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ESCOLA DE ENGENHARIA
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA EMPRESARIAL
Rio Grande
2023
ANDRIGO MACHADO RODRIGUES
RODRIGO HENKE DE LIMA
Rio Grande
2023
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Ficha Catalográfica
CDU 621
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ANDRIGO MACHADO RODRIGUES
RODRIGO HENKE DE LIMA
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado, como requisito parcial, para obtenção do grau
de Bacharel em Engenharia Mecânica Empresarial, Escola de Engenharia, Universidade
Federal do Rio Grande.
Banca Examinadora:
________________________________________
Prof. Geordano de Moura Valadão (orientador)
______________________________________
Prof. Antonio Domingues Brasil
______________________________________
Prof. Rafael Lipinski Paes
5
AGRADECIMENTOS
6
“O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo”.
Winston Churchill
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RESUMO
O setor industrial está cada vez mais dinâmico, há uma busca constante pelo aumento da produtividade,
qualidade e diminuição dos custos por parte das empresas. Um ponto chave para a execução de um
projeto está na etapa inicial, que é o desenvolvimento de um orçamento bem estruturado. O domínio
desta área é de uma importância enorme uma vez que muitos contratos são encerrados ou deixam as
empresas prestadoras de serviços em condições financeiras ruins devido a problemas gerados por um
orçamento feito de maneira errada ou mal formulado. Este trabalho visou justamente trazer um modelo
estrutural que pudesse auxiliar no desenvolvimento de orçamentos, com o objetivo de apresentar uma
proposta metodológica voltada para esse nicho que está inserido dentro da gestão empresarial. A
proposta metodológica de orçamentação tem como base um estudo de caso relativo a uma empresa
estudada, onde foi escolhido um dos projetos que a empresa executa para realizar um comparativo e
verificar quais os principais erros cometidos por esta, e se é possível desenvolver melhorias no processo
orçamentário que atualmente a mesma utiliza. O foco principal para o desenvolvimento da proposta
orçamentária está no levantamento de custos no que tange o orçamento para a execução de um projeto,
para isso foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre os tipos de custos dentro de um projeto similar
ao utilizado no estudo de caso. Para possibilitar o desenvolvimento da proposta orçamentária foi
desenvolvida uma metodologia para levantamento de custos que compõe um orçamento para execução
de um projeto. Nela os principais fatores relativos aos custos foram estabelecidos. Por fim, foi elaborada
a proposta orçamentária em si, onde com base no referencial teórico e na metodologia estabelecida foi
possível gerar os levantamentos de custos para essa demanda em particular. Os resultados se
concentraram no levantamento de custo de mão de obra, consumíveis, BDI, impostos e a reserva de
contingenciamento. Também foi possível verificar os métodos utilizados pela empresa estudada, o seu
orçamento para o projeto escolhido, o tipo de levantamento de custo que esta realiza, e o que é
considerado dentro destes levantamentos de custos. Estas informações possibilitaram realizar um
comparativo de métodos e verificar quais os principais problemas e erros que a empresa estudada possui
em seu processo orçamentário. Com os resultados pode-se sugerir melhorias a empresa estudada e
também os mesmos podem servir de base para outras empresas do mesmo porte que não possuem um
processo orçamentário bem estruturado, podendo assim desenvolver um modelo de configurador para
orçamento e melhorar o fluxo orçamentário.
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ABSTRACT
The industrial sector is increasingly dynamic, there is a constant search for increased productivity,
quality and cost reduction by companies. A key point for the execution of a project is in the initial stage,
which is the development of a well-structured budget. Mastering this area is of enormous importance
since many contracts are terminated or leave service providers in bad financial conditions due to
problems generated by a budget made incorrectly or poorly formulated. This work aimed precisely at
bringing a structural model that could help in the development of budgets, with the objective of
presenting a methodological proposal aimed at this niche that is inserted within business management.
