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FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Luanda
2023
DIMENSIONAMENTO DO TABULEIRO DE UMA PONTE
ATIRANTADA – PROPOSTA DE UMA NOVA PONTE SOBRE O
RIO LONGA
Luanda
2023
II
Autorizo a reprodução e utilização deste trabalho, para fins científicos, por meio físico ou
científico, desde que seja citada a fonte.
7. Avanços Sucessivos
III
Dedico este trabalho
A Deus, primeiramente, pela vida
Aos meus pais, por tudo que fizeram na minha vida.
IV
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradecer a Deus pelo fôlego de vida, saúde, coragem para poder
vencer esta luta.
Agradeço aos meus pais, pelas batalhas que tiveram de enfrentar para poderem ver o
seu filho formado.
Agradeço ao Professor Mestre Engenheiro Tomás João Fernando, pela confiança,
coragem, motivação, conhecimento, atenção e aos ralhetes quando necessário. Pois, sem tudo
isso seria muito difícil para mim, e isso serviu como uma base sólida para o que sou hoje.
Agradeço a todos os professores da Universidade Agostinho Neto, em especial, da
Faculdade de Engenharia, Departamento de civil, pelos ensinamentos que deram para nós.
Com destaque aos professores Deodato Manuel e a professora Cynthia Del Los Reyes.
Agradeço aos meus irmãos, por nunca faltar aquela motivação e admiração, que por
II
ABSTRACT
This work deals with the analysis and dimensioning of the deck and the stays system
of a cable-stayed bridge over the Longa River (Estrada Nacional number 100, EN100). The
bridge will have 40 pairs of ties in total, which will support a box-shaped deck, 375 meters
long and 19 and a half meters wide.
This bridge is proposed with the aim of replacing the current bridge over the river, as
this bridge will have two lanes, with two traffic lanes for each. It is also worth highlighting
the aesthetic impact that it will give, after its completion, to motorists traveling in this area.
The analysis and sizing of the structure were based on European Standards (EN), with
the modeling done in the Sap2000 Calculation Software (Version 24), thus generating internal
efforts that, with the formulas found in the standards mentioned above, allowed the analysis
and dimensioning of the structure.
This work clearly shows the great importance of ties in suspending the deck and
obviously the significant reduction in bending moments in the beam. Furthermore, we will
also see the great importance of pre-stresses during the construction phase and in the useful
life of the cable-stayed bridge.
The present work is limited only to the dimensioning of the deck and ties, thus leaving
the dimensioning of other important elements of a cable-stayed bridge, such as the towers,
pillars, foundations and abutments, as proposals for future developments.
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................1
1.1. Enquadramento teórico ................................................................................................1
1.2. Justificativa ..................................................................................................................1
1.3. Formulação do Problema .............................................................................................2
1.4. Objecto de estudo ........................................................................................................ 3
1.5. Objectivo ..................................................................................................................... 3
1.5.1. Objectivo Geral ........................................................................................................ 3
1.5.2. Objectivos específicos .............................................................................................. 3
1.6. Formulação de hipóteses ............................................................................................. 4
1.7. Metodologia de Estudo ................................................................................................4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...........................................................................................5
2.1. Evolução história .........................................................................................................5
2.2. Conceitos ..................................................................................................................... 5
2.3. Constituição das pontes ............................................................................................... 6
2.4. Classificação das pontes .............................................................................................. 6
3. CASO DE ESTUDO ........................................................................................................ 11
3.1. Local de Estudo ......................................................................................................... 11
3.2 Condicionantes dos projectos .....................................................................................11
3.2.1 Imposições relativamente ao traçado. ......................................................................11
3.2.2. Condicionantes hidráulicas. ....................................................................................11
3.2.3 Condicionantes geológicas. ..................................................................................... 12
3.3. Configuração longitudinal .........................................................................................12
3.3.1. Comprimento dos vãos. ......................................................................................12
3.3.2. Altura das torres. ................................................................................................ 13
3.3.3. Sistema de atirantamento. ...................................................................................13
3.4. Concepção ..............................................................................................................15
3.4.1. Tabuleiro. ........................................................................................................... 15
Secção Transversal ........................................................................................................... 15
Vantagens e desafios das secções em caixão. .................................................................. 15
Perfil Transversal. ............................................................................................................ 16
3.4.2. Pré-dimensionamento da secção do tabuleiro. ................................................... 17
3.4.3. Peso do Tabuleiro ...............................................................................................20
Área do tabuleiro. ............................................................................................................. 20
Peso do tabuleiro. ............................................................................................................. 21
II
3.4.4. Materiais .............................................................................................................21
Tirante. ............................................................................................................................. 21
Betão .................................................................................................................................22
Armadura ordinária .......................................................................................................... 23
Armadura de pré-esforço ..................................................................................................23
4. ANÁLISE ESTRUTURAL ..............................................................................................25
4.1. Análise da direção transversal do tabuleiro. ..............................................................25
Cargas permanentes ..........................................................................................................25
Peso próprio ......................................................................................................................25
Restantes cargas permanentes .......................................................................................... 26
Cargas variáveis ............................................................................................................... 26
4.2. Modelo de sobrecarga rodoviária proposta pelo EC1-2 ............................................ 27
4.3. Modelagem de cálculo para a obtenção dos esforços internos ..................................31
4.4. Pré Dimensionamento do tirante. ...........................................................................31
5. DIMENSIONAMENTO .................................................................................................. 33
5.1. Combinações das acções ........................................................................................... 33
5.2. Resultado dos Esforços internos ................................................................................34
5.3. Dimensionamento do tirante ..................................................................................... 35
Valor da Força de Pré-esforço ..........................................................................................36
Força máxima de tensionamento ...................................................................................... 38
Força máxima de tensionamento ...................................................................................... 40
5.4. Dimensionamento do tabuleiro. ................................................................................ 41
5.4.1. Análise Transversal ................................................................................................ 41
5.4.2. Análise longitudinal ............................................................................................... 43
Traçado de pré-esforço. .................................................................................................... 45
Valor da Força de Pré-esforço ..........................................................................................50
Força máxima de tensionamento ...................................................................................... 50
Cálculo da quantidade de pré-esforço .............................................................................. 51
Força de aplicação do pré-esforço ....................................................................................52
