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NATAL-RN
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Natal-RN
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19 f.: il.
Artigo científico (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia,
Departamento de Engenharia Civil. Natal, RN, 2018.
1. Engenharia civil - TCC. 2. BIM - TCC. 3. Coordenação espacial 3D - TCC. 4. Estudo de caso - TCC.
I. Melo, Reymard Sávio de. II. Título.
___________________________________________________
Prof. Dr. Reymard Savio Sampaio de Melo – Orientador
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Profa. Dra. Micheline Damião Dias Moreira – Examinador interno
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Profa. Dra. Josyanne Pinto Giesta – Examinador externo
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RESUMO
O uso do BIM para a coordenação espacial 3D é um dos usos mais beneficos e mais
utilizados de BIM, ainda assim, os profissionais que realizam tal atividade ainda o fazem de
maneiras diferentes, através de processos ainda não profundamente descritos. Para alcançar tal
objetivo é necessário confrontar a literatura já existente com os processos realizados pelos
profissionais da área, buscando barreiras e inovações, o que foi feito neste artigo, de maneira a
propor um fluxo de coordenação 3D de projetos que considere a construção virtual segmentada,
prática que vem se mostrando comum em empreendimentos que ainda possuem um baixo nível
de maturidade BIM. O resultado da pesquisa permite a continuação do debate do tema com foco
na prioridade entre disciplinas e a participação de membros da equipe executiva na etapa de
coordenação, o que converge com a metodologia de trabalho BIM.
ABSTRACT
The use of BIM for 3D design coordination is one of the most beneficial and most used
uses of BIM, yet the professionals who carry out such an activity still do so in different ways
through processes that are not yet as deeply described. In order to reach this goal, it is
necessary to confront the existing literature with the processes carried out by professionals in
the area, seeking barriers and innovations, what has been done this paper, in order to propose
a workflow of 3D coordination that considers the segmented virtual construction, a practice
that has proven to be common in projects that still have a low level of BIM maturity. The result
of the research allows the continuation of the debate of the theme focusing on the priority
between disciplines and the participation of members of the executive team in the coordination
stage, which converges with the methodology of work BIM.
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DA LITERATURA
diferenciar o VDC da modelagem BIM, assim como trás a definição de Kunz e Fischer (2012),
em que VDC é o uso de modelos integrados de desempenho multidisciplinar de projetos de
construção para apoiar objetivos de negócios explícitos e públicos.
A especificação do Nível de Desenvolvimento (ND), também referido como Level of
Development (LOD), é uma ferramenta de referência sobre as características dos elementos nos
modelos (BIMFORUM, 2017), conforme quadro 1, no qual, a nível de design, varia entre 100
e 400, em que quanto maior o número, maior a quantidade de detalhes gráficos e informações
do elemento. Valores maiores que 400 referem a etapas pós executivas, e que não são escopo
desta pesquisa.
Percebeu-se que, nos documentos que abordam usos BIM, são sugeridos processos de
trabalho inteiramente realizados em BIM, porém, conforme Lee e Kim (2014) muitos dos
estudos anteriores na área não lidaram com o impacto de diferentes estratégias de coordenação
em um ambiente de projeto misto 2D e BIM, que é o caso mais comum hoje e provavelmente
continuará no futuro também. O que acarreta na falta de estratégias eficientes de coordenação
3D para a integração de processos de trabalho fragmentados.
2.3 Guias
3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS
O empreendimento foi executado por uma construtora com modelo de contratação por
administração, na qual esta realizou a contratação das disciplinas de estruturas e instalações já
em modelos 3D federados, elaboração do modelo da arquitetura baseado em CAD recebido de
outro escritório, e coordenação 3D destas três disciplinas.
Mudanças inesperadas podem ser evitadas através da análise das decisões de projeto
mais compreensiva nos estados atuais. Entretanto, o nível de engajamento da equipe executiva
precisa ser aumentada para alavancar a prática da construção virtual. (KAM et al, 2013). Além
disso, reuniões integradas de projeto BIM são críticas para o sucesso do projeto (KAM et al,
2013).
Dessa forma, o estudo de caso se mostrou essencial para a verificação das dificuldades
observadas na fase executiva, já que estas são pouco abordadas nos documentos analisados.
Através da análise de Perfil de Maturidade BIM, da Penn State University (CICRP,
2013) pôde-se perceber que, conforme gráfico 1, apesar de um bom nível de maturidade no
controle de informação e infraestrutura BIM, a empresa carece de mapeamento e controle de
processos e de desenvolvimento de uma estratégia para a melhoria contínua da tecnologia,
políticas e processos que permitam ampliar os benefícios do BIM.
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Fonte: Autor
Fonte: Autor
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Os projetos foram elaborados por cinco empresas diferentes, sendo a primeira para
arquitetura, a segunda para estrutura, instalações, modelagem da arquitetura e coordenação 3D,
a terceira para o projeto luminotécnico, a quarta para automação e segurança e a quinta para a
ambientação externa. Além destes, ocorreu a liderança por parte da empresa construtora.