The methodological proposal for budgeting is based on a case study of a company studied, where one
of the projects that the company executes was chosen to carry out a comparison and verify the main
errors committed by it, and if it is possible to develop improvements in the process. budget that it
currently uses. The main focus for the development of the budget proposal is on the survey of costs
regarding the budget for the execution of a project, for this a bibliographical research was carried out on
the types of costs within a project similar to the one used in the case study. To enable the development
of the budget proposal, a methodology was developed to survey costs that make up a budget for the
execution of a project. In it, the main factors related to costs were established. Finally, the budget
proposal itself was elaborated, where based on the theoretical framework and the established
methodology, it was possible to generate cost surveys for this particular demand. The results focused on
the cost of labor, consumables, BDI, taxes and the contingency reserve. It was also possible to verify
the methods used by the company studied, its budget for the chosen project, the type of cost survey it
performs, and what is considered within these cost surveys. This information made it possible to
compare methods and verify the main problems and errors that the studied company has in its budgeting
process. With the results, improvements can be suggested for the company studied and they can also
serve as a basis for other companies of the same size that do not have a well-structured budget process,
thus being able to develop a budget configurator model and improve the budget flow.
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LISTA DE FIGURAS
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LISTA DE TABELAS
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 14
1.1 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 15
1.2 JUSTIFICATIVA................................................................................................................16
1.3 ESTRUTURA. .................................................................................................................... 16
2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................................ 18
2.1 CUSTOS QUANTO À IDENTIFICAÇÃO ....................................................................... 18
2.2 CUSTOS QUANTO AO VOLUME PRODUTIVO. ......................................................... 19
2.3 CUSTO DE MÃO DE OBRA ............................................................................................ 20
2.4 CUSTO DE CONSUMÍVEIS E EQUIPAMENTOS ......................................................... 20
2.5 PLANO DE CONTINGÊNCIA. ........................................................................................ 21
2.6 BDI. .................................................................................................................................... 22
2.7 IMPOSTOS SOBRE SERVIÇOS.......................................................................................24
3. METODOLOGIA PROPOSTA PARA ORÇAMENTAÇÃO................................................... 26
3.1 LEVANTAMENTO DE CUSTOS DE MÃO DE OBRA..................................................27
3.2 LEVANTAMENTO DE CUSTO COM FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS...........28
3.3 LEVANTAMENTO DE CUSTOS DE CONSUMÍVEIS..................................................29
3.4 RESERVA DE CONTINGENCIAMENTO.......................................................................30
3.5 LEVANTAMENTO DE CUSTOS BDI/overhead.............................................................31
3.6 LEVANTAMENTO DE CUSTOS DE IMPOSTOS..........................................................31
4. RESULTADOS...............................................................................................................................33
4.1 ESTUDO DE CASO...........................................................................................................33
4.1.1 PARÂMETROS DO PROJETO ESTUDADO.................................................33
4.1.2 DESENVOLVIMENTO DO ORÇAMENTO PELA EMPRESA X................35
4.1.3 PROBLEMAS CONSTATADOS.....................................................................37
4.2 ANÁLISE DO ESCOPO.....................................................................................................37
4.3 LEVANTAMENTO DE CUSTOS DE MÃO DE OBRA..................................................39
4.4 LEVANTAMENTO DE CUSTOS DE CONSUMÍVEIS..................................................40
4.5 LEVANTAMENTO DE CUSTOS FIXOS........................................................................41
4.6 RESERVA DE CONTINGENCIAMENTO.......................................................................41
4.7 CÁLCULO GERAL DOS CUSTO.....................................................................................42
4.8 COMPARATIVO................................................................................................................43
5. CONCLUSÃO.................................................................................................................................48
REFERÊNCIAS...................................................................................................................................49
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1. INTRODUÇÃO
A ineficiência do planejamento dos gastos pode fazer com que a empresa não
utilize todo o potencial do seu capital, gerando inúmeros imprevistos e tendo que
tomar muitas ações emergenciais ao longo da obra para recuperar os desvios de
custos (CELERE, 2020, n.p.).
De acordo com a Celere (2020), existem 6 erros comuns que são cometidos na
elaboração de um orçamento e geram prejuízos, atrasos e gastos extras. Esses erros são:
Por questões de anonimato a empresa utilizada para o estudo de caso terá como
nomenclatura Empresa X.
1.1. OBJETIVOS
Objetivo geral
Apresentar uma proposta metodológica de orçamentação para o setor de prestação
de serviço metalmecânico, utilizando como estudo de caso uma empresa de Rio
Grande/RS.
Objetivos Específicos
- Estabelecer um método para levantamento de custos que envolvem mão de obra;
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- Estabelecer um método para levantamento de custos com equipamentos;
1.2. JUSTIFICATIVA
Neste contexto, o trabalho desenvolvido tem por objetivo expor uma visão mais
detalhada desta questão, colocando em foco o levantamento de custo e a importância deste
processo em si. Muitas falhas cometidas são atribuídas a outros fatores, ignorando a parte
orçamentária. Conforme Pires e Sathler (2018),
Após está série de fatores expostos, é visível que este assunto precisa ser abordado.
