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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – UFG

CAMPUS CATALÃO – CAC


CURSO DE ENGENHARIA DE MINAS
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

RAFAEL ALVARENGA DE SOUZA

ANÁLISE E CONTROLE DOS ÍNDICES DE ADERÊNCIA E


CUMPRIMENTO PARA PLANOS DE LAVRA

CATALÃO, GO
2013
RAFAEL ALVARENGA DE SOUZA

ANÁLISE E CONTROLE DOS ÍNDICES DE ADERÊNCIA E


CUMPRIMENTO PARA PLANOS DE LAVRA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao curso de Engenharia de
Minas da Universidade Federal de Goiás
– UFG, como requisito parcial para
obtenção do título de bacharel em
Engenharia de Minas.

Área de Concentração: Planejamento de


lavra

Orientador: Prof. Dr. Carlos Cordeiro


Ribeiro

CATALÃO, GO
2013
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
BSCAC/UFG

Souza, Rafael Alvarenga de.


S729a Análise e controle dos índices de aderência e cumprimento para planos
de lavra [manuscrito] / Rafael Alvarenga de Souza . - 2013.
52 f. : il., figs., tabs.

Orientador: Profº. Dr. Carlos Cordeiro Ribeiro.


Monografia (Graduação) – Universidade Federal de Goiás, Campus
Catalão, Departamento de Engenharia de Minas, 2013.
Bibliografia.
Inclui lista de figuras e tabelas.

1. Planejamento - mina. 2. Riscos - mineração. 3. Controle-


planejamento. I. Título.

CDU: 622.27
ii

Rafael Alvarenga de Souza

ANÁLISE E CONTROLE DOS ÍNDICES DE ADERÊNCIA E


CUMPRIMENTO PARA PLANOS DE LAVRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Federal de Goiás – UFG, como


requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Engenharia de Minas.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________
Prof. Dr. Henrique Senna Diniz Pinto
Universidade Federal de Goiás - UFG

_____________________________________
Prof.ª MSc. Maria Tereza da Silva Melo
Universidade Federal de Goiás - UFG

_____________________________________
Prof. Dr. Carlos Cordeiro Ribeiro
Universidade Federal de Goiás - UFG

Aprovado em 15/03/2013
iii

À minha família, por todo apoio, carinho


e companheirismo.
iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, em primeiro lugar, pela saúde e força depositadas em mim e por
sempre me iluminar durante toda esta longa caminhada.

Aos meus pais e avós que, com muito amor, carinho e apoio, não mediram esforços
para que eu chegasse até esta etapa de minha vida.

À minha irmã, Aline, por tudo que já vivemos e compartilhamos juntos até o
momento. E por estar sempre presente ao meu lado em todos os momentos da minha vida.

À Gabriela, minha namorada e amiga, por ser essa grande companheira que é desde
que nos conhecemos. Agradeço também por seu auxílio, carinho, amor e preocupação.

Aos meus familiares e amigos próximos, por sempre terem torcido por mim.

Reconheço e agradeço todo apoio e assistência fornecida pelos amigos Edilson Borges
Gontijo e Daniel Mayer Fontoura para o desenvolvimento desse trabalho.

Por fim, gostaria de agradecer aos professores e amigos Carlos Cordeiro Ribeiro,
orientador desse trabalho, e Henrique Senna Diniz Pinto, coordenador do curso de Engenharia
de Minas, por sua dedicação e compromisso com nosso aprendizado durante todo o período
da graduação.
v

RESUMO

O planejamento de lavra a longo prazo, ou também chamado de planejamento estratégico de


lavra, corresponde ao processo para se determinar o melhor projeto e sequenciamento da
lavra, segundo uma estratégia previamente estabelecida. É considerado um elemento chave
para o sucesso de um empreendimento de mineração, uma vez que subsidia o processo
decisório sobre a sua condução e desenvolvimento. Um dos principais desafios durante a
realização de um plano de lavra é garantir que o plano desenvolvido seja exequível e que leve
em conta as variabilidades geológicas e operacionais da mina, pois os planos desenvolvidos
sem o conhecimento das possíveis variabilidades contidas na mina possuem uma menor
confiabilidade, podendo levar a tomada de decisões intuitivas que nem sempre são ótimas,
prejudicando assim, o atendimento das metas definidas para um longo prazo. Ao se realizar
um plano de lavra, espera-se que este seja cumprido pela equipe de operação de forma
integral. Entretanto, devido às incertezas citadas anteriormente nem sempre é possível à
realização por completo do planejamento efetuado. Esse trabalho propõe uma metodologia
automatizada para realizar a análise e o controle da aderência e cumprimento de planos de
lavra. Essa metodologia é testada em um estudo de caso fictício desenvolvido pela instância
de teste. Os resultados obtidos no estudo de caso comprovam os benefícios práticos da
metodologia proposta, permitindo uma grande economia de tempo devido à padronização na
análise da aderência e cumprimento do planejamento, além de identificar oportunidades para a
continuidade da pesquisa em relação à melhoria do código desenvolvido.

Palavras chave: Planejamento de mina. Riscos na mineração. Controle do planejamento.


vi

ABSTRACT

The long term mine planning, or also called strategic mine planning, is the process to
determine the best design and sequencing of mining, according to a previously established
strategy. It is considered a key element to the success of a mining enterprise, since it
subsidizes the decision making process about their conduct and development. One of the main
challenges for the realization of a mining plan is to ensure that the developed plan is feasible
and that takes into account the geological and operating variability of the mine, because the
plans developed without the knowledge of the possible variability contained in the mine have
a lower reliability. May lead to making intuitive decisions that are not always optimal, thus
hampering the fulfillment of goals set for a long term. When conducting a mining plan, it is
expected that this is accomplished by operating personnel integrally. However, due to the
uncertainties mentioned above is not always possible to achieve fully the planning done. This
research proposes an automated methodology to perform the analysis and control of
adherence and implementation of mining plans. This methodology is tested on a fictitious
case study developed by test instance. The results obtained in the case study demonstrate the
practical benefits of the proposed methodology, allowing a large time savings due to
standardization in the analysis of adherence and implementation of the planning, besides
identify opportunities for continued research regarding the improvement of the developed
code.

Keywords: Mine planning. Risks in mining. Control of planning.


vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Modelo de blocos conceitual. ...................................................................................... 4

Figura 2. Diferença entre um modelo estimado por krigagem com um modelo simulado. ....... 6

Figura 3. Comparação de uma estimativa imprecisa com um modelo de incertezas gerado por

algumas simulações. ............................................................................................................ 7

Figura 4. Exemplo de uma cava final em uma seção vertical. ................................................... 8

Figura 5. Exemplo de uma cava final dividida em várias fases de operação. .......................... 11

Figura 6. Seção horizontal de um banco apresentando as áreas PNR, RP e RNP. ................... 18

Figura 7. Layout do script desenvolvido para DATAMINE SUTDIO 3. ................................ 19

Figura 8. Comparação de um modelo com blocos no tamanho original (a) com um modelo

sub-blocado(b). .................................................................................................................. 20

Figura 9. Janela de resultados apresentada pelo script desenvolvido. ..................................... 21

Figura 10. Fluxograma simplificado dos passos realizados pelo script. .................................. 22

Figura 11. Disposição da malha de sondagem na superfície topografica. ................................ 23

Figura 12. Modelo delineado para o minério de calcário. ........................................................ 24

Figura 13. Seção O-E do modelo estimado apresentando as variações do teor de CaO no

interior do corpo de minério. ............................................................................................. 24

Figura 14. Superfície projetada para representar a superfície planejada. ................................. 24

Figura 15. Superfície realizada para representar a superfície realizada. .................................. 25

Figura 16. Seção em planta do banco de cota 630 do modelo gerado pelo script. ................... 27
viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Informações sobre o modelo de blocos desenvolvido. ............................................. 23

Tabela 2. Resultados obtidos na cubagem dos planos projetados. ........................................... 26

Tabela 3. Resultados obtidos no script com os planos projetados para validação. .................. 26
ix

SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................................... v

ABSTRACT ................................................................................................................................ vi

LISTA DE FIGURAS ..............................................................................................................vii

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................viii

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1

1.1. OBJETIVOS ................................................................................................................. 2

1.1.1. Objetivo Geral ....................................................................................................... 2

