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BANCA EXAMINADORA
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Prof. MSc. RAFAEL DE CASTRO OLIVEIRA – Orientador
(UFS/PETROBRAS)
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Prof. MSc JOÃO PAULO LOBO DOS SANTOS
(UFS)
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Eng. LUNA MARIA TEIXEIRA VIANA
(NIC DO BRASIL)
AGRADECIMENTOS
The increasing competitiveness faced by drilling contractors nowadays have pushed them
to be continually looking for ways of maintaining a prominent position in the market, and
of obtaining drilling contracts and maximizing their profits. In this context, the present
paper proposes an evaluation of the applications of quality management as an effective
way of tackling this situation, and aims to demonstrate the importance of its concepts and
tools in optimizing the operational performance of drilling rigs. An extensive literature
review has been conducted on the topics of; the evolution of quality, concepts of projects
and types of wells, drilling methods, drilling contracts and drilling rigs. Through the
implantation and field follow up of a program focused on operational improvement and
reduction of losses was possible to demonstrate the potential positive results of the
methodology developed in this work. The applicability of the methods were further
enforced by the increase in performance (speed) of three non-productive time operations,
and furthermore by the notification of an anticipated proposal for renewing the contract for
the drilling rig studied, thus showing the client’s satisfaction with the services provided.
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................9
2 GESTÃO DA QUALIDADE ..................................................................................................................10
2.1 EVOLUÇÃO DA ABORDAGEM DA QUALIDADE ........................................................................10
2.1.1 Era da Inspeção ...................................................................................................................12
2.1.2 Controle Estatístico da Qualidade ........................................................................................12
2.1.3 A Garantia da Qualidade ......................................................................................................13
2.1.4 A Gestão da Qualidade Total ...............................................................................................14
2.2 TÉCNICAS E FERRAMENTAS DA GESTÃO DA QUALIDADE ...................................................17
2.2.1 Ciclo PDCA ...........................................................................................................................17
2.2.2 Benchmarking .......................................................................................................................19
3 PERFURAÇÃO DE POÇOS ................................................................................................................20
3.1 O PETRÓLEO ..............................................................................................................................20
3.2 TÉCNICAS DE PERFURAÇÃO ....................................................................................................21
3.3 CATEGORIAS E FINALIDADES ..................................................................................................22
3.4 PROJETO E EXECUÇÃO DO POÇO...........................................................................................23
3.5 OS TEMPOS OPERACIONAIS ....................................................................................................26
3.6 SONDAS DE PERFURAÇÃO .......................................................................................................27
3.6.1 Sistema de geração de energia ...........................................................................................28
3.6.2 Sistema de sustentação de cargas ......................................................................................29
3.6.3 Sistema de movimentação de cargas ..................................................................................30
3.6.4 Sistema de circulação ..........................................................................................................31
3.6.5 Sistema de rotação ...............................................................................................................32
3.6.6 Sistema de segurança de poço ............................................................................................33
3.6.7 Sistema de monitoramento ..................................................................................................34
3.7 CONTRATOS DE PERFURAÇÃO ...............................................................................................34
3.7.1 Diária ....................................................................................................................................34
3.7.2 Turnkey .................................................................................................................................39
3.7.3 Metragem .............................................................................................................................40
4 PROGRAMA PERDA ZERO ...............................................................................................................41
4.1 OBJETIVOS .................................................................................................................................41
4.2 CONCEITOS E METODOLOGIA .................................................................................................42
4.3 APLICAÇÃO PRÁTICA DA METODOLOGIA E RESULTADOS ..................................................44
4.3.1 Planejar Operações ..............................................................................................................44
4.3.2 Executar Operações .............................................................................................................48
4.3.3 Avaliar Resultados ................................................................................................................53
4.3.4 Agir sobre Resultados ..........................................................................................................58
4.4 RESULTADOS E POTENCIAL .....................................................................................................62
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..............................................................................................64
6 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................65
9
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
2.1 GERAIS
Avaliar a importância da aplicação dos conceitos, técnicas e ferramentas da
gestão da qualidade na obtenção de êxito nas operações de perfuração de
poços de petróleo.
