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Há várias definições para o BIM.

A Rede BIM SENAI define a metodologia como:

Um conjunto de políticas, processos e tecnologias que, combinados, viabilizam o trabalho


colaborativo e integrado para a criação, desenvolvimento, construção, operação e,
principalmente, para construção virtual e simulação de cenários e de desempenhos do
empreendimento e de seus sistemas, gerenciando suas informações através de plataformas
digitais (baseadas em modelos virtuais, paramétricos e inteligentes), aplicados ao ciclo de vida
do empreendimento.

CONTEXTUALIZAÇÃO

A área da construção civil experimenta uma fase de transição na maneira de pensar e


conceber o projeto da obra. Por muito tempo, a representação gráfica bidimensional (2D)
manteve-se como linguagem padrão de registro e de transmissão de informações. Porém,
hoje, esta linguagem não é suficiente para as necessidades dessa indústria.

Por isso, em vários países a modelagem 3D, aliada às tecnologias digitais, vem sendo utilizada
para a elaboração de projetos de arquitetura e de engenharia, com modelos inteligentes que
englobam todas as fases da edificação, do projeto à manutenção. No Brasil, conforme Decreto
nº 9.377/2018 que institui a Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information
Modeling, essa metodologia será exigida a partir de 2021 para os projetos e construções
brasileiras.

A Metodologia BIM permite registrar, organizar, sistematizar, tratar e compartilhar


informações dos empreendimentos, de maneira eficiente e fidedigna. Traz as premissas de
transparência nos processos, o que implica compartilhamento e rastreabilidade da informação
em tempo real, e promove a evolução nos processos de projeto, construção e operação, além
da redução de erros, tempo e custo. Mas, para isso, a metodologia precisa ser iniciada com
diagnóstico e planejamento customizados; estar incorporada ao plano estratégico da empresa,
em sua política, uma vez que a decisão de adoção do BIM sinaliza uma mudança de cultura
organizacional. Não é uma ação isolada do departamento de projeto de arquitetura, nem uma
substituição de software de desenho, e não se resolve com a contratação de uma consultoria
externa.

Por isso, o profissional que apresentar fluência nas linguagens do BIM será valorizado pelo
grande potencial de participar, ou até liderar a implantação dessa metodologia nas empresas.

Os estudos que você realizará agora lhe ajudarão, como profissional, a se inserir no universo
BIM!

HISTÓRICO

Sabemos que a humanidade constrói há muito tempo, e algumas construções muito antigas
resistem até hoje, como as pirâmides no Egito, os aquedutos romanos, estradas e edifícios que
são fontes de pesquisa e de inspiração para a evolução dos processos da área da Construção
Civil.

Acompanhe, na linha do tempo abaixo, esta evolução até o uso do BIM. Clique nos círculos
para acessar o conteúdo:

SÉCULO I A.C. – VITRÚVIO


Marcos Vitrúvio Polião (em latim, Marcus Vitruvius Pollio), arquiteto romano, já reconhecia a
importância das representações gráficas para o projeto. Construções ricas em detalhes e
características artísticas eram inicialmente representadas em modelos de argila ou madeira de
forma artesanal, em escala reduzida, para estudos e elaboração dos desenhos do projeto.

SÉCULO XIX - GRANDES GUERRAS MUNDIAIS

Com a destruição causada pelas guerras, surge a necessidade de reconstruir cidades inteiras.
As obras precisavam ser executadas com rapidez, eficiência e sem desperdícios. Com isso, a
necessidade de projetos de construção baseados em padrões técnicos que facilitassem o
entendimento pelos trabalhadores de diferentes nações, sem experiência na área de
arquitetura, engenharia e construção.

1947 – FUNDAÇÃO DA ISO

A Organização Internacional para Padronização (ISO) foi fundada em Genebra, na Suíça, e


estabelece as normas técnicas de, basicamente, todos os campos, em quase todo o mundo.
Isso estimulou a elaboração de projetos baseados em padrões de representação gráfica e a
produção, em série, de materiais para construção e de sistemas construtivos. Nessa época, os
projetos eram representados por desenhos técnicos em papel.

1974 – CRIAÇÃO DO CONCEITO BDS

O professor Charles M. Eastman e outros pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia,


nos Estados Unidos da América (EUA), criaram o conceito BDS (Building Description System –
Sistema de Descrição da Construção) que reuniu elementos gráficos de informações
geométricas com as informações relativas aos materiais.

1982 – SURGIMENTO DO AUTO CAD

A representação gráfica dos desenhos técnicos do projeto, antes elaborados em papel, é feita
a partir daqui por sistemas computacionais (softwares) CAD (Computer Aided Design). Os
processos de elaboração de projeto de construção de edifícios e de infraestrutura evoluem
com o uso da computação gráfica, aplicação de novas técnicas construtivas e novos materiais.
Isso proporcionou agilidade, segurança e redução de custo e de prazo na produção dos
projetos.

1992 – SURGIMENTO DO BIM


Gilles A. van Nederveen e Frits P. Tolman, da Delft University of Technology, propuseram uma
abordagem envolvendo as múltiplas visões de modelagem do empreendimento, bem como de
suas informações para fundamentar o modelo, baseada nos múltiplos pontos de vista oriundos
de todos os participantes do projeto e da construção. Surgiu, então, o termo Modeling Building
Information, que deu origem ao BIM (Building Information Modeling) para intitular um
trabalho integrado e colaborativo que objetiva concentrar todas as informações, desde o
projeto até à construção.

2008 - EXÉRCITO BRASILEIRO

O Departamento de Obras Militares do Exército Brasileiro foi o pioneiro, no âmbito nacional,


na adoção e implantação do BIM, e assumiu o importante papel de divulgação e multiplicação
dessa metodologia no país.

Além de trabalhar seus projetos na plataforma BIM, desenvolveu o Sistema Unificado do


Processo de Obras (OPUS), um software que faz a gestão de seus ativos, imóveis e serviços,
contribuindo para otimização, eficiência e exatidão de seus processos.

2011 – REINO UNIDO

O governo estabeleceu mecanismos legais, determinando que todos os projetos de edifícios


públicos incorporem critérios e diretrizes baseados na metodologia BIM.

Baseou-se em quatro pilares para os programas BIM:

 Aumentar a capacidade da indústria.


 Comunicar visões e promover comunidades.
 Construir uma estrutura colaborativa comum.
 Servir como base da liderança pública.

Resultados obtidos:

Redução de 33% dos custos.

Entregas 50% mais rápidas.

Diminuição de 50% das emissões de gases, como o dióxido de carbono e o metano.

Melhoria de 50% na exportação de materiais de construção, o que reduziu a diferença na


balança comercial entre exportações e importações.

2018 – GOVERNO FEDERAL BRASILEIRO

Definiu um cronograma de ações com prazos e metas a serem alcançadas de 2018 a 2028.
Disponibilizou a plataforma pública BIMBR, um espaço destinado ao cadastro de profissionais e
publicações referentes ao BIM.

Publicou a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM, com os objetivos de:

 Difundir o BIM e seus benefícios.


 Coordenar a estruturação dos setores público e privado em BIM.
 Estimular a capacitação BIM.
 Propor atos normativos que estabeleçam parâmetros para as compras e contratações
públicas com uso do BIM.
 Desenvolver normas técnicas, guias e protocolos específicos para a adoção do BIM.
 Desenvolver a plataforma e a Biblioteca Nacional BIM.
 Estimular o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias relacionadas ao BIM.
 Incentivar a concorrência no mercado por meio de padrões neutros de
interoperabilidade (capacidade de um sistema se comunicar de forma transparente
com outro sistema).

2018 – SENAI-SP

O SENAI-SP participa de uma missão organizada pelo Ministério do Desenvolvimento entre


Brasil e Reino Unido para troca de experiências e de tecnologia.

Lançamento da REDE BIM SENAI-SP, propondo organizar a cadeia industrial da construção civil,
visando promover e facilitar a adoção da metodologia BIM para aumentar a competitividade
da indústria brasileira, desenvolvendo soluções e serviços técnicos, tecnológicos e
educacionais.

No Brasil existem iniciativas de adoção da Metodologia BIM na Fundação para o


Desenvolvimento da Educação (FDE), na Petrobrás, no Governo do Estado de Santa Catarina,
entre outros.

Siga em frente para conhecer o conceito de parametrização.

PARAMETRIZAÇÃO

Parametrização é a base da metodologia BIM. Os parâmetros são importantes para agilizar o


desenho tridimensional, pois permitem ao profissional modelar de forma mais rápida.

No BIM, os parâmetros são campos editáveis com dados ou regras que modificam
características e, principalmente, atributos dos elementos modelados.

