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FACULDADE DE ENGENHARIA
ENGENHARIA DE MINAS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CATALÃO/GOIÁS
MARÇO/2022
MARIA LUÍSA MARTINS DOS REIS
CATALÃO/GOIÁS
MARÇO/2022
A Deus por ter me mantido forte e
determinada nos meus objetivos, e aos meus
pais por terem segurado minha mão e acalmado
meu coração nessa trajetória.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer primeiro a Deus, Santa Rita e Santo Expedito, por guiarem meus
passos durante essa jornada, serem minha calma e guias durante as tempestades e por aquietar
meu coração no meio de tantos questionamentos. Eu sei que vocês olham por mim, com um
amor totalmente puro e até mesmo sem o meu merecimento. Aos meus pais, Inara e Moisés,
por terem feito o possível e o impossível para que eu conseguisse estudar o que sempre sonhei,
sem me cobrarem nada em troca, e sendo a maior torcida que eu tive e sempre terei. Não há
distância e circunstância que fará eu deixar de ser grata por tudo que fizeram e fazem por mim,
pelo amor incondicional e pela paciência de me ouvir e consolar durante as dificuldades.
A toda minha família, tios, tias, avós, avôs, primas e primos, por terem feito cada volta
para casa me mostrar que eu estava no caminho certo. Em especial, ao Matheus, meu primo que
mais parece irmão, por ter me incentivado a encontrar uma profissão que amasse e corresse
atrás para conquistar os meus sonhos. Aos meus amigos, em especial Lara e Luiz, por terem
segurado minha mão durante o processo da faculdade, por todos os ensinamentos de vida que
aprendemos juntos, por não termos deixado o outro desabar nas adversidades e por terem feito
eu ser uma pessoa e amiga melhor. Cada um de vocês fizeram os 5 anos de Catalão serem mais
fáceis, acolhedores e felizes. Para quem permaneceu, estaremos sempre juntos. Para quem
seguiu outros caminhos, nos vemos em qualquer lugar desse mundo verdadeiramente pequeno.
A todo o corpo docente do curso de Engenharia de Minas que esteve presente durante
minha permanência no curso, em especial ao Marcos Agapito, Renato de Paula e Silvia Helena,
por cada conselho durante essa jornada e por aceitarem o convite de participar de um dos
momentos mais importantes da minha vida. Agradeço ao time da Nexa Resources, unidade
Projeto Aripuanã, pelo acolhimento durante o processo de estágio e pelos dados
disponibilizados para a construção desse trabalho. Em especial, ao time do Mining, Marina,
Zanotti e Júlio, por terem me guiado nesse processo de início de carreira, com a certeza de que
eu era capaz de auxiliar vocês e a área, mesmo sem grande experiência. Não se constrói uma
vida sozinho e a cada um que passou pela minha sou eternamente grata, independente do
ensinamento. Sou mais feliz e mais forte pela influência de vocês.
“A vida é uma despedida constante do
que somos agora para o que vamos ser
adiante.”
Lucão
RESUMO
Process management and quality management are extremely important in mining. Associated
with the control of KPIs in the area, it is possible to know the bottlenecks. The present work
aims to analyze the impacting factors in the mining operation of a zinc mine. Using quality
tools, such as the Pareto Chart and Ishikawa Diagram, it was possible to identify the bottlenecks
in the mining operation, in this case applied to the drilled reserve KPIs, responsible for
controlling the places that have already been drilled and are likely to be detonation. From the
database study, it was possible to find the influence of operational variables, such as hours
worked, physical availability, physical use and drilling, comparing the target data and those
carried out in a period of thirteen weeks. The results showed the need for effective compliance
with drilling plans, better control of corrective and preventive maintenance and the suggestion
of applying a KPI that includes the quality of the process, denominated OEE.
