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UniAGES

Centro Universitário
Bacharelado em Engenharia Civil

ISAIAS SOUZA CLEMENTINO

O BIM COMO PROPULSOR DA ACEITAÇÃO DOS


PROJETOS E SERVIÇOS TÉCNICOS NO MERCADO:
Estudo de caso aplicado nas mesorregiões do leste e
agreste sergipanos

Paripiranga
2021
ISAIAS SOUZA CLEMENTINO

O BIM COMO PROPULSOR DA ACEITAÇÃO DOS


PROJETOS E SERVIÇOS TÉCNICOS NO MERCADO:
Estudo de caso aplicado nas mesorregiões do leste e
agreste sergipanos

Monografia apresentada no curso de graduação


do Centro Universitário AGES, como um dos
pré-requisitos para a obtenção do título de
bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Ms. Bruno Almeida Souza

Paripiranga
2021
Clementino, Isaias Souza, 1999
O BIM COMO PROPULSOR DA ACEITAÇÃO DOS PROJETOS E
SERVIÇOS TÉCNICOS NO MERCADO: Estudo de caso aplicado
nas mesorregiões do leste e agreste sergipanos
/ Isaias Souza Clementino. – Paripiranga, 2021.

Orientador: Prof.: Ms. Bruno Almeida Souza


Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil)
– UniAGES, Paripiranga, 2021.
ISAIAS SOUZA CLEMENTINO

O BIM COMO PROPULSOR DA ACEITAÇÃO DOS PROJETOS E


SERVIÇOS TÉCNICOS NO MERCADO: Estudo de caso aplicado nas
mesorregiões do leste e agreste sergipanos

Monografia apresentada como exigência parcial


para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil à Comissão Julgadora
designada Coordenação de Trabalhos de
Conclusão de Curso do UniAGES.

Paripiranga, ____ de ____________ de _____.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ms. Bruno Almeida de Souza.


UniAGES

Prof. Ms. Raphael Sapucaia dos Santos


UniAGES
A Deus, o maior engenheiro de todos os tempos.
AGRADECIMENTOS

A DEUS, que é meu PAI, meu confidente, meu fundamento e minha esperança!
Agradeço ao TODO PODEROSO porque, sem ELE, sequer poderia ter escrito este
trabalho de conclusão de curso. Pude ver, claramente, a Sua mão me fortalecendo
me direcionando e cuidando das peculiaridades do meu viver, de maneira milagrosa.
Sou grato à minha família: meu pai João Adenilton, minha mãe, Josefa - que
nunca mediu esforços para me ajudar em meio às dificuldades -, minha mana, Quezia,
uma psicóloga nata que aprendi a chamar de amiga; meu irmão Adaías, pelas
interseções.
Também sou grato aos parentes que me apoiaram, vó Maurina, tia Juliana, tia
Ortência, tia Zefinha e tia Marta e a todos que, direta ou indiretamente, me apoiaram
em minha jornada, notadamente os que me apresentaram ao SENHOR, em oração.
“Porque sou eu que conheço os planos que
tenho para vocês”, diz o SENHOR, “planos de
fazê-los prosperar e não de lhes causar dano,
planos de dar-lhes esperança e um futuro”.

Bíblia Sagrada
RESUMO

O Presente trabalho tem como proposta avaliar se a tecnologia BIM tem o potencial
de tornar aceitáveis os projetos e serviços dos engenheiros civis à vista do cliente
autoconstrutor. Para tal, foram explanados conceitos fundamentais, como a Building
Information Modeling (BIM) - tecnologia da construção civil, que aproxima o projeto de
sua realidade em obra, mediante virtualização, modelagem e gerenciamento das
informações. Conceituou-se também o ciclo de vida do edifício, que permanece como
projeto até os primeiros 4 anos e, como construído, de 20 a 50 anos, demandando
que a manutenção também seja contemplada no modelo. É de uma eficiente gestão
da comunicação e informação que surgem os processos BIM, discriminados em 4
etapas macro: plano, projeto, construção e operação, nas quais são exploradas
ferramentas diversas. Também se explicou como funciona a parametria nos objetos
virtuais, que - sendo gerenciadores de bancos de dados, permitem o desenvolvimento
de ferramentas inteligentes. Estas, por sua vez, podem servir nos processos de
projeto - como o Revit; de análise, coordenação, revisão e visualização - como o
Navisworks; de planejamento e de custo - como o Vico. Foi desenvolvida também a
noção de maturidade ou níveis de desenvolvimento do BIM, bem como as principais
classificações internacionais, de modo a extrair orientações para a implantação e
evolução da metodologia. Em seguida, foram abordadas como vantagens capitais do
BIM, na concepção do consumidor final, a visualização do edifício em 3D, ensaio da
obra no computador, simulações e ensaios virtuais, extração automática de
quantitativos, consistência e integridade dos documentos. Acrescenta-se ainda o
atendimento de construções complexas, industrialização, gerenciamento de facilities,
entrega ágil dos projetos, atualização do modelo e compartilhamento de dados em
tempo real, redução de riscos e outros benefícios. Para mais, o conceito de
autoconstrução brasileira foi apresentado como uma tradição desvantajosa ao
consumidor, fruto da exclusão da habitação dos custos do empreendedor e
perpetuada pela reprodução histórico-social. Para verificação dessas afirmações, foi
desenvolvida uma pesquisa de campo, que – mediante um questionário – coletou
informações de ordem econômica e administrativa das obras dos autoconstrutores
das mesorregiões leste e agreste sergipanas. Com essas informações, outro
questionário permite que as pessoas selecionadas como hostis a projetos e serviços
experimentassem e compreendessem uma faceta dos benefícios do BIM, deixando
seu feedback, ao final, pela resposta a 3 perguntas. O resultado confirmou a
proposição inicial, de que – com o BIM – os projetos e serviços ganham maior
aceitabilidade por parte dos consumidores na região estudada.

PALAVRAS-CHAVE: Building Information Modeling. Projetos. Serviços.


Autoconstrução.
ABSTRACT

This work has as purpose to evaluate whether the BIM technology has the potential to
become civil engineers’ projects and services acceptable to the self-builder customer.
To this end, fundamental concepts were explained, such as Building Information
Modeling (BIM) - civil construction technology, which brings the project closer to its
reality on the work, through virtualization, modeling and information management. The
building’s life cycle was also conceptualized, which remains as a project until the first
4 years and, as built, from 20 to 50 years, demanding that maintenance is also included
in the model. It’s from an efficient management of communication and information that
BIM processes emerge, broken down into 4 macro stages: plan, project, construction
and operation, in which different tools are explored. It was also explained how
parametry works in virtual objects, which - being database managers, allow the
development of intelligent tools. These ones, in turn, can serve in project processes -
such as Revit; analysis, coordination, review and visualization - such as Navisworks;
planning and costing - like Vico. The notion of BIM maturity or levels of development
was also developed, as well as the main international classifications, in order to extract
guidelines for the implementation and evolution of the methodology. Then, the main
advantages of BIM, in the final consumer’s conception, such as the visualization of the
building in 3D, testing of the work on the computer, simulations and virtual tests,
automatic extraction of quantities, consistency and integrity of documents, were
discussed. There are also service of complex constructions, industrialization, facilities
management, agile project delivery, model updating and real-time data sharing, risk
reduction and other benefits. Furthermore, the concept of Brazilian self-construction
was presented as a disadvantageous tradition for the consumer, the result of the
exclusion of housing from the entrepreneur’s costs and perpetuated by historical-social
reproduction. In order to verify these assertions, a field research was developed, which
– through a questionnaire – collected information of an economic and administrative
nature about the works of self-builders in Sergipe’s eastern and rural mesoregions.
With this information, another questionnaire allows people selected as hostile to
projects and services to experience and understand a facet of the benefits of BIM,
leaving their feedback, at the end, by answering 3 questions. The result confirmed the
initial proposition that – with BIM – projects and services get greater acceptance by
consumers in the studied region.

KEYWORDS: Building Information Modeling. Projects. Services. Self-construction.


LISTAS DE GRÁFICOS

1: Tomada de decisões. ............................................................................................ 49


2: Valorização do imóvel. .......................................................................................... 50
3: Uso de EPI. ........................................................................................................... 50
4: Processo logístico. ................................................................................................ 51
5: Aceitabilidade dos projetos e serviços de profissional habilitado, com a utilização do
BIM. ........................................................................................................................... 51
6: Contratariam o projeto. .......................................................................................... 52
7: Contratos de engenheiros com a metodologia proposta. ...................................... 52
8: Experiência da visualização 3D. ............................................................................ 53
LISTA DE SIGLAS

BIM Building Information Modeling


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CAD Computer Aided Design
GIS Geographic Information System
LEED Leadership in Energy and Environmental Design
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 15


2.1 A tecnologia BIM .............................................................................................. 15
2.1.1 Objetos inteligentes .................................................................................. 16
2.1.2 Ciclo de vida das construções.................................................................. 17
2.1.3 Nível de desenvolvimento ........................................................................ 18
2.1.4 Processos 3D inteligentes ........................................................................ 20
2.2 Usos do BIM..................................................................................................... 22
2.3 Principais ferramentas, plataformas e ambiente BIM ....................................... 27
2.3.1 Ferramentas de projeto ............................................................................ 28
2.3.2 Ferramentas de análise ........................................................................... 29
2.3.3 Ferramentas de coordenação .................................................................. 29
2.3.4 Ferramentas de revisão e visualização .................................................... 30
2.3.5 Ferramentas de planejamento ................................................................. 31
2.3.6 Ferramentas de custo .............................................................................. 31
2.4 Vantagens para o consumidor final .................................................................. 32
2.4.1 Visualização do edifício em 3D ................................................................ 33
2.4.2 Ensaio da obra no computador ................................................................ 33
2.4.3 Simulações e ensaios virtuais .................................................................. 34
2.4.4 Extração automática das quantidades ..................................................... 34
2.4.5 Geração de documentos mais consistentes e íntegros ............................ 35
2.4.6 Capacitação para construções mais complexas ...................................... 36
2.4.7 Viabilização e intensificação da industrialização ...................................... 36
2.4.8 Gerenciamento de facilities ...................................................................... 37
2.4.9 Agilidade da entrega de projetos.............................................................. 38
2.4.10 Atualização do modelo e compartilhamento de dados a qualquer hora . 38
2.4.11 Redução dos riscos ................................................................................ 39
2.4.12 Coordenação integrada com as equipes de projeto e de campo ........... 40
2.4.13 Acompanhamento da obra e checklist de tarefas .................................. 40
2.5 Extração de relatórios diários ........................................................................... 41
2.6 Complemento de outras tecnologias ................................................................ 41
2.7 Preparação para o futuro ................................................................................. 42
2.8 A autoconstrução ............................................................................................. 43

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 46
3.1 Questionário do perfil dos clientes ................................................................... 46
3.2 Entrevista da opinião sobre os projetos e serviços em BIM ............................. 46

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 48

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 54

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 57

APÊNDICES ............................................................................................................. 59
13

1 INTRODUÇÃO

Na construção civil, o que há de mais inovador e popular pode-se dizer que é a


Modelagem da Informação da Construção, mais conhecido pela sigla em inglês BIM
– Building Information Modeling. Suas vantagens são cada vez mais apreciadas pelas
empresas, profissionais e o setor público brasileiro, que já decidem pela sua
implantação, padronização, difusão e desenvolvimento, à semelhança do que ocorre
nos principais centros econômicos do mundo.
No entanto, no que diz respeito à incorporação imobiliária de consumidores
típicos da autoconstrução, muito comum em regiões onde a fiscalização, a legislação
e as boas práticas construtivas não são efetivas, percebe-se pouca ou nenhuma
disseminação dessa tecnologia. Um dos aspectos principais dessa questão é
justamente a predominância de certa aversão da população à contratação de projetos
e profissionais habilitados para as suas obras, que geralmente são pequenas
construções ou reformas. Considerando os prejuízos que este cenário acarreta, é
necessário que seja dada maior atenção a este nicho do mercado, com vistas à
melhoria dos processos da Construção Civil e da qualidade de vida dos brasileiros.
Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo principal verificar se o BIM
pode aumentar a simpatia dos pequenos construtores aos projetos e serviços
técnicos, com foco na atuação do engenheiro civil. Para tanto, serão adotados os
seguintes objetivos específicos: demonstrar os principais conceitos da tecnologia;
explanar as principais ferramentas, plataformas e ambientes; e elencar os benefícios
potenciais do seu emprego, com foco na visão do consumidor final. Importa também
diagnosticar o perfil dos pequenos construtores sergipanos, visando a seleção
daqueles que não simpatizam com projetos e serviços de um engenheiro civil; e testar
a eficácia dos projetos em BIM no convencimento dos clientes que se enquadram no
perfil delimitado anteriormente.
Esses objetivos dependerão de uma pesquisa bibliográfica - que fomentará os
dados, conceitos, ferramentas e vantagens oferecidas pelo BIM – e de duas pesquisas
qualitativas, exploratórias e com levantamentos através de questionários via Google
Forms. Destas duas, a primeira se ocupa da seleção do público sergipano que
entende ser dispensável, no seu empreendimento e até na sua cidade, a contratação
de projetos e do acompanhamento de um engenheiro civil. A segunda irá investigar
14

se há uma mudança clara na visão dos clientes a respeito dos projetos e do


engenheiro civil quando lhe é oferecido um projeto desenvolvido com os processos e
ferramentas BIM.
15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A tecnologia BIM