Os parâmetros são personalizáveis, em diferentes elementos, mudando um ou alguns


atributos.
Podemos ter vários tipos de parâmetros. Clique nas abas para conhecer mais sobre eles:

 Parâmetros Dimensionais

Definem a dimensão do objeto. Por exemplo, altura, comprimento, área e volume. Suas
unidades de medida devem ser configuradas antes de iniciar o projeto.

Dependem das condições solicitadas pelo elemento (porta/janela) e pelo hospedeiro (parede).

Os elementos possuem parâmetros dimensionais diferentes, por isso, para cada tipo de família
há uma tabela específica. Existem condições diferentes até entre as próprias famílias, porque
suas geometrias e posições de instalação na parede são diferentes.

 Parâmetros de Materiais

Além da estética, apresentam propriedades fundamentais para representação gráfica e para as


análises de engenharia.

Em uma porta, por exemplo, temos os materiais da folha da porta e dos batentes. Podemos
modificar os materiais utilizando uma lista básica, nativa do software, ou de uma lista criada
pelo usuário, assim como as propriedades físicas de materiais existentes no sistema e seu
isolamento térmico.

 Parâmetros de Instalações Hidráulicas

Os parâmetros de diâmetro interno e externo de um tubo, ângulos de encaixe, penetração do


tubo na conexão, perda de carga, tipo de utilização, água fria, quente, pluvial e esgoto são
requisitos importantes para o projeto.

Os sistemas incorporam parâmetros que, normalmente, são estabelecidos em normas


técnicas.
 Parâmetros de Instalações Elétricas e Mecânicas

Parâmetros para eletrodutos, fios, calhas, luminárias, quadros de distribuição de energia,


sistemas de ar-condicionado, escadas rolantes e elevadores.

Os parâmetros mais comuns são bitola e tipo de fio, diâmetro de eletrodutos, tipos de circuito,
rede de entrada de energia, tipos de luminárias e pontos de consumo. Com esses dados é
possível analisar e dimensionar uma instalação elétrica.

 Parâmetros de Estrutura

São requisitos para vigas, pilares, lajes e fundações. São considerados os materiais estruturais
como concreto, aço, madeira entre outros. Alguns requisitos importantes são resistência à
compressão, à tração e ao cobrimento do aço.

Por exemplo, para estruturas de madeira e aço há parâmetros importantes como: resistência à
compressão, tração, flexão, torção, coeficientes de dilatação, deformação e resistência ao
cisalhamento em decorrência da instalação de parafusos, propriedades para soldagem e
ângulos de encaixe das peças.

Com a ajuda dos parâmetros, a modelagem tridimensional reduz dúvidas no momento da


execução da obra. Por isso, a modelagem tem que ser feita de forma que corresponda às
possibilidades de construção.

Por exemplo, o forro de uma casa deve ser feito a uma distância superior a 12cm da laje, para
que o instalador possa introduzir sua mão nesse espaço e realizar a fixação necessária. Os
softwares de modelagem não avisam dessas restrições, por isso, o modelador deve conhecer
os processos construtivos.

Alguns erros podem passar pela modelagem, porém, existem softwares para detectar colisões
e proximidades entre os elementos.

USOS DO BIM

Existem vários usos para o BIM nas quatro fases do empreendimento: planejamento, projeto,
construção e operação.

A Universidade do Estado da Pensilvânia (EUA) listou vinte e cinco tipos de usos, dividindo-os
em usos primários e usos secundários. Veja abaixo no quadro:
Fonte: Adaptado de (CBIC, 2016, P. 98)

Usos primários: são aqueles fundamentais para a execução do empreendimento.

Usos secundários: são atividades de suporte aos usos primários. Por exemplo, a Avaliação LEED
Sustentabilidade que pode ser usada nas Análises Energéticas e Luminotécnicas.

Os usos podem fazer parte de uma ou de várias etapas do empreendimento. Por exemplo, o
design autoral é realizado somente na etapa de projeto, enquanto que a estimativa de custos
percorre as etapas de planejamento, projeto, construção e operação, pois é necessário estimar
os custos de todas as etapas e atualizar o relatório financeiro durante todo o processo.

Detalharemos a seguir os usos do BIM em uma Situação de Aprendizagem, com aplicações


práticas de resolução de desafios.

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM

Você é funcionário em uma empresa de arquitetura, engenharia e construção


que venceu uma licitação para a construção de uma edificação para o Governo
Federal, que exige o uso da metodologia BIM em todo o projeto.
A responsabilidade da sua empresa é grande, e seu superior estabeleceu
tarefas para você, que aqui serão colocadas como desafios. Clique abaixo
para saber mais sobre cada um deles:

Desafio 01 - Posicionamento de Construção x Movimentação de Terra


Decidir o posicionamento da construção no terreno, observando o impacto sobre o
movimento, a compra ou o bota-fora de terra.

Desafio 02 - Definição de Sistemas Construtivos

Definir o sistema construtivo considerando critérios que avaliem as características e os


comportamentos dos materiais que os compõem.

Desafio 03 - Eficiência na Comunicação

Garantir fluidez, agilidade e efetividade à sua comunicação.

Desafio 04 – Checagem da Existência de Conflitos

Prever na fase de projeto eventuais conflitos e propor soluções.

Desafio 05 - Atualização do Projeto Básico

Revisar o Projeto Básico e atualizar as modificações para elaborar o Projeto Legal.

Desafio 06 - Linguagem Técnica e Custos

Interpretar as informações e as ações durante a realização de um empreendimento.

Desafio 07 – Planejamento

Planejar a obra.

Nas próximas telas, você terá acesso ao conteúdo que lhe dará subsídio para resolver estes
desafios.

MODELAGEM DE CONDIÇÕES EXISTENTES

Antes de construir uma casa, um prédio ou um aeroporto, temos que preparar o terreno. Para
isso, precisamos conhecer suas características principais, como dimensões, desníveis e
resistência do solo.
Em campo, o topógrafo mede o terreno e gera uma nuvem de pontos com coordenadas que
depois são exportadas para um software de modelagem. Esse software transforma os pontos
com as coordenadas topográficas em uma superfície editável, para fazer a análise do terreno.

Além da topografia, o modelo do terreno deve conter as informações de sondagem


(perfuração) de pontos, que permitem verificar as camadas geológicas e os tipos de solos.

Com base nestas informações, o arquiteto pode utilizar o desnível do terreno de maneira
racional para projetar uma edificação mais econômica, mais confortável termicamente, com
mais ventilação e iluminação natural. Já o engenheiro estrutural poderá criar fundações mais
adequadas, reduzindo o custo da obra e garantindo a segurança do usuário.

Se o terreno não estiver vazio, o volume das edificações existentes deve ser modelado para se
obter o cálculo do material que será retirado na demolição.

A construção civil utiliza equipamentos que fazem medições com alta precisão. Para cada tipo
de terreno pode ser definida uma solução de medição topográfica.

Clique abaixo para conhecer as soluções:

Estação Total

GPS RTK
Laser Scanner

Drone
VANT

Como vimos, em um terreno comum e de fácil acesso, as Estações Totais e Lasers Scanners são
ótimas soluções. Para grandes áreas, como fazendas e cidades, os sistemas de GPS RTK e os
VANT de grande alcance serão mais produtivos. Para controle de obras, verificação de redes de
alta tensão e monitoramento de estruturas, os drones com hélices são os mais indicados.

A partir dos dados obtidos, as ferramentas BIM (ex. REVIT ou ARCHICAD) permitem modelar
terrenos com todas as suas informações.
 

Com o terreno modelado, podemos modificar sua superfície e calcular a movimentação de


terra para receber a edificação.

Modelagem de Condições Existentes nas Etapas do Projeto BIM

 Projeto - necessário para subsidiar os projetos de arquitetura, estrutura e instalações.

 Construção - auxilia o engenheiro a gerenciar demolições, corte e aterro de áreas


modificadas no projeto arquitetônico.

 Operação - ajuda o gestor de facilities na manutenção da edificação. O gestor abre o


modelo tridimensional e verifica a posição das tubulações e eletrodutos e demais
informações.

ANÁLISES LOCAIS
A análise de local está na fase de planejamento e é fundamental para o sucesso do
empreendimento a curto e longo prazos. Os técnicos buscam identificar a topografia do
terreno no qual o projeto será implantado, suas condições e acidentes geográficos naturais e
artificiais, como insolação, inundações, riscos de desmoronamento, entre outros.

Para essa análise, deveremos usar softwares de modelagem para infraestrutura e softwares
GIS - Geographic Information System ou Sistema de Informação Geográfica.