1.1.2. Objetivos Específicos ........................................................................................... 2

1.2. JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 2

2. PLANEJAMENTO DE LAVRA A CÉU ABERTO ............................................................ 3

2.1. MODELO DE BLOCOS .............................................................................................. 3

2.2. ESTIMATIVA DE TEORES ....................................................................................... 5

2.3. OTIMIZAÇÃO DE CAVA .......................................................................................... 7

2.3.1. Função Benefício .................................................................................................. 9

2.4. SEQUENCIAMENTO DE LAVRA .......................................................................... 10

2.5. PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO ................................................................. 11

2.6. PLANEJAMENTO DE CURTO PRAZO .................................................................. 12

3. INCERTEZAS E RISCOS ENVOLVIDOS NA MINERAÇÃO ...................................... 13

3.1. VARIABILIDADE GEOLÓGICA ............................................................................ 14

3.2. VARIABILIDADE OPERACIONAL ....................................................................... 15


x

3.3. RECONCILIAÇÃO.................................................................................................... 16

4. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA ................................................................................ 17

4.1. PREMISSAS .............................................................................................................. 17

4.2. DESENVOLVIMENTO DA ROTINA ...................................................................... 18

4.3. VALIDAÇÃO DA ROTINA...................................................................................... 22

5. RESULTADOS .................................................................................................................. 26

5.1. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...................................... 26

6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ............................................................................ 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 30

APÊNDICE I - CÓDIGO FONTE DA ROTINA DESENVOLVIDA .................................... 33


1

Capítulo 1

1. INTRODUÇÃO

Um plano de lavra consiste num projeto contendo o local, a sequência e a evolução da


exploração no decorrer do tempo, além de expor as massas que serão movimentadas
juntamente com os teores médios das substâncias de interesse. Esse plano, sempre que
necessário, deverá ser revisto e alterado para que se alcancem os resultados estipulados,
adequando-se às novas realidades impostas por questões operacionais ou mercadológicas.

A proporção dos tipos de minério, simulada nos planos de lavra, deve ser o mais
próximo possível da realidade para que se garanta uma previsibilidade satisfatória de
comportamento no processo de concentração ou metalúrgico. Nesse sentido, a comparação e
adaptação entre o plano de lavra e o plano efetivamente executado na lavra são importantes a
fim de aprimorar os planos subsequentes.

Várias empresas têm concentrado esforços nessa comparação entre o plano de lavra e
o plano efetivamente executado. Nem sempre o planejamento pode ser seguido fielmente
devido à existência de uma série de incertezas. Entretanto, uma tomada de decisão intuitiva de
alteração no planejamento durante a fase de operação, para atingir metas de produção e
qualidade, nem sempre é ótima. Essa alteração pode, possivelmente, prejudicar o atendimento
das metas de longo prazo definidas pelo planejamento.

Esse trabalho tem a finalidade de contribuir para a área de planejamento de lavra


propondo um novo método de se comparar o planejamento com o que foi efetivamente
realizado.
2

1.1. OBJETIVOS

1.1.1. Objetivo Geral

Propor uma metodologia padronizada para realizar a análise e o controle dos índices
de aderência e cumprimento de planos de lavra.

1.1.2. Objetivos Específicos

Desenvolver uma rotina automatizada (script) como suplemento para o software


DATAMINE STUDIO 3, objetivando o auxílio na análise e controle dos índices de aderência
e cumprimento de planos de lavra.

Verificar a coerência e a aplicabilidade da solução desenvolvida em situações reais


capturadas pela instância de teste.

1.2. JUSTIFICATIVA

A metodologia proposta é relevante, pois fornece uma padronização da forma de


avaliação dos índices citados e proporciona uma grande economia de tempo ao se realizar
essa tarefa.

Além disso, também pode ser utilizada em uma auditoria, cujo objetivo é verificar se
os planos de lavra estão sendo executados conforme planejado, uma vez que, uma alteração
do plano a curto prazo poderá prejudicar o sequenciamento a longo prazo e,
consequentemente, a receita final do projeto.

Outra utilidade do script é como ferramenta de reconciliação, ou seja, aponta


incoerências entre os teores que foram planejados com os que foram processados na usina de
beneficiamento.
3

Capítulo 2

2. PLANEJAMENTO DE LAVRA A CÉU ABERTO

Frequentemente geólogos e engenheiros de minas se deparam com um problema


rotineiro, como delimitar o corpo mineral além de como avaliar a quantidade e qualidade das
variáveis analisadas. Vários métodos são utilizados para definir os limites de um dado corpo
mineral. Atualmente, a representação e discretização por um modelo de pequenos blocos
conceituais é o método mais utilizado (Kim, 1978). Saydam & Yalcin (2002) comentam que
atualmente as atividades de planejamento de lavra se iniciam com a criação de um modelo de
blocos e envolve a determinação de:

i. Se um bloco do modelo deve ser minerado ou não;


ii. Se for minerado quando será minerado;
iii. Uma vez minerado então, quando deverá ser enviado ao processo de concentração.

Quando combinadas dentro do contexto global do modelo de blocos, as respostas dos


itens citados definem a progressão anual da cava e o fluxo de caixa advindo da extração do
minério (Dagdalen, 2001).

2.1. MODELO DE BLOCOS

Um modelo pode ser simplesmente definido como uma simplificação da realidade


(Booch et al., 1999). Ou de uma forma mais detalhada, como uma representação do contexto
de um problema a ser resolvido, construído com foco nas variáveis de interesse e abstraindo
as variáveis que não sejam relevantes para a solução do problema. (Rumbaugh, 1991).
4

O modelo de blocos é a base para projetos de planejamento de lavra. Este modelo


divide o corpo de minério juntamente com o estéril em um conjunto de blocos organizados de
forma sistemática no espaço. A Figura 1 apresenta um modelo de blocos conceitual e como os
blocos são dispostos dentro de uma malha regular.

Figura 1. Modelo de blocos conceitual.

Fonte: autoria própria.

Em um modelo de blocos são armazenados os seguintes parâmetros técnicos do


depósito: coordenadas, teores estimados, densidade, umidade, recuperação além de
informação sobre interpretações geológicas dos furos de sonda. Incorporando essas
informações aos parâmetros econômicos (preço de venda do produto e custos de lavra e
beneficiamento) torna-se possível encontrar o valor de cada bloco através da utilização de
uma função benefício.

Essa função atribui a cada bloco do modelo um valor líquido (positivo ou negativo)
considerando as receitas e descontando os custos. Assim, o modelo valorizado
economicamente é a base para os métodos computacionais ou algoritmos de otimização de
cava a céu aberto.

A primeira vista, seria correto pensar que o modelo deve cobrir apenas a zona
mineralizada para um menor gasto de memória. Entretanto, deve-se estender esse modelo em
regiões estéreis, pois provavelmente a cava matemática calculada pelo algoritmo de
otimização também se desenvolverá nas porções de estéril para justificar o aprofundamento
nas zonas de alto valor econômico.
5

2.2. ESTIMATIVA DE TEORES

Entre os métodos de estimativa de recurso, existem dois grandes grupos, os métodos


tradicionais ou clássicos e os métodos geoestatísticos.

Os métodos de estimativa tradicionais ou clássicos são representados por seções


transversais paralelas. Como dados, são utilizados a localização dos furos de sondagem, teores
das amostras e interpretação geológica, entretanto esses métodos levam em consideração
apenas o aspecto espacial das amostras, enfatizando o conceito de área e volume de influência
determinados empiricamente. Dentre os principais métodos clássicos pode-se citar:

i. Polígonos;
ii. Seções transversais;
iii. Vizinho mais próximo;
iv. Triangulação;
v. Inverso da distância.

A geoestatística está fundamentada na “Teoria das Variáveis Regionalizadas”


(Matheron, 1963) que busca descrever fenômenos naturais como variações espaciais e ou
temporais, caracterizando-os por meio de modelos determinísticos e ou probabilísticos. Esses
dois modelos necessitam que a variância dos dados amostrados seja modelada por uma função
dependente da distância (h) entre duas amostras. Essa função é apresentada pela equação 1 e é
denominada semi-variograma.

( ) ∑[ ( ) ( )] ( )
( )
( )

onde:
γ(h): semi-variograma para uma distância h;
n(h): número de pares para uma distância h;
z(u): valor da variável no ponto analisado;
z(u + h): valor da variável separada por uma distância h do ponto analisado.