Mostrar de maneira qualitativa os efeitos da aplicação da Gestão da
qualidade na maximização dos lucros de uma empresa de sondagem e na
manutenção e obtenção de contratos de perfuração.
Demonstrar os impactos da gestão da qualidade na satisfação e
atendimento às necessidades do cliente que é a empresa operadora de um
bloco de petróleo e gás.
2.2 ESPECÍFICOS
Revisar a literatura sobre gestão da qualidade, técnicas de perfuração,
sondas de perfuração, conceitos de projetos e tipos de poços, e os formatos
típicos de contratos de perfuração.
Acompanhar em campo a execução de três operações de tempo não
produtivo; a descida de revestimento, a manobra de coluna de perfuração,
e montagem dos blowout preventers (BOP).
Apresentar os resultados da implantação de um programa de melhoria de
performance operacional e inibição de perdas numa sonda de perfuração
terrestre no estado do Rio Grande do Norte.
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3 GESTÃO DA QUALIDADE
No entanto, é impossível dar uma definição concisa para qualidade sem que ela
esteja aplicada a algum contexto temporal. Pois com base nas bibliografias consultadas
sobre este tema, a qualidade é um conceito vivo, mutável e seu significado tem evoluído
ao longo do tempo. O que se considerava qualidade no século XIX é bem diferente do
conceito que se tem hoje no século XXI. Na busca por identificar e entender a evolução
da qualidade ao longo do tempo é preciso abordar a qualidade a partir de alguns aspectos
que nos levam buscar respostas para no mínimo quatro questionamentos, são eles:
Como qualidade é vista? Como é buscada? Porque é buscada? E quem é o responsável
por garanti-la?
Na visão de Garvin (2002) apud Rocha, et al. (2014) a primeira era da qualidade,
a da Inspeção, ocorreu no auge da revolução industrial, por volta de 1900. No entanto,
é importante que seja ressaltado que a inspeção foi uma das primeiras formas de
preocupação com a qualidade, e já era praticada em épocas mais antigas, quando ainda
predominava a manufatura e o trabalho artesanal. Nesta época, a inspeção era feita em
cada produto pelo próprio artífice, com base na sua própria experiência. Já no século
XVIII, no início da revolução industrial, com o aumento da capacidade produtiva, e a
fragmentação do processo produtivo proposta por Frederick Taylor, surgiu a necessidade
da criação de cargos para profissionais especializados em realizar a inspeção; os
Inspetores da qualidade. Eles seriam responsáveis por inspecionar toda a produção,
avaliando a conformidade dos produtos com padrões e gabaritos pré-definidos, e a
garantindo que produtos não conforme não chegariam ao consumidor final. Vemos então
que o foco estava o produto acabado e não havia nenhuma forma de análise do processo
produtivo na busca por prevenir a causa dos defeitos. (PEARSON, 2011)
GQT é um processo, uma técnica, um estilo gerencial, uma meta, uma ferramenta
e, sobretudo, um estilo de liderança criadora de uma cultura organizacional que
ajuda a meta que é criar produtos [...] da mais alta qualidade possível. (Williams,
1995 apud Rocha et al., 2014)
Segundo Rocha et al. (2014), “A amplitude do conceito de GQT é tal que, por
vezes, o entendimento dos vários conceitos a ele atribuído pode ficar prejudicado...”
Neste contexto torna-se válido ter uma lista de princípios que definem gestão da
qualidade de forma prática e conforme Souza (2010), segundo a International
Organization for Standardization (ISO) são definidos 8 princípios que sustentam a ideia e
orientam a pratica da gestão da qualidade. Estes, estão relacionados e descritos de
maneira breve abaixo:
A Figura 1 traz uma visão ilustrativa dos princípios que estão ligados à Gestão da
qualidade.