O sistema é capaz de gerenciar uma grande quantidade de dados geográficos, tais como
localização por coordenada global, densidade demográfica, padrões e tendências regionais. Os
profissionais envolvidos nessa fase terão que trabalhar com esses softwares de forma a
manipular, navegar e revisar informações.

Observe essa imagem de um projeto, gerada pelo software INFRAWORKS, que mostra o
georreferenciamento do terreno, com seus relevos, e simula as construções do projeto, uma
edificação, ponte e estradas.

Na imagem, vemos que será necessário um sistema de drenagem e captação para que, em
períodos de chuvas, as águas que descerem das encostas não inundem as áreas edificadas.
Não seria possível prever tudo isso se não tivéssemos sistemas computacionais para simular a
implantação da edificação no terreno.

As ferramentas BIM são utilizadas para localizar um local ideal para a implantação do projeto
ou, no caso de não ser possível a mudança de localidade, prever as consequências da
construção no local e as formas viáveis para minimizar os riscos e manter a segurança e a
estabilidade do empreendimento.

A topografia e o georreferenciamento também são fundamentais para projetos rodoviários.


Antigamente, usávamos somente a topografia, mas com a possibilidade de
georreferenciamento, mesclamos os dados de mapas de satélite com o modelo da estrada.
Desafio 02 – Definição de sistemas construtivos

DESIGN AUTORAL

Imagine que você pretende construir uma casa, um prédio ou até mesmo uma ponte. Você
talvez tenha pensado na casa dos seus sonhos, um prédio imponente ou uma ponte como uma
figura de paisagem retirada de um quadro.

O processo criativo permite infinitas possibilidades para o profissional autor do projeto.

No Brasil, as profissões de arquiteto, engenheiro, técnico e tecnólogo de edificações são


regulamentadas. É preciso ter formação específica para atuar como profissional, ter registro
em conselho de classe e possuir a devida anotação de responsabilidade técnica, que detalha as
responsabilidades objeto do serviço profissional de acordo com suas atribuições e com o
contrato firmado.

Para obter a licença para construção de um edifício, é necessário, conforme define a


legislação, que haja um profissional legalmente habilitado, responsável pelo projeto e pela
execução da construção.

As responsabilidades poderão estar sob atuação de um único profissional ou de uma equipe


multidisciplinar. No caso de múltiplas responsabilidades, estas serão vinculadas e coordenadas
por um profissional responsável pela compatibilização do projeto ou, no caso de execução,
pela gestão das obras.

O projeto autoral pode ser entendido como o projeto de arquitetura ou qualquer outro
projeto complementar, como: instalação elétrica, instalação hidro sanitária, estrutura,
sistemas, entre outras.

Nos casos de projetos que utilizam a metodologia BIM, especialmente o uso atrelado ao design
autoral, é fundamental pensar no envolvimento de uma equipe multidisciplinar. Os membros
desta equipe precisam ter a capacidade de manipular, navegar e revisar um modelo de forma
colaborativa. É necessário que conheçam os meios e os métodos de construção e possuam
experiência em projeto e construção.

O trabalho de criação inicia com informações, mesmo que preliminares, que devem alimentar
um banco de dados e, à medida que a elaboração do projeto aumenta, este banco de dados é
ampliado. Cada uma das fases tem suas informações organizadas e incorporadas ao banco de
dados com entradas, processamentos e saídas.

Ao elaborar os croquis, o arquiteto precisa de um conjunto de informações. Na sequência,


precisa fornecer informações do seu trabalho para as próximas etapas, que seguirão até o
início da execução da construção. Começando, por exemplo, pelo levantamento de dados para
arquitetura, com o programa de necessidades de arquitetura, passando pelo estudo de
viabilidade, estudo preliminar do anteprojeto, do projeto executivo, dos projetos
complementares e do projeto legal para aprovação por órgãos responsáveis.

DICA 

A modelagem autoral é o processo de modelagem de informação da construção de um projeto


específico, e parte de um projeto maior. Este tipo de modelagem requer critérios bem
definidos para que todos os envolvidos consigam trabalhar as informações de maneira
organizada.

É preciso definir as ferramentas de modelagem e análise, os padrões de códigos e


nomenclaturas de arquivos e dados, os parâmetros de materiais e sistemas, as unidades de
medida, o modo de cooperação e colaboração e os meios de comunicação.

Enquanto cabe ao arquiteto elaborar o projeto autoral de arquitetura, caberá ao engenheiro


mecânico a responsabilidade pela elaboração do projeto autoral de instalação do sistema de
refrigeração do mesmo edifício. O engenheiro pode iniciar seu projeto em uma ferramenta de
modelagem específica diferente, inclusive, da ferramenta de modelagem de arquitetura,
porém deve haver a interoperabilidade entre essas ferramentas. O engenheiro precisa ter
acesso ao modelo autoral de arquitetura para produzir o projeto da sua disciplina de forma
colaborativa.
Durante a elaboração do projeto, o modelo de coordenação, que envolve as demais
disciplinas, receberá mais informações. Com isso, à medida que o projeto avança, o LOD
- Level Of Development ou ND - Nível de Desenvolvimento, é ampliado conforme a evolução
dos serviços de projeto.

SAIBA MAIS

O uso BIM Design Autoral apresenta algumas vantagens potenciais:

 Transparência para informações do projeto para todos os interessados.

 Melhor controle de qualidade do projeto, custo e cronograma de execução da obra.

 Melhor visualização do projeto.

 Colaboração real entre os participantes do projeto e os usuários do BIM.


 Melhor controle de qualidade e garantia.

ANÁLISE DO SISTEMA DE CONSTRUÇÃO

O modelo possibilita diversos tipos de análises de engenharia, como a de iluminação, para


determinar a quantidade de luminárias e tipos de lâmpadas, e o de eficiência energética da
edificação, simulando a utilização dos equipamentos instalados. Com isso, é possível gerar
certificação ou classificação do edifício, como se faz com refrigeradores e outros equipamentos
domésticos.

Abaixo temos um modelo de loft em container modelado que utiliza placas para captação de
energia solar. É possível simular a instalação das placas na edificação, determinando os
melhores pontos de instalação e qual a economia alcançada durante um período.

Para definir o melhor posicionamento destas placas, seguindo o caminho do sol durante o ano,
podemos utilizar um software de análise.

O programa permite prever a eficiência de elevadores e escadas rolantes, suas quantidades e


seu melhor posicionamento, e sistemas de refrigeração, que são importantes para as empresas
pois, dependendo do projeto, podem reduzir ou aumentar os gastos com energia.
Todos esses sistemas geram um volume relativamente grande dentro da edificação e sua
modelagem é muito importante para evitar mudanças por colisões de elementos na hora da
construção.
Veja os seis benefícios apontados pela Universidade da Pensilvânia, sobre a análise de
engenharia:

 Automatizar a análise e reduzir tempo e custo, pois as ferramentas de análise são


menos dispendiosas do que as ferramentas de criação de BIM, mais fáceis de aprender
e implementar e menos prejudiciais ao fluxo de trabalho estabelecido;

 Melhorar a expertise e os serviços especializados oferecidos pela empresa de design;

 Conseguir uma solução de design ótima e eficiente em termos energéticos, aplicando


várias análises rigorosas;

 Obter retorno mais rápido do investimento com a aplicação de ferramentas de


auditoria para análises de engenharia;

 Melhorar a qualidade e reduzir o tempo de ciclo das análises de projeto;

Após modelar a construção, é possível fazer algumas análises de desempenho dos sistemas
instalados. Podemos verificar a quantidade de energia gasta por elevadores, escadas rolantes,
condicionadores de ar e outros equipamentos eletroeletrônicos.
Podemos, ainda, fazer análises de:

 eficiência da instalação de para-raios;


 aquecimento de água em hotéis para períodos de grande movimento;
 iluminação, dos sistemas de isolamento térmico das paredes;
 isolamento acústico entre ambientes;
 pontes e obras de arte;
 quantidade de insolação em cada fachada da edificação e das fachadas ventiladas ou
fachadas duplas;

Com a modelagem de pontes, podemos analisar o conforto em relação ao deslocamento


gerado por ventos, cargas e dilatação do concreto e aço. Além disso, é possível a análise da
máxima flexibilidade que uma ponte pode ter sem quebrar nem gerar desconforto no usuário.

Atualmente, fala-se muito em fachadas ventiladas, isto é, uma fachada dupla ou com duas
peles. Normalmente é composta por duas camadas de vidro que se distanciam de mais ou
menos dois centímetros até dois metros, formando um vão. O ar flui entre as camadas e causa
um resfriamento do interior, ajudando os sistemas de condicionamento de ar.