Cálculo das armaduras de pré-esforço ..............................................................................53
Verificação de Segurança aos Estados Limites Últimos .................................................. 54
Estado Limite último de Flexão ....................................................................................... 54
Dimensionamento das armaduras ordinárias para a Direção Longitudinal ......................54
Armaduras ordinária a meio vão ...................................................................................... 54
Armaduras ordinárias nos apoios ..................................................................................... 56
Armadura da zona comprimida ........................................................................................ 58
Verificação da segurança à Flexão ................................................................................... 58
III
Verificação de resistência a meio vão: ............................................................................. 58
Verificação de resistência no apoio: .................................................................................59
Estado Limite último de Esforço Transverso ................................................................... 60
Dimensionamento das Armaduras para a Direção Transversal ........................................63
Verificação de segurança a Flexão ................................................................................... 64
Armadura de distribuição ................................................................................................. 65
Armadura mínima .............................................................................................................66
Armadura de bordo ...........................................................................................................66
Verificação de Segurança ao ELU de esforço transverso ................................................ 66
Verificação ao Estado Limite de Serviço (SLS) ...............................................................67
Abertura de fendas na direção Longitudinal .................................................................... 67
Momento de fendilhação no apoio ................................................................................... 67
Momento de fendilhação a meio vão ............................................................................... 68
Verificação das Tensões ................................................................................................... 68
Verificações no betão ....................................................................................................... 69
6. PROCESSO CONSTRUTIVO .........................................................................................74
6.1. Construção por avanços sucessivos ...........................................................................74
Determinação dos cabos de pré-esforço para a fase de construção ..................................77
Força de aplicação do pré-esforço ....................................................................................78
Cálculo das armaduras de pré-esforço ..............................................................................79
Aparelho de apoios ...........................................................................................................80
Junta de dilatação ............................................................................................................. 80
7. RESULTADO E DISCUSSÃO ........................................................................................83
8. CONCLUSÃO ...............................................................................................................84
8. RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS ...............................................85
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 86
10. ANEXOS E APÊNDICES .........................................................................................88
IV
Índice de tabelas
V
Tabela 5. 15- Cálculo do Momento hiperestático. ................................................................... 49
Tabela 5. 16- Momentos de pré-esforço máximo. ....................................................................50
Tabela 5. 17- Especificações do aço resistente. ....................................................................... 50
Tabela 5. 18 - Valores das tensões pela combinação frequente. .............................................. 69
Tabela 5. 19- Valores das tensões pela combinação rara. ........................................................ 69
Tabela 5. 20- Valores das tensões pela combinação quase permanente. ..................................69
VI
Índice de Figuras
Figura 3. 1 - Relação entre os elementos de uma ponte atirantada (Almeida, 2013). ..............12
Figura 3. 2 - Torre em U (Almeida, 2013). .............................................................................. 13
Figura 3. 3 - Sistema de atirantamento. (Martins, 2015). .........................................................14
Figura 3. 4 - Secção em caixão .................................................................................................15
Figura 3. 5 - Parâmetros para o pré-dimensionamento da secção em caixão.Larguras: .......... 17
Figura 3. 6- Secção transversal adoptada. ............................................................................... 20
Figura 3. 7 - Propriedades geométricas do tabuleiro gerada pelo AutoCAD. ..........................20
VII
Figura 5. 9- Diagrama do momento de pré-esforço. ................................................................ 48
Figura 5. 10- Diagrama do momento estático .......................................................................... 49
Figura 5. 11- Diagrama do momento hiperestático .................................................................. 49
Figura 5. 12 - Esquema do método do diagrama rectangular. ..................................................54
Figura 5. 13 - Esquema dos esforços cortantes. ....................................................................... 60
Figura 5. 14- Esquema de tensões, numa viga pré-esforçada, no apoio. ..................................68
Figura 5. 15- Esquema de tensões, numa viga pré-esforçada, a meio vão. .............................. 68
Figura 5. 16 - Trajectória das tensões na zona de ancoragem. ................................................. 71
Figura 5. 2- Esquema da zona de ancoragem ........................................................................... 72
Figura A. 1- Valores de momento flector es esforço cortante nos apoios (ELU) .................... 88
Figura A. 2- Valores de momento flector es esforço cortante nos apoios (Comb. Frequente) 88
Figura A. 3- Valores de momento flector es esforço cortante nos apoios (C.q.p). .................. 89
Figura A. 4- Valores de momento flector es esforço cortante nos apoios (Comb. Rara). ........89
Figura A. 5- Valores de esforço normal nos apoios (ELU). ....................................................90
Figura A. 6- Valores de esforço normal nos apoios (Comb. Frequente). ................................90
Figura A. 7- Valores de esforço normal nos apoios (C.q.p). ...................................................91
Figura A. 8- Valores de momento flector e esforço cortante a meio vão (Comb. Frequente). 91
Figura A. 9- Valores de momento flector e esforço cortante a meio vão (C.q.p). ................... 92
Figura A. 10- Valores de momento flector e esforço cortante a meio vão (Comb. Rara). .......92
Figura A. 11- Valores de momento flector e esforço cortante a meio vão (ELU). .................. 93
Figura A. 12- Valores de esforço axial a meio vão (Comb. Frequente). ..................................93
Figura A. 13- Esforço Normal nos tirantes. ............................................................................. 94
VIII
Figura B. 1- Definição das cargas. ........................................................................................... 94
Figura B. 2- Combinação das cargas (ELU) ............................................................................ 95
Figura B. 3- Combinação das cargas (Comb. Frequente) ........................................................ 95
Figura B. 4- Combinação das cargas (C.q.p) ........................................................................... 96
Figura B. 5- Combinação das cargas (Rara) .............................................................................96
Figura B. 6- Dimensões da secção transversal do tabuleiro. ....................................................97
Figura B. 7- Estrutura da ponte com Momento flector (sem os tirantes). ............................... 99
Figura B. 8- Valores de Momento flector e esforço Cortante no tabuleiro (sem os tirantes). . 99
IX
1. INTRODUÇÃO
A grande diversidade de pontes ao redor do mundo vem crescendo a cada dia que
passa, fazendo com que se desenvolvam mais técnicas na implementação de pontes. A
incrível disposição dos tirantes, suportando pontes que vencem um mar, rio ou um outro
obstáculo, atrai os olhares de qualquer turista e amante da beleza estrutural.
O cálculo de uma ponte de tirantes é um grande início para aquilo que pode ser a
inovação do ponto de vista estrutura no nosso país. A fraca diversidade em modelos de pontes,
preocupa o lado académico e profissional de qualquer Engenheiro ligado a criação da mesma.
Pretendo abraçar a oportunidade de poder contribuir de forma significativa para o
avanço da tecnologia da construção no nosso país, trazendo para o campo acadêmico, o
desenvolvimento deste belo tema.
1.2. Justificativa
1
1.3. Formulação do Problema
Para este trabalho, tenho como caso de estudo, uma zona já estudada. Facilitando a
colecta de dados importantes para o avanço do estudo. Sob a aceitação dos mesmos, foi-me
então, autorizado o uso dos dados feitos durante a pesquisa do trabalho para o avanço do
presente trabalho.
Durante a pesquisa feita, constatou-se os seguintes problemas [1]:
2
Figura 1. 2 - Patologias encontradas na ponte [1].
1.5. Objectivo
Propor uma nova ponte atirantada sobre o rio longa, e substancialmente, dimensionar
o tabuleiro e os tirantes da mesma.
Google Earth: Utilizado para a obtenção de dados do local onde será implantado a
ponte. Dados importantes como o vão a ser vencido.
Sap2000 (Versão 24): utilizado para a obtenção dos esforços internos e análise
estrutural da ponte.
