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Interoperabilidade BIM: Um estudo sobre uma residência


Emilio Nóbrega1 – emilioarq@live.com
Master Bim: Ferramentas e Processos
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Natal, RN, 04 de fevereiro 2023

Resumo
Este artigo pretende explorar uma abordagem prática vivenciado em uma
construção residencial durante o período de 2016 a 2018, cujo imóvel esta situado
em condominio privado do municipio de Parnamirim-RN. A pesquisa buscou avaliar
um comparativo da situação original da obra com o levantamento atual utilizando
metódos mais eficazes e melhor confiabilidade para confecção dos projetos técnicos
de Arquitetura e Engenharia. De que maneira se deu o planejamento destes projetos
sem a popularização das ferramentas de modelagem automatizadas atuais? Como o
cronograma físico-financeiro pode ser influenciado pelo orçamento BIM 5D? A
metodologia aplicada é de carater exploratório com finalidade estritamente
acadêmica. Nesse sentido, para realização do trabalho foi aplicado um estudo de
caso direto em uma construção com caracteristicas especiais e fora da tipologia
comum acima de dois pavimentos, assim iria facilitar a dinamica dos informações
reunidas, análise de opinião por meio de citação com outros autores discorrendo
sobre o tema, consulta literária em normas técnicas, artigos publicados, bem como
fotografias e documentos da época para extração de dados quantitativos. Os
resultados encontrados foram satisfatórios acerca da realidade do tempo máximo
que uma construção de alto padrão poderia atingir. Concluiu-se que a participação
dos projetistas com melhor qualificação e especialidades fazem toda diferença para
produção dos modelos técnicos 2D e 3D, tornando a interação entre sistemas
prediais com o menor numero de interferencias, cuja simulação pretende avaliar
possiveis impactos e cenário no canteiro de obras.

Palavras-chave: Arquitetura. Planejamento. Orçamento BIM 5D.

1. Introdução
O uso de novas metodologias de trabalho tem se mostrado cada mais rentáveis aos
profissionais da construção civil. Uma delas é a implementação de sistemas
inteligentes para otimizar o fluxo de dados e as rotinas de avaliação requisitadas
durante a gestão do negócio. A figura do engenheiro residente ainda é pouco
explorada em pequenas construções e por vezes é substituída pelo construtor
informal sem graduação técnica, na qual requer uma maior maturidade
multidisciplinar para o atendimento das tarefas inerentes do canteiro de obras com
as rotinas administrativas do escritório. O conceito ‘BIM’ também conhecido da sigla
em inglês ‘Building Information Modeling’ traz em evidencia esta reflexão sobre a
comunicação do objeto a ser construído (imóvel) ou planejado, onde a equipe
envolvida deve interagir em todas as etapas para concepção do produto até sua
finalização, podendo alimentar informações no cronograma físico-financeiro da obra.
Para organizar e interagir estas ideias modeladas no plano virtual, a figura do

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Arquiteto Urbanista; Especialista em Engenharia de Instalações.
2