Com os softwares de análise, é possível simular um cenário a fim de aumentar a eficiência


desse resfriamento, alterando o espaçamento e colocando sistemas de bloqueio solar, por
exemplo.
Para a Universidade da Pensilvânia existem três potenciais de valor em relação à análise dos
sistemas de construção:

 Garantir que o edifício esteja operando de acordo com o projeto especificado e com
padrões sustentáveis;

 Identificar oportunidades para modificar as operações do sistema para melhorar o


desempenho;

 Criar um cenário "e se?" e alterar diferentes materiais em todo o edifício para mostrar
melhores ou piores condições de desempenho;

Para realizar a análise, é necessário que a equipe tenha softwares de análises e capacidade de
modelar, revisar e navegar em modelos 3D.

Em resumo, a análise do sistema de construção:

 Aumenta a garantia de que o edifício esteja operando de acordo com o projeto


especificado e padrões sustentáveis;

 Identifica oportunidades para modificar as operações do sistema para melhorar o


desempenho;
Se considerar necessário, refaça o desafio. Realize outras simulações e procure uma opção que
colecione bons resultados.

No pequeno grupo de opções disponibilizadas neste desafio, o processo de escolha pode gerar
256 (duzentas e cinquenta e seis) combinações distintas, o que significa que o trabalho é
árduo. Contudo, com o BIM, os cálculos são automáticos e apresentam resultados imediatos.

Ao refazer o desafio (novo resultado)


Eficiência na Comunicação

Você vai trabalhar o detalhamento do Projeto Executivo representando a disciplina de


arquitetura.

E o seu terceiro desafio será garantir fluidez, agilidade e efetividade à sua comunicação.

Para resolver este desafio, você precisa saber tudo sobre Revisão do Projeto.

Avance para iniciar estes estudos!

REVISÃO DE PROJETOS: COMUNICAÇÃO

A revisão do projeto é o momento de avaliar se ele está alinhado ao programa de


necessidades, respondendo questões como:

 Atendeu todos os seus requisitos?

 Há conflitos de elementos?

 Foram realizadas atividades ou processos dos diversos projetos complementares?

 As propostas estéticas idealizadas pelo arquiteto correspondem às expectativas do


cliente?

 As técnicas construtivas são viáveis?

 As etapas da construção foram devidamente planejadas?

Antes de se falar em BIM, os projetos já eram revisados; todas as informações eram


direcionadas a um profissional que as organizava e as avaliava de forma isolada.

Com o BIM na Revisão de Projeto, as informações passam a ser direcionadas ao modelo e não
mais ao profissional, e o ato de revisar passa a ser um trabalho colaborativo, no qual onde
cada um dos envolvidos pode reportar eventuais falhas por meio de um canal de comunicação.
O gestor da revisão de projeto passa a exercer o papel de gestor das informações,
direcionando as tomadas de decisão aos responsáveis e mediando os processos de revisão e
ajustes. Desta forma, a revisão pode ser realizada a qualquer momento, o que confere mais
agilidade e confiabilidade ao projeto.

Observe a representação do fluxo de informação e clique nos boxes laranjas para saber mais:

Caos de informações - No modelo tradicional de revisão de projetos, os envolvidos comunicam


e interagem entre si, gerando caos de informação, morosidade e, consequentemente, falhas
no projeto.

Informações compartilhadas - No processo BIM, as informações são compartilhadas por meio


do modelo. Todos os envolvidos fornecem os seus pareceres, baseados em suas múltiplas
percepções e nas áreas do projeto em que atuam.

REVISÃO DE PROJETOS: MODELOS VIRTUAIS

Nos aspectos funcionais, é possível visualizar os modelos BIM e avaliar layouts e espaços,


inclusive os destinados ao trânsito de veículos, equipamentos, pessoas – considerando
acessibilidade, linhas de visão, iluminação, insolação, segurança, ergonomia, acústica,
sequência e processos de montagens, evolução da obra e seus estágios, topografia, a relação
da obra com o entorno, instalações e elementos construtivos.

O modelo permite, ainda, analisar os aspectos estéticos como cores, texturas, volumes,
formas, sombras e a relação entre os elementos e o entorno.

Os modelos virtuais podem ser executados em vários níveis de detalhamento, dependendo das
necessidades do projeto.
Modelo de Estrutura
Fonte: SENAI-SP

Pode-se criar um modelo da estrutura da edificação, com diversos elementos, para testar
alternativas e resolver problemas de design e técnica construtiva.

Permite a simulação de instalações específicas, em ambientes especiais, como instalação


industrial de tubulações de gás e suas válvulas e dispositivos de manobra e de emergência.
Estas simulações podem ser feitas com realidades virtual em laboratórios imersivos ou em
dispositivos móveis, o que possibilita ampla visualização do modelo e uma série de análises
antes de sua efetiva construção.
A modelagem possibilita, ainda, o uso de formas complexas no projeto de arquitetura, e a
fabricação de objetos sob medida, fazendo relação com outros usos BIM.

No projeto do Estádio Nacional de Beijing, na China, o arquiteto e sua equipe se inspiram no


entrelaçar de galhos de um ninho de pássaros, com estruturas expostas de ferro e aço que se
cruzam e entrelaçam. A construção só foi possível com o uso do BIM.

REVISÃO DE PROJETOS: POTENCIAIS

A Revisão de Projetos, aliada à simulação 3D, visa eliminar as construções de maquetes físicas
dispendiosas, e analisar diferentes opções de projeto e alternativas construtivas modeladas e
alteradas, em tempo real, durante a revisão do projeto com base nos usos finais e de acordo
com o entendimento e a aprovação do proprietário, de forma rápida e eficiente.

Vale destacar que, neste uso BIM, é possível avaliar a eficácia do design em atender aos
critérios do programa de construção e às necessidades do proprietário, e propor melhorias no
projeto em relação ao desempenho de saúde, segurança e bem-estar. Por exemplo, o Modelo
BIM pode ser usado para analisar e comparar rotas de fuga, saídas de emergência e raio de
ação dos hidrantes e sistemas de segurança contra incêndios.

A comunicação neste uso é fundamental, pois permite um bom alinhamento entre projeto,
proprietário, equipe de construção e usuários finais. É possível obter feedback instantâneo
sobre os requisitos do programa de reunião, como as necessidades do proprietário e os
aspectos funcionais e estéticos do edifício ou do espaço.

O uso BIM revisão de projetos pode estar disponível aos profissionais em diversos tipos de
dispositivos, como tablet, notebook, smartphone e em laboratórios de simulação.

É possível, inclusive, compartilhar anotações, mensagens e arquivos de diferentes formatos.

Aumentar a coordenação e a comunicação entre as diferentes partes gera melhores decisões


para o projeto e, consequentemente, para a construção.

 Para este uso são necessários os Softwares de Revisão de Projetos, plataformas de


revisão digital interativa, hardware capaz de processar arquivos de modelos grandes.

 A equipe precisa ser composta por profissionais com capacidade de manipular,


navegar e revisar um modelo 3D, além de capacidade de modelar fotos
realisticamente, texturas, cores e acabamentos, luz e sombra, inclusive utilizando
diferentes softwares ou plug-ins.

 Os membros da equipe necessitam de um amplo senso de trabalho em equipe e de


coordenação. Todos devem entender seus respectivos papéis e responsabilidades,
bem como compreender como os sistemas de construção e instalação são integrados.

Eficiência na Comunicação

O modelo arquitetônico é a referência para todas as outras disciplinas de projeto e, quando


disponibilizado em nuvem, conforme você o modifica (acrescentando revestimentos de pisos e
de paredes, soleiras, rodapés, forros e pinturas), o atualiza e o salva, uma notificação é
enviada, automaticamente, a todos os projetistas especialistas conectados ao modelo. Tais
notificações tornam-se tão frequentes e rotineiras que passam a ser, involuntariamente,
ignoradas. A comunicação é imediata, contudo se torna inefetiva.
Em grande parte do tempo, não se atribui importância a essa falha, já que as modificações são,
tipicamente, irrelevantes às outras disciplinas. Mas, existem modificações, bem menos
frequentes, que, por sua natureza invasiva, exigem a atenção de todos os envolvidos. Por
exemplo, a modificação da posição de portas ou janelas; demolição, diminuição, aumento ou
criação de paredes; inclusão ou modificação da posição de equipamentos elétricos ou
sanitários etc.
Durante o desenvolvimento do projeto, o cliente lhe solicita uma alteração: ele deseja que seja
especificada, para a sala da edificação, uma porta pivotante de largura igual a 1,10m, no lugar
da porta convencional de largura igual a 0,80m. Você realiza a modificação solicitada e salva o
arquivo.