O variograma é a ferramenta fundamental para a geoestatística, pois através dele,


torna-se possível estimar os teores de regiões não conhecidas considerando a variação dos
6

teores nos espaço como um fenômeno regionalizado. Atualmente, a krigagem aparece como o
principal método de estimação de teores utilizado na geoestatística.

Os métodos determinísticos, como a krigagem, por exemplo, descrevem os atributos


médios dos depósitos. Ou seja, o teor de um bloco estimado por krigagem ou qualquer um dos
métodos citados anteriormente sempre resultará no mesmo valor caso as condições iniciais
sejam mantidas. Enquanto que os métodos probabilísticos (simulação) proporcionam a
quantificação das incertezas associadas no cálculo realizado, devido à possibilidade de se
realizar várias simulações para obtenção de diferentes cenários. A Figura 2 apresenta a
diferença entre um conjunto de blocos estimados por krigagem com um conjunto simulado.

Figura 2. Diferença entre um modelo estimado por krigagem com um modelo simulado.

Fonte: autoria própria.

A vantagem da utilização de simulação sobre métodos de estimativa como a krigagem


e/ou inverso da distância é que a simulação permite a reprodução dos parâmetros estatísticos
(histograma, variograma) do banco de dados inicial. Assim, os modelos ou cenários obtidos
nas simulações possuem uma aparência mais realista em comparação a outros métodos
(Goovaerts, 1998).

Os histogramas, ou seja, a distribuição dos valores simulados proporciona uma medida


da incerteza resultante da falta de conhecimento do fenômeno a ser modelado. Essa incerteza,
por sua vez, pode ser utilizada na análise de risco de um projeto ou em uma tomada de
decisão. A Figura 3 apresenta o quanto uma estimativa determinística imprecisa pode
distanciar o valor estimado do valor verdadeiro desconhecido, além de apresentar como os
cenários simulados proporcionam um maior conhecimento do risco envolvido.
7

Figura 3. Comparação de uma estimativa imprecisa com um modelo de incertezas gerado por algumas
simulações.

Fonte: Peroni (2002).

Independente do método (determinístico ou probabilístico) utilizado na estimativa dos


teores do depósito, existe uma sequência típica de passos para realização do estudo
geoestatístico. Primeiramente realiza-se uma análise exploratória dos dados, logo após uma
análise estrutural para determinação da correlação espacial ou continuidade dos dados e, por
fim, a estimativa propriamente dita por um método determinístico (krigagem) ou
probabilístico (simulação).

2.3. OTIMIZAÇÃO DE CAVA

Atualmente vários trabalhos empenham-se no desenvolvimento de métodos para


construção da chamada cava ótima. Uma cava pode ser considerada ótima quando apresente
máxima lucratividade, maior valor presente líquido ou maior aproveitamento dos recursos
minerais (Peroni, 2002).

Vários algoritmos foram desenvolvidos com o objetivo de alcançar as características


citadas acima para que a cava seja considerada ótima. Entretanto, a técnica dos cones
flutuantes (Pana & Carlson, 1966) e o algoritmo de Lerchs-Grossmann (Lerchs & Grossmann,
1965) foram os métodos que alcançaram a maior popularidade e consequente implementação
computacional.

O algoritmo de Lerchs-Grossmann (LG), desde a data de sua criação (1965), é


considerado o único algoritmo que realmente fornece uma solução ótima para uma cava a céu
aberto. Atualmente, vários autores têm desenvolvido métodos alternativos para solucionar
problemas (redução do número de arcos) do algoritmo de LG quando o modelo analisado
possui um grande número de blocos.
8

Para que seja possível realizar um planejamento de produção, a geração de uma cava
final (ótima ou não) é o primeiro passo a ser considerado. A Figura 4 apresenta uma cava final
vista em uma seção vertical.

Figura 4. Exemplo de uma cava final em uma seção vertical.

Fonte: autoria própria.

Todos os algoritmos de otimização necessitam de um modelo de blocos no qual é


atribuído um benefício líquido (de ganho ou de perda) a cada bloco. Assim, como esse
benefício é função do preço do minério e dos custos de processo, ele se tornará desatualizado
com o passar do tempo devido às alterações dos preços ou custos. Por isso, uma cava final,
apesar do nome, não pode ser considerada como um estudo definitivo, mas sim, um projeto
dinâmico influenciado pelo conhecimento geológico, alteração de parâmetros geotécnicos,
variações nos parâmetros econômicos, aspectos tecnológicos e ambientais (Candido, 2012).

A forma e o tamanho da reserva de minério juntamente com a quantidade de estéril a


ser removido são limitados pela cava final (Wright, 1990). Portanto, qualquer alteração em
fatores econômicos e/ou restrições de produção pode alterar consideravelmente o tamanho e
forma da cava. Com um aumento do preço de venda do produto, por exemplo, poderia ser
viável a expansão da cava caso os fatores de custos se mantivessem constantes (Hustrulid &
Kuchta, 1995).

A escolha do ângulo global de talude é um importante fator a ser considerado na


geração de uma cava final. Ao se elevar o ângulo de talude final, ocorre uma redução do
volume de estéril a ser removido e, consequentemente, uma redução nos custos de extração.
Entretanto essa redução dos custos também promove uma redução na segurança da mina e,
portanto, a escolha do ângulo utilizado deve ser baseada em uma série de estudos geotécnicos.
9

2.3.1. Função Benefício

O benefício de cada bloco, como dito anteriormente, é o resultado da diferença entre


as receitas e os custos. A receita está relacionada à quantidade da substância de interesse
contida no bloco ao passo que os custos variam entre o bloco ser minério ou estéril.

Para o bloco de minério os principais custos são: extração, transporte, beneficiamento,


movimentação dos produtos, transporte rodoviário e/ou ferroviário, administração, meio
ambiente, porto e despesas de venda. Já os blocos de estéril possuem custo de extração,
remoção e deposição.

Os custos são divididos em custos fixos e variáveis. Os custos variáveis afetam


principalmente as etapas de perfuração, desmonte, carregamento e transporte. Esses custos
podem ser incrementados caso exista uma grande diversidade de materiais a serem
manipulados. Essas diversidades são em termos de abrasividade, resistência mecânica ou
outras características que diferenciem o desgaste e o consumo de insumos necessários para a
remoção do material.

Deve-se, ao elaborar uma função benefício, tentar retratar todas as fases de


desenvolvimento do produto. Na qual devem ser inseridos custos fixos e variáveis, além de
receitas obtidas pela comercialização do produto. Por isso, o grau de sofisticação da função
benefício depende de condicionantes inerentes ao projeto. Uma simplificação da função
benefício proposta por Halatchev (1999) é apresentada nas equações 2 e 3.

[ ] (2)

[( ) ( ) ( ) ( ) ( )] (3)

onde:
Fb: benefício do bloco (U$/t);
V: valor do produto final (U$);
R: recuperação do bloco;
Cl: custo de lavra (U$);
Cr: custo de recuperação ambiental (U$);
Cp: custo de processo do bloco (U$);
Cg: custos gerais (administração, vendas etc.) (U$);
10

t: tonelagem lavrada (t).

Os blocos classificados como estéril normalmente possuem benefício negativo, uma


vez que o estéril não promove nenhuma renda. Já os blocos de minério ou blocos que contém
estéril e minério podem possuir benefício menor que zero, igual a zero ou maior que zero,
dependendo da quantidade de minério contido no bloco.

O valor presente líquido de um bloco (valor do bloco descontado no tempo) é um


parâmetro de grande importância. Pois conhecer quando o bloco será minerado e enviado ao
processo é tão importante quanto saber se o bloco será minerado ou não. Uma vez que, um
bloco com alto benefício proporciona uma receita presente líquida bem abaixo de seu
benefício se a sua lavra for adiada por muito tempo.

2.4. SEQUENCIAMENTO DE LAVRA

Halatchev (2002) comenta que do ponto de vista tecnológico o sequenciamento de


lavra está diretamente relacionado a dois fatores – o espaço e o tempo.

