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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

KATIANNY MAIA OLIVEIRA

PROPOSTA DE UM PLANO DE EXECUÇÃO BIM PARA A


DIRETORIA DE PROJETOS DA SUPERINTENDÊNCIA DE
INFRAESTRUTURA DA UFRN

NATAL-RN
2019
Katianny Maia Oliveira

Proposta de uma Plano de Execução BIM para a Diretoria de Projetos da Superintendência de


Infraestrutura da UFRN

Trabalho de Conclusão de Curso na


modalidade Monografia, submetido ao
Departamento de Engenharia Civil da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
como parte dos requisitos necessários para
obtenção do Título de Bacharel em Engenharia
Civil.
Orientador: Profº Dr. Reymard Savio Sampaio
de Melo

NATAL- RN
2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Oliveira, Katianny Maia.


Proposta de um plano de execução BIM para a diretoria de
projetos da superintendência de infraestrutura da UFRN /
Katianny Maia Oliveira. - 2019.
129 f.: il.

Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do


Norte, Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil.
Natal, RN, 2019.
Orientador: Prof. Dr. Reymard Savio Sampaio de Melo.

1. Engenharia civil - Metodologia BIM - Monografia. 2.


Building Information Modelling (BIM) - Metodologia - Monografia.
3. Plano de Execução BIM - Diretoria de Projetos da
Superintendência de Infraestrutura - Monografia. 4. Obra pública
- Eficiência - Monografia. I. Melo, Reymard Savio Sampaio de.
II. Título.

Elaborado por Kalline Bezerra da Silva - CRB-15 / 327


Katianny Maia Oliveira

Proposta de um Plano de Execução BIM para a Diretoria de Projetos da Superintendência de


Infraestrutura da UFRN

Trabalho de conclusão de curso na modalidade


Monografia, submetido ao Departamento de
Engenharia Civil da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte como parte dos
requisitos necessários para obtenção do título
de Bacharel em Engenharia Civil.

Aprovado em 18 de junho de 2019:

___________________________________________________
Prof . Dr. Reymard Savio Sampaio de Melo – Orientador

___________________________________________________
Prof. José Eugênio Silva de Morais Júnior – Examinador interno

___________________________________________________
Arquiteto Sileno Cirne Trindade – Examinador externo

Natal-RN
2019
DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Ângela Nicácia Maia


Oliveira e Gonçalo de Sousa Oliveira.
AGRADECIMENTOS

A realização e a conclusão desta tese apenas foi possível devido ao apoio e colaboração
de pessoas que contribuíram diretamente ou indiretamente na elaboração do presente trabalho.
Portanto, venho aqui expressar meus sinceros agradecimentos:

A Deus, que me manteve firme e forte mesmo diante das dificuldades e dos meus
momentos de inquietude e desânimo.

Aos meus pais Ângela Nicacia e Gonçalo de Sousa que apesar da distância física me
passaram confiança e calma não permitindo que eu desistisse nos momentos de cansaço.

A minha irmã Karinny Maia que com sua imensa mansidão e companheirismo sempre
me motivou a seguir em frente e enfrentar os desafios com coragem.

Ao meu companheiro Renan Miranda que me acompanhou nesta caminhada árdua


sempre compreensivo e me dando apoio em todos os momentos.

A todos os amigos que me ajudaram a superar as dificuldades ao longo deste curso


com paciência e solidariedade.

Ao meu orientador Reymard Savio que confiou nesta ideia e contribuiu com seu
grande conhecimento para o desenvolver do trabalho.

Ao meu coordenador de estágio, João Francisco e toda a equipe de profissionais da


Coordenadoria de Orçamentos e Projetos Básicos da INFRA, que me acolheram e contribuíram
para a minha formação profissional com importantes conhecimentos.

A todos os profissionais da Diretoria de Projetos da Superintendência de Infraestrutura


da UFRN que se propuseram a contribuir para o desenvolvimento desta proposta.
RESUMO

O Building Information Modelling (BIM) é uma metodologia capaz de auxiliar no


acompanhamento de um empreendimento ao longo de todo o seu ciclo de vida de maneira
prática e digital, proporcionando assim, um melhor controle do desenvolvimento da obra em
sua total complexidade. Ao se tratar de empreendimentos públicos, nos quais há uma
significativa ocorrência de irregularidades relacionadas à custos e prazos, a adoção do BIM
torna-se imprescindível de modo a minimizar os fatores que refletem na má qualidade das obras
do Governo Brasileiro. O Decreto nº 9377 de 17 de maio de 2018 instituiu a Estratégia Nacional
de Disseminação da tecnologia BIM no Brasil, a qual estipula metas e prazos para a
implementação da metodologia BIM, visando a contratação exclusiva de projetos elaborados
em BIM nas licitações de empreendimentos de iniciativa pública. O presente trabalho tem como
objetivo principal propor um Plano de Execução BIM para a Diretoria de Projetos da
Superintendência de Infraestrutura da UFRN (INFRA), por meio de um estudo de caso
desenvolvido na organização. Na pesquisa foi desenvolvido um fluxo de processos para o
contexto BIM da Diretoria de Projetos da INFRA que foi avaliado por profissionais do setor de
projetos e de orçamentos, resultando na caracterização do fluxo quanto sua aplicabilidade,
clareza e pontos positivos e negativos. O resultado da avaliação permitiu qualificar a proposta
apresentada como aplicável ao ambiente de trabalho e uma solução clara e bem definida.
Concluindo o trabalho foi possível observar que o material produzido se caracteriza como um
guia de auxílio e impulsionamento para os profissionais da Diretoria de Projetos da INFRA no
processo de adoção do BIM na organização.

Palavras-chave: BIM. Obras públicas. Plano de Execução BIM. Implementação. Estudo de


caso.
ABSTRACT

The Building Information Modelling (BIM) is a methodology capable of to assist on monitoring


an enterprise throughout its entire life cycle in a practical and digital way, providing this way,
a better development control of a work in its all complexity. When we talk about publics
enterprises, in which there are a significant irregularities occurrence related to costs and work
time, the BIM adoption becomes indispensable in order to minimize the factors that reflect the
low quality of the Brazilian’s Government works. Decree Nº 9377 of May 17, 2018 established
the National Dissemination Strategy of the BIM technology in Brazil, which it dictates goals
and deadlines for the implementation of the BIM methodology, leading to an exclusively hiring
of projects elaborated in BIM on the publics enterprises biddings. This study has as main
objective to propose a BIM execution Plan to Projects Directorate of the Infrastructure
Superintendence of the UFRN (INFRA), through a case study developed in the organization.
In this research was developed a flow of processes for the BIM context of the INFRA Projects
Directorate, which it was evaluated by professionals of the projects and budgets sectors,
resulting in the characterization of the flow as its applicability, clarity and positive or negative
points. The result of the evaluation allowed to qualify the presented proposal as applicable to
the working environment and a clear and well defined solution. Concluding the study, it was
possible to realize that the produced material is characterized as an assistant and encouragement
guide for the Projects Directorate professionals of the INFRA in the adoption process of the
BIM on its organization.

Key-Words: BIM. Public Works. BIM Execution Plan. Implementation. Case study.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1-Campo de Marlim, Plataforma P-20 ......................................................................... 20


Figura 2-Plataforma P-43 ........................................................................................................ 21
Figura 3- Plataforma de Rebombeio Autônoma (PRA-1) – Estudo para a instalação Off-
Shore ......................................................................................................................................... 21
Figura 4- Plataforma de Rebombeio Autônoma (PRA-1) – Projeto de arquitetura 3D .......... 22
Figura 5- Plataforma P-53 – Levantamento à laser do casco .................................................. 22
Figura 6- Plataforma P-51 – Projeto 3D e DRS (Design Review Section Project) ................. 23
Figura 7- Pilares BIM .............................................................................................................. 26
Figura 8- Associação da Tecnologia BIM com o Sistema de Informações Geográficas (SIG)
.................................................................................................................................................. 27
Figura 9- Monitoramento das Obras da Diretoria Militar de Obras (DOM) do Exército
Brasileiro com o uso do OPUS ................................................................................................. 28
Figura 10- Monitoramento, com o auxílio do OPUS, dos status das obras da DOM e
descrição das atividades desenvolvidas .................................................................................... 29
Figura 11- Planejamento Estratégico das obras da DOM com o auxílio do OPUS ................ 29
Figura 12- Caderno de Apresentação de Projetos em BIM ..................................................... 31
Figura 13- Linhas estratégicas de atuação do Plano de Fomento BIM do Paraná .................. 32
Figura 14- Sistematização da Estratégia BIM BR ................................................................... 35
Figura 15- Metas estabelecidas pela Estratégia BIM-BR........................................................ 40
Figura 16- BIM BR Roadmap ................................................................................................. 41
Figura 17- Esquematização das fases do escalonamento apresentado na Estratégia BIM BR
para a utilização e exigência do BIM ....................................................................................... 43
Figura 18- Os fundamentos do BIM ........................................................................................ 49
Figura 19- Os 25 casos de uso do BIM descritos e documentados pela Pennsylvania State
University ................................................................................................................................. 52
Figura 20- Representação gráfica dos resultados obtidos na pesquisa realizada pela PennState
University quanto a frequência de utilização dos 25 usos do BIM .......................................... 54
Figura 21- Representação gráfica dos resultados obtidos na pesquisa realizada pela PennState
University quanto aos benefícios adquiridos com a utilização dos 25 usos do BIM ............... 54
Figura 22- Esquema representativo de modelos federados ..................................................... 56
Figura 23- Fluxo básico em uma etapa de projeto em BIM .................................................... 58
Figura 24- Relação entre esforço e impacto ............................................................................ 59
Figura 25- Etapas do processo de compatibilização de projetos em BIM .............................. 66
Figura 26- Organograma da Superintendência de Infraestrutura da UFRN- INFRA ............. 73
Figura 27- Organograma da Diretoria de Projetos da INFRA ................................................ 75
Figura 28- Mapa de processo geral do atual fluxo de trabalho da Diretoria de Projetos da
INFRA ...................................................................................................................................... 80
Figura 29- Tela inicial do SPARK .......................................................................................... 81
Figura 30- Módulos do SIPAC ................................................................................................ 82
Figura 31- Desenvolvimento do processo do Núcleo de Energias Renováveis ...................... 86
Figura 32- Mapa de processo geral do fluxo de trabalho da Diretoria de Projetos da INFRA
em um contexto BIM ................................................................................................................ 91
Figura 33- Respostas dos participantes quanto ao conhecimento sobre o BIM ...................... 99
Figura 34- Caracterização do fluxo proposto quanto sua aplicabilidade ................................ 99
Figura 35- Caracterização do fluxo proposto quanto sua clareza.......................................... 100
Figura 36- Nomenclatura padrão de pastas e arquivos .......................................................... 119
LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Resumo dos achados de auditoria do TCU no período de 2011 a 2014 ................ 19
Quadro 2- Categorias, subcategorias, critérios de julgamento adotados no 1° Prêmio BIM da
Administração Pública.............................................................................................................. 46
Quadro 3- Classificação da subcategoria Edificações quanto ao seu uso ou função .............. 47
Quadro 4- Classificação da subcategoria Infraestrutura quanto ao nível do empreendimento
.................................................................................................................................................. 48
Quadro 5- Resultados de pesquisa específica, realizada pela PennState University, sobre
frequência de uso e benefícios percebidos, em empresas americanas ...................................... 53
Quadro 6- Níveis de Desenvolvimento ................................................................................... 62
Quadro 7- Possíveis interferências encontradas no processo de compatibilização ................. 66
Quadro 8- Fontes de evidência e suas vantagens e desvantagens ........................................... 69
Quadro 9- Quadro técnico da Setor Primário da Diretoria de Projetos- INFRA .................... 76
Quadro 10- Legenda do Mapa de processo geral em BIM ..................................................... 90
Quadro 11- Relação de compatibilidade dos formatos de entrega entre diferentes softwares 96
Quadro 12- Questionário de avaliação do fluxo de processos proposto para o cenário BIM na
Diretoria de Projetos da INFRA ............................................................................................... 97
Quadro 13- Participantes da avaliação por disciplina ............................................................. 98
Quadro 14- Pontos positivos e pontos negativos citados pelos participantes da avaliação .. 101
Quadro 15- Usos pretendidos do BIM .................................................................................. 108
Quadro 16- Determinação do Nível de desenvolvimento e Nível de informação dos
elementos ................................................................................................................................ 111
Quadro 17- Gerentes dos modelos BIM ................................................................................ 116
Quadro 18- Formatos de entrega ........................................................................................... 118
Quadro 19- Intercâmbio de informações do processo em BIM ............................................ 120
Quadro 20- Sistema do controle de qualidade dos modelos em BIM ................................... 128
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 13
1.1 RELEVÂNCIA DO TEMA ................................................................................................... 13
2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 16
2.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................................. 16
3. BIM NO SETOR PÚBLICO- CENÁRIO MUNDIAL ..................................................... 17
4. IRREGULARIDADES EM OBRAS PÚBLICAS BRASILEIRAS................................. 19
5. BIM NO SETOR PÚBLICO- CENÁRIO NACIONAL ................................................... 20
5.1 PETROBRAS ........................................................................................................................ 20
5.1.1 APRENDIZADOS COM A INSERÇÃO DO BIM NA PETROBRAS ................................ 24
5.1.2 PRÓXIMOS DESAFIOS DA PETROBRAS ........................................................................ 25
5.2 EXÉRCITO BRASILEIRO ................................................................................................... 25
5.3 OUTRAS INICIATIVAS DE ADOÇÃO DO BIM PELO GOVERNO BRASILEIRO....... 31
5.4 ESTRATÉGIA NACIONAL DE DISSEMINAÇÃO DO BIM ............................................ 34
5.4.1 OBJETIVOS DA ESTRATÉGIA BIM BR ........................................................................... 35
5.4.2 RESULTADOS PREVISTOS PELA ESTRATÉGIA BIM BR ............................................ 39
5.5.3 INDICADORES E METAS ................................................................................................... 39
5.4.4 ROADMAP ............................................................................................................................ 40
5.4.5 ESCALONAMENTO ............................................................................................................ 41
5.4.6 ESTRATÉGIA BIM-RJ ......................................................................................................... 43
5.5 PLATAFORMA BIM ............................................................................................................ 44
5.6 PRÊMIO BIM DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................ 44
5.6.1 VENCEDORES DO 1° PRÊMIO BIM DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...................... 48
6. PLANO DE EXECUÇÃO BIM- PEB ................................................................................ 49
6.1 USOS DO BIM ...................................................................................................................... 52
6.2 INFRAESTRUTURA ............................................................................................................ 55
6.3 COLABORAÇÃO E COMUNICAÇÃO ............................................................................... 55
6.4 FLUXO DE TRABALHO BIM ............................................................................................. 57
6.5 REQUISITOS DE MODELAGEM ....................................................................................... 59
6.6 CONTROLE DE QUALIDADE ............................................................................................ 65
7. METODOLOGIA ................................................................................................................ 68
7.1 MÉTODO DE PESQUISA- ESTUDO DE CASO ................................................................ 68
7.2 OBTENÇÃO DE DADOS ..................................................................................................... 68
8. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO ATUAL DA DIRETORIA DE PROJETOS DA
INFRA................................................................................................................................... 72
8.1 MÃO- DE – OBRA ............................................................................................................... 76
8. 2 FLUXO DO PROCESSO DE PROJETO DA INFRA .......................................................... 76
8.3 SOFTWARES UTILIZADOS NO PROCESSO DE PRJETO ............................................. 84
8.4 EXEMPLO DE PROJETO DA DIRETORIA DE PROJETOS DA INFRA ........................ 84
8.5 IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS ENTRAVES ENCONTRADOS NO PROCESSO
DE PROJETO ........................................................................................................................ 86
9. FLUXO DE PROCESSOS PROPOSTO PARA O CENÁRIO BIM NA DP- INFRA .. 90
10. AVALIAÇÃO DO FLUXO DE PROCESSOS PROPOSTO PARA O CENÁRIO BIM
NA DP- INFRA .................................................................................................................... 97
11. CONCLUSÕES E SUGESTÕES ..................................................................................... 102
12. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 104
13. APÊNDICE ........................................................................................................................ 108
APÊNDICE A- PLANO DE EXECUÇÃO BIM PROPOSTO- PEB ........................................... 108
13

1. INTRODUÇÃO

A inserção do Building Information Modelling (BIM) vem provocando uma profunda


reorganização no setor da construção em todo o mundo (AMORIM; KASSEM, 2015). O BIM
pode ser definido, segundo Succar (2009) como um conjunto interrelacionado de políticas,
processos e tecnologias para gerenciar a essência do projeto, construção e operação de edifícios
no formato digital em todo o ciclo de vida da edificação.

Sua implantação ocorre por meio de um conjunto de aplicativos que articulam-se em


“plataformas tecnológicas”, compostas por aplicativos interoperáveis de um mesmo ou de
diferentes fornecedores. Estas plataformas definem a nova tecnologia de processo, de projeto e
de gestão da operação, sendo variadas conforme a etapa do ciclo de vida da obra e as diferentes
especialidades envolvidas, mantendo porém, a integridade e consistência da informação e a
interoperabilidade destes diferentes sistemas ao longo de todo este ciclo (AMORIM; KASSEM,
2015).

Como benefício da incorporação do BIM na construção civil, pode ser citado a redução
de custos e prazos, que se dá por meio de um melhor controle na fase de planejamento, evitando
desperdícios de materiais e tempo na etapa de execução da obra.

A inserção do BIM rearticula atores em função de novas funções e conteúdo de


produtos, mas deve respeitar as dimensões culturais, legais, regulamentares e estruturas
econômicas mais gerais existentes (AMORIM; KASSEM, 2015).

1.1 RELEVÂNCIA DO TEMA

A construção civil é um setor que enfrenta constantes desafios para o alcance de


empreendimentos de qualidade e que sejam entregues nos prazos previstos e dentro dos
orçamentos iniciais da obra. Em países da União Europeia, problemas com prazos e custos
veem sendo enfrentados por meio da adoção de ferramentas da tecnologia BIM, que permitem
um melhor gerenciamento das obras, proporcionando empreendimentos cada vez mais
consistentes. O Grupo de Trabalho BIM da UE, composto por representantes de organizações
públicas de 21 países, desenvolveu o Manual Relativo à Aplicação da Modelação da Informação
da Construção no Setor Público Europeu, onde é colocado que:
14

A aplicação do BIM corresponde à etapa de digitalização do setor da construção. É


indiscutível que a utilização mais ampla da tecnologia, de processos digitais, da
automatização e de trabalhadores mais qualificados contribui largamente para o nosso
futuro econômico, social e ambiental.

No entanto, é um dos setores menos digitalizados, com taxas de produtividade


estacionárias ou em declínio. A taxa anual de produtividade do setor aumentou apenas
1 % nos últimos 20 anos. Diversos relatórios do setor identificam problemas
sistémicos no processo de construção relacionados com os seus níveis de cooperação
e investimento insuficiente em tecnologia e gestão deficiente da informação. Estes
problemas têm como resultado uma baixa racionalidade econômica dos recursos
públicos e riscos financeiros mais elevados, em virtude de derrapagens dos custos,
atrasos na execução das infraestruturas públicas e alterações evitáveis dos projetos.

[...]

O BIM, para o setor público, pode ser considerado como “construção digital”. É
semelhante à revolução dos processos tecnológicos e digitais registada na indústria
transformadora nas décadas de 80 e 90 do século passado, para melhorar as taxas de
produtividade e a qualidade da produção. Combina a utilização da modelação digital
tridimensional com informação sobre todo o ciclo de vida do projeto e do ativo, a fim
de melhorar a colaboração, a coordenação e a tomada de decisões na execução e
exploração do património imobiliário público. Aborda igualmente mudanças de
processos, há muito esperadas, do mundo analógico para o digital, que nos permitam
controlar e gerir um volume sem precedentes de dados e informações digitais.
(GRUPO DE TRABALHO BIM, 2017)

O setor público brasileiro de construção civil é atualmente caracterizado por inúmeras


irregularidades que resultam em desperdício de tempo e dinheiro, as quais são apontadas pelo
Tribunal de Contas da União, em seus relatórios anuais que apresentam as obras públicas
brasileiras com irregularidades e que se encontram paralisadas. Entre as principais
irregularidades identificadas pelo TCU, apresentadas por Matos e Miranda (2015), que
representam aproximadamente 50% dos achados, estão o sobrepreço/ superfaturamento, projeto
básico/executivo deficiente ou desatualizado, fiscalização deficiente ou omissa e a existência
de atrasos injustificáveis nas obras e serviço.
Diferentes organizações públicas nacionais como a Petrobras e o Exército Brasileiro,
com o objetivo de sanar ou minimizar as insuficiências dos seus empreendimentos, passaram a
adotar em seus processos, assim como o setor público internacional, a metodologia BIM,
alcançando melhorias significativas ao longo de todas as etapas de desenvolvimento da obra.
Com base no sucesso com a implementação do BIM principalmente pela Petrobras e
o Exército Brasileiro e no Decreto nº 9.377, de 17 de maio de 2018 que implementou a
Estratégia Nacional de Disseminação do BIM no Brasil- Estratégia BIM BR, este trabalho visa
propor uma Plano de Execução BIM para a Superintendência de Infraestrutura da UFRN-
INFRA, buscando auxiliar a organização na otimização dos seus fluxos de trabalho por meio
de diretrizes que irão guiar todos os participantes envolvidos no processo de desenvolvimento
15

dos projetos da organização durante a transição para a tecnologia BIM. Ademais, a elaboração
de um Plano de Execução BIM é de extrema importância, pois o período transitório para uma
nova ferramenta de trabalho é bastante complexo e exige o entendimento das alterações à serem
realizadas em todo o processo produtivo atualmente executado pela instituição.
16

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

O presente trabalho tem como objetivo geral propor um Plano de Execução BIM para
a Diretoria de Projetos da Superintendência de Infraestrutura da UFRN- INFRA.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O trabalho apresenta os seguintes objetivos específicos:

 Caracterizar o estado atual do fluxo do processo de projeto das obras da Diretoria de Projetos
da INFRA;
 Identificar os principais entraves existentes no fluxo do processo de projeto das obras da
Diretoria de Projetos;
 Propor um fluxo de trabalho para o contexto BIM contemplando a etapa de projeto das obras
da Diretoria de Projetos;
 Avaliar o fluxo de trabalho proposto.
17

3. BIM NO SETOR PÚBLICO- CENÁRIO MUNDIAL

A implementação do BIM no setor público em escala mundial tem como agentes


precursores os estados membros da União Europeia, os quais já exigem a aplicação da
metodologia BIM em obras realizadas com recursos do governo, sendo assim, modelos de
referência para a implementação do BIM no setor público dos demais países.

A indústria da construção apresenta um importante papel na economia da União


Europeia. De acordo com Amorim e Kassem (2015), o setor corresponde a aproximadamente
10% do PIB e gera cerca de 20 milhões de empregos, além disso, consome um grande número
de produtos intermediários, como matéria-prima e equipamentos elétricos e eletrônicos, e
serviços relacionados. Diante da significativa relevância do setor da construção, as autoridades
políticas da União Europeia (UE) reconhecem que o aperfeiçoamento do setor é essencial não
apenas para o seu crescimento, mas também para a sustentabilidade própria. A indústria da
construção europeia enfrenta constantemente desafios como custo alto de energia,
preocupações ambientais e maior competição com operadores externos à União Europeia, o que
leva a busca por inovações no setor.

Os desafios enfrentados pela indústria da construção da UE, estão sendo solucionados


por meio da adoção de novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), e de processos
que auxiliam na otimização dos serviços e consequentemente na redução de desperdícios em
projetos e custo de energia na execução dos empreendimento. Amorim e Kassem (2015),
apresentam que:

Nos últimos anos, o Modelo de Informação da Construção (BIM), que se relaciona


com a implementação e aplicação de um conjunto de processos, políticas e
ferramentas digitais para gerenciar os projetos de edificações durante seus ciclos de
vida, desde o projeto conceitual até a operação, tem sido cada vez mais usado pelos
Estados Membros da UE. O BIM é considerado um facilitador para a entrega de
projetos de edificações e infraestrutura com maior rapidez, economia e
sustentabilidade. O Reino Unido, a Holanda, a Dinamarca, a Finlândia e a Noruega
já exigem o uso do BIM para projetos financiados com recursos públicos. (Amorim e
Kassem, 2015)

Entre os estados da União Europeia (UE), a Finlândia e a Noruega foram os países que
primeiro tornaram obrigatório o uso do BIM e o formato IFC em licitações públicas, onde em
2007 e 2010, respectivamente, por iniciativa de instituições públicas, os países passaram a
18

realizar contratações em BIM tanto para novas construções quanto para obras de reformas. É
importante ressaltar que desde a década de 70 a Finlândia realiza grandes investimentos
públicos no desenvolvimento de Tecnologias da Informação (TI), o que de acordo com os
autores (Amorim e Kassem, 2015), favoreceu a completa obrigatoriedade da metodologia BIM
nos empreendimentos públicos do país. Ademais, a partir de 2000 a Noruega começou a
elaborar projetos pilotos em BIM, o que levou em 2010 a exigência da metodologia nos projetos
públicos.