Note que esta alteração diminuirá a largura útil da parede em 0,30m, podendo gerar conflitos
tanto no projeto das instalações hidráulicas como no projeto das instalações elétricas.
DESAFIO 04

Checagem da existência de conflitos

Seu quarto desafio será, ainda durante a fase de Projeto, prever e propor soluções para
eventuais conflitos.

Para resolver este desafio, você precisa conhecer sobre Projeto de Sistema de Construção e
Coordenação Espacial 3D.

Avance para iniciar estes estudos!

PROJETO DE SISTEMA DE CONSTRUÇÃO - LOD

Um software BIM pode modelar o volume de uma edificação, a arquitetura, a estrutura e


todas as outras áreas técnicas, abrangendo diferentes níveis de desenvolvimento nos projetos,
o LOD (Level Of Development ou ND – nível de desenvolvimento).

Podemos dizer que os LOD 100 ou 200, níveis baixos para LOD, são de projetos básicos. Projeto
básico é o projeto com informações genéricas e sem muito detalhamento, que serve de base
para estudos e estimativas de custos.

Com o desenvolvimento do projeto, aumentamos o detalhamento de desenho e de


informações contidas no modelo. Aumentando o LOD para 400 ou 500, teremos um projeto
executivo. Projeto executivo é um projeto detalhado de uma disciplina, onde constam todas as
informações necessárias para a construção do sistema e todos os detalhes para o orçamento
real da obra.

Quando falamos em projeto de sistema de construção, estamos falando em projeto


executivo.

Por exemplo, num LOD 100, posso desenhar uma parede como duas retas paralelas.
Aumentando o nível de desenvolvimento para 200, desenho essa mesma parede com quatro
retas paralelas, representando o núcleo da parede e seu revestimento. Posso avançar até
chegar na paginação dos blocos com a camada de assentamento e suas camadas de chapisco
e emboço. Quanto mais detalhado o desenho e as informações do modelo, mais executável
ficará o projeto.

Na imagem, temos a representação de uma parede simples, com portas e janelas, que poderia
ser considerada um LOD 200, dependendo das informações inseridas no modelo. Já é um
desenho, mas as informações são muito básicas para a construção da edificação.

Nesta imagem, um projeto mais detalhado, com a indicação dos tipos de bloco e localização
das ferragens e do concreto, pode ser considerada um LOD 400, que já compreende um
projeto de execução para a obra.

Os projetos em nível executivo e em 3D facilitam a compreensão do usuário e melhoram a


produtividade, já que as dúvidas são esclarecidas visualmente pelo modelo. O planejamento
da execução fica mais fácil porque você sabe exatamente qual peça usar e em qual lugar fazer
a instalação.

Imagine o desenho abaixo com peças e conexões diferentes. Quando era feito em 2D não
conseguíamos saber claramente o que passava por cima e o que passava por baixo da
tubulação e das conexões. Com o projeto executivo detalhado em 3D, conseguimos ver as
diferenças de níveis, as conexões exatas, as dimensões exatas dos tubos e a forma de conexão
com as peças sanitárias, por exemplo.

Pela PennState, são quatro as potencialidades do BIM para projetos de sistemas construtivos:

 Aumentar a capacidade de construção de um sistema complexo de edifícios.

 Aumentar a produtividade da construção.

 Aumentar a consciência de segurança de um complexo sistema de construção.

 Reduzir as barreiras linguísticas.

Comumente, os conflitos mais significativos e impactantes são as interferências entre os


sistemas, como o cruzamento entre tubulações de elétrica e de hidráulica, ou o cruzamento
entre tubulações e vigas estruturais, seguidos das interfaces entre os processos construtivos,
como a impermeabilização nos rodapés, a espessura do emboço e o caminho das tubulações
no interior das paredes.

COORDENAÇÃO ESPACIAL 3D

Você já imaginou descobrir, durante a construção da sua casa, que terá que quebrar uma viga
e o piso acabados para passar uma tubulação de água, por falta de compatibilização?

Há muitos exemplos deste tipo. Na maioria dos casos, isto ocorre por falha ou deficiência na
coordenação do projeto, e sempre geram transtornos, tais como atrasos de entrega,
retrabalhos, desperdício de material, efeitos negativos nos aspectos estéticos definidos no
projeto original, ou pior, comprometimento da estrutura e inviabilidade da construção.

O uso da coordenação de projeto 3D possibilita a gestão do projeto de construção através do


modelo, permite detectar e eliminar conflitos de campo, além de oferecer uma ótima
visualização de como a edificação será construída.
Em uma obra que passou por simulações prévias 3D na metodologia BIM, a produtividade será
maior, pois as simulações permitem ajustes no planejamento e, consequentemente, redução
do custo de construção e de alteração.

Na metodologia BIM, a coordenação espacial 3D consiste na compatibilização de diferentes


disciplinas de um projeto, como instalações hidráulicas, estrutura e alvenaria, a fim de
identificar conflitos geométricos no projeto por meio da análise do modelo 3D. Com isso, é
possível corrigir os erros antes da construção. É possível, ainda, simular os serviços durante a
obra, as interferências, as operações e os usos da edificação, identificando possíveis falhas de
projeto.

Um exemplo é a simulação do trânsito de macas e de cadeira de rodas em um modelo 3D de


um hospital.

O planejamento das execuções de serviços simultâneos e a análise dos impactos de suas


relações permite a redução do tempo de construção e o aumento de produtividade.

Outro fator importante do uso da coordenação BIM é que os desenhos de projetos são mais
precisos. Este uso necessita de Software de Criação de Projetos e Software de Revisão de
Modelos.

 Para adoção da tecnologia BIM é preciso que a equipe tenha capacidade de lidar com
pessoas, defeitos ou falhas de projeto, e capacidade de manipular, navegar e revisar
um modelo 3D.
 A equipe precisa, ainda, possuir domínio sobre os aplicativos do modelo BIM para
atualização de instalações, de sistemas construtivos e de planejamento da obra.

Checagem de existência de conflitos

Agora você vai comparar as duas maneiras de trabalhar: a forma tradicional anterior ao BIM,
na qual trabalho dependia exclusivamente da experiência do analista do projeto, e a nova
forma, com a utilização de ferramentas computacionais inteligentes da plataforma BIM.

Inicialmente você analisará dois projetos bidimensionais (as plantas):

 Projeto das Instalações Hidráulicas e

 Projeto das Instalações Elétricas.

Em posse dessa documentação, interaja essas disciplinas de projeto e registre os conflitos


observados. Para tanto, considere a seguinte classificação:

 Conflitos de Alta Relevância: interferências entre os sistemas.

 Conflitos de Média Relevância: interfaces entre os processos construtivos.

 Conflitos de Baixa Relevância: erros ou dificuldades de modelagem.

Clique no ícone abaixo e faça download dos projetos. Em seguida, selecione a alternativa que
apresenta os conflitos que você encontrou.

Download
Observe que alguns elementos do projeto podem parecer estarem se cruzando ou ocupando o
mesmo espaço, no entanto, podem estar em alturas diferentes, não configurando
interferências reais. Fique atento!

Após realizar a atividade, clique na seta para prosseguir.


Agora você verá o procedimento análogo da metodologia BIM, utilizando ferramentas
computacionais inteligentes. Observe os modelos executivos desenvolvidos pelas disciplinas
de Hidráulica e de Elétrica.

Analise a validação dos modelos de Hidráulica e Elétrica, conferindo, principalmente, a origem


e a orientação.
O sistema gerará o relatório de Clash que contém informações detalhadas sobre as
inconsistências encontradas, para que você possa tratá-las.

Agora que você já sabe como é o procedimento para detecção de conflitos no sistema,
faça o download do arquivo disponível para conhecer o Relatório de Clash. (documento salvo
a parte)

DESAFIO 05

Atualização do Projeto Básico

Neste quinto desafio, você deverá verificar se há novas interferências, revisar o Projeto Básico
e atualizar as modificações significativas para elaborar o Projeto Legal.
Para resolver este desafio você precisará conhecer Modelagem de Registros.

Avance para iniciar estes estudos!

MODELAGEM DE REGISTROS: AS BUILT

Antes do BIM, o Projeto Legal era elaborado na fase inicial do planejamento do


empreendimento, na qual os níveis de detalhamento e de maturidade eram baixos e muitas
das decisões já tinham sido tomadas. Por isso, são várias as edificações cujos projetos
aprovados divergem das construções reais.