Em qualquer ramo do mercado, sempre surgem inovações disruptivas, que


transformam toda a cadeia de trabalho, melhorando os resultados e eliminando
práticas viciosas. Assim como nas demais áreas da indústria, a Construção Civil está
se reconfigurando, direcionada à utilização da tecnologia BIM em um caminho sem
volta. Conforme explana Catelani (2017), o BIM se mostra tão vantajoso que, num
futuro próximo, migrar para o BIM deixará de ser uma opção para ser condição
compulsória, para atuar na indústria da construção civil. Para Eastman (2008), como
um processo revolucionário, o BIM permite a migração de práticas dependentes
apenas da habilidade humana para uma maior habilidade no computador e seus
desdobramentos.
A adoção dessa tecnologia já é contemplada pelo governo brasileiro, em sua
Estratégia Nacional de Disseminação do BIM, instituída pelo Decreto nº 9377 de 17
de maio de 2018. Também já é contemplada pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT, que já disponibilizou as primeiras normas de BIM brasileiras e vem
reivindicando a atualização do modelo, necessária à adequação das necessidades e
culturas nacionais.
Diante disso, o que de fato é o BIM e o que esperar dele? Segundo Plataforma
BIM (2018), da virtualização, modelagem e gerenciamento das atividades oriundas do
projeto ou construção de obras de engenharia, que torna o projeto muito próximo da
obra real, facilitando a observação de possíveis erros de projeto, sobreposições, entre
outros aspectos. No sistema tradicional CAD, as plantas eram o objetivo meio da
representação, mas – com o advento do BIM – passaram a servir como apenas mais
um dos fins no desenvolvimento de um projeto. Segundo Eastman (2008), o BIM
consiste no uso de um modelo de dados, que serve à documentação do edifício, bem
como à simulação de sua construção, operação e reforma.
Para Succar e Kassem (2016), BIM é um conjunto de tecnologias e grupos de
processos em rápida transformação que, por garantir integração, apresenta potenciais
puros para promover a mudança industrial da Construção Civil. Resulta, por
16

conseguinte, em redução da fragmentação e custos elevados, além de melhoramento


da eficiência do setor, pois - quando completo, o modelo conterá a geometria exata e
os dados que embasarão a construção, fabricação e atividades ligadas à execução e
manutenção (EASTMAN; SACK, 2008).
Foi em decorrência do recrudescimento da qualidade dos projetos, constatado
em diversas pesquisas, que vários países do mundo ganharam ânimo para a sua
adoção. Em alguns deles, os benefícios advindos foram tamanhos, que o uso da
tecnologia se tornou obrigatório. No Brasil, no entanto, são escassos os projetos e
execuções de obras públicas assistenciados pelo BIM, bem como estudos
acadêmicos correlatos desenvolvidos no país, apesar da grande carência de
melhorias nas obras públicas (MATOS, 2016).

2.1.1 Objetos inteligentes

Uma das afirmações mais consistentes sobre o BIM é que ele consiste em
políticas, processos e tecnologias, cuja conjuntura é uma metodologia para o processo
de projeto da edificação, ensaio do desempenho e gerenciamento das informações,
com base em objetos virtuais, por todo o seu ciclo de vida.
A tecnologia BIM dispõe, também, de softwares para a elaboração de modelos
autorais, seja de edificações, estruturas ou instalações, os quais utilizam bibliotecas
de objetos virtuais, correspondentes aos componentes da construção real. Estes
objetos possuem todas as informações geométricas, materiais constituintes, normas
atendidas e outros dados semelhantes, que permitem a correta especificação e
desempenho da edificação, bem como a sua visualização 3D.
Por esses objetos serem dotados de parametria, as medidas e características
podem ser alteradas facilmente e todas as informações dos objetos e suas
interrelações serão atualizadas, já que também possuem inteligência. Com isso, são
mantidas a consistência técnica e a coerência construtiva e, como esses componentes
atuam qual banco de dados, os modelos podem servir a fins específicos, como a
gestão da manutenção do edifício (CATELANI, 2017).
Para melhor entender a parametria, dos modelos CAD matemáticos e
mecânicos, temos a noção elementar de que parâmetros são números ou relações
17

numéricas que determinam a interação entre elementos, o que transcende para a


operação de software, sendo adotado - para este caso – o nome de operação
paramétrica. Com isso, pode-se alterar qualquer coisa, a qualquer momento e em
qualquer lugar no projeto, já que o programa fará a coordenação da alteração em
todos os seus documentos e vistas.
Assim, as múltiplas formas podem compartilhar parâmetros, a exemplo de uma
parede que pode ter suas extremidades (base e topo) delimitadas pelo piso, pelo forro
e pelo telhado. De acordo com Autodesk (2014), o termo paramétrico refere-se às
relações entre todos os elementos do modelo que permitem a coordenação e o
gerenciamento de alterações oferecidas pela ferramenta BIM. Relações podem ser
geradas automaticamente pelo software ou manualmente pelo usuário.
Assim, o usuário do software conta com grandes gerenciadores de bancos de
dados, bem como uma visualização multifacetada das informações do modelo e seus
componentes. Isso se dá pelo fato de que – a partir de imagens tridimensionais – é
possível manipular, rotacionar, dar zoom, ligar e desligar partes e categorias de
componentes, como tabelas de quantitativos de dado objeto, por exemplo
(CATELANI, 2017).

2.1.2 Ciclo de vida das construções

O modelo BIM, presente em todas as fases da construção, possibilita inúmeras


vantagens em relação ao processo, atuando como modelo valioso para estudos
preliminares e análise, na geração de documentação, compatibilização, no
planejamento e orçamento da obra, na pré-fabricação de elementos construtivos no
canteiro e, por fim, para operação e manutenção do empreendimento (SANTOS;
CANALLI, 2016).
Na fase de planejamento, ele permite a realização de estimativas de custo para
análise de viabilidade do empreendimento, fornecendo dados importantes a essas
estimativas, como áreas e volumes e outros. Estimativa de custos e planejamento da
obra, associado ao cronograma como modelo auxilia o planejamento do canteiro e a
pré-fabricação na obra. Na fase de condicionamento, quando a obra entregue ao
18

cliente, o modelo é valioso para a manutenção e operação do empreendimento, pois


o mesmo pode ser vinculado a ferramentas de manutenção.
A simples visualização do empreendimento, por si só, já esclarece muito sobre
eles. Como modelo vindo do projeto estrutural pode ser submetido a análises de
engenharia para verificação de esforços, a colaboração é muito importante para se
trabalhar a compatibilização de projetos, a partir de modelos de todas as disciplinas
envolvidas. Permite-se, assim, a verificação de interferências entre as disciplinas e
sua correção antes de chegar à obra evitando desperdícios e atrasos a partir dos
modelos quantitativos precisos.
Para gerar a estimativa de custos o modelo pode ser vinculado às tarefas do
planejamento da obra de forma a gerar uma linha do tempo para construção que
permite visualizar o avanço da obra dos custos e organizar o canteiro a documentação
gerada a partir do modelo BIM porque é um produto do modelo se o modelo é alterado
a documentação também se altera a pré-fabricação melhora eficiência do canteiro
porque pode ser previsível e programadas as informações do modelo enviados para
máquinas para produção de partes de uma obra como, por exemplo, pilares. O modelo
BIM pode ser usado na obra para checklist de atividades, visualização 3D de
atividades, entre outros benefícios disponíveis, construir aplicativos que permitem
abrir um modelo e fazer tarefas com mais precisão e rapidez.
Por fim, se analisarmos o tempo do projeto, comparando-o à vida útil do
empreendimento, veremos que o tempo entre um projeto e a sua construção pode
levar, por exemplo, 4 anos. Porém, este edifício terá uma vida útil de 20 a 50 anos ou
mais, sendo necessário passar por manutenção por muitos anos. Neste momento, um
modelo BIM pode trazer todas as informações para manutenção, função que tem um
valor inestimável ao proprietário.

2.1.3 Nível de desenvolvimento

O conceito de nível de desenvolvimento ou maturidade BIM é fundamental para


evolução de qualquer sistema de implantação da tecnologia, motivo pelo qual muitos
países e empresas têm investido em matrizes de classificação do desenvolvimento
dos processos BIM. Trata-se de uma identificação que se baseia na proporção
19

qualitativa, na experiência do uso e no grau de excelência das capacidades BIM, que


diz respeito à avaliação da habilidade mínima necessária à realização de dado
trabalho. Maturidade, por conseguinte, representa os anseios da busca por melhoria
da qualidade do processo pela experiência em realizar uma atividade ou entregar um
produto ou serviço BIM (JÚNIOR; BEZERRA, 2018).
Succar (2009) define os estágios do BIM na forma de uma matriz, onde aponta
a existência de incontáveis possibilidades atribuídas ao BIM, o que ele vê como um
conjunto de desafios que precisam ser enfrentados pela Arquitetura, partes
interessadas de Engenharia, Construção e Operações (AECO). Os múltiplos estágios
descritos por ele delineiam marcos de capacidade de extrema importância, a serem
alcançados por equipes e organizações que fazem uso de tecnologias e conceitos
BIM. Assim, trata-se de um ponto de partida para a implementação da tecnologia, bem
definido em três estágios BIM fixos.
Na publicação de Succar (2009), pré-BIM é o termo usado para representar o
status da indústria no período anterior à implementação do BIM e Entrega de projeto
integrado (IPD) para denotar uma abordagem ou um objetivo final de implementação
do BIM.
Os estágios BIM, propriamente ditos, englobam tecnologia, processo e
componentes próprios, política de modelagem da informação, sendo eles o BIM
Estágio 1 – onde a modelagem se baseia em objetos; o BIM Estágio 2 – que apresenta
colaboração baseada em modelo e BIM Estágio 3 – marcado por uma integração
baseada em rede.
A definição dada a cada um se entende a partir da noção de requisitos mínimos,
onde - exemplo, uma organização é considerada de estágio 1 de capacidade BIM se
dispuser da implantação de uma ferramenta de software de modelagem baseada em
objeto. Semelhantemente, para estágio 2 de capacidade BIM, a organização precisa
ser integrante de um projeto colaborativo que envolva múltiplas disciplinas, tomando
por base os modelos. E poderá ser considerada em estágio 3 de capacidade BIM, a
organização que fizer uso de uma solução baseada em rede – que pode ser, por
exemplo, um servidor de modelo – a fim de compartilhar modelos baseados em objeto
com pelo menos duas outras disciplinas.
Outra fonte de nivelamento do desenvolvimento do BIM foi desenvolvida pelo
American Institute of Architects – em seu Formulário de Protocolo de Modelagem de
Informação de Construção, um documento cujos objetivos principais são: ajudar as
20

equipes, incluindo proprietários, a especificar as entregas BIM e obter uma imagem


clara do que será incluído em uma entrega BIM. Visam, também, prestar auxílio aos
gerentes de design na explicação das informações e detalhes que precisam ser
fornecidos em vários pontos do processo de design, às suas respectivas equipes. É
visado ainda o fornecimento de um padrão a ser referenciado por contratos e planos
de execução BIM (BIMFORUM - LOD, 2021).
A classificação do LOD define o nível de desenvolvimento de um modelo com
base nos objetivos que ele está direcionado a atender e se diferencia do conceito de
nível de detalhe, que pode ser pensado como processo de entrada para o elemento,
enquanto aquele é dado como a saída confiável. Assim, o LOD apresenta 6 níveis,
que são LOD 100 – o modelo serve ao estudo de massa, resultando no Projeto
Conceitual; LOD 200 – que já dispõe de um modelo esquemático, qual seja o
Anteprojeto; LOD 300 – no qual o modelo possui montagens precisas, nomeado
Projeto Executivo. Continuando, o LOD 350 apresenta um modelo que, além das
montagens precisas, se conecta com outros modelos construtivos; o LOD 400 conta
com informações mais precisas no modelo para construção e o LOD 500 tem o
desenvolvimento de um modelo para manutenção, equivalente ao As-built.