FOCO NA
SATISFAÇÃO
DO CLIENTE
ENVOLVIMENTO
ABORDAGEM
DE TODA A
POR
EQUIPE DE
PROCESOS
TRABALHO
GESTÃO DA
QUALIDADE
ABORDAGEM
LIDERANÇA
FACTUAL
MELHORIA
CONTÍNUA
D – Executar (Do) – É o momento de implementar na prática tudo aquilo que foi planejado,
sempre mantendo o foco nas metas e procedimentos definidos. Para isso é importante
que a equipe de execução seja educada (treinada) nos procedimentos e esteja
consciente das metas que precisam ser alcançadas.
C – Avaliar (Check) – Esta é uma etapa crucial para o sucesso da metodologia do PDCA.
Aqui são verificados e medidos os resultados obtidos, avaliando se foram atingidas as
metas e diretrizes definidas na etapa do planejamento. Para isso utilizam-se também
ferramentas de análise de dados de forma a extrair o máximo possível de conhecimento.
A – Agir (Act) – Com base nas informações obtidas e nos resultados de análises mais
detalhadas são definidas nesta etapa as ações corretivas, preventivas e de melhoria, de
forma a otimizar o processo. Estas ações servirão de base para uma nova fase de
planejamento que terá em mente a prevenção dos erros cometidos ou a manutenção dos
bons resultados obtidos no ciclo anterior.
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3.2.2 Benchmarking
Termo em inglês que numa tradução livre pode ser entendido como “comparação”,
o benchmarking é mais uma ferramenta da gestão da qualidade. A sua lógica está
intimamente ligada ao conceito de melhoria contínua, pois visa segundo Rocha et al.
(2014) “a busca de um referencial de excelência” seja dentro da própria organização ou
externamente.
Ainda segundo Rocha et al. (2014) atuar com benchmarking significa:
Identificar carências nos processos internos da organização através de
parâmetros claros.
Buscar as melhores referências dos processos relacionados, sejam elas
internas ou externas, regionais ou até internacionais.
Elaborar projeto de implantação das boas práticas e métodos encontrados.
4 PERFURAÇÃO DE POÇOS
4.1 O PETRÓLEO
A rotação aplicada na coluna em conjunto com o peso dos tubos aplicado sobre a
broca, é responsável pela trituração das rochas. Os cascalhos gerados pela perfuração
são então transportados à superfície em suspensão no fluido de perfuração. Este fluido,
também chamado de lama, é injetado por bombas no interior da coluna de perfuração, e
saindo através dos jatos existentes nas brocas, retornam a superfície pelo espaço anular
entre a coluna e o poço. (BOURGOYNE Jr., et al, 1986)
Ao atingir uma profundidade na qual a pressão hidrostática exercida pelo fluido
não é mais capaz de sobrepor a pressão dos fluidos que estão nos poros da rocha, tubos
de aço são descidos no interior do poço, e o espaço anular entre este revestimento e as
paredes do poço é preenchido com cimento a fim de proporcionar condições seguras
para descer novamente a coluna de perfuração com uma broca de menor diâmetro, e
prosseguir com a perfuração até a profundidade final projetada para o poço. (THOMAS,
2001)
Como podemos perceber, perfurar um poço não é uma tarefa simples. É
necessário ter conhecimento sólido sobre várias áreas, como a geologia, física, química
e a matemática a fim de elaborar um planejamento conciso que permita a construção do
poço de forma eficaz e segura.
5- Poço para jazida mais rasa: Construído para avaliar se existem jazidas mais
rasas do que as já descobertas numa determinada área;
6- Poço para jazida mais profunda: Construído para avaliar se existem jazidas
mais profundas do que as já descobertas numa determinada área;
7- Poço de produção ou desenvolvimento: Após as informações coletadas e
conhecimento obtido da perfuração dos poços anteriores, e levando em conta
a viabilidade econômica do projeto, são perfurados os poços de produção ou
desenvolvimento. É através destes poços que o petróleo é finalmente
produzido.
