ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE
MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO
DANILO COLOMBO
Orientador:
Prof. Gilson Brito Alves Lima, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense
Co-orientador:
Prof. Pauli Adriano de Almada Garcia, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense
Niterói
2018
Ficha catalográfica automática - SDC/BEE
Gerada com informações fornecidas pelo autor
C718p Colombo, Danilo
Proposição de um Modelo Markoviano de Apoio ao
Gerenciamento de Riscos à Integridade de Poços Submarinos /
Danilo Colombo; Gilson Brito Alves Lima, orientador ; Pauli
Adriano de Almada Garcia, coorientador. Niterói, 2018.
DOI: http://dx.doi.org/10.22409/PSG.2018.mp.39549247813
CDD -
À minha família, que sempre foi a base da minha vida. À minha mãe, pelo apoio nas horas
mais difíceis, pelas conversas e pelos conselhos. Ao meu pai, por sempre ter me
incentivado a aprender e a dar o melhor de mim. À minha namorada, pelas conversas e
por não me deixar desanimar quando as coisas estavam difíceis. E especialmente a minha
filha, que sempre me motivou a ser um exemplo.
Ao meu co-orientador, prof. Pauli A. A. Garcia, pelas inúmeras discussões que resultaram
no conteúdo desta pesquisa. Agradeço pela inspiração em sala de aula e pelos conselhos
fora dela.
Agradeço aos colegas da PETROBRAS, Augusto Borella Hougaz que foi quem me
encaminhou para a área de confiabilidade e, Kazuo Miura que me ensinou sobre
integridade de poços. Ambos serviram de inspiração tanto na parte técnica, mas também
como exemplo de profissionais a serem seguidos.
RESUMO
A integridade de um poço de petróleo offshore pode ser definida como a sua capacidade
de conter os fluidos e pressões, evitando o vazamento indesejado para o meio ambiente.
A medida que a exploração e o desenvolvimento de campos de petróleo avançam para
ambientes mais desafiadores, como águas profundas e ultraprofundas, tornam-se maiores
a complexidade e o risco de vazamentos ao longo da vida produtiva do poço. Neste
contexto, a proposta de uma abordagem de apoio ao cálculo da confiabilidade do poço
pode auxiliar no dimensionamento do risco de vazamento e, consequentemente, na
estimativa de métricas importantes para a gestão de segurança. No presente trabalho,
propõe-se uma abordagem que considera o comportamento da confiabilidade das
barreiras de segurança ao longo da vida produtiva do poço e que mostra a evolução dos
possíveis estados de integridade em que o poço possa se encontrar. A disponibilidade do
poço será modelada por um processo markoviano em que o espaço de estados é dado por
diferentes combinações de falhas. A partir do modelo, não apenas probabilidades de
vazamento e estados degradados são calculadas para diferentes frequências de
manutenção, mas também o número esperado de vazamentos e o tempo não produtivo do
poço devido as operações de reparo, que impactam diretamente o lucro do poço. Desta
forma, a abordagem pode ser utilizada em projetos para permitir a previsão da demanda
de sondas para manutenção de poços ou comparar diferentes configurações de poço para
avaliar a mais robusta em relação à integridade. O cálculo das frequências em cada estado,
dado por diferentes falhas, pode auxiliar o planejamento de materiais sobressalentes e
identificar quais equipamentos são mais críticos para a falha do poço. Durante o
acompanhamento da produção, a abordagem pode ser utilizada para auxiliar a tomada de
decisão, entre continuar a produzir um poço ou executar uma manutenção, quando um
problema de integridade surge. Considerando que os dados utilizados na modelagem
proposta estão sujeitos a incertezas, foi realizada a propagação destas incertezas por meio
de uma simulação de Monte Carlo para avaliar o impacto destas no resultado de
probabilidade de vazamento do poço. Por fim, é apresentado um caso hipotético de
aplicação da abordagem sugerida para se avaliar a situação de um poço específico que se
encontra em produção com algumas falhas detectadas.