De posse da cava final, o próximo estágio é determinar uma sequencia adequada de


extração dos blocos, ou seja, como a mina será desenvolvida. Durante esse sequenciamento de
lavra torna-se possível determinar a vida útil da mina pela razão da produção requerida. Sabe-
se que a cava ótima fornece a máxima lucratividade, entretanto essa cava não é lavrada de
uma só vez. Assim, existem inúmeras formas de se realizar o sequenciamento tendo como
cava final a cava gerada na otimização.

Técnicas de pesquisa operacional são bastante aplicadas para encontrarem rapidamente


a sequência ótima de extração para as premissas requeridas. Dessa forma, durante o processo
de sequenciamento de lavra a cava final é dividida em vários avanços operacionais
(pushbacks) que posteriormente são divididos ano a ano (Figura 5). Durante a fase de
sequenciamento, é planejada a estratégia de extração, ou seja, se a produção de minério, os
teores e a relação estéril/minério (REM) serão crescentes, decrescentes ou constantes durante
os anos de operação.
11

Figura 5. Exemplo de uma cava final dividida em várias fases de operação.

Fonte: Hustrulid & Kuchta (1995).

Alguns autores dividem o planejamento em três etapas: longo, médio e curto prazo. Já
Couzens (1979) defende a existência de dois tipos de planejamento:

i. Operacional ou planejamento de curto prazo: necessário para o funcionamento de uma


mina em operação. Realiza o planejamento das pilhas que alimentam a usina de
beneficiamento;
ii. Planejamento de produção de longo prazo: Realiza estudos de viabilidade econômica,
avaliação de reservas e definição de cava final, elementos determinantes no processo
de tomada de decisão.

Sendo divido em duas ou três etapas, o planejamento é fundamental para qualquer


empresa, independente do tipo de mineralização. Ou seja, essas etapas de planejamento
devem ser realizadas de forma sequencial no qual, primeiramente dá-se valor ao
empreendimento, posteriormente orienta-se as decisões de avanço e, por fim, coloca-se em
prática os planos dentro da realidade operacional do empreendimento.

2.5. PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO

Definir os limites lavráveis do depósito, determinar as reservas com capacidade


técnica, econômica e ambiental de extração disponíveis são o objetivo do planejamento de
longo prazo. Assim, como resultado dessa etapa obtém-se a configuração da cava final, a
extensão dos limites de lavra, a interação com os limites legais, minerários ou superficiários
além da definição da localização de infraestruturas de superfície.
12

O planejamento de longo prazo deve elaborar a estratégia de lavra e operação, visando


maximizar o retorno financeiro para os investidores, minimizar o risco para os investidores
além de maximizar a vida útil da mina.

Quando é considerada a etapa de planejamento de médio prazo, seus objetivos são


parecidos com os de longo prazo só que em uma escala de tempo menor. Ou seja, busca-se
dividir os avanços de lavra contidos nos limites estratégicos definidos no plano anterior em
etapas menores. Geralmente aplica-se o planejamento de médio prazo sobre projetos em
andamento, pois ele é utilizado como diretriz para um a cinco anos de operação.

2.6. PLANEJAMENTO DE CURTO PRAZO

No planejamento de curto prazo deve-se integrar os aspectos operacionais aos planos


definidos no item anterior. Planos de curto prazo são tipicamente referidos a períodos
semestrais, trimestrais, mensais, semanais e dependendo do grau de detalhamento até mesmo
diário. O planejamento de curto prazo busca fornecer um material mais homogêneo para
minimizar a variabilidade dos teores das pilhas de homogeneização, evitando assim, custos de
penalização por não atingir misturas com as especificações desejadas (Kumral & Dowd,
2002).

Para que o planejamento de curto prazo seja efetivo deve-se buscar que o planejado
e/ou pilha de homogeneização satisfaça de forma simultânea os seguintes objetivos:

i. Minimizar os desvios da tonelagem requerida para cada período;


ii. Minimizar os desvios dos objetivos específicos da mistura;
iii. Minimizar as flutuações de teor na alimentação da planta;
iv. Maximizar a vida útil da mina.
13

Capítulo 3

3. INCERTEZAS E RISCOS ENVOLVIDOS NA MINERAÇÃO

Conforme apresentado no capítulo anterior, o planejamento de longo prazo, ou


também chamado de planejamento estratégico de lavra, corresponde ao processo para se
determinar o melhor projeto e sequenciamento da lavra, segundo uma estratégia previamente
estabelecida. É considerado um elemento chave para o sucesso de um empreendimento de
mineração, uma vez que subsidia o processo decisório sobre a sua condução e
desenvolvimento. Entretanto, os métodos de planejamento estratégico de lavra convencionais
baseiam-se em modelos determinísticos. Ou seja, não consideram a variabilidade intrínseca
dos principais elementos que compõem o plano de lavra, podendo assim, apresentar
resultados bastante distantes da realidade.

É fato conhecido que a mineração é tipicamente um empreendimento


que demanda níveis importantes de investimento, além de apresentar
significativos riscos relacionados a incertezas diversas. Em contrapartida,
pode oferecer recompensas extraordinárias para empresas, acionistas e a
sociedade. Com o intuito de maximizar estas recompensas ao longo da vida
útil da mina, um planejamento estratégico de lavra consistente necessita ser
sistemática e cuidadosamente desenvolvido, incorporando e avaliando de
forma apropriada as incertezas, e consequentemente os riscos,
potencialmente envolvidos, de modo a assegurar que o empreendimento de
mineração possa ser conduzido segundo as expectativas originalmente
projetadas (Silva, 2008, p. 1).
14

Silva (2008) afirma em seu trabalho que um planejamento estratégico de lavra


eficiente é de grande importância para garantir o maior retorno e solidez de todo o
investimento aplicado. Além de listar os principais riscos estratégicos que devem ser
avaliados e controlados em um projeto de mineração da seguinte forma:

i. Riscos geológicos: mais comumente relacionados à contabilização de teores e


tonelagens, estimados em inventários e relatórios das reservas lavráveis, ou
remanescentes;
ii. Riscos financeiros: relacionados às projeções de preços dos produtos e custos fixos e
variáveis, durante a vida útil do empreendimento;
iii. Riscos metalúrgicos: relacionados à representatividade dos modelos projetados para a
recuperação do minério na usina de beneficiamento;
iv. Riscos geomecânicos: relacionados aos controles do maciço em resposta à lavra,
podendo potencialmente gerar condições inseguras, encarecimento por retrabalho e
reabilitação, maiores diluições e menores recuperações da lavra do minério, além de
atrasos na produção;
v. Riscos de engenharia: relacionados às falhas e ineficiências na concepção e
implementação de sistemas, de modo a não alcançar as metas inicialmente projetadas;
vi. Riscos ambientais: relacionados ao não cumprimento de metas e premissas acordadas
com os órgãos de fiscalização ambiental competentes;
vii. Riscos sócio-políticos: relacionados a contextos locais específicos, onde podem
ocorrer restrições à lavra, em diversos níveis e períodos, principalmente por motivos
culturais, sociais e políticos;
viii. Riscos administrativos e gerenciais: relacionados à perda de controle,
monitoramento e referência que conduzem ao não cumprimento de normas e objetivos
pré-estabelecidos.

Como esse trabalho apresenta uma rotina desenvolvida para avaliar o cumprimento de
planos de lavra, uma ênfase maior foi dada aos principais fatores que interferem na execução
dos planos, a variabilidade geológica e a operacional.

3.1. VARIABILIDADE GEOLÓGICA

Tradicionalmente, todos os processos apresentados no capítulo 2 de projeto e


sequenciamento da lavra são baseados em um único modelo determinista do corpo
15

mineralizado. Essa única opção de informação dependendo do tipo do depósito pode ser um
problema conforme reafirmado a seguir pelo autor.

O problema em derivar todo um planejamento da lavra baseado num


único modelo, está principalmente relacionado ao fato de que este será
incapaz de reproduzir a variabilidade intrínseca à realidade do depósito
mineralizado. Uma vez que é amplamente reconhecido ser impossível
conceber uma representação perfeita do depósito mineralizado [...] (Silva,
2008, p. 3).

Assim, o sequenciamento projetado da produção, tido como o principal produto do


planejamento de lavra pode apresentar resultados bem diferentes do esperado, quando
reconciliado com os resultados do sequenciamento real. Em alguns casos, essa diferença é
observada antes mesmo do plano ser realizado. Sendo notada durante a comparação dos
resultados da amostragem de curto prazo na área a ser lavrada com os valores estimados dos
blocos do modelo de longo prazo da localidade. Como consequência, essa variabilidade de
teores pode proporcionar projeções inesperadas no fluxo de caixa para importantes períodos
do empreendimento.