AutoCAD (Versão 2021): utilizado para desenhar algumas peças importantes
encontradas no desenho, como a secção transversal e os Diagramas. Usou-se também esta
ferramenta para a obtenção das propriedades geométricas da secção.
Ftool: Utilizado para obter os diagramas de pré-esforço, momento isostático e o
momento hiperestático.
Microsoft Word: Utilizado para compilar o trabalho, do ponto de vista teórico.
Microsoft Excel: Utilizado para cálculos repetitivos, facilitando assim a obtenção
destes dados.
Máquina científica: Utilizado no auxílio dos cálculos.
4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Há mais de 400 anos, os homens pensavam na ideia de criar-se pontes sem pilares
intermediárias, sustentadas por cabos inclinados. As primeiras propostas foram atribuídas a
Verantus, Itália, em 1617 e a Löscher, na Alemanha, em 1784. Mas, a primeira tentativa de
construção foi de Immanuel Löscher que, executou uma ponte totalmente de madeira, em
1784.
A falta de métodos e o desconhecimento do comportamento estrutural do tirante, levou
ao colapso muitas pontes, como no caso da Ponte Tweed (Inglaterra) e Saale (Alemanha). Já
na segunda metade do século XIX, foram construídas algumas pontes suspensas com algumas
soluções híbridas, parte suspensa e parte atirantada.
As primeiras pontes atirantadas modernas foram construídas em betão. Em 1926 foi
construído o aqueduto de Tempul sobre o rio Guadalete em Espanha, projectado por Eduardo
Torroja e executado em betão armado com os tirantes em aço de alta resistência e revestidos
em betão para protecção contra a corrosão. [2]
Daí surgiram mais e mais ponte atirantadas e até o ano de 2020, a maior ponte estaiada
do mundo enconta-se na China e é conhecida por Ponte Honghe, que possui 9,6km de
extensão e conecta Hongwan e Henzhou, em Zhuahai, na província de Guangdong. [3]
2.2. Conceitos
Vários são os conceitos que aparecem sobre pontes e destas destacamos algumas:
Reis, 2006, define que ponte, é uma obra de arte destinada a permitir o atravessamento
de um vale, rio, braço de mar, de outra via e etc.
5
Ponte (propriamente dita) é quando o obstáculo é constituído de curso de água ou
outra superfície líquida como por exemplo um lago ou braço de mar.
Reis (2006), ainda menciona que Viaduto é uma ponte sobre um vale seco, uma linha
de água de pequena importância ou sobre uma via de comunicação.
6
Destino da obra:
Pontes definitivas;
Pontes provisórias.
Quanto ao material:
Ponte em viga;
Ponte em Pórtico;
Ponte em arco;
Ponte de cabos: Pontes suspensas e pontes de tirantes.
7
Figura 2. 3- Pontes em vigas [6]
8
Figura 2. 6- Ponte em arco tabuleiro inferior [7].
Pontes atirantadas
As pontes atirantadas são sistemas de pontes que além do tabuleiro, pilares, encontros,
também possuem torres e sistema de tirantes que fazem com que o tabuleiro fique suspenso
sem grandes deformações. A figura 2.8 ilustra como é uma ponte atirantada.
9
tirantes fazem com que a torre e o tabuleiro fiquem comprimidos, tal como podemos ver na
figura 2.9.
10
3. CASO DE ESTUDO
Uma estrada é constituída por Curva circular (C.C), Curva de transição (C.T) e
Alinhamento recto (A.R). A nossa ponte encontra-se na união entre duas curvas de transição.
Sendo assim, recorre-se a tabela elaborada pelo doutor Madaleno, 2019.
A corrente do Rio Longa obriga que se coloque uma obra de arte (ponte) para permitir
que se tenha uma viagem tranquila, segura e económica. Condiciona também a as
infraestruturas, relativamente à localização dos pilares, apoios laterais e as fundações.
11
3.2.3 Condicionantes geológicas.
A relação das torres com três vãos de atirantamento conforme mostra a figura (),
geralmente assume uma relação de 20% a 25% do comprimento do vão principal (L). A altura
da torre define o ângulo de inclinação dos cabos mais longos. Este ângulo não deve ser menor
do que de 25 graus, caso contrário as deformações vão tornar-se excessivas. (Almeida, 2013).
Ao seu todo, a nossa ponte contará com um comprimento de 375m, constituída por
duas torres e por três tramos, sendo um central, (maior), denominado por L1, e dois laterais,
ambos denominados por L2, onde os vãos laterais serão 45% do vão central.
�2 = 45%�1
�2 = 0,45�1
� = �2 + �1 + �2
� = 0,45�1 + �1 + 0,45�1
� = 1,9�1
�
�1 =
1,9
375�
�1 =
1,9
�1 = 197,37� ≈ 197� (3.1)
12
�2 = 0,45�1
�2 = 88,65 ≈ 89� (3.2)
Para as torres adoptou-se uma torre em U com 25% do comprimento do vão central (197m),
isto é:
ℎ = 25%�1
ℎ = 49.25� ≈ 50� (3.2)
13
Figura 3. 3 - Sistema de atirantamento. (Martins, 2015).
14
3.4. Concepção
3.4.1. Tabuleiro.
Secção Transversal
Devido ao elevado esforço torsor que podem surgir presentes em estruturas, é prudente
e econômico a escolha de uma secção celular ou também chamado de secção em caixão. As
secções em caixão têm uma grande resistência a torção relativamente as demais secções que
existem.
Vantagens:
Um banzo inferior sobre os apoios constituído por uma laje que consegue
absorver mais facilmente as tensões de compressão;
Uma maior resistência à torção;
Uma maior esbelteza do que nas pontes de laje vigada.
Maiores excentricidades dos cabos de pré-esforço nas secções com momentos
negativos;
15
Menores deformações por fluência, pois são submetidas a menores tensões de
compressão no betão.
Desafios:
Tendo em conta que tudo na vida tem as suas vantagens e desvantagens, no caso da
nossa secção escolhida (secção em caixão), também temos algumas que devemos ter em conta
para a melhor eficiência do projecto.
Desvantagens:
Perfil Transversal.
16
Para o seguinte projecto, adoptou-se a suspensão lateral do tabuleiro, isto é, pares de
tirantes trabalhando alinhados nas laterais do tabuleiro, de forma a reduzir o esforço de torção
que possam surgir durante a vida útil da obra de arte.
b1 ≅ 0,45(19,5m − 2b1)
0,45 × 19,5m
b1 ≅
1,9
b1 ≅ 4,65m (3.3)
b2 = 19,5 − 2(4,65)
b2 = 10,20m (3.4)
b4 < 0,5( 8m )
b4 < 4m
b4 = 3,50m
b2 = 10,20m (3.5)
b7 < 0,2 × b6
18
b7 < 0,2 × (7,00m)
b7 < 1,40m
b7 = 1,20m (3.6)
Espessuras mínimas:
Tabela 3. 3 - Espessuras do tabuleiro celular.
t2/t4 = 2 a 3
t2/t4 = 2,5
t2 = 2,5t4
t2 = 2,5(400mm)
t2 = 1000mm (3.7)
b6/t6 < 30
b6 < 30(t6)
b6 < 30(250mm)
b6 < 7,50m
b6 = 7,00m (3.9)
Inclinação:
19
i=3a4
i = 3,5
Área do tabuleiro.