DF – Disponibilidade Física
GQT – Gestão da Qualidade Total
HC – Horas Calendário
HM – Horas de Manutenção
HT – Horas Trabalhadas
OEE – Overall Equipment Effectiveness
UF – Utilização Física
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 13
2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 13
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 13
3 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 14
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 15
4.1 GESTÃO DE PROCESSOS............................................................................................ 15
4.2 GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL ............................................................................ 19
4.2.1 Ferramentas da Qualidade ........................................................................................ 19
4.3 KEY PERFORMANCE INDICATORS (KPI) ............................................................... 22
4.3.1 Disponibilidade Física (DF) ..................................................................................... 24
4.3.2 Utilização Física (UF) ................................................................................................ 25
4.3.3 Overall Equipment Effectiveness (OEE) ................................................................ 25
5 METODOLOGIA ....................................................................................................... 27
5.1 ETAPAS DO PROCESSO .............................................................................................. 27
5.2 CONTROLE DAS VARIÁVEIS OPERACIONAIS ...................................................... 28
5.3 CONTROLE DOS KPIS DE RESERVA PERFURADA ............................................... 30
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 32
6.1 DIAGRAMA DE ISHIKAWA........................................................................................ 32
6.2 GRÁFICO DE PARETO ................................................................................................. 34
6.3 VARIÁVEIS OPERACIONAIS DE LAVRA ................................................................ 35
6.4 DISPONIBILIDADE E UTILIZAÇÃO FÍSICA ............................................................ 38
6.5 KPIS DE RESERVA PERFURADA .............................................................................. 41
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 45
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 47
APÊNDICE A – TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO E DIVULGAÇÃO DE
DADOS.....................................................................................................................................51
12
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 JUSTIFICATIVA
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para que um processo seja controlado, faz-se necessário sua gestão e de todas as suas
variáveis. Uma das áreas capazes de auxiliar nisso é a gestão de processos, que ao longo do
tempo determinou métodos, utilizados por pequenas e grandes empresas, que possibilitam gerir
cada processo de modo a obter ganhos. Outra área é a gestão da qualidade, que através da
aplicação de suas ferramentas, possibilita a agregação de valor ao produto, reduzindo custos e
tempo. Após a aplicação de métodos de gestão da qualidade e de processos, é necessário
mensurar se realmente houve melhorias, o que pode ser realizado através da gestão de KPIs.
Esse tópico apresenta uma revisão da bibliografia de cada um desses conceitos.
O uso prático dos dados científicos requer uma sala em que são guardados os
livros, notações dos rendimentos máximos e uma mesa para o planejador das tarefas.
Assim, todo o trabalho feito pelo operário no sistema antigo, como resultado de sua
experiência pessoal, deve ser necessariamente aplicado pela direção no novo sistema,
de acordo com as leis da ciência, porquanto o trabalhador, ainda que bem habilitado na
organização e uso dos dados científicos, estaria materialmente impossibilitado de
trabalhar, ao mesmo tempo, na máquina e na mesa de planejamento. Está claro, então,
na maioria dos casos, que um tipo de homem é necessário para planejar e outro tipo
diferente para executar o trabalho (TAYLOR, 1987 apud RIBEIRO, 2015, p. 66).
Desse modo, no taylorismo havia a necessidade de divisão de tarefas em práticas e de
planejamento, focando no princípio da dissociação do processo de trabalho, onde os
trabalhadores possuem apenas o conhecimento da sua própria tarefa, o que garante um controle
do processo e torna o custo da força de trabalho menor. Além disso, a noção de tempo é
extremamente importante, procurando sempre o maior rendimento do trabalhador no menor
17
espaço de tempo. O capital é o mais importante, obtendo grandes taxas de produção, sem a
importância voltada para a qualidade (RIBEIRO, 2015).
Após o sistema de gestão aplicado por Taylor, surge o Sistema Ford de Produção
Industrial, desenvolvido por Henry Ford no início do século XX, conhecido por ser o introdutor
da produção em massa. O Fordismo visava altos índices de produtividade, com redução de
custos, ou seja, os menores gastos possíveis em matéria-prima, mão-de-obra e tempo de
produção. A principal inovação realizada por Ford foi a criação de uma linha de montagem
automatizada, que de certa forma seguia o imposto por Taylor, visto que havia a necessidade
de uma produção ágil, mas que exigia pouquíssimos requisitos de qualificação (BONDARIK,
KOVALESKI E PILATTI, 2014).
A principal diferença entre o Fordismo e o Taylorismo é que o primeiro deixou de visar
apenas o domínio da força de trabalho, mas buscou ter adesão dos trabalhadores ao processo
(RIBEIRO, 2015). Dentro desse modelo de gestão, a introdução da esteira rolante como método
de organização do trabalho proporcionou ganhos em automatização e mecanização do processo
e aumentou consideravelmente o ritmo de trabalho que era aplicado até então. A partir desse
aumento no ritmo, viu-se que havia uma grande rotatividade de trabalhadores, e a solução
encontrada foi o aumento de salários.