2.1.4 Processos 3D inteligentes

O BIM é o resultado da junção da parametria os objetos virtuais e o


armazenamento de dados nos gerenciadores desses componentes, pelo que o
modelo BIM se torna um repositório de informações associadas a elementos 3D
paramétricos, que permitem o controle de todo o ciclo de vida do projeto. Os atributos,
que são as informações carregadas pelos elementos, dizem respeito a nome de tipo,
dimensões, fabricante, material, código, custo, classificação, fase e outros afins.
A parametria possibilitou a tecnologia BIM, podendo ser identificado como o “i”
da sigla, já que a informação se une a ela, permitindo mais inteligência aos objetos.
As ferramentas de modelagem paramétricas podem ter diferentes graus de aplicação
da parametria, mas a parametria sozinha não é BIM. Já que o modelo BIM é um
repositório de informações associadas a elementos 3D, pode-se dizer que a
representação 3D de um projeto é a estação visual dessas informações.
21

Na indústria de manufatura aeroespacial e eletrônica, a parametria permitiu o


desenvolvimento de ferramentas inteligentes, que admitem a análise de engenharia
nos produtos a serem desenvolvidos por essa indústria. Na indústria da Construção
Civil, as ferramentas BIM são desenvolvidas para diferentes tipos de projetos, com
sistemas de modelagem paramétrica orientada ao objeto. Os diferentes tipos de
projetos possuem classes desses objetos, de acordo com o tipo de projeto, podendo-
se tomar como exemplo as classes de objetos de arquitetura, de estrutura, de
instalações hidráulicas e elétricas, com regras de comportamento específicas para
cada elemento e informações associadas a eles.
Para exemplificar, basta analisar a classe janelas, na qual se tem as famílias,
que, por sua vez, são as bibliotecas conhecidas como blocos nas ferramentas 2D, que
agora são muito mais eficientes e poderosas. Voltando a observar uma família de
janelas de correr de 2 folhas e outra de janelas de abrir, verifica-se que elas possuem
em os tipos, que são as variações dimensionais do objeto. Por exemplo, uma janela
de correr de 2 folhas pode ter dimensões diferentes, mas tem as mesmas
características.
Por fim, cada inserção desta janela em dado projeto, que é denominada
instância, pode ser diferente quanto ao pavimento inserido ou o seu peitoril. As
ferramentas para cada tipo de projeto possuem suas famílias específicas em cada
sistema; cada família apresenta tipos de objetos com as mesmas características,
porém com dimensões.
Dessa forma, temos a parametria somada à informação no objeto e, assim,
todas as classes de elementos possuem famílias com seus elementos paramétricos
e regras de comportamento, além de inserção e atributos associados, que
especificam informações a essas bibliotecas. As informações podem ser nome de
tipo, dimensões, fabricante, material, código, custo, classificação, número
OmniClass, título OmniClass , fase, descrição, comentários, propriedades físicas,
propriedades analíticas, propriedades de luminotécnica, e outros registros
necessários à sua identificação. O termo OmniClass se refere a um sistema
elaborado e utilizado na América do Norte, que respeita o padrão internacional ISO
12006-2 e visa o acompanhamento de todo o ciclo de vida de um edifício, desde o
projeto até a sua demolição. (OMNICLASS, 2020).
Praticamente não há um limite de informações que podem ser associadas aos
objetos, pois - se a ferramenta não traz um atributo – o usuário sempre poderá criar
22

um novo atributo ou objeto, uma funcionalidade que é permitida pelas ferramentas


BIM. Pode-se tomar como exemplo a visualização das propriedades de uma parede,
onde está identificado o nome de tipo, espessura de cada camada, material de cada
camada e função de cada camada. Em outro exemplo, visualizam-se as mesmas
propriedades de uma parede, exibidas a partir de uma ferramenta de visualização,
mostrando que – no BIM - o importante é que a informação acompanha o elemento
em todo o ciclo de vida do projeto, sendo compartilhada por todos os envolvidos.
Nas ferramentas BIM, alguns elementos tem um comportamento paramétrico
mais complexo, tais como tubos de conexão de instalações, do que portas e janelas,
por exemplo. Um projeto de instalações hidráulicas e elétricas tem tubos e conexões
que se conectam conforme regras específicas de projeto, de modo que todos esses
objetos têm informações associadas a eles.

2.2 Usos do BIM

De acordo com o Messner et al. (2021), os usos do BIM se diversificam


conforme as fazes da construção, que são divididas em quatro: plano, projeto,
construção e operação. Nestas fases, os profissionais envolvidos terão suas
ocupações bem divididas e organizadas através de subetapas.
Primeiramente, se faz a captura de condições existentes: “usando abordagens
de captura de informações 3D e software de autoria BIM para desenvolver um modelo
3D das condições existentes para um local, instalações em um local ou uma área
específica dentro de uma instalação”. Este modelo pode ser desenvolvido usando
vários métodos, incluindo digitalização a laser, fotogrametria ou abordagens
tradicionais de levantamento. O modelo pode ter vários níveis de informações,
dependendo do uso pretendido para o modelo, incluindo geometria 3D e outras
informações de ativos.
Definidas as condições existentes, segue-se à Estimativa de custo do autor,
que segundo Messner et al. (2021), é um processo no qual o BIM pode ser usado para
auxiliar na geração de estimativas de quantidade e custos precisas ao longo do ciclo
de vida de um projeto. Esse processo permite que a equipe do projeto veja os efeitos
de custo de suas mudanças, durante todas as fases do projeto, o que pode ajudar a
23

conter estouros excessivos de orçamento devido a modificações no projeto.


Especificamente, o BIM pode fornecer efeitos de custo de adições e modificações,
com o potencial de economizar tempo e dinheiro e é mais benéfico nos estágios
iniciais de design de um projeto.
A posteriori, é desenvolvido o modelo 4D autoral, que se descreve como um
processo em que a dimensão tempo é associada ao modelo 3D, permitindo um
planejamento efetivo da ocupação em fases de renovação, retrofit, adição, bem como
tornar clara a sequência de construção e as premissas para divisão do espaço no
canteiro de obras. Aqui, o BIM se mostra muito útil à compreensão dos marcos
projetuais e planos construtivos, tendo grande contribuição para a visualização e
comunicação do projeto e suas alterações (MESSNER et al., 2021).
Em seguida, realiza-se a análise dos requisitos do programa, com foco na
avaliação do desempenho do projeto em termos de requisitos espaciais. Neste
contexto, observa-se que, quando se trata de um modelo BIM, o atendimento dos
requisitos espaciais são facilmente alcançados, já que a equipe dispõe de uma
avaliação espacial simplificada. A complexidade dos regulamentos e padrões
relacionados também é melhor retratada, possibilitando um diálogo mais eficiente com
o cliente, em torno de suas necessidades e opções, bem como maior probabilidade
de acerto das decisões críticas (MESSNER et al., 2021).
Feito isso, segue-se à análise dos critérios de seleção do sítio ou local, que
nada mais é que um processo nas quais ferramentas BIM com integração a GIS -
Geographic Information System, que são muito úteis à determinação da localização
ideal do lote para um determinado projeto. A partir desses dados, seleciona-se o local
e, em seguida, posiciona-se o edifício, conforme os critérios cabíveis (MESSNER et
al., 2021).
Posteriormente, pode-se desenvolver o Design do Autor, em que - usando o
software de autoria BIM para desenvolver um modelo com 3D e informações de
atributos adicionais para um projeto de instalação, aproveitando uma biblioteca de
elementos de projeto paramétricos.
Na sequência, vem a Revisão do modelo ou dos modelos de design, que
consiste em Revisar um modelo de informações de construção com as partes
interessadas do projeto para obter seu feedback e validar o design, a construção e ou
os aspectos operacionais de um projeto. Nas revisões, são contempladas avaliações
dos requisitos programáticos, onde se prevê a estética e o layout do espaço,
24

analisando-os em um ambiente virtual, com definição dos critérios de layout, linhas de


visão, luminotécnica, segurança, ergonomia e diversos outros requisitos (MESSNER
et al., 2021). Os autores do Guia explicam também que isso pode ser feito somente
com o auxílio de um software de computador, embora estejam disponíveis, também,
recursos de mock-up virtuais especiais e maquetes virtuais, em vários níveis de
detalhe. Como exemplo, pode-se criar um modelo suficientemente detalhado apenas
de determinada parte da edificação.
A subetapa seguinte é a análise do desempenho estrutural, um processo que
sutiliza de um software de modelagem analítica, o qual – através do modelo de autoria
de projeto em BIM – permite a determinação do comportamento de um dado sistema
estrutural. Inicia-se com a modelagem, que utiliza os padrões mínimos exigidos aos
projetos e às análises estruturais para a sua otimização e, a partir dessas informações,
são alimentados os dados para a fabricação digital e o projeto do sistema construtivo
(MESSNER et al., 2021).
Para que os benefícios dessa análise sejam efetivos, a sua implementação
independe da fase do designe que é iniciada, de modo que é comum a análise
estrutural coincidir com o projeto da conexão, tornando a fabricação mais rápida e
eficiente, e melhorando a coordenação no decorrer da construção. Aplicando-se esta
ferramenta de análise, o modelo pode passar por simulações de desempenho,
fundamentais à qualidade do projeto, bem como o desempenho e a segurança das
instalações (MESSNER et al., 2021).
Adiante, realiza-se a análise do desempenho da iluminação, em que se
aproveita o modelo para realizar uma revisão quantitativa e estética das condições de
iluminação dentro de um espaço ou em uma superfície ou série de superfícies. Isso
pode incluir análise de luz natural ou análise de iluminação artificial.
Com a conclusão desta subetapa, segue-se à análise do desempenho
energético, que se dá pelo uso de um ou mais programas de simulação de energia –
através de um modelo BIM adequado à condução de tais avaliações. Com isso, busca-
se fazer a inspeção da compatibilidade do padrão de energia da edificação e otimizar
o projeto, reduzindo os custos de ciclo de vida da estrutura (MESSNER et al., 2021).
Consecutivamente, realiza-se a análise do desempenho da engenharia, em
que – para determinar o método de engenharia mais eficaz – o modelo BIM passa por
um software de modelagem inteligente, que se baseia nas especificações do projeto.
A partir dessas informações, são repassados a análise de energia, da estrutura, o
25

planejamento de evacuação e outros documentos ao proprietário ou operador da


edificação, que os utilizará nos seus sistemas. As melhorias advindas da aplicação
dessas ferramentas de análise e simulações de desempenho são significativas, com
efeito sobre o projeto da instalação e o consumo de energia decorrente, ao longo do
seu ciclo de vida (MESSNER et al., 2021).
Sequencialmente, ocorre a Análise do desempenho da sustentabilidade, que
visa garantir o reconhecimento da sustentabilidade do edifício, sendo para isso
indispensável que tal projeto seja certificado por alguma instituição competente e
reconhecida no mercado, como o Selo Casa Azul e LEED - Leadership in Energy and
Environmental Design. Visando isso, o projeto BIM é submetido a avaliações
baseadas no LEED ou outros critérios, durante toda a vida útil das instalações. Quanto
antes aplicado, a saber, na fase de planejamento e design iniciais, maior é a sua
eficácia, posto que o impacto é maior, e a eficiência, considerando o custo e o
cronograma de decisões. Para mais, pela abrangência do processo – que antecipa a
interação com outras disciplinas, todo esse trabalho resulta em percepções muto
valiosas ao empreendimento (MESSNER et al., 2021).
Então, se dá sequência aos Modelos de Projeto de Coordenadas, usando
software de coordenação 3D para compilar um modelo federado de modelos de
design para realizar detecção de colisão 3D automatizada para identificar possíveis
problemas de coordenação junto com a realização de uma análise visual para
identificar possíveis problemas de design espacial. O modelo federado pode incluir
elementos de design permanentes, elementos de construção temporários e elementos
operacionais potenciais, incluindo folgas ou outros móveis.
Perante isso, se desenvolve o modelo de logística do canteiro de obras do
autor, fase marcada pela Criação de um modelo de instalações permanentes e
temporárias em um local durante várias fases do processo de construção para
comunicar as condições físicas do local e planejar a logística geral. É possível também
fazer associação do cronograma de atividades de construção, marcando os requisitos
de espaço e sequenciamento e, então, o modelo é carregado com informações de
mão de obra, materiais, logística e localização do equipamento. Permite-se também
um planejamento visualizável, já que os componentes do modelo 3D podem ser
vinculados ao cronograma. Outras funções de gerenciamento do local são igualmente
viáveis, tais como o replanejamento de curto prazo e a análise de recursos
(MESSNER et al., 2021).
26