8- Poço de injeção: A fim de aumentar ou até recuperar a produção de petróleo
de um reservatório, fluidos como água, vapor, gás e outros produtos químicos
são injetados no reservatório através e poços.
9- Poço especial: Poços que não se encaixam nas descrições anteriores são
chamados de Especiais.
destacar apenas três as quais são foco deste trabalho muito importantes para a
construção do poço, são elas; montagem de BOP, manobra de coluna (retirada e descida
de coluna do/no poço) e descida de revestimento. Cada uma destas, são descritas
brevemente abaixo:
Marítima Terrestre
Suporte no
Flutuantes Convencional Móvel
fundo marinho
Fixas
b) Subestrutura
É um conjunto de vigas de aço montadas sob o mastro, de forma a; transmitir
equilibradamente o peso do mastro e outros equipamentos para as bases, e prover
o espaço necessário para que sejam instalados sobre o poço os equipamentos de
segurança de superfície. A parte superior da subestrutura é chamada de
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a) Cabo de perfuração
É um resistente cabo de aço trançado, o qual, em uma extremidade é enrolado na
bobina de cabo ‘novo’, e passando por uma âncora, pela catarina e bloco de
coroamento, tem sua outra extremidade enrolada no guincho.
b) Guincho
A sua principal função é elevar ou abaixar a coluna de perfuração, enrolando ou
desenrolando o cabo de perfuração respectivamente. O guincho também conta
com um sistema de freio, o qual é de extrema importância no controle da taxa de
perfuração pois controla a velocidade com que as cargas são movimentadas no
poço, e também um dos principais parâmetros da perfuração que é o peso aplicado
sobre a broca (PSB),
c) Bloco de coroamento
É um conjunto de polias instalado fixo na parte superior do mastro, responsável
por transmitir através do cabo de perfuração o movimento do tambor principal, e
suportar as cargas suspensas pelo mesmo.
d) Catarina
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Para Bombas
Centrifuga de alta
Velocidade
Do poço
c) Motor de fundo
Estes motores são acionados hidraulicamente pelo próprio fluido de perfuração e
são alocados logo acima da broca. A vantagem deste sistema está no fato de que
a rotação gerada é aplicada diretamente à broca, assim a coluna não é
rotacionada, reduzindo assim o seu desgaste. Motores de fundo são bastante
utilizados na perfuração de poços direcionais.
d) Kelly spinner
Este equipamento, é um dispositivo pneumático utilizado para girar o Kelly e
facilitar o enroscamento dos tubos de perfuração. Apesar de bastante útil no
enroscamento, ele não é capaz de fornecer o torque adequado para realizar uma
conexão e muito menos para rotacionar toda a coluna de perfuração.
Queimador
4.7.1 Diária
O formado de diárias, dentre os três formatos aqui citados, é o de menor risco para
a empresa de sondagem, mas também possivelmente o de menor lucro. Quando uma
sonda é contratada sob este formato, a distribuição de responsabilidade ocorre de forma
que a contratada assume riscos mais específicos relacionados a execução do poço e a
manutenção da sonda, enquanto que a operadora fica responsável por todos os outros
riscos de forma geral relacionados ao poço em si, como problemas encontrados no poço
que causem atraso nas operações ou até o comprometimento das mesmas. Dessa forma,
a operadora fica isenta do pagamento da taxa à contratada quando por culpa desta, as
operações normais forem interrompidas por algum período, mas continua efetuando o
pagamento quando a culpa é alheia a contratada.