Segundo Gramsci (1976) apud Ribeiro (2015, p. 69), “a política dos altos salários é uma
forma de combinar, sabiamente, a coerção com a persuasão e o consentimento, e isto pode ser
obtido por uma maior retribuição que permita um determinado nível de vida”. Porém, o
aumento de salários já se encontrava atrelado a necessidade de aumento do consumo dessa
classe, onde os bens são os mais desejáveis, até mesmo os automóveis que esses trabalhadores
produziam na empresa de Ford. Então, apesar do aumento de salários, o aumento do consumo
seguiu a mesma linha de crescimento.
O Fordismo serviu como inspiração para outras fábricas de automóveis, dentre elas a
Toyota Motor Co, que buscou a reprodução dos conceitos impostos por Ford, porém sem
sucesso. Em 1956, o engenheiro-chefe da companhia, Taiichi Ohno, visitou as fabricas da
concorrente, onde percebeu todas as falhas associadas ao processo que seriam prejudiciais para
o que a empresa japonesa desejava. Dentre essas falhas, as principais foram a falta de
importância dada a qualidade do processo e do produto, além da presença de grandes estoques
(GHINATO, 2000).
Assim começou a ser criado o Sistema Toyota de Produção, onde o foco era a eliminação
de todas as perdas durante o processo. Isso se deve à imposição do preço de venda pelos clientes,
devido a maior exigência do mercado, fazendo-se necessária a redução de custos para maior
18
obtenção de lucro. As perdas são classificadas em sete grupos, desde a superprodução até a
fabricação de produtos defeituosos. As perdas por superprodução podem ser divididas em
superprodução por quantidade e antecipação, e são consideradas as mais difíceis de serem
eliminadas, pois deixa as outras indetectáveis. A Figura 2 mostra a estrutura do Sistema Toyota
de Produção.
possível a adaptação dos sistemas de produção, para que haja um controle de vários indicadores
de processos, buscando qualidade do processo e produto.
As ferramentas da qualidade são utilizadas para unir o sistema proposto pela gestão de
processos ao fornecimento de uma gestão de qualidade, simultaneamente. Através da utilização
dessas ferramentas, espera-se melhorias contínuas nos processos, com resolução de problemas
20
Das sete ferramentas da qualidade, seis delas possuem representação gráfica, facilitando
a visualização e dando clareza as informações: fluxograma, cartas de controle, diagrama de
Ishikawa, histograma, diagrama de dispersão e diagrama de Pareto. Porém, a folha de
verificação possui preenchimento muito fácil, facilitando também o entendimento das
informações (COUTINHO, 2019). Para o desenvolvimento desse trabalho, utilizar-se-á de duas
dessas ferramentas da qualidade: Diagrama de Pareto e Diagrama de Ishikawa.
O Diagrama de Pareto foi criado em 1848 por Vilfredo Pareto e tem como principal
objetivo a identificação de problemas, utilizando-se de comparações entre a meta e o realizado,
facilitando a construção de um plano de ação para solucionar esses problemas. Segundo Santos
21
et al. (2020, p. 2), através do Diagrama de Pareto consegue-se “classificar os processos das
empresas por ordem e importância, identificando os erros, e acaba diminuindo seus custos,
riscos e problemas no produto ou serviço”. A Figura 4 apresenta um exemplo de Diagrama de
Pareto de lojas varejistas.
Para montar esse diagrama, conhecido como 80/20, deve-se planejar a forma de coletar
os dados, realizar efetivamente essa coleta de dados, relacionando causas à quantidade de
ocorrências, e preencher um banco de dados, permitindo a análise deles. O problema deve ser
classificado antes mesmo da coleta de dados, de modo que seja escolhido um período mais
representativo das causas. Em relação à forma representativa do Gráfico de Pareto, a
distribuição é de dois eixos verticais, correspondendo à quantidade de ocorrência de cada caso
e à distribuição percentual, e um eixo horizontal demonstrando quais são as causas do problema
em foco.
O Diagrama de Ishikawa foi criado por Kaora Ishikawa em 1943 e tem como principal
objetivo a análise dos processos produtivos, encontrando as causas raízes dos diversos
problemas associados a esses tipos de processos. De acordo com Silva et. al. (2018, p. 390), “as
causas podem ser eliminadas, e se for benéfico, pode-se conferir consistência a elas, garantindo
sua continuidade, analisar as ações e os desempenhos dos equipamentos”. Para a construção
desse diagrama, utiliza-se da seguinte sequência: determinação do problema; relato de causas;
22
construídas as metas de curto e médio prazo das empresas, como exemplo a capacidade de
produção para definição das metas de produção do mês ou trimestre.