E por isso o trabalho desenvolvido é de grande importância, para atrair a atenção para esta
questão e para uma exploração maior sobre este tema.
1.3. ESTRUTURA
O primeiro capítulo tem o intuito de expor de uma maneira introdutória o tema que
está sendo abordado, mencionando o contexto do projeto de graduação com objetivos,
justificativa e estrutura.
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O segundo capítulo trata do referencial teórico utilizado, abordando os principais
pontos inseridos no orçamento executado. Irão ser abordados métodos, processos, e
conceitos integrantes da gestão de orçamentos que auxiliam as empresas a aumentar a
eficácia dentro do mercado de atuação com a intenção de alcançar os seus objetivos.
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
Custos Diretos
Para Leone (2010, p.35) “são aqueles custos que podem ser facilmente identificados
com o objeto de custeio, são os custos diretamente identificados a seus portadores ”. Os
custos diretos são aqueles onde a sua identificação se relaciona com a produção de bens ou
serviços. Podem ser descritos como os componentes dos produtos. Exemplo: Para fabricar
uma estrutura como produto final são necessários componentes como matéria-prima (ferro
em perfis, chapa, tubos, etc.).
Esses componentes formam os custos diretos, que se caracterizam pela medida
identificável apresentada pelo material consumido, como unidade, peso, pacote, caixa, mão
de obra por produto, dentre outros (OLIVEIRA, 2018).
Os custos têm uma diferenciação conforme a sua natureza. Para cada tipo de custo
é adotado um critério de apropriação ou distribuição. A empresa necessita de um sistema
que realize o registro e anotações para que seja possível verificar a quantidade de material
utilizado e qual custo o mesmo está gerando.
Custos Indiretos
Segundo Leone (2010, p.35) “são aqueles custos que não são facilmente
identificados com o objeto de custeio ”. Os custos indiretos são o oposto dos custos diretos:
eles não são passíveis de vinculação a um produto ou serviço em específico. Podemos citar
como exemplo o seguro que uma empresa possui em sua unidade fabril.
Os custos indiretos, conforme Martins (2001), não conferem uma condição passível
de mensuração objetiva, e qualquer que seja a tentativa de vinculação dos mesmos deve ser
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realizada de forma arbitrária e/ou estimada.
Eles possuem uma necessidade distributiva, uma modelo de rateio, onde são
relacionados com o projeto em geral, por exemplo.
Dito isso, só é possível distinguir um custo como direto ou indireto quando um
produto específico ou uma parcela do serviço é colocado como parâmetro. Pode-se citar
como exemplo a fabricação de uma estrutura: a matéria-prima tubos qualifica-se enquanto
custo direto, já o salário do soldador que realiza a atividade é um custo indireto.
Porém, de acordo com Vargas (2009), se o objeto de análise for a atividade realizada
na fabricação de uma estrutura, o salário do soldador se configura como um custo direto.
Tudo depende do parâmetro analisado.
Custos Variáveis
De acordo com Leone (2010, p.39) “são os custos que variam de acordo com os
volumes das atividades devendo estar representados por bases de volume, que são
geralmente medições físicas ”. Os custos variáveis têm uma ligação direta com o volume
produtivo: quanto maior o volume de produção maior será o custo variável. São custos
dependentes da realização das atividades da empresa. Quando um produto ou serviço não
é realizado, os custos variáveis são nulos.
Caso seja considerada uma unidade de tempo, como mês, o valor de custos com os
materiais utilizados no projeto tem uma variação que depende do volume produzido.
Assim, os materiais caracterizados como diretos são custos variáveis.
Em suma, os custos variáveis são todos os custos que tem uma alteração conforme
o volume produtivo. Quanto maior a produção, mais custos variáveis são agregados.
Custos Fixos
Para Leone (2010, p.41) “São custos que não variam com a variabilidade da
atividade escolhida. O valor total dos custos permanece praticamente igual ”. Os custos
fixos se configuram como o somatório das despesas de uma empresa em funcionamento,
mesmo que produza ou realize nenhum produto ou serviço (CREPALDI, 2018).