coordenador de projetos é de grande importância para auditoria do modelo


tridimensional, na qual será avaliado as possíveis interferências entre disciplinas
prediais contratadas pelo investidor.
Durante o período ativo da construção, a equipe segue um fluxo lógico de produção
do material a ser impresso com base nas anotações inseridas pelo coordenador
através de um ambiente comum de dados, cujo compartilhamento pode ser feito
diretamente na rede mundial de computadores ou local (Rede LAN) do escritório. A
tomada de decisões para resolução destes possíveis desvios verificados na
plataforma deve ser acompanhada de algumas hipóteses, tornando mais acessível
as soluções e elencar a prioridade do menor custo, consequentemente, promover
redução do impacto ambiental dado a análise global fornecida pela construção para
aquela centralidade urbana escolhida para execução do investimento imobiliário.
Nesse sentido, a equipe multidisciplinar envolvida deve ter consciência que existem
três maneiras de impacto no ecossistema urbano ou natural, podendo citar: 1)
Poluição do ar; 2) Poluição dos recursos hídricos (aéreos e submerso) e, 3) Poluição
do solo.
ROTH; GARCIAS [2009, p.122] lembram que "[..] Resíduos sólidos da construção
civil não se restringem apenas a tijolos quebrados ou argamassa desperdiçada,
como muitos consideram. Formam um conjunto de materiais diversos, como
embalagens plásticas e de papel, terra e restos de vegetação, ferragens, madeiras,
e até possíveis sobras de alimentos e bitucas de cigarro, entre outros, formando
assim um volume extremamente heterogêneo e de difícil separação." Cada uma das
formas de poluição representam o somatório de características individuais que
deveriam ser respeitadas, contudo a educação ambiental ainda é um desafio e
quase sempre negligenciado por boa parte dos empreendedores de obras em geral,
na qual poderia ser evitado com organização da compra de insumos durante o fluxo
de processo. Por mais esforço que haja nas grandes construtoras, uma pequena
parcela dos resíduos deixou de ser aproveitado ou encaminhado ao seu destino
planejado de reuso, que por sua vez gerou contaminação do novo local descartado.
Para que uma edificação seja considerada ecológica é necessário relacionar sua
mobilidade diante dos ocupantes em cada ambiente programado para as atividades.
Os ambientes por sua vez, devem ter sua função bem definida na qual a proporção
de divisórias será diretamente ligada as condições de manutenção, harmonia e
solidez do imóvel. Nesse sentido a compra de materiais sem excessos fará toda
diferença para minimizar os estoques sem uso e a logística reversa. Por exemplo,
durante o dimensionamento das instalações prediais é comum o comportamento do
traçado ser influenciado pelo partido arquitetonico, a opção de curvas para desvio de
elementos estruturais sendo resultante em uma das hipóteses que satisfaça a
manutenibilidade. A especificação de materiais que proporcionem flexibilidade nesse
aspecto, bem como para segurança na vida útil da edificação, irá favorecer a
montagem, logística de etapas, manuseio do produto com redução de cortes e
alteração das características comerciais.
Assim, este trabalho pretende apresentar os desafios encontrados em uma obra de
pequeno porte com diversos tópicos de complexidade vivenciados pelo
empreendedor que buscou executar a obra da casa própria, ressaltando a evolução
do projeto em face as mudanças ocorridas ao longo do período da construção sem a
utilização de ferramentas integradas e automatizadas entre a equipe, culminando em
baixa agilidade pelos projetistas, longas horas para decisão dos resultados de
orçamento dos materiais, quantitativos, racionalização dos dados automatizados dos
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projetos de engenharia e melhor planejamento do tempo de obra com as tecnologias


atuais mais popularizadas no mercado.
2. ESTUDO DE CASO
O objeto avaliando a ser estudado nesta pesquisa é caracterizado por uma
residência de médio padrão tipo ‘unifamiliar’ situado em zona metropolitana da
Grande Natal, Estado do Rio Grande do Norte (RN). A obra teve seu planejamento
inicial em Maio de 2015 com a formalização dos estudos do Projeto Arquitetônico,
utilizando plataforma de duas dimensões (2D) com o aplicativo CAD (sigla inglês
‘Computer Aided Design’) mais conhecido para representação gráfica do desenho
técnico. As informações em planta baixa não apresentaram compartilhamento
indireto de dados, somente por análise direta para decisões em outro ambiente
(físico ou virtual), ou seja, a busca por outras informações e resolução de
simulações mais coerentes aos olhos do leitor (cliente e contratante) seriam
revelados pela exportação dos dados 2D em outro aplicativo mais especialista, como
por exemplo o levantamento tridimensional para estudo de fachadas (estética,
insolação, equilíbrio de formas, harmonia de cores, etc.). Do mesmo, os detalhes
inerentes aos sistemas prediais (Estrutura, Instalações, Paisagismo) eram tratados
separadamente sem a junção coordenada das interferências entre eles. Esta
sobreposição de modelos virtuais (interoperação) utilizava o mesmo ambiente de
dados 2D, separado por cores e realizado o comparativo visual para detecção de
‘choques’ e possivelmente iriam gerar atrasos na fase posterior da construção. A
realidade aumentada proporcionada pelo sistema BIM já existia na época da
construção do imóvel, contudo não era tão difundida entre os escritórios de
arquitetura e engenharia de maneira assertiva e aprofundada com as múltiplas
variáveis de interpretação que poderíamos ter com as informações compartilhadas
pelo modelo integrado, cujo ambiente comum de dados pode ser ampliado com uso
hologramas na obra, óculos virtual, celulares portáteis e computador.
2.1. Contexto BIM
O uso das ferramentas BIM aqui na região do RN iniciou a partir do ano 2000 de
maneira restrita para modelagem 3D e renderização, tendo como premissa o
conceito planejado em sistema CAD para integração 2D. Podemos citar os
aplicativos comerciais mais populares como: AutoCAD, Rhino, Kerkythea, Google
Sketchup e Arcon. Poucos eram os escritórios autônomos que detinham o
conhecimento para aplicação e quase sempre os serviços eram terceirizados por
consultores independentes, em geral os estudantes de graduação na busca por
aplicação prática com o mercado. Mais tarde em 2010, tivemos a popularização dos
aplicativos comerciais, Autodesk Revit e Graphisoft Archicad. Ambos utilizando a
parametrização de informações 2D e modelo 3D em um mesmo cenário virtual,
mantendo a integração externa para suplementação em outro aplicativo especialista.
CHAVES [2021] aponta que o conceito do BIM é mais antigo como parece, sendo “A
primeira atribui ao professor Charles M. Eastman a criação de conceito bastante
similar ao BIM, porém, na época (década de 1970) fora chamado de Building
Product Model (BPM). [...] Entretanto, a teoria mais popular assume que na década
de 1980, o arquiteto Jerry Laiserin iniciou uma organização chamada de
International Alliance for Interoperability (atual Building Smart) que tinha como
objetivo melhorar o intercâmbio de informações entre os softwares. De acordo com o
próprio, a primeira aplicação do BIM nasceu com o conceito de Edifício Virtual do
ARCHICAD Graphisoft da Nemetschek, na sua estreia em 1987.” Com isso a
totalidade destas informações fornecidas pelo modelo integrado BIM facilitaram
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bastante a formação de resultados de modo como o partido arquitetônico direciona