Nessa sequência, vem a elaboração de o temporário de sistemas de


construção do autor, onde o é usado BIM para criar o projeto dos sistemas temporários
necessários para a construção dos sistemas de construção permanentes. Esses
sistemas temporários podem incluir cofragem de concreto, andaimes, suporte de
sistemas de escavação, escoramento temporário, aquecimento temporário,
iluminação temporária ou outros sistemas de construção temporários projetados.
Com esta fase concluída, torna-se viável fabricar produtos usando informações
de um modelo para fabricar materiais de construção, conjuntos ou módulos. Os
exemplos incluem fabricação de chapa ou tubo, fabricação de aço estrutural,
fabricação de painel de parede e fabricação de montagem de parede.
Adiante, procede-se o layout de obra de construção, em que se faz uso das
informações do modelo para organizar montagens de instalações ou automatizar o
controle de equipamentos automatizados em um projeto de construção. Em
decorrência disso, agrega-se valor potencial na diminuição dos erros de layout,
aumento da eficiência e da produtividade, diminuindo o tempo gasto no levantamento
no campo e redução do retrabalho, pois os pontos de controle são recebidos
diretamente do modelo.
Seguinte a isso, ocorre a compilação do modelo de registro, processo no qual
se obtém informações sobre os elementos da instalação, condições ambientais e
ativos de uma instalação. O modelo de registro deve, no mínimo, conter informações
relacionadas aos sistemas arquitetônicos, estruturais e MEP.
Dando sequência, realiza-se a manutenção de monitores, em que cabe o uso
de modelos de informações da instalação para monitorar o status da instalação e
programar atividades de manutenção para uma instalação.
A partir daqui, sequencia-se o monitoramento do desempenho do sistema, em
que se usa modelos analíticos e dados do sensor de uma instalação para avaliar e
modelar o desempenho funcional geral dos sistemas da instalação, por exemplo,
estrutural, mecânico, elétrico, hidráulico, de segurança e proteção contra incêndio.
Posto isso, ganham atenção os ativos de monitoramento, no qual se segue um
processo, em que a operação e manutenção de uma instalação e os respectivos ativos
são auxiliados pela utilização conjunta de um sistema de gestão organizado e um
modelo de registro. A importância desta fase se dá pelo fato de que o proprietário e
os usuários conseguem operar esses ativos, ou seja, o edifício físico, seus sistemas,
ambiente circundante e equipamentos (MESSNER et al., 2021).
27

Ele auxilia na tomada de decisões financeiras, no planejamento de curto e


longo prazo e na geração de ordens de serviço programadas. O gerenciamento de
ativos utiliza os dados contidos em um modelo de registro para preencher um sistema
de gerenciamento de ativos que é então usado para determinar as implicações de
custo da mudança ou atualização de ativos de construção, segregar custos de ativos
para fins fiscais financeiros, e manter um banco de dados abrangente e atualizado
que possa produzir o valor dos ativos de uma empresa. O link bidirecional também
permite que os usuários visualizem o ativo no modelo antes de fazer a manutenção,
reduzindo potencialmente o tempo de serviço.
Após esta fase, parte-se ao monitoramento da utilização do espaço,
compreendido por um novo processo, que tem por objetivo distribuir, gerenciar e
rastrear espaços de forma apropriada e recursos relacionados, de forma eficaz em
dada instalação. Aqui, é garantida a alocação conveniente dos recursos espaciais no
transcorrer da vida útil da instalação (MESSNER et al., 2021).
Por fim, segue-se analisando o gerenciamento de emergência, que envolve a
integração do modelo BIM ao sistema de automação predial, com o intuito de que as
informações críticas do empreendimento sejam acessadas facilmente pelos
atendentes de emergência. Nesse processo, as informações estáticas do edifício,
como plantas baixas, esquemas de equipamentos e outros são fornecidos pelo
modelo e, mediante uma conexão sem fio, esses dados são integrados às
informações dinâmicas da construção. Desse modo, as equipes de resposta a
emergências saberão, por meio de um sistema central, exatamente onde a
emergência se localiza no prédio, as possibilidades rotas para a região e os diversos
lugares perigosos nos termos da edificação (MESSNER et al., 2021).

2.3 Principais ferramentas, plataformas e ambiente BIM

No processo BIM são necessárias diversas ferramentas para modelar, analisar,


fazer detecção de interferências no modelo, entender o que é planejamento 4D
levantamento de custos e usar o modelo para a manutenção e operação do edifício.
Com a evolução da modelagem de sólidos, surgiu a 1ª geração
de ferramentas de modelagem de sólidos 3D, a saber as formas de representação,
28

conhecidas como CAD paramétrico PTC, tendo sua utilização principiada pela
indústria mecânica e aeroespacial, que se tornam enormes potenciais
nessas ferramentas em termos de projetos com menos erros, integração de
capacidades de análises e para automação de fabricação.
A indústria da construção não enxergou esses benefícios no início e foi na
direção das ferramentas de CAD para geração de desenhos convencionais em 2D.
Foi a partir do desenvolvimento da capacidade de parametria orientada a objetos
refinados na indústria mecânica, que houve um crescimento das ferramentas de BIM
atualidade.
Em 2002, com a evolução da tecnologia da modelagem paramétrica, o
desenvolvimento da inteligência dos objetos e a possibilidade de associação de
informações aos objetos, originou-se a tecnologia BIM, que passou a contar
com ferramentas de modelagem paramétrica de arquitetura, estrutura, hidráulica,
elétrica, ar-condicionado, incêndio entre outras para outros usos do BIM. Para
compreender claramente as ferramentas e suas aplicações, é conveniente apresentá-
los, relacionando as suas respectivas fases do projeto, mencionadas no ciclo de vida
das edificações.

2.3.1 Ferramentas de projeto

Nesta oportunidade, o objetivo é discorrer sobre as ferramentas BIM utilizadas


para cada uma das atividades de projeto, destacando que existem diversos
desenvolvedores de softwares que desenvolvem soluções BIM. Como não é possível
apresentar todas as ferramentas, será apresentado um exemplo para cada disciplina,
iniciando com a apresentação de ferramentas de modelagem de arquitetura, estrutura
e instalações. Os principais softwares de modelagem BIM utilizados para arquitetura
são Revit® da Autodesk e Archicad® da Graphisoft. Para modelagem de estruturas,
são frequentemente usados os programas Revit®, Tekla Structures® da Trimble,
TQS® e Eberick® da AltoQi. E, para a parte de instalações, vale citar os softwares
QiBuilder® da AltoQi e Revit® (REVIT LT | PROJETE MELHOR COM SOFTWARE
BIM, [s. d.]).
29

2.3.2 Ferramentas de análise

Durante o seu ciclo de vida, o projeto passa por inúmeras análises a fim de que
o modelo atenda com máxima integridade as condições reais de construção, operação
e manutenção do empreendimento. Dentro dessa abordagem, serão mencionadas a
análise estrutural, análise de engenharia, análise de consumo de energia e análise de
luminotécnica. Tomando por base o que diz Messner et al. (2021), na etapa de projeto,
são reconhecidas subdivisões para as atividades, quais sejam design do autor,
revisão do modelo de design, análise do desempenho estrutural, da iluminação,
energético, da engenharia e da sustentabilidade.
Para a análise da estrutura, é comum a utilização dos softwares TQS e o Eberic
da AltoQI®, que – além da modelagem – realizam a análise de estruturas de concreto
e metálicas, permitindo ainda integração com outras ferramentas de modelagem.
Desta forma, é possível levar um modelo gerado nele para ser analisado pelo
seguimento das seguintes etapas: projeto estrutural, carregamento de esforços,
análise, otimização em função dos resultados da análise estrutural. Para
compreensão do comportamento da estrutura, é feito o carregamento de vários tipos
de cargas, a exemplo das cargas livres e cargas de ventos. Em seguida, é feita a
análise estrutural, a partir da geração de malhas de elementos finitos e do modelo
analítico. Os resultados das análises são exibidos de diversas formas, seja por
visualização gráfica, com tabela de esforços em cores, tabelas e exibição gráfica das
informações. Com os resultados das análises, é feita a atualização do modelo, que
gera o detalhamento da estrutura e documentação.

2.3.3 Ferramentas de coordenação

Este tópico aborda, como ferramenta de coordenação de projetos, uma


ferramenta muito utilizada, que é o software Naveswork Manager da Autodesk, cujos
recursos permitem fazer a detecção de interferências entre 2 disciplinas, dentre outras
aplicações. Para sua utilização, inicia-se abrindo 2 arquivos do Revit, onde se modela
30

arquitetura e outro do projeto de hidráulica. Para visualizar as informações, observa-


se que - depois de abertos – os projetos se sobrepõem, mas basta ocultar a arquitetura
para visualizar as instalações (RECURSOS DO NAVISWORKS | RECURSOS DAS
VERSÕES 2022, 2021 | AUTODESK, [s. d.]).
Em seguida, deve-se usar os recursos para fazer a detecção de interferências,
momento em que é apresentada uma lista com imagens, isolando os elementos
envolvidos no conflito. Navegando entre os conflitos, pode-se marcar os mesmos
como ativos, revisados, aprovados ou resolvidos para, então, seguir ao próximo
passo, qual seja a geração do relatório, que pode ser em vários formatos. É possível
selecionar quais informações irão para o relatório; por exemplo, pode ser feito em
forma de tabela HTML. Neste relatório, todas as informações dos objetos, as imagens
são exibidas e são gravadas imagens de todos os conflitos, que podem ser usadas
em relatórios que estejam em outros formatos (RECURSOS DO NAVISWORKS |
RECURSOS DAS VERSÕES 2022, 2021 | AUTODESK, [s. d.]).

2.3.4 Ferramentas de revisão e visualização

Neste tópico, é apresentado como ferramenta de revisão de projetos BIM o


software Naviswork Manager da Autodesk®, dando destaque aos recursos de
navegação no modelo e de revisão de projetos em 3D. Para tanto, é aberto no
Naviswork o modelo de arquitetura e instalações e, com o recurso trena, pode-se fazer
medições de distância de várias formas, transformá-las em linha se revisão e a vista
fica gravada para posterior recuperação. Além da medição, é possível fazer anotações
em pontos do modelo, em nuvem de revisão. Outra funcionalidade é a inserção de
tags, onde se tem um controle numerado das revisões, sendo possível inserir os
comentários. Todas as vistas das revisões são salvas e podem ser visualizadas a
qualquer momento. Além dessa, uma função igualmente importante na navegação é
a que permite alterar a visibilidade dos objetos, deixando-os transparentes para
permitir a visualização interna (RECURSOS DO NAVISWORKS | RECURSOS DAS
VERSÕES 2022, 2021 | AUTODESK, [s. d.]).
Dessa forma, o modelo permite que se faça a revisão em 3D, com informações
dos conflitos do projeto, bem como navegar com mais realismo pela inserção de um
31

personagem (avatar) na cena e acionar efeitos de colisão, agachamento e gravidade.


Com o efeito de colisão, o personagem - ao encontrar um obstáculo - é impedido de
atravessá-lo, de modo que - ao se desabilitar esse efeito - ele pode atravessar os
obstáculos. Dito isso, o personagem pode caminhar no modelo, até encontrar uma
escada e então é ligada a gravidade, que permite que ele avance pela escada,
gerando o efeito de subida (RECURSOS DO NAVISWORKS | RECURSOS DAS
VERSÕES 2022, 2021 | AUTODESK, [s. d.]).

2.3.5 Ferramentas de planejamento

Como ferramenta de planejamento 4D, será apresentado o software Naviswork


da Autodesk, mostrando como é possível fazer a associação de um cronograma de
construção ao modelo 3D para gerar a linha do tempo. Primeiramente, é definido no
programa o mês em que se está trabalhando, importa-se o modelo de arquitetura e
cria-se as tarefas, com os quais é possível gerar a configuração para a simulação da
construção. Uma vez aberta a janela da linha do tempo, nela pode ser inserida uma
tarefa manualmente, com as datas de início e fim da tarefa e fazer a associação do
cronograma no MS Project.
A vantagem dessa associação é que a inserção das tarefas se torna mais
rápida. Depois de criadas as tarefas, é necessário associar os elementos do modelo
que correspondem a cada tarefa, podendo isso ser feito elemento por elemento ou,
para mais eficiência, mediante a aplicação de regras, usando o modo de seleção de
elementos de cada tarefa. Depois da associação feita, é possível observar que cada
tarefa tem seus objetos. Na sequência, é feita a simulação, que pode ser ajustada
para dias, semanas e horas e também verificar o que vai ser exibido, se o desempeno
planejado ou o andamento real, ou uma conjunção de ambos. Em seguida, a
simulação é exibida, mostrando a visualização 4D do modelo já associado ao
cronograma de obra.