As únicas disciplinas elaboradas em BIM foram a estrutura e instalações, enquanto todas
as outras foram recebidas em 2D, e destas, apenas a versão original da arquitetura foi modelada
em 3D. A figura 3 ilustra os processos do empreendimento.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
No caso estudado, boa parte de tais conflitos foram resolvidos antes da concretagem,
porém, foram identificados 64 furos realizados após a concretagem, sendo 13 horizontais e 51
verticais, que totalizaram um custo extra de R$ 1.963,50.
A não atualização do modelo da arquitetura, apresentado na figura 6, gerou diversos
retrabalhos em detalhes construtivos, além de atraso de cronograma devido à erros de medição
de quantitativos, que poderiam ter sido evitados com a atualização do modelo a cada nova
versão do projeto 2D.
Fonte: Autor
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Na fase Conceitual, como os elementos ainda estão com baixa definição geométrica a
coordenação entre a mesma disciplina não apresenta grande efetividade. A participação dos
responsáveis dos projetos se mostrou suficiente para a resolução de incompatibilidades.
Já na fase de Anteprojeto, várias incompatibilidades já podem ser coordenadas, de
maneira a reduzir o tempo de trabalho na próxima etapa de projeto e coordenação. O
envolvimento dos responsáveis pelos projetos é essencial, e o mestre de obra apresenta
potencial de contribuição.
Para o Projeto Executivo, as incompatibilidades finais surgem no alto nível de detalhe
do modelo, logo, todos os envolvidos tem alto potencial para resolução de incompatibilidades.
Além disso, percebeu-se que a resolução de algumas incompatibilidades podem gerar outras
incompatibilidades, o que reforça a necessidade da coordenação nas etapas iniciais de projeto.
O envolvimento dos responsáveis pelos projetos é essencial, e líderes de equipes de trabalho
cujas disciplinas apresentam incompatibilidades se mostraram de grande potencial de
contribuição para a tomada de decisões.
Além disso sugere-se o layout da figura 7 para as reuniões integradas de projeto de
acordo com avaliação de Addor e Santos (2017), que apontam para uma boa interação entre a
equipe e boa vizualização do conteúdo apresentado.
Percebe-se que a coordenação de algumas disciplinas não aparecem até a etapa final,
pois buscou-se priorizar os elementos construtivos primeiramente executados na obra, já que,
apesar de não ser uma boa prática, algumas obras começam antes da conclusão da fase final de
projeto, o que é confirmado por USACE (2011), que recomenda estabelecer prioridade no fluxo
de trabalho da modelagem para os componentes da construção, que deve ser priorizada em
relação à modelagem dos componentes de outras disciplinas que serão executadas
posteriormente a fim de coordenar e manter o avanço do projeto.
O estudo de caso limitou-se às disciplinas de arquitetura, estruturas e instalações, não
contemplando as disciplinas referidas como demais disciplinas, como ambientação externa,
automação, segurança e luminotécnica, logo, tais etapas adviram da literatura, o que se
apresenta como mais uma limitação da pesquisa.
Ainda assim, o nível de descrição do processo da coordenação alcança etapas pouco
descritas nos guias nacionais de BIM, tais como a ordem das análises de disciplinas e os
membros das reuniões integradas de projeto.
5 CONCLUSÃO
A modelagem 2D para 3D realizada apenas por uma empresa apresentou, assim como
esperado, diversas barreiras para os benefícios em potencial do BIM, como a redução do
trabalho colaborativo e o atraso no repasse de informações.
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REFERÊNCIAS
KAM, C.; MCKINNEY, B.; XIAO, Y.; SENARATNA, D. The VDC Scorecard:
evaluation of AEC projects and industry trends. CIFE Working Paper #WP136,
Center for Integrated Facility Engineering, Dept. of Civil and Environmental
Engineering, Stanford University. Stanford, out. 2013, p.1-31. Disponível em:
<stacks.stanford.edu/file/druid:xd249sp3509/WP135.pdf>. Acesso em: 20 out. 2017.
KREIDER, Ralph; MESSNER, John; DUBLER, Craig. Determining the frequency and
impact of applying BIM for different purposes on projects. In: International Conference
on Innovation in Architecture, Engineering and Construction, 6., 2010. Anais…
Disponível em: <http://bim.psu.edu/uses/>. Acesso em: 06 dez. 2017.
KREIDER, Ralph; MESSNER, John; The Uses of BIM, Classifying and Selecting BIM
Uses. Penn State Computer Integrated Construction, v. 0.9, 2013. Disponível em:
<https://www.pennstatecic.org/projects.html#BIM>. Acesso em: 07 mar. 2018.
LEE, G.; KIM, J. W. Parallel vs. Sequential cascading MEP coordination strategies: A
pharmaceutical building case study. Automation in Construction, 43(0), 170–179.
2014.
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YIN, R. Estudo de caso: Planejamento e Métodos. 5. ed. Porto Alegre: Bookman. 2015.
320 p.