Os custos fixos têm uma relação direta com a estabilidade de sua geração. Quando
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os custos apresentam uma constância apesar das alterações, na esfera das atividades
operacionais, estes independem do volume de produção. Mesmo que seja produzida uma
ou 500 unidades o valor do custo irá permanecer igual (OLIVEIRA, 2018).
Segundo o PMBOK (2017), a gestão das aquisições inclui processos, onde é feito o
gerenciamento e supervisão necessários para o desenvolvimento e controle de contrato,
pedidos de compra, entre outros.
A primeira etapa é o planejamento, onde são tomadas decisões relativas às compras
para a execução dos projetos, e estas são documentadas (parâmetros de compras, por
exemplo). Após o planejamento ocorre o desenvolvimento, onde são verificados os
fornecedores, as bases de preços para geração de uma planilha constando os valores dos
consumíveis, ferramentas e equipamentos necessários. E por fim, o controle, que é o
processo onde é feita a gestão dos materiais comprados, adição de materiais, exclusões e
desempenho dos materiais utilizados.
2.6. BDI
Segundo o TCPO (2010), a sigla BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) remete a uma
taxa que é adicionada dentro do custo de um projeto, onde a sua função é cobrir despesas
indiretas da empresa. Dentro do BDI, também estão inclusos os riscos do empreendimento,
despesas financeiras incorridas, tributos operacionais e outras despesas comerciais. O lucro
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da empresa e os resultados são derivados de operações que levam em conta dados objetivos
referentes a cada projeto desenvolvido.
A taxa BDI não deve estar sujeita simplesmente a um valor arbitrado pela empresa.
A mesma tem o dever de estabelecer e descrever os componentes que estão inclusos na
taxa.
Para Oliveira (2017), o BDI corresponde às despesas indiretas que incidem sobre o
custo direto, mais o lucro planejado pela execução de projetos, e impostos aplicáveis, que
tem reflexo no preço final. A taxa de BDI pode ser inserida quando os custos unitários são
compostos ou no fim do processo de orçamento. Ela tem, portanto, um papel de
complemento orçamentário.
Os custos indiretos tem uma decorrência do âmbito estrutural da empresa, e não
devem ser atribuídos diretamente a execução de um projeto (DIAS, 2011 apud OLIVEIRA,
2017). Os custos que tem mais impacto são:
Taxa de custo financeiro;
Taxa de tributos federais;
Taxa de risco do empreendimento;
Taxa central administrativa;
Taxa de tributos municipais;
Taxa de despesas de comércio;
Taxa de lucro.
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2.7. IMPOSTOS SOBRE SERVIÇOS
Os impostos sobre serviços são deduzidos quando a empresa tem como fator gerador
a prestação de serviços, o que ocasiona uma obrigatoriedade no pagamento do imposto.
Existem dois impostos conhecidos que são ligados à prestação de serviços: o ISSQN
(Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) e o ICMS (Imposto Sobre Circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços).
Em 2007 foi implementado um imposto bastante usado por empresas prestadoras de
serviços: o Simples Nacional, regido pelo Estatuto Nacional da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte. Sua atuação ocorre por meio de um regime especial unificado
de arrecadação de tributos e contribuições incidentes sobre microempresas e empresas de
pequeno porte (ANDRADE, 2010). O seu principal objetivo é a redução da carga de
tributos através da unificação de tributos federais variados em um único.
Segundo a Lei complementar Nº 123 de 2006, o imposto funciona com uma alíquota
global de 4,5% a 33%, dependendo da receita bruta da empresa, com relação à atividade
desempenhada que está descrita no anexo II da mesma.
O ramo de atuação da prestadora de serviços se configura como prestação de
serviços e, pelo faturamento anual médio, se caracteriza como uma empresa de pequeno
porte. Para a empresa estar na faixa de utilização do simples nacional, o faturamento não
deve ultrapassar R$ 360 mil reais para microempresas e de R$360 mil a R$4,8 milhões para
empresas de pequeno porte. O valor da alíquota tem uma variação mensal de acordo com
o faturamento. A figura abaixo 1 mostra a faixa de alíquotas segundo o imposto Simples
Nacional.