2.3.6 Ferramentas de custo


32

Inicialmente, é importante entender o fluxo de trabalho para a geração do


orçamento a partir de um modelo BIM, para o que será adotado o software Vico, da
trimble, como ferramenta de custo e orçamentação. Nesse sentido, a partir de
modelos 3D de todas as disciplinas envolvidas, geramos as importações para a
ferramenta de orçamentos e, em seguida, é feito o levantamento das quantidades
para, finalmente, criar ou importar os curtos, que serão utilizados para elaborar o
orçamento. Tal processo é feito da seguinte forma: no Vico existe a opção de importar
modelos do Revit, Archicade, Tecla e outros, podendo ainda ser feita a importação de
modelos no formato IFC. De posse do modelo, a ferramenta gera o levantamento de
quantidades, baseando-se nos elementos construtivos dos modelos. A ferramenta
permite várias formas de visualização do levantamento, inclusive gerando
levantamento de áreas de superfícies de vigas - por exemplo.
Depois de realizado o levantamento, inicia-se a criação da EAP – Estrutura
Analítica de Projeto - ou importação de um arquivo Excel ou de um modelo template
já definido pelo usuário. Na ferramenta, os insumos são calculados em função das
quantidades dos elementos levantados do modelo para cada elemento. A partir da
criação da EAP, com os valores dos insumos aplicados e criadas todas as
composições de custos, é gerado o orçamento.

2.4 Vantagens para o consumidor final

O consumidor final certamente se realizará ao desfrutar do processo BIM, pois


– além de visualizar em 3D o que está sendo projetado – poderá ensaiar a obra no
computador e realizar simulações e ensaios virtuais para análises. Poderá extrair
automaticamente as quantidades, identificar interferências automaticamente, gerar
documentos mais consistentes e íntegros, capacitar-se e executar construções
complexas, bem como viabilizar e intensificar o uso da industrialização.
Também contará com gerenciamento de facilities, agilidade da entrega dos
projetos, atualização do modelo a qualquer hora, compartilhamento de dados em
todas as fases, redução dos riscos, a coordenação integrada com as equipes de
projeto e de campo, acompanhamento da obra e checklist de tarefas e inspeções,
33

alocação de pontos no campo e extração de relatórios diários. Será possível ainda


completar o uso de outras tecnologias e, com tudo isso, preparar sua empresa ou seu
projeto de vida para o futuro (CATELANI, 2017).

2.4.1 Visualização do edifício em 3D

Um dos principais contrastes da tecnologia BIM com o sistema tradicional de


projetos em CAD é a possibilidade de visualização 3D, já que na tecnologia CAD o
projeto se resume a documentos, como plantas, cortes, vistas ou, no máximo,
perspectivas. Messner et al. (2021) reconhece a dificuldade que o leitor desses
documentos naturalmente passa, pela necessidade de imaginar a edificação ou a
instalação projetada. No BIM, a vista 3D está presente em todas as fases do modelo,
com projeção de todos os detalhes do edifício ou instalação, a despeito da
complexidade, e a detecção de interferências geoespaciais entre os objetos. Destaca-
se que, embora todo projeto em BIM apresente a vista 3D, não são todos os projetos
em 3D que são desenvolvidos em BIM, já que a tecnologia consiste em um processo
que se aproveita ao máximo dos gestores de banco de dados.

2.4.2 Ensaio da obra no computador

É do conhecimento geral que a maior dificuldade de se acertar na construção


de uma edificação, de modo a satisfazer tanto proprietários quanto legislações e
normas, é justamente a inviabilidade de fazer testes antes da construção, pois – uma
vez construída – a edificação incorpora todos os recursos dispendidos. Por esse
motivo, explica Catelani (2017), a indústria da Construção Civil, comumente, é vista
como a indústria dos protótipos, em que cada projeto é único, tornando os
conhecimentos correlatos exclusivos para ela, suas condições de execução,
endereço, concepção geológica do subsolo, condições climáticas, a mão de obra
disponível e outros fatores. Com o uso do BIM no chamado Planejamento ou
Sequenciamento 4D, é possível estudar detalhadamente todas as etapas e atividades
34

previstas para a execução de uma obra, pela modelagem tanto do edifício ou


instalação dos processos construtivos. Isso inclui as múltiplas fases do canteiro de
obras, bem como instalação e operação de gruas, elevadores de obra, bandejas de
proteção, e outros elementos, além das animações, que podem ser criadas para
demonstrar a sequência de atividades de forma clara.
O autor acrescenta que isso gera economia, eficiência e maior chance de
acertos, já que problemas e conflitos oriundos da execução podem ser diagnosticados
no modelo, podendo ainda ser contemplados outros itens de logísticas de canteiros.
Como resultado, os riscos são reduzidos e o controle é ampliado, de forma que ocorre
um aumento de sincronia entre o planejamento e o orçamento e consequente
pontualidade nos prazos e eliminação de interrupções nos serviços. Assim, a
construção pode ser ensaiada virtualmente, antes de chegar à execução no canteiro
de obras (CATELANI, 2017).

2.4.3 Simulações e ensaios virtuais

Simulações e ensaios virtuais dizem respeito ao conjunto de análises e


estudos, sejam elas estruturais, energéticas, estudos térmicos, luminotécnicos ou de
sombreamento, que - mediante o uso de modelos BIM – determinam o comportamento
e o desempenho das construções ou instalações, bem como de suas partes e
sistemas. Essa nova funcionalidade, que não existia nos projetos baseados em
documentos CAD, é uma das áreas mais requisitadas pelos desenvolvedores dos
softwares, dotada de grande potencial para a garantia do desempenho e o
comportamento desejado de uma construção ou instalação modelada que se deseje
testar (BENEFÍCIOS DA BIM | POR QUE USAR A BIM?, [s. d.]).

2.4.4 Extração automática das quantidades

Quando se trabalha com o BIM 5D, é explorada a funcionalidade de


incorporação de custos, que permite ao usuário fazer a extração automática das
35

quantidades dos serviços e insumos correspondentes aos componentes dos modelos


BIM. Sendo um aspecto bastante explorado do BIM, essa funcionalidade é
reconhecida pela consistência, exatidão e celeridade no acesso às informações das
quantidades, uma vez que elas já estão segregadas conforme as fases delimitadas
no planejamento e na programação de execução dos serviços (BENEFÍCIOS DA BIM
| POR QUE USAR A BIM?, [s. d.]).
Uma prática recorrente neste uso do BIM é a conexão das atividades do
cronograma produzido no MS-Project ou Primavera com os componentes do modelo,
por meio da qual se pode controlar melhor a execução da obra, garantindo a
conformidade os modelos. Por isso, as extrações de quantidades são automatizadas
e sincronizadas às fases planejadas, agilizando e conferindo notória precisão das
verificações dos serviços previstos e dos efetivamente realizados (BENEFÍCIOS DA
BIM | POR QUE USAR A BIM?, [s. d.]).

2.4.5 Geração de documentos mais consistentes e íntegros

Como já fora dito, a tecnologia BIM se vale de seus objetos 3D, que são
paramétricos e inteligentes, dispondo de informações sobre si próprios e sobre o seu
comportamento para com outros objetos, além de sua relação com o entorno. Um
exemplo prático é o fato de que, ao se inserir uma janela, ela identifica que deve ser
hospedada em uma parede, adaptando-se à sua espessura e mesmo que seja
alterada a espessura de tal parede, a família janela identifica a mudança e se altera
automaticamente, acomodando-se à nova situação. Como os objetos interagem de
forma automática automáticas não há motivos para se preocupar com a consistência
e confiabilidade do que está sendo projetado, refletindo também sobre todos os
desenhos, detalhes, tabelas e outros documentos do projeto, diferentemente do
processo CAD, altamente dependente da intervenção humana.
Para mais, cabe ressalvar que, consoante afirma Oliveira (2021), a
automaticidade da extração dos quantitativos a partir de construções virtuais possui
toda uma estrutura responsável pelas projeções de custos realistas. O autor destaca
a importância e se entender a criação dos dados e o processo de transformação dos
mesmos em informação vinculáveis à contratação de serviços e compra de insumos,
36

em um processo de verificação que – se ignorado antes de usar os modelos para as


extrações – pode viciar as quantidades, comprometendo a confiabilidade das
informações.

2.4.6 Capacitação para construções mais complexas

Em uma descrição do cenário atual da Construção Civil, é imperativo destacar


a tendência de aumento da complexidade nos edifícios, no que diz respeito às suas
formas, que cada vez mais se mostram orgânicas e curvas, ou mesmo dotadas de
componentes móveis, além de soluções tecnológicas para os subsistemas
construtivos fundamentais. Não só as obras complexas de arquitetos, como Zaha
Hadid, Sanaa, Renzo Piano, Santiago Calatrava e outros, mas também os processos
de logística, em que pese o cumprimento de prazos acirrados ou simultaneidade da
coordenação de várias frentes de obras são desafios atuais às técnicas de construção.
Assim, o BIM pode ajudar a lidar com o aumento exponencial dos problemas na
coordenação espacial, bem como a minimização da complexidade dos planejamentos
das obras e a viabilização da sua montagem e construção (CATELANI, 2017).

2.4.7 Viabilização e intensificação da industrialização

Na construção civil é de suma importância que sejam seguidos procedimentos


que garantam a industrialização e a fabricação, já que isso permite uma construção
mais eficiente, aumentando a produtividade e tornando a produção enxuta, conferindo
sustentabilidade. Um dos empecilhos para que isso seja alcançado, irrefutavelmente,
é a falta de precisão e assertividade dos projetos conforme esclarece Catelani (2017),
vício que gera muita frustração nos investimentos, especialmente na pré-fabricação,
já que aumenta a ocorrência de imprevistos, retrabalhos e gastos adicionais.

No BIM, a coordenação geométrica de componentes pode ser verificada


automaticamente por softwares, eliminando a maioria dos potenciais erros e
interferências. Além disso, todos os passos das montagens podem ser
‘ensaiados’ previamente nos computadores, com a utilização de processos
37

de ‘Projeto e Construção Virtual’ (VDC – Virtual and Design Construction),


garantindo alto nível de confiabilidade e previsibilidade aos projetos e
especificações (CATELANI, 2017, p. 21).

2.4.8 Gerenciamento de facilities

O modelo BIM pode ser utilizado no gerenciamento de facilities onde é possível


ter um modelo atualizado com todas as informações para controlar e gerenciar o
patrimônio, que é uma grande vantagem para o proprietário, que poderá fazer a gestão
do empreendimento e de seus ativos com os dados do modelo. Nesse sentido,
existem alguns usos para a fase de operação do edifício, como programação e
manutenção preventiva, análise dos sistemas do edifício, gerenciamento do edifício e
dos espaços (SPACEIQ, [s. d.]).
Observa-se a importância do modelo consolidado ao se analisar o ciclo de vida
de um empreendimento, onde se percebe que o tempo de projeto e construção é
relativamente pequeno em relação a sua vida como objeto construído, período pelo
qual o proprietário deverá mantê-lo. Estudos mostram que o projeto e a construção
podem levar cerca de 5 anos ou menos, enquanto a fase de operação e manutenção
é longa; por mais de 50 anos o proprietário deverá fazer a manutenção predial,
controlar os ativos e espaços. Nos casos de edifícios corporativos ou industriais, ele
deverá realizar reformas e, quando em aquisições de novos empreendimentos,
incorporá-los aos primeiros (SPACEIQ, [s. d.]).
Entre as possibilidades de aplicação do modelo, está o gerenciamento dos
espaços do empreendimento, em que o modelo BIM pode ser usado, por meio de
ferramentas de gestão de patrimônio, que extraem as informações dos espaços para
disponibilidade de áreas vagas. Favorece também o planejamento de estratégias de
ocupação, tais como agendamentos de reuniões ou alocação de imóveis, sendo todos
estes exemplos simples, já que envolvem apenas áreas e análises geométricas.
Tratando-se, no entanto, de grandes empreendimentos, como obras de
engenharia, metrôs, edifícios institucionais - como hospitais, ou comerciais - como
shopping centers - que concentram muito do equipamento, o gerenciamento é muito
mais relevante. Para tal, o modelo BIM permite inserir informações de gestão de ativos
38

em equipamentos, separadas em um grupo que pode usar uma codificação específica


e ser classificada com formato específico (SPACEIQ, [s. d.]).