No processo de implementação do BIM em todos os estados pertencentes à União


Europeia, foram enfrentados muitos desafios, alguns dos quais foram citados por Amorim e
Kassem (2015), sendo estes a escassez de profissionais qualificados, heterogeneidade de redes,
softwares e hardwares, ausência de normas, regulamentos e leis que formalizem a contratação
de projetos em BIM, entre outros. Contudo, a partir de iniciativas do setor público por meio da
criação de grupos líderes com o objetivo em comum de proporcionar um ambiente adequado
para a adoção do BIM através de estratégias nacionais de disseminação, foi possível uma efetiva
implementação da tecnologia BIM na União Europeia, tornando-a uma referência mundial na
utilização do BIM no setor público e privado.

Diante das experiências dos países da UE com a implementação do BIM na esfera


pública, é possível afirmar que se trata de um processo complexo que exige dedicação e
investimento em tempo, pessoas e infraestrutura. Em 2017 foi lançado o Manual Relativo à
Aplicação da Modelação da Informação da Construção no Setor Público Europeu resultado da
colaboração entre organizações públicas de 21 países que faziam uso do BIM em seus
empreendimentos. O manual tem como objetivo trazer recomendações para uma aplicação mais
ampla da metodologia BIM no setor público europeu com base na experiência coletiva de
decisores políticos públicos, de proprietários de edifícios públicos e de operadores de
infraestruturas. É ressaltado no documento em relação as entidades públicas que:

Enquanto grupo, as entidades públicas adjudicantes têm uma influência considerável


no incentivo à mudança porquanto representam o maior cliente isolado da indústria
da construção. Constituindo um grupo de donos de obra não competitivo, transparente
e não discriminatório, podem investir fundos públicos para garantir maior
rentabilidade para os contribuintes e incentivar o mercado através das contratações
públicas. (GRUPO DE TRABALHO BIM, 2017)
19

4. IRREGULARIDADES EM OBRAS PÚBLICAS BRASILEIRAS

Desde 1998, as Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO) incubem o Tribunal de Contas


da União (TCU) de fiscalizar as principais obras nelas indicadas a fim de identificar a
ocorrência de irregularidades graves. O TCU encaminha ao Congresso Nacional, anualmente,
uma relação dos empreendimentos nos quais tenham sido identificados indícios de
irregularidades graves, em especial os que ensejam recomendação de paralisação. A partir dos
relatórios técnicos produzidos pelo TCU, o Congresso Nacional decide acerca do bloqueio ou
liberação dos recursos necessários para a execução desses empreendimentos.

Em 2015 foi realizado um estudo de análise dos relatórios emitidos pelo TCU por
Matos e Miranda (2015), com o objetivo de realizar a avaliação das irregularidades mais
frequentes nas obras públicas. No estudo, foi elaborado o quadro a seguir que apresenta um
resumo das irregularidades identificadas nas auditorias realizadas de 2011 a 2014 e extraídos a
descrição dos achados e suas quantidades, bem como o número de auditorias em que eles foram
detectados.

Quadro 1- Resumo dos achados de auditoria do TCU no período de 2011 a 2014

Fonte: Adaptado de Matos e Miranda (2015)

É possível observar que as irregularidades referentes à sobrepreço/ superfaturamento,


projeto básico/executivo deficiente ou desatualizado, fiscalização deficiente ou omissa e
existência de atrasos injustificáveis nas obras e serviço representam aproximadamente 50% dos
achados e tais irregularidades podem ser combatidas com o uso do BIM. Logo, torna-se
imprescindível o empenho dos órgãos governamentais no processo de implementação da
20

plataforma BIM no setor público, de maneira a combater tais irregulares que geram grande
impacto negativo na economia nacional.

5. BIM NO SETOR PÚBLICO- CENÁRIO NACIONAL

5.1 PETROBRAS

A Petrobras é uma empresa brasileira de capital aberto que atua no Brasil e no exterior
de forma integrada e especializada na indústria de óleo, gás natural e energia. As áreas de
atuação da empresa envolvem a exploração e produção de petróleo e gás, refino de petróleo e
gás, produção de biocombustíveis, setor petroquímico, geração de energia elétrica, distribuição,
transporte e comercialização dos produtos gerados pela empresa.

De acordo com Mota e Rodrigues (2012), a Petrobras utiliza ferramentas de automação


de projetos e modelagem 3D para plantas industriais de suas unidades on- shore e off- shore há
mais de 20 anos, com o intuito de automatizar seus processos de engenharia. A seguir são
apresentadas algumas das primeiras experiências de aplicação da modelagem 3D nos
empreendimentos da Petrobras:

 1989: Campo de Marlim- Plataforma P-20;

Figura 1-Campo de Marlim, Plataforma P-20

Fonte: PETROBRAS, 2014


21

 2000: Plataformas P-43 e P-48;

Figura 2-Plataforma P-43

Fonte: LOCABENS, 2019

 2004: Plataforma de Rebombeio Autônoma (PRA-1) – Estudo para a instalação Off-


Shore;

Figura 3- Plataforma de Rebombeio Autônoma


(PRA-1) – Estudo para a instalação Off- Shore

Fonte: Mota e Rodrigues (2012)


22

 2004: Plataforma de Rebombeio Autônoma (PRA-1) – Projeto de arquitetura 3D;

Figura 4- Plataforma de Rebombeio Autônoma (PRA-1) – Projeto de arquitetura 3D

Fonte: Mota e Rodrigues (2012)

 2005: Plataforma P-53 – Levantamento à laser do casco;

Figura 5- Plataforma P-53 – Levantamento à laser do casco

Fonte: Mota e Rodrigues (2012)


23

 2005: Plataforma P-51 – Projeto 3D e DRS (Design Review Section Project)

Figura 6- Plataforma P-51 – Projeto 3D e DRS


(Design Review Section Project)

Fonte: GS Grupo Sepro, 2019

Mota e Rodrigues (2012), afirmam que a exigência da modelagem tridimensional nos


contratos de engenharia da Petrobras objetiva a melhoria de qualidade dos projetos e a
associação e replicação dos dados no decorrer das fases do ciclo de vida do empreendimento:
planejamento, projeto, suprimento, construção/ montagem e comissionamento.

 Unidade de operações de exploração e produção da bacia de santos (UO- BS)

No ano de 2011 a Petrobras realizou a licitação da obra da Unidade de Operações de


Exploração e Produção da Bacia de Santos (UO-BS) exigindo que os projetos executivos
fossem totalmente elaborados em BIM, envolvendo as disciplinas de arquitetura, estruturas,
fundações e instalações prediais.

O empreendimento concluído em 2014, possui uma área de implantação de 25.000


metros quadrados, resultando em uma área construída de 87.526 metros quadrados. Composto
por três torres de 13 andares com capacidade de 2000 pessoas por torre, o projeto básico
realizado pelo arquiteto Ruy Resende contemplou também a construção de um orquidário e a
reconstrução do Armazém de Exportação da São Paulo Railway, tombado pelo Patrimônio
Histórico, este foi completamente restaurado reconquistando suas características externas de
fachada e coberturas originais.
24

A concepção do projeto foi fundamentada em critérios e conceitos de Economicidade;


Racionalização dos processos construtivos; Uso de equipamentos e materiais nacionais;
Construção em fases; Harmonia com o Patrimônio Histórico no entorno; Preservação do
Armazém de Exportação e Certificação LEED. Por meio da adoção de um sistema construtivo
mais eficiente e de menor custo, porém sem alterar o nível de qualidade dos materiais e o padrão
das instalações da empresa, foi possível atingir uma redução de 14% no custo estimado da
construção. No critério sustentabilidade, o empreendimento conseguiu receber a Certificação
LEED, por meio da otimização da eficiência energética de 36% em relação ao consumo, uma
redução de 59% no consumo de água, redução dos efeitos de ilhas de calor através de áreas
arborizadas e aplicação de revestimentos de cor clara, além do aproveitamento da iluminação
natural e paisagem externa à torre.

Na obra da UO- BS, o BIM foi utilizado para o sequenciamento das etapas,
levantamento de quantitativos, simulações, cronogramas, suprimento e as- built. Os resultados
apresentados por Mota e Rodrigues (2012) diante da experiência com BIM no empreendimento
da UO- BS foram:

 Facilidade na propagação das alterações e ajustes de projeto;


 Diminuição dos retrabalhos na compatibilização das disciplinas;
 Aumento de produtividade;
 Facilidade no gerenciamento das informações e na comunicação entre as disciplinas;
 Facilidade de identificação de problemas que ocorreriam na obra e na geração de soluções
pela visualização do ambiente projetado em 3D;
 Facilidade no levantamento de quantitativos e especificações, otimizando os processos de
suprimento de materiais e equipamento.

5.1.1 APRENDIZADOS COM A INSERÇÃO DO BIM NA PETROBRAS

Mota e Rodrigues (2012) realizaram também o levantamento dos aprendizados


adquiridos pela empresa durante todo o processo de adoção do BIM no empreendimento da
Unidade de Operações de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UO-BS), os quais são
listados à seguir:

 Elaboração de um plano de automação do projeto;


25

 Qualificação de mão de obra;


 Interoperabilidade de softwares;
 Suporte Técnico;
 Desenvolvimento de famílias;
 Envolvimento de todos os setores da construção civil.

5.1.2 PRÓXIMOS DESAFIOS DA PETROBRAS

Diante das experiências com a utilização do BIM em seus empreendimentos e visando


uma otimização do processo de implementação da nova tecnologia no ambiente de trabalho, os
autores Mota e Rodrigues (2012), identificaram os próximos desafios para a disseminação do
BIM na empresa, que podem ser verificados à seguir:

 Aprimoramento dos processos de campo para permitir sua total integração com a gestão
documental à fim de minimizar os esforços na etapa administrativa;
 Atualização de famílias de acordo com a aquisição de materiais e equipamentos
complementando as informações contidas no projeto;
 Envolvimento de todas as empresas instaladoras na utilização dos modelos nos trabalhos em
campo, no comissionamento, testes e operação dos sistemas;
 Formar uma equipe de profissionais treinados e capacitados nas ferramentas que trabalharão
na operação e manutenção do empreendimento aproveitar ao máximo o modelo;
 Disseminar o conhecimento obtido no desenvolvimento para o emprego da metodologia
BIM em outros projetos da Petrobras.

5.2 EXÉRCITO BRASILEIRO

O Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército brasileiro (EB)


possui a Diretoria de Obras Militares (DOM) como órgão de apoio técnico- normativo
responsável por todas as atividades de construção, ampliação, reforma, adaptação reparação,
restauração, conservação, demolição e remoção de instalações relacionadas a obras militares,
além de controlar o material de sua gestão. A DOM é constituída por 12 unidades de engenharia,
localizadas nas principais capitais do Brasil, denominadas de Comissões Regionais de Obras
26

(CRO) ou Sessões Regionais de Obras (SRO) que desempenham atividades em todo o ciclo de
vida da edificação, sendo responsáveis pela elaboração de projetos, contratação, fiscalização,
medição e pagamento pela execução dos serviços contratados.
Em busca de realizar projetos de melhor qualidade, desde 2009 a DOM estimula o uso
do BIM para a elaboração de seus projetos, principalmente de construções novas. No entanto,
segundo Pellanda, Nascimento e Ferreira (2015) a implementação do BIM exige uma série de
mudanças culturais em todo o processo de gestão. Portanto, é imprescindível que no mais alto
nível de gestão se tenha a conscientização e a certeza dos benefícios da incorporação do BIM
nos processos da organização. Pellanda, Nascimento e Ferreira (2015), afirmam que “Não é
suficiente, somente a equipe técnica estar convencida; sem o apoio da alta gestão é inviável
implantar uma estrutura de tecnologia BIM.”
Pellanda, Nascimento e Ferreira (2015) atribuem o sucesso do BIM no Exército
Brasileiro à elaboração de uma estratégia de execução BIM, possibilitando uma assimilação
gradativa e incremental do BIM na organização, fundamentada nos “Pilares BIM”, que se
caracterizam por Capacitação, Processo, Bibliotecas e Normatização, como representado na
Figura 7.

Figura 7- Pilares BIM

Fonte: PELLANDA; NASCIMENTO;


FERREIRA(2015)
27

O primeiro passo para a adoção do BIM no EB foi o investimento no incentivo de


pesquisas, capacitação e treinamento dos profissionais pertencentes ao órgão. A escolha pela
formação interna se deu pelo fato da escassez de profissionais capacitados no mercado.
Como citado anteriormente, a fase de transição da plataforma CAD para a metodologia
BIM, exige uma série de mudanças culturais no fluxo de processos. Por conseguinte, o processo
produtivo do EB foi revisto, resultando na modificação e adaptação de fases, agentes e produtos
de todo o ciclo de vida da edificação.
A presença de organizações militares em diferentes locais do Brasil implicou na
necessidade da padronização dos métodos, procedimentos e elementos a serem utilizados,
resultando em uma normatização interna e elaboração de uma biblioteca própria, contendo o
mínimo de informação necessária para atuação dos profissionais na metodologia BIM.
A DOM é responsável pela gestão de mais de 650 organizações militares presentes no
território brasileiro, tornando-se um desafio o controle de solicitação e acompanhamento das
obras. Diante da necessidade de gerir as obras do EB de forma moderna, eficaz, eficiente e
transparente, como exigem as diretrizes legais da gestão de empreendimentos públicos, foi
criado o OPUS- Sistema Unificado do Processo de Obras, um sistema informatizado de apoio
à decisão que, segundo a DOM, visa suportar as funcionalidades de Planejamento,
Programação, Acompanhamento, Fiscalização, Controle, Gerência e Execução de Obras e
Serviços de Engenharia de todas as atividades dos macroprocessos finalísticos do Sistema de
Obras Militares (SOM), tanto no nível executivo quanto gerencial e estratégico.
O OPUS é uma criação autônoma do Exército Brasileiro e é composto pela associação
das tecnologias BIM e Geographic Information System(GIS) ou Sistema de Informações
Geográficas(SIG), usado para realização do planejamento estratégico, gestão de obras e ativos
e gestão de projetos da DOM.

Figura 8- Associação da Tecnologia BIM com o Sistema de


Informações Geográficas (SIG)

Fonte: LUKE (2017)


28

A interação entre o OPUS e o BIM se dá por meio da interoperabilidade do


georreferenciamento do plano diretor do Exército Brasileiro por representações 2D associado a
modelos 3D, que permite a gestão de qualquer empreendimento situado na área jurisdicionada
ao EB, acompanhando o empreendimento em todo seu ciclo de vida desde a sua concepção à
operação e manutenção. A gestão das obras é facilitada e otimizada por meio da geração
automatizada de relatórios técnicos, à partir dos modelos dos Planos Diretores digitais inter-
relacionados com diferentes softwares especializados. É importante destacar, como foi
apresentado por Pellanda, Nascimento e Ferreira (2015) que:

Esse modelo de uso das tecnologias BIM é baseado em processo e não depende do
uso específico de um software. Caso seja necessário melhorar o processo, pode-se
trocar algum software especializado (de arquitetura, orçamento, estruturas,
instalações, etc.) e desenvolver novas interfaces, oferecendo ao usuário maior
liberdade, flexibilidade e potencialidade. (PELLANDA, NASCIMENTO e
FERREIRA, 2015)

Figura 9- - Monitoramento das Obras da Diretoria Militar de Obras (DOM) do Exército


Brasileiro com o uso do OPUS

Fonte: NASCIMENTO (2014)


29

Figura 10- Monitoramento, com o auxílio do OPUS, dos status das obras da DOM e descrição
das atividades desenvolvidas

Fonte: NASCIMENTO (2014)

Figura 11- Planejamento Estratégico das obras da DOM com o auxílio do OPUS

Fonte: NASCIMENTO (2014)


30

Com a utilização do sistema OPUS atrelado à tecnologia BIM, Nascimento (2014)


apresentou os benefícios adquiridos, que vão além do projeto e da obra, envolvendo todo o
conjunto produtivo, de gestão e manutenção dos empreendimentos da DOM. São eles:

 Benefícios ao usuário comum e aos gestores de todos os níveis;


 Facilidades na implantação de políticas públicas;
 Facilidades no equilíbrio da relação entre demanda e planejamento;
 Acompanhamento facilitado – ativos, imóveis, processo e desempenho;
 Colaboração interdisciplinar simultânea;
 Padronização nos processos – redução de erros e ganho de produtividade;
 Gestão de informação pelo setor público e privado – dinâmica e transparente;
 Fomento dos elos da cadeia produtiva;
 Possibilidades de representar todo o ciclo de vida de um empreendimento.

Entre os resultados obtidos pela DOM com a aplicação do BIM em seus projetos, pode
ser citado o Projeto TRF- Tribunal Regional Federal, no ano de 2012, o qual foi executado com
uma economia de 40 milhões de reais, resultado de uma auditoria do Exército Brasileiro
realizada em 1 mês com um relatório de 2.226 páginas. No mesmo ano, a ampliação do
Aeroporto de Guarulhos, foi outro exemplo de sucesso apresentado por Nascimento (2014), a
qual foi concluída em 4 meses, 4 dias antes do prazo de entrega da obra, resultando em uma
economia de R$ 150.000.000 aos cofres públicos. A obra havia sido orçada em R$ 430.000.000
e foi executada por apenas R$ 280.000.000.

Os casos de êxito da atuação da DOM com o auxílio da metodologia BIM, mostra que
esta tecnologia representa uma solução para o aperfeiçoamento dos métodos e processos
utilizados atualmente e a consequente melhoria da qualidade dos empreendimentos realizados
com recursos públicos.

Logo, fica evidente a importância da inserção da tecnologia BIM nas demais


organizações públicas do país, tornando-se fundamental a capacitação e o treinamento dos
profissionais já inseridos nestas organizações que desempenham atividades na indústria da ACE
ligadas ao setor público, para assim usufruir dos ganhos advindos do uso da metodologia BIM.
31

5.3 OUTRAS INICIATIVAS DE ADOÇÃO DO BIM PELO GOVERNO BRASILEIRO

A utilização do BIM em projetos públicos brasileiros foi idealizada e realizada por


outros órgãos públicos além da Petrobras e do Exército Brasileiro, podendo-se destacar o
Governo de Santa Catarina. O estado foi o primeiro estado a definir um programa de
implantação de BIM por meio do desenvolvimento do Caderno de Apresentação de Projetos
em BIM, apresentado na Figura 12, no qual “estão definidas a padronização e a formatação que
devem orientar o desenvolvimento dos projetos em BIM nas contratações com o Governo do
Estado” (SANTA CATARINA, 2014). O BIM foi aplicado nas obras do ICSC- Instituto de
Cardiologia de Santa Catarina, da FCEE- Fundação Catarinense de Educação Especial, do
CRAS- Centro de Referência de Assistência Social, do IEE- Instituto Estadual de Educação e
do HEMOSC, onde foi possível a antecipação da identificação de conflitos ainda na fase de
projeto, evitando assim um maior número de retrabalhos nas fases posteriores dos
empreendimentos.

Figura 12- Caderno de


Apresentação de Projetos
em BIM

Fonte: SANTA CATARINA,2014

O Governo do Paraná é outro exemplo de aplicação do BIM em obras públicas


brasileiras, o qual elaborou um Plano de fomento BIM com o objetivo de estabelecer as
estratégias e suas respectivas atividades para a implementação do BIM na Secretaria de Estado
32

de Infraestrutura e Logística (SEIL) em conformidade com o definido no Plano de Metas 2015-


2018. A adoção da metodologia BIM na SEIL visa a melhoria da qualidade dos projetos e obras,
por meio da redução de erros de projetos e aprimoramento do controle e da transparência. As
estratégias definidas pelo Plano de Fomento BIM do Paraná comtemplam 6 linhas estratégicas
de atuação:

 Fomentar e promover o aprendizado coletivo na SEIL e vinculadas;


 Ampliar e promover parcerias e convênios institucionais;
 Promover e apoiar aculturamento interno;
 Fomentar e promover a ampliação da Rede BIM na esfera pública estadual;
 Fomentar e promover o diálogo técnico com a Cadeia Produtiva, Entidades
Classe e Academia da AEC;
 Apoiar, acompanhar e monitorar ações das vinculadas à SEIL para implantação
do BIM.

Figura 13- Linhas estratégicas de atuação do Plano de Fomento BIM do


Paraná

Fonte: SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA- SEIL (2015)

No decorrer do Plano de Fomento BIM, o governo do Paraná desenvolveu em 2018 o


Caderno BIM- Caderno de Especificações Técnicas para a Contratação de Projetos em BIM-
Edificações, da coletânea de cadernos orientadores. Elaborado pela Secretaria de Estado de
Infraestrutura e Logística (SEIL) e o Departamento de Gestão de Obras e Projetos (DGPO) o
Caderno BIM 2018 tem finalidade semelhante ao Caderno de Santa Catarina, que busca definir
33

as diretrizes para a elaboração de projetos de edificações públicas em BIM. A SEIL/DGPO


afirma:

Para a SEIL/DGPO, a adoção da metodologia BIM é uma das principais ações para
melhoria da qualidade e da governança de projetos e obras públicas. Temos clareza
de que esta busca requer planejamento a médio e longo prazo, além de muito trabalho
e diálogo, uma vez que a metodologia BIM é uma inovação, e toda inovação requer
mudanças. Portanto, para conquistar o sucesso da implementação do BIM, é
necessário ter ousadia, paciência, persistência e, sobretudo, trabalho colaborativo por
parte de todos os envolvidos. (CURITIBA, 2018)

A Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA),


organização pertencente a Força Aérea Brasileira, também apresentou iniciativas para a
utilização do BIM em seus projetos. A CISCEA promoveu em 2018 uma workshop com a
finalidade de apresentar os objetivos, as metas e estratégias adotadas para a implantação do
BIM na organização, desde a fase de projeto à gestão de ativos e obras. O processo de adoção
da nova tecnologia da informação na CISCEA conta com a parceria do SENAI do Paraná que
oferece capacitação para os profissionais da organização. Segundo o Chefe da Divisão de
Infraestrutura da CISCEA, Major Aviador Wallace Gonçalves Teixeira, a principal finalidade
do encontro foi de esclarecer como ocorrerá o processo de inserção do BIM na Comissão, para
que se possa obter sucesso nessa transição, e posteriormente, expandir o uso da tecnologia para
o Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). O oficial afirmou, “Estamos
fazendo um investimento que trará grandes benefícios para a Força Aérea Brasileira”. O Major
Engenheiro Giuseppe Miceli Junior, do Instituto Militar de Engenharia (IME), também se
pronunciou em relação a implementação do BIM na CISCEA, apontando que:

É um passo que todas as organizações devem tomar e é muito importante para a


CISCEA implantar os procedimentos do processo BIM em suas atividades, pois trará
grandes benefícios para o controle do tráfego aéreo brasileiro. (MICELI JUNIOR,
2018)

A CISCEA é uma organização que constantemente busca investir em inovações


tecnológicas, sempre visando a melhoria da qualidade dos seus empreendimentos. O Assessor
de Qualidade da CISCEA, Paulo Carvalho afirmou:

As novas implementações, como a plataforma BIM (do inglês,Building Information


Modelling) será um divisor de águas no que tange ao projeto, fiscalização e pós
entrega dos produtos da CISCEA. Resumidamente, os órgãos operacionais já estarão,
durante o projeto, visualizando suas necessidades, sendo atendidas e posteriormente
34

mantidas. Esta modelagem da construção, com seu conjunto de informações geradas,


será mantida em todo o ciclo de vida do projeto (construção). (Carvalho, 2018)

A inserção do BIM na indústria da construção civil brasileira também conta com a


participação dos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia de diferentes estados
brasileiros como Rio de Janeiro, Pernambuco, Amazonas e Bahia. No estado da Bahia, foi
promovida pelo CREA-BA a Caravana BIM, evento gratuito que ocorreu nos anos de 2017 e
2018 beneficiando estudantes e profissionais de empresas públicas e privadas de diversas
cidades do estado com capacitações sobre a Tecnologia da Informação BIM.

5.4 ESTRATÉGIA NACIONAL DE DISSEMINAÇÃO DO BIM

O Governo Brasileiro instituiu, por meio do Decreto nº 9.377 de 17 de maio de 2018,


a Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modelling no Brasil, a qual
possui a finalidade de promover um ambiente adequado ao investimento em Building
Information Modelling- BIM e sua difusão no país. Por meio da Estratégia BIM BR busca-se
uma maior economia nas obras públicas e a otimização dos processos de manutenção e gestão
de ativos com o auxílio da metodologia BIM.

A Estratégia BIM BR instituída pelo Governo no Decreto 9.377 foi formulada pelo
Comitê Estratégico de Implementação do Building Information Modelling- CE-BIM, instituído
pelo Decreto de 5 de junho de 2017 para elaborar uma estratégia que pudesse promover um
ambiente adequado para o uso do BIM no Brasil, alinhando as ações e iniciativas do setor
público com o setor privado e impulsionando a adoção do BIM pelo país. Para apoiar o CE-
BIM nesta tarefa foi criado o Grupo de Apoio Técnico GAT-BIM, além de outros 6 grupos que
trataram de temas específicos como Regulamentação e Normatização, Infraestrutura
Tecnológica, Plataforma BIM, entre outros.