20
O total de área é:
Á������çã� = 14.82�2
Peso do tabuleiro.
3.4.4. Materiais
A durabilidade de uma obra não se limita apenas na sua concepção estrutural, tendo
assim termos em conta, as propriedades e características dos materiais que a compõem. É de
extrema importância que os materiais escolhidos para a concepção da estrutura, desempenham
as suas funções tal como foi prevista pelos Engenheiros. A falha dos materiais que compõem
a estrutura, resultaria em grandes problemas que poderiam resultar em acidentes, desperdícios
financeiros e até mesmo, quando forem tão graves, em fatalidades.
Tirante.
21
Tabela 3. 4 - Característica da armadura de pré-esforço
Designação 0.6''�
Diâmetro Nominal (��) 15,7
Área Nominal (��2 ) 1,5
��0,1� (���) 1670
��� (���) 1860
���(���) 1452
Betão
22
Tabela 3. 6 - Características do betão.
Designação �50/60
��� (���) 50
��� (���) 33,33
�� (� ��) 37
���� (���) 4,1
��� (10−3) 3,5
����������� �� ������çã� �é�����(�) 10−5
Armadura ordinária
Designação �500��
��� (���) 500
���(���) 435
� (���) 200
Armadura de pré-esforço
24
4. ANÁLISE ESTRUTURAL
Cargas permanentes
Cargas permanentes são as cargas que atuam na estrutura praticamente com valores
constantes durante toda a sua vida útil. Elas normalmente repartem-se no peso próprio e as
restantes cargas permanentes.
Peso próprio
Para o cálculo das cargas permanentes, teremos o produto do peso específico do betão
e a espessura do elemento a calcular, tendo assim:
Dados:
Espessura (t) = 0,25
Peso específico do Betão ( ����ã� ) = 25��/�3
q = e × ����ã�
q = 0.25 × 25
q = 6.25��/�2 (4.1)
Dados:
0,25+0,84
Espessura média (tm) = 2
= 0,5450�
q = e × ����ã�
q = 0,5450 × 25
q = 13.625��/�2 (4.2)
25
Restantes cargas permanentes
Peso Área
Número de Espessura
Elemento específico transversal Acção
elementos (m)
(KN/m³) (m²)
Lancil 25 2 0.045 - 2.25kN/m
Viga de bordas 25 2 0.225 - 11.25kN/m
Passeios para
25 2 0.7 - 35kN/m
pedestres
Guarda-corpo 25 2 - - 2kN/m
Guarda-roda 25 2 - - 2 kN/m
Acção
Rcp
(kN/m)
Total 93.9
Metade 46.95
Cargas variáveis
26
4.2. Modelo de sobrecarga rodoviária proposta pelo EC1-2
27
Modelo de sobrecarga 4 – LM4: destinado a representar cargas de multidão e utilizado
apenas quando o modelo LM1 não cobre o seu efeito. É constituído por uma carga
uniformemente distribuída.
Tendo em conta que, no nosso presente trabalho, dimensionamos uma ponte de classe
1, usou-se o modelo de sobrecarga 1 (Load model, LM 1), de acordo no EC1991-2, 2003,
com o intuito de criar a situação mais desfavorável que pode ocorrer na ponte, olhando mais
para a segurança dela.
O Modelo de sobrecarga 1, LM1, consiste na aplicação de duas cargas, concentrada ou
Sistema Tandem ( �� �� ), ST, e distribuída ou Sistema UDL ( �� �� ), de forma simultânea.
Estas cargas aparecem com um coeficiente de correção, �� � �� , para o Sistema Tandem (ST)
e o Sistema UDL respectivamente.
O modelo de sobrecarga rodoviária escolhida (LM1) deve ser aplicada nas vias
dedicadas e nas áreas remanescentes. Na tabela contém os valores característicos das cargas
do módulo LM1, segundo o EC1991-2.
28
Figura 4. 1 - Modelo de sobrecarga rodoviária (EC1992).
Visto que a largura da plataforma de rodagem que a ponte possui e de 19,5m, isto é,
maior que 6m, estamos na presença do terceiro caso, então teremos:
29
Dados
� = 16
�� − ?
�
�� = ���( )
3
16
�� = ���
3
�1 = ���(5)
�� = � (4.3)
Tal como pode-se ver na tabela, a largura da via dedicada para largura da faixa de
rodagem maior que 6m é constante, ou seja, para largura da plataforma de rodagem superiores
a 5m, a largura da via dedicada será sempre 3m.
Como o próprio nome diz, a largura da faixa remanescente é a largura que remanesce,
ou seja, que sobra depois de colocar-se as larguras dedicadas.
Dados
�� = 6
�� − ?
�� = � − 3 × ��
�� = 16 − 3 × 5
�� = 16 − 15
�� = �� (4.4)
30
Tabela 4. 6- Resumo dos parâmetros calculados.
Fy = R
Sen(θ) = Fy /F
Fy = F × Sen(θ)
31
Fy = Fy
q = F × Sen(θ)
R
F=
Sen(θ)
q × 7,5
F=
2Sen(45)
F = 7,5√2(370,5)
F = 3929,746kN
���
�� =
����
3929,746
�� = × 104
1617 × 103
De acordo a tabela, usou-se, para cada tirante, 17 cordões com a designação 0.6’’S,
totalizando uma área de 25.5��2 . Sendo assim, no mínimo, um tirante no será composto por
19 cordões com as especificações anteriormente mencionada.
32
5. DIMENSIONAMENTO
Para as combinações das acções, baseou-se no Eurocódigo 1990, 2009, (citado por [1]).
Usaremos a seguinte expressão matemática para as combinações das acções.
�� = �� + ��� + �2 ∙ ��
�� = �� + ��� + 0,5 ∙ ��
Combinação frequente
A baixo, temos a tabela extraída na página 17 da norma Europeia (Guide Bridge, EC2,
[1]).
33
Tabela 5. 1- Coeficiente de majoração (Guide Bridge, EC2).
Coeficiente de majoração �
Ações permanentes 1,35
Acções variáveis principal 1,35
Acções variáveis secundária 1,5
Carregamento Símbolo �� �� ��
Tráfego TS 0,75 0,75 0
UDL 0,40 0,40 0
��������� 0,40 0,40 0
Temperatura �� 0,6 0,6 0,5
MEIO VÃO
COMBINAÇÕES MOMENTO CORTANTE AXIAL
ELU 19479,973 -4762,443 9,435
C.Q.P 8138,674 -9 4,434
COMINAÇÃO RARA 14429,634 -3527,736 6,989
COMBINAÇÃO 12565,701 -3194,892 6,191
FREQUENTE
APOIO
COMBINAÇÕES MOMENTO CORTANTE AXIAL
ELU -13445,52 3727,772 -51609,601
C.Q.P -9012,871 2499,345 -33344,161
COMINAÇÃO RARA -9989,661 2759,832 -38229,332
COMBINAÇÃO -9400,492 2605,285 -35815,009
FREQUENTE
TIRANTES
COMBINAÇÕES 1 2-9
ELU 16989,364 8798,048
C.Q.P 9351,155 5519,171
COMINAÇÃO RARA 12584,651 6517,060
COMBINAÇÃO 11441,620 6071,905
FREQUENTE
34
Tabela 5. 6- Esforços internos resultantes na torre.