As cláusulas que determinam as situações em que se aplicarão a taxa completa,
a taxa aguardando ou haverá isenção de taxa são específicas a cada contrato, mas de
maneira geral, baseiam-se na ideia de que “a sonda é da contratada mas a maior
autoridade e responsabilidade sobre o poço é da operadora”. Como exemplo, vemos a
seguir algumas disposições de um contrato de perfuração por diária de uma importante
empresa da indústria petrolífera, onde são especificados os casos para aplicação de cada
taxa (ou isenção).
- Perfuração de poço
- Manobras;
- Descida de Revestimento;
- Cimentação de poço;
- Testemunhagem, perfilagem e amostragem lateral;
- Testes de formação;
- Completação de poço;
- Montagem e teste de ESCP;
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Contabilidade Manutenção
das Sondas
Engenharia de Locação e
Contabilidade
Reservatórios Acessos
Supervisor de
Operações
Avaliação de Engenharia
Operações Fluidos de
Formações de Produção Cimentação
Perfuração
Gerente de
Projetos
Geologia
Revestimento Perfuração
Direcional
Brocas Equipamentos
de Completação
Encarregado Fiscal de
da Sonda Perfuração
Plataformista Torrista
Equipe da Sonda
Representantes
de campo
Figura 7 - Organograma básico da Contratação de uma sonda de Perfuração, Adaptada de (Bourgoyne Jr., et al., 1986)
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4.7.2 Turnkey
De acordo com o (The Free Dictionary, s.d.) a palavra Turnkey significa “Fornecido,
Instalado ou adquirido na condição de pronto para o imediato uso, ocupação ou
operação”
Este tipo de contrato é visto como aquele que traz os maiores riscos e também a
possibilidade de maior lucro para a empresa de sondagem. Num contrato puramente
“turnkey”, a contratada assume todos os custos e todos os riscos envolvidos na
construção do poço, e é paga uma quantia pré-definida apenas se o objeto do contrato
(o poço) for entregue com a profundidade especificada e de acordo com qualquer outra
especificação firmada contratualmente.
O preço do poço para a operadora será a combinação do custo real do mesmo,
acrescido do lucro da contratada e uma margem de contingência referente aos altos
riscos assumidos pela empresa de sondagem. Dessa forma, fica claro que os lucros desta
serão maiores se: forem reduzidos os custos do poço de maneira geral; se o poço for
executado com sucesso num prazo mais curto que o contratado; o poço for executado
de forma correta do ponto de vista técnico e também houver a prevenção de acidentes
pessoais e ao meio ambiente.
Contratos Turnkey, no entanto, podem não ser “puros” e terem uma formatação
que aloque responsabilidades sobre certas partes do poço sobre a própria operadora,
caso a mesma julgue ser mais vantajoso. O exemplo real a seguir descreve as
responsabilidades de cada uma das partes de um contrato “parcialmente turnkey” ou
parcialmente integrado, como é de costume falar.
Poço ABC
A) Responsabilidades da Contratada
- Construção da locação e acessos
- Perfuração
o Fornecimento de brocas
o Fornecimento de acessórios de coluna
- Descida de revestimento
o Acessórios de revestimento
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- Cimentação
- Fluidos de perfuração (Fase 01 e Fase 02)
B) Responsabilidades da Contratante(operadora)
- Fluidos (Fase 03, 04, 05 e 06);
- Testemunhagem;
- Perfilagem;
- Fornecimento de tubos de revestimento.
4.7.3 Metragem
Vimos até agora que independentemente do tipo de contrato sob o qual a empresa
de Sondagem possa estar trabalhando, ou do tipo de poço perfurado, é de fundamental
importância que ela mantenha as operações da sonda sendo executada da forma mais
eficiente possível, a fim de maximizar os seus lucros e satisfazer as expectativas dos
seus clientes.
Eficiência na perfuração, significa manter alta a performance da sonda, sem
comprometer a qualidade do poço, a segurança do pessoal envolvido e minimizando os
impactos ao meio ambiente. A consequência disto será o aumento da qualidade dos
serviços prestados e a obtenção e manutenção de lucrativos contratos de perfuração.