A Estratégia BIM BR é esquematizada quanto à finalidade, objetivos e ações, na


Figura 14.
35

Figura 14- Sistematização da Estratégia BIM


BR

Fonte: Comitê Estratégico do BIM (Brasil), 2018

5.4.1 OBJETIVOS DA ESTRATÉGIA BIM BR

De acordo com o decreto, a Estratégia BIM BR possui nove objetivos específicos que
serão apresentados a seguir, juntamente com suas respectivas ações.

I- Difundir o BIM e seus objetivos:


Ações:
 Implementar plano de comunicação para divulgar os objetivos, diretrizes e ações da
Estratégia BIM BR;
 Implementar plano de comunicação para divulgar o conceito BIM, seus benefícios, boas
práticas e casos de sucesso, principalmente por meio de publicações, eventos e uso de mídias
digitais;
 Sensibilizar os atores quanto à importância da adoção do BIM e à necessidade de
mudanças estruturais para sua adequada implantação;
 Mitigar desigualdades regionais quanto à disseminação do BIM por meio de ações de
sensibilização de atores locais;
 Divulgar instrumentos de apoio ao uso BIM (como guias BIM e Plataforma BIM).
II- Coordenar a estruturação do setor público para a adoção do BIM;

Ações:

 Mapear, planejar e implementar mudanças estruturantes para o uso do BIM pelo setor
público, tais como aprimoramento de processos internos;
36

 Estabelecer ações de indução pelo Governo Federal ao uso do BIM tais como
disponibilização de modelos de construção padrão;
 Promover articulação internacional para o estabelecimento de parcerias e para a troca
de experiências;
 Estabelecer parâmetros de referência entre os sistemas de classificação utilizados, por
exemplo, no Comprasnet, TIPI, SICRO, SINAPI e outros
III- Criar condições favoráveis para o investimento público e privado, em BIM;

Ações:

 Adaptar linhas de financiamento às necessidades do investimento em BIM;


 Criar programa de incentivo ao investimento focado em micro e pequenas empresas;
 Esclarecer aos potenciais ofertantes os requisitos BIM nos processos licitatórios
governamentais;
 Promover articulação internacional para atração de investimentos.
IV- Estimular a capacitação em BIM;

Ações:

 Estabelecer objetivos de aprendizagem e competências BIM para cada nível de atuação


de modo a orientar o mercado a ofertar cursos;
 Capacitar em BIM gestores e servidores públicos;
 Estimular maior inserção do BIM nas disciplinas de graduação e pós-graduação em
Engenharia e Arquitetura;
 Estimular a certificação em BIM de profissionais.
V- Propor atos normativos que estabeleçam parâmetros para as compras e contratações
com uso BIM;

Ações:

 Diagnosticar as necessidades de alterações no aparato legal e regulamentar;


 Propor atos legais e regulamentares adequados às necessidades da ampla adoção do BIM
no Governo Federal;
 Estabelecer exigência do uso do BIM em programas governamentais com recursos
orçamentários do Poder Executivo Federal.
VI- Desenvolver normas técnicas, guias e protocolos específicos para a adoção do BIM;
37

Ações:

 Publicar documentos e referências técnicas com foco em infraestrutura e edificações


para suportar a exigibilidade do BIM;
 Apoiar a elaboração e a publicação de normas técnicas da Comissão de Estudo Especial
de Modelagem de Informação da Construção, da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT/CEE - 134);
 Estabelecer arcabouço regulamentar a fim de propiciar programa de certificação de
objetos BIM para edificações e infraestrutura;
 Elaborar arcabouço regulamentar que permita o estabelecimento de programa de
certificação de profissionais.
VII- Desenvolver a Plataforma e a Biblioteca Nacional BIM;

Ações:

 Promover a autossustentabilidade econômica da Plataforma BIM;


 Mobilizar partes interessadas buscando a contribuição para a Plataforma e a BNBIM,
por meio da elaboração de objetos virtuais e de outras iniciativas;
 Utilizar a Plataforma BIM como instrumento de comunicação e disseminação de
informações;
 Criar sistema de avaliação de conformidade de objetos BIM;
 Ampliar o acervo de objetos genéricos da BNBIM.
VIII- Estimular o desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias relacionadas ao
BIM;

Ações:

 Estimular o aprimoramento e a aplicação de soluções de Tecnologia da Informação e


Comunicação – TIC;
 Incentivar investimentos em laboratórios BIM em instituições científicas, tecnológicas
e de inovação (ICT);
 Adaptar programas de pesquisa, desenvolvimento e inovação às necessidades do
fomento ao BIM (ex. CNPQ, FINEP, entre outros);
 Alinhar agenda com os demais programas governamentais afetos à Estratégia BIM BR
(ex.: cidades inteligentes, Indústria 4.0, entre outros);
38

 Utilizar instrumentos de indução existentes para a ampliação de redes de comunicação


de dados em regiões prioritárias para a Estratégia BIM BR.

IX- Incentivar a concorrência de mercado por meio de padrões neutros de


interoperabilidade BIM;

Ações:

 Incentivar a utilização de padrões neutros BIM para intercâmbio de dados;


 Promover fluxos de trabalho em formatos abertos para colaboração.

O Decreto nº 9.377 instituiu também o Comitê Gestor da Estratégia BIM BR- CG BIM,
com a finalidade de implementá-la e gerenciar suas ações. O CG BIM, entre outras atribuições,
tem a função de definir e gerenciar as ações necessárias para o alcance dos objetivos da
Estratégia BIM BR, sendo formado por representantes de diferentes órgãos governamentais e é
presidido pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O CG BIM conta com o
suporte do Grupo Técnico GTEC- BIM, constituído por servidores e militares indicados pelos
órgãos que compõem o Comitê Gestor da Estratégia BIM BR.

As atribuições do CG BIM estabelecidas pelo Decreto nº 9.377 são:

I- Definir e gerenciar as ações necessárias para o alcance dos objetivos da Estratégia BIM BR;
II- Elaborar anualmente seu plano de trabalho, que conterá cronograma e estabelecerá as ações
prioritárias para o período;
III- Atuar para que os programas, os projetos e as iniciativas dos órgãos e das entidades
públicas que contratam e executam obras públicas sejam coerentes com a Estratégia BIM
BR;
IV- Promover o compartilhamento de informações e analisar o impacto das iniciativas setoriais
relacionadas a BIM, com vistas à harmonização e à promoção de eficiência e sinergia entre
as ações dos órgãos e das entidades públicas;
V- Acompanhar e avaliar periodicamente os resultados da Estratégia BIM BR e subsidiar as
atividades de articulação e de monitoramento de programas de governo da Presidência da
República, quando solicitado;
VI- Articular-se com instâncias similares de outros países e dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios;
VII- Expedir recomendações necessárias ao exercício de sua competência;
39

VIII- Deliberar sobre a atualização e a revisão periódica da Estratégia BIM BR;


IX- Opinar sobre temas relacionados às suas competências;
X- Elaborar e aprovar seu regimento interno.

5.4.2 RESULTADOS PREVISTOS PELA ESTRATÉGIA BIM BR

Com a finalidade apresentada no Decreto de disseminação do BIM no país, o Governo


Federal busca atingir resultados que trazem muitos benefícios para a economia do Brasil. A
seguir são apresentados os resultados esperados com a Estratégia BIM BR:

 Assegurar ganchos de produtividade ao setor da construção civil;


 Proporcionar ganhos de qualidade nas obras públicas;
 Aumentar a acurácia no planejamento de execução de obras proporcionando maior
confiabilidade de cronogramas e orçamentação;
 Contribuir com ganhos de sustentabilidade por meio da redução de resíduos sólidos da
construção civil;
 Reduzir prazos para a conclusão de obras;
 Contribuir para a melhoria da transparência nos processos licitatórios;
 Reduzir necessidades de aditivos contratuais de alteração do projeto, de elevação de valor
e de prorrogação do prazo de conclusão e de entrega da obra;
 Elevar o nível de qualificação profissional na atividade produtiva;
 Estimular a redução de custos existentes no ciclo de vida dos empreendimentos.

5.5.3 INDICADORES E METAS

As pesquisas e estudos da Fundação Getúlio Vargas do ano em que foi elaborada a


Estratégia BIM BR indicaram que 9,2% das empresas do setor da construção já haviam
implantado a metodologia BIM em seus escritórios, correspondendo a 5% do PIB da
Construção Civil. Com base nessas pesquisas foram traçadas as quatro metas mostradas na
Figura 15.
40

Figura 15- Metas estabelecidas pela Estratégia BIM-BR

Aumentar a Reduzir custos em


produtividade das 9,7%
empresas em 10%

Aumentar em 10 Elevar em 28,9% o


vezes a adoção do PIB da Construção
BIM Civil

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019

5.4.4 ROADMAP

O livreto lançado pelo Governo, em que é apresentada a Estratégia BIM BR, traz uma
representação gráfica da evolução do processo de implementação do BIM no Brasil, colocando
de forma clara e direta as metas e prazos almejados com a estratégia nacional.

As datas correspondentes ao cumprimento de cada uma das metas estabelecidas pela


Estratégia BIM BR correspondem aos anos de 2018, 2021, 2024 e 2028, sendo determinados
os resultados secundários esperados para os quesitos de Governança, Infraestrutura Tecnológica
e Inovação, Arcabouço Legal, Regulamentação Técnica, Investimentos, Capacitação, Indução
pelo Governo Federal e Comunicação.

No roadmap proposto, é possível observar que para 2028 espera-se que o BIM esteja
completamente disseminado nas obras públicas. No entanto, é de extrema importância ressaltar
que as fases anteriores são indispensáveis para que se atinja este objetivo, tais etapas,
compreendem o estabelecimento de padrões técnicos e legais que propiciem um contexto
adequado para a plataforma BIM, além de outros fatores essenciais, que podem ser observados
no roadmap da Figura 16.
41

Figura 16- BIM BR Roadmap

Fonte: Comitê Estratégico do BIM (Brasil), 2018

5.4.5 ESCALONAMENTO

A transição para a metodologia BIM exige um período de adaptação e capacitação


tanto dos contratantes quanto dos contratados para os serviços da construção civil. Visando
possibilitar uma adequada estrutura para adoção do BIM no mercado e no setor público, a
Estratégia BIM BR propõe que a utilização e as exigências do BIM aconteçam de maneira
escalonada, adotando-se assim três fases de acordo com o nível de aplicabilidade do BIM. As
quais são esquematizadas na Figura 17.

A primeira fase tem seu início em janeiro de 2021 e possui como foco principal os
projetos de engenharia e arquitetura de novas construções, reformas de ampliações ou de
reformulações, que possuam grande pertinência para o uso do BIM. Os usos do BIM previstos
nesta fase são a elaboração dos modelos de arquitetura, engenharia estrutural, engenharia de
instalações prediais (hidrossanitárias), engenharia de sistemas mecânicos de ar- condicionado,
42

aquecimento e ventilação e engenharia elétrica, e a partir destes modelos realizar a extração de


quantitativos, detecção de interferências entre as diferentes disciplinas e a geração de
documentação gráfica.

A segunda fase tem seu início em janeiro de 2024 e envolve a aplicação do BIM na
etapa de execução da obra, podendo se tratar de obras de novas construções, reformas de
ampliações ou de reformulações, que possuam grande pertinência para o uso do BIM. Os usos
do BIM previstos nesta fase, além dos usos contemplados pela fase anterior, corresponde
também a elaboração do planejamento de execução do obras, orçamentação e acompanhamento
da obra por meio da atualização do modelo “as- built” da obra executada.

A terceira fase tem seu início em janeiro de 2028 e deve envolver obras de novas
construções, reformas de ampliações ou de reformulações, que possuam grande pertinência para
o uso do BIM, tanto nas etapas de modelagem, planejamento, execução e serviços de
gerenciamento e manutenção da edificação após concluída.

Na Estratégia BIM BR, é definido que os participantes destas fases devem ser
inicialmente o Ministério da Defesa, por intermédio da Marinha do Brasil (MB) e do Exército
Brasileiro (EB), e o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, por mediação de
atividades de responsabilidade coordenativa e executiva da Secretaria Nacional de Aviação
Civil (SAC) e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes(DNIT). Logo, estes
órgãos são os responsáveis pelo emprego da metodologia BIM na elaboração e execução de
Projetos Pilotos no setor público brasileiro. Dentro das solicitações de aplicações do BIM pelos
órgãos envolvidos, são definidos os projetos de pequena, média e grande pertinência para a
disseminação do BIM por meio de atos administrativos. Cada órgão demanda de necessidades
e auxílios para o desempenho das ações envolvidas nas fases propostas pela estratégia nacional
e o atendimento dessas demandas é realizado de maneira prioritária.

Ainda assim, a Estratégia BIM BR permite que outros órgãos tomem a iniciativa de
implementação do BIM em suas atividades. Para isso, as necessidades demandadas pelos
demais órgãos serão incluídas no quadro de prioridades do Governo.
43

Figura 17- Esquematização das fases do escalonamento apresentado na Estratégia BIM BR


para a utilização e exigência do BIM

Fase 2
• Modelagem; • Gerenciamento e
• Extração de quantitativos; manutenção após
• Detecção de • Planejamento da a construção do
interferências; execução da obra; empreendimento
• Extração de documentos • Orçamentação;
gráficos. • Modelo "as-built"

Fase 1 Fase 3

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019

5.4.6 ESTRATÉGIA BIM-RJ

Em consonância com a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM no Brasil, o


Governo do Rio de Janeiro instituiu por meio do Decreto nº 46.471 de 24 de outubro de 2018 a
Estratégia Estadual de Disseminação do Building Information Modelling- Estratégia BIM-RJ,
com a finalidade de promover um ambiente adequado para a disseminação do BIM no estado,
de acordo com o Decreto nº 9.377 de 17 de maio de 2018, instituído em nível nacional.

A Estratégia BIM- RJ possui objetivos específicos semelhantes ao da Estratégia BIM-


BR, destacando-se porém a criação da Plataforma e Biblioteca Estadual BIM e o fato de ser
imposto apenas na esfera nacional a criação de normas técnicas, guias e protocolos específicos
para a adoção do BIM. Em conjunto com a Estratégia BIM- RJ foi instituído o Comitê Gestor
da Estratégia BIM- RJ (CG BIM-RJ), que possui atribuições equivalentes ao Comitê Gestor da
Estratégia BIM (CG BIM) quanto à implantação e gerenciamento das ações da Estratégia BIM-
BR.
44

5.5 PLATAFORMA BIM

Entre os objetivos estabelecidos na Estratégia BIM BR, o sétimo objetivo trata do


desenvolvimento da Plataforma e da Biblioteca Nacional BIM, como instrumentos
fundamentais para a interação e comunicação entre todos os atuantes do setor da construção
civil. A partir da instituição do Decreto 9.377 em maio de 2018, o Ministério da Indústria,
Comércio Exterior e Serviços(MDIC) juntamente com a Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial(ABDI) desenvolveram a Plataforma BIM BR e a Biblioteca
Nacional BIM (BNBIM) - a primeira biblioteca pública mundial de objetos BIM, lançada em
novembro de 2018. Inicialmente, a BNBIM provém de 1,6 mil itens predominantemente de
infraestrutura e possui como propósito se tornar um repositório das bibliotecas virtuais BIM do
Brasil. Diante da evolução e amadurecimento da adoção do BIM no país, a plataforma apresenta
um ambiente dinâmico com constantes adaptações e atualizações em concordância com boas
práticas e necessidades demandadas pelo mercado.

A Plataforma BIM BR é de acesso gratuito e permite tanto o download como upload


de objetos modelados em BIM. O controle da inserção de dados na plataforma é feito por meio
de verificações de critérios e requisitos mínimos estabelecidos no regulamento técnico
fornecido pela Plataforma BIM BR, para que o padrão de qualidade e a consistência dos dados
da plataforma sejam mantidos.

5.6 PRÊMIO BIM DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Em outubro de 2015 foi fundada a Frente Parlamentar, em defesa da utilização, por


órgãos governamentais, da tecnologia de modelagem da informação- BIM, a qual possui como
objetivo estimular a ampliação do uso de novas tecnologias de modelagem da informação pelo
setor público brasileiro.
O estatuto da Frente Parlamentar do BIM, como justificativa de criação, apresenta o
seguinte posicionamento:

O país precisa ser mais eficiente, reduzir custos, garantir segurança e sustentabilidade
quando se trata de construção civil. É fundamental que os projetos no Brasil tenham
mais qualidade e previsibilidade. Para que o Brasil possa realizar uma mudança
radical nesse cenário é imprescindível adotar novas tecnologias e novas concepções
45

de trabalho e, nesse sentido, a adoção da metodologia BIM apresenta-se como desafio


incontornável.

Esse desafio impõe à indústria nacional a superação do atraso em relação aos avanços
já alcançados em outros países. Ao setor público a tarefa de induzir essa mudança,
tornando a metodologia BIM requisito indispensável no planejamento,
acompanhamento e fiscalização de obras públicas. (BRASIL, REQ 3.358/2015)

A Frente Parlamentar do BIM, foi instituída pelo requerimento 3.358/2015 para o


cumprimento das seguintes finalidades:

I- Acompanhar a política oficial de desenvolvimento do uso de novas tecnologias de


modelagem de informação, manifestando-se quanto aos seus aspectos mais importantes de
sua aplicabilidade;
II- Promover debates, simpósios, seminários e outros eventos pertinentes ao exame da política
de desenvolvimento de tecnologias de modelagem de informação;
III- Promover o intercâmbio com instituições semelhantes e parlamentos de outros países,
visando o aperfeiçoamento recíproco das respectivas políticas a favor de tecnologias de
modelagem de informação alternativas;
IV- Procurar de modo contínuo, o aperfeiçoamento da legislação referente à tecnologia de
modelagem de informação, influindo no processo legislativo a partir das comissões
temáticas na Câmara dos Deputados;
V- Conhecer e auxiliar na divulgação de novas tecnologias e processos de modelagem da
informação; e
VI- Apoiar as instituições interessadas no desenvolvimento de novas tecnologias de
modelagem da informação, junto a todos os Poderes, inclusive em questões orçamentárias
nos casos das entidades públicas.

Diante do cenário observado das deficiências e necessidades da construção civil no


Brasil, a Frente Parlamentar do BIM com o apoio da Câmara dos Deputados lançou em 2018 o
1º Prêmio BIM da Administração Pública, visando o incentivo a aplicação da Tecnologia da
Informação- BIM para aprimorar a gestão dos empreendimentos do setor público, propiciando
a produtividade e a qualidade da obra.

O 1º Prêmio BIM da Administração Pública teve como público alvo os órgãos da


Administração Pública no nível Federal, Estadual e Municipal contratantes de projetos/obras
de infraestrutura e de edificações, projetistas e escritórios sediados no Brasil contratados pela
46

Administração Pública, assim como universidades, centros universitários e instituições de


ensino técnico brasileiras, públicas e privada. A premiação teve como principais objetivos:

I- Estimular os Órgãos da Administração Pública à adoção da Modelagem de Informação da


construção- BIM na contratação de projetos/ obras de infraestrutura e edificações;
II- Incentivar a adoção do BIM nas empresas projetistas contratadas pela Administração
Pública;
III- Fomentar o ensino e a pesquisa sobre BIM nas universidades brasileiras e nas
instituições de ensino técnico;
IV- Promover iniciativas de sucesso no uso do BIM, divulgando seus resultados no âmbito
da Administração Pública;
V- Disseminar as melhores práticas de uso do BIM na Construção Civil nos órgãos da
Administração Pública.
O Quadro 2 apresenta as categorias, subcategorias, critérios de julgamento de cada
categoria e os prêmios do 1º Prêmio BIM da Administração Pública.

Quadro 2- Categorias, subcategorias, critérios de julgamento adotados no 1° Prêmio BIM da


Administração Pública
CATEGORIAS SUBCATEGORIAS CRITÉRIOS PREMIAÇÕES
Edital de licitação;
INFRAESTRUTURA
Número/ porcentagem de
disciplinas em BIM;
Qualidade do processo de
coordenação;
CONTRATANTE Qualidade e quantidade de usos
EDIFICAÇÕES
do BIM; Troféu exclusivo do prêmio;
BIM mandate; Selo digital (imagem) para
Métricas da gestão; divulgação em mídia digital;
Manuais de processo BIM; Ampla divulgação através dos
Lições aprendidas. canais de mídia da Câmara dos
Qualidade e quantidade de usos Deputados.
do BIM;
INFRAESTRUTURA Métricas da gestão;
PROJETISTA
Processo de projeto interno;
Lições aprendidas;
EDIFICAÇÕES Elaboração dos projetos.
TÉCNICO
47

CATEGORIAS SUBCATEGORIAS CRITÉRIOS PREMIAÇÕES


Qualidade da ementa da(s)
disciplina(s);
Abrangência do conteúdo;
Metodologia didática;
EDUCACIONAL UNIVERSITÁRIO Número de alunos
beneficiados;
Maturidade dos projetos
elaborados pelos alunos do
curso ou da disciplina.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019

No regulamento do 1° Prêmio BIM da Administração Pública, a subcategoria


Edificações é classificada quanto ao uso/ função, de acordo com o Quadro 3.

Quadro 3- Classificação da subcategoria Edificações quanto ao seu uso ou função

Fonte: FRENTE PARLAMENTAR DO BIM, 2019

Em relação a subcategoria Infraestrutura, as obras são classificadas quanto ao nível, o


que pode ser verificado no Quadro 4.
48

Quadro 4- Classificação da subcategoria Infraestrutura quanto ao nível do


empreendimento

Fonte: FRENTE PARLAMENTAR DO BIM, 2019

5.6.1 VENCEDORES DO 1° PRÊMIO BIM DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

As inscrições para o prêmio aconteceram no período de maio à primeira quinzena de


setembro de 2018. No final do mês de setembro foi realizada a divulgação dos finalistas,
seguida pela apresentação aos jurados em outubro do mesmo ano. O resultado final foi
divulgado no dia 7 de novembro de 2018, onde foi realizada a cerimônia de premiação dos seis
vencedores. Na categoria contratante, subcategoria infraestrutura, o vencedor foi a Companhia
do Metropolitano de São Paulo- Metrô e na subcategoria edificações, foi a Secretaria de Estado
de Saúde de Santa Catarina (SES). Na categoria educacional, subcategoria técnico, quem levou
o prêmio foi a Escola Senai “Orlando Laviero Ferraiuolo” e na subcategoria universitário foi o
Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia. Na categoria projetista, subcategoria
infraestrutura, o vencedor foi o 2º Batalhão Ferroviário- Exército Brasileiro e na subcategoria
edificações foi o escritório MD Brasil Arquitetos. Além da entrega dos prêmios, foi realizada
uma homenagem à Petrobrás e ao Exército Brasileiro, por serem os pioneiros da aplicação da
metodologia no setor público brasileiro.
49

6. PLANO DE EXECUÇÃO BIM- PEB

A implementação do BIM em uma organização é uma tarefa complexa pois ocasiona


e exige uma mudança expressiva na cultura de trabalho e afeta diretamente todos os envolvidos
(CBIC, 2017). Assim, para uma efetiva incorporação do BIM é necessária a participação e
integração de todos, de modo que cada agente tenham o devido conhecimento de suas funções
e responsabilidades em cada fase do processo (CBIC, 2017). A adoção do BIM, segundo o
GUIA 01 da Coletânea Guias BIM ABDI- MDIC (2017), é fundamentada em três setores:
tecnologia, pessoas e processos, interligadas entre si, e que devem ser bem planejadas e
definidas nas etapas iniciais da implementação BIM, tais setores são representados na Figura
18.

Figura 18- Os fundamentos do BIM

Fonte: Processo de projeto BIM GUIA 01- Coletânea Guias BIM ABDI-MDIC
(2017), pág. 11

A tecnologia, segundo o GUIA 01 da Coletânea Guias BIM ABDI- MDIC (2017),


caracteriza-se pela infraestrutura disponível, envolvendo aspectos de hardwares, softwares,
50

redes, servidores e demais sistemas de armazenamento e transferência de arquivos à serem


utilizados na adoção da metodologia BIM. Assim sendo, torna-se indispensável a etapa de
capacitação das pessoas para o correto manuseio dessas tecnologias (CBIC, 2017). Contudo, as
pessoas envolvidas no processo são peças- chave para que o BIM seja bem desenvolvido na
organização. É importante que todos sejam bem capacitados e treinados à trabalhar com as
ferramentas BIM, além de serem conscientes da efetiva colaboração entre todos, deixando de
exercer suas funções isoladamente e compartilhando, com uma maior frequência e intensidade,
informações e experiências entre os demais colaboradores do processo.