para a localização e dimensionamento dos sistemas prediais durante sua fase de
concepção (projetos), execução e operação mais tarde pelos usuários. A equipe de
profissionais envolvidos consegue ampliar essa dinâmica de análise com novas
interpretações além das duas dimensões (2D).

2.2. Projeto Arquitetônico


A residência foi projetada para atender um fluxo de até 09 pessoas, sendo o casal
com dois filhos e os avós de ambos de maneira provisória em datas especiais. O
lote escolhido está situado em um importante condomínio privativo horizontal,
distante 10km do centro de Parnamirim-RN.

A figura ao lado apresenta as


confrontações do lote durante o ano de
2019, na qual o perfil natural de topografia
indicou uma cota diferencial de 3,00m
medido do nível zero (rua ao norte) para
nível inferior, ao sul, deste modo permitiu
ao zoneamento, abrigar o setor de serviços
(garagem e lavanderia) neste local inferior,
Figura 1 Implantação do imovel no lote privativo.
sem obstruir a entrada social de pedestres
FONTE: GOOGLE MAPAS [2023] na rua superior.
adaptado por AUTOR [2023]

O programa de ambientes internos é formado por três pavimentos, sendo 1) subsolo


semi enterrado com Garagem para 04 vagas coberta, Dependência multi-uso,
Lavanderia e banheiro 01; 2) Pavimento térreo com Cozinha, Escada, Quarto 1,
Banheiro 2, Sala 2 ambientes, Varanda, Solário com churrasqueira; 3) Pavimento
superior com 02 suíte sendo 1 com varanda e 02 semi suítes, perfazendo uma Area
de 256,88m².

Figura 2 Planta baixa dos pavimentos em sistema CAD


FONTE: AUTOR [2018] adaptado por AUTOR [2023]
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2.2.1. Evolução do partido arquitetônico

O primeiro conceito já preveu a indicação de três pavimentos, com a valorização


duas testadas oferecidas pelo terreno, onde ocorreu a separação de entradas para
usuários pedestres ou sobre veículos. O terreno de implantação possui área de
293,62m² com as principais limitações construtivas quantos os afastamenos minimos
frontal e lateral, ocupação máxima de até 80% e taxa permeavel minima com 20%.

Figura 3 Fachada sudeste do modelo 1 Figura 4 Fachada sudoeste do modelo 1


FONTE: AUTOR [2015] FONTE: AUTOR [2015]
O projeto predominou o estilo eclético, reunindo a fusão de dois principais estilos
como greco-romano e o modernismo, o primeiro observa-se equilibrio de forma,
assimetria e identidade do monobloco; Entablamento superior; ornamentação de
cornijas e frisos negativos. O segundo estilo é marcado pelo uso do vidro
envolvendo a entrada principal e toda panoramica para mata nativa vista da cozinha;
Uso de pilotis; Ornamentação da coluna principal formando uma boa austeridade.

No segundo conceito optou-se pela


simulação do pavimento útil na
cobertura, onde passaria a ter quatro
pavimentos conforme figura ao lado, não
obtendo êxito na aprovação em virtude
do alto aproveitamento de solo superior
aos 80%. As duas primeiras opções
previam acesso da garagem ao térreo
por rampa em 2 lances. Figura 5 Fachada sudoeste do modelo 2
FONTE: AUTOR [2015]
O conceito foi aprovado pelo solicitante/investidor ainda no modelo 1, cujo programa
atendeu as expectativas de uso e ocupação. O modelo 2 compôs uma certa
especulação com algumas alternativas prevista pela lei código de obras2 como por
exemplo redução da area util na garagem para acréscimo do quarto pavimento na
modalidade mezanino e solário.
Ano
Etapa
2015 2016 2017 2018
Contrato do projeto Maio
Estudo preliminar Maio
Anteprojeto legal Junho
Alvará de construção Agosto
Construção - Fev. a Dez. Fev. a Dez. Jan. a Jun.
Habite-se - - - Outubro
Quadro 1 Linha do tempo para viabilização da construção com três pavimentos
FONTE: AUTOR [2023]