TORRE
COMBINAÇÕES MOMENTO CORTANTE AXIAL
ELU -448,607 193,687 -62638,220
C.Q.P -229,462 89,478 -40808,878
COMINAÇÃO RARA -369,335 143,471 -46398,679
COMBINAÇÃO -326,157 126,771 -43541,117
FREQUENTE
35
Dados:
�∞,1 = 16 989,364��
�∞,9 = 8 798,048��
Perdas de pré-esforço
36
Para Tirante 1:
Força de puxo:
����� = 0.75 × �ú��� × 1.5
16989,364��
�ú����� �� ����õ�� =
209.25 × 0.774
�� ≤ 0.8���
���
�� =
��
16989,364��
�� =
157,5 × 10−4
�� = 1078.690���
1078.690��� ≤ 0.8(1860���)
1079.892��� ≤ 1488��� (�. �) (5.4)
37
Força máxima de tensionamento
Baseando-se no EC2, a força máxima a aplicar num cabo de pré-esforço é dada pela
seguinte fórmula a baixo:
��á� = �� × ��á�
Onde:
��á� = min 0.8��� ; 0.9��0,1� e representa a tensão máxima a aplicar aos cordões na altura
da aplicação do pré-esforço.
Depois de aplicar-se as forças para as ancoragens, as tensões admissíveis são as seguintes
��á� = min 0.75��� ; 0.85��0,1�
Logo, teremos:
��á� = min 0.8 × 1860 ; 0.9 × 1670
��á� = �� × ��á�
��á� ≥ �'0
�∞
�'0 =
������
16989,364��
�'0 =
0.774
38
�'0 = 21 950,083�� (5.6)
Força de puxo:
����� = 0.75 × �ú��� × 1.5
����� = 209.25�� (5.7)
Perda:
����� = ���������. × ����������.
����� = 0.774 (5.8)
��������
�ú����� �� ����õ�� =
����� × �����
8 798,048��
�ú����� �� ����õ�� =
209.25 × 0.774
���
�� =
��
8 798,048��
�� =
82,5 × 10−4
�� = 1066,430��� (5.10)
1066,430��� ≤ 0.8(1860���)
1066,430��� ≤ 1488��� (�. �)
39
Força máxima de tensionamento
Baseando-se no EC2, a força máxima a aplicar num cabo de pré-esforço é dada pela
seguinte fórmula a baixo:
��á� = �� × ��á�
Onde:
��á� = min 0.8��� ; 0.9��0,1� e representa a tensão máxima a aplicar aos cordões na altura
da aplicação do pré-esforço.
Depois de aplicar-se as forças para as ancoragens, as tensões admissíveis são as seguintes
��á� = min 0.75��� ; 0.85��0,1�
Logo, teremos:
��á� = �� × ��á�
��á� ≥ �'0
�∞
�'0 =
������
5354.142��
�'0 =
0.774
�'0 = 6917.496�� (5.12)
40
7588.8�� ≥ 6917.496�� (�. �)
Tirantes 1 2a6
Área (cm²) 322 51
Número de cordões (un) 215 34
Força de aplicação (kN) 44925.749 7588.8
Tirantes Força nos tirantes Número de cordões Área �,0 ��á� Verificação
(��) (cm2 ) (��) (��)
A análise transversal foi feita no software Sap2000, num modelo de viga bi-apoiada,
tendo as sobrecargas rodoviárias, colocadas em posições que geram maiores esforços de
acordo ao Eurocódigo.
Considerou-se apoios (molas) nas posições das almas de modo a ter uma boa
simulação comportamento do tabuleiro. Com isso, introduziu-se os parâmetros de rigidez da
alma no software. [10]
Parâmetros de rigidez
� 4
�����ã� = × 37 ∙ 109 × 30,70
197
Rigidez a torção
� 2
����çã� = ×�×�
�
�
�=
2,4
37���
�=
2,4
� = 15,417��� (5.21)
Dados
� = 433.8�4
� = 197�
� 4
�����ã� = × 15,417 ∙ 109 × 433.8
197
42
O software Sap2000 permite que se introduz as cargas junto dos coeficientes de
majoração, permitindo assim que se faça, ainda no programa, a combinação das acções. Com
isso, teremos como escolhido, a combinações menos favorável, ou seja, que gerar mais
esforços no tabuleiro.
A baixo, temos a Tabela 5.12, contendo os esforços transversais do tabuleiro.
Figura 5. 2 - Esforços internos numa viga sem o pré-esforço quando aplicada uma carga (Costa, 2014).
43
Figura 5. 3 - Esforços internos numa viga pré-esforçada quando aplicada uma força. [9].
44
Figura 5. 4 - Esforço axial centrado, com excentricidade e esforço axial e transversal [9].
Traçado de pré-esforço.
� 1 39,5�
=
� 89�
�1
= 0,44
�
� 1 = 0,44� (5.23)
� 3 = 10�
� 3 10�
=
� 89�
�3
= 0,11
�
� 3 = 0,11� (5.24)
31,15� ≤ � 3 ≤ 44,5�
(Verifica)
�2 = � − � 2 − � 3
�2 = 89� − 39,5� − 10�
�2 = 39,5� (5.25)
46
Tabela 5. 14- Comprimento das parábolas.
Com isto, pode-se calcular a carga equivalente com as seguintes fórmulas [9].
8� (5.26)
�= �
�2
4� (5.27)
���(�) = �
�
Onde:
f: foco da parábola
L: duas vezes o comprimento da parábola
q: Carga equivalente
P: Carga de pré-esforço.
Repare que a carga equivalente está em função da carga de pré-esforço (P). Isso vai
nos permitir traçar o diagrama das cargas equivalentes, tendo o resultado obtido dependente
da carga de pré-esforço (P). A tabela 5.7 (gerada pelo Software Excel) vai simplificar o
cálculo destas cargas equivalentes. Visto que a viga é simétrica, vamos gerar os valores da
carga equivalente até ao meio e consequentemente teremos os valores equivalentes para toda a
viga.
48
O Momento isostático é o produto da carga de pré-esforço e a excentricidade (� × �).
Tendo as excentricidades, conseguimos ter o diagrama do momento isostático.
������á���� = � × �
Onde:
e: excentricidade do pré-esforço.
49
Com isso, obtivemos os seguintes valores:
Baseando-se no EC2, a força máxima a aplicar num cabo de pré-esforço é dada pela
seguinte fórmula a baixo:
��á� = �� × ��á�
Onde:
��á� = min 0.8��� ; 0.9��0,1� e representa a tensão máxima a aplicar aos cordões na altura
da aplicação do pré-esforço.