Conforme vimos no capítulo 3, o caminho para a obtenção dos objetivos acima citados é
a gestão da qualidade, através da aplicação de suas ferramentas, conceitos e técnicas.
Foi neste âmbito que surgiu o programa Perda zero. Fruto da parceria entre a
empresa de sondagem NIC do Brasil e a empresa de gerenciamento de performance de
sondas Gênesis Brasil, daqui em diante referidas como NIC e Gênesis, respectivamente.
5.1 OBJETIVOS
A) Requisitos do cliente
Outro ponto de análise do gráfico é a posição onde o “ponto” acerta o alvo. O Ponto
escuro visualizado em cada gráfico representa a comparação do resultado da operação
mais recente com todo o histórico, seja o da própria sonda ou o histórico de outras sonda
semelhantes. Da mesma forma que em um jogo de tiro ao alvo, quanto mais no centro
se “acerta” melhor o resultado (maior a velocidade da operação).
O visual peculiar dos alvos na Figura 11 nos mostram ainda um outro ponto de
vista sob o qual os gráficos podem ser avaliados. Vemos que no gráfico da sonda
(esquerda) a região verde é notadamente maior que a mesma região no gráfico da
indústria (direita). A explicação para tal aparência é simples; no histórico da sonda NIC
01, um número maior de operações foram realizadas com uma duração curta e um
número menor de operações foram realizadas em um tempo maior. Já no caso do alvo
da direita, vemos que no histórico da indústria, na maioria das vezes as operações de
montagem de BOP foi feita em um tempo longo, e apenas algumas poucas vezes
obtiveram uma velocidade maior, causando por este motivo a discrepância entre o
tamanho das áreas. Nota-se no entanto que isso não significa dizer que o banco de dados
da indústria tem um conjunto de operações piores. Vemos até que o P50 (4,5h) deste é
ainda melhor que o da sonda NIC 01 (7,0h), a diferença está no controle do processo. A
sonda NIC 01 executa esta operação com uma média menor, mas com maior
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Por fim, a partir do conhecimento dos requisitos do cliente e tendo uma base de
conhecimento sólida formada através dos gráficos gerados pela Gênesis, é possível
então definir as metas e objetivos realistas e criar ou revisar os procedimentos
operacionais necessários. Por citar, a NIC já dispunha de padrões operacionais para as
três operações referidas, ao ponto em que eles foram apenas revisados. Também foram
elaborados cartazes explicativos com um resumido passo a passo para cada operação.
E todos os colaboradores foram treinados nos procedimentos operacionais da empresa
e foram cientificados sobre as metas e objetivos a serem atingidos no projeto. Na mesma
oportunidade também foram instruídos sobre a implantação e metodologia do Programa
Perda Zero.
A) Descida de Revestimento
Observou-se que na descida dos primeiros tubos a velocidade é mais lenta mas
aumenta à medida que a equipe vai “pegando o ritmo”. Vê-se então uma oportunidade
de melhoria da performance se for criado o hábito de sempre revisar os procedimentos
juntamente com a equipe antes de cada operação, assim a equipe poderá pegar o ritmo
mais rápido e tornar a operação mais ágil.
O sondador relatou que a chave hidráulica utilizada na descida dos tubos é
adequada e funciona bem. Ressaltou também que o manipulador telescópico utilizado
para içar os tubos de revestimento para a plataforma não tem a capacidade de
sustentação de carga mais adequada, mas mesmo assim, ele acredita que o sincronismo
da equipe é o mais importante no quesito da velocidade da operação.
B) Montagem de BOP
C) Manobra de coluna
A) Performance da operação
Esta análise indica o quão mais rápido a sonda foi capaz de realizar as operações.
Uma melhora na curva verde (P25) por exemplo, nos mostra que as velocidades
mais altas tornaram-se ainda mais altas. A mesma análise pode ser feita quanto
aos outros limites (P50 e P75).