Decisões e revisões discutidas pelos responsáveis pelo projeto e pelo contratante, e


documentadas durante a obra, podem divergir do projeto. Por isso, ao entregar o
empreendimento, é necessário verificar se a obra foi executada conforme o projeto e se as
decisões ao longo da obra foram documentadas.

Essa verificação é feita por meio do as built, termo que vem do inglês “como construído”.
Trata-se de um documento com as representações gráficas e memoriais, baseado em como o
empreendimento foi construído.

Após a construção do edifício, realiza-se um levantamento minucioso para registrar como a


construção foi efetivamente realizada.

A elaboração do as built consiste na modelagem da edificação existente, representando sua


construção, sua implantação, materiais utilizados, instalações elétricas, hidráulicas, estruturais,
vegetação, manutenções etc.

O as built é muito importante na fase de uso do empreendimento para ajudar nas
manutenções, em intervenções, reaproveitamento ou mudança de uso.

Dica!

Com relação ao padrão do American Institute of Architects (AIA), que estabelece os Níveis de
Desenvolvimento dos modelos (ND) ou Level of Development (LOD), o modelo LOD 500
corresponde ao  as built  de uma edificação ou instalação, em seu estágio específico ou ao nível
final de um desenvolvimento que representa um projeto como ele de fato deve ser construído.

Por exemplo, digamos que uma edificação apresenta infiltração na rede de esgoto. Ao quebrar
o piso, o encanador descobre que o encanamento não está de acordo com o projeto.
Provavelmente, a alteração ocorreu na fase de construção, mas tal mudança não foi
documentada. Será necessário procurar a instalação, quebrando pisos e paredes até encontrar
o problema, o que causará desperdício, incômodo e risco de danificar outras instalações e
componentes da construção.

O uso do BIM na Modelagem de Registro permite descrever uma representação precisa das


condições físicas, dos ambientes e dos ativos de um empreendimento. Deve conter as
informações dos principais elementos arquitetônicos, estruturais e suas instalações
complementares (hidráulica, elétrica, ar condicionado e gás).

Trata-se da modelagem BIM ao longo do projeto, incluindo a vinculação de dados de operação,


manutenção e seus ativos ao  as built, que fornecem um modelo de registro para o proprietário
ou gerente de instalação e manutenção (facilities).

Saiba Mais.

As normas ABNT NBR 14645-1, 14645-2 e 14645-3 tratam do “as built”.

MODELAGEM PARALELA

Outra forma de uso do BIM Modelagem de Registro é manter uma modelagem paralela ao


processo de construção. As alterações na obra ou no projeto serão incorporadas ao modelo
quase imediatamente, mantendo um modelo virtual atualizado e confiável. Esta estratégia
permite gerenciar a obra, acompanhar sua evolução, comparando o planejado com o
executado, identificar necessidade de ajustes e propor melhorias no projeto e nos
planejamentos físico e financeiro, o que garante aos investidores ou aos contribuintes
transparência para o processo de construção.

Modelos BIM podem ser criados para servir de referência e repositório de informações para os
processos de gestão, operação e manutenção de uma edificação. Podem, ainda, servir de base
de informações para novos projetos e intervenções no local edificado, pois, permitem a
seleção das informações pertinentes na elaboração dos projetos, simulações e inclusões de
novas modelagens, o que favorece decisões e soluções técnicas claras e objetivas.

A modelagem pode também ser desenvolvida após a construção, utilizando informações do as
built. Para esses casos, é ideal que sejam utilizados objetos 3D BIM, com as informações de
fabricantes para que correspondam aos componentes e sistemas reais que integram a
edificação.

A modelagem de registros melhora a documentação da edificação, facilitando eventuais


solicitações de licenças, permissões específicas como mudança de uso, ampliação e
demolições, e a obtenção de dados históricos da edificação.

Este modelo possibilita, ainda, analisar o empreendimento frente aos requisitos do cliente,
como áreas de quartos ou desempenho ambiental. Permite outros usos BIM durante o uso do
empreendimento, como modelagem futura e a coordenação 3D.

Atualização do Projeto Básico

Agora, você deverá revisar o Projeto Básico e atualizar as modificações para elaborar o Projeto
Legal.
DESAFIO 06

Linguagem técnica e Custos

Neste sexto desafio, você descobrirá que o domínio da linguagem técnica é um instrumento
poderoso para registro, comunicação e interpretação das informações e das ações a serem
consideradas durante a realização de um empreendimento.

Para resolver este desafio, você precisa conhecer Validação de Códigos e Estimativa de


Custos.

Avance para iniciar estes estudos!


VALIDAÇÃO DE CÓDIGOS

Você já percebeu que, na metodologia BIM, o compartilhamento da informação é


fundamental. É preciso entregar a informação correta dos modelos para a pessoa certa, no
momento certo, de forma automática, possibilitando, assim, as decisões nas fases de
planejamento, monitoramentos das atividades de projeto e execução da obra.

Para o fluxo de informação ser eficiente, a codificação é fundamental, pois permite a


comunicação entre as pessoas e entre as ferramentas computacionais.

As normas brasileiras em desenvolvimento pela ABNT/CEE-134 visam organizar aspectos chave


para a adoção do BIM no país. A disponibilidade de um sistema de classificação de informações
codificado e padronizado, alinhado à realidade brasileira, além de facilitar muito a
implementação de vários usos do BIM, torna o processo de projeto e construção mais preciso.

Saiba mais

Clique aqui para baixar o arquivo sobre a evolução histórica da normatização de códigos.

Veja um exemplo de estrutura para codificar o seguinte elemento: uma porta no projeto de
um edifício.

 A informação surge assim que o elemento BIM é criado ou inserido.

 Ao ser incorporada à parede, a porta recebe códigos complementares.

 As informações seguem incorporando mais dados e códigos complementares.

 Todos os dados gerados são organizados em um banco de dados e podem ser


utilizados na concepção do projeto e em todas as demais fases do ciclo de vida do
empreendimento.
O BIM validação de códigos também permite validar se o projeto do edifício está em
conformidade com códigos específicos, definidos no plano de execução BIM.

Se a validação de códigos é feita no início do projeto, reduz a chance de erros, omissões ou


descuidos de códigos de projeto, tornando o processo de correção, quando necessário, mais
ágil.

Este uso BIM necessita de definição precisa de códigos, software de verificação e manipulação
de modelos 3D e o pleno domínio dos envolvidos na seleção dos códigos, manipulação dos
modelos e respectiva extratificação de dados.

ESTIMATIVA DE CUSTOS

A estimativa de custos está presente em todas as fases do empreendimento, no planejamento,


no projeto, na construção e na operação.

 Fase de planejamento - o modelo básico fornece informações para estimar custos e


analisar a viabilidade do empreendimento.

 Fase de projeto - a estimativa de custos tem como base os projetos básicos de


arquitetura e engenharia. Com as ferramentas do BIM, podemos simular mudanças no
projeto e verificar o impacto no custo do empreendimento. A vantagem é que se o
projeto for bem modelado, as mudanças no empreendimento poderão ser feitas com
maior velocidade do que em um processo convencional utilizando CAD, pois todos os
envolvidos no processo terão acesso às informações em tempo real. Além disso, como
não precisamos quantificar manualmente em softwares BIM, terminado o modelo,
podemos extrair os quantitativos e atualizar o orçamento.

 Nas mudanças de projeto - podem ser analisadas por meio das mudanças de
orçamento e o dono do empreendimento pode decidir sobre opções de acabamento,
dimensão dos cômodos etc.

 Na finalização dos projetos executivos - extrair todos os quantitativos do modelo BIM


e enviá-los para um software de orçamento. No ambiente do software, é possível gerar
o orçamento final, calcular a quantidade de materiais para cada serviço e a quantidade
de horas de trabalho.

 Fase de construção - em caso de imprevistos, os dados extraídos do modelo facilitam a


busca por soluções mais viáveis, inclusive economicamente.

 Na operação do empreendimento - o BIM imprime assertividade em reformas e


adequações, pois seus dados facilitam a estimativa de custos. O projeto pode ser
passado para um modelador que faz as alterações da reforma ou adequação e repassa
os quantitativos e desenhos técnicos para orçamento das empresas de manutenção.
Com isso, os orçamentos devem vir com a mesma base de informações, evitando
discrepâncias de orçamentos (uma empresa orça um valor baixo e outra empresa orça
um valor alto).

Para execução da estimativa de custos e do orçamento, é necessária uma infraestrutura


básica, que são computadores capazes de processar dados de softwares de modelagem e de
orçamento. Porém, não adianta ter a infraestrutura de computadores e softwares se o modelo
não estiver adequado à extração de quantidades.