Depois de aplicar-se as forças para as ancoragens, as tensões admissíveis são as seguintes
��á� = min 0.75��� ; 0.85��0,1�
Logo, teremos:
50
��á� = min 0.8 × 1860 ; 0.9 × 1670
��á� = min 1344 ; 1503
��á� = 1344��� (5.29)
��á� = �� × ��á�
A meio vão:
Nos apoios:
A meio vão:
�∞ ≥ 5 987,824��
�∞ = 5 988��
Nos apoios:
�∞ =− 24 203,810��
51
Observou-se que temos mais esforços a meio vão, então deve dimensionar-se os cabos
de pré-esforço, com base na carga de maior valor �∞ = 5 988��. Quanto ao valor negativo
nos apoios, quer dizer que, devido ao excesso de esforço normal, gerado pelos tirantes nas
zonas de ancoragem, com tabuleiro, não há necessidade da utilização de pré-esforço. Com
isso, utilizaremos apenas o pré-esforço de continuidade, com base aos cálculos da carga do
pré-esforço a meio vão.
Perdas
�∞ = �0 − 14%�0
�∞ = (1 − 0,14)�0
�∞ = 0,86�0
�∞
�0 =
0,86
5 988��
�0 =
0,86
�0 = 6 962,791�� (5.32)
�0 = �'0 − 10%�'0
�0 = (1 − 10%)�'0
�0 = 0,90�'0
�0
�'0 =
0,9
6 961,628��
�'0 =
0,9
52
Cálculo das armaduras de pré-esforço
�'0 = 0,75���
�'0
�� =
0,75 × 1860.103
7 735,142��
�� =
0,75 × 1860.103
�� = 55,46��2 (5.34)
Número de cordões:
��
�ú����� �� ����õ�� = (5.35)
1,5
55,46
�ú����� �� ����õ�� =
1,5
�ú����� �� ����õ�� = 37
Número de cabos
�'0 = 11 718��
53
Verificação de Segurança aos Estados Limites Últimos
Para o cálculo das armaduras deve ter em conta o momento hiperestático, então,
teremos:
���� = 2,30 × �∞
54
Onde:
�� : área de pré-esforço
�� : área das armaduras ordinárias
�� : Força do betão
∆�� :
�� : Força das armaduras ordinárias.
A meio vão:
�� = ℎ − 0,14 = 4 − 0,14 = 3,86� (5.41)
�� = 0.85��� × 0.8� × �
�� = 0.85 × 33,33 × 106 × 0.8� ×19.5
�� = 441 955,8�
��0,1�
�� = �� × (5.44)
1,15
1670 × 106
�� = 63 × 10−4 ×
1,15
�� = 9 148,696��
�� = �� × ��� (5.45)
�� = �� × 435 × 106
Equilíbrio dos momentos
∑��� = ���
55
�� = 441 955,8(0,0161)
�� = 7 115,488��
A força do pré-esforço é maior que a força no concreto, isto quer dizer que o pré-
esforço, singularmente, consegue resistir aos esforços de flexão. Mas ainda assim, há
necessidade da utilização das armaduras ordinárias. Neste caso, recorremos as armaduras
mínimas e elas são determinadas de acordo a seguinte fórmula:
0,26 ∙ ���� ∙ � ∙ �
��,��� = (5.47)
���
0,26 ∙ 4,1 ∙ 19,5 ∙ 3,95
��,��� =
500
��,��� = 1 642,173��2 (335∅25 → � = 1 644,85��2 )
���� = 1.2908 × �∞
���� = 2 634,28��. �
��� = 8 464,882��. �
�� = 0.85��� × 0.8� × �
�� = 0.85��� × 0.8� × �
�� = 0.85 × 33,33 × 106 × 0.8� × 9,4
�� = 203 045,360�
56
��0,1�
�� = �� × (5.49)
1,15
1670 × 106
�� = 63 × 10−4 ×
1,15
�� = �� × ��� (5.49)
�� = �� × 435 × 106
Equilíbrio dos momentos
∑��� = ���
�� = 203 045,36(0,0128)
�� = 2 598,981��
A força do pré-esforço é maior que a força no concreto, isto quer dizer que o pré-
esforço, singularmente, consegue resistir aos esforços de flexão. Mas ainda assim, há
necessidade da utilização das armaduras ordinárias. Neste caso, recorremos as armaduras
mínimas e elas são determinadas de acordo a seguinte fórmula:
0,26 ∙ ���� ∙ � ∙ �
��,��� =
���
0,26 ∙ 4,1 ∙ 9,4 ∙ 3,95
��,��� =
500
��,��� = 791,612��2 (162∅25 → � = 795,42��2 )
57
Armadura da zona comprimida
A meio vão:
����� ���������� = 0,10 × 1 642,173��2
����� ���������� = 164,217��2 (34∅25 → � = 166,94��2 )
No apoio:
����� ���������� = 0,10 × 791,612��2
����� ���������� = 79,161��2 (17∅25 → � = 83,47��2 )
��� ≥ ���
Onde:
��� = 19 447,973��. �
�� = 3,86�
��� = �� × (�� − 0,4�)
��� = 26 710,415��. �
58
��� = 26 710,415��. � ≥ ��� = 19 479,973��. � (�. �)
��� ≥ ���
Onde:
��� = 19 447,973��. �
�� = 3,86�
��� = 26 700,969��. �
59
Estado Limite último de Esforço Transverso
���
�´�� = (5.54)
cos (�)
Onde:
�: ângulo de inclinação da alma com o eixo vertical.