2.4.9 Agilidade da entrega de projetos

De acordo com Plataforma BIM (2018), uma das vantagens trazidas pela
ferramenta BIM é o aumento de agilidade em projetos estruturais, motivo pelo qual a
Prefeitura Municipal de Aracajú estará mudando as práticas construtivas de suas
obras. Para o técnico da Cogetin, Mailton Araújo da Silva, mencionado na matéria
supracitada e um dos responsáveis pela gestão e negociação do projeto, o uso
exclusivo do AutoCAD condiciona o município a um subaproveitamento de seu
potencial. Uma vez que a prefeitura já possua todos os produtos suficientes para
utilizar a metodologia BIM e deu o primeiro passo para que todas as secretarias
possam usá-la, os projetos atenderão às exigências do Governo Federal, com
geração de impacto na desburocratização da aprovação digital de projetos de
construção.

2.4.10 Atualização do modelo e compartilhamento de dados a qualquer


hora

Sabe-se que, diferentemente dos processos de fabricação de produtos de


outras indústrias, na Construção Civil há uma necessidade muito grande de
flexibilidade para eventuais alterações do projeto, seja por decisão dos proprietários
ou melhorias técnicas que sejam imperativas. Nesse sentido, os trabalhos com a
tecnologia BIM são amparados por hospedagem e atualização de documentos em
nuvem, que viabiliza a atualização do modelo em tempo real, na própria obra,
podendo-se compartilhar os dados a despeito das fases da obra.
Segundo a Tecnologia Bim 3D E Sua Aplicação Na Engenharia (2021), por
meio da tecnologia BIM e sua visualização 3D, os projetos são elaborados de forma
participativa, dado o compartilhamento de dados pelos profissionais envolvidos. Os
39

serviços são aperfeiçoados pelo fornecimento das informações ou efetuação de


alterações de modo síncrono pelos profissionais, que se organizam definindo a gestão
do projeto em meio virtual, delimitadas a especialidade e as regras para a
interoperabilidade.

2.4.11 Redução dos riscos

Consonante o entendimento de Olegário (2018), as informações do modelo 3D


permitem gerar dados para ferramentas de tecnologia de informação (TIC) que
ajudam o engenheiro a formular regras para identificar riscos. Isso é possível com uso
de banco de dados baseados em conhecimento, o qual armazena informações de
outros projetos quanto a situações de riscos. Assim, é possível utilizar programas de
regras para identificar risco de segurança durante o planejamento da obra. Com um
programa de verificação automática de regras, por interpretação de códigos, avalia-
se o projeto quanto aos riscos emitindo respostas como: “Aprovado, Reprovado, Aviso
ou Desconhecido”.
O uso de realidade virtual auxilia no treinamento dos funcionários no local de
trabalho permitindo identificar risco de segurança. É possível ainda simular situações
de perigo ajudando na formulação de estratégia e medidas de prevenção ou até
mesmo avaliação do risco (O QUE É REALIDADE VIRTUAL?, [s. d.]).
O sistema de georeferenciamento integrado a um sistema baseado em
conhecimento ajuda a monitorar e controlar os riscos de segurança. No estudo de
caso as coordenadas georefenciadas ajudariam na modelagem da topografia, análise
geoespacial e na geração e atualização do planejamento. Gerando modelo 3D mais
realista do local as coordenadas georefenciadas ajudariam na programação dos
serviços buscando ambientes seguros (O QUE É REALIDADE VIRTUAL?, [s. d.]).
Um sistema de prevenção de obstáculos baseado no modelo 3D construído a
partir de nuvem de pontos (digitalização a laser) é possível modelar objetos ou zonas
estáticas que ofereçam riscos. Esses sistemas podem ser instalados em máquinas
como guindastes e retroescavadeiras que integrados à tecnologia de identificação por
radiofrequência e GPS ajudam a detectar em tempo real o perigo não visualizado
40

devido os pontos cegos. Os sistemas ainda podem sinalizar quando uma atividade
proibida está sendo executada.

2.4.12 Coordenação integrada com as equipes de projeto e de campo

De acordo com Messner et al. (2021), pode-se comunicar facilmente o projeto


ao proprietário, equipe de construção e usuários finais, obter feedback instantâneo
sobre o cumprimento dos requisitos do programa, necessidades do proprietário e
construção ou estética do espaço. Pode-se ainda aumentar muito a coordenação e a
comunicação entre as diferentes partes e tornar mais propensos a gerar melhores
decisões para design. Com as ferramentas de hospedagem e atualização de
documentos na nuvem é possível fazer a conexão entre as equipes de projetos e
obras de forma praticamente instantânea com o uso de dispositivos móveis como
tablets celulares e equipamentos com GPS.

2.4.13 Acompanhamento da obra e checklist de tarefas

No processo de execução, pode-se dizer que uma das tarefas centrais do


engenheiro civil e do fiscal de obras é o controle e acompanhamento da execução,
momento em que são verificados os serviços realizados para posterior aprovação de
pagamentos, mediante comparação com o que consta nos projetos e no cronograma.
Para isso, várias técnicas e procedimentos estão disponíveis, sendo bastante adotado
o uso de checklist de obra, que, de acordo com Qualitab (2019), é uma listagem e
organização de todas as atividades a serem efetuadas no transcorrer da construção,
separadas conforme suas categorias, etapas e cronologia a partir do planejamento do
projeto. Os principais elementos para compor um checklist são: a ficha de verificação;
a conferência de regularizações e taxas pendentes; avaliação do plano de segurança;
análise de orçamento; contratação de mão de obra; compra e locação de
equipamentos, insumos e materiais; verificação de estoque e outros (CONNECT &
CONSTRUCT, [s. d.]).
41

Como as ferramentas de hospedagem e atualização de documentos na nuvem


podemos fazer a conexão entre as equipes de projetos e obras de forma praticamente
instantânea com o uso de dispositivos móveis como tablets, celulares e equipamentos
com GPS, isso garante a atualização do modelo na obra em tempo real. Podemos
fazer o compartilhamento de dados em todas as fases da obra com modelos,
documentos, fotos e todos os tipos de documentos podem ser compartilhados. O
acompanhamento da obra e checklist de tarefas em seções o modelo pode ser
utilizada para locação de pontos na obra com muita precisão através de uso das
coordenadas do modelo e equipamentos com GPS que permitem o posicionamento
preciso dos pontos do modelo. No campo é possível a extração de relatórios diários
da obra e produtividade com painel de gráficos de fácil leitura, para avaliar avanço da
obra rastreador de ocorrências resolvidas versus em aberto, controle de
equipamentos é que liste de conformidade entre outros controles em geral, os
aplicativos permitem que cada construtora ou obra possam configurar as informações
que precisam ser controladas (CONNECT & CONSTRUCT, [s. d.]).

2.5 Extração de relatórios diários

Além do acompanhamento eficiente, a execução de uma obra imprescinde que


tudo seja devidamente registrado para fins contratuais, sendo muito importante que
as informações que comporão os documentos não sejam acumuladas. Nesse
aspecto, é de grande valia a extração de relatórios diários, um trabalho que exige
organização elevada por parte das equipes, algo que já é reconhecido como garantia
do uso da tecnologia BIM. De acordo com Matos (2016), o uso dos modelos fornece
uma visualização dos serviços concluídos e uma análise a respeito dos custos e do
estágio em que se encontra a obra em termos de planejamento, de modo que a
averiguação dos relatórios de execução da obra é facilitada com o uso do BIM.

2.6 Complemento de outras tecnologias


42

No desenvolvimento atual da Construção Civil, diversas tecnologias foram


criadas e já se consolidam no mercado, sendo potenciais contribuintes para a
otimização dos processos de projeto e execução das edificações. Uma tecnologia que
transcendeu de outros ramos da indústria foi a captura da realidade, feita por meio de
laser scanning, que serve para verificar os estoques de materiais armazenados nas
dependências de um canteiro de obras. Catelani (2017) explica que nuvem de pontos
geradas por um escaneamento a laser são lidas e as informações incorporadas pelos
softwares BIM, que identificam e separam os subsistemas que constituem o ambiente,
e, com esses dados, dá ao projetista subsídios para modificações ou ampliações.
Além disso, a realidade capturada é útil para comparações de estudo, por combinação
com modelos BIM, de eventuais desvios e gerar simulações, entre outras aplicações,
que evidenciam o potencial do uso do BIM associado a outras tecnologias, tornando
os processos mais simples e eficazes e as vantagens consolidadas (CATELANI,
2017).

2.7 Preparação para o futuro

Atualmente, é perceptível que diversas pesquisas mostram que – apesar do


forte viés tradicionalista – a construção está rapidamente se configurando para a
utilização. Catelani (2017) cita países que desenvolveram uma política estratégica
nacional para implantação da tecnologia, quais sejam o Reino Unido e Cingapura, nos
quais todas as obras públicas devem, obrigatoriamente, ter uso da plataforma BIM.
Com a transposição de paradigmas de produtividade, elevação do patamar de
assertividade e confiabilidade dos projetos, o BIM está sendo mais e mais reconhecido
pelas empresas do ramo como condição mandatória para a manutenção da posição
no mercado.
No Brasil, menciona Catelani (2017), embora a adoção BIM ainda se mostre
incipiente, diversos agentes públicos, como Banco do Brasil, CEF, DNIT e algumas
empresas pioneiras, têm desbravado essa revolução no país. Tais empresas
apresentam-se, em maior concentração, em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro,
sendo elas CCDI, Método Engenharia, Odebrecht, Gafisa, Sinco Engenharia e outras.
43

2.8 A autoconstrução

Outrossim, como a presente pesquisa tem foco no público sergipano que não
simpatiza com a contratação de projetos, é importante conhecer o funcionamento da
autoconstrução no Brasil, partindo de suas raízes histórico-sociais. De acordo com
Oliveira (2004), em épocas remotas, notavelmente na economia agrária, a habitação
já foi arcada pelo empresário nas grandes culturas comerciais, quais sejam engenhos,
usinas e fazendas de café. Contudo, passando-se o tempo, a população rural do Brasil
passou a ser responsabilizada por sua própria habitação, já que esta não mais se
incorporava no produto do semi-campesinato brasileiro, efeito que foi sentido também
na cidade, na década de 1970.
Em sua pesquisa, Oliveira (2004) identifica que a maioria das habitações
populares eram próprias construídas em mutirões ou autoconstrução, que, conforme
a tradição, o trabalhador em que se chama o compadre no fim de semana, ao tempo
em que se confraterniza vai fazendo a casa aos pouquinhos. Com isso, a
industrialização permitia um rebaixo do custo de reprodução da força de trabalho, de
maneira que - nas pesquisas de custo de vida, o item habitação perdeu sua
frequência, com reflexo sobre o salário mínimo - que legalmente se restringe à
reprodução de uma família básica de tipo nuclear.
Com isso tinha-se um mecanismo de acumulação primitiva, já que o trabalhador
dispendia parte do salário que se destinava à subsistência de sua família para
construir sua moradia. Por conseguinte, parte de seu capital não poderia ser mais
reproduzido, posto que fora incorporado ao edifício, e, contudo, ele se via sem
condições de aderir aos métodos construtivos já consolidados no mercado, a saber o
desenvolvimento de projetos e acompanhamento de execução por profissionais
habilitados.
Este cenário, embora te9ndo iniciado há muito tempo, perdura em nossa
sociedade com uma nova roupagem, já que as pessoas que menos optam por
contratar um profissional ou equipe de profissionais para procederem com a
construção de sua habitação ainda são os trabalhadores da base econômica do país.
Coutinho (2015, p. 19) explica:
44

A maioria dos compradores de material de construção para edificações não


são as empresas de construção, mas famílias, que compram para
autoconstrução. De acordo com dados de um estudo da ABRAMAT em
parceria com a FGV, as construtoras respondem por 40,9% do total de
compras, enquanto as famílias representam 45,9%. Este cenário revela o
quanto ainda é significativo a parcela de autoconstrução no país (e as
consequências potencialmente prejudiciais desta), e por consequência a
dificuldade de impor ao setor da indústria de materiais a busca por melhorias
em termos de qualidade e industrialização visto que as famílias não impõem
a indústria a necessidade desta melhoria, diferentemente da indústria da
construção que tem nesses fatores diferenciais competitivos diante de seus
clientes e por este motivo exercem pressão sobre a indústria de materiais.