Well integrity refers to maintaining full control of fluids within a well at all times, in order
to prevent unintended fluid movement or loss of containment to the environment. As the
exploration and development of oil fields advances to more challenging environments
such as deep and ultra-deep water, the complexity and risk ok leakage over the operational
phase of the well becomes greater. In this context, the proposal of an approach to
determine the reliability of the well can allow the calculation of the risk of leakage and
help in the estimation of important metrics for safety management. In this work we
propose an approach that considers the performance of the reliability of the safety barriers
along the productive life of the well and that shows the evolution of the possible states on
integrity in which the well can be. The reliability of the well will be modeled by a
Markovian process in which the state space is given by different failure combinations.
From the model, not only probability of leakage and degraded states were calculated for
different times between workovers, but also the expected number of leakages and
downtime due to repair, which impacts directly on well profit. In this way, the approach
can be used in projects to allow prediction of the demand of wells for well maintenance
or to compare different well configurations to evaluate the most robust in relation to
integrity. Frequency calculations in each state, given by different failures, can help to plan
spare materials and identify which equipment is most critical to well failure. During
production follow-up, the approach can be used to assist in decision making, between
continuing to produce a well or performing maintenance, when an integrity problem
arises. Considering that the input data of the model are subject to uncertainties,
uncertainties will be propagated through a Monte Carlo simulation to evaluate their
impact on the probability of well leakage. Finally, a hypothetical case of application of
the suggested approach will be presented to evaluate the situation of a specific well that
is in production with some detected failures.
Figura 1 – Produção de óleo bruto. Fonte: Adaptado de JPT (2015) apud SUAZNABAR (2016)... 1
Figura 2 – Apresentação do cenário de construção de poços offshore no pré-sal brasileiro.
Fonte: http://www.petrobras.com.br/nossas-atividades ............................................................ 2
Figura 3 – Preços do Petróleo Bruto (U$/Barril). Fonte: BP, 2018. ............................................... 4
Figura 4 – Mapa do mundo com indicação de grandes regiões produtoras de petróleo e a
porcentagem de poços com problemas de integridade. Fonte: adaptado de ALAWAD e
MOHAMMAD, 2016. ..................................................................................................................... 5
Figura 5 – Estrutura Lógica da Fundamentação Teórica. Fonte: Próprio Autor.......................... 10
Figura 6 – Tipos de Unidade Estacionárias de Produção (UEP). Fonte: MUSTANG ENGINEERING
& OFFSHORE MAGAZINE POSTER, 2013 ..................................................................................... 11
Figura 7 – Sonda Offshore “DeepWater Horizon” no combate a incêndio após o Blowout de
Macondo em 2010. Fonte: BORCHARDT, 2011........................................................................... 12
Figura 8 – Esquema de Perfuração de um poço de petróleo vertical com 4 fases. Fonte:
FILARDO, 2012............................................................................................................................. 13
Figura 9 – Esquema de completação de um poço horizontal. Fonte: FILARDO, 2012. ............... 13
Figura 10 – Esquema dos anulares formados em um poço de petróleo. Fonte: N-2762, 2014 . 14
Figura 11 - Blowouts ocorridos em diferentes fases do ciclo de vida do poço. Fonte: SINTEF,
2011............................................................................................................................................. 15
Figura 12 - Estágios do Gerenciamento de Integridade de Poço. Fonte: JAMES, 2014 apud
ALAWAD E MOHAMMAD, 2016. ................................................................................................. 16
Figura 13 – Barreira de um poço como envelope contendo a energia proveniente do
reservatório. Fonte: ANDERS, 2008. ........................................................................................... 22
Figura 14 - Esquema de dois CSBs Independentes, isto é, sem elementos de barreiras
compartilhados. Fonte: Próprio Autor ........................................................................................ 27
Figura 15 – Esquema de dois CSBs com elemento compartilhado. Fonte: Próprio Autor .......... 27
Figura 16 – Poço Surgente com completação seca produzindo para plataforma. Fonte: NORSOK
D-010, 2013. ................................................................................................................................ 29
Figura 17 – Diferença entre falha (evento), falho (estado) e erro. Fonte: RAUSAND e HØYLAND,
pg.84, 2004. ................................................................................................................................. 32
Figura 18 - Distribuição de Falhas por Modo de Falha para a DHSV. Fonte: WELLMASTER, 2009.
..................................................................................................................................................... 33
Figura 19 – Distribuição das Falhas da DHSV em função dos efeitos no Sistema Poço.