Para: � = 25°
� = 0,9 × 4 = 3,6�
60
� = 0,9 × 3,6 = 3,24�
� ∙ ����(25°) = 6,948
Nos apoios:
3727,772
�´�� =
cos (13°)
�´�� = 3825,827��
���
= 11,385��2 /� (∅16//0,15 → � = 13,33��2 /�)
�
A meio vão:
4762,443
�´�� =
cos (13°)
�´�� = 4 887,715��
���
= 14,898��2/� (∅16//0,125 → � = 16��2 /�)
�
��� (5.56)
��� = ( ) ∙ � ∙ ����� ∙ ���
�
No apoio:
��� = 4 028,95��
61
4 028,95�� ≥ 3 440,862�� �. �
A meio vão:
��� = 4 835,949��
4 835,949�� ≥ 4 502,687�� �. �
��� − � ∙ ��(�)
�� = (5.57)
� ∙ �� ∙ ���� ∙ ����
�� = 0,40�
�´�� − � ∙ ��(�)
�� = (5.58)
� ∙ �� ∙ ���� ∙ ����
No apoio:
3825,827 − 0,0643 × 5987
�� =
3,24 ∙ 0,40 ∙ ���(25) ∙ ���(25)
�� = 6,932���
���
�� ≤ 0.6 1 − ∙ ���
250
50 50
�� ≤ 0.6 1 − ∙
250 1,5
A meio vão:
�� = 9,071���
���
�� ≤ 0.6 1 − ∙ ���
250
62
50 50
�� ≤ 0.6 1 − ∙
250 1,5
Para armar a ligação entre o banzo e alma em tabuleiro de betão, considera-se a metade da
armadura transversal, tal como ilustra a equação 5.59. [12] Sendo assim, teremos:
��� �´�� − � ∙ ��(�)
= (5.59)
� 2 ∙ � ∙ ����� ∙ ���
No apoio:
���
= 6,287��2 /� (∅16//0,25 → � = 8,33��2 /�)
�
A meio vão:
���
= 7,667��2 /� (∅16//0,225 → � = 8,89��2 /�)
�
���
�= (5.60)
� ∙ �2 ∙ ���
63
� = �(1 + �) (5.61)
� ∙ �2 ∙ � ∙ ��� (5.62)
�� =
���
�� ∙ ���
��� = (5.63)
� ∙ �2 ∙ ���
No apoio da Secção:
�� ∙ ���
��� =
� ∙ � ∙ ���
40 ∙ 10−4 ∙ 435
��� =
50
1 ∙ 0,22 ∙ ( )
1.5
��� = 1,305
��� = 0,275
��� = � ∙ � ∙ �2 ∙ ���
50
��� = 1,305 ∙ 1 ∙ 0,22 ∙ ( ) ∙ 103
1,5
64
��� = 1 740��
�� ∙ ���
��� =
� ∙ � ∙ ���
40 ∙ 10−4 ∙ 435
��� =
50
1 ∙ 0,22 ∙ ( )
1.5
��� = 1,305
��� = 0,275
��� = � ∙ � ∙ �2 ∙ ���
50
��� = 1,305 ∙ 1 ∙ 0,22 ∙ ( ) ∙ 103
1,5
��� = 1 740��
Armadura de distribuição
�� , � = 0,20�� (5.66)
Armadura de distribuição
Área de aço (cm2 /�) Área adoptada
No Apoio 8 ∅12,5//0,15
(�� = 8,33 ��2 /�)
A meio vão 7,198 ∅12,5//0,15
(�� = 8,33 ��2 /�)
65
Armadura mínima
����
�� , ��� = 0,26 ∙ ∙� ∙� (5.67)
��� �
4,1
�� , ��� = 0,26 ∙ ∙ 1 ∙ 0,2
500
Armadura de bordo
�� , ���
�� , ����� = �á� (5.68)
0,25 ∙ �+�, �ã�
4,26 ��2 /�
�� , ����� = �á�
2,083 ��2 /�
��� ≤ ���
1 3
��� = ���, � ∙ � ∙ 100 ∙ �� ∙ ��� 3 + �1 ∙ ��� ∙ �� ∙ � ≥ 0,035 ∙ (� 2 ∙ ���) ∙ �� ∙ �
0,18 0,18
���, � = ��
= 1,5
= 0,12 (5.69)
200
�=1+ 200
=2 (�. �)
���
�1 = ≤ 0,02 (5.70)
�� ∙ �
�1 = 0,15
��� (5.71)
��� =
��
66
6725,927
��� = = 0,908���
7,41
1
��� = 0,12 ∙ 2 ∙ 100 ∙ 0,0417 ∙ 50 3 + 0,15 ∙ 0,908 ∙ 106 ∙ 1 ∙ 0,2 = 27 269,642��
3 3
0,035 ∙ � 2 ∙ ��� ∙ �� ∙ � = 0,035 ∙ 2 2 ∙ 50 ∙ 1 ∙ 0,2 = 140��
� (5.72)
��� = � ∙ ����´ + �∞ (� + )
�
0,4 (5.74)
� = 0,6 + ≥1
ℎ0,25
0,4
� = 0,6 + = 0, , 8 ≥ 1
(4)0,25
�=1
�
��� = � ∙ ����´ + �∞(� + )
�
30,754
��� = 30,754 ∙ 4,1 ∙ 106 + 6929,275 ∙ (1,12 + )
14,82
67
��� = 85 185,903��. �
�
��� = � ∙ ����´ + �∞(� + )
�
30,754
��� = 14,142 ∙ 4,1 ∙ 106 + 6929,275 ∙ (1,12 + )
14,82
��� = 43 364,156��. �
Nos apoios:
�∞ + �� ��� ��
���� =− − +
� ���� ����
�∞ + �� ��� ��
� ��� =− + −
� ���� ����
A meio vão:
68
�∞ − �� ��� ��
���� =− − +
� ��������� ����
�∞ − �� ��� ��
���� =− + −
� ��������� ����
COMBINAÇÃO FREQUENTE
Momento Esforço Normal Tensão
Fibra
Flector(kN.m) (kN) (MPa)
Inferior -1,23197
Meio Vão 12565,701 6,191
Superior -1,00256
Inferior -5,26045
Apoio 9400,492 35815,009
Superior -5,46624
COMBINAÇÃO RARA
Momento Flector Esforço Normal Tensão
Fibra
(kN.m) (kN) (MPa)
Inferior -0,96826
Meio Vão 14429,634 6,989
Superior -0,88124
Inferior -5,50295
Apoio 9989,661 38229,332
Superior -5,75374
Verificações no betão
Segundo o [11], deve ser garantido que não haja tracções no tabuleiro, ou seja, garantir
que não haja tensões de tracção nas fibras mais traccionadas. Para estes casos, utiliza-se as
combinações frequentes, tal como já foi abordado.
69
�� ≤ 0
Tendo os valores das tensões calculados pela combinação frequente, resumidos na
Tabela 5.18, podemos verificar qual é o estado de tensão.
−1,003 ≤ 0 (�. �)
No apoio (Fibra superior):
−5,260 ≤ 0 (�. �)
Fluência no betão
A norma [11], relata que para evitar deformações significativas no betão, devido a sua
fluência, a longo prazo, o módulo da tensão da fibra mais comprimida não pode ser maior que
45% da tensão característica do Betão.
��, ��� ≤ 0,45���
Para evitar as fendas, a tensão na fibra mais traccionada, calculada pela combinação
rara, não pode ser superior ao ����, ou seja, a tensão média de tracção no betão. [11]
�� ≤ ����
−0,881��� ≤ 4,7���
70
Verificação de segurança nas zonas de ancoragem
Nas proximidades das zonas onde são ancorados os cabos de pré-esforço, a força
concentrada é transmitida ao betão sob forma de elevadas tensões distribuídas na superfície da
placa de distribuição da carga. Nesse contexto, não são válidas as hipóteses da resistência dos
materiais para peças lineares. Deste modo, a verificação de segurança nas zonas das
ancoragens consiste em limitar as tensões de compressão no betão e dimensionar as
armaduras para absorverem as forças de tração que surgem devido à acção da carga
concentrada. .