Os modelos geoestatísticos, criados por simulação condicional, são um bom suporte


para avaliar as incertezas contidas no modelo. Pois, representam as possíveis variações dos
teores em diversos setores do depósito e uma curva de probabilidade. Ou seja, descrevem um
intervalo de possíveis valores (máximos e mínimos) para cada bloco, sendo possível obter
uma estimativa dos riscos envolvidos.

3.2. VARIABILIDADE OPERACIONAL

Um dos principais desafios durante a realização de um plano de lavra é garantir que o


plano desenvolvido seja exequível e que leve em conta as variabilidades operacionais da mina
(Marin, 2009). Em várias situações, os planos de lavra são criados com base nos valores
médios históricos ou estimados das principais variáveis do sistema. Essas variáveis, na
maioria dos casos, representam corretamente o ambiente de lavra, porém não permitem
estimar o impacto que eventuais alterações proporcionam nos resultados da operação da mina.

Ou seja, planos de lavra desenvolvidos sem o conhecimento das possíveis


variabilidades operacionais da mina possuem uma menor confiabilidade, podendo levar a
16

tomada de decisões intuitivas que nem sempre são ótimas, prejudicando assim, o atendimento
das metas de longo prazo definidas pelo planejamento.

A distância média de transporte (DMT), velocidade de transporte e o tempo de


carregamento são exemplos de variáveis operacionais. Geralmente são adotados valores
médios para cada uma dessas variáveis, o que na maioria dos casos não representa a realidade,
pois essas variáveis podem alterar, e muito, no decorrer do desenvolvimento das operações. A
DMT, por exemplo, é totalmente dependente da localização da frente de lavra e quando
considerada em uma mesma frente, altera-se gradativamente no desenvolvimento da lavra.

Essa diferença existente entre o valor estimado da variável com seu real valor acaba
gerando conflitos entre o planejamento e operação, pois nem sempre é possível atingir as
metas de produção e qualidade seguindo o plano de lavra. Por isso, ao se estabelecer uma
produção durante a criação de um plano de lavra é de extrema importância o conhecimento da
real capacidade de produção dos equipamentos de operação. Caso esse tipo de informação não
seja conhecida, um estudo de dimensionamento de frota deve ser realizado.

3.3. RECONCILIAÇÃO

Atualmente a grande maioria das empresas de mineração desenvolve a atividade de


reconciliação. Essa atividade pode ser definida como a comparação entre uma estimativa e
uma medição, ou seja, entre os teores de minério estimados pelos modelos da jazida e os
teores produzidos na usina de beneficiamento. “Grandes discrepâncias entre esses valores são
um problema comum em diversas minas de ouro e de metal básico no mundo, fazendo-se
necessária a adoção de estratégias que minimizem esse problema” (Chieregati et al., 2008, p.
297).

Comparar as diferenças existentes entre a produção prevista pelos modelos do


depósito com a produção registrada na usina permite corrigir imprecisões em estimativas
futuras além de otimizar métodos e equipamentos de amostragem. Estudos demonstram que
mesmo pequenas melhorias na amostragem resultam em melhorias significativas nos
resultados de uma operação. Assim, avaliar os teores lavrados e/ou a realização e
cumprimento dos planos de lavra são ações reativas na busca da melhoria contínua.
17

Capítulo 4

4. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA

Esse capítulo abordará os procedimentos realizados na construção da rotina


automatizada (script) como suplemento para o software DATAMINE STUDIO 3 para análise
e controle dos índices de aderência e cumprimento de planos de lavra. Também será
apresentada uma seção de validação para a rotina desenvolvida. A apresentação e a discussão
dos resultados obtidos na seção de validação serão apresentadas no próximo capítulo.

4.1. PREMISSAS

Ao se realizar um plano de lavra, espera-se que este seja cumprido pela equipe de
operação de forma integral. Entretanto, devido às dificuldades e incertezas citadas no capítulo
anterior nem sempre é possível à realização por completo do planejamento efetuado.
Conforme apresentado pela Figura 6, ao se sobrepor a topografia inicial com as superfícies
planejada e realizada em uma seção horizontal, podem-se distinguir três áreas distintas:

i. Área planejada não realizada (PNR);


ii. Área realizada planejada (RP);
iii. Área realizada não planejada (RNP).

Logo, para que o planejamento seja cumprido de forma efetiva deve-se buscar a
minimização das áreas RNP e PNR, maximizando consequentemente a área RP.
18

Figura 6. Seção horizontal de um banco apresentando as áreas PNR, RP e RNP.

Fonte: autoria própria.

Essa visão em planta é fundamental para o entendimento do funcionamento da rotina


desenvolvida. Entretanto, em uma mina não é lavrado apenas um banco para que se possa
analisar a área lavrada, mas sim, vários bancos simultâneos. Por isso, ao se sobrepor as áreas
(PNR, RP e RNP) de cada banco obtém-se o valor do volume correspondente a cada uma das
três partes.

Conhecendo-se o valor da densidade do material a ser movimentado, torna-se possível


a obtenção das massas PNR, RP e RNP. As equações abaixo sugerem como a comparação
dessas massas pode ser utilizada na análise e controle da aderência e cumprimento dos planos
de lavra.

( ) ( )

( ) ( )

( ) ( )

4.2. DESENVOLVIMENTO DA ROTINA

Duas linguagens de programação foram utilizadas na construção do script, o HTML


(Hyper Text Markup Language) e o JavaScript. O HTML é uma linguagem desenvolvida para
criação de páginas da web, nesse trabalho, foi utilizada na criação do formulário (botões,
caixas de texto, layout etc.) do script conforme apresentado na Figura 7.
19

Figura 7. Layout do script desenvolvido para DATAMINE SUTDIO 3.

Fonte: autoria própria.

A linguagem JavaScript, por sua vez, realizará a ponte entre os dados fornecidos pelo
usuário no formulário apresentado acima com os processos internos do DATAMINE
utilizados na obtenção dos índices apresentados pelas equações 4, 5 e 6.

Ao se inicializar o script todos os campos apresentados na figura acima devem ser


preenchidos para que a rotina seja executada. No campo modelo de entrada é carregado o
modelo de blocos do local onde será realizada a análise do planejamento. Esse modelo
necessita, obrigatoriamente, possuir o valor da densidade para cada bloco, uma vez que os
valores de PNR, RP e RNP são calculados em toneladas.

Uma superfície no DATAMINE é constituída por dois arquivos, um arquivo de


triângulos com terminação TR e um arquivo de pontos contendo as coordenadas dos vértices
dos triângulos do arquivo TR com terminação PT. Os seis campos abaixo do modelo de
entrada devem ser preenchidos respectivamente pelos arquivos TR e PT das superfícies da
topografia inicial, do avanço realizado e do planejamento.
20

No campo limite deve-se inserir o perímetro que delimita a área na qual será realizada
a análise do planejamento. Esse limite é importante, pois caso as superfícies sejam de grande
extensão, outras movimentações de material presente na topografia do local podem alterar os
resultados do processo.

Ao término do processo, a rotina gera um modelo de blocos que preenche o espaço


existente entre as três superfícies usadas como input. O nome desse arquivo gerado é
especificado no campo modelo de saída. Nos campos de sub-blocagem é informado quantas
vezes o bloco original deve ser cortado em cada uma das direções para uma melhor adesão à
superfície durante o processo de criação do modelo de saída. A Figura 8 apresenta a
comparação de um modelo regular com blocos de 10x10x10 m com um modelo onde houve
um corte em cada direção quando necessário. Essa redução do tamanho dos blocos promove
um encaixe mais aderente nas superfícies analisadas, entretanto deve ser bem escolhida, pois
uma diminuição exagerada aumentaria exponencialmente o tamanho do arquivo gerado bem
como o tempo de execução da rotina sem apresentar uma melhora significativa da precisão
dos resultados.

Figura 8. Comparação de um modelo com blocos no tamanho original (a) com um modelo sub-blocado(b).

(a) (b)
Fonte: autoria própria.

Quando todos os campos são preenchidos o script é inicializado no botão executar.