Referência: WELLMASTER, 2009. ................................................................................................ 34
Figura 20 – Curva da Banheira. Fonte: Próprio Autor. ................................................................ 36
Figura 21- Relação de poder de modelagem e complexidade de análise para técnicas de análise
quantitativa. Fonte: COLOMBO et. al., 2017............................................................................... 38
Figura 22 – Exemplo de sistema de bombas para controle de nível de caixa d’água. Fonte:
Próprio Autor............................................................................................................................... 39
Figura 23 - RBD de duas bombas em configuração paralela. Fonte: Próprio Autor. .................. 40
Figura 24 - RBD de duas bombas em configuração série. Fonte: Próprio Autor. ....................... 40
Figura 25 - Principais Símbolos Utilizados em Análises por Árvores de Falhas. Fonte: FONSECA,
2012............................................................................................................................................. 42
Figura 26 – Exemplo explicativo de uma Análise por Árvore de Falha. Fonte: IEC-61025,1990. 43
Figura 27- Diagrama de Espaço de Estados para um único componente com dois estados.
Fonte: Próprio Autor ................................................................................................................... 50
Figura 28 - Probabilidade do componente se encontrar nos estados 0 e 1 ao longo do tempo
para μ = 1 e λ = 1. Fonte: Próprio Autor ...................................................................................... 52
Figura 29 - Probabilidade do componente se encontrar nos estados 0 e 1 ao longo do tempo
para μ = 0 e λ =1. Fonte: Próprio Autor....................................................................................... 53
Figura 30 - Probabilidade do componente se encontrar nos estados 0 e 1 ao longo do tempo
para μ = 0 e λ = 19. Fonte: Próprio Autor.................................................................................... 54
Figura 31 - Esquema do Poço com seus Elementos. Fonte: Próprio Autor................................. 59
Figura 32 - Esquema do Poço com as Cavidades. Fonte: Próprio Autor ..................................... 59
Figura 33 – Diagrama de Caminhos de Vazamento com Cavidades e Modos de Falhas
comunicantes. Fonte: Próprio Autor........................................................................................... 60
Figura 34 – CSB primário e secundário vistos sobre o diagrama de caminhos de vazamento.
Fonte: Próprio Autor ................................................................................................................... 61
Figura 35 – Tipos de Estados da Cadeia de Markov. Estado representando: a) Poço Integro; b)
Poço Degradado; c) Poço Falho; d) Estado Impossível. Fonte: Próprio Autor ............................ 64
Figura 36 – Exemplo de transição entre um estado degradado e um estado falho na CM. Fonte:
Próprio Autor............................................................................................................................... 66
Figura 37- Exemplo de transição bidirecional (falha ou reparo). Fonte: Próprio Autor ............. 68
Figura 38- Intervalo de 95% de confiança para a taxa de falha da DHSV obtido com dados
coletados. Fonte: Próprio Autor.................................................................................................. 72
Figura 39 – Causas de Falha. Fonte: FROTA, 2003 ...................................................................... 73
Figura 40 - Gráfico ilustrativo da probabilidade de vazamento de um poço em produção com a
ocorrência de uma falha e um reparo via workover. Fonte: Próprio Autor ............................... 85
Figura 41 – Fases de um processo de reparo de poços (workover). Fonte: Próprio Autor. ....... 86
Figura 42 - Curva de probabilidade de vazametno ao longo do tempo. Ilustração do efeito da
ocorrência de uma falha. Fonte: Próprio Autor .......................................................................... 87
Figura 43 – Avaliação da probabilidade de blowout de um poço contra uma referência de limite
aceitável de probabilidade. a esquerda) requer manutenção imediata; a direita) existe um
tempo para realização do workover. Fonte: Próprio Autor ........................................................ 88
Figura 44 – Probabilidade do poço se encontrar nos estados integro, degradado ou falho ao
longo de 30 anos sem considerar reparo. Fonte: Próprio Autor ................................................ 91
Figura 45 - Probabilidade do poço se encontrar nos estados integro, degradado ou falho ao
longo de 30 anos considerando MTTR para LWO de 2,5 anos e HWO de 10 anos. Fonte: Próprio
Autor ........................................................................................................................................... 92
Figura 46- Probabilidade de vazamento em função da frequência de HWO e do LWO. Fonte:
Próprio Autor............................................................................................................................... 94
Figura 47 – Número esperado de vazamento por poço.ano em função da frequência de LWO e
HWO. Fonte: Próprio Autor......................................................................................................... 94
Figura 48 – Downtime na produção esperado em função das frequências de LWO e HWO.