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3. METODOLOGIA PROPOSTA PARA A ORÇAMENTAÇÃO
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3.1. LEVANTAMENTO DE CUSTOS DE MÃO DE OBRA
Para o levantamento dos custos da mão de obra, as seguintes etapas devem ser
seguidas a fim de obter êxito no processo:
Para a realização do projeto, no que diz respeito à mão de obra, foi utilizada uma
análise do escopo. Nela foram verificadas as atividades que são necessárias para o seu
desenvolvimento. Assim, após essa definição, foram calculados os profissionais
necessários para compor a equipe de execução do projeto.
MOD: Auxiliar mecânico, Mecânico, Caldeireiro, Torneiro, Soldador e Supervisor
de produção.
MOI: Assistente administrativo e Assistente de PCP (mão de obra de overhead).
Para o levantamento dos custos que incidem sobre os colaboradores que representam
a mão de obra do projeto, foram arbitrados valores de salários compatíveis com a região.
Dessa forma, foi utilizada a Convenção Coletiva do Trabalho (2023) do sindicato da cidade
para a categoria, e foi possível estipular os valores relativos aos benefícios.
Além dos dois valores mencionados anteriormente, os demais são estabelecidos pela
CLT, com taxa percentual padrão:
Salário base: O valor do salário base dos colaboradores foi arbitrado a partir da
média de salário pago pela função específica na região, e considerando os projetos
anteriores.
FGTS: Uma forma de poupança feita individualmente por funcionário, que leva em
consideração o salário do mesmo. Quanto maior o salário, maior o depósito de
FGTS por parte do empregador. O FGTS atua em uma porcentagem de 8% sobre o
salário dos colaboradores.
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13º salário: O empregador, por lei, tem a incumbência de pagar um 13º salário aos
colaboradores, ou um reflexo respectivo aos meses trabalhados. Este custo entra
para o cálculo de custos de mão de obra, com porcentagem de 8,33% sobre o salário
do colaborador.
Férias: Outro direito previsto em lei são as férias ou o reflexo de meses trabalhados,
onde o colaborador tem um valor mensal de 11,11% sobre o seu salário.
INSS + FGTS sem 13° salário e férias: O empregador tem um custo individual com
o colaborador no que diz respeito ao INSS e FGTS, no valor de 1,56%.
Aviso indenizado: Em projetos de curta duração o valor de aviso indenizado pode
ser considerado nos custos, representando 8,33% sobre o salário do colaborador.
Multa rescisória: A multa rescisória é outro valor que entra nos custos. Ela
representa 4,44% sobre o salário do colaborador.
Insalubridade: No contrato em questão foi estabelecido o pagamento de um
adicional de insalubridade pelas condições de trabalho, com um valor fixo a todos
os colaboradores do projeto no valor de R$260,00.
Vale alimentação: Pela Convenção Coletiva do Trabalho (2023) para a categoria é
realizado o pagamento de um valor referente ao vale alimentação no valor fixo de
R$517,00.
Vale transporte: A gestão da empresa, por opção, definiu que não será
disponibilizado transporte por parte da empresa. Com isso, todos os colaboradores
receberão um valor fixo de R$213,40. Essa média de custos foi calculada a partir
dos gastos com o transporte particular ou público.
Planejamento:
São verificadas as atividades que serão desenvolvidas no projeto e quais as
ferramentas necessárias para todas as atividades. Esse processo deve ser executado com
minúcia.
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Execução:
É feito um levantamento para verificar quais as ferramentas que a empresa possui
em seu estoque e quais devem ser adquiridas. Caso a empresa possua todas as ferramentas
e equipamentos necessários para a execução do projeto, pode ser feita a inclusão de uma
taxa de depreciação no orçamento. Todavia, quando existe a necessidade de compra, o valor
pode ser incluso no orçamento diluído no valor de lucro.
Controle:
É possível que durante a execução do projeto alguma ferramenta ou equipamento
estrague e tenha que ser feita uma nova aquisição. Dado esse fator, pode ser adicionado ao
orçamento uma porcentagem relativa a alguma possível compra, ou ainda arbitrar um valor
para ser incluso na reserva de contingenciamento.
Uma sequência lógica para a definição das ferramentas pode ser seguida:
Dissídio;
Intempéries;
Produtividade.
Análise: Deve ser feita uma análise do projeto com um todo e verificado quais são
os fatores passíveis de gerar prejuízos. Fatores estes que fogem ao controle da
empresa (que não dependem dela para acontecer).
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dispostos. Estes podem ser divididos em duas partes: os impactos sobre o custo de
mão de obra e os impactos sobre a produtividade.