Durante seu processo, primeiramente é criado um modelo de blocos entre a superfície
topográfica e realizada dentro do limite informado. Nesse modelo gerado no preenchimento
das duas superfícies é criado um novo campo denominado ADER1, no qual todos os blocos
recebem o valor 1 nesse campo.

Ao término desse procedimento é criado um novo modelo, agora entre a superfície


topográfica e planejada no interior do perímetro informado. Analogamente ao modelo
21

anterior, é criado um novo campo nesse modelo denominado ADER2. Todos os blocos desse
segundo modelo recebem o valor 2 para o campo ADER2.

De posse dos dois modelos é realizada a união desses modelos em um único modelo
contendo as informações dos campos ADER1 e ADER2. Assim, pode-se gerar um campo
denominado ADER que resulta da soma dos campos ADER1 e ADER2. Como o campo
ADER1 possui o valor 1 e o campo ADER2 possui o valor 2, os únicos valores possíveis de
serem gerados no campo ADER são 1, 2 e 3. De posse disso, os blocos podem ser
classificados da seguinte forma:

i. Realizado não planejado (RNP) para ADER igual a 1;


ii. Planejado não realizado (PNR) para ADER igual a 2;
iii. Realizado planejado (RP) para ADER igual a 3.

Após essa classificação, a informação contida no modelo de entrada é adicionada no


modelo gerado para que se possa correlacionar os resultados de aderência e cumprimento de
lavra com teores e tipologias de minério, além de importar o campo de densidade para obter a
massa classificada em cada uma das três categorias. Ao terminar esse procedimento, o script
apresenta uma janela (Figura 9) contendo os dados de entrada, as massas RNP, PNR e RP e os
resultados obtidos pelas equações 4, 5 e 6.

Figura 9. Janela de resultados apresentada pelo script desenvolvido.

Fonte: autoria própria.


22

A Figura 10 apresenta um fluxograma simplificado dos passos realizados pela rotina


desenvolvida. No apêndice desse trabalho está contido o código fonte completo dessa rotina.

Figura 10. Fluxograma simplificado dos passos realizados pelo script.

Fonte: autoria própria.

4.3. VALIDAÇÃO DA ROTINA

Para verificar o funcionamento do script desenvolvido foi criado um banco de dados


fictício de 15 furos de sonda. Essas amostras foram criadas para representar uma região de
rocha calcária. A Figura 11 apresenta os 15 furos de sonda dispostos em uma malha quadrada
regular de 100 metros.
23

Figura 11. Disposição da malha de sondagem na superfície topográfica.

Fonte: autoria própria.

Com a interpretação das seções verticais na direção N-S dos furos de sonda foi
possível delimitar o corpo de minério. Um modelo de blocos foi criado abaixo da topografia,
no qual os blocos contidos no interior do modelo delineado foram classificados como minério
e os que estavam foram do corpo delineado como estéril. As dimensões dos blocos
juntamente com o número de blocos em cada uma das direções são expostos na Tabela 1.

Tabela 1. Informações sobre o modelo de blocos desenvolvido.


DIREÇÃO DIMENSÃO (m) N° DE BLOCOS
X 10 102
Y 10 66
Z 10 18
Fonte: autoria própria.

Para obtenção dos teores de CaO do modelo de blocos foi utilizado o IQD (Inverso do
quadrado da distância) como método de estimativa. As Figuras 12 e 13 apresentam o modelo
de minério delineado assim como a variação dos teores de CaO dos blocos no interior do
modelo de minério.
24

Figura 12. Modelo delineado para o minério de calcário.

Fonte: autoria própria.

Figura 13. Seção O-E do modelo estimado apresentando as variações do teor de CaO no interior do corpo de
minério.

Fonte: autoria própria.

De posse da topografia e do modelo de blocos estimado foi possível realizar o desenho


de dois planos de lavra. Um para representar à topografia planejada e outro a topografia
realizada. Os dois planos foram projetados com um objetivo de lavrar 900.000 toneladas de
minério com um teor de CaO de 40% e um decapeamento abaixo de 1.500.000 toneladas. Os
planos desenvolvidos são apresentados nas Figuras 14 e 15 respectivamente.

Figura 14. Superfície projetada para representar a superfície planejada.

Fonte: autoria própria.


25

Figura 15. Superfície realizada para representar a superfície realizada.

Fonte: autoria própria.


26

Capítulo 5

5. RESULTADOS

5.1. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os dois planos projetados e apresentados no capítulo anterior cumpriram a meta


estipulada para a massa lavrada de minério e estéril e o teor de CaO no minério. Os resultados
obtidos na cubagem de cada um dos planos citados acima são expostos na Tabela 2.

Tabela 2. Resultados obtidos na cubagem dos planos projetados.


SUPERFÍCIE MINÉRIO (t) CaO (%) DECAPEAMENTO (t)
Planejada 993.271 41,62 1.443.940
Realizada 1.021.436 41,03 1.153.565
Fonte: autoria própria.

Utilizando as duas superfícies projetadas juntamente com a superfície topográfica


inicial como input na rotina desenvolvida obtiveram-se os resultados expostos na Tabela 3.

Tabela 3. Resultados obtidos no script com os planos projetados para validação.


VALOR
CATEGORIA MASSA (t) ÍNDICE
OBTIDO
RNP 485.806 IA 0,76
PNR 747.726 IC 0,67
RP 1.531.815 Efetividade (%) 71,6
Fonte: autoria própria.

Uma seção em planta do modelo gerado como output do script é apresentado na Figura
16. Os blocos na cor azul representam a região PNR, os vermelhos a RNP e os verdes os
blocos RP.
27

Figura 16. Seção em planta do banco de cota 630 do modelo gerado pelo script.

Fonte: autoria própria.

Analisando o resultado da cubagem dos dois planos em uma perspectiva de curto


prazo, o plano que foi classificado como realizado apresentou melhores resultados, pois
lavrou uma maior massa de minério com um menor decapeamento. Entretanto, a longo prazo,
o não cumprimento do planejamento pode inviabilizar a extração de alguns blocos que
deveriam ter sido liberados e não foram. A não obtenção do retorno financeiro calculado na
fase de otimização pode ser proporcionada por essa alteração na sequência ótima de extração
dos blocos. Portanto, a análise e controle do cumprimento dos planos de lavra torna-se uma
obrigação para um empreendimento que objetiva maximizar o retorno financeiro.
28

Capítulo 6

6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Os resultados apresentados no capítulo 5 comprovam que a rotina desenvolvida para


propor uma forma padronizada de analisar e controlar os índices de aderência e cumprimento
dos planos de lavra apresentou-se como uma ferramenta prática e confiável para se auditar os
índices citados de forma rápida.

Os valores apresentados na Tabela 2 mostram que dois planejamentos praticamente


idênticos do ponto de vista de teores e massa movimentada podem não proporcionar
problemas significativos a curto prazo, entretanto a longo prazo, podem afastar o
empreendimento de alcançar os objetivos traçados na fase de otimização. Por isso, poder
quantificar o quanto o planejamento está sendo seguido, conforme apresentado na Tabela 3,
auxilia na tomada de decisões de medidas corretivas para mitigar o afastamento do
planejamento.

Conforme a série de fatores apresentados no capítulo 3 desse trabalho é praticamente


impossível à realização de um planejamento de forma integral. Esse afastamento do projeto
geralmente é diretamente proporcional ao tamanho da mina e a escala de produção, devido a
um maior número de variáveis envolvidas nos empreendimentos de maior porte. Entretanto
esses desvios devem, sempre que possível, ser minimizados. Assim, quanto menor for a
escala de tempo escolhida para avaliar os índices de aderência e cumprimento dos planos,
mais fácil será guiar a operação conforme planejado.
29

O modelo de blocos gerado como output pelo script pode ser utilizado na
reconciliação de teores, uma vez que, a mesma informação contida nos blocos dos modelo de
entrada estão contidas no modelo de saída. Várias outras análises podem ser realizadas
relacionando as regiões RNP, PNR e RP com as informações contidas em cada bloco.

A partir dos resultados obtidos com esse estudo sugere-se como desenvolvimento
futuro a aplicação do controle da aderência e do cumprimento do planejamento de uma mina
mês a mês com a utilização do script desenvolvido. Dessa forma, poderá ser avaliado como a
rotina desenvolvida auxiliará na detecção dos desvios das metas de longo prazo.
30

REFERÊNCIAS

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Graduação em Engenharia de Minas, Metalurgia e de Materiais – PPGEM da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, 2012. 82 p.