Fonte: Próprio Autor ................................................................................................................... 95
Figura 49 – Pontos ótimos em termos de probabilidade de vazamento e dias esperados de
downtime. Fonte: Próprio Autor ................................................................................................. 96
Figura 50 – MTTF para diferentes estados de partida com e sem reparo. Fonte: Próprio Autor
..................................................................................................................................................... 97
Figura 51 – Histograma resultante da análise de incertezas após 30 anos de produção. Fonte:
Próprio Autor............................................................................................................................... 98
Figura 52 - Probabilidade de Vazamento do Poço consideradno o histórico de eventos e
projeção sem testes e monitoramento. Fonte: Próprio Autor ................................................. 105
Figura 53 – Análise de sensibilidade do impacto da taxa de falha do revestimento de produção
na probabilidade de vazamento do poço segundo seu histórico. Fonte: Próprio Autor .......... 105
Figura 54 – Fases do Ciclo de Vida do Poço. Fonte: Adaptado de AJIMOKO, 2016 .................. 120
Figura 55 – Impacto da variável com base no tempo decorrido no projeto. Fonte: PMI, 2008122
Figura 56 – Sonda de Perfuração Offshore conectada ao Sistema de Cabeça de Poço Submarino
através do BOP e do riser de perfuração. Fonte: OFFICER OF THE WATCH, 2014. .................. 123
Figura 57 – Poço Vertical, Inclinado e Horizontal. .................................................................... 127
Figura 58 – Principais tipos de unidades marítimas de perfuração (sondas marítimas). Fonte:
FEITOSA, 2013 ........................................................................................................................... 128
Figura 59– Categorias de verificação de barreiras. Fonte: Adaptado de API (2013) ................ 133
Figura 60 - Matriz de Inspeção e Manutenção baseadas em Risco. Fonte: Adaptada da ISO TS
16530-2 (2015). ......................................................................................................................... 134
Figura 61 - Variações no nível de risco em termos de frequência diária de blowout ao longo do
ciclo de vida do poço. Foco: VINNEM, 1999 ............................................................................. 138
Figura 62 – Gráfico mostrando a região de risco intermediário que se enquadra no princípio
ALARP. Fonte: TAMIM et al., 2017. ........................................................................................... 142
Figura 63 – Exemplo de uma Matriz de Risco 5 x 5. Fonte: Próprio Autor ............................... 143
Figura 64 – Gráfico de Pressão de um LOT. Fonte: Norsok D-010, 2013 .................................. 146
Figura 65 – Cimentação do poço como barreira primária e secundária Fonte: Norsok D-010,
2013........................................................................................................................................... 147
Figura 66 – Caminhos de fluxos devido a falhas na cimentação. Fonte: VIGNES et. al., 2008 . 148
Figura 67 – Tampão de cimento no interior do revestimento sendo compartilhado pelos CSBs
primário e secundário Fonte: NORSOK D-010, 2013. ............................................................... 148
Figura 68 – Falhas nos revestimentos e tubos de produção..................................................... 150
Figura 69 – Falhas nos tubos e revestimentos de produção ..................................................... 150
Figura 70 – Sistema de Cabeça de Poço Submarino. Fonte: CAMERON, 2011. ........................ 151
Figura 71 – Sistema de Vedação do SCPS. Fonte: CAMERON, 2011. ........................................ 152
Figura 72- Mandril de gas lift (à esquerda) e Válvula de gas lift (à direita). Fonte: FRYDMAN,
2013........................................................................................................................................... 154
Figura 73 – Foto de um suspensor de coluna (TH). Fonte: FRYDMAN, 2013. ........................... 155
Figura 74 – Downhole Safety Valve, tipo tubing mounted (TR) à esquerda e a wireline
retrievable (WR) à direita. Fonte: OLIVEIRA, 2016.................................................................... 157
Figura 75 – Esquema de funcionamento do sistema DHSV. Fonte: OLIVEIRA, 2016 ................ 158
Figura 76 – Foto de uma ANM (Árvore de Natal Molhada) ...................................................... 160
Figura 77 – Esquema de caminhos de fluxo e válvulas da ANM. Fonte: Próprio Autor............ 161
Figura 78 – Número de poços falhos por elemento e por idade. Fonte: Vignes e Aadnøy, 2008.