Para mais, Dias (2020) afirma que, somente a partir dos anos 1930, por ocasião
do intenso crescimento industrial e redução da oferta de trabalho no campo, houve o
surgimento de um excedente de força de trabalho, que demandava a permanência do
operário na empresa, em departamentos que tomavam a forma de vilas operárias. A
priori dessa fase, no entanto, segundo Lima (2005) citado por Dias (2020),
autoconstrução no meio urbano foi precedida pelo fim da escravidão, onde a moradia
que era assegurada pelo dono do escravo, passou a ser uma responsabilidade dele
próprio. Então, ele passa a desfrutar de uma liberdade que lhe privaria das condições
financeiras fundamentais ao custeio do seu imóvel, fazendo-o usar maneiras pouco
adequadas para lidar com isso, ocorrendo – assim – a primeira versão da
autoconstrução.
Para mais, é conveniente entender com que características a autoconstrução
se distingue na atualidade, o que será útil à instrução da pesquisa junto ao público-
alvo deste trabalho. Para tanto, é válido o que afiança Dias (2020) a respeito das
moradias autoconstruídas. Para o mencionado pesquisador, trata-se de obras,
geralmente, construídas por etapas, marcadas por ampliações sempre que a família
cresce ou ocorrem melhorias das condições de vida.
Assim, o modelo típico de residência autoconstruída consiste,
fundamentalmente, em um núcleo principal ou introdutório, variando desde o cômodo
unitário ao complexo de muitos cômodos distribuídos aleatoriamente e acompanhados
de acoplamentos externos. Observa-se a ausência de um planejamento prévio, que
por – de forma recorrente – impele aos moradores a trabalhos de demolição e
reconstrução pela incapacidade de oferecer salubridade aos seus moradores.
A constituição elementar dessas casas consiste, fundamentalmente, em
alvenaria de tijolos ou bloco de cimento, com argamassa usual e constituída de cal e
areia, usada sem distinção tanto para o assentamento da alvenaria quanto na
45

execução do reboco das paredes. O concreto armado, quando vem ao caso, é usado
sem calculo racional, uma vez que o proprietário se apropria apenas da experiência
do autoconstrutor ou do pedreiro contratado para obra.
As coberturas, por sua vez, costumam ser de telhas cerâmicas ou de
fibrocimento, possuindo forro ou laje na parte interna da cobertura eventualmente, ao
passo que as divisões se resumem a cinco cômodos sendo estes, comumente, sendo
dois destinados aos quartos, e os restantes divididos em sala, banheiro e cozinha.
É importante, também, dar destaque à abordagem de Dias (2020), no que diz
respeito aos riscos de prejuízos sérios inerentes a este modelo construtivo, que ignora
o detalhamento estrutural, sendo esta parte do projeto fundamental para se evitar a
instabilidade do imóvel. Além disso, os materiais - ao serem mal manejados e de baixa
qualidade - têm grande potencial para ocasionar desabamentos e, quando a
construção é feita por um profissional sem a devida formação técnica, o risco de o
material não ter sido trabalhado do modo adequado pode promover danos à saúde
tanto dos operários quanto dos proprietários. É corriqueiro, também, o desprezo de
aspectos da ambientação do imóvel, quais sejam ventilação e iluminação, resultando
em desconforto térmico para os usuários.
46

3 METODOLOGIA

Para a investigação local do levantamento teórico feito pela pesquisa


bibliográfica, a abordagem será feita através de duas pesquisas de campo, mediante
questionário do Google Forms.

3.1 Questionário do perfil dos clientes

A princípio, foi lançado o questionário “Conhecendo o consumidor da


Construção Civil sergipano” – apresentado no Apêndice A - para análise dos aspectos
econômicos e administrativos no mercado local de construção de Sergipe. Pessoas
dos municípios de Aracaju, Arauá, Boquim, Cristinápolis, Estância, Itabaianinha,
Lagarto, Simão Dias e Tobias Barreto, selecionadas aleatoriamente, participam da
pesquisa, respondendo a 28 questões, distribuídas entre objetivas e subjetivas. Das
respostas coletadas, foi selecionado um grupo de indivíduos que construíram
edificações, mas não usufruíram dos projetos técnicos nem do acompanhamento de
um engenheiro civil, e não pretendem fazê-lo.

3.2 Entrevista da opinião sobre os projetos e serviços em BIM

Uma vez destacados os participantes da 1ª pesquisa, que apresentam o perfil


de autoconstrutor, o 2ª formulário – disposto no Apêndice A - é enviado a elas. Neste,
um projeto em BIM é apresentado em um QR code gerado no aplicativo Augin,
antecedido por questões relacionadas à valorização dos projetos e serviços de um
engenheiro civil com o emprego da tecnologia BIM, em uma linguagem que facilite a
comunicação sem barreiras. Para essa fluidez na comunicação, serão utilizados
princípios de copyriting, com base na obra de Ferreira (2019), quais sejam o gatilho
mental ‘Joia da coroa’, segundo o qual é fundamental que o cliente tenha uma solução
em mãos para degustar e uma história em quadrinhos aplicada ao questionário. A fim
47

de ser específico para quem recebe a mensagem e instigar a curiosidade para que o
interlocutor continue vendo sua mensagem, o questionário se apropriará do poder das
histórias. Conforme as respostas obtidas nesta pesquisa, espera-se concluir se a
ferramenta BIM foi capaz de convencer os entrevistados das vantagens de uma
construção assistida por um projeto bem elaborado e por um engenheiro civil.
48

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A primeira pesquisa contou com 51 participantes, distribuídos em todos os


municípios supracitados, a partir dos quais, procurou-se chegar a um grupo seleto.
Como o objetivo da pesquisa é conhecer o perfil do público autoconstrutor nessa
região selecionaram-se apenas aqueles que nunca contrataram nem pretendem
contratar engenheiro civil e seus projetos para as suas obras. Assim, somente 27,45%
dos participantes foram selecionados como auto construtores, a fim de serem
estudados e novamente entrevistados na 2ª pesquisa de campo - aceitabilidade dos
projetos e serviços de profissional habilitado, com a utilização do BIM, em apêndice.
Os projetos, por sua vez, estão localizados nas cidades de Arauá, Cristinápolis,
Itabaianinha e Tobias Barreto.
Após a seleção, verificou-se que o público é 54% composto por mulheres, 65%
dos entrevistados possuem nível superior completo, enquanto apenas 14% possuem
o fundamental incompleto, com idade média de 40 anos e identificados – em sua
maioria – como varejistas.
As construções realizadas pelos entrevistados foi, em suma, residências,
compondo 85% do total e 69% das pessoas conheciam algum profissional da
Engenharia Civil e 85% afirmam ter percebido influência da mudança de presidente
da República na economia da sua obra, como desdobramento do contexto nacional.
Com relação aos tipos de recursos utilizados para fomentar a construção, 92%
lançaram mão de recursos próprios, provenientes – majoritariamente – de acúmulo na
Poupança, e da agricultura, herança, varejo e outros; enquanto apenas 8% recorreram
a financiamento.
Acrescenta-se que 38% utilizaram o cartão de crédito para as compras, ao
passo que 8% recorreram a compras fiado ou ‘no caderninho’, sendo que 64%
pesquisavam e comparavam os preços dos produtos ou materiais em diversos
estabelecimentos.
Em uma análise sintética da experiência construtiva dos participantes, nenhum
utilizou contrato para formalizar a aquisição de mão de obra, sendo que 77%
negociavam através de pagamentos via diárias. Somente 15% dos entrevistados
reconheceu ameaças de grandezas intervenientes, quais sejam o excesso de chuvas.
49

A pesquisa evidenciou também que 92% os participantes notaram melhorias


no projeto depois de sua conclusão, ou seja, na visão destes consumidores processo
de construção trouxe valorização ao empreendimento para mais no processo de
construção desenvolvido por eles a tomada de decisão se dava, em grande peso, pelo
próprio proprietário ou pela família.

Gráfico 1: Tomada de decisões.


Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).
50

Gráfico 2: Valorização do imóvel.


Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).
Destaques da pesquisa também porque na maior parte dos respondentes não
houve uso de equipamento de proteção individual o que mostra que a falta de
formalidade é bastante suscetível nos sistemas autoconstrutivos. Outrossim, no
processo logístico os materiais geralmente são entregues pelo próprio vendedor sem
custos adicionais para o consumidor.

Gráfico 3: Uso de EPI.


Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).
51

Gráfico 4: Processo logístico.


Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).

Já com relação à pesquisa de campo ‘Aceitabilidade dos projetos e serviços de


profissional habilitado, com a utilização do BIM’, os resultados foram os seguintes:

87,7% acharam que João fez uma boa escolha para a cada da sua vó Anita, e
apenas 14,3% não acharam que ele fez uma boa escolha.

Gráfico 5: Aceitabilidade dos projetos e serviços de profissional habilitado, com a utilização do BIM.
Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).
52

92,9% disseram que contratariam o projeto se estivessem no lugar de João e apenas


7,1% disseram que não contratariam o projeto.

Gráfico 6: Contratariam o projeto.


Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).

Em relação à metodologia proposta por Henrique, amigo de João, todos os


entrevistados disseram que contratariam um profissional para a sua obra, se tivesse
engenheiro na sua região que trabalhasse com essa metodologia.

Gráfico 7: Contratos de engenheiros com a metodologia proposta.


Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).

Através do aplicativo brasileiro Augin, os entrevistados puderam experimentar


a visualização 3D nos seus aparelhos celulares, os quais apresentaram os seguintes
resultados:
53

79,9% disseram que gostaram bastante;


15,4% disseram que não conseguiram visualizar e;
7,7% disseram que já tinham visto isso.

Gráfico 8: Experiência da visualização 3D.


Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).

Assim, do confronto das 2 pesquisas, obtém-se o entendimento de que o


autoconstrutor percebe os conflitos existentes no seu processo de construção da
própria habitação, mas está imerso na tradição autoconstrutiva. Em decorrência dessa
cultura, em que impera a noção de não imperatividade da utilização de projetos e
profissionais habilitados, em consonância com a continuidade dos métodos
tradicionais CAD, o consumidor reproduz a falta de qualidade e consistência do setor.
Por outro lado, fica evidente que, ao se apresentar um projeto em BIM, com efetividade
de todas as suas vantagens, desenvolve-se uma linguagem muito mais clara e atrativa
para esta categoria de clientes, aumentando a sua aceitabilidade aos projetos e
serviços técnicos.
54

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização do BIM e seus benefícios já são muito reconhecidos ao redor do


mundo e nos grandes centros comerciais do Brasil graças ao esforço de empresas
pioneiras, determinações governamentais e pesquisas desenvolvidas pelas
universidades. No entanto, ainda se faz necessária que esta novidade alcance o
público da autoconstrução um ramo muito amplo no nosso país, que apresenta
significativa influência da construção. Aplicação do BIM nos objetos, não apenas
favorece as empresas que trabalham com grandes projetos ou obras de grande porte,
mas são úteis também e apresentam grandes benefícios aos consumidores finais
mesmo os das pequenas construções e reformas.
Ademais, salienta-se que a problemática foi respondida, visto que por mais que
o setor da autoconstrução pareça se manter indiferente aos avanços tecnológicos
pelos quais o setor da construção civil vem passando, os clientes percebem sim a
necessidade de usufruir dos mesmos. Como a princípio da pesquisa foi levantada a
possibilidade de que a visão do consumidor autoconstrutor fosse modificada em favor
da contratação de projetos de engenheiros civis, na pesquisa pode constatar que a
aversão resistente tem sua origem na falta de uma melhor comunicação, que hoje é
possível com os modelos BIM.
É possível verificar também que o objetivo geral foi alcançado, posto que a
importância do BIM foi demonstrada para mais uma área, que pouco tem sido
abordada nos trabalhos acadêmicos bem como nas políticas públicas e estratégias
das empresas consolidadas no mercado. É notório, portanto, que a tecnologia BIM
favorece significativamente a forma como os projetos são apresentados aos clientes,
bem como a interação entre as equipes de projeto, de campo é o consumidor final, no
que diz respeito ao gerenciamento da informação.
Outrossim, foram alcançados, também, os objetivos específicos ou
secundários, já que foram demonstrados os principais conceitos para embasamento
da compreensão da tecnologia, junto às principais ferramentas BIM. Além disso, foram
esclarecidos benefícios de se empregar o bem em uma obra, assim como foi
discriminado o perfil dos pequenos construtores sergipanos e atestada a eficácia dos
projetos em BIM no convencimento dos clientes selecionados.
55