Um processo virtual é tão bom quanto as pessoas que o operam. Se os profissionais


não forem preparados para a utilização dos recursos, se os profissionais que operam
ferramentas BIM não tiverem a experiência e o conhecimento transdisciplinar dos
projetos, se os projetistas não tiverem vivência da execução da construção e se os
profissionais envolvidos no empreendimento trabalharem de forma isolada e não
colaborativa, a nova tecnologia não consegue alcançar seu patamar ótimo. (CBIC,
2017)

A transição para a plataforma BIM requer uma mudança considerável do fluxo dos
processos, logo, a movimentação e o desenvolver dos processos deve ser claramente
apresentada e explicada aos agentes envolvidos. O sistema de comunicação e colaboração, as
funções e responsabilidades de cada participante, os usos pretendidos do BIM, a sequência das
atividades, os requisitos de modelagem quanto aos níveis de desenvolvimento, padrões de
nomenclaturas de arquivos e pastas, controle de qualidade dos modelos, são itens que devem
ser pensados, planejados e definidos sempre que for iniciar um processo, evitando assim futuros
conflitos gerados pelo não entendimento do processo como um todo. A especificação de todos
os fatores citados é realizada por meio da elaboração de um plano de trabalho, denominado
Plano de Execução BIM- PEB, o qual é utilizado para a orientação de como deve proceder o
fluxo de processos em BIM.

O Plano de Execução BIM- PEB deve ser elaborado na etapa de planejamento do


processo contemplando todas as etapas do projeto, desde a concepção às fases de operação e
manutenção. Nos países com experiência em processo de projeto em BIM, é feito o uso do PEB,
conforme o apresentado no Guia 04 da Coletânea Guias BIM ABDI- MDIC (2017), com os
seguintes objetos em comum:

 Organizar os processos BIM ao longo de todo o ciclo de vida do empreendimento;


e
51

 Definir todos os fatores que constituem os fundamentos BIM: tecnologia, pessoas


e processos.

Segundo a coletânea de Guias BIM, desenvolvida pela parceria entre a Agência


Brasileira de desenvolvimento Industrial- ABDI e o Ministério da Indústria, Comércio Exterior
e Serviços- MDIC, “Um Plano de Execução BIM deve ser entendido como um termo de
concordância dos participantes do projeto para um conjunto de diretrizes específicas para o
empreendimento.” (CBIC, 2017) Com a elaboração de uma Plano de Execução BIM- PEB, é
possível reduzir os impactos que a implementação de uma nova tecnologia e metodologia de
trabalho pode gerar na organização a qual será inserida, principalmente diante de um grupo de
participantes com níveis bastante heterogêneos de entendimento e domínio da metodologia
BIM. Conforme é apresentado no Manual Relativo à Aplicação da Modelação da Informação
da Construção (BIM) no Setor Público Europeu:

Um plano de execução BIM desenvolvido e definido em conjunto constitui um marco


fundamental para o sucesso de um empreendimento de construção. Dado que as regras
e os pormenores são discutidos e acordados entre todos os parceiros do projeto desde
o seu início, a comunicação e o entendimento entre aqueles são mais eficientes. Torna-
se possível reduzir significativamente equívocos, insatisfações e suposições erradas.

[...]

O plano de execução deve ser elaborado e acordado no início do processo (reunião


inicial). A taxa de sucesso e a qualidade do projeto podem ser substancialmente
reforçadas quando todos os parceiros do projeto participam no desenvolvimento do
plano de execução. O esforço conjunto de chegar a acordo sobre aspetos de aplicação
e execução específicos do projeto permite que se instale um ambiente de trabalho
verdadeiramente colaborativo. Caso existam contratempos, recomenda-se que os
motivos sejam avaliados e que sejam introduzidas melhorias no modelo do plano de
execução para o empreendimento seguinte. A aplicação do BIM constitui um processo
contínuo para todos os parceiros, existindo uma curva de aprendizagem que deve ser
tida em conta. (GRUPO DE TRABALHO BIM, 2017)

A norma inglesa PAS 1192-2: 2013 - Especificações para o gerenciamento de


informações para a fase de capital / entregas de projetos de construção usando a Modelagem de
Informações da Construção, sugere que o Plano de Execução BIM seja elaborado em duas
etapas, pré- contrato e pós- contrato, com o objetivo de garantir que todos os envolvidos do
processo tenham o conhecimento de suas metas e responsabilidades.
52

6.1 USOS DO BIM

Para que a implementação do BIM seja bem sucedida é essencial que sejam
determinados quais os usos do BIM serão explorados no decorrer do processo, onde o
desenvolver dos modelos será orientado de acordo com os usos do BIM pré- definidos para
cada fase do projeto.
Na coletânea Implementação do BIM para construtoras e incorporadoras- Volume 1,
lançada pela CBIC, são apresentados os 25 usos do BIM identificados pela equipe da PennState
University, classificados em quatro fases do ciclo de vida de um empreendimento:
planejamento, projeto, construção e operação. Assim como especificado pela CBIC(2017), na
Figura 19 os quadros preencidos com a cor laranja representam os usos principais do BIM e os
quadros na cor azul, são os usos secundários.

Figura 19- Os 25 casos de uso do BIM descritos e documentados pela


Pennsylvania State University

Fonte: Fundamentos BIM - Parte 1: Implementação do BIM para Construtoras e


Incorporadoras/ Câmara Brasileira da Indústria da Construção- Brasília: CBIC,
2017. pág. 98
53

O estudo realizado pela universidade dos Estados Unidos, PennState, também


verificou a frequência com que esses 25 diferentes usos do BIM foram identificados nas
empresas Americanas de AEC e o valor percebido de cada um deles. A pesquisa foi
desenvolvida com base em duas perguntas feitas à uma significativa amostra de empresas. A
primeira pergunta foi: “Com que frequência a sua organização utiliza cada um dos 25 usos do
BIM?”, apresentando como opções de respostas os seguintes valores: 0,5%, 25%, 50%, 75%,
95% e 100%. A segunda pergunta foi: “Qual o benefício que sua organização atribui a cada um
dos 25 usos do BIM?”, onde as empresas atribuíram valores entre -2 e +2. Os resultados obtidos
na pesquisa são apresentados na Quadro 5 e representados graficamente pelas Figuras 20 e 21
que separam os resultados por fator analisado.

Quadro 5- Resultados de pesquisa específica,


realizada pela PennState University, sobre
frequência de uso e benefícios percebidos, em
empresas americanas

Fonte: Fundamentos BIM - Parte 1: Implementação do


BIM para Construtoras e Incorporadoras/ Câmara
Brasileira da Indústria da Construção- Brasília:
CBIC, 2017. pág. 99
54

Figura 20- Representação gráfica dos resultados obtidos na pesquisa realizada pela
PennState University quanto a frequência de utilização dos 25 usos do BIM

Fonte: Fundamentos BIM - Parte 1: Implementação do BIM para Construtoras e Incorporadoras/


Câmara Brasileira da Indústria da Construção- Brasília: CBIC, 2017. pág. 100

Figura 21- Representação gráfica dos resultados obtidos na pesquisa realizada pela
PennState University quanto aos benefícios adquiridos com a utilização dos 25 usos do
BIM

Fonte: Fundamentos BIM - Parte 1: Implementação do BIM para Construtoras e Incorporadoras/


Câmara Brasileira da Indústria da Construção- Brasília: CBIC, 2017. pág. 100
55

Analisando os resultados obtidos com o estudo realizado pela PennState University,


percebe-se que os usos principais do BIM compreendem atividades de planejamento, controle
e modelagem. Tais atividades estão presentes ao longo de todo o ciclo de vida de uma
edificação, mostrando que o BIM é uma ferramenta bastante abrangente e completa. Ademais,
o fato de todas as respostas quanto aos benefícios obtidos com os possíveis usos do BIM
apresentarem valores positivos, indica que o incremento da metodologia BIM sempre agrega
melhorias às empresas.

6.2 INFRAESTRUTURA

A transição para uma nova metodologia de trabalho está atrelada à mudanças


principalmente na infraestrutura do local de trabalho. A adoção do BIM, para que ocorra de
maneira eficaz, demanda tecnologias capazes de armazenar e operar os softwares BIM, além
de possibilitar uma adequada traca de informções. Logo, após definidos os usos pretendidos do
BIM para o projeto em questão, deve ser estabelecido no Plano de Execução BIM quais
softwares serão utilizados no desenvolvimento e verificação dos modelos, além dos requisitos
mínimos de hardwares necessáros. Outro fator à ser analisado, é a disponibilidade de uma rede
de dados e um servidor local, que irão dar suporte ao intercâmbio de informações no decorrer
no processo.

6.3 COLABORAÇÃO E COMUNICAÇÃO

O fluxo de trabalho em BIM é fundamentado em um ambiente colaborativo e


interativo, onde ao longo de todo o desenvolver do projeto ocorre uma intensa troca de
informações entre os agentes participantes. Visando a qualidade do produto final, no Plano de
Execução BIM deve estar bem definido como ocorrerá o intercâmbio de dados, sendo
estabelecidas as ferramentas à serem utilizadas, os responsáveis pelos modelos, a padronização
de arquivos, documentos, bibliotecas e pastas, o mapeamento geral dos processos e o
cronograma de todas as atividades à serem desenvolvidas.
O Guia de Boas Práticas em BIM da AsBEA- Fascículo II (2015), coloca que o
processo de troca de informações em um contexto BIM pode ocorrer de três maneiras diferentes
sendo elas:
 On-line com um modelo único virtual: Consiste na situação ideal, quando se trata
da metodologia BIM, visto que é caracterizada por trocas de informações simultâneas. No
56

entanto, exige uma alta velocidade de conexões e capacidade dos hardwares, que infelizmente
não caracteriza o cenário atual do país.
 On- line com modelos distintos por disciplinas integrados em um modelo único
central virtual: Nesse contexto, os modelos são desenvolvidos por disciplina, onde cada
profissional desenvolve seu modelo e deposita em um único modelo virtual. Apesar de ser mais
próximo da realidade, essa situação ainda exige conexões com banda larga que seja capaz de
possibilitar o intercâmbio de um grande volume de dados.
 Modelos federados disponibilizados em servidores de hospedagem: Configura o
contexto mais frequente entre os usuários do BIM no país, onde os modelos também são
desenvolvidos por disciplinas, porém depositados em um modelo central disponível em um
servidor local. A atualização dos modelos se dá por meio de uma sequência de uploads e
downloads que devem ter suas frequências previamente discutidas e acordadas entre os
participantes, na elaboração do Plano de Execução BIM do projeto. O intervalo entre os uploads
e os downloads deve ser definido de modo que não haja prejuízo de informação entre as
atualizações dos arquivos e que não seja demandado um tempo excessivo neste procedimento.
A Figura 22 mostra a esquematização do uso de modelos federados.

Figura 22- Esquema representativo de modelos federados

Fonte: Fluxo de Projetos em BIM: Planejamento e Execução - Fascículo 2: Guia


Asbea Boas Práticas em BIM/ Associação Brasileira dos Escritórios de arquitetura/
GTBIM- Grupo Técnico BIM: ASBEA, 2015. pág. 8

Independente de como é feita a troca de informações, sempre deve ser atentado ao


formato dos arquivos que serão tramitados ao longo do processo BIM, para assim evitar
57

problemas de incompatibilidades entre formatos e consequentes interferências no processo


como um todo. Manzione (2016), cita que:
De todas essas tecnologias de mapeamento, a mais significativa em termos de
interoperabilidade, de acordo com Jim Steel, Drogemuller e Toth (2012), é a ISSO
10303 21 (2002), que define efetivamente o formato do arquivo IFC. [...]
Por ser um formato de dados neutro e aberto, ele está disponível para as empresas de
software desenvolverem exportações de dados em IFC. Para isso, a aplicação precisa
ser “IFC compatível”, um processo de certificação fornecido pela buildingSMART.
Atualmente existem aproximadamente 150 softwares certificados como “IFC
compatíveis”. (Manzione, 2016)
A colaboração entre os participantes do proceso deve ocorrer de maneira harmoniosa,
e para que isto seja possível é necessário esclarecer as responsabilidades de cada profissional e
como devem ser nomeados os entregáveis, sejam eles documentos ou modelos, tornando assim,
indispensável a divisão dos modelos e a padronização da nomenclatura de arquivos,
documentos, elementos das bibliotecas e pastas. Além disso, o Plano de Execução BIM deve
conter o mapeamento geral do fluxo de trabalho em BIM, orientando os profissionais em todas
as fases de projeto quanto aos entregáveis de cada etapa, com suas respectivas exigências,
receptores e emissores. Juntamente com o mapa do processo, deve ser elaborado um
cronograma de atividades, à fim de determinar prazos e metas para cada etapa de projeto.

6.4 FLUXO DE TRABALHO BIM

O fluxo de processos em BIM tem como premissa a colaboração contínua e


concomitante de todas as disciplinas no desenvolvimento do projeto, segundo o Guia de Boas
Práticas em BIM da AsBEA- Fascículo II (2015). O modelo BIM é produzido em conjunto,
assim, cada profissional deixa de trabalhar individualmente em sua disciplina e passa a ter
acesso às demais disciplinas que compõem o modelo central. A existência de um modelo central
interdisciplinar, assim como mostra a Figura 23, facilita a comunicação entre todos os
participantes, representando uma mudança radical no fluxo de trabalho em CAD, onde o
processo é basicamente linear.

Com esta metodologia de projeto em que se analisa um modelo que de fato é uma
construção virtual, ainda que com maior ou menor nível de detalhe conforme o nível
de desenvolvimento do projeto, os eventuais conflitos entre diferentes elementos e
disciplinas são facilmente evidenciados, de modo que é possível evitar que aconteçam
e buscar soluções de execução otimizadas. O projeto desenvolve-se de maneira
58

coordenada e colaborativa, idealmente com todos os seus elementos das diferentes


disciplinas compatibilizados entre si. Dessa forma, a atividade de compatibilização de
projetos, que no CAD exige um enorme esforço, no BIM fica reduzida a verificações
pontuais, pois os conflitos potenciais são evitados antes de surgirem. No entanto, para
que isso ocorra, é preciso que especialidades técnicas que usualmente só participam
do empreendimento em etapas mais avançadas sejam chamadas a colaborar no
processo decisório do projeto, ou seja, bem antes do que é praticado no processo
tradicional de projeto. (CBIC, 2017)

Figura 23- Fluxo básico em uma etapa de projeto em BIM

Fonte: Processo de projeto BIM GUIA 01- Coletânea Guias BIM ABDI-MDIC (2017), pág. 16

O desenvolvimento do modelo BIM, concentra suas atividades nas etapas iniciais da


obra, com o objetivo de antecipar possíveis ajustes projetuais e a identificação da melhor
solução para o empreendimento. Assim, como os impactos no custo e tempo são mais
significativos nas etapas mais avançadas da obra, como execução e manutenção, dedicar um
maior período de tempo ao planejamento e desenvolvimento do projeto, reduz o desperdício de
prazos e investimentos e resulta em obras com um maior padrão de qualidade. O foco nas etapas
iniciais representa uma das mudanças mais representativas ao se trabalhar com a metodologia
BIM, o que pode ser observado na Figura 24, que apresenta uma relação de esforço e impacto
ao longo do ciclo de vida de uma edificação.
59

Figura 24- Relação entre esforço e impacto

Fonte: Processo de projeto BIM GUIA 01- Coletânea Guias BIM ABDI-
MDIC (2017), pág. 17

6.5 REQUISITOS DE MODELAGEM

Um Plano de Execução BIM deve definir os requisitos mínimos para a modelagem, os


quais são determinados de acordo com o Nível de Desenvolvimento (ND) ou Level of
Development (LOD) atribuído à cada fase de projeto. O conceito de Nível de Desenvolvimento
foi publicado inicialmente no ano de 2008 pela AIA- American Institute of Architects- através
do documento AIA E202 -2008 Project Building Information Modeling Protocol Form. Em
2011, o BIMForum começou a desenvolver as especificações de Nível de Desenvolvimento, e
com a autorização da AIA, utilizou como base os conceitos estabelecidos anteriormente pela
instituição, com o objetivo de ampliar sua utilidade proporcionando uma padronização mais
ampla e um uso consistente dos conceitos de ND diante do significativo crescimento dos
usuários do BIM.
Em 2008, a AIA estabeleceu cinco definições para nível de desenvolvimento, sendo
elas LOD 100, LOD 200, LOD 300. LOD 400 e LOD 500. As especificações realizadas pelo
grupo de colaboradores do BIMForum composto por profissionais de design e construção das
principais disciplinas, foram praticamente idênticas ao definido pela AIA, no entanto foram
feitas duas alterações, onde:
60

 O BIMForum observou que era necessário um nível de desenvolvimento onde a


definição dos elementos permitisse uma coordenação adequada entre as diferentes disciplinas
presentes no modelo, logo foi adicionado o ND ou LOD 350, um nível intermediário entre o
LOD 300 e o LOD 400. O ND 350 incrementa à representação de um sistema, objeto ou
conjunto específico suas interfaces com outros sistemas de construção, possibilitando assim a
detecção de interferências.
 Foi definido também pelo BIMForum que o ND ou LOD 500 não seria considerado,
visto que este apresenta as mesmas definições do ND ou LOD 400 acrescentando apenas a
verificação em campo do modelo construído.
As definições dos Níveis de Desenvolvimento apresentadas originalmente pela AIA
e reavaliadas pelo BIMForum são apresentadas a seguir:
 LOD 100:
O Elemento do Modelo do LOD 100 pode ser representado graficamente no Modelo
com um símbolo ou outra representação genérica, mas não satisfaz os requisitos para o LOD
200. Informações relacionadas ao Elemento do Modelo (ou seja, custo por pé quadrado,
tonelagem de HVAC, etc.) podem ser derivado de outros elementos do modelo. Conforme a
interpretação do BIMForum, neste nível de desenvolvimento os elementos não são
representações geométricas. O LOD 100 caracteriza-se por informações anexadas a outros
elementos ou símbolos do modelo, mostrando a existência de um componente, mas não sua
forma, tamanho ou localização precisa. Qualquer informação derivada dos elementos do LOD
100, segundo o BIMForum, deve ser considerada aproximada.

 LOD 200:

No LOD 200 o Elemento do Modelo é representado graficamente no Modelo como


um sistema, objeto ou conjunto genérico com quantidades aproximadas, tamanho, forma,
localização e orientação. Informações não gráficas também podem ser anexadas ao Elemento
de Modelo. O BIMForum coloca que os elementos são marcadores genéricos. Eles podem ser
reconhecíveis como os componentes que representam ou podem ser volumes para reserva de
espaço. Assim como no LOD 100, qualquer informação derivada dos elementos do LOD 200
deve ser considerada aproximada.

 LOD 300:

O Elemento do Modelo é representado graficamente no Modelo como um sistema,


objeto ou conjunto específico em termos de quantidade, tamanho, forma, localização e
61

orientação. Informações não gráficas também podem ser anexadas ao Elemento de Modelo.
Segundo o BIMForum a quantidade, o tamanho, a forma, a localização e a orientação do
elemento, conforme projetado, podem ser medidos diretamente do modelo sem referir-se a
informações não modeladas, como anotações ou chamadas de dimensão.

 LOD 350:

No LOD 350, estabelecido pelo BIMForum, o Elemento do Modelo é representado


graficamente dentro do Modelo como um sistema, objeto ou conjunto específico em termos de
quantidade, tamanho, forma, localização, orientação e interfaces com outros sistemas de
construção. Informações não gráficas também podem ser anexadas ao Elemento de Modelo.
Interpretação BIMForum. Neste nível, partes necessárias para a coordenação do elemento com
elementos próximos ou conectados são modeladas. Essas partes incluirão itens como suporte e
conexões. A quantidade, o tamanho, a forma, a localização e a orientação do elemento,
conforme projetado, podem ser medidos diretamente do modelo sem se referir a informações
não modeladas, como anotações ou chamadas de dimensão.

 LOD 400:

O Elemento do Modelo é representado graficamente dentro do Modelo como um


sistema, objeto ou conjunto específico em termos de tamanho, forma, localização, quantidade
e orientação com informações de detalhamento, fabricação, montagem e instalação.
Informações não gráficas também podem ser anexadas ao Elemento de Modelo. O BIMForum
acorda que um elemento LOD 400 é modelado com detalhes e precisão suficientes para a
fabricação do componente representado. A quantidade, o tamanho, a forma, a localização e a
orientação do elemento, conforme projetado, podem ser medidas diretamente do modelo sem
referir-se a informações não modeladas, como anotações ou chamadas de dimensão.

 LOD 500:

O LOD 500 consiste na verificação das representações em campo em termos de


tamanho, forma, localização, quantidade e orientação. Informações não gráficas também podem
ser anexadas aos Elementos do Modelo. Embora seja considerado pela AIA, o BIMForum não
inclui este nível em suas especificações.

O Quadro 6, exemplifica a aplicação de cada um níveis de desenvolvimentos descritos


anteriormente.
62

Quadro 6- Níveis de Desenvolvimento

LOD DEFINIÇÃO ILUSTRAÇÃO


100 - -
200 - -

Modelagem de elementos deve incluir:


1) Profundidade de rolamento presumida por relatório
geotécnico com geometria de penetração projetada
modelada;
2) Parte superior da estaca;
3) Tamanho da estaca;
4) Área de influência do rolamento - modelada ou
acomodada pelo software de verificação do modelo;
300 Notas da Imagem:
5) Os tamanhos das estacas são modelados com precisão
com o topo da elevação da estaca e a profundidade
estimada para o rolamento e a profundidade especificada
de penetração nos estratos do rolamento;
6) As regiões geotécnicas são mostradas por contexto e
não precisam ser modeladas como parte deste elemento
neste LOD.
63

LOD DEFINIÇÃO ILUSTRAÇÃO

Modelagem de elementos deve incluir:


1) O topo real da estaca e o fundo esperado da estaca,
modelados por revisão do engenheiro das condições do
local ;
2) Locais de cavilha de fundação e hastes de ancoragem,
se aplicável;
Notas da imagem:
3) Os tamanhos das estacas são modelados com precisão
com interfaces para outros sistemas, tais como, mas não
se limitando a abaixamentos de placas, passagens entre
concreto, juntas de construção e pinos de reforço em
camadas adjacentes;
4)As regiões geotécnicas são mostradas por contexto e
não precisam ser modeladas como parte deste elemento
neste LOD.

350
64

LOD DEFINIÇÃO ILUSTRAÇÃO

Modelagem de elementos deve incluir:


1)Profundidade do estrato do rolamento;
2) Penetração no estrato do rolamento;
3) Locais de emendas do colo;
4)Vergalhão incluindo ganchos e emendas;
5) Pinos;
6) Pórtico da estaca ou roda do estaca para a tampa
transparente
7) Pilar para tampa transparente
400 Notas da imagem:
8) A modelagem da estaca é desenvolvida para incluir
todo o conteúdo de fabricação que faz parte do elemento;
9) As regiões geotécnicas são mostradas por contexto e
não precisam ser modeladas como parte deste elemento
neste LOD.
10) O trenó da estaca, a roda da estaca, os suportes da
estacar e outros itens relacionados não são mostrados na
imagem para maior clareza.

Fonte: Adaptado de BIMFORUM, 2019


65

6.6 CONTROLE DE QUALIDADE

Os mecanismos à serem utilizados para o controle de qualidade dos modelos BIM


gerados ao longo do processo, os responsáveis pelas compatibilizações dos modelos e a
frequência com que estas devem ser realizadas, devem estar bem definidos no Plano de
Execução BIM do projeto.
Em um contexto de trabalho onde se faz uso de uma modelo central, denominado de
modelo federado, é impressindível que as coordenadas e o ponto de origem do projeto sejam
corretamente estabelecidos, para que a interposição dos modelos das diferentes disciplinas
ocorra de maneira consistente e adequada.
O controle de qualidade de um projeto pode ocorrer de diferentes maneiras, sendo elas:
checagem visual, validação dos elementos, checagem padrão e checagem de interferências.
A checagem visual consiste na verificação visual do modelo para a identificação e
eliminação dos elementos posicionados nos espaços incorretos, fazendo uma limpeza geral do
modelo. Realizada a checagem visual, deve ser efetuada a validação dos elementos, onde é
verificado se os dados estão corretos e o atendimento aos requisitos mínimos correspondentes
aquela determinada fase de projeto. Além disso, é necessário que seja feita a checagem padrão
do modelo, momento em que deve ser garantido que os padrões, critérios e dados acordados
anteriormente pelas partes envolvidas no projeto, sejam cumpridos adequadamente.
Contuto, uma das principais verificações que devem compor o controle de qualidade
dos modelos BIM é checagem de interferências. A checagem de interferências caracteriza-se
pela atividade de compatibilização de projeto e pode ser auxiliada por softwares BIM de análise
e compatibilização de projetos, algumas das ferramentas disponíveis atualmente no mercado
são o Autodesk Navisworks Manage, o Solibri Model Checker e o Tecla BIMsight. Devendo
ocorrer continuamento ao longo do processo e em todas as fases de projeto, a compatibilização
de projeto além de ser realizada pelo gerente BIM do modelo de cada disciplina, deve ser
complementada por uma análise geral de um profissional com o conhecimento técnico
adequado. A partir de relatórios técnicos de interferências, gerados no próprio software de
análise e complementado pelo profissional responsável, devem ser providenciadas reuniões de
compatibilizações, com a participação de todos os partcipantes do processo à fim de discutir as
possíveis modificações ou aperfeiçoamento dos modelos analisados. É importante destacar que
há incoerências ou interferências que podem ocorrer com o tempo que não são identificadas
pelos softwares, o que torna indispensável o conhecimento global do processo por cada
profissional envolvido. As interferências que podem ser detectadas no processo de
66

compatibilização de projetos são dos tipos soft clash, hard clash e time clash, tais interferências
são definidas e representadas no Quadro 7.