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PARNAMIRIM [2019]
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O terceiro modelo assume as


características da obra em andamento a
partir do mês de setembro-2016, cuja
etapa de alvenaria e superestrutura já
estava finalizada elimina o quarto
pavimento e altera o equilíbrio dos
ornamentos na fachada social (figura 6);
Esta opção também altera a rampa para
Figura 6 Fachada sudeste do modelo 3 01 escada o acesso entre garagem e
FONTE: AUTOR [2016] piso 2 (térreo).

Durante o ano de 2017 a obra sofreu pouca evolução logo após a finalização da
super e supra-estrutura e, inicio das instalações. Tal fato é justificado pelo
desequilíbrio financeiro gerado durante o planejamento prévio do cronograma-físico
inicial, cuja demanda gerou uma linha de fluxo acumulada nesse período.

Figura 7 Fachada sudeste da obra em setembro 2016 Figura 8 Fachada sudeste do modelo 4.
FONTE: AUTOR [2016] FONTE: AUTOR [2018]

Observe que cada atualização dos modelos até o momento retratava as visitas
técnicas de obra desempenhada pelo projetista de arquitetura ao longo da obra. O
relacionamento verbal era muito restrito, as dúvidas normalmente estavam sendo
tratadas no canteiro de obras mediante as especificações dos projetos impressos
em duas dimensões (2D), cuja interpretação facilmente poderia induzir a erros de
leitura pelo gestor da obra. A legenda informativa dos quantitativos para conexões,
peças estruturais era de fácil acesso, mas não apresentava indicações humanizadas
com elementos em três dimensões (3D) e, isso não gerou atenção especial na
decisão final de compra dos insumos, ocasionando aumento financeiro.

Modelo Area Ano Cub/m²


01 282,31m² 2015 1239,82
02 312,65m² 2015 -
03 231,78m² 2016 1359,03
04 256,88m² 2018 1508,91
Quadro 2 Relação entre alterações nos modelos e indice estimado pelo Cub/m².
FONTE: SINDUSCON, [2023] adaptado por AUTOR [2023]

De acordo com quadro 2, os índices mostrados pelo Cub/m² referem-se ao padrão


‘R-1’ de acabamento normal para arbitrar um valor estimado sem a formação do
Estudo Analítico de Projeto (EAP) e tabulação do orçamento por etapas de
consumo. Nesse momento o sistema CAD não apresenta um grau de confiança
assertivo na fidelidade dos dados levantados a partir da leitura de plantas e tabelas.
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Os itens unitários farão mais diferença no modelo BIM transplantado em outra


plataforma por meio do filtro de informações solicitadas na analise daquela etapa de
obra. As figuras que seguem apresentam gráficos comparativos durante os anos de
2015 a 2018 em duas etapas, a primeira estimada pelo Cub/m² e a segunda com os
valores reais.

Figura 9 Gráfico com valores estimados do cub/m² Figura 10 Gráfico com valores reais
FONTE: SINDUSCON [2023] adaptado FONTE: AUTOR [2023]
AUTOR [2023]

A diferença de R$ 10.728,80 entre o ano de 2018 representou um aumento de


3,07% sobre 2015. A principio este valor é satisfatório caso a obra mantivesse o
fluxo de 06 meses sem interrupções, entretanto ao avaliar o fluxo global da obra é
possível constatar quatro paralisações causada por motivos distintos.

Pavimento Meses em 2016


Fev Mar Abr Mai Jun-Out Nov Dez
Subsolo 21,09 12,12 0,00 0,00
Térreo 17,67 21,32 0,00 0,00
Superior 0,00 10,44 0,00
Total: 82,64% R$ 350.000,00
Quadro 3 Resumo do cronograma físico com percentuais durante o ano 2016
FONTE: AUTOR [2016] adaptado por AUTOR [2023]

Observando o quadro acima, as duas paralisações ocorreram por má gestão em


virtude da troca de equipe para mão de obra, cuja equipe era formada por três
pedreiros, dois serventes e um mestre de obras; No período de junho a outubro,
existia um déficit no mercado para indicações da nova equipe. Em dezembro, o
segundo motivo da paralisação se deu pelo desequilibrio financeiro em função do
aumento de preços nos insumos de curto prazo caracteristico do periodo paralisado,
a obra teve que solicitar nova reprogramação dos valores e somente aprovado em
Janeiro-2017 esta liberação dos recursos financiados pela instituição.