As vantagens da utilização dos KPI são: melhorias no processo a partir da resolução de
problemas; comparação entre resultados e metas, possibilitando melhorias no planejamento e
projeções mais assertivas; comparação com os resultados de outras empresas; aderência ao
plano previamente construído (KPI ORGA, s.d). A divisão dos KPIs ocorre em alguns tipos:
entradas, medidas de processo, saídas, resultados e medidas do projeto. Além disso, a visão das
empresas deve conciliar medidas estratégicas e operacionais, de maneira que os resultados
obtidos não sejam prejudicados por uma ou ambas. A Figura 6 mostra a distribuição entre
medidas operacionais e medidas de impacto estratégico.
entende-se que é necessário a revisão de conceitos dos KPIs de disponibilidade física, utilização
física e Overall Equipment Effectiveness, que está descrita nos próximos tópicos.
(Equação 1)
(𝐻𝐶 − 𝐻𝑀)
𝐷𝐹 = × 100
𝐻𝐶
Segundo Santos e Sousa (2020, p. 25), “a taxa de utilização mostra como a manutenção
e produção juntas estão aproveitando a capacidade produtiva dos seus meios de produção”. A
utilização é mais voltada para aspectos operacionais, como equipe de operação e possibilidade
de uso do equipamento na operação propriamente dita, do que para a equipe de manutenção
(XENOS, 1998 apud SANTOS E SOUSA, 2020). Para o cálculo desse indicador, geralmente
utiliza-se da Equação 2:
(Equação 2)
𝐻𝑇
𝑈𝐹 = × 100
(𝐻𝐶 − 𝐻𝑀)
(Equação 3)
𝑂𝐸𝐸 = (𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛𝑖𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 × 𝑃𝑒𝑟𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑛𝑐𝑒 × 𝑄𝑢𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒) × 100
26
De acordo com Azevedo (2004) apud Oliveira, Magnani e Silva (2021, p. 50)
“aperfeiçoar qualquer uma destas variáveis deverá melhorar a qualidade, a produtividade, os
custos, a satisfação do cliente, a segurança no trabalho, dentre outros”. Para que a obtenção
desses dados seja efetiva, faz-se necessário o entendimento de quais variáveis afetam
diretamente as três variáveis, além de considerar questões como logística, mão de obra, uso de
matéria prima etc. A Figura 7 apresenta quais são os fatores responsáveis por formar a
Eficiência Global do Equipamento.
5 METODOLOGIA
permite que o desmonte aconteça corretamente e que seja possível realizar o transporte desse
minério sem problemas, como por exemplo, formação de matacos, ou seja, grandes blocos que
não são desmontados (JARDIM, 2017). Os equipamentos de perfuração utilizados pela empresa
são três perfuratrizes denominadas Fandrill, da marca Sandvik, no modelo DL421. Esse modelo
é voltado para perfuração em minas subterrâneas, alcançando produção de grande escala e
possibilidade de perfurações verticais e inclinadas com profundidade de até 54 metros. O
Fandrill permite a realização de furos com diâmetro variando de 64 a 115 milímetros
(SANDVIK, s.d).
Nesse caso, são controlados os seguintes KPIs: reserva recuperável, massa em pilar,
massa contida em sequência de lavra e reserva liberada. A reserva recuperável é a massa
passível de detonação e encaminhamento para a usina, imediatamente ou até o fim da vida útil
da mina. Já a massa em pilar ou pilar da coroa, corresponde a massa contida em áreas que não
são passíveis de detonação antes de se completar todo o painel, pois servem de estrutura
geotécnica para o nível em questão. De acordo com Karian et al. (2016, p. 282), “é importante
estudar o método de contramedidas para falha do stope na área do pilar da coroa para evitar a
31
subsidência da superfície, bem como para otimizar a espessura do pilar coroa”. A Figura 10
apresenta um esquema do que é o pilar da coroa, aplicado ao método de lavra de Cut and Fill,
possuindo a mesma definição para o método Sublevel Stoping.
A massa contida em sequência de lavra diz respeito a toda a massa que está em blocos
de minério em níveis que não ocorram lavra no nível anterior, ou blocos que estão em um
mesmo painel em que o primeiro bloco ainda não foi lavrado. A reserva liberada é toda a massa
que não possui nenhuma restrição, sendo possível a detonação imediata. Para essa última
definição, tem-se ainda uma subdivisão: com face livre aberta e sem face livre aberta.