Quadro 7- Possíveis interferências encontradas no


processo de compatibilização

CONFLITOS DEFINIÇÃO

Componentes que não respeitam uma


Soft clash
distância mínima exigida em relação a outro
elemento ou sistema
Hard clash Componentes que se sobrepõem

Elementos que podem se colidir ao longo do


Time clash
tempo, como durante a construção ou o uso
do edifício

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019

A Asbea apresenta em seu guia de Boas Práticas em BIM, Fascículo II (2015), um


modelo de etapas que compõem a atividade de compatibilização de projetos em BIM,
apresentado na Figura 25.

Figura 25- Etapas do processo de compatibilização de projetos em BIM

Fonte: Fluxo de Projetos em BIM: Planejamento e Execução - Fascículo 2: Guia Asbea Boas Práticas em BIM/
Associação Brasileira dos Escritórios de arquitetura/ GTBIM- Grupo Técnico BIM: ASBEA, 2015.
pág. 8

O processo de compatibilização de projetos trata-se de um ciclo de verificações,


discussões e ajustes que devem conceber ao final de cada fase de projeto um modelo consistente
que cumpra as exigências estabelecidas para a referida fase do projeto. Para a realização da
análise de incompatibilidades entre os modelos, é recomendável que seja elaborado um modelo
federado que contemple os modelos de todas as disciplinas participantes, interpostos
corretamente sobre um mesmo ponto de origem e nas coordenadas corretas. A análise é
registrada por meio de relatórios de incompatibilidades emitidos à partir do modelo federado,
67

em formato padrão previamente estabelecido pela equipe e que apresente de maneira clara e
objetiva as necessidades de alterações identificadas. Cada projetista deve ter acesso a esses
relatórios antes das reuniões de compatibilizações, a fim de promover discussões mais precisas
e produtivas sobre os itens mencionados no documento. Após as reuniões de compatibilizações,
cada projetista segue para a realização dos devidos ajustes no modelo.
O ciclo de compatibilização em uma determinada fase, se encerra quando o
profissional responsável pelo projeto em geral, analisa o modelo central e se certifica que este
está conforme os requisitos mínimos de modelagem da fase de projeto em análise. Assim sendo,
o Plano de Execução BIM do projeto deve contemplar o cronograma das reuniões de
compatibilização, assim como as ferramentas a serem utilizadas nas verificações e checagens
dos modelos, tendo sempre em vista a compatibilidade entre os softwares de modo a preservar
e garantir a qualidade dos modelos BIM ao longo de todo o processo.
68

7. METODOLOGIA

7.1 MÉTODO DE PESQUISA- ESTUDO DE CASO

O presente trabalho foi desenvolvido por meio da técnica de pesquisa Estudo de Caso,
caracterizado segundo Yin (2001), como uma estratégia para o estudo de acontecimentos
contemporâneos que não permitem a manipulação de comportamentos essenciais. Yin (2001)
afirma:

O estudo de caso conta com muitas das técnicas utilizadas pelas pesquisas históricas,
mas acrescenta duas fontes de evidências que usualmente não são incluídas no
repertório de um historiador: observação direta e série sistemática de entrevistas.
Novamente, embora os estudos de casos e as pesquisas históricas possam se sobrepor,
o poder diferenciador do estudo é a sua capacidade de lidar com uma ampla variedade
de evidências - documentos, artefatos, entrevistas e observações - além do que pode
estar disponível no estudo histórico convencional. Além disso, em algumas situações,
como na observação participante, pode ocorrer manipulação informal. (Yin, 2001)

Ainda de acordo com Yin (2001), o estudo de caso pode ser aplicado quando se deseja
associar um fenômeno a um contexto real, principalmente quando os limites entre o fenômeno
e o contexto não estão nitidamente definidos. Ademais, trata-se de uma estratégia abrangente
que é constituída de uma quantidade de variáveis de interesse superior aos pontos de dados.
Para além de uma ampla variedade de evidências, o estudo de caso conta com proposições
teóricas desenvolvidas a fim de orientar e conduzir a coleta e análise dos dados.

7.2 OBTENÇÃO DE DADOS

O estudo de caso desenvolvido na pesquisa em questão é composto por uma coleta de


dados realizada pela aplicação de cinco fontes de evidências distintas. As fontes de evidências
utilizadas foram a documentação, os registros em arquivos, as entrevistas, a observação direta
e a observação participante. Segundo o autor Yin (2001), todas as fontes possuem sua respectiva
relevância, sem menosprezar as demais. Yin (2001) afirma que “Na verdade, as várias fontes
são altamente complementares, e um bom estudo de caso utilizará o maior número de fontes”.
69

O Quadro 8 apresenta, segundo Yin (2001), os pontos fortes (vantagens) e os pontos


fracos (desvantagens) de cada fonte de evidência utilizada no trabalho:

Quadro 8- Fontes de evidência e suas vantagens e desvantagens


PONTOS FRACOS
FONTE DE EVIDÊNCIA PONTOS FORTES (Vantagens)
(Desvantagens)

Estável: pode ser revisada Capacidade de recuperação


inúmeras vezes; baixa;
Discreta: não foi criada como Seletividade tendenciosa:
resultado do estudo de caso; caso a pesquisa não esteja
Exata: contém nomes, completa;
Documentação
referências e detalhes exatos de Relato de visões
um evento; tendenciosas: reflete as ideias
Ampla cobertura: longo espaço preconcebidas do autor;
de tempo, muitos eventos e muitos Acesso: pode ser
ambientes distintos deliberadamente negado.

Além dos pontos citados para


Além dos pontos citados para
documentação, inclui:
Registros em arquivos documentação, inclui: Precisão e
acessibilidade aos locais
quantificação
graças a razões particulares

Visão tendenciosa: devido a


questões mal elaboradas;
Direcionadas: Enfocam Respostas tendenciosas:
diretamente o tópico do estudo de ocorrem imprecisões devido à
Entrevistas caso; memória fraca do
Perceptivas: fornecem entrevistado;
interferências causais percebidas Reflexibilidade: o
entrevistado dá ao
entrevistador o que ele quer
ouvir

Consomem muito tempo;


Seletividade: salvo ampla
cobertura;
Realidade: tratam de
Reflexibilidade: o
acontecimentos em tempo real;
Observações diretas acontecimento pode ocorrer
Contextuais: tratam do contexto
de forma diferenciada porque
do evento
está sendo observado;
Custo: horas necessárias
pelos observadores humanos
70

PONTOS FRACOS
FONTE DE EVIDÊNCIA PONTOS FORTES (Vantagens)
(Desvantagens)

Além dos pontos citados para Além dos pontos citados para
observação direta, inclui: observação direta, inclui:
Observação participante Perceptiva em relação a Visão tendenciosa: devido à
comportamentos e razões manipulação dos eventos por
interpessoais parte do pesquisador

Fonte: Adaptado de Yin (2001)

A análise de documentações foi realizada por meio do acesso aos processos físicos
movimentados na Superintendência de Infraestrutura da UFRN- INFRA, que são compostos
por documentos como pareces técnicos, memorandos, despachos, encaminhamentos, projetos
em mídia digital (CD) e projetos impressos, acompanhados dos seus respectivos memoriais
descritivos. Ademais, foram acessados outros documentos como cronograma físico do setor de
projetos, fluxograma dos processos da Diretoria de Projetos e o Regimento Interno da Reitoria
da UFRN, alterado e atualizado pela Resolução nº 005/201- CONSUNI, de 31 de março de
2017.

O presente estudo de caso também utilizou como fonte de evidência os registros em


arquivos, entre eles, os registros organizacionais computadorizados via Sistema Integrado de
Patrimônio, Administração e Contratos- SIPAC, o qual registra toda a movimentação dos
processos internos e externos da INFRA.

As entrevistas foram realizadas com os servidores da INFRA que atualmente ocupam


os cargos de Diretor de Projetos e Chefe do Setor de Projetos. Por meio de questionamentos
sobre o fluxo dos processos que tramitam na Diretoria de Projetos, foi possível esclarecer dados
quanto a cargos, funções, responsabilidades, sequência de atividades, organização e
planejamento do setor como um todo.

O levantamento de dados foi complementado por meio de observações diretas e


participante, nas quais foram observados comportamentos pessoais e interpessoais do contexto
de estudo, além de condições ambientais relevantes. Tanto a observação direta quanto a
observação participante se deu através do cargo exercido pela autora do trabalho de estagiária
na Coordenadoria de Orçamentos e Projetos Básicos- COPB da INFRA. A presença e a
participação do pesquisador no ambiente estudado foi essencial para o desenvolvimento da
71

capacidade de percepção da realidade pelo ponto de vista interno da organização além do ponto
de visto externo.

Com base nas informações obtidas por meio das fontes de evidências acima citadas,
foi realizado o diagnóstico da situação atual do desenvolvimento dos projetos no Setor de
Projetos da INFRA. Sequencialmente foi elaborada uma proposta de fluxo de trabalho para o
cenário BIM para o setor analisado, contemplando critérios como funções de cada participante,
sequência de atividades, frequências de reuniões, etapas do processo e produtos gerados.

Após a coleta de dados e a caracterização completa do ambiente estudado, a proposta


definida no presente trabalho foi submetida a uma avaliação pelos profissionais da organização.
A avaliação foi desenvolvida por intermédio de um questionário, o qual permitiu caracterizar o
material produzido de acordo sua aplicabilidade e clareza.
72

8. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO ATUAL DA DIRETORIA DE PROJETOS DA


INFRA

O estudo realizado possui como objeto de análise o fluxo dos processos da Diretoria
de Projetos da Superintendência de Infraestrutura da UFRN-INFRA, partindo da demanda pela
unidade solicitante e encerrando no orçamento analítico, base para a licitação dos projetos.

A Superintendência de Infraestrutura da UFRN-INFRA, é o órgão responsável por


propor e gerenciar as atividades de infraestrutura na UFRN. A estrutura administrativa da
INFRA apresenta a seguinte composição:

I- Gabinete do Superintendente;
II- Assessoria Técnica;
III- Diretoria de Projetos;
IV- Diretoria de Obras;
V- Diretoria de Manutenção de Instalações Físicas;
VI- Diretoria do Meio Ambiente;
VII- Coordenadoria de Orçamentos e Projetos Básicos;
VIII- Comissão de Especial de Licitação de Obras e Serviços de Engenharia;
IX- Comissão do Espaço Físico e de Meio Ambiente;
X- Secretaria Administrativa

A Figura 26 apresenta o Organograma da INFRA, elaborado de acordo com o


Regimento Interno da Reitoria da UFRN definido pela Resolução nº 020/2015- CONSUNI, de
04 de novembro de 2015 e alterado pela Resolução nº 005/201- CONSUNI, de 31 de março de
2017.
73

Figura 26- - Organograma da Superintendência de Infraestrutura da UFRN- INFRA

Superintendência de
Infraestrutura (INFRA)

Secretaria
Assesoria Técnica
Administrativa

Comissão Especial de Comissão de Gestão


Licitação de Obras e do Escopo Físico e do
Serviços de Engenharia Meio Ambiente

Coordenadoria de
Orçamentos e Projetos
Básicos

Diretoria de Diretoria de Diretoria de Diretoria de Meio


Obras Projetos Manutenção de Ambiente
Instalações Físicas

Direção Direção Direção Direção

Setor de Setor de Coordenadoria de


Coordenadoria de Manutenção de
Fiscalização de Projetos Planejamento e
Serviços Gerais
Obras Controle Ambiental
Setor de Coordenadoria de Manutenção dos
Secretaria Licenciamento Sistemas Elétrico e de Coordenadoria de
administrativa Urbanístico Telecomunicações Serviços Urbanos
Setor de
Cadastro e Coordenadoria de Mnutenção dos
Documentação Sistemas de Saneamento

Secretaria Coordenadoria de Manutenção do


Administrativa Sistema Viário

Coordenadoria de Manutenção do
Campus da Saúde

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019


74

De acordo com o Regimento Interno da Reitoria, compete a Superintendência de


Infraestrutura as seguintes atividades:

I- Planejar, coordenar, organizar, executar e avaliar as atividades de infraestrutura,


com base no Plano de Desenvolvimento Institucional e no Plano de Gestão;
II- Promover a integração das atividades e iniciativas relacionadas com a
infraestrutura;
III- Operacionalizar a política de urbanismo e de gestão ambiental;
IV- Projetar, licitar, executar, fiscalizar e receber obras e serviços de engenharia e
arquitetura.

O trabalho tem como foco principal a Diretoria de Projetos, visando caracterizar a


situação atual do desenvolvimento dos projetos de arquitetura e engenharia, observando e
analisando o fluxo de informações, a comunicação entre os agentes envolvidos, o método de
colaboração entre projetistas e os produtos gerados ao fim do processo.

A Diretoria de Projetos possui a seguinte estrutura:

I- Direção;
II- Setor de Projetos;
III- Setor de Licenciamento Urbanístico;
IV- Setor de Cadastro e Documentação;
V- Secretaria Administrativa

Para a realização do estudo, os setores constituintes da Diretoria de Projetos foram


classificados quanto ao nível de participação no desenvolvimento dos projetos. A classificação
divide a Diretoria em dois grupos, os quais são denominados de setor primário e setor
secundário. O setor primário, compreende os responsáveis diretos pelas atividades de
concepção dos empreendimentos, sendo eles a Direção e o Setor de Projetos. Já o setor
secundário é constituído pelos participantes indiretos no processo, caracterizado pelo Setor de
Licenciamento Urbanístico, Setor de Cadastro e Documentação e a Secretaria Administrativa.

A Direção e o Setor de Projetos, classificados como setores primários, apresentam as


seguintes competências:

Compete à Direção:

I- Assessorar o Superintendente nos assuntos relativos ao planejamento de projetos


de arquitetura, engenharia e licenciamento urbanístico;
75

II- Planejar, gerenciar, supervisionar, controlar e avaliar as atividades desenvolvidas


pelos Setores que constituem a Diretoria;
III- Coordenar o planejamento urbanístico do espaço físico e orientar a elaboração de
projetos de arquitetura e engenharia, licenciamento urbanístico, laudos, pareceres
técnicos e atividades de cadastro e documentação referente aos projetos;
IV- Representar a Diretoria em reuniões periódicas da Superintendência;
V- Desempenhar outras atividades correlatas atribuídas pelo Superintendente.

Quanto ao Setor de Projetos, são atribuídas as seguintes competências:

I- Elaborar projetos de arquitetura, de engenharia e especificações técnicas


relacionados com a infraestrutura, observando-se as normas técnicas necessárias
à realização de obras e serviços de engenharia;
II- Promover a compatibilização de projetos de arquitetura e engenharia;
III- Subsidiar a Coordenadoria de Orçamentos com informações técnicas referentes
aos projetos elaborados;
IV- Fiscalizar e receber projetos de arquitetura e de engenharia contratados pela
UFRN;
V- Desenvolver outras atividades correlatas atribuídas pelo Diretor.

Os setores classificados como setores secundários desempenham atividades


complementares de assessoria, acompanhamento, organização e registro dos acontecimentos no
decorrer da movimentação dos processos da Diretoria de Projetos.

Como resultado da classificação sugerida no presente estudo, a Diretoria de Projetos


pode ser representada pelo seguinte organograma da Figura 27.

Figura 27- Organograma da Diretoria de Projetos da INFRA

Diretoria de
Projetos

Setor
Setor Secundário
Primário

Direção Setor de Licenciamento


Urbanístico

Setor de Setor de Cadastro e


Projetos Documentação

Secretaria Administrativa

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019


76

8.1 MÃO- DE – OBRA

Atualmente a INFRA conta com um quadro amplo de projetistas que abrange as


disciplinas de arquitetura e diversas áreas da engenharia, como estruturas, elétrica e mecânica.

O atual grupo de servidores que compõe o setor primário da Diretoria de Projetos da


Superintendência de Infraestrutura da UFRN- INFRA é apresentado no Quadro 9.

Quadro 9- Quadro técnico da Setor Primário da


Diretoria de Projetos- INFRA

Quadro técnico da Setor Primário da Diretoria de


Projetos- INFRA
Setor Função Total
Direção Diretor 1
Chefe de Projetos 1
Arquiteto 8
Desenhista 4
Técnico em edificações 1

2
Setor de projetos Engenheiro Civil- Estrutural
Engenheiro Civil-
Hidrossanitário e combate à 3
incêndio
Engenheiro Eletricista 5
Engenheiro Mecânico 3

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019

8. 2 FLUXO DO PROCESSO DE PROJETO DA INFRA

No cenário atual, a Superintendência de Infraestrutura da UFRN- INFRA, elabora


projetos de arquitetura e engenharia até a fase de Projeto Básico, os quais são utilizados para
licitação de obras de novas construções, reformas de ampliações e reformas de reformulações.
A elaboração dos projetos executivos e a execução da obra são de responsabilidade da
contratada, sendo à cargo da contratante (INFRA) as atividades de fiscalização, operação e
manutenção do empreendimento.
77

No setor primário, o Diretor de Projetos é o responsável pelas atividades de


planejamento, gerenciamento, supervisionamento, controle e avaliação de todos os setores da
Diretoria de Projetos, além de outras atribuições já apresentadas de acordo com o Regimento
Interno da reitoria da UFRN.

O Setor de Projetos é atualmente coordenado pelo Chefe de Projetos, que tem a função
de definir o arquiteto responsável pelo projeto, juntamente com o Diretor de Projetos, e os
projetistas dos projetos complementares que serão necessários para o atendimento do processo
em questão. Assim como foi apresentado, a INFRA possui uma equipe de profissionais com
conhecimentos técnicos em diversas áreas da engenharia. Diante do quadro de profissionais da
organização, esta tem a capacidade de elaboração de quase todos os projetos complementares
de uma edificação, com exceção de alguns projetos específicos como de gases especiais e
estruturas metálicas. Logo, as licitações são praticamente todas realizadas com os projetos
básicos desenvolvidos pela contratante, desde o projeto arquitetônico aos demais projetos de
engenharias complementares.

Além de definir a equipe de projeto, o Chefe de Projetos avalia e encaminha os projetos


elaborados para o Setor de Licenciamento, que retorna para a chefia de projetos, caso seja
solicitada alguma alteração ou atualização dos projetos por parte dos órgãos responsáveis, como
corpo de bombeiros, COVISA e STTU.

A avaliação realizada pelo Chefe de Projetos comtempla critérios que variam


conforme o projeto, podendo ser avaliada a necessidade de complementação dos projetos e a
solicitação da elaboração de projetos complementares. O chefe do setor de projetos analisa
também os documentos gerados pelos projetistas, como pareceres técnicos e relatórios, com o
objetivo de evitar que estes documentos contenham informações incompletas ou incoerentes
capazes de prejudicar a compreensão por parte dos leitores.

Definida a equipe de projeto, o arquiteto responsável entra em contato com o cliente e


realiza o levantamento de dados por meio de visitas “in loco”, para então definir o escopo do
projeto que será discutido com o demandante do processo. Após a definição do escopo são
elaborados o Programa de Necessidades e o Estudo Preliminar, simultaneamente é feita a
verificação dos condicionantes legais e logo em seguida é elaborado, pelo arquiteto responsável,
o anteprojeto arquitetônico. O anteprojeto arquitetônico é apresentado ao cliente para que possa
ser aprovado ou realizadas as adequações necessárias. Ao ser aprovado pelo solicitante, o Chefe
de Projetos confirma seu recebimento e encaminhado para o engenheiro de estruturas para a
78

elaboração do projeto estrutural. O lançamento estrutural após concluído é encaminhado ao


arquiteto responsável, este então, posiciona corretamente os elementos estruturais no projeto
arquitetônico, com suas respectivas dimensões.

Os demais projetos de engenharias complementares são desenvolvidos com base no


projeto arquitetônico que contém o posicionamento e as dimensões bem definidas dos
elementos estruturais. Quando elaborados, os projetos complementares são encaminhados para
o arquiteto, que desempenha a função de gerente do projeto, sendo responsável pela atividade
de compatibilização. No decorrer do processo, cada projetista ao encontrar incompatibilidades
ou ausências de informações técnicas necessárias para o desenvolvimento de seus projetos,
podem também solicitar ajustes ou a incorporação de informações pelo responsável técnico da
disciplina em questão. As reuniões para discussão sobre os projetos são definidas pelo arquiteto,
sendo solicitadas ao longo do processo, quando este julgar necessário. Quanto às reuniões do
setor de projetos como um todo, procura-se realizar um reunião por mês para tratar de
problemas gerais

O arquiteto responsável realiza também a compatibilização final e a verificação dos


documentos (Projeto Básico e Memorial Descritivo) de cada disciplina envolvida no processo.
Nos casos onde há a necessidade de correções ou documentos incompletos, o arquiteto
comunica ao Chefe de Projetos que encaminha os projetos ao profissional responsável para
realização dos devidos ajustes.Com todos os projetos básicos consolidados e a documentação
completa, o Diretor de Projetos encaminha-os à Coordenadoria de Orçamentos e Projetos
Básicos (COPB), onde é produzido o orçamento analítico, o cronograma físico- financeiro e a
elaboração do Projeto Básico do empreendimento, documentos necessários para a realização da
licitação da obra.

Na COPB são levantados os quantitativos de materiais e serviços necessários para a


execução da obra, à partir dos projetos básicos elaborados pelo setor de projetos. No decorrer
do levantamento de quantidades, o orçamentista, engenheiro civil com conhecimentos técnicos
de execução de obras, está sujeito a encontrar incompatibilidades ou falta de informações
necessárias para a determinação dos serviços e materiais a serem aplicados na obra. Diante das
inconsistências encontradas, o engenheiro orçamentista solicita ao responsável pela disciplina
que sejam realizados os devidos ajustes. Este processo é iterativo e ocorre quantas vezes forem
necessárias, com a finalidade de se obter projetos completos que permitam a elaboração de um
orçamento consistente e mais preciso. A Figura 28 apresenta um esquema geral do fluxo atual
79

do processo de projeto da Diretoria de Projetos da Superintendência de Infraestrutura da UFRN-


INFRA.
80

Figura 28- Mapa de processo geral do atual fluxo de trabalho da Diretoria de Projetos da INFRA

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019


81

A Superintendência de Infraestrutura da UFRN- INFRA, faz uso de um aplicativo para


comunicação entre servidores denominado de SPARK. O SPARK permite a troca de mensagens
instantâneas e de arquivos como projetos, imagens, PDFs, entre outros. O uso do SPARK no
setor de projetos permite o esclarecimento de dúvidas entre projetistas, assim como a
notificação de incoerências identificadas nos projetos ou a necessidade de complementar os
projetos com informações técnicas essenciais que não foram bem definidas na versão analisada.
Ao passo que o setor de projetos é distribuído na INFRA em ambientes distintos, onde há salas
definidas por disciplina, o SPARK auxilia na troca de informação entre projetistas. Em casos
onde se tem a necessidade de solicitar alterações mais significativas nos projetos, são
elaborados memorandos contendo os itens à serem analisados e revisados pelo profissional
responsável, o qual recebe o documento para que possa tomar as devidas providências.

Figura 29- Tela inicial do


SPARK

Fonte: SPARK, 2019

A movimentação dos processos da INFRA se dá por meio do SIPAC, meio físico e


mais recentemente pela Mesa Virtual (Processo eletrônico). O Sistema Integrado de Patrimônio,
Administração e Contratos- SIPAC é utilizado para informatizar todos os fluxos de processos
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O SIPAC atende cada área que compõem a
administração pública, sendo dividido em módulos que se integram com a finalidade de
acompanhar o fluxo do processo de trabalho realizado entre os setores, dar transparência as
82

informações geradas, bem como manter o lastro dessa informação no sistema, diminuindo a
necessidade de impressão de documentos e acelerando o fluxo entre os diversos setores
envolvidos.

A Figura 30, mostra os módulos do SIPAC e alguns relacionamentos com os sistemas


estruturantes.