Plano de resposta: Mesmo que os custos relativos aos impactos sejam adicionados
ao orçamento, ainda é possível desenvolver um plano de ação onde ocorra o
planejamento do que pode ser feito em caso de uma situação adversa.
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Industrialização: 9,13%
Manutenção sem retenção: 13,52%
32
4. RESULTADOS
34
Figura 4 – Vistas da peneira vibratória.
36
quantitativo de mão de obra e consumíveis.
37
identificar a quantidade de cada função que se faz necessária para a execução do projeto,
e assim, prosseguir para a etapa de levantamento de custos. A Tabela 1 a seguir mostra
as atividades que serão executadas no âmbito do projeto.
38
4.3. LEVANTAMENTO DE CUSTOS DE MÃO DE OBRA
39
Tabela 4 – Custos de mão de obra direta mensal e diário.
40
Tabela 6 – Custos de consumíveis.
42
Tabela 9 – Calculo geral dos custos.
4.8. COMPARATIVO
43
Tabela 10 – Custos de mão de obra da empresa X.
A Tabela 14 mostra o orçamento final proposto pelo projeto de graduação, onde são
expostas as informações relativas ao projeto, a descriminação do equipamento, custos finais
de mão de obra, consumíveis e encargos.
46
A Tabela 15 mostra o comparativo de percentual de lucro planejado, o lucro
planejado em Reais e o comparativo dos valores finais de orçamento. Tal comparativo é
feito no confronto dos dois orçamentos, o realizado pela Empresa X e o proposto pelo
projeto de graduação.
47
5. CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos, verificou-se que foi possível cumprir os objetivos
que haviam sido estabelecidos no princípio do trabalho. Assim, foi possível realizar a
apresentação de um modelo eficaz de metodologia orçamentária com o que foi exposto, e
em comparativo com a base orçamentária utilizada pela empresa que foi objeto de estudo.
Ficou evidente que a metodologia utilizada para composição da proposta
orçamentária tornou o orçamento mais real, e possivelmente, não irá trazer problemas
futuros na realização do projeto, como o comprometimento do lucro pela execução do
projeto, que é um dos problemas da empresa estudada. Foi também verificado que a
aplicação da metodologia proposta em um projeto real pode estabelecer uma padronização
orçamentária gerando um configurador para orçamentos, e bom como melhorar o fluxo
orçamentário da empresa X
Foi aplicado um grande esforço por parte dos autores para tornar o trabalho uma
ferramenta que apresente melhorias na formulação de orçamentos de projetos no que tange
à área de fabricação e montagem metalmecânica. Tal esforço se deu a partir da busca por
conhecimento prático e acadêmico, com uma ideia de otimização para o desenvolvimento
de orçamentos para um projeto. Mesmo que existam fatores limitantes, o trabalho
desenvolveu a metodologia orçamentária sobre um projeto específico e buscou trazer uma
vertente prática para o processo.
Consideramos que o trabalho apresenta pontos que contribuem para o
desenvolvimento de projetos. Caso seja feita a utilização dos modelos realizados, isto trará
benefícios para o utilizador, o que já pode ser considerado um sucesso para o projeto. A
ideia principal era justamente essa: desenvolver uma proposta que pudesse ter uma
utilização no âmbito real.
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REFERÊNCIAS
CELERE. Orçamento de obras: 6 erros que causam prejuízos, atrasos e gastos extras.
Disponível em: https://celere-ce.com.br/gestao-de-obras/orcamento-de-obras-6-erros/
Acesso em: 7 jul. 2022.
DUTRA, René. Custos: uma abordagem prática. São Paulo: Atlas, 2017. Disponível em:
https://bookshelf.vitalsource.com/#/books/9788597012736/cfi/6/2!/4/2/2@0:0. Acesso em:
5 fev. 2023.
LEONE, George Sebastião Guerra; LEONE, Rodrigo José Guerra. Curso de contabilidade
de custos. 4. Ed. SÃO PAULO: EDITORA ATLAS S.A., 2010.
49
PIRES, Valdemir; SATHLE, André. Gestão Orçamentária Inovadora: Desafios e
Perspectivas no Brasil. Brasília - DF. Edição do Senado Federal, 2018.
SOARES, Tiago Coelho. Orçamento Empresarial. Livro digital. Palhoça – SC, 2011.
TCPO. Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos. Ed. Pini, 13ª edição. São
Paulo, 2008.
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