................................................................................................................................................... 165
Figura 79 - Fatores contribuintes para perda de controle de poço no Golfo do México entre
1992 e 2006. Fonte: IZON et. al., 2007...................................................................................... 166
Figura 80 – Frequência de problemas de integridade de poço causados por falha de elementos
de barreira. Fonte: AlAwad e Mohammad, 2016. .................................................................... 168
LISTA DE TABELAS
RB – Rede Bayesiana
SU – Safety Unavailability
XO – Válvula de Crossover
SUMÁRIO
RESUMO ..................................................................................................................................... 5
ABSTRACT ................................................................................................................................. 6
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ....................................................................................................... 7
LISTA DE TABELAS............................................................................................................... 11
LISTA DE QUADROS ............................................................................................................. 12
LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................. 13
SUMÁRIO ................................................................................................................................. 15
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
1.1 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 6
1.2 DELIMITAÇÕES DO TRABALHO .................................................................................. 7
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 7
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................................... 8
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................................... 10
2.1 ENGENHARIA DE POÇO ............................................................................................... 11
2.2 GESTÃO DE INTEGRIDADE AO LONGO DO CICLO DE VIDA DO POÇO ............ 14
2.3 BARREIRAS DE SEGURANÇA DE POÇO ................................................................... 20
2.3.1 O QUE SÃO BARREIRAS DE SEGURANÇA? ................................................... 21
2.3.2 PRINCÍPIO DOS DOIS CONJUNTOS SOLIDÁRIOS DE BARREIRAS ........ 25
2.3.3 ESQUEMÁTICO DE BARREIRAS DE SEGURANÇA ...................................... 28
2.4 TÓPICOS DE ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE ................................................ 29
2.4.1 FALHAS, MODOS DE FALHAS E CONFIABILIDADE ................................... 31
2.4.2 CONFIABILIDADE DE SISTEMAS COMPLEXOS .......................................... 37
2.4.3 SISTEMAS REPARÁVEIS - CADEIA DE MARKOV........................................ 45
3. METODOLOGIA ................................................................................................................. 58
3.1 MODELAGEM DO POÇO .............................................................................................. 59
3.1.1 CONSTRUÇÃO DA CADEIA DE MARKOV PARA O PROBLEMA DE
INTEGRIDADE ................................................................................................................ 63
3.2 COLETA E TRATAMENTO DE DADOS ...................................................................... 69
Dados de Confiabilidade de Equipamentos......................................................................... 70
Dados de Manutenção ......................................................................................................... 73
Frequência de Blowouts ...................................................................................................... 76
3.3 ANÁLISE DE INCERTEZAS, SENSIBILIDADE E IMPORTÂNCIA .......................... 80
4. APLICAÇÃO DA NOVA ABORDAGEM MARKOVIANA............................................ 83
4.1 CASO REFERÊNCIA....................................................................................................... 83
4.2 CASO COM MANUTENÇÃO ......................................................................................... 84
4.3 CASO COM PROBLEMAS DE INTEGRIDADE ........................................................... 86
5. RESULTADOS OBTIDOS................................................................................................... 90
5.1 SIMULAÇÃO DA PROBABILDIADE DE VAZAMENTO AO LONGO DA VIDA
PRODUTIVA DO POÇO ....................................................................................................... 90
5.2 AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA FREQUÊNCIA DE LWO E HWO NA
PROBABILIDADE DE VAZAMENTO E DISPONIBILIDADE DO POÇO ....................... 93
5.3 EFEITO DA DEGRADAÇÃO NO TEMPO MÉDIO ATÉ A FALHA DO POÇO ......... 96
5.4 ANÁLISE DE INCERTEZAS .......................................................................................... 97
5.5 ANÁLISE DE IMPORTÂNCIA ....................................................................................... 99
5.6. APLICAÇÃO EXPERIMENTAL DA CM PARA SUPORTE À TOMADA DE
DECISÃO ............................................................................................................................. 102