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pró-ativa em empreendimentos mineiros. REM: Revista Escola de Minas, Ouro Preto, MG,
v. 61, n. 3, p. 297-302, 2008.

COUZENS, T. R. Aspects of production planning: Operating layout and phase plans.


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Projects Through Mine Planning. 17th International Mining Congress of Turkey, Ankara,
The Cahmber of Mining Engineers of Turkey, p. 117-122, 2001.

GOOVAERTS, P. Impact of the simulation Algorithm, Magnitude of Ergodic


Fluctuations and Number of Realizations on the Spaces of Uncertainty of Flow
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HALATCHEV, R. Company Strategy - A Basis for Production Schduling of an Open Pit


Complex. Whittle - Strategic Mine Planning, Perth, Whittle Programing Pty. Ltd., p. 81-95,
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Sequencing. 30th. Application of Computers and Operations Research in the Mineral
Industry, Littletown, SME. 2002.
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HUSTRULID, W.; KUCHTA, M. Open Pit Mine Planning & Design. 1. Rotterdam: A. A.
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KIM, Y. G. Open Pit Limit Analisys. Computer Methods for the 80's in the Mineral
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Minerals Using Multi-Objective Simulated Annealing. 30th. APCOM, Littletown, SME.
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LERCHS, H.; GROSSMANN, I. F. Optimum design of open pit mines. CIM Bulletin, vol.
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mestrado em engenharia mineral da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2009.
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PERONI, R. de L. Análise de sensibilidade do sequenciamento de lavra em função da


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Graduação em Engenharia de Minas, Metalurgia e de Materiais – PPGEM da Universidade
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RUMBAUGH J. Object-oriented modeling and design. Englewood Cliffs, N.J.: Prentice


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Mineral Industry, Littletown, SME. p. 121-131, 2002.
32

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incertezas para a obtenção de resultados operacionais. Tese de doutorado em engenharia
mineral da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2008. 128 p.

WRIGTH, E.A. Open Pit Mine Design Models. Ed.: Trans Tech Publications, Federal
Republic of Germany, 1990. 188 p.
33

APÊNDICE I - CÓDIGO FONTE DA ROTINA DESENVOLVIDA

<html>
<SCRIPT ID=clientEventHandlersJS LANGUAGE=javascript>
var oDmApp= null;
var oScript = null;
var oDmFile = null;
var oDmBrowser;
var pathProject = null;

function window_onload() {
AutoConnect();
}

function AutoConnect() {
oScript = new ActiveXObject("DatamineStudio.ScriptHelper");
oScript.initialize(window);
oDmApp = oScript.getApplication();
if (oDmApp== null)
return false;
else
return true;
}

function busca_String() {
oDmBrowser = oDmApp.ActiveProject.Browser;
oDmBrowser.TypeFilter = oScript.DmFileType.dmString;
oDmBrowser.Show(false);
return oDmBrowser.FileName;
}

function busca_Wireframe() {
oDmBrowser = oDmApp.ActiveProject.Browser;
oDmBrowser.TypeFilter = oScript.DmFileType.dmWireframe;
oDmBrowser.Show(false);
return oDmBrowser.FileName;
}
function busca_modelo() {
oDmBrowser = oDmApp.ActiveProject.Browser;
oDmBrowser.TypeFilter = oScript.DmFileType.dmBlockModel;
oDmBrowser.Show(false);
return oDmBrowser.FileName;
}

function pbt1_onclick() {
PTX1.value = busca_Wireframe();
var comprimento = PTX1.value.length;
PTX2.value = PTX1.value.slice(0,comprimento-2) + "pt";
}

function pbt2_onclick() {
PTX13.value = busca_Wireframe();
var comprimento = PTX13.value.length;
PTX14.value = PTX13.value.slice(0,comprimento-2) + "pt";
}

function pbt3_onclick() {
PTX3.value = busca_Wireframe();
var comprimento = PTX3.value.length;
34

PTX4.value = PTX3.value.slice(0,comprimento-2) + "pt";


}

function pbt5_onclick() {
PTX5.value = busca_String();
}

function pbt6_onclick() {
PTX10.value = busca_modelo();
}
function pbt4_onclick() {
PTX9.value = busca_modelo();
}

function BotPilha_onclick() {
try {
var delta=100/20;
ProgressBar1.value=0;

oDmApp.ParseCommand("selexy &IN="+PTX10.value+" &PERIM="+PTX5.value+" &OUT=mod1


*X=XC *Y=YC @OUTSIDE=0 @PRINT=0");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("trifil &PROTO=mod1 &WIRETR="+PTX1.value+"


&WIREPT="+PTX2.value+" &MODEL=temp1 *ZONE=TOP1 @MODLTYPE=3 @ZONE=1 @MAXDIP=0
@SPLITS=0 @PLANE='XY' @XSUBCELL="+PTX6.value+" @YSUBCELL="+PTX7.value+"
@ZSUBCELL="+PTX8.value+" @RESOL=0");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("trifil &PROTO=mod1 &WIRETR="+PTX3.value+"


&WIREPT="+PTX4.value+" &MODEL=temp2 *ZONE=TOP2 @MODLTYPE=4 @ZONE=2 @MAXDIP=0
@SPLITS=0 @PLANE='XY' @XSUBCELL="+PTX6.value+" @YSUBCELL="+PTX7.value+"
@ZSUBCELL="+PTX8.value+" @RESOL=0");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("addmod &IN1=temp1 &IN2=temp2 &OUT=temp3


@TOLERNCE=0.001");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("extra &IN=temp3 &OUT=temp4 @APPROX=0 @PRINT=0"+


" 'TOP3=TOP1+TOP2'"+
" 'GO'");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("addmod &IN1=mod1 &IN2=temp4 &OUT=temp5 @TOLERNCE=0.001");


ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("copy &IN=temp5 &OUT=temp6 {TOP3=3}");


ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("extra &IN=temp6 &OUT=temp7 @APPROX=0 @PRINT=0"+


" 'erase(TOP1)'"+
" 'erase(TOP2)'"+
" 'erase(TOP3)'"+
" 'ADER1=1'"+
" 'GO'");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("trifil &PROTO=mod1 &WIRETR="+PTX1.value+"


&WIREPT="+PTX2.value+" &MODEL=temp8 *ZONE=TOP1 @MODLTYPE=3 @ZONE=1 @MAXDIP=0
35

@SPLITS=0 @PLANE='XY' @XSUBCELL="+PTX6.value+" @YSUBCELL="+PTX7.value+"


@ZSUBCELL="+PTX8.value+" @RESOL=0");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("trifil &PROTO=mod1 &WIRETR="+PTX13.value+"


&WIREPT="+PTX14.value+" &MODEL=temp9 *ZONE=TOP2 @MODLTYPE=4 @ZONE=2 @MAXDIP=0
@SPLITS=0 @PLANE='XY' @XSUBCELL="+PTX6.value+" @YSUBCELL="+PTX7.value+"
@ZSUBCELL="+PTX8.value+" @RESOL=0");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("addmod &IN1=temp8 &IN2=temp9 &OUT=temp10


@TOLERNCE=0.001");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("extra &IN=temp10 &OUT=temp11 @APPROX=0 @PRINT=0"+


" 'TOP3=TOP1+TOP2'"+
" 'GO'");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("addmod &IN1=mod1 &IN2=temp11 &OUT=temp12


@TOLERNCE=0.001");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("copy &IN=temp12 &OUT=temp13 {TOP3=3}");


ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("extra &IN=temp13 &OUT=temp14 @APPROX=0 @PRINT=0"+


" 'erase(TOP1)'"+
" 'erase(TOP2)'"+
" 'erase(TOP3)'"+
" 'ADER2=2'"+
" 'GO'");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("addmod &IN1=temp7 &IN2=temp14 &OUT=temp15


@TOLERNCE=0.001");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("extra &IN=temp15 &OUT="+PTX9.value+" @APPROX=0 @PRINT=0"+