��1
���� = ��0 ∙ ��� ∙ ≤ 3,0��� ∙ ��0
��0
∅� = 1,8√��
∅� = 1,8√157
∅� = 22,554��
71
∅� = 24�� (5.75)
O cabo mais desfavorável, ou seja, o maior cabo, possui 24�� de diâmetro, tendo
assim uma área de 157��2 . Com isto, chegamos aos seguintes valores:
Onde:
��0 : área da placa de ancoragem;
��1 : é a maior área homotética relativamente a área da placa de ancoragem, possuindo
mesmo centro de gravidade e que os seus lados são menores que três vezes o lado a área da
placa de ancoragem.
Diâmetro da bainha
Logo, podemos adoptar uma área da placa de ancoragem, ��0 , de 0,40 × 0,40��2 .
Sendo que os lados da área ��1 , devem ser menor que três vezes os lados da área ��0 , teremos:
�1 = �1 = 0,24��
�2 = �2 = 2�1 = 2�1 = 0,48�� (5.76)
�2 − �1 = �2 − �1 = 0,24 ≤ ℎ = 0,25� (�. �)
72
��0 = �1 ∙ �1 = 0,242 = 0,0576�2 (5.77)
��1
���� = ��0 ∙ ��� ∙
��0
����
��� =
��1
��0 ∙
��0
10 393,913
��� =
0,2304
0,0576 ∙
0,0576
1 299,239
�� =
50
�� = 25,985 ��2 → 14∅16 (�� = 28��2 )
73
6. PROCESSO CONSTRUTIVO
O tempo para a execução de uma aduela varia entre sete a dez dias. O tempo de
referência ou ciclo de execução de um tramo, varia entre sete a oito dias, sendo:
74
Tabela 6. 1- Tempo de execução de uma aduela.
Dia Processos
1 Aplicação do pré-esforço no tramo betonado após três dias de
endurecimento do betão;
2e3 Abertura das cofragens e avanço do cimbre;
Posicionamento das Cofragens;
4 Colocação de armadura (se for pré-montada em estaleiro, esta tarefa fica
reduzida a um dia)
5 Betonagem;
6e7 Tempo para endurecimento do betão.
O pré-esforço, como pode ser visto na tabela, é aplicado após 3 dias do acto da
Betonagem. O betão deve possuir uma resistência capaz de resistir aos esforços introduzidos
no durante a aplicação do pré-esforço.
75
Figura 6. 3- Ponte sobre o rio Kwanza construído por avanços sucessivos. [14]
76
Determinação dos cabos de pré-esforço para a fase de construção
������. = ������ × �
������ = 500��
� = 20�
������. = 500 ∙ 20 = 10 000��. �
������ = � + ������.
77
������ = 101 550,625 + 10 000
� �∙� �
��,�������� =− − + ≤0 (5.30)
� ��������� ���������
No apoio:
�∞ ≥ 34 912,280��
Perdas
�∞ = �0 − 14%�0
�∞ = (1 − 0,14)�0
�∞ = 0,86�0
�∞
�0 =
0,86
34 912,280��
�0 =
0,86
�0 = 40 595,675 ��
�0 = �'0 − 10%�'0
�0 = (1 − 10%)�'0
�0 = 0,90�'0
�0
�'0 =
0,9
40 595,675��
�'0 =
0,9
�'� = �� ���, �����
78
Cálculo das armaduras de pré-esforço
�'0 = 0,75���
�'0
�� =
0,75 × 1860.103
45 106,305��
�� =
0,75 × 1860.103
�� = 323,343�2
Número de cordões:
��
�ú����� �� ����õ�� =
1,5
323,343
�ú����� �� ����õ�� =
1,5
Número de cabos
�ú����� �� ����õ��
�ú����� �� ����� =
19
�ú����� �� ����� = 12
��� = �� × ���
79
��� = 60 246��
Aparelhos de apoio
Junta de dilatação
80
contrai em presença de frio. Em geral, a profundidade recomendada para uma junta é 30% da
espessura e deve ser menor que 0,15�. [17]
Figura 6. 10- Quadro isotérmico do Porto Amboim, Cuanza Sul, Angola (clima today).
Profundidade da junta:
ℎ����� = 0,30 × 25 = 7,5��
Variação térmica:
A componente da variação uniforme de temperatura de um elemento estrutural, ∆�� , é
definida por [17]:
81
∆�� = � − �0
Expansão (calor):
O valor de �0 encontra-se no anexo nacional, mas em caso de não se encontrar, é
adoptado o valor de 15°
∆�� = ��á� − �0
Contração (frio):
∆°�� = �0 −����
Variação do comprimento:
Com estes resultados, adopto a utilização de uma junta de 10cm de largura e 8cm de
profundidade.
82
7. RESULTADO E DISCUSSÃO
Propor uma ponte com maiores dimensões, previstas a atender o grande aumento
populacional e consequentemente o aumento do tráfego previstas a utilizarem a ponte, será
uma mais valia para todos
Os pré-esforços por si só, resistirão aos esforços internos, incluindo apenas, o mínimo
de armaduras ordinárias que a norma estabelece.
A secção em caixão do tabuleiro, apesar de ser uma secção com alta resistência
mecânica, possui peso próprio muito elevado, gerando mais esforços na estrutura,
comprometendo o aspecto económico, mas salvaguardando o aspecto da segurança.
83
8. CONCLUSÃO
A ponte não estará sujeita a deformações a longo, como a curto prazo, pois ela
cumpriu todas as verificações conforme descreve o regulamento já citado.
A execução desta ponte seria uma mais valia, visto no seu dimensionamento
levou-se em conta o grande aumento de tráfego e demográfico. Levando assim,
a ter um tabuleiro maior, relativamente à actual ponte, permitindo assim uma
maior fluidez do tráfego na região.
84
8. RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS
85
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
87
10.ANEXOS E APÊNDICES
Figura A. 2- Valores de momento flector es esforço cortante nos apoios (Comb. Frequente)
88
Figura A. 3- Valores de momento flector es esforço cortante nos apoios (C.q.p).
Figura A. 4- Valores de momento flector es esforço cortante nos apoios (Comb. Rara).
89
Figura A. 5- Valores de esforço normal nos apoios (ELU).
90
Figura A. 7- Valores de esforço normal nos apoios (C.q.p).
Figura A. 8- Valores de momento flector e esforço cortante a meio vão (Comb. Frequente).
91
Figura A. 9- Valores de momento flector e esforço cortante a meio vão (C.q.p).
Figura A. 10- Valores de momento flector e esforço cortante a meio vão (Comb. Rara).
92
Figura A. 11- Valores de momento flector e esforço cortante a meio vão (ELU).
93
Figura A. 13- Esforço Normal nos tirantes.
94
Figura B. 2- Combinação das cargas (ELU)
95
Figura B. 4- Combinação das cargas (C.q.p)
96
Figura B. 6- Dimensões da secção transversal do tabuleiro.
97
Figura C. 3- Diagrama do esforço Cortante.
98
Figura C. 6- Estrutura da ponte com esforço Cortante.
99
Apêndice D – Imagens da ponte existente
100
Figura D. 3- Estado da junta de dilatação da ponte. [1]
101
Anexo A- Tabelas auxiliares ao dimensionamento.
102