Figura 30- Módulos do SIPAC

Fonte: Adaptado de SIPAC, 2019

A Superintendência de Infraestrutura da UFRN- INFRA é auxiliada pelo módulo de


Infraestrutura, utilizado na criação, análise e acompanhamento de obras, de manutenção, de
projetos, de planilhas orçamentárias e de requisição de serviços. O módulo de Infraestrutura é
utilizado pela INFRA desde 2006 e envolve os seguintes perfis da organização:

 Administrador Local da Superintendência de Infraestrutura: Habilita o usuário a


dar permissões para usuários manipularem o módulo da infraestrutura, bem como manipular
83

informações de medições e cronogramas físicos e financeiros, manipular projetos, acesso a


relatórios de manutenção, etc.
 Gestor de Obras: Habilita o usuário a cadastrar e controlar as informações das
obras, notificar empresas e fiscais, manipular portarias, medições, cronogramas físicos e
financeiros, projetos, etc.
 Gestor do Orçamento da Superintendência de Infraestrutura: Habilita o usuário
a manipular os orçamentos vinculados aos projetos das obras.
 Gestor de Licitações da Superintendência de Infraestrutura: Habilita o usuário a
atualizar e-mails de fornecedores.
 Gestor de Manutenção: Habilita o usuário a retornar requisições de manutenção,
cadastrar requisições sem passar pelo fluxo orçamentário, manipular ordens de serviços, acessar
relatórios relacionados a manutenção.
 Projetista INFRA: Habilita o usuário a manipular projetos vinculados a obras.
 Gestor de Acompanhamento de Obras: Habilita o usuário a cadastrar notas
fiscais associadas a uma obra, manipular medições e cronogramas físicos.
 Fiscal de Obra: Habilita o usuário a manipular informações de medições e
cronogramas físicos, consultar e registrar movimentações nas obras as quais está associado
como fiscal e registrar portarias de recebimento.
 Superintendente de Infraestrutura: Habilita o usuário a manipular informações
das obras cadastradas, atender requisições de manutenção e obras encaminhadas a
Infraestrutura, acesso a relatórios gerenciais, etc.
 Gestor de Cronograma: Habilita o usuário a manipular medições e cronogramas
físicos.
 Gestor de Meio Ambiente: Habilita o usuário a manipular requisições
encaminhadas à infraestrutura que são vinculadas a questões ambientais, controlar coleta de
resíduos químicos, podas de árvores, etc.
 Gestor de Obras da Fundação: Habilita o usuário a ter acesso as obras que são
de origem da fundação.
 Técnico de Manutenção: Habilita o usuário que é Técnico em Manutenção à
alterar a descrição de uma requisição de manutenção.
A movimentação dos processos também ocorre por meio físico, onde os documentos
de despacho e encaminhamento são impressos e assinados pelos respectivos responsáveis
técnicos. Nos processos físicos são anexados os projetos impressos em pranchas com o padrão
84

da Superintendência de Infraestrutura- INFRA, além do CD contendo os arquivos em DWG e


PDF para levantamento de quantitativos de materiais e serviços necessários.
Em outubro de 2018 os processos administrativos no âmbito de instituições públicas
federais passaram a tramitar na forma eletrônica em conformidade com o Decreto Federal nº
8.539/2015, art. 22 § 2º. Para possibilitar a tramitação exclusivamente digital dos processos, foi
incorporada no módulo PROTOCOLO do SIPAC a ferramenta Mesa Virtual. Com a finalidade
de trazer agilidade, economia de recursos e transparência nas ações, a Mesa Virtual, pensada e
desenvolvida pela UFRN, representou um avanço do Serviço Público. No entanto, os processos
físicos já existentes, não foram substituídos por processos digitais, mantendo assim, a
tramitação física até a sua finalização. Isto posto, apenas os processos novos foram elaborados
e movimentados de forma exclusivamente digital, via Mesa Virtual.

8.3 SOFTWARES UTILIZADOS NO PROCESSO DE PROJETO

O desenvolvimento e detalhamento dos projetos da INFRA atualmente são, em geral,


realizados com o software AutoCAD da Autodesk. Alguns arquitetos incrementam em seus
memoriais perspectivas elaboradas no Sketchup, que permitem a visualização do produto final,
identificando detalhes como cor de fachada, esquadrias e cobertura. Porém, esta não é uma
característica padrão, visto que apenas alguns projetistas fazem uso da ferramenta auxiliar
Sketchup.

8.4 EXEMPLO DE PROJETO DA DIRETORIA DE PROJETOS DA INFRA

Em complementação da caracterização do fluxo de trabalho atual da Diretoria de


Projetos da Superintendência de Infraestrutura da UFRN- INFRA, foi analisado um processo
da organização que se trata de uma nova construção, cadastrado atualmente no SIPAC pelo
processo de número 23077.079101/2016-91. O processo citado anteriormente é referente a
construção do Núcleo de Energias Renováveis, empreendimento que pertence ao Centro de
Tecnologia da UFRN.

A solicitação inicial de elaboração dos projetos do Núcleo de Energias Renováveis foi


realizada no ano de 2012 por meio do processo de número 23077. 005875/ 2012- 51. A solução
para a implementação do Núcleo de Energias Renováveis, originalmente seria sobre o
85

pavimento térreo do Bloco II do Núcleo Tecnológico- NIT. No entanto, apenas no ano de 2016
foi solicitada a readequação do projeto diante da necessidade de realocação da obra. Os
principais motivos apontados pelo Coordenador do SubProjeto 5 do INAPER para a alteração
do projeto foram a subutilização do potencial construtivo da área, correspondente à quatro
pavimentos, custo incompatível com o orçamento da Universidade, e mesmo com a realização
de adaptações, a execução do projeto original implicaria na demolição da estrutura atual do
Bloco II- NIT, ocasionando enormes transtornos as atividades atualmente realizadas nos
laboratórios do local, além da interrupção de várias atividades acadêmicas que são
desenvolvidos no entorno do Núcleo Tecnológico- NIT.

Diante da inviabilidade de execução do projeto original, o qual já havia sido elaborado


pelos projetistas responsáveis da Superintendência de Infraestrutura da UFRN- INFRA, a
solicitação da mudança do local da obra e elaboração de novos projetos básicos, inclusive
projetos complementares, foi formalizada em setembro de 2016, por meio do processo de
número 23077.059832/2016-10. O processo cadastrado, apresentou as solicitações realizadas
pelo Coordenador do SubProjeto 5, acrescentando a informação de que o Núcleo de Energias
Renováveis passaria a ser construído no terreno atualmente pertencente ao Laboratório de
Transferência de Calor- LTC, conforme a autorização do Chefe do Laboratório de
Transferência de Calor da UFRN e do Diretor do Centro de Tecnologia.

Para a elaboração dos novos projetos básicos do Núcleo de Energias Renováveis foi
cadastrado um novo processo com o número 23077. 079101/ 2016-91, que caracteriza o
empreendimento em sua situação atual de projeto. Após o cadastro, em dezembro de 2016, do
processo atual do empreendimento, a Diretoria de Projetos da INFRA repassou, em maio de
2017, a solicitação das atualizações dos projetos aos responsáveis técnicos de cada disciplina.
Inicialmente foi estabelecido um prazo máximo de conclusão dos projetos complementares, já
compatibilizados com o projeto arquitetônico, para o final de julho de 2017. Porém, os projetos
solicitados foram entregues ao arquiteto para compatibilização entre os meses de agosto e
setembro de 2017, os quais foram compatibilizados e encaminhados para o setor de orçamentos
em outubro de 2017. Ao receber os projetos atualizados, o orçamento, juntamente com o Projeto
Básico do empreendimento foram concluídos em junho de 2018.

A necessidade de mudança de implementação do projeto do Núcleo de Energias


Renováveis identificada apenas após a conclusão dos projetos básicos, ocasionou um retrabalho
que poderia ser evitado através de uma análise prévia mais detalhada da melhor solução
prejetual para o obra. Assim, as atualizações dos projetos exigiram um tempo adicional, o qual
86

implicou na solicitação de aditivos de convênio que poderiam ou não ser aceitos, havendo a
possibilidade da perda de recursos para a execução do empreendimento em questão.

Contudo, é importante destacar que o estudo e o planejamento das alternativas de


implementações de um empreendimento devem ser bem desenvolvidos à fim de evitar
desperdício de tempo e dinheiro em etapas posteriores do processo. A Figura 31 representa
graficamente o desenvolver do processo referente ao empreendimento do Núcleo de Energias
Renováveis, que atualmente se encontra na Coordenadoria de Orçamentos e Projetos Básicos
da INFRA- COPB, para atualização do orçamento elaborado no ano de 2018 e posterior
atualização do Projeto Básico do empreendimento, conforme os registros do processo
23077.079101/2016-91. A movimentação dos processos referentes ao Núcleo de Energia
Renováveis é sintetizada na Figura 31.

Figura 31- Desenvolvimento do processo do Núcleo de Energias


Renováveis

Processo original: 23077. Entrega de projetos


005875/2012-51 Entrega do projeto compatibilizados para
Elétrico a COPB
2012
2017 2017
Mudança do local; Entrega de
Processo: 23077. Entrega do projeto de Orçamentto e
059832/2016-10 Climatização Projeto Básico
2016 2017 2018

Solicitação de projetos
atualizados; Entrega dos projetos Atualização de
de Instalações Orçamento e
Processo: 23077. Hidroddanitárias Projeto Básico
079101/2019-91
2016 2017 2019

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019

8.5 IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS ENTRAVES ENCONTRADOS NO


PROCESSO DE PROJETO

O estudo realizado por meio da caracterização do estado atual da Diretoria de Projetos


da INFRA, especialmente do setor primário que corresponde à Direção e o Setor de Projetos,
tornou possível a análise das variáveis presentes no fluxo de processos do setor e a consequente
87

identificação dos principais entraves encontrados no decorrer das atividades de


desenvolvimento dos projetos. Os principais problemas identificados são citados a seguir:

 Ausência de elaboração de cronograma de reuniões: ao receber uma


solicitação para elaboração de projetos é definida apenas a equipe de profissionais de acordo
com as exigências do processo em questão, sem ser definido um cronograma de reuniões para
discussões de acompanhamento, análise e compatibilização dos projetos. As reuniões são
solicitadas pelo arquiteto, gerente do projeto, de acordo com as necessidades encontradas ao
longo do processo. Consequentemente, sem a determinação prévia das reuniões de
acompanhamento a serem realizadas ao longo do desenvolvimento dos projetos, o controle da
qualidade dos produtos gerados é negativamente afetado.
 Ausência de elaboração de cronograma de atividades envolvidas no
processo: além do cronograma de reuniões, também não é definido um cronograma das
atividades que serão necessárias no decorrer no processo, logo não há um devido controle dos
prazos e sequência das atividades, resultando em longos períodos de espera para conclusão de
etapas e atividades pendentes que são identificadas em etapas posteriores gerando a ocorrência
de retrabalhos.
 Deficiência na análise de melhor alternativa projetual: a fase de Programa de
Necessidades e Estudo Preliminar não são bem consolidadas podendo apresentar soluções de
implementações inviáveis e resultando muitas vezes em mudanças da concepção do
empreendimento já na fase de orçamentação, o que demanda tempo com alterações de projetos,
que poderiam ser detectadas e solucionadas anteriormente na etapa de elaboração do escopo do
empreendimento.
 Ausência de clareza do início e fim das fases de projeto: na evolução do
projeto não há uma definição clara de qual fase o projeto se encontra, não havendo uma
separação bem definida entre anteprojeto e projeto básico. A evolução dos projetos é apenas
identificada pelos nomes dos arquivos que contém a versão do projeto. Assim, não há o devido
controle do nível de informação contida nos projetos, gerando produtos incompletos ou
inconsistentes.
 Número reduzido de compatibilizações e verificações de projetos: as
compatibilizações são realizadas apenas quando há alterações no projeto e quando o projeto vai
ser finalizado. Nos casos em que o projetista encontra alguma incoerência, pode solicitar aos
responsáveis a realização de alterações. No entanto, este procedimento não é anteriormente
previsto no processo de projetação, o que não assegura que os projetos serão devidamente
88

verificados ao longo do seu desenvolvimento, o que pode ser observado por meio da
significativa quantidade de projetos não compatibilizados que chegam no setor de orçamentos
da organização, identificados por meio da análise dos processos físicos locais.
 Compatibilização isolada: no processo atual foi identificado, por meio das
entrevistas e observações diretas, que a atividade de compatibilização é tarefa exclusiva do
arquiteto, gerente do projeto, sendo este o responsável em compatibilizar os projetos
complementares com o projeto arquitetônico. Ao atribuir a atividade de compatibilização à um
profissional de apenas uma disciplina envolvida no processo, a capacidade de identificação de
incompatibilidades ou inconsistências no projeto como um todo fica limitada a visão de apenas
uma disciplina específica. Portanto, o adequado seria que todos os participantes do processo
fossem inseridos na realização da compatibilização entre as diferentes disciplinas integrantes
da obra, possibilitando assim, diferentes pontos de vista do empreendimento em sua totalidade
e ampliando a capacidade de identificações de possíveis interferências.
 Não padronização de nível de informações e detalhes dos projetos: no início
da elaboração dos projetos não são definidas as informações e os detalhes que devem conter
nos projetos, resultando em alguns projetos mais detalhados e outros projetos com insuficiência
de informações que são imprescindíveis para o levantamento de quantitativo tanto de serviços,
quanto de materiais. Consequentemente, o nível de informações e detalhes dos projetos varia
de acordo com o projetista responsável, interferindo diretamente na qualidade do produto final
e exigindo mais ou menos a realização de retrabalhos ao longo do processo.
 Difícil controle de atualizações de projetos: os arquivos DWG e PDF dos
projetos que compõem o processo são repassados para Coordenadoria de Orçamento e Projeto
Básico- COPB, por meio de CD. No entanto, há casos em que após enviar para o setor de
orçamento, o projetista realiza alterações no projeto sem comunicar ao orçamentista, que acaba
por trabalhar na versão não mais atualizada do projeto. Consequentemente, podem ocorrer
inconsistências de dados de materiais ou serviços, entre a informação que consta no orçamento
e a informação do projeto à ser licitado, gerando a ocorrência de uma quantidade significativa
de adicionais de contrato ao longo da execução da obra, o que representa alterações de prazos
e custos do empreendimento.
 Deficiência na comunicação e colaboração entre participantes do processo:
a escassez de reuniões com a equipe projetista e a divisão dos participantes no próprio ambiente
de trabalho, por disciplina, resulta em um processo basicamente linear onde ocorre o mínimo
de comunicação e colaboração entre os envolvidos no processo. Assim sendo, a troca de
89

informações torna-se insuficiente, sendo refletida em projetos incoerentes compostos por


informações divergentes que poderiam ser melhor definidas por meio da comunicação
adequada entre os agentes responsáveis pelos projetos.
 Projetos incompletos e com incoerências identificadas somente na fase de
orçamentação: como reflexo dos problemas já citados anteriormente, os projetos chegam, na
maioria das vezes, no setor de orçamentos com muitas deficiências de informações e
incompatibilidades que deveriam ser identificadas e sanadas ainda durante a fase projetual.
 Excessos de retrabalho: os retrabalhos surgem em função dos demais
problemas já explorados, visto que quanto mais inconsistência das informações e a falta de
comunicação entre participantes, mais retrabalhos serão necessários para a obtenção de um
resultado satisfatório.
 Não cumprimento de prazos: cada empreendimento possuí um recurso
orçamentário para utilização em um determinado prazo, caso os projetos e o edital de licitação
não sejam concluídos dentro do prazo, será necessário a solicitação de prorrogação do prazo
com o risco de perder o recurso disponível para aquele empreendimento. Logo, o tempo gasto
com retrabalhos em etapas mais avançadas do projeto podem implicar no não cumprimento dos
prazos pré- estabelecidos e consequentemente na perda do recurso disponibilizado para aquele
período e aquela obra.
90

9 FLUXO DE PROCESSOS PROPOSTO PARA O CENÁRIO BIM NA DP- INFRA

A caracterização do atual fluxo dos processos da Diretoria de Projetos da INFRA,


durante a etapa de projetação, foi essencial para a identificação dos principais entraves presentes
no contexto estudado. Através dos problemas listados no tópico anterior, vemos que o atual
processo baseado em CAD, gera produtos incompletos e incoerentes, resultando em uma
quantidade excessiva de retrabalhados. No entanto, é importante ressaltar que a problemática
se refere principalmente ao fluxo dos processos e não exclusivamente por se tratar do uso da
ferramenta CAD. Consequentemente, nas etapas posteriores, é solicitado um número
significativo de aditivos de prazos, materiais e serviços que geram um maior custo para o
empreendimento, e se tratando se recursos públicos, tais custos adicionais são ainda mais
agravantes.

Diante do cenário apresentado, a inserção do BIM na Superintendência de


Infraestrutura da UFRN- INFRA é de extrema importância para sanar as principais dificuldades
encontradas nas etapas iniciais, como concepção e Estudo Preliminar, dos empreendimentos
projetados e executados pelo órgão público em questão.

O presente estudo propõe um fluxo de trabalho para a Diretoria de Projetos da INFRA,


com base no fluxo de processos em BIM, de modo a solucionar os principais entraves
detectados em seu contexto atual. As alterações propostas comtemplam a etapa de projeto,
encerrando na elaboração do orçamento analítico e Projeto Básico da obra. A Figura 32
representa o mapa de processo geral do fluxo de trabalho proposto para o cenário BIM da
Diretoria de Projetos da INFRA referente a etapa de projetação, onde as atividades atualmente
realizadas pelo setor são representadas pela cor azul claro, as atividades incrementadas pela cor
verde, as atividades de compatibilizações pela cor azul escuro e a consolidação das fases de
projeto pela cor rosa, conforme indicado no Quadro 10.

Quadro 10- Legenda do Mapa de


processo geral em BIM

LEGENDA
Atividades atuais
Atividades incrementadas
Atividade de compatibilização
Consolidação de fase de projeto
Fonte: Elaborado pela Autora, 2019
91

Figura 32- Mapa de processo geral do fluxo de trabalho da Diretoria de Projetos da INFRA em um contexto BIM

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019


92

Inicialmente, a etapa de projetação, passará a contemplar as seguintes atividades:

 Elaboração de cronograma de reuniões de acompanhamento do projeto;


 Elaboração de cronograma de reuniões de compatibilização;
 Elaboração do Plano de Execução BIM do projeto;
 Elaboração de modelos do terreno, modelos de massa e integração do modelo
com dados e custos.
 Definição das fases do projeto (Anteprojeto e Projeto Básico);
 Definição do nível de informações e desenvolvimento dos modelos em função
da fase de projeto;
 Compatibilizações realizadas em reuniões com todos os participantes do
modelo;
 Controle de qualidade do modelo.

Diante das alterações propostas para o fluxo atual dos processos da DP, o modo de
trabalhar dos profissionais envolvidos será totalmente modificado, propiciando assim, uma
adequada adesão da metodologia BIM na organização. Na proposta apresentada no presente
estudo, optou-se em fazer o uso do modelo federado depositado no servidor local da
organização, visto que o cenário atual não propicia o uso dos modelos virtuais.

Ao receber um novo processo, o Diretor de Projetos deve se reunir inicialmente com


o Chefe do Setor de Projetos, com o propósito de repassar a solicitação recebida para que este
tome as devidas providências. O Chefe do setor de Projetos, que exercerá a função de Gerente
BIM do projeto, terá a missão de definir a equipe de projetistas de acordo com as necessidades
do processo solicitado. Definida a equipe, será realizada uma reunião geral, com todos os
participantes, inclusive com um representante da Coordenadoria de Orçamentos e Projeto
Básico – COPB, com a finalidade de realizar uma adequada integração e conhecimento ao que
se refere o novo empreendimento.

O Gerente BIM do projeto deve elaborar um cronograma de reuniões, que deverão


ocorrer com a frequência mínima de duas mensais, objetivando o acompanhamento do
desenvolvimento dos modelos. Além das reuniões de acompanhamento, serão realizadas,
semanalmente, as reuniões de compatibilizações, onde toda a equipe discutirá a conformidade
entre os diferentes modelos integrantes do modelo central. As reuniões de compatibilização
também devem constar em um cronograma elaborado no início do processo pelo Gerente BIM
do projeto. Cada projetista disponibilizará seu modelo, para que o Gerente BIM do projeto
93

realize a integração de todas as disciplinas no modelo central, que servirá como base para a
identificação de interferências, erros ou ausência de informações, entre outras incoerências. A
partir do modelo central, serão emitidos relatórios com uma lista de itens que devem ser
analisados previamente pelos projetistas, que desempenharão a função de Gerente BIM do
modelo da sua respectiva disciplina, para uma posterior discussão com o restante da equipe nas
reuniões de compatibilização.

Para o encaminhamento das atividades será elaborado o Plano de Execução BIM -


PEB, pois o PEB é exclusivo de cada situação de projeto e deve ser elaborado ao início de cada
processo, devendo ser atualizado de acordo com as necessidades. O Plano de Execução BIM-
PEB, tem o objetivo de esclarecer as funções e responsabilidades de cada agente do processo,
além de apresentar todas as informações básicas e de planejamento para a elaboração de um
modelo BIM adequado. O PEB deve conter as seguintes informações:

 Informações do projeto e objetivos;


 Usos previstos do BIM;
 Lista de participantes do processo;
 Definição das funções de cada participante;
 Requisitos mínimos de modelagem;
 Definição de instrumentos e procedimentos de colaboração;
 Mapa de processo geral – BIM;
 Controle de qualidade dos modelos BIM

Dando continuidade ao processo, com base no Plano de Execução BIM – PEB


elaborado, deve ser iniciado o levantamento de dados que serão utilizados para a elaboração do
Programa de Necessidade do empreendimento, esta tarefa é atribuída ao Gerente BIM do
modelo de arquitetura. O Programa de Necessidades deve ser discutido como o solicitante, que
deve ou não solicitar alterações, realizados os devidos ajustes pelo arquiteto, o Programa de
Necessidades é consolidado e segue a elaboração do Estudo de Viabilidade.

O Estudo de Viabilidade deve ser realizado com o auxílio dos modelos do terreno, de
massas e da integração do modelo com dados de custos, todos elaborados pelo Gerente BIM do
modelo de arquitetura. A análise dos modelos desenvolvidos deve resultar na escolha da melhor
alternativa projetual para o empreendimento, à fim de evitar a necessidade de alterações nas
fases posteriores da obra. É importante destacar que todos os participantes do processo devem
tomar conhecimento do Estudo de Viabilidade, à fim de se obter um posicionamento por parte
94

de cada disciplina integrante do modelo. Com o Programa de Necessidade e Estudo de


Viabilidade consolidados, são verificados os condicionantes legais, com o objetivo de informar
se o empreendimento é viável ou não, em caso positivo é iniciada a modelagem do anteprojeto
arquitetônico.

O Gerente BIM do modelo de arquitetura irá desenvolver seu modelo de anteprojeto


arquitetônico com base nas exigências definidas no Plano de Execução BIM quanto aos níveis
de desenvolvimento e de informação. Ao concluir o anteprojeto, o arquiteto envia seu modelo
base para o Gerente BIM do projeto, que irá realizar a verificação do modelo, podendo ou não
retornar para o projetista, quando houver a necessidade de incrementação ou correção de dados,
este ciclo se repete até o alcance de um modelo conforme o estabelecido no PEB para esta fase
de projeto.

O anteprojeto arquitetônico ao ser consolidado, é repassado para o engenheiro


estrutural, Gerente BIM do modelo de estruturas, que irá desenvolver seu modelo com base no
modelo arquitetônico. O ciclo de elaboração do anteprojeto estrutural é semelhante ao
desenvolvimento do modelo arquitetônico, passando assim, pela checagem do Gerente BIM do
projeto, que é responsável em solicitar ajustes conforme o necessário, tendo sempre como
referência o disposto no Plano de Execução BIM- PEB proposto. A tarefa do Gerente BIM do
projeto, diante do modelo do anteprojeto estrutural também consolidado, é fazer a integração
deste com o modelo arquitetônico em um modelo central, visando agora, não apenas a
verificação dos níveis de desenvolvimento e informação, mas também as interferências entre
os modelos.

Posteriormente à integração dos modelos de arquitetura e estruturas no modelo central,


o Gerente BIM do projeto solicita a elaboração dos modelos de engenharias complementares,
que serão gerados com fundamento no modelo central. Os demais modelos complementares
seguirão o mesmo padrão de execução dos modelos de arquitetura e estrutura, passando sempre
pela vistoria do Gerente BIM do projeto. Seguidamente, a consolidação e integração de todos
os modelos de anteprojeto, que compõem o modelo central, é feita uma reunião geral para
encerramento da fase de anteprojeto e assim dar início à fase de Projeto Básico. Cada Gerente
BIM do modelo, terá então, que aprimorar seus modelos atendendo agora os requisitos
presentes no PEB para a etapa de Projeto Básico.

A evolução dos modelos de projeto básico acontece equivalente ao desenvolvimento


dos modelos de anteprojeto resultando em um modelo central integralizado, que deve apresentar
95

os níveis de desenvolvimento e de informação requerido para esta fase de projeto. Ao fim da


elaboração do modelo central da fase de Projeto Básico, é realizada uma reunião de fechamento,
onde todos os agentes envolvidos, inclusive os profissionais da COPB, analisam o modelo
produzido como um todo. Caso seja necessária alguma revisão dos modelos, elabora-se uma
lista de pendências que será encaminhada para o Gerente BIM responsável pelo modelo. Além
da verificação do modelo produzido na fase de projeto básico é realizada a checagem dos
documentos necessários à elaboração do orçamento analítico e do Projeto Básico para a
posterior elaboração do edital de licitação da obra.