De acordo com Iramina (2015, p. 7), face livre é a “superfície exposta da rocha, para
onde a carga de explosivo direcionará os esforços de fragmentação”. A perfuração da face livre,
denominada slot, acontece de uma maneira diferente, contendo furos alargados servindo como
área de alívio, de modo a possibilitar a real abertura para as detonações superiores.
32
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
De modo a obter uma análise factível dos fatores impactantes nos KPIs da lavra, prezou-
se pela construção de um Diagrama de Ishikawa e um Diagrama de Pareto, proporcionando o
conhecimento das causas raízes. Além disso, utilizou-se de dados de disponibilidade física e
utilização física de equipamentos, para demonstrar quais os impactos desses KPIs de operação
na possibilidade de perfuração existente. O banco de dados de reserva perfurada também foi
alvo de análises, de modo a obter uma comparação entre as metas previamente estabelecidas e
os resultados obtidos durante o período de estudo. Todas essas análises estão demonstradas nos
tópicos a seguir.
Para uma melhor análise das causas impactantes nos KPIs da operação de lavra,
realizou-se a construção de um diagrama de Ishikawa, como mostra a Figura 11, utilizando-se
dele como mais um método de auxílio para a visão do processo. Na parte de métodos,
considerou-se como prejudicial a forma de cálculo para definir as metas nos planos de produção
mensais, pois o cálculo é realizado a partir da meta de disponibilidade física e utilização dos
equipamentos de perfuração, mas seria adequado fazer uma busca de dados históricos para essa
definição de meta diária e comparar os dados. Além disso, inseriu-se o não controle da
qualidade de perfuração e a dificuldade para preenchimento de parte diárias pelos operadores,
o que prejudica encontrar as causas raízes de problemas.
33
A partir dos dados obtidos na base de dados da empresa tornou-se possível construir um
Gráfico de Pareto para demonstrar as principais causas de impactos negativos para a produção
da lavra. Essas causas estão demonstradas na Figura 12, que apresenta o total de ocorrências e
a porcentagem acumulada para cada uma delas. Correspondendo à 80% das causas, tem-se 8
ocorrências principais. A principal causa é aguardando instrução, com 839 ocorrências,
alcançando 51% do total e que engloba projeto, frente, serviço e apontamento. Instrução,
serviço e apontamento, dizem respeito as informações que o supervisor de turno ou o Centro de
Controle Operacional devem passar aos operadores, de modo que eles possam chegar na frente
de serviço correta.
900 100%
800 90%
700 80%
60%
500
50%
400
40%
300
30%
200 20%
100 10%
0 0%
Impactos
TOTAL %Acumulada
Como ponto de atenção deve-se considerar a relação entre a meta e o realizado de horas
trabalhadas, considerando os 3 turnos e os 3 equipamentos de perfuração. Percebe-se que há
uma grande diferença para a meta previamente estabelecida, demonstrado na Figura 13, o que
causa impacto direto na perfuração, decrescendo a produtividade, além dos impactos causados
nos KPIs de reserva perfurada. Ademais, essa diferença proporciona atrasos nas entregas de
áreas de perfuração para a possibilidade de detonação, causando impactos também na produção
prevista para a área.
800
700
Horas trabalhadas (h)
600
500
400
300
200
100
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Período (semana)
REAL META
equipamentos. A partir disso, consegue-se notar que os 3 equipamentos estão de certa forma
sobre dimensionados para a produção que se tem.
5000
4500
4000
3500
Perfuração (m)
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Período (semana)
Porém, através da Figura 15, é possível ver que só se tem uma boa produtividade porque
ocorre a rotação desses equipamentos para a perfuração quando algum deles tem algum
problema relacionado a manutenção e precisa ser realocado para resolução. Nos períodos 7 e 8
não se tem disponibilidade física do Fandrill 2, e nos períodos 9 a 13, não se tem a
disponibilidade do Fandrill 1, ambos associados a problemas de manutenção.