Pavimento Meses em 2017


Jan Fev-Mar Abr-Jun Jul-Ago Set-Out Nov Dez
Subsolo 0,00 0,00 0,00
Térreo 0,00 24,62 0,00 0,00
Superior 0,00 17,35 0,00 9,12 9,12 0,00
Total: 60,21% R$ 355.591,90
Quadro 4 Cronograma físico com percentuais no ano 2017
FONTE: AUTOR [2017] adaptado por AUTOR [2023]
Após reprogramação financeira pela instituição solicitada, a obra manteve evolução
concluída de 60,21% conforme quadro 4 anterior. Em 2016 o valor total percentual
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liberado no constante do quadro 03 subtraído do percentual evoluído no quadro 4


(82,64–60,21) mostra o o saldo remanescente para conclusão dos serviços de
22,43% do quadro 5 abaixo para fechamento de 100%.

Pavimento Meses em 2018


Jan Fev Mar Abr Maio Jun Out
Subsolo 0,00 3,37 5,23
Térreo 0,00 5,23 Habites
Superior 0,00 3,37 5,23
Total: 22,43% R$ 376.880,00
Quadro 5 Cronograma físico com percentuais no ano 2018
FONTE: AUTOR [2017] adaptado por AUTOR [2023]

Diante dessa análise involutiva dos dados da época, foi possivel entender como se
deu o fluxo de caixa mensal em percentuais proximo da realidade, uma vez que o
gerenciamento bancário era realizado pelo gestor da obra. Logo, para conclusão dos
serviços que deveriam ocorrer em seis meses o prazo perdurou por vinte e dois
meses. As figuras abaixo mostram o imóvel 01 ano após a conclusão dos serviços
durante visita espontanea para outra demanda no condominio.

Figura 11 Fachada sudoeste do imóvel habitavel Figura 12 Fachada sudeste do imóvel habitavel
FONTE: AUTOR [2019] FONTE: AUTOR [2019]
3. Orçamento BIM 5D
Durante o processo de modelagem é fundamental que cada projetista obedeça ao
alinhamento de eixos definido no modelo de arquitetura, pois assim cada sistema irá
acompanhar os desníveis solicitados por cada item das normas técnicas e assegurar
que não teremos cruzamento de tubos com estrutura, divisórias, pavimentação,
esquadrias, etc.
LACERDA [2019, p.4] aponta que “No paradigma
de processos utilizando o BIM 5D é importante
que os modelos 3D dos projetos da edificação
cheguem até o orçamentista prontos para a
retirada de quantitativos, para isso os projetistas
devem construir os modelos de forma que a
retirada de quantitativos seja realizada de forma
fácil e exata e serem compatíveis com os
Figura 13 Modelo BIM de arquitetura métodos de quantificação do orçamentista.”
FONTE: AUTOR [2023]

Em alguns casos será inevitável a perfeição entre os modelos BIM compartilhados, e


caberá ao coordenador de projeto definir a orientação de especificação para aquele
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trecho afetado no ambiente virtual que está sendo tratado as análises (e-mail,
plataformas Cloud, Drive virtual, etc.). A figura do coordenador quase sempre é
representada pelo autor do projeto de arquitetura, uma vez que este projeto define
as diretrizes básicas de como o edifício irá se portar no pós-ocupação com usuários.
Mas não é regra e esta função pode ser delegada por outro líder ou gestor de
acordo com o porte da obra.

Figura 15 Filtro para quantificar telhas de


fibrocimento
FONTE: AUTOR [2023]

Figura 14 Quantitativo parcial do resumo de materiais


da Arquitetura
FONTE: AUTOR [2023]

De posse do modelo BIM para arquitetura, cuja elaboração foi realizada pelo
aplicativo ‘Autodesk Revit 2022’, na qual já podemos notar algumas diferenças como
a resolução gráfica da figura 13 com texturas menos sólidas a exemplo das demais
apresentadas no tópico 2.2.1 em outro aplicativo. Basicamente o que diferencia cada
aplicativo é a quantidade dos dados que poderiam ser apresentados, ambos
oferecem o modelo em 3 eixos (x; y; z) no espaço orbital, mas o segundo modelo
não permite a possibilidade de personalização em novos filtros para pesquisar o
objeto 3D especifico.
As figuras 14 e 15 acima definem bem este fluxo
de trabalho vivenciado pelo orçamentista, na qual
cada objeto lançado no espaço (uma parede, uma
porta, paginação de piso, bancada) necessitam de
configuração interna para melhor descrever as
propriedades tipo do produto.
Por exemplo a figura 16, ao selecionar a bacia
sanitária no modelo arquitetônico surgem outras
informações catalogadas que poderão ser uteis
para filtro de tabelas impresso na prancha de
Figura 16 Propriedades do objeto 3D
projeto, tornando acessível ao leitor no canteiro de selecionado no Revit
obras ou fornecedores. FONTE: AUTOR [2023]
A criação do estudo analítico de projeto é o primeiro passo para compor todos os
filtros que foram segregados do modelo 3D paramétrico, cada profissional terá sua
ordem para elencar os insumos primários, composições agrupadas e mão de obra.
Para o exemplo abordado de uma obra com três pavimentos a seguir na figura 17,
foi apresentado os valores atuais para execução com cerca de 51,83% de aumento
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no custo da construção em relação ao ano de 2018, conforme apontado pelo índice