Uma das vantagens de se trabalhar em BIM é que todas as informações ficam armazenadas e
disponíveis para serem oportunamente extraídas e utilizadas. O uso interessante e importante
para essas informações é a extração de dados qualitativos e quantitativos dos serviços e
sistemas modelados que, quando combinados, auxiliam na elaboração do orçamento
executivo do empreendimento.

Ao elaborar o projeto, é preciso saber quais dados deverão ser extraídos do modelo para
serem inseridos no software de orçamento. Essa informação vai depender muito da base de
dados de custos unitários existente no seu software de orçamento de obras.

É importante contar com profissionais que façam a modelagem pensando nessas extrações de
quantitativos, e que saibam extrair do modelo as informações necessárias para estimativa.

Na figura abaixo, temos a estrutura de uma edificação na parte superior da tela e uma tabela
de composição unitária de preços na parte inferior, integrando modelo e orçamento.
Quando elaborado “manualmente”, o orçamento da obra fica suscetível a erros de naturezas
diversas, desde operacionais na quantificação, no esquecimento de itens, na ponderação de
uma especificação inadequada ou incorreta, até erros inevitáveis, devido às incertezas
oriundas da deficiência de informações do projeto.

Com a metodologia BIM, é possível obter dados mais precisos do modelo. Podemos quantificar
com maior facilidade, já que as dimensões dos elementos são inseridas de forma
tridimensional. Se a inserção de dados considerar o que se quer extrair do modelo, a parte
repetitiva e braçal será eliminada do processo.

O BIM permite, ainda, minimizar ou acabar com a corrupção em obras públicas, já que todos
os quantitativos podem ser auditados com facilidade. As divergências de quantidade deixarão
de existir. Sendo assim, o processo de contratação de empreiteiras tende a ser transparente,
não dar margem para superfaturamento, seja por erro de quantificação ou por pouca
especificação.

Para que você entenda melhor o diferencial do BIM em relação aos processos atuais, conheça
os benefícios listados pela Universidade da Pensilvânia em estimativa de custos:

 Quantificar com precisão materiais modelados.

 Gerar rapidamente quantidades para auxiliar no processo de tomada de decisão.

 Gerar mais estimativas de custo e de forma mais rápida, com o uso dos modelos BIM.

 Melhor representação visual dos elementos de projeto e construção que devem ser
estimados.

 Fornecer informações de custo ao proprietário na fase inicial de tomada de decisão do


projeto e durante todo o seu ciclo de vida, incluindo alterações realizadas na
construção.

 Poupar o tempo do orçamentista na quantificação dos serviços.


 Permitir que o orçamentista se concentre em atividades de maior valor agregado na
estimativa, tais como: identificação de conjuntos de construção, geração de preços e
riscos, que são essenciais para estimativas de alta qualidade.

 Adicionar o orçamento a um cronograma de construção (como um modelo 4D),


podendo assim, acompanhar o que foi orçado e o que foi realmente pago.

 Explorar facilmente as possibilidades de arquitetura, as diferentes opções e conceitos


de design dentro do orçamento do proprietário.

 Determinar rapidamente os custos de objetos específicos.

 Facilitar o trabalho dos orçamentistas através do processo visual.

RESOLVENDO O DESAFIO 06

Linguagem técnica e Custos

Agora que os modelos de detalhamento executivo de todas as disciplinas já estão disponíveis,


é o momento em que as pranchas gráficas de Projeto Executivo já podem ser montadas para
serem encaminhadas à obra. Você terá que extrair as informações qualitativas e quantitativas
dos serviços e sistemas modelados com o objetivo de elaborar o orçamento do
empreendimento. Para tanto, é necessário reunir os modelos de detalhamento executivo de
todas as disciplinas, preparar conjuntos de Projetos Executivos categorizados por disciplina, e
realizar o processo de extração dos dados dos modelos que devem ser enviados para
orçamentação.

Veja como realizar o processo de extração dos dados dos modelos que devem ser enviados
para orçamentação.
DESAFIO 07

Planejamento

Neste sétimo e último desafio, você deverá participar do planejamento da obra.

Para resolver este desafio, você deve revisar o seu aprendizado e saber mais
sobre Planejamento de Fase e Modelagem 4D e Plano de Utilização da Metodologia BIM.

Avance para iniciar estes estudos!

PLANEJAMENTO DE FASE – MODELAGEM 4D

O planejamento é fundamental para o desenvolvimento do empreendimento ou do produto.

Os softwares de simulação BIM possibilitam a construção passo a passo da edificação,


acrescentado o atributo prazo ao modelo tridimensional.

Assim, a equipe de planejamento do canteiro:

 consegue prever os pontos onde há riscos de acidente de trabalho e alocar


equipamentos de proteção coletiva (EPC) em datas exatas.

 pode simular o fluxo de pessoas e materiais na obra.

 pode prever conflitos na movimentação de equipamentos. Por exemplo, uma grua, por
ser uma máquina muito grande, exige mais espaço de alocação e para movimentação.
Em muitas obras, existe mais de uma grua trabalhando ao mesmo tempo. Para não
colidam ou ocupem a maior área de abastecimento no canteiro, podemos inserir as
gruas virtuais no modelo da edificação e simular a movimentação de suas lanças.
Para o cliente ou proprietário, a visualização da montagem virtual do edifício é importante
porque mostra o desenvolvimento da obra por período. A montagem virtual do edifício, em
software BIM, é muito mais significativa do que um gráfico de barras, recurso normalmente
utilizado.

Observe as imagens:

VANTAGENS DA MODELAGEM 4D

Para realizar as atividades de planejamento virtual da edificação são necessários softwares de


modelagem da arquitetura e dos sistemas, um software de planejamento como o MSPROJECT
ou softwares integrados de modelagem e planejamento como o NAVISWOKS ou SYNCHRO. A
equipe deve compreender como é produzida a modelagem, saber navegar, manipular e revisar
um modelo 3D, conhecer os programas de planejamento 4D, saber importar a geometria da
edificação, produzir e programar os controles de animações do modelo.

Segundo a Universidade da Pensilvânia, o planejamento virtual da obra da edificação pode


trazer dez potenciais de valor. Isto é, são dez vantagens da aplicação vinculadas ao modelo
chamado de 4D:

 Melhor compreensão, por parte do proprietário e participantes do projeto, do


cronograma de fases e também do caminho crítico da obra.

 Planos dinâmicos de ocupação de fases, oferecendo múltiplas opções e soluções para


conflitos de espaço.

 Integração do planejamento de recursos humanos, equipamentos e materiais com o


modelo BIM para melhor cronograma e estimativa de custos do projeto.

 Conflitos de espaço de trabalho identificados e resolvidos antes do processo de


construção.

 Propósitos de marketing e publicidade.

 Identificação de problemas de cronograma, sequenciamento ou faseamento.

 Projeto mais fácil dos pontos de vista construtível, operável e sustentável.

 Monitoramento do status de aquisição de materiais do projeto.

 Maior produtividade e menor desperdício nos locais de trabalho.

 Transmissão das complexidades espaciais do projeto, planejamento de informações e


apoio à realização de análises adicionais.

PLANO DE UTILIZAÇÃO

A implantação da metodologia BIM se baseia em quatro fundamentos: tecnologia, pessoas,


processos e procedimentos. O sucesso da implantação depende de cada um deles, por isso,
sua relação deve ser harmônica.

Clique nos números em destaque na imagem para saber mais:


Pessoas - são fundamentais na estratégia de implantação, pois a mudança de cultura parte do
envolvimento das pessoas, da conscientização e capacitação dos envolvidos direta e
indiretamente com os processos da organização. A adoção da metodologia BIM demanda
novas necessidades e competências. Por isso, é necessário estruturar um programa de
capacitação capaz de preparar os trabalhadores neste desafio ligado à atualização tecnológica,
ao trabalho colaborativo entre equipes interna e externa, à revisão de fluxo de trabalho e à
comunicação na organização.

Procedimentos - são normas, processos e práticas adotados pela empresa. São definidos com
base nos fundamentos, pessoas, tecnologias e processos. Os procedimentos estão ligados às
normas e às boas práticas.

Tecnologia - infraestrutura para a operação: rede de computadores, softwares, conexão com a


internet, armazenamento e segurança de dados. Há muitas opções de infraestrutura na
implantação do BIM que devem ser avaliadas de acordo com as características da organização,
suas necessidades, objetivos e capacidade de investimento.

Processos - internos e interempresariais precisam ser assimilados e compreendidos, a fim de


estudar a viabilidade de aplicação da tecnologia. Os usos do BIM são vastos e complexos. É
necessário mapear os processos da empresa, a fim de integrá-los ou adequá-los com a
metodologia. Em outras palavras, é necessário estudar a estratégia para a integração do BIM
aos processos e procedimentos da organização.