No decorrer do processo, a troca de informações ocorrerá por um servidor de


hospedagem disponível na Superintendência de Infraestrutura da UFRN- INFRA, onde cada
gerente BIM disponibilizará seu modelo para visualização pelos demais participantes do
processo. A frequência de uploads e downloads deve ser determinada no Plano de Execução
BIM- PEB do processo, de acordo com cada fase de projeto. É importante que os softwares
utilizados tanto para modelagem quanto para o controle de qualidade dos modelos sejam
compatíveis, à fim de evitar a perda de informações e garantir a qualidade dos modelos
produzidos. O ideal em um fluxo de processos em BIM é a colaboração instantânea, onde todos
trabalham on-line em um mesmo modelo depositado em um local virtual, conforme é
apresentado no Guia da Asbea, Boas Práticas em BIM- Fascículo II. No entanto, para que essa
colaboração seja possível é necessário uma conexão com alta velocidade e um hardware de
elevada capacidade, o que não pode ser garantido para o cenário atual da INFRA.

A adequada interação entre os modelos exige um cuidado na escolha dos softwares à


serem utilizados, atentando quanto a versão e língua que será utilizada. Os softwares devem ser
escolhidos de modo que os formatos de entrega sejam compatíveis entre si. O Quadro 11,
apresenta a relação de compatibilidade dos formatos de entrega entre diferentes softwares que
podem ser usados pelos participantes ao longo do desenvolvimento dos modelos. O Plano de
Execução BIM- PEB deve especificar os formatos em que cada entregável deve ser produzido
em cada fase do processo.
96

Quadro 11- Relação de compatibilidade dos formatos de entrega entre diferentes


softwares

Fonte: Fluxo de Projetos em BIM: Planejamento e Execução - Fascículo 2: Guia Asbea Boas
Práticas em BIM/ Associação Brasileira dos Escritórios de arquitetura/ GTBIM- Grupo Técnico
BIM: ASBEA, 2015. pág. 8
97

10 AVALIAÇÃO DO FLUXO DE PROCESSOS PROPOSTO PARA O CENÁRIO BIM


NA DP- INFRA

O fluxo de processos BIM proposto no presente trabalho para a Diretoria de Projetos


da Superintendência de Infraestrutura da UFRN- INFRA foi submetido à uma avaliação
realizada pelos projetistas das diferentes disciplinas trabalhadas na organização, sendo estas:
arquitetura, estrutura, elétrica, instalações prediais (hidráulica e /ou sanitária) e mecânica. Além
disso, foi solicitado também que o atual coordenador da Coordenadoria de Orçamentos e
Projetos Básicos (COPB) analisasse o fluxo proposto, visto que o setor de orçamentos está
diretamente envolvido nas atividades contempladas no contexto estudado.

A avaliação foi realizada por meio do preenchimento de um questionário, apresentado


no Quadro 12, que tinha por objetivo verificar a aplicabilidade e a clareza do fluxo proposto.
Além disso, foi solicitado que os profissionais citassem pontos positivos e pontos negativos
observados na proposta apresentada. De modo a possibilitar o preenchimento do questionário,
o mapa de processo geral do fluxo de trabalho proposto para o cenário BIM da Diretoria de
Projetos da INFRA foi disponibilizado, juntamente com sua descrição, através de e-mails
enviados aos profissionais da INFRA. O questionário utilizado para a avaliação foi composto
por sete questões, as quais são apresentadas no Quadro 12.

Quadro 12- Questionário de avaliação do fluxo de processos proposto para o cenário BIM na
Diretoria de Projetos da INFRA

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO
PERGUNTAS ALTERNATIVAS
Projetista
Atualmente você exerce qual cargo na Superintendência de
Infraestrutura? Orçamentista
Outro
Arquitetura
Elétrica
Estrutura
Em qual disciplina o seu trabalho está inserido?
Instalações Prediais (Hidráulica e/ou sanitária)
Mecânica
Orçamento
Sim, já trabalhei com softwares
Sim, apenas ouvi falar
Já havia escutado falar sobre BIM?
Não, mas tenho interesse no assunto
Não e não possuo interesse no assunto
Sim
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QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO
PERGUNTAS ALTERNATIVAS
Em relação ao fluxo de processos proposto, considera uma
solução aplicável no ambiente de trabalho? Não
Em relação ao fluxo de processos proposto, considera uma Sim
solução clara e bem definida? Não
Cite pontos positivos observados no fluxo de processos proposto -
para o cenário BIM.
Cite pontos negativos observados no fluxo de processos -
proposto para o cenário BIM.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019

Finalizando a aplicação do questionário, foram contabilizadas nove respostas,


submetidas por projetistas das disciplinas de arquitetura, elétrica, estruturas, instalações
prediais (hidráulica e/ou sanitária) e orçamento. A distribuição por disciplina, da quantidade de
profissionais que colaboraram com a avaliação encontra-se representada no Quadro 13.

Quadro 13- Participantes da avaliação por


disciplina

DISCIPLINAS NÚMERO DE
PARTICIPANTES
Arquitetura 3
Elétrica 2
Estrutura 1

Instalações Prediais (Hidráulica e/ou


sanitária) 2
Mecânica 0
Orçamento 1

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019

Os resultados obtidos por meio da avaliação realizada pelos servidores, permitiu


concluir que 66,7% (6 profissionais) dos colaboradores conhecem o BIM, mas não
desenvolvem ou desenvolveram trabalhos com o uso da tecnologia. O restante, 33,3%
correspondente a quantidade de 3 profissionais, afirmaram conhecer e já ter trabalhado com
softwares BIM. As respostas obtidas para a questão que trata do conhecimento sobre o BIM são
graficamente representadas na Figura 33.
99

Figura 33- Respostas dos participantes quanto ao conhecimento sobre o BIM

Fonte: Formulário Google, 2019

Em relação a caracterização do fluxo proposto quanto sua aplicabilidade e clareza,


apenas 1 projetista classificou-o negativamente. Assim sendo, as demais respostas foram
positivas, definindo a proposta apresentada como aplicável ao ambiente de trabalho e uma
solução clara e bem definida. As Figuras 34 e 35 representam o resumo das respostas
submetidas às referidas questões.

Figura 34- Caracterização do fluxo proposto quanto sua aplicabilidade

Fonte: Formulário Google, 2019


100

Figura 35- Caracterização do fluxo proposto quanto sua clareza

Fonte: Formulário Google, 2019

Concluindo o levantamento das resoluções do questionário e consequentemente a


avaliação do fluxo de processos proposto para DP- INFRA, o Quadro 14 apresenta os pontos
positivos e os pontos negativos citados pelos participantes da pesquisa. Entre os pontos
positivos mais destacados está a compatibilização entre os projetos das diferentes disciplinas
envolvidas no processo, evidenciando que a proposta proporciona a otimização da atividade,
resultando na redução de erros executivos e da quantidade de retrabalhos. Em relação aos
pontos negativos, os aspectos expostos pelos profissionais contemplam principalmente: o
tempo demandado para a produção de “banco de dados” e tempo para a capacitação dos
profissionais; inclusão dos demais setores da INFRA no processo de implementação BIM (setor
de obras, fiscalização e manutenção); frequência de reuniões e demanda de máquinas
(computadores) com maior capacidade. Em relação a observação realizada sobre a organização
do modelo, onde foi sugerida a divisão das atividades por setor, optou-se por detalhar essa
informação quanto aos responsáveis pelas atividades no Plano de Execução BIM, apresentado
no Apêndice A do presente trabalho. Logo, o fluxo proposto na Figura 32 (Página 90) representa
o processo de projeto de maneira geral.
101

Quadro 14- Pontos positivos e pontos negativos citados pelos participantes da avaliação

PONTOS POSITIVOS
Otimização no tempo projetual. Melhor compatibilização entre as diferentes áreas do projeto. Menos chances
para erros executivos.
Maior integração, facilidade, precisão e rapidez de compatibilização entre os projetos, com a centralização do
processo (gerente BIM e plano PEB).
A integração das disciplinas.
Propõe a implementação do BIM no âmbito da DP/INFRA/UFRN. Já há lei obrigando a utilização do BIM no
serviço público, mas percebo pouca movimentação nesse sentido. A começar pela própria instituição que não
define qual será o software adotado.
As fases de compatibilização.
A interoperabilidade existente para a comunicação entre as diversas disciplinas de projetos, propondo ao final a
compatibilização destes.
Favorece a compatibilidade entre os diversos projetos; agiliza a execução; evita o retrabalho; e outros.
Análise de incompatibilidades.
A existência de análise de compatibilidade para todos os projetos.
PONTOS NEGATIVOS

Falta adequações às especificidades do setor. Há profissionais de diferentes 'épocas', nem todos dispostos à
integrarem-se às novas tecnologias. A implementação do BIM precisa envolver todos os profissionais,
começando pelos projetistas, mas também incluindo construtores, fiscais e equipe de manutenção.
A frequência quinzenal de reuniões para cada projeto. Considerando que cada projetista possui diversas
demandas em andamento, creio seriam muitas reuniões para o profissional, juntando tudo. Talvez a frequência
tenha que ser pensada para cada caso de projeto.
Como é um processo que ainda precisa ser implementado na superintendência, a demora que vai levar até que
todos os projetistas estejam capacitados para trabalhar com bim.
Tempo gasto com a implantação e aprendizagem de novas ferramentas; necessidade de máquinas/computadores
com maior capacidade; e outros.
Não observado.
Para um modelo em BPM é bom dividir os lanes de fluxo (ou por setor ou por hierarquia de fluxo). Por
exemplo, um lane (ou raia) para a Diretoria de Projetos e outro pra COPB ou uma para o gerente do BIM e
outra para os agentes específicos dos projetos.

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019


102

11 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

O presente trabalho propôs um fluxo de processos para o contexto BIM da Diretoria


de Projetos da Superintendência de Infraestrutura da UFRN (INFRA), sintetizado em um mapa
geral que contempla todas as atividades atuais e propostas da etapa de projetação. No trabalho
foi proposto um Plano de Execução BIM para o setor de projetos, abrangendo e especificando
os critérios de uso do BIM, infraestrutura e modelagem. A elaboração da proposta apresentada
foi realizada com base no estudo de caso desenvolvido na Diretoria de Projetos da INFRA, onde
a caracterização do ambiente estudado foi realizada por meio da utilização de cinco fontes de
evidências, sendo elas: as documentações, os registros em arquivos, as entrevistas, as
observações diretas e a observação participante.

O mapa geral que representa o fluxo proposto foi submetido a uma avaliação efetuada
por profissionais da Diretoria de Projetos das áreas de arquitetura, elétrica, estruturas,
instalações prediais (hidráulica e/ou sanitária) e por um profissional da COPB. A avaliação foi
caracterizada por um questionário, o qual tratou da aplicabilidade, clareza, pontos positivos e
pontos negativos do fluxo apresentado. Além disso, abordou também sobre o conhecimento da
metodologia BIM por parte dos servidores. Ao concluir a avaliação, foi possível identificar que
a maior parte dos profissionais avaliadores apenas ouviram falar sobre o BIM, e não possuem
familiaridade em trabalhar com a tecnologia. Ademais, considerando que apenas um
participante se posicionou ao contrário, o fluxo apresentado para o contexto BIM da Diretoria
de Projetos foi caracterizado como aplicável ao ambiente de trabalho e numa proposta clara e
bem definida. É possível destacar que as etapas de compatibilizações dos projetos foram um
dos pontos positivos mais citados pelos servidores. Já em relação aos pontos negativos foi
evidenciado sobretudo a demanda de tempo para a elaboração do “banco de dados” para
softwares BIM e o tempo destinado à capacitação dos profissionais do setor.

Diante das exigências presentes no Decreto nº 9377 de 17 de maio de 2018 que


instituiu a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM no Brasil, que visa uma maior
economia nas obras públicas e a otimização dos processos de manutenção e gestão de ativos
com o auxílio da metodologia BIM, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
deve improrrogavelmente dar início as atividades que adequam e possibilitam a inserção do
BIM em seu ambiente de trabalho.
103

Contudo, a inserção de uma nova metodologia de trabalho exige a capacitação da


equipe de profissionais da organização e um planejamento bem elaborado de implementação,
para que ocorra de maneira adequada e sejam usufruídos de todos os benefícios que a tecnologia
BIM pode agregar aos empreendimentos desenvolvidos pela Superintendência de Infraestrutura
da UFRN (INFRA).

Portanto, o presente trabalho ao apresentar uma proposta de fluxo de trabalho para o


contexto BIM e um Plano de Execução BIM para o setor de projetos da INFRA, contribuiu
significativamente para guiar, auxiliar e impulsionar os servidores no processo de adoção do
BIM no desenvolvimentos dos projetos da organização.

Visando a complementação do presente trabalho, a seguir são listadas algumas


sugestões para trabalhos futuros:
 Aplicação prática do fluxo e do Plano de Execução BIM proposto na Diretoria
de Projetos da Superintendência de Infraestrutura da UFRN;
 Elaboração de um Plano de Execução BIM complementar que compreenda os
demais setores da organização à fim de inserir o BIM em todo o ciclo de vida dos
empreendimentos da INFRA.
104

12 REFERÊNCIAS

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http://sectordialogues.org/sites/default/files/acoes/documentos/bim.pdf>. Acesso em: 19 nov.
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frente parlamentar em defesa da utilização, por órgãos governamentais, da tecnologia de
modelagem de informação da construção- BIM. Requerimento Nº 3358/2015. Rio de Janeiro,
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BRASIL. Decreto nº 8.539, de 08 de outubro de 2015. Dispõe sobre o uso do meio eletrônico
para a realização do processo administrativo no âmbito dos órgãos e das entidades da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Decreto Nº 8.539/2015. 2015,
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107

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UFRN. Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos- SIPAC. 2019.
Disponível em: <https://sipac.ufrn.br/public/jsp/portal.jsf>. Acesso em: 21 maio 2019.

SUCCAR, B. Building Information Modeling Framework: a research and delivery


foundation for industry stakeholders. Automation in Construction, v. 18, n. 3, p. 357-375,
2009.

YIN, Robert K.. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman,
2001. 207 p.
108

13 APÊNDICE

APÊNDICE A- PLANO DE EXECUÇÃO BIM PROPOSTO- PEB

1. USOS DO BIM

O Quadro 15, mostra os usos pretendidos do BIM nas fases de planejamento e


projeto, onde se pretende iniciar a adoção do BIM na Superintendência de Infraestrutura da
UFRN- INFRA.

Quadro 15- Usos pretendidos do BIM

ETAPAS DO CICLO DE VIDA DO EMPREENDIMENTO


USOS DO BIM- INFRA
Planejamento Projeto Construção Operação
Modelagem das Condições Existentes
Análise de implantação
Planejamento- Cronograma físico-
financeiro
Levantamento de quantidades
Estimativas de Custos e Orçamentos
Revisão de projetos
Design autoral
Análise Estrutural
Verificação de conformidade com códigos e
normas
Análises de Outras Engenharias
Visualização do projeto 3D
Maquete Eletrônica
Geração de documentação
Planejamento de fases 4D
Gerenciamento de Espaços / Rastreamento
Acompanhamento da execução da obra
Análise do Sistema de Construção
Planejamento de manutenção
Gestão de ativos

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019

Posteriormente, os usos devem ser ampliados até à etapa de pós- construção,


passando a contemplar serviços como manutenção e gestão de ativos da edificação.
109

2. INFRAESTRUTURA

2.1 MÃO-DE- OBRA

A mudança do processo em CAD para o processo em BIM exige conhecimentos


específicos por parte de cada profissional envolvido. Diante do cenário estudado, observou-
se a necessidade da realização de capacitações e treinamentos da equipe participativa.

O atual Chefe de Projetos passará por um número mínimo de quatro capacitações


sobre BIM e cursos de manuseio do software selecionado, além de contar com o auxílio de
um consultor externo contratado para instruí-lo e orientá-lo sobre o fluxo de processos em
BIM. Assim, o chefe de projetos atuará como o Gerente BIM do projeto e terá como uma das
principais funções a verificação e aprovação dos modelos BIM elaborados pelos projetistas
de cada disciplinas, analisando o modelo central/ modelo federado e emitindo relatórios de
interferências entre os modelos.

O Gerente BIM do projeto irá definir uma equipe que deve ser formada por um
projetista de cada disciplina envolvida no projeto, como arquiteto, engenheiro estrutural,
engenheiro elétrico, entre outros. Cada membro da equipe participará de um curso de
modelagem específico de sua respectiva disciplina de atuação e será o Gerente BIM do modelo
desenvolvido. No decorrer destes cursos serão elaboradas as bibliotecas para cada modelo à
ser desenvolvido e um template padrão para ser usado pela Superintendência de Infraestrutura
da UFRN.

Os profissionais responsáveis pelo desenvolvimento dos modelos do Projeto-Piloto,


terão a responsabilidade de repassar os conhecimentos adquiridos para os demais projetistas,
à fim de que todos estejam aptos a trabalhar na plataforma BIM de modelagem.

2.2 TECNOLOGIAS UTILIZADAS NO PROCESSO BIM

A adoção da metodologia BIM exige um cuidado especial durante a escolha do


equipamento e do software à ser utilizado neste momento de transição. Atualmente no
mercado, existem algumas empresas que comercializam softwares que já trabalham em uma
plataforma BIM, como a Autodesk, a Graphisoft, a Bentley e a ACCA Software. No entanto,
110

cada software é desenvolvido e indicado para usos específicos do BIM, fator que influencia
de forma significativa na escolha do software a ser utilizado pela organização. A partir da
escolha do software, deve ser analisado os requisitos mínimos do Hardware para a operação
adequada do programa escolhido.

Contudo, cabe a direção da Superintendência de Infraestrutura da UFRN- INFRA,


juntamente com os projetistas e fornecedores, analisar a melhor alternativa para os usos do
BIM pretendidos pela organização e com base no orçamento disponível pela instituição para
o investimento com a aquisição de novos softwares e equipamentos.

3. MODELAGEM

3.1 NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO(ND)

O Quadro 16, apresenta para cada subdisciplina e seus respectivos elementos o ND


que devem ser representados em cada fase do projeto.
111

Quadro 16- Determinação do Nível de desenvolvimento e Nível de informação dos elementos

ETAPAS DE PROJETO
Programa de Estudo Projeto Projeto
SUBDISCIPLINA ELEMENTO/ COMPONENTE Anteprojeto
necessidades Preliminar Legal Básico
ND ND ND ND ND
SERVIÇOS TERRENO 0 100 200 300 350
PRELIMINARES ESPAÇO 0 100 200 300 350
ESPAÇO 0 100 200 300 350
PAREDE 0 100 200 300 350
PISOS 0 100 200 300 350
FORROS 0 100 200 300 350
ESQUADRIAS 0 100 200 300 350
ARQUITETURA
COBERTURA 0 100 200 300 350
ESCADA 0 100 200 300 350
RAMPA 0 100 200 300 350
TRANSPORTE VERTICAL 0 100 200 300 350
PILARES E VIGAS 0 100 200 300 350
EQUIPAMENTOS (ACOMPANHAM A OBRA) 0 100 200 300 350
EQUIPAMENTOS,METAIS E ACESSÓRIOS
INTERIORES 0 100 200 300 350
SANITÁRIOS
MOBILIÁRIO 0 100 200 300 350
TOTEM E ELEMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO DA
0 100 200 300 350
COMUNICAÇÃO VISUAL EDIFICAÇÃO
OBJETOS 0 100 200 300 350
CALÇADA 0 100 200 300 350
ILUMINAÇÃO E
PAVIMENTAÇÃO 0 100 200 300 350
PAISAGISMO
ARBORIZAÇÃO/ GRAMADO 0 100 200 300 350
MUROS 0 100 200 300 350
112

ETAPAS DE PROJETO
Programa de Estudo Projeto Projeto
SUBDISCIPLINA ELEMENTO/ COMPONENTE Anteprojeto
necessidades Preliminar Legal Básico
ND ND ND ND ND
GRADES 0 100 200 300 350
ILUMINAÇÃO INTERNA E EXTERNA 0 100 200 300 350
LUMINOTÉCNICO TOMADAS E INTERRUPTORES 0 100 200 300 350
DELIMITAÇÃO ESPACIAL 0 100 200 300 350
FUNDAÇÃO RASA 0 100 200 300 350
ELEMENTOS DE CONTENÇÃO 0 100 200 300 350
FUNDAÇÕES PROFUNDAS 0 100 200 300 350
INFRAESTRUTURA VIGA 0 100 200 300 350
LAJE 0 100 200 300 350
RESERVATÓRIOS(CISTERNA) 0 100 200 300 350
FORMAS 0 100 200 300 350
VIGA 0 100 200 300 350
PILAR 0 100 200 300 350
LAJE 0 100 200 300 350
RESERVATÓRIO 0 100 200 300 350
SUPERESTRUTURA FORMAS E ESCORAS 0 100 200 300 350
ESTRUTURA DA ESCADA 0 100 200 300 350
ESTRUTURA DA COBERTURA 0 100 200 300 350
ESTRUTURA DA REMPA 0 100 200 300 350
PAREDE ESTRUTURAL 0 100 200 300 350
TUBOS E CONEXÕES 0 100 200 300 350
VÁLVULAS E REGISTROS 0 100 200 300 350
ÁGUA FRIA EQUIPAMENTOS HIDROSSANITÁRIOS, METAIS
0 100 200 300 350
E ACESSÓRIOS
ENTRADA DE ÁGUA 0 100 200 300 350
113

ETAPAS DE PROJETO
Programa de Estudo Projeto Projeto
SUBDISCIPLINA ELEMENTO/ COMPONENTE Anteprojeto
necessidades Preliminar Legal Básico
ND ND ND ND ND
RESERVATÓRIOS/POÇOS 0 100 200 300 350
EQUIPAMENTOS 0 100 200 300 350
TUBOS E CONEXÕES 0 100 200 300 350
VÁLVULAS E REGISTROS 0 100 200 300 350
ÁGUA QUENTE EQUIPAMENTOS HIDROSSANITÁRIOS, METAIS
0 100 200 300 350
E ACESSÓRIOS
EQUIPAMENTOS 0 100 200 300 350
TUBOS E CONEXÕES 0 100 200 300 350
TUBULAÇÕES DE CONCRETO 0 100 200 300 350
ESGOTO
CAIXAS DE GORDURA, INSPEÇÃO E OUTROS 0 100 200 300 350
SUMIDOURO/ FOSSA 0 100 200 300 350
TUBOS E CONEXÕES 0 100 200 300 350
DRENOS/ CANALETAS 0 100 200 300 350
CALHAS/ CONDUTORES/ RUFOS 0 100 200 300 350
ÁGUA PLUVIAL E
CAXAS DE PASSAGEM E OUTROS 0 100 200 300 350
DRENAGEM
CISTERNAS/ POÇOS/ ADUELAS 0 100 200 300 350
EQUIPAMENTOS 0 100 200 300 350
BUEIROS/ BOCAS DE LOBO 0 100 200 300 350
ELETRODUTO/ ELETROCALHA ENTRE OUTROS 0 100 200 300 350
TOMADAS, INTERRUPTORES ENTRE OUTROS 0 100 200 300 350
CAIXAS DE LIGAÇÃO E DE PASSAGEM 0 100 200 300 350
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO 0 100 200 300 350
LUMINÁRIAS 0 100 200 300 350
EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS 0 100 200 300 350
ENTRADA DE ENERGIA 0 100 200 300 350
114

ETAPAS DE PROJETO
Programa de Estudo Projeto Projeto
SUBDISCIPLINA ELEMENTO/ COMPONENTE Anteprojeto
necessidades Preliminar Legal Básico
ND ND ND ND ND
PAINEIS DE CONTROLE 0 100 200 300 350
GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE
0 100 200 300 350
ENERGIA
QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO 0 100 200 300 350
CAIXAS DE LIGAÇÃO E DE PASSAGEM 0 100 200 300 350
TELEFONIA E LÓGICA ELETRODUTO/ ELETROCALHA ENTRE OUTROS 0 100 200 300 350
TOMADAS 0 100 200 300 350
RACK 0 100 200 300 350
QUADROS DE DISTRIBUIÇÃO 0 100 200 300 350
CAIXAS DE LIGAÇÃO E DE PASSAGEM 0 100 200 300 350
SPDA ELETRODUTO/ ELETROCALHA ENTRE OUTROS 0 100 200 300 350
TOMADAS 0 100 200 300 350
ANTENAS 0 100 200 300 350
ESPAÇOS 0 100 200 300 350
HIDRANTES, MANGUEIRAS E MANGOTINHOS 0 100 200 300 350
TUBULAÇÃO DE INCÊNDIO 0 100 200 300 350
PREVENÇÃO E COMBATE ALARMES DE INCÊNDIO, DETECTORES DE
0 100 200 300 350
A INCÊNDIO FUMAÇA E CHUVEIROS AUTOMÁTICOS
EXTINTORES 0 100 200 300 350
ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA 0 100 200 300 350
SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA 0 100 200 300 350
EQUIPAMENTOS 0 100 200 300 350
GLT
TUBOS, CONEXÕES E ACESSÓRIOS 0 100 200 300 350
EQUIPAMENTOS 0 100 200 300 350
AR COMPRIMIDO
TUBOS, CONEXÕES E ACESSÓRIOS 0 100 200 300 350
115

ETAPAS DE PROJETO
Programa de Estudo Projeto Projeto
SUBDISCIPLINA ELEMENTO/ COMPONENTE Anteprojeto
necessidades Preliminar Legal Básico
ND ND ND ND ND
EQUIPAMENTOS 0 100 200 300 350
AR CONDICIONADO
DUTOS, CONEXÕES E ACESSÓRIOS 0 100 200 300 350
EQUIPAMENTOS 0 100 200 300 350
EXAUSTÃO
DUTOS, CONEXÕES E ACESSÓRIOS 0 100 200 300 350
HORIZONTAL 0 100 200 300 350
TRANSPORTE
VERTICAL 0 100 200 300 350

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019


116

3.2 GERENTES DE MODELO

Cada modelo terá um Gerente BIM do modelo, que tem as funções de modelagem de
famílias e do projeto da sua disciplina correspondente, verificação de incompatibilidades e
análise do modelo gerado quanto as exigências de desenvolvimento e informações de cada
etapa do projeto. O Quadro 17, apresenta os modelos a serem desenvolvidos e seus respectivos
gerentes.