SINAPI (Dezembro-2022) apud ORÇAFASCIO [2023]. A planilha está segmentada
02 tópicos principais, sendo: 1) Execução- Serviço bruto e 2) Execução- Serviço fino.
Desta maneira torna mais fácil a leitura e rastreamento do fluxo de saída antes e
depois dos revestimentos e instalações. A primeira etapa representa a obra nos
primeiros quatro meses; A segunda etapa é onde iremos lidar com os acabamentos,
fase de maiores complicações para gestores leigos sem formação em engenharia
civil ou arquitetura. É o momento das ‘dores’ de maior saída do capital investido
quando a obra não está planejada em planilhas bem definidas.

Figura 17 Vínculo EAP do OrçaBIM para Autodesk Revit


FONTE: ORÇAFASCIO [2023] adaptado por AUTOR [2023]

Esta fase do orçamento é o divisor de águas entre aventureiros da construção e os


profissionais habilitados. Uma obra iniciada sem o devido planejamento incorrerá
riscos e perdas economicas, sociais, estéticas, bem como a segurança de longo
prazo.
"O projeto do edificio deve atender os parâmetros minimos de VUP
(vida util de projeto) indicados na Tabela 7 [Estrutura  50 anos] [...] O
período de tempo a partir do qual se iniciam os prazos de vida útil
deve ser sempre a data de conclusão do edifício habitacional, a qual,
para efeitos desta Norma, é a data de expedição do Auto de
Conclusão de Edificação ou “Habite-se”,[...]" item 14.2.2, ABNT, NBR
15575 [2021]

Aplicando os valores da figura 17 no cronograma físico, teremos a seguinte


distribuição ao longo dos mesmos 6 meses de duração, aumentando mais um
integrante (servente), totalizando sete membros por administração direta
(empreitada).
Pavimento Meses em 2023
Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul
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Subsolo 31 5 7 3
Térreo 14 5 7 Habites
Superior 14 4 7 1
Total: 100% R$ 727.009,21
Quadro 6 Cronograma físico com percentuais no ano 2023
FONTE: AUTOR [2023]

Ao somar os dados do quadro 6 pode-se


constatar que os três meses iniciais
refletem a etapa de obra bruta,
correspondendo a 50% da figura 18. A nova
equalização no cronograma gerou alivio
para aplicação financeira de até 15%
gradual nos acabamentos; O mês final
reduziu de 6 para 4%, representando a
pintura e limpeza.

Figura 18 Comparativo entre etapa bruta e fina da


obra
FONTE: AUTOR [2023]

Sendo assim, a obra obteve relação R$/m² nos dias atuais em R$ 2830,15/m² bem
próximo do índice R-1 de padrão alto, conforme publicado pelo SINDUSCON [2023]
“O cub/m² padrão normal é de R$ 2227,60/m² enquanto que o padrão alto R-1 é a
partir de R$ 2900,03/m² referente ao mês dezembro-2022”.

4. Sistemas prediais
A edificação é formada por sete sistemas distintos e formam uma interligação entre
si, desde que não haja mudança no comportamento funcional das suas
particularidades. São eles em ordem hierárquica: Estrutura, Instalações elétricas de
baixa tensão, Instalações Hidráulicas e Sanitárias, Gás canalizado, Águas pluviais e
Climatização artificial. O quadro a seguir apresenta o resumo do dimensionamento
conforme normas técnicas para o bom desempenho de uso, operação e manutenção
dos equipamentos.
Sistema avaliado Observações
Estrutural Classe 02, urbano, fck= 30MPA, Moldado ‘no local’
Hidráulico (07 x 150 litros)x 2 dias= 2100= 2000 litros (tanque PVC)
Sanitário 59 uhc, descarga final com ø=100mm
Águas pluviais Q=95 x 180mm/ 60= 285 L/min x 10min= 2850 L
Gás LP Q= 1,51/ 0,60= 2,51= 3 tanques p13
Climatização 51k btus distribuído em 05 evaporadoras
Elétrica baixa tensão Entrada 3F + N; P= 39,9kw; CD=27,4 kva; Proteção 80A
Subsolo F+N+T; P=7,31kw; CD=6,77kva; Proteção 32A
Térreo F+N+T; P=9,24kw; CD=8,37kva; Proteção 40A
Superior F+N+T; P=23,4kw; CD=20,2kva; Proteção 100A
Quadro 7 Resumo dimensionado dos projetos de engenharia
FONTE: AUTOR [2016] adaptado por AUTOR [2023]
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5. Resultados
Uma das vantagens que o sistema de modelagem paramétrica promovida com o uso
do BIM sem dúvida é a agilidade na produção com melhor clareza de resultados. A
figura abaixo apresenta este indicativo, para produção dos principais desenhos
técnicos de Arquitetura e Estrutura utilizando o sistema CAD foram necessários 168
e 120 horas respectivamente.