Assim que inicia o processo de adoção, é importante que a empresa tenha mapeado os seus
processos, com fluxos e indicadores, de forma que as equipes atuem de maneira alinhada à
metodologia BIM.

O plano de trabalho para adoção da metodologia BIM começa com a definição do fluxo de
trabalho, cronograma, funções e responsabilidades dos envolvidos, especificação dos
entregáveis, método de comunicação, sistema de banco de dados, arquivos e informações,
nível de detalhe em cada fase e especificação do uso do modelo em todo o ciclo de vida da
edificação, definição de objetivos e metas.
Veja o exemplo de  roadmap com as principais ações a serem desenvolvidas para se alcançar os
objetivos atrelados à adoção do BIM.

IMPLANTAÇÃO DO BIM

O plano de adoção da metodologia BIM implica uma reestruturação nos processos, e deve
apresentar procedimentos, especificações, descrições, fluxogramas entre outros documentos.
A adoção desta nova metodologia precisa ser relevante para a organização, pois é um trabalho
desafiador para todos, uma vez que eles serão os protagonistas na reestruturação dos
processos e da proposição de novas metas e indicadores como:

 Quantidade de horas técnicas/m² de projeto, considerando-se a variação de tipologias


e de porte entre projetos.

 Faturamento mensal/anual por posto de trabalho.

 Horas despendidas em atividades de revisão de projeto após entrega.

 Percentual de reaproveitamento de materiais no canteiro.

 Taxa de produtividade.

 Eficiência energética.

 Taxa de assertividade de decisões de projeto.

 Taxa de satisfação do cliente proprietário ou usuário do empreendimento.

 Investimento em capacitação da equipe e a aquisição de infraestrutura (equipamentos


e softwares).

Com equipe treinada e recursos tecnológicos, é possível iniciar um projeto piloto, avaliar seu
desempenho, promover os ajustes necessários, adequando os procedimentos até a
consolidação do uso da metodologia.

Nesta etapa, é fundamental o uso de softwares de criação de projetos, programação de obra,


integração de projeto e modelagem de condições existentes. A equipe precisa ser capaz de
criar e editar modelos 3D, avaliar cronogramas de construção com modelo, entender os meios
e os processos típicos de construção e de sistemas construtivos e ainda ter a capacidade de
traduzir o conhecimento de obra para o meio virtual e vice-versa.

Dentre as vantagens do uso, destacamos:

 Propiciar eficiência na elaboração do layout do canteiro para instalações definitivas ou


temporárias, das áreas de montagem e entregas de material para todas as fases de
construção e dos locais de movimentação de pessoas e máquinas.
 Identificar, rapidamente, possíveis conflitos de espaço, tempo e atividades
incompatíveis.

 Mapear com precisão o canteiro de acordo com as normas de saúde, segurança e meio
ambiente.

 Estudar e selecionar um esquema de construção e sua viabilidade.

 Comunicar a sequência de construção e o layout para todas as partes interessadas.

 Atualizar facilmente a organização do canteiro de obras e o uso do espaço à medida


que a construção progride, áreas de vivência, refeitórios, banheiros, oficinas, depósitos
e áreas edificadas do próprio empreendimento.

 Minimizar o tempo gasto no planejamento da utilização do canteiro de obras e


otimizar o uso dos espaços no canteiro para construção nas etapas da obra.

RESOLVENDO O DESAFIO 07

Planejamento

Seu último desafio será participar da etapa de planejamento da obra, acompanhando a


realização de atividades, como alimentar o Modelo de Construção a partir do Cronograma
Físico, criar e configurar a simulação, exportar o arquivo de vídeo ou de sequência de imagens.

A partir do Gráfico de Gantt (Ferramenta visual para controlar o cronograma de um projeto ou


de um sistema produtivo)  – Cronograma Físico, você verá como relacionar o cronograma ao
modelo da construção, ou seja, como alimentar o software com os dados do cronograma
físico. O primeiro passo é você saber interpretar as informações do cronograma. Clique e
arraste a barra de rolagem (abaixo) para acompanhar a explicação do Gráfico de Gantt. Em
seguida, clique na seta (na lateral) para prosseguir.
TENDÊNCIAS PARA O FUTURO

Atualmente, são inúmeras as oportunidades de uso do BIM. Neste curso, abordamos as


principais delas.

Reflita sobre o amplo leque de possibilidades que se abre em benefício do aprimoramento


dos processos da cadeia produtiva da Construção Civil, explorando as mais variadas fases do
ciclo de vida da construção.

 Por exemplo, uma empresa que possui sistema de gestão da qualidade e,


consequentemente, possui documentação específica para gestão de sua produção,
pode utilizar os dados do modelo para preencher, automaticamente, os
Procedimentos de Inspeção dos Serviços (PIS), as Fichas de Verificação dos Serviços
(FVS), as Fichas de Verificação de Materiais (FVM) entre outros.
 Um projeto feito em BIM reúne informações técnicas dos produtos utilizados na
construção, como especificações técnicas, vida útil do equipamento, identificação etc.
Caso o usuário da edificação tenha consciência disso, poderá utilizar softwares de
Gestão de Facilities para, dentre outras coisas, planejar e contratar manutenções
preventivas.

 E, pensando na demolição de uma edificação, para a adequada destinação do entulho


que será gerado, de acordo com suas características de reuso e reciclagem, de
toxicidade e outros tipos de contaminação, cada material recebe uma classificação
identificada por letra. Se incorporada em cada família utilizada no modelo, tal
classificação viabiliza a quantificação mais precisa dos tipos de entulho, promovendo a
prática de um planejamento de descarte mais adequado, racional e ambientalmente
correto.

Isso tudo representando apenas o que é possível e está disponível. Assim, com o crescente e
rápido desenvolvimento dos softwares e da tecnologia embarcada, nossas perspectivas para
um futuro próximo se concentram em automatizar, ainda mais, os nossos processos
relacionados a todos os aspectos da construção civil em todo o seu ciclo de vida, o que, por si
só, já se configura como um enorme desafio.

O que mais dá para esperar, considerando o futuro?

Impressoras de casas? Robôs construtores e demolidores? Softwares holográficos e interativos


para projetos? Conjecturas que apenas o tempo poderá confirmar (ou refutar), contudo, o
mais provável é que se torne realidade somente o que tiver relação direta com nossas
necessidades.
Referências Bibliográficas

AUTODESK. Manuais BIM. Disponível em <https://pages.autodesk.com/br-bim-hub-deployBIM?


mktvar002=688380&utm_medium=social-pd&utm_source=facebook&utm_campaign=amer-aec-br-aec-abcde-
architecture-building-construction-design-engineering&utm_id=688380>. Acesso em 11.02.2019

ABDI-MDIC. Processo de Projeto BIM: Coletânea de Guias. Brasília, 2017.

ASBEA. Guia de boas práticas em BIM. Disponível em < http://www.asbea.org.br/manuais >. Acesso em


11.02.2019

CBIC – CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Coletânea Implementação do BIM


para
construtoras e incorporadoras. Brasília, 2017.

EASTMAN, Chuck; TEICHOLZ Paul; SACKS Rafael; LISTON Kathleen. Manual de BIM. Um guia de
modelagem da informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores e incorporadores. Porto
Alegre: Bookman, 2015.

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA - DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti

Diretor de Educação e Tecnologia

Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira

Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

SENAI/DN

DIRETORIA DE OPERAÇÕES - DO

Gustavo Leal Sales Filho

Diretor de Operações
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica - UNIEP

Felipe Esteves Pinto Morgado

Gerente-Executivo de Educação Profissional e Tecnológica

Gerência de Tecnologia Educacionais - GETE

Luiz Eduardo Leão

Gerente de Tecnologias Educacionais

Frankwaine Pereira de Melo

Coordenador do Programa SENAI 4.0

Anna Christina Theodora Aun de Azevedo Nascimento

Catarina Gama Catão

Marcio Luiz Debner dos Santos

Equipe técnica

 
SENAI - DEPARTAMENTO REGIONAL DE SÃO PAULO

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Diretor Regional

Clecios Vinicius Batista e Silva

Gerente de Educação

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Supervisora do Centro SENAI de Tecnologias Educacionais

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Coordenação do Desenvolvimento do Curso

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Coordenação da Produção do Curso

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Carlos Eduardo Machado de Oliveira

Revisão Técnica

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Animações

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Fábio Augusto Lopes da Silva

Marcos Poscai da Silva

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Programação

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