Assim, foram explanadas as definições de tecnologia BIM, que deve ser visto
com um processo onde modelagem e gestão de informação são desenvolvidas de
maneira concomitante; objetos inteligentes e ciclo de vida das construções,
evidenciando o sequenciamento da cadeia produtiva da construção em BIM. Além
desses conceitos, destacou-se o de nível de desenvolvimento, de modo a elucidar
como o BIM está se desenvolvendo nos mercados locais e internacionais, bem como
as métricas utilizadas para este fim. E, a posteriori, foi dada ênfase aos processos 3D
inteligentes, que constituem as unidades de trabalho tudo BIM, em que são agregados
os valores finais do projeto.
De maneira análoga, o trabalho mostrou as principais ferramentas disponíveis
e mais empregadas no mercado atual, as quais estão distribuídas em ferramentas
planejamento, ferramentas de projeto, ferramentas de análise e ferramentas de
monitoramento. Assim, foram apontadas as ferramentas Revit para modelagem, TQS
e Eberick para análise, Naviswork para coordenação, revisão, visualização e
planejamento e o Vico para gestão de custos de obra.
Foram também explanadas as diversas vantagens que o BIM oferece ao
consumidor final, que dizem respeito à possibilidade de visualizar em 3D o que está
sendo projetado, ensaiar a obra no computador, realizar simulações e ensaios virtuais
para análises, extrair quantitativos e identificar interferências automaticamente, gerar
documentos mais consistentes e íntegros. Destacou-se também como vantagem a
capacidade para execução de construções complexas, bem como a garantia da
industrialização das obras e o gerenciamento de facilities, além da agilidade na
entrega dos projetos, atualização do modelo a qualquer hora, compartilhamento de
dados em todas as fases, redução dos riscos, a coordenação integrada com as
equipes de projeto e de campo, acompanhamento da obra e checklist de tarefas e
inspeções, alocação de pontos no campo e extração de relatórios diários. Mostrou-se
também ser possível completar o uso de outras tecnologias já muito utilizadas nos
projetos e gestão de obra, assim como a construção de uma empresa ou projeto de
vida preparada para o futuro.
Finalmente, foram discutidas as questões da autoconstrução, evidenciando o
fundamento dessa cultura na alteração histórica da definição das condições
fundamentais de reprodução da família brasileira, que culminou em uma segregação
desse público da dignidade habitacional. Com a primeira pesquisa, evidenciou-se que,
de fato, o consumidor autoconstrutor tem consciência da importância da condução de
56

uma obra por meios técnicos e que ele apenas se refreia de usufruir disso por não
dispor de um relacionamento amigável na comunicação das propostas dos
profissionais. E com a segunda pesquisa, ficou claro que o BIM, enquanto tecnologia
tem o potencial de promover o melhor tratamento dessa categoria de clientes, no que
diz respeito à oferta de projetos e serviços técnicos.
57

REFERÊNCIAS

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Comunicação, 2017. E-book. Disponível em:
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CATELANI, Wilton. COLETÂNEA BIM - Comissão de Materiais, Tecnologia,


Qualidade e Produtividade. 2. ed. Brasília, DF: Gadioli Cipolla Branding e
Comunicação, 2017. E-book. Disponível em:
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adoção da tecnologia BIM na indústria da construção no Brasil : um estudo
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JÚNIOR, Teles; BEZERRA, Ricardo César. Mensuração da Maturidade BIM nas


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dez. 2021.

MESSNER, John et al. BIM Project Execution Planning Guide, Version 3.0. [S. l.]:
Computer Integrated Construction Program, Penn State, 2021. E-book. Disponível em:
https://psu.pb.unizin.org/bimprojectexecutionplanning/. Acesso em: 3 dez. 2021.

O QUE É REALIDADE VIRTUAL? | SOFTWARE DE REALIDADE VIRTUAL. [S. l.], [s.


d.]. Disponível em: https://www.autodesk.com.br/solutions/virtual-reality. Acesso em:
21 dez. 2021.
58

OLEGÁRIO, Wylliane Ladislau Coelho. Revisão das atividades desempenhadas


pelo coordenador de projetos frente a tecnologia BIM. [S. l.], 2018. TCC.
Disponível em: https://repositorio.ufpb.br. Acesso em: 6 dez. 2021.

OLIVEIRA, Arthur Feitosa. Como integrar quantitativos de modelos BIM ao ERP? In:
SIENGE. 17 fev. 2021. Disponível em: https://www.sienge.com.br/blog/como-integrar-
quantitativos-de-modelos-bim-ao-erp/. Acesso em: 30 nov. 2021.

PLATAFORMA BIM: FERRAMENTA TRARÁ MAIS AGILIDADE EM PROJETOS


ESTRUTURAIS DA CAPITAL. [S. l.], 2018. Disponível em:
https://www.aracaju.se.gov.br/noticias/79017. Acesso em: 30 nov. 2021.

QUALITAB, Equipe. Saiba aqui a importância de um check-list de obra e como


fazê-lo!. [S. l.], 2019. Disponível em: https://blog.qualitab.com.br/saiba-aqui-a-
importancia-de-um-check-list-de-obra-e-como-faze-lo/. Acesso em: 30 nov. 2021.

RECURSOS DO NAVISWORKS | RECURSOS DAS VERSÕES 2022, 2021 |


AUTODESK. [S. l.], [s. d.]. Disponível em:
https://www.autodesk.com.br/products/navisworks/features. Acesso em: 21 dez.
2021.

REVIT LT | PROJETE MELHOR COM SOFTWARE BIM. [S. l.], [s. d.]. Disponível em:
https://www.autodesk.com.br/campaigns/revit-lt?us_oa=dotcom-
us&us_si=e16e8a00-03b9-400a-a096-
c8998d3cb664&us_st=revit%20ferramenta%20projeto. Acesso em: 21 dez. 2021.

SANTOS, Angela dos; CANALLI, Natália. O Ciclo de Vida das Edificações. O Ciclo
de Vida das Edificações, [s. l.], n. 5, p. 5, 2016.

SPACEIQ, iOFFICE +. Getting Back to Work with Archibus. [S. l.], [s. d.]. Disponível
em: https://info.archibus.com/pt-br/backtowork. Acesso em: 21 dez. 2021.

IBEC. A tecnologia BIM 3D e sua aplicação na engenharia. [S. l.], 2021. Disponível
em: https://ibecensino.org.br/blog/bim-3d/. Acesso em: 30 nov. 2021.
59

APÊNDICES

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO AO CONSUMIDOR DA CONSTRUÇÃO


CIVIL SERGIPANO

PERFIL DOS CLIENTES AUTOCONSTRUTORES DO LESTE E AGRESTE


SERGIPANOS

Nome:______________________________________________Sexo:__________
Idade:______________________________Escolaridade:____________________
Cidade onde mora: ___________________Profissão:_______________________

1. Você já administrou algum projeto de construção civil? Qual foi o ano?


( ) Não, nunca.
( ) Sim, em 2019
( )Sim, em 2020
( )Sim, em 2021
( )Outro:_______________________________________________________

2. Contratou um engenheiro civil? Sim ou Não? Lembra o motivo?


___________________________________________________________________

3. Você conhece algum engenheiro civil na região?


( ) Sim
( ) Não
4. Qual o tipo de construção foi executada?
( ) Residência
( ) Apartamento
( ) Comércio
( ) Templo
( ) Outro:_________________________________________________________
60

5. Qual o local do projeto?


___________________________________________________________________

6. Utilizou recursos próprios ou financiados?


( ) Próprios
( )Financiados

7. Se foi com recursos próprios, como acumulou esses recursos?


( ) Agricultura
( )Poupança
( )Varejo
( ) Outro:____________________________________________________________

8. Quem tomava decisões sobre o projeto?


_________________________________________________________________

9. Você percebeu crise econômica durante a execução do projeto?


( ) I- Aumento de preços dos produtos
( ) II- Dificuldade para contratação de mão de obra
( ) III- Falta de produtos no mercado
( ) Não, nenhuma
( ) Outro:_________________________________________________________

10. Em relação à mão de obra, você fez uma empreitada ou pagamentos via diárias?
Foi realizado algum contrato formal para execução do projeto?
_________________________________________________________________

11. Como foi contratada a mão de obra? Houve alguma falha na execução do serviço
que gerou prejuízo ou risco?
_________________________________________________________________
12. Informe como funcionava o processo logístico? Como o material chegava até o
canteiro de obra? O frete era negociado?
_________________________________________________________________

13. Você acredita que a mudança de presidente influenciou na nossa economia?


( ) Sim
61

( ) Não
( ) Talvez

14. Como você realizava os pagamentos?


( )Fiados( caderninho) com algum fornecedor
( )Usou cartão de crédito para realizar compra

15. Precisou se deslocar para outras cidades para realizar pesquisas de preços ou
comprou todos os suprimentos da obra localmente?
( ) Sim, pesquisei
( ) Não, comprei o que achei aqui mesmo
( ) Não, pedi a alguém mais entendido para comprar para mim

16. Recebeu algum tipo de orientação dos fornecedores sobre melhor forma de
compra?
( ) SIM
( ) Não

17. Existiu algum tipo de ameaça no seu projeto? Por exemplo, atraso em virtude de
problemas climáticos?
_________________________________________________________________

18. Você acredita que houve valorização do seu imóvel após execução do projeto?
Se houve valorização – como percebeu isso? Se houve valorização – quais os
motivos?
_________________________________________________________________

19. Houve desperdício no processo de execução do projeto? Se sim, como essa


questão foi trabalhada?
_________________________________________________________________

20. Você avaliava o andamento da obra? Como isso era feito no seu planejamento e
execução?
_________________________________________________________________
62

21. Em qual frequência você visitava a obra?


( ) Diariamente
( ) Semanalmente
( ) Mensalmente
( )De vez em quando
( ) Outro:_________________________________________________________

22. Aconteceu alterações no projeto no decorrer dos trabalhos? Se sim, quem fez as
alterações?
_________________________________________________________________

23. Sendo a resposta anterior sim, você acredita que as intervenções melhoraram o
resultado final?
( ) Sim
( ) Não
( ) Talvez

24. Após execução do projeto foi preciso realizar reparos?


( ) Piso que quebrou
( ) Infiltrações
( ) Goteiras
( ) Rachaduras
( ) Não; nenhum
( ) Outro:_________________________________________________________

25. Você comprou equipamentos de segurança para os trabalhadores?


( ) Sim
( ) Não, eles não usaram
( ) Não, eles usaram os equipamentos deles próprios

26. Como funcionou a fiscalização dos órgãos municipais, estaduais ou federais?


Você buscou a prefeitura da sua cidade? Justifique.
_________________________________________________________________
63

27. Seu projeto conseguiu ser concluído? Pretende expandir? Se sim, contrataria um
engenheiro para contribuir na administração?
_________________________________________________________________

28. Como foi sua experiência (boa ou ruim)? Pretende fazer outras obras? Faria algo
diferente?
( ) Boa
( )Ruim
( ) Pretendo fazer outras
( ) Seguiria o mesmo procedimento novamente
( ) Outro:_________________________________________________________

Link para acesso ao formulário da Web:


https://forms.gle/B2xfCz5PrkA2goya9
A identidade do entrevistado e da empresa não será divulgada, de modo a manter sua
privacidade.
Para esclarecer qualquer dúvida, coloco-me à disposição através do número (79)
99920-3575 e do e-mail isaiasclementino@outlook.com.

Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).


64

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO AO CONSUMIDOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL


SERGIPANO AUTOCONSTRUTOR

PESQUISA DE CAMPO - ACEITABILIDADE DOS PROJETOS E SERVIÇOS DE


PROFISSIONAL HABILITADO, COM A UTILIZAÇÃO DO BIM.

Nome:____________________________________________________________________

Questões:
1. Você acha que o João fez uma boa escolha para a casa da vó Anita?
( ) Sim
( ) Não
2. Se você estivesse no lugar de João contrataria o projeto?
( ) Sim
( ) Não
3. Se na sua região tiver engenheiros que trabalhem com a metodologia que o Henrique
falou, você contrataria um profissional para a sua obra?
( ) Sim
( ) Não
4. O que achou da experiência?
( ) Gostei bastante
( ) Eu já tinha visto isso
( ) Não consegui utilizar

Link para acesso ao formulário da Web:


https://forms.gle/k5nMA452BjCNb7nh7

A identidade do entrevistado e da empresa não será divulgada, de modo a manter sua


privacidade.
Para esclarecer qualquer dúvida, coloco-me à disposição através do número (79)
99920-3575 e do e-mail isaiasclementino@outlook.com.

Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).


65

APÊNDICE C – HISTÓRIA EM QUADRINHOS REFERENTE AO QUESTIONÁRIO


APLICADO AO CONSUMIDOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL SERGIPANO
AUTOCONSTRUTOR

HQ - PROJETO: A GARANTIA DE UM SONHO!


66
67

Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).


68

APÊNDICE C – QR CODE - ARQUITETURA DE RESIDÊNCIA EM 3D

Fonte: Criação do autor (produzida em 2021).

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