Figura 19 Comparativo de produção média por tipo de projeto


FONTE: AUTOR [2023]
Passando ao sistema BIM praticamente todos os sistemas prediais de uma
edificação menos complexa, facilmente podem ser projetados em um dia. No caso
especifico, a arquitetura ainda ocupou 24h (3 dias comerciais) com os intervalos
trabalhistas respeitados. Essa relação vai depender muito do grau de maturidade
dos projetistas ao conceber os detalhamentos em menor tempo possível, oferecendo
soluções que garantam econômica, qualidade e segurança.
“[...]A partir do modelo BIM foi possível, também, criar plantas de
identificação dos níveis (de forma automática) de pavimentos
complexos. Esses desenhos auxiliam a compreensão da Estrutura
para todos os envolvidos no processo: demais projetistas, equipe
responsável pelo detalhamento das armações e, sobretudo, a equipe
de obra” KAIZUKA et al [s.a]
A interoperabilidade entre sistemas prediais é um dos processos de modelagem com
objetivo de descobrir possíveis erros ou desvios entre dois ou mais sistemas,
verificar trechos com super ocupação, na qual evita manifestações patológicas
futura.
KAIZUKA et al [s.a] reforçam ainda que
“O trabalho colaborativo em rede
proporcionou grandes ganhos para o
fluxo de informações no escritório.
Todos os colaboradores internos
envolvidos no projeto trabalham ao
mesmo tempo num único modelo.” Estes
ambientes virtuais também chamados de
‘cloud’ realizam essa união dos projetos
Figura 20 Pasta virtual do ambiente comum de dados
de posse dos arquivos extraído de cada (CDE)
aplicativo com extensão ‘.ifc’. A figura ao FONTE: usBIM [2023] adaptado por
lado ilustra uma destas pastas virtuais AUTOR [2023]
com o arquivo principal chamado
‘federado’, nele estão reunidos todos os
sistemas para análise ou visualização.
13

Segundo SOUZA [2019] Esta sigla ‘ifc’ da sigla inglês ‘industry foundation classes’,
“Trata-se de um formato de arquivo neutro que possibilita a troca de informações
entre diferentes sistemas CAD e BIM. O formato estabelece padrões internacionais
para importar e exportar objetos de construção e suas propriedades. Ou seja,
através desse arquivo, é possível abrir no Revit um arquivo criado no Archicad, ou
vice-versa, transportando suas informações.”

Figura 21 Trecho do Modelo BIM federado e compartilhado na pasta virtual 'cloud'


FONTE: usBIM [2023] adaptado por AUTOR [2023]

Existem outras plataformas digitais que permitem a visualização do modelo


federado, tais como: Altoqi Cloud, BIM 360, Autodesk Naviswork, Bimcloud, etc.
Uma vez montado o modelo federado será necessário avaliar 3 possiveis
combinações entre os sistemas prediais.

5.1 Arquitetura x Estrutura


Com auxilio da ferramenta ‘Autodesk Naviswork’ é possivel realizar as interações por
meio do ‘clash detective’. Foram detectados 951 colisões entre ‘Alvenaria, piso
cerâmico e esquadrias’ sendo perfuradas pela estrutura, boa parte desse total de
itens 810 são ações de engaste.

Figura 22 Resumo de interferencias entre Arquitetura e Estrutura


FONTE: AUTOR [2023]
14

Figura 23 Trecho 1 de colisão entre coluna e laje do Figura 24 Trecho 1 executado na obra
pavimento FONTE: AUTOR [2017]
FONTE: AUTOR [2023]

Figura 25 Trecho 2 comum entre engaste de coluna e Figura 26 Trecho executado na obra
laje FONTE: AUTOR [2017]
FONTE: AUTOR [2023]

Cada interferencia reforça a necessidade de planejamento prévio no canteiro de


obras, boa parte das perfurações podem ser minimizadas com uso de transpasses
antes da concretagem e a peça estrutural irá sofrer menos abalo por vibrações ou
abertura de fissuras no diagrama de Estado limite de serviços.

