenção de valores para permeabilidade e absorção de calda de cimento nos
furos, os dados necessários para análises foram cedidos pela Empresa Construtora A por meio
de relatórios de ensaio de campo e também por especificações técnicas da obra realizada.
No que diz respeito à absorção de calda de cimento nos furos, observou-se que não houve
redução de calda de uma ordem de furo para outra quando analisados os furos por trechos. Em
alguns horizontes os furos secundários utilizaram mais calda que os próprios furos primários.
Quando o consumo de calda foi analisado de forma geral em toda a cortina, contatou-se que
houve a redução de consumo de um furo antecedente para seu posterior, garantindo à cortina
de injeção funcionalidade ao tratamento da fundação. Em valores gerais observou-se redução
de 73,57% do consumo de calda de cimento dos furos primários para com os secundários.
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Além do mais, para uma melhor análise de tratamento da vedação em rocha sugere-se utilizar
de equipamentos e ferramentas em obra necessários para que se possa obter dados a fim de
aprofundar o estudo referente a subpressão.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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