250
Disponibilidade Física (%)
200
150
100
50
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Período (semana)
18000
16000
14000
12000
Massa (t)
10000
8000
6000
4000
2000
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Período (semana)
700
600
400
300
200
100
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Período (semana)
100
90
80
Disponibilidade Física (%)
70
60
50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Período (semana)
REAL META
Já a utilização física dos Fandrill tem uma meta de 70% durante os períodos de estudo
e sua relação com utilização realizada está demonstrado na Figura 19. Percebe-se que em
nenhum período a utilização física dos equipamentos fica acima ou equivalente à meta
previamente estabelecida. Nos períodos 4 e 5, tem-se as menores porcentagens de utilização,
porém tem-se as maiores porcentagens de disponibilidade física, o que demonstra que o
equipamento estava disponível, porém não possuía áreas adequadas e com disponibilidade para
seu pleno funcionamento.
40
80,00
70,00
60,00
50,00
Utilização (%)
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Período (semana)
REAL META
300.000
250.000
200.000
Toneladas (t)
150.000
100.000
50.000
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Período (semana)
160.000
140.000
120.000
Toneladas (t)
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Período (semana)
Para a reserva liberada, a evolução de tonelagem está demonstrada na Figura 22. Através
do gráfico é possível notar um decréscimo de toneladas disponíveis entre o período 5 e 9, o que
está diretamente relacionado ao aumento de tonelagem contida em sequência de lavra,
confirmando que a perfuração nesses períodos aconteceu em locais com restrições. Isso afeta o
KPI de reserva liberada, causando preocupações caso seja necessária a realização de desmonte
em diversos locais para a alimentação da usina em tempo real.
120.000
100.000
80.000
Toneladas (t)
60.000
40.000
20.000
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Período (semana)
Ainda considerando a reserva liberada e sua subdivisão em áreas com e sem face livre,
a evolução de tonelagem está demonstrada na Figura 23. Os últimos 5 períodos mostram a
constância para a área com face livre, visto que não ocorreram detonações. Em contrapartida,
os locais sem face livre têm um aumento durante esse mesmo período, porém é devido a mesma
consequência da não ocorrência de detonações. A abertura de face livre em outras áreas
proporcionaria o aumento da reserva liberada com face livre, permitindo um maior ritmo de
puxada de minério.
44
100.000
90.000
80.000
70.000
Toneladas (t)
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Período (semana)
Percebe-se que o plano tem sido seguido em relação a metragem, porém algumas áreas
escolhidas não possuem condição de perfuração e acabam sendo substituídas, deixando baixos
os números de aderência e cumprimento ao plano. Essa substituição acontece negativamente,
visto que estão sendo perfuradas áreas que possuem alguma restrição, o que não permite a
detonação imediata, ou seja, são áreas com detonação prevista para 2 anos e que não terão
possibilidade de alimentar a usina imediatamente. Sendo assim, o impacto na produção “on-
line” pode ser de grandes proporções, uma vez que uma alta porcentagem da massa perfurada
está com restrições que impedem sua produção imediata.
45
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
processo, permitindo que problemas de qualidade fossem notados com maior facilidade e
permitindo que formas de controle de qualidade, como a perfilagem de furos, sejam aplicadas.
Para os próximos estudos de caso na operação de lavra da empresa Nexa Resources em
Aripuanã, indica-se um detalhamento sobre a qualidade e agilidade do desenvolvimento de
mina, entendendo quais os números ideais e quais estão sendo realizados. A partir de um estudo
desse tipo, seria possível entender se a demora de entrega de áreas pelo desenvolvimento é a
responsável pela necessidade de perfuração em áreas com restrições, principalmente de
sequência de lavra. Além disso, se ocorrer a implementação do OEE, faz-se necessário uma
avaliação se este indicador está dentro dos padrões adequados, e se sua participação no processo
está auxiliando na resolução dos problemas de manutenção.
47
REFERÊNCIAS
COUTINHO, Thiago. Veja quais são as 7 Ferramentas da Qualidade. In: Voitto. Voitto. 26
mar. 2019. Disponível em: https://www.voitto.com.br/blog/artigo/7-ferramentas-da-qualidade.
Acesso em: 06 mar. 2022.
Jardim, Thomas Ferreira. Análise de desempenho de brocas tricônicas 9 7/8”. 2017. Tese
(Dissertação) – Departamento de Engenharia de Minas. Universidade Federal de Ouro Preto,
Ouro Preto, 2017. Disponível em:
https://www.monografias.ufop.br/bitstream/35400000/500/6/MONOGRAFIA_An%C3%A1li
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KARIAN, Tri. Countermeasure Method for Stope Instability in Crown Pillar Area of Cut and
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2022.
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https://kpi.org/KPI-
Basics#:~:text=Key%20Performance%20Indicators%20(KPIs)%20are,attention%20on%20w
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