5.2 Arquitetura x Instalações


Foram detectados 03 colisões entre os modelos.

Figura 27 Resumo de interferencias entre os modelos Arquitetura e Instalações


FONTE: AUTOR [2023]
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Figura 29 Tubo queda 1 na obra


Figura 28 Tubo de queda 1 sanitário FONTE: AUTOR [2018]
FONTE: AUTOR [2023]

Figura 30 Tubo pluvial 2 em descida no interior de Figura 31 Ramal pluvial 75mm antes da concretagem
coluna FONTE: AUTOR [2018]
FONTE: AUTOR [2023]

Figura 32 Tubo de queda 4 sanitário no muro de Figura 33 Muro de contenção no recuo lateral
contenção esquerdo
FONTE: AUTOR [2023] FONTE: AUTOR [2018]

5.3 Instalações x Estrutura


Foram detectados 1461
colisões entre os modelos.

Figura 34 Análise de interferencias entre os modelos Inst x Estrutura


FONTE: AUTOR [2023]
16

Figura 35 Drenagem pluvial a jusante da rampa de Figura 36 Trecho executado no local


garagem e viga de solo FONTE: AUTOR [2018]
FONTE: AUTOR [2023]

Figura 37 Trecho de perfuração da viga na linha


neutra Figura 38 Trecho executado na obra
FONTE: AUTOR [2023] FONTE: AUTOR [2018]

6. Conclusão
Com base no estudo apresentado sobre uma edificação construída no período de
2016 a 2018, pode-se concluir que a participação das ferramentas de modelagem
3D em geral já auxiliam no desenvolvimento e tomada de decisões entre a equipe
técnica de projetistas, construtores, fornecedores, mão de obra, investidores e o
próprio cliente proprietário. Este é o principal agente que deve ter plena aprovação
do conceito projetado para inibir quaisquer chances de alteração durante a obra.
Toda alteração no canteiro implica em reprogramação financeira por exemplo,
desvios que geram perturbações, conflitos interpessoais e até paralisação
temporária como visto anteriormente. Assim, vale lembrar também que a equipe
projetista multidisciplinada e especialista em suas áreas fazem a diferença para
melhor direcionar as soluções propostas com o modelo inicial da arquitetura. Para
que haja evolução e maturidade pelo projetista que deseja se tornar um coordenador
de projetos é necessário testar diferentes práticas projetuais com as demandas lhe
são solicitadas, aliado a busca da educação continuada.
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Referências

ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575:


Edificações habitacionais de até 5 pavimentos– Desempenho Parte 1: requisitos
gerais: elaboração. Rio de Janeiro, 2021;

CHAVES, Hugo. A história do BIM. Qual é a sua origem?. Acesso em 31 de


janeiro 2023; Disponivel em: < https://neoipsum.com.br/historia-do-bim/>; Campina
Grande, 2021;

GOOGLE MAPAS. Bairro Vida Nova. Acesso em 02 de fevereiro 2023; Disponivel


em: < https://goo.gl/maps/ZkkDv6Ag6dMLm2P4A>, Parnamirim, 2023;

KAIZUKA, Reinaldo; EVANGELISTA, Thais Celebroni. Como o BIM favorece o


desenvolvimento de projetos estruturais. Acesso em 27 de maio 2022; Disponivel
em: <https://dl.tqs.com.br/files/RevistaConcreto85_Obras_emblematicas.pdf> s.a;

LACERDA, Riccelly Farias de. Material de aula Ipog 'Unidade III-Orçamentação


de obras- BIM Integração REVIT x ORCAFASCIO'. João Pessoa, 2019;

ORÇAFASCIO. OrçaBIM- API de integração com o Revit. Acesso em 04 de


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PARNAMIRIM. Código de obras e urbanismo do municipio, lei 830/94. Acesso


em 03 de fevereiro 2023; Disponivel em: <
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Parnamirim, 2019;

ROTH, Caroline das Graças; GARCIAS, Carlos Mello. Construção civil e a


degradação ambiental. Acesso em 02 de fevereiro 2023; Disponivel em: <
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SINDUSCON. Cub/m². Acesso em: 03 de fevereiro 2023; Disponivel em: <


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SOUZA, Eduardo. DWG, IFC, RVT, PLN? As extensões de arquivos mais


comuns para arquitetura. Acessado 4 de Fev 2023.
<https://www.archdaily.com.br/br/928811/dwg-ifc-rvt-pln-as-extensoes-de-arquivos-
mais-comuns-para-arquitetura> , 2019;

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em:
<https://cloud.usbim.com/home/workspaces?workspace_id=319031&folder_id=4094
654>, Itália, 2023;

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