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Esta etapa é a conclusão do ciclo PDCA, é aqui que são definidas as ações de
melhoria que serão tomadas. De posse dos resultados e análises feitas sobre as
operações deve ser elaborado um plano de ação. Este, deverá avaliar todas as
recomendações de melhorias feitas e revisar os dados gerados a partir da avaliação para
definir ações com responsáveis e prazos para realização. É importante lembrar que esta
é uma atividade da gerência da empresa e deve envolver as altas diretorias e nas
deliberações das mudanças que serão aplicadas a fim de dar seguimento ao processo
de melhoria contínua.
Também é de extrema importância que o andamento das ações seja
acompanhado pela gerência para garantir que os prazos serão cumpridos e que estarão
disponíveis os recursos necessários à realização das ações definidas.
Para as operações da NIC 01, as ações de melhoria foram definidas após a
conclusão da análise dos resultados semestrais das operações. Algumas atividades já
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foram realizadas como será mostrado a seguir, e outras estão programadas para serem
concluídas até o final de Agosto de 2015, para que os resultados das melhorais possam
ser confirmados até o fim do projeto, em Novembro de 2015.
A) Ações realizadas
B) Ações futuras
De forma comum às três operações, notou-se que há uma necessidade de
revisão dos procedimentos operacionais de modo a enfatizar a importância de uma
programação bem ajustada para as operações de descida de revestimento e
montagem de BOP. Todas as atividades prévias devem estar definidas em detalhe.
Para facilitar o acesso de toda a equipe aos procedimentos deverão ser
criados guias resumidos das atividades que possam estar à disposição dos mesmos
na própria plataforma da sonda.
Os banners de cada operação também deverão ser atualizados de acordo
com as revisões dos procedimentos e estarem afixados em local de fácil visualização.
Para reforçar a participação da liderança, os encarregados deverão ser
instruídos a sempre realizarem a reunião de início de turno (DDSMS) em frente aos
banners quando alguma das três operações forem previstas para o turno.
A fim de melhorar o registro das ocorrências e comentários sobre as
operações, juntamente com a equipe, deverá ser elaborado um questionário padrão
que será respondido pelo líder das equipes sempre ao final de cada operação
monitorada e enviado à Genesis e à gerência da NIC.
Para reduzir a disparidade entre as equipes de operação mostrada nos
gráficos de tendência, deverá ser realizado treinamento com todas elas para
capacitação dos trabalhadores nos procedimentos revisados. No treinamento
deverão ser reforçadas entre os colaboradores as suas responsabilidades e
importância no projeto Perda Zero.
Verificou-se a importância da disponibilidade de equipamentos adequados
à realização das atividades, bem como o seu bom funcionamento. Deverá ser
aprimorado o plano de manutenção preventiva da empresa a fim de evitar o que
ocorram falhas e atrasos durante as operações.
Após a conclusão destas ações será possível medir mesmo que qualitativamente
os resultados finais da aplicação dos conceitos da gestão da qualidade na perfuração de
poços. O ciclo, logicamente, deve seguir novamente para a etapa do planejamento das
operações, onde serão levados em consideração os resultados da rodada anterior na
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revisão das metas, métodos e estratégias que serão aplicadas na etapa de execução e
assim por diante. Eventualmente, é esperado que se atinja um patamar onde as
operações estarão sendo realizadas de forma controlada e ao máximo nível de
performance que pode-se alcançar. Neste ponto, o foco será a manutenção do sucesso
através dos mesmos passos; planejamento, execução, análise e ação.
6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Para trabalhos futuros recomenda-se que o tema seja expandido de forma a abranger
também as questões relacionadas à segurança, saúde e meio ambiente (SMS). Sendo
estes tópicos bastante relevantes no sentido em que juntamente com a qualidade,
formam a base para o sucesso de uma empresas em geral, em especial as de sondagem.
7 REFERÊNCIAS