Quadro 17- Gerentes dos modelos BIM

MODELOS AUTORAIS E DE EMPRESA ORGANIZAÇÃO RESPONSÁVEL


BASE RESPONSÁVEL TÉCNICO

ARQUITETURA (Anteprojeto, Gerente do modelo de


projeto legal e projeto básico) arquitetura

ESTRUTURA (Anteprojeto, Gerente do modelo de


projeto legal e projeto básico) engenharia estrutural

HIDROSSANITÁRIO
Gerente do modelo de
(Anteprojeto, projeto legal e
instalações prediais
projeto básico)

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Gerente do modelo de
(Anteprojeto, projeto legal e
instalações elétricas
projeto básico)

TELEFONIA E LÓGICA INFRA- UFRN Gerente do modelo de


(Anteprojeto, projeto legal e
instalações elétricas
projeto básico)

SPDA (Anteprojeto, projeto legal Gerente do modelo de


e projeto básico) instalações elétricas

PREVENÇÃO E COMBATE A
Gerente do modelo de
INCÊNDIO (Anteprojeto, projeto
instalações prediais
legal e projeto básico)

GLT (Anteprojeto, projeto legal e Gerente do modelo de


projeto básico) instalações mecânicas
117

MODELOS AUTORAIS E DE EMPRESA ORGANIZAÇÃO RESPONSÁVEL


BASE RESPONSÁVEL TÉCNICO

AR COMPRIMIDO (Anteprojeto, Gerente do modelo de


projeto legal e projeto básico) instalações mecânicas

AR CONDICIONADO
Gerente do modelo de
(Anteprojeto, projeto legal e
instalações mecânicas
projeto básico)

EXAUSTÃO (Anteprojeto, projeto Gerente do modelo de


legal e projeto básico) instalações mecânicas

TRANSPORTE (Anteprojeto, Gerente do modelo de


projeto legal e projeto básico) arquitetura

Projetos executivos
(Arquitetônico, Estrutural,
Elétrico, Hidrossanitário, Responsável técnico
Empresa contratada
Telefonia e Lógica, SPDA, GLT, designado pela empresa
Ar comprimido, Ar condicionado,
Exaustão e Transporte)

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019

3.3 FORMATO DE ENTREGA

No decorrer do processo serão gerados documentos textuais, planilhas e os projetos


modelados em BIM. A seguir o Quadro 18 informa os formatos de entrega de cada produto
gerado no processo.
118

Quadro 18- Formatos de entrega


FORMATO DE
TIPO DE ARQUIVO
ENTREGA

Documentos de texto
(Relatórios, atas de reuniões,
memoriais descritivos, Word e PDF
memórias de cálculo, abertura
de despachos, entre outros.)

Planilhas (Quantitativos,
estimativas de custos, Excel e PDF
composições, entre outros)

Modelos BIM autorais Formatos de origem e IFC

Modelos BIM de base Formatos de origem e IFC

Modelo federado Formatos de origem e IFC

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019

3.4 INTERCÂMBIO DE INFORMAÇÕES E INTEROPERABILIDADE

A troca de informações entre os participantes do processo será feita por meio de um


modelo central que integrará todos os demais modelos de todas as disciplinas envolvidas no
projeto, chamado de modelo federado, este será coordenado pelo Gerente BIM do projeto.
Cada gerente de modelo deposita seu arquivo no servidor semanalmente, para que os demais
projetistas possam visualizar e verificar as possíveis incompatibilidades entre os modelos.

 NOMENCLATURA PADRÃO:

Com o objetivo de proporcionar um melhor controle e organização dos arquivos


gerados no decorrer do processo de desenvolvimento dos projetos, deve ser utilizado um
padrão de nomenclatura tanto dos arquivos quanto das pastas de armazenamento.

As pastas raízes devem receber o nome do departamento ao qual a obra está


relacionada, acompanhado da sigla correspondente e o nome do empreendimento à ser
construído. No interior das pastas raízes, deverão ser criadas pastas por etapa de projeto, como
por exemplo: Estudo Preliminar, Programa de Necessidades, Anteprojeto e Projeto Básico.
119

Sequencialmente, para cada etapa de projeto serão desenvolvidas pastas por disciplina de
trabalho, como arquitetura, estrutura, elétrica, mecânica, entre outras.

Tratando-se dos arquivos de cada disciplina, estes serão nomeados por meio da
composição do nome do departamento (sigla) à qual a obra pertence, seguido pela abreviação
da etapa de projeto correspondente, que deverá ser representada pelo uso das duas letras
iniciais da etapa, acompanhada pela abreviação da disciplina contemplada pelo modelo,
composta pelas três primeiras letras do nome da disciplina. Além do mais, o nome do arquivo
deverá conter a versão do modelo e o formato em que o arquivo se encontra. A nomenclatura
padrão sugerida para pastas e arquivos é representada na Figura 37.

Figura 36- Nomenclatura padrão de pastas e arquivos

Raíz Etapa Disciplinas Arquivos


• CENTRO DE • ESTUDO • ARQUITETURA; • CTINFRA-
TECNOLOGIA - PRELIMINAR; • ESTRUTURA NÚCLEO DE
NÚCLEO DE • PROGRAMA DE
ENERGIAS NECESSIDADES;
• ELÉTRICA; ENERGIAS
RENOVÁVEIS • MECÂNICA RENOVÁVEIS-
• ANTEPROJETO
EP-ARQ-
V01.rvt

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019

 INTERCÂMBIO DE INFORMAÇÕES:

Para que todos os envolvidos no processo possam realizar suas atividades de maneira
adequada e na ordem correta, o Quadro 19, apresenta os dados de entrada e o produto final de
cada atividade, de acordo com o desenvolvimento do processo.
120

Quadro 19- Intercâmbio de informações do processo em BIM

DADOS DE ENTRADA DADOS DE SAÍDA


ATIVIDADE
DADO RESPONSÁVEL DADO RESPONSÁVEL
Levantamento de dados sobre a Responsável da
Ofício de demanda Requisição de projetos/ Demanda
demanda solicitada unidade solicitante Responsável da unidade solicitante
Responsável da Relatório de aprovação
Ofício de demanda Diretor de projetos Avaliação da demanda
unidade solicitante de demanda
Parecer técnico de não
Ofício de demanda Diretor de projetos Diretor de projetos Elaboração de justificativa
aprovação da demanda
Documento de abertura
Relatório de aprovação de demanda Diretor de projetos Secretaria Abertura do processo
do processo
Documento de abertura
Documento de abertura do processo Secretaria Diretor de projetos Abertura do despacho
do despacho
Documento de abertura Encaminha processo para chefia de
Documento de abertura do despacho Diretor de projetos Secretaria
do despacho projetos
Lista de responsáveis
Gerente BIM do técnicos pela modelagem
Lista de disciplinas envolvidas Gerente BIM do projeto Definição de equipe
projeto dos modelos de suas
respectivas disciplinas
Ofício de demanda
Todos os envolvidos
Lista de responsáveis técnicos pela no projeto, inclusive Ata de reunião com
Gerente BIM do projeto Reunião
modelagem dos modelos de suas representante da necessidades da demanda
respectivas disciplinas unidade solicitante

Definição de requisitos
de projeto, trocas de
Ata de reunião com necessidades da Gerente BIM do modelos, níveis de
Todos os envolvidos no projeto Elaboração do Plano de Execução BIM
demanda projeto detalhes, níveis de
informações, modelo e
ferramentas
121

DADOS DE ENTRADA DADOS DE SAÍDA


ATIVIDADE
DADO RESPONSÁVEL DADO RESPONSÁVEL
Todos os envolvidos Plano de execução Modificação do Plano de Execução
Solicitações de ajustes do PEB Todos os envolvidos no projeto
no projeto revisado e consolidado BIM
Informações de
Código de Obras e Plano diretor de Gerente BIM do modelo de
- condicionantes técnicas e Levantamento de Dados
Natal arquitetura- Arquiteto
legais
Gerente BIM do
Informações de condicionantes Escopo preliminar para o Gerente BIM do modelo de
modelo de arquitetura- Definição do escopo
técnicas e legais empreendimento arquitetura- Arquiteto
Arquiteto
Ata com observações
Gerente BIM do
Escopo preliminar para o quanto ao escopo
modelo de arquitetura- Gerente BIM do projeto Reunião
empreendimento sugerido (ajustes/
Arquiteto
aprovação)
Gerente BIM do
Programa de Gerente BIM do modelo de
Escopo preliminar aprovado modelo de arquitetura- Elaboração do Programa de Necessidades
necessidades arquitetura- Arquiteto
Arquiteto
Gerente BIM do
Programa de Gerente BIM do modelo de
Programa de necessidades modelo de arquitetura- Ajustes do Programa de Necessidades
necessidades ajustado arquitetura- Arquiteto
Arquiteto
Gerente BIM do
Programa de Gerente BIM do modelo de Registro de aprovação do Programa de
Programa de necessidades ajustado modelo de arquitetura-
necessidades aprovado arquitetura- Arquiteto Necessidades
Arquiteto
Gerente BIM do Gerente BIM do modelo de
Referências geográficas do terreno Modelo do terreno Elaboração do modelo do terreno
projeto arquitetura- Arquiteto
Gerente BIM do
Modelos preliminar de Gerente BIM do modelo de
Programa de necessidades aprovado modelo de arquitetura- Elaboração de modelos de massa
massas arquitetura- Arquiteto
Arquiteto
Gerente BIM do
Análise de custos do Gerente BIM do modelo de Integração do modelo com dados de
Levantamento de custos do modelo modelo de arquitetura-
modelo proposto arquitetura- Arquiteto custos
Arquiteto
Gerente BIM do
Modelos de massas Gerente BIM do modelo de
Possíveis opções de modelos de massas modelo de arquitetura- Escolha da melhor alternativa projetual
consolidado arquitetura- Arquiteto
Arquiteto
122

DADOS DE ENTRADA DADOS DE SAÍDA


ATIVIDADE
DADO RESPONSÁVEL DADO RESPONSÁVEL
Gerente BIM do
Estudo de Viabilidade Gerente BIM do modelo de
Modelos de massas consolidados modelo de arquitetura- Consolidação do Estudo de Viabilidade
consolidado arquitetura- Arquiteto
Arquiteto
Gerente BIM do
Levantamento de condicionantes legais Lista de condicionantes Gerente BIM do modelo de
modelo de arquitetura- Checklist de condicionantes legais
para o empreendimento legais arquitetura- Arquiteto
Arquiteto
Gerente BIM do
Viabilidade do Gerente BIM do modelo de
Lista de condicionantes legais modelo de arquitetura- Verificação de condicionantes legais
empreendimento arquitetura- Arquiteto
Arquiteto
Gerente BIM do Parecer técnico de
Gerente BIM do modelo de
Viabilidade do empreendimento modelo de arquitetura- inviabilidade do Justificação com parecer técnico
arquitetura- Arquiteto
Arquiteto empreendimento

Gerente BIM do
Programa de necessidades e Estudo de Anteprojeto de Gerente BIM do modelo de Desenvolvimento do modelo de
modelo de arquitetura-
Viabilidade consolidados arquitetura arquitetura- Arquiteto arquitetura- ANTEPROJETO
Arquiteto
Gerente BIM do
Anteprojeto de arquitetura e Estudo de Modelo adequado ao Gerente BIM do modelo de
modelo de arquitetura- Reavaliação do Estudo de Viabilidade
viabilidade Estudo de Viabilidade arquitetura- Arquiteto
Arquiteto
Gerente BIM do Anteprojeto de
Recebimento do ANTEPROJETO de
Anteprojeto de arquitetura modelo de arquitetura- arquitetura consolidado/ Gerente BIM do projeto
arquitetura
Arquiteto com pendências
Gerente BIM do
Anteprojeto de arquitetura com Relatório de Análise de incompatibilidades e
modelo de arquitetura- Gerente BIM do projeto
pendências incompatibilidades interferências no modelo
Arquiteto
Gerente BIM do
Gerente BIM do modelo de
Anteprojeto de arquitetura modelo de arquitetura- Projeto Legal Elaboração de Projeto Legal/ correções
arquitetura- Arquiteto
Arquiteto
Gerente BIM do
Gerente BIM do modelo de
Projeto Legal modelo de arquitetura- Checklist de documentos Conferência de documentos
arquitetura- Arquiteto
Arquiteto
Gerente BIM do
Lista de documentos Gerente BIM do modelo de
Checklist de documentos modelo de arquitetura- Verificação de pendências
pendentes arquitetura- Arquiteto
Arquiteto
123

DADOS DE ENTRADA DADOS DE SAÍDA


ATIVIDADE
DADO RESPONSÁVEL DADO RESPONSÁVEL
Gerente BIM do
Encaminhamento para despacho do
Projeto Legal modelo de arquitetura- Projeto Legal Secretaria
diretor de projetos
Arquiteto
Gerente BIM do
Autentica despacho para o setor de
Projeto Legal modelo de arquitetura- Projeto Legal Diretor de projetos
licenciamento
Arquiteto
Gerente BIM do
Documentos do Projeto Responsável do setor de Verificação junto aos órgãos a
Projeto Legal modelo de arquitetura-
Legal licenciamento documentação necessária
Arquiteto
Gerente BIM do
Documentos do Projeto Responsável do setor de Encaminhamento de Projeto Legal
Projeto Legal modelo de arquitetura-
Legal licenciamento RITUR/ STTU
Arquiteto

Responsável do setor Relatório de aprovação


Projeto Legal Responsável técnico da STTU Análise da STTU
de licenciamento
Solicitação de ajustes
Responsável técnico Projeto Legal com Responsável do setor de
Solicitação de ajustes Encaminhamento para chefia de projetos
da STTU pendências licenciamento
Responsável do setor Projeto Legal com lista Recebimento e encaminhamento para
Projeto Legal com pendências Gerente BIM do projeto
de licenciamento de pendências projetista
Gerente BIM do Projeto Legal Gerente BIM do modelo de Realização de adequações solicitadas
Lista de pendências do Projeto Legal
projeto consolidado arquitetura- Arquiteto pelos órgão intervenientes
Gerente BIM do
Termo de solicitação de Responsável do setor de Solicitação de cronograma físico-
Projeto Legal modelo de arquitetura-
cronograma licenciamento financeiro
Arquiteto
Gerente BIM do
Termo de solicitação de Responsável do setor de
Projeto Legal modelo de arquitetura- Solicita documentos ambientais a DMA
licenças ambientais licenciamento
Arquiteto
Gerente BIM do
Anteprojeto de Responsável do setor de
Anteprojeto de arquitetura modelo de arquitetura- Encaminha anteprojeto para a CONVISA
arquitetura licenciamento
Arquiteto

Anteprojeto de arquitetura Relatório de aprovação Responsável da CONVISA Análise da CONVISA


124

DADOS DE ENTRADA DADOS DE SAÍDA


ATIVIDADE
DADO RESPONSÁVEL DADO RESPONSÁVEL
Gerente BIM do
modelo de arquitetura- Solicitação de ajustes
Arquiteto
Projetos aprovados pelos órgão Responsável do setor Licenças/ documentos Responsável do setor de
Consolidação de licenças/ documentos
intervenientes de licenciamento consolidados licenciamento
Desenvolvimento do modelo estrutural-
Gerente BIM do
Gerente BIM do modelo de INFRAESTRUTURA E
Anteprojeto de arquitetura modelo de arquitetura- Anteprojeto de estruturas
estrutura- Engenheiro estrutural SUPERESTRUTURA
Arquiteto
(ANTEPROJETO)
Gerentes BIM dos Anteprojetos de Desenvolvimento dos modelos de
Anteprojetos de arquitetura e de Gerentes BIM dos modelos
modelos de arquitetura engenharias engenharias complementares
estrutura engenharias complementares
e estruturas complementares (ANTEPROJETOS)
Gerente BIM do Verificação do modelo de combate a
Modelo de anteprojeto de combate a Relatório de
modelo de instalações Gerente BIM do projeto incêndio quanto as exigências do corpo de
incêndio incompatibilidades
prediais bombeiros
Gerente BIM do
Modelo de anteprojeto de combate a Modelo de anteprojeto de Responsável do setor de Providenciar entrada junto ao corpo de
modelo de instalações
incêndio combate a incêndio licenciamento bombeiros
prediais
Gerente BIM do Relatório de aprovação
Modelo de anteprojeto de combate a Responsável técnico do Corpo de
modelo de instalações Análise do corpo de bombeiros
incêndio Solicitação de ajustes Bombeiros
prediais
Gerentes BIM dos
Modelos de anteprojetos de arquitetura, modelos de
Relatório geral de Elaboração de relatório de
estrutura e engenharias arquitetura, estruturas Gerente BIM do projeto
incompatibilidades incompatibilidades
complementares e engenharias
complementares
Relatórios de
Gerente BIM do Encaminha para todos os participantes do
Relatório geral de incompatibilidades incompatibilidades por Gerente BIM do projeto
projeto processo
disciplina

Relatórios de incompatibilidades por Gerente BIM do Observações de pré-


Todos os envolvidos no projeto Pré- análise dos modelos
disciplina projeto análises
125

DADOS DE ENTRADA DADOS DE SAÍDA


ATIVIDADE
DADO RESPONSÁVEL DADO RESPONSÁVEL
Gerente BIM do
Anteprojeto de Gerente BIM do modelo de Revisão do modelo de arquitetura
Anteprojeto de arquitetura modelo de arquitetura-
arquitetura revisado arquitetura- Arquiteto (ANTEPROJETO)
Arquiteto
Gerente BIM do
Anteprojeto de estruturas Gerente BIM do modelo de Revisão do modelo de estrutura
Anteprojeto de estruturas modelo de estrutura-
revisado estrutura- Engenheiro estrutural (ANTEPROJETO)
Engenheiro estrutural
Anteprojetos de
Gerentes BIM dos
Anteprojetos de engenharias engenharias Gerentes BIM dos modelos Revisão dos modelos de engenharias
modelos engenharias
complementares complementares engenharias complementares complementares(ANTEPROJETOS)
complementares
revisados
Gerentes BIM dos
modelos de
Modelos de anteprojetos Recebimento e avaliação de modelos de
Modelos de anteprojetos revisados arquitetura, estruturas Gerente BIM do projeto
aprovados anteprojetos revisados
e engenharias
complementares
Gerentes BIM dos
modelos de
Modelo consolidado- Consolidação do modelo de
Modelos de anteprojetos aprovados arquitetura, estruturas Gerente BIM do projeto
ANTEPROJETO ANTEPROJETO
e engenharias
complementares
Gerente BIM do
Projeto básico de Gerente BIM do modelo de Desenvolvimento do modelo de
Anteprojeto de arquitetura consolidado modelo de arquitetura-
arquitetura arquitetura- Arquiteto arquitetura- PROJETO BÁSICO
Arquiteto
Desenvolvimento do modelo estrutural-
Gerente BIM do
Projeto básico de Gerente BIM do modelo de INFRAESTRUTURA E
Anteprojeto de estruturas consolidado modelo de estrutura-
estruturas estrutura- Engenheiro estrutural SUPERESTRUTURA (PROJETO
Engenheiro estrutural
BÁSICO)
Gerentes BIM dos Projetos básicos de Desenvolvimento dos modelos de
Anteprojeto de engenharias Gerentes BIM dos modelos
modelos engenharias engenharias engenharias complementares
complementares consolidados engenharias complementares
complementares complementares (PROJETOS BÁSICOS)
Gerentes BIM dos
modelos de
Modelos de projetos Recebimento e avaliação de modelos de
Modelos de projetos básicos revisados arquitetura, estruturas Gerente BIM do projeto
básicos aprovados projetos básicos revisados
e engenharias
complementares
126

DADOS DE ENTRADA DADOS DE SAÍDA


ATIVIDADE
DADO RESPONSÁVEL DADO RESPONSÁVEL
Gerentes BIM dos
modelos de
Modelo consolidado - Modelo consolidado- PROJETO
Modelos de projetos básicos aprovados arquitetura, estruturas Gerente BIM do projeto
Projeto básico BÁSICO
e engenharias
complementares
Despacho para
Realização de despacho para
Gerente BIM do Coordenadoria de
Modelo consolidado - Projeto básico Diretor de projetos Coordenadoria de Orçamentos e Projetos
projeto orçamentos e projetos
Básicos
básicos
Gerente BIM do
Modelo consolidado - Projeto básico Documentos separados Secretaria Triagem de documentos
projeto
Gerente BIM do Realização de cópia dos documentos de
Modelo consolidado - Projeto básico Cópia de documentação Secretaria
projeto licenciamento
Gerente BIM do Modelos e memoriais
Modelo consolidado - Projeto básico Secretaria Separação dos modelos e memoriais
projeto separados
Gerente BIM do Realização de arquivamento dos
Modelo consolidado - Projeto básico Documentos arquivados Secretaria
projeto documentos originais de licenciamento
Gerente BIM do Planilha de quantitativo
Modelo consolidado - Projeto básico Engenheiro orçamentista Levantamento de quantitativos
projeto de materiais e serviços
Planilha de quantitativo de materiais e Engenheiro
Levantamento de custos Engenheiro orçamentista Estimativa de custos
serviços orçamentista

Planilha de quantitativo de materiais e Engenheiro


Orçamento analítico Engenheiro orçamentista Elaboração do orçamento analítico
serviços e estimativa de custos orçamentista

Engenheiro Cronograma físico- Elaboração do cronograma físico-


Orçamento analítico Engenheiro orçamentista
orçamentista financeiro financeiro
127

DADOS DE ENTRADA DADOS DE SAÍDA


ATIVIDADE
DADO RESPONSÁVEL DADO RESPONSÁVEL

Modelo consolidado - Projeto básico;


Documentação extraída do modelo de
Projeto Básico (Memoriais descritivos,
tabelas de quantitativos e
especificações técnicas; Orçamento Todos os envolvidos Projeto Básico para edital Engenheiro civil- coordenadoria de
Elaboração do Projeto Básico
analítico; Cronograma físico- no projeto de licitação orçamentos e projetos básicos
financeiro; Planilha de quantitativo de
materiais e serviços; Composição de
Custo Unitário do Serviço; Plano de
Execução BIM

Engenheiro civil-
coordenadoria de Arquivos digitalizados Organização de arquivos no formato
Projeto Básico da edificação Responsável do setor de cadastro
orçamentos e projetos no servidor digital no servidor de arquivos
básicos

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019


128

 CONTROLE DE QUALIDADE DOS MODELOS

Quadro 20- Sistema do controle de qualidade dos modelos em BIM

TIPO DE VERIFICAÇÃO OBJETIVOS QUEM? COMO? QUANDO?


Eliminação de objetos não
utilizados ou posicionados
fora do lugar; Gerente
Análise visual do
Checagem virtual Verificação se todos os BIM do Semanalmente
modelo
elementos do modelo se projeto
encontram nos espaços de
trabalhos corretos.
Garantir que nenhum
elemento contenha dados
Gerente
incorretos; Análise visual do
Validação dos elementos BIM do Quinzenalmente
Garantir que todos tenham os modelo
projeto
dados mínimos para a etapa
correspondente.
Garantir que todos os
elementos estejam de acordo
Gerente
com os padrões, critérios e Análise visual do
Checagem padrão BIM do Quinzenalmente
dados básicos pré- modelo
projeto
determinados entre
participantes.
Verificação de interferências
entre os modelos das
diferentes disciplinas que
Gerente Análise visual do
compõem o projeto;
BIM do modelos;
Detectar conflitos dos tipos
Checagem de modelo/ Softwares de
soft clash (distâncias mínimas Semanalmente
interferências Gerente análise e
entre elementos ou sistemas),
BIM do compatibilização
hard clash (sobreposição de
projeto de projetos.
componentes) e time clash
(elementos que podem colidir
ao longo do tempo).

Fonte: Elaborado pela Autora, 2019

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