"'IF(ADER1==absent())'"+
" ' ADER1=0'"+
" 'END'"+
"'IF(ADER2==absent())'"+
" ' ADER2=0'"+
" 'END'"+
" 'ADER=ADER1+ADER2'"+
" 'erase(ADER1)'"+
" 'erase(ADER2)'"+
" 'GO'");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("delete &IN=mod1 @CONFIRM=0");


oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp1 @CONFIRM=0");
oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp2 @CONFIRM=0");
oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp3 @CONFIRM=0");
oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp4 @CONFIRM=0");
oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp5 @CONFIRM=0");
oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp6 @CONFIRM=0");
oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp7 @CONFIRM=0");
oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp8 @CONFIRM=0");
36

oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp9 @CONFIRM=0");


oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp10 @CONFIRM=0");
oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp11 @CONFIRM=0");
oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp12 @CONFIRM=0");
oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp13 @CONFIRM=0");
oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp14 @CONFIRM=0");
oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp15 @CONFIRM=0");
ProgressBar1.value += delta;

oDmApp.ParseCommand("extra &IN="+PTX9.value+" &OUT=temp16 @APPROX=0 @PRINT=0"+


" 'TON=XINC*YINC*ZINC*DENSITY'"+
" 'GO'");

oDmApp.ParseCommand("mgsort &IN=temp16 &OUT=temp17*KEY1=ADER @ORDER=1");


oDmApp.ParseCommand("accmlt &IN=temp17 &OUT=temp18 *KEY1=ADER @ALLRECS=0
@UNSORTED=0");
oDmApp.ParseCommand("selcop &IN=temp18 &OUT=temp19 *F1=ADER *F2=TON
@KEEPALL=0");

oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp16 @CONFIRM=0");


oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp17 @CONFIRM=0");
oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp18 @CONFIRM=0");
ProgressBar1.value += delta;

var oDmFile = new ActiveXObject("DmFile.DmTableADO");


oDmFile.Open(oDmApp.ActiveProject.Folder +"\\temp19.dm",true);
oDmFile.MoveFirst();
var RNP = oDmFile.GetColumn(2);
oDmFile.MoveNext();
var PNR = oDmFile.GetColumn(2);
oDmFile.MoveNext();
var RP = oDmFile.GetColumn(2);
oDmFile.Close();

var IAtemp = RP/(RNP + RP);


var ICtemp = RP/(PNR + RP);
var EFtemp = (IAtemp + ICtemp)*100/2;

var IA = Math.round(IAtemp*100)/100;
var IC = Math.round(ICtemp*100)/100;
var EF = Math.round(EFtemp*10)/10;

RNP = Math.round(RNP);
PNR = Math.round(PNR);
RP = Math.round(RP);

oDmApp.ParseCommand("delete &IN=temp19 @CONFIRM=0");


ProgressBar1.value += delta;

alert("Processo concluído.\n\nModelo de entrada: "+PTX10.value+"\nTopografia inicial:


"+PTX1.value+"\nTopografia realizada: "+PTX3.value+"\nTopografia planejada: "+PTX13.value+"\n\n1 - RNP:
"+RNP+" t\n2 - PNR: "+PNR+" t\n3 - RP: "+RP+" t\n\nÍndice de Aderência = " + IA + "\nÍndice de
Cumprimento = " + IC + "\n\nÍndice de Efetividade = " + EF + "%");

}
catch(e) {
alert("Failed\nReason: " + e.description);
}
}
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37

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font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;
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38

<body language="javascript" onload="return window_onload()">

<address align="left"
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<address align="left"
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<font>

<address align="left" class="style15"


style="background-color: #007E7A; text-align: center"><font face=Arial size=4> Efetividade do plano de
lavra</FONT></ADDRESS/>

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<address align="left"
style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; width: 337px;">
<font>

<table width=340 border=0>


<tr>
<td width=187 class="style14"><font size="2"
>Modelo de Entrada</font></TD>
<td width=108>
<font size=3
><input type=text size=20 name=PTX10
></FONT></TD>
<td width=31>
<p align=left><font size=3><input language=javascript onclick="return pbt6_onclick()" type=button
value=". . ." name=pbt6></FONT></P></TD></TR>
<tr>
<td class="style11" colspan="3">&nbsp;</TD>
</TR>

<td width=187 class="style14"><font size="2"


>Top. Inicial TR</font></TD>
<td width=108>
<font size=3
><input type=text size=20 name=PTX1
></FONT></TD>
<td width=31>
<p align=left>&nbsp;</P></TD></TR>
<tr>
<td width=187 class="style14"><font size="2"
>Top. Inicial PT</font></TD>
<td width=108>
<p align=right><font size=3
><input type=text size=20 name=PTX2
></FONT></P></TD>
<td width=31>
<p align=left><font size=3><input language=javascript onclick="return pbt1_onclick()" type=button
value=". . ." name=pbt1></FONT></P></TD></TR>
<tr>
<td class="style11" colspan="3">&nbsp;</TD>
</TR>
<tr>
<td width=187 class="style14"><font size="2"
>Top. Realizada TR</span></FONT></TD>
<td width=108>
<font size=3
39

><input type=text size=20 name=PTX3


></FONT></TD>
<td width=31>
&nbsp;</TD></TR>
<tr>
<td width=187 class="style14"><font size="2"
>Top. Realizada PT</span></FONT></TD>
<td width=108>
<p align=right><font size=3
><input type=text size=20 name=PTX4
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<td width=31>
<p align=left><font size=3><input language=javascript onclick="return pbt3_onclick()" type=button
value=". . ." name=pbt3></FONT></P></TD></TR>
<tr>
<td class="style11" colspan="3">&nbsp;</TD>

</TR>
<tr>
<td width=187 class="style14"><font size="2"
>Top. Planejada TR</span></FONT></TD>
<td width=108>
<font size=3
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></FONT></TD>
<td width=31>
&nbsp;</TD></TR>
<tr>
<td width=187 class="style14"><font size="2"
>Top. Planejada PT</span></FONT></TD>
<td width=108>
<p align=right><font size=3
><input type=text size=20 name=PTX14
></FONT></P></TD>
<td width=31>
<p align=left><font size=3><input language=javascript onclick="return pbt2_onclick()" type=button
value=". . ." name=pbt3></FONT></P></TD></TR>
<tr>
<td colspan="3" style="width: 218px">&nbsp;</TD>
</TR>
<tr>
<td width=187 class="style14"><font size=2
>Limite:</FONT></TD>
<td width=108>
<p align=right><font size=3
><input type=text size=20 name=PTX5
></FONT></P></TD>
<td width=31>
<p align=left><font size=3><input language=javascript onclick="return pbt5_onclick()" type=button
value=". . ." name=pbt5></FONT></P>
</TD></TR></TABLE>

<table width=340 border=0>


<tr>
<td align="center" class="style16" colspan="4">
<br />
Sub-Blocagem Desejada </TD>
</TR>
<tr>
<td width=98><font face=Arial size=2
40

<b>X</B> <input type=text


size=5 value=1 name=PTX6></FONT></TD>
<td width=101><font face=Arial size=2
<b>Y</B> <input type=text
size=5 value=1 name=PTX7></FONT></TD>
<td width=103><font face=Arial size=2
<b>Z</B> <input type=text
size=5 value=1 name=PTX8>&nbsp;</FONT></TD>
</FONT></TD></TR></TABLE>
<table width=340 border=0 style="margin-left: 0px">

<tr>
<td width=187 class="style14"><font size="2"
>Modelo de Saída</font></TD>
<td width=108>
<font size=3
><input type=text size=20 name=PTX9
></FONT></TD>
<td width=31>
<p align=left><font size=3><input language=javascript onclick="return pbt4_onclick()" type=button
value=". . ." name=pbt4></FONT></P></TD></TR>
<p align=left>&nbsp;</P></TD></TR>
<tr>
<td>
</td>
</tr>
<tr>
<td>
</td>
</tr>
</table>
<table width=340 border=0 style="margin-left: 0px">
<tr>
<td align="center" colspan="2">
<object classid="clsid:35053A22-8589-11D1-B16A-00C0F0283628" id="ProgressBar1"
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</td>
</tr>
</table>
<p style="MARGIN: 0px; WORD-SPACING: 0px">&nbsp;</P>
</DIV>

<p style="word-spacing: 0px; width: 339px; margin: 0px">

<font
color=#008080>
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41

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&nbsp;<p style="word-spacing: 0px; width: 339px; margin: 0px" align="center">


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