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 106
6.1 TRABALHOS FUTUROS .............................................................................................. 107
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 109
APÊNDICE A - CICLO DE VIDA DO POÇO DE PETRÓLEO, TIPOS DE POÇOS E
TIPOS DE EMBARCAÇÕES PARA OPERAÇÕES EM POÇOS .................................... 120
CICLO DE VIDA DO POÇO DE PETRÓLEO ................................................................... 120
TIPOS DE POÇOS DE PETRÓLEO .................................................................................... 125
SONDAS DE PERFURAÇÃO E MANUTENÇÃO DE POÇOS ........................................ 127
APÊNDICE B - AVALIAÇÃO DE RISCO NA ENGENHARIA DE POÇO .................... 130
NORMAS E REGULAMENTOS ......................................................................................... 130
ELEMENTOS DE RISCO .................................................................................................... 134
ANÁLISE QUALITATIVA ................................................................................................. 135
ANÁLISE QUANTITATIVA............................................................................................... 137
CRITÉRIOS DE TOLERABILIDADE AO RISCO ............................................................. 138
APÊNDICE C - PRINCIPAIS BARREIRAS DE POÇOS DE PETRÓLEO EM
PRODUÇÃO............................................................................................................................ 145
Rocha selante .................................................................................................................... 145
Cimentação ........................................................................................................................ 146
Revestimento ..................................................................................................................... 149
Cabeça de Poço ................................................................................................................. 151
Coluna de Produção .......................................................................................................... 152
Suspensor de Coluna ......................................................................................................... 154
Packer de Produção ........................................................................................................... 155
Downhole Safety Valve .................................................................................................... 156
Base Adaptadora de Produção........................................................................................... 158
Arvore de Natal Molhada .................................................................................................. 159
APÊNDICE D- REVISÃO DO HISTÓRICO DE OCORRÊNCIA DE FALHAS DE
BARREIRAS DE SEGURANÇA. ......................................................................................... 162
APÊNDICE E – CÓDIGO DA CADEIA DE MARKOV IMPLEMENTADA ................. 169
1 – Código Principal.............................................................................................................. 169
2 – Função para ler a planilha com as taxas de falha ............................................................ 193
3 – Função de Integração Numérica ...................................................................................... 194
4 – Função para sortear a taxa de falha (Monte Carlo) ......................................................... 194
APÊNDICE F – ESTADOS DO POÇO ................................................................................ 195
ANEXO I – DADOS UTILIZADOS ...................................................................................... 218
1
1. INTRODUÇÃO
O petróleo tem sido importante para a civilização há milhares de anos, e cada vez mais
seu consumo tem se expandido tanto como fonte de combustível, como matéria-prima
para diversos produtos na indústria petroquímica. O fornecimento mundial de energia
proveniente de óleo e gás corresponde a aproximadamente 60% de toda as fontes de
energia (ALAWAD E MOHAMMAD, 2016). Este consumo crescente levou a uma
expansão na busca por novas jazidas, avançando para o contexto offshore.
Figura 1 – Produção de óleo bruto. Fonte: Adaptado de JPT (2015) apud SUAZNABAR (2016).
A Figura 1 (JPT, 2015, apud SUAZNABAR, 2016) mostra que em 2015 a produção de
petróleo proveniente de regiões offshore já era de 13% do total, à frente da produção de
países como Rússia, Arábia Saudita e EUA. Além disso, o Brasil já se encontrava entre
as 4 grandes regiões produtoras do mundo em áreas offshore, e esta participação tende a
crescer ainda mais com o aumento da exploração do pré-sal.
Todo este aumento de complexidade traz consigo uma série de riscos, tanto do ponto de
vista de segurança, como os vazamentos, como do ponto de vista econômico, como as
perdas de produção, gastos com manutenção, etc. Isto leva a um aumento na demanda por
novos modelos que auxiliem no gerenciamento de tais riscos.
Para se ter uma ideia do envelhecimento das instalações em campos maduros, Stacey et
al (2002) afirmaram que aproximadamente metade das plataformas fixas no Reino Unido
estavam além de sua vida original em 2008. Quanto aos poços, em 2006, cerca de 13%
dos poços offshore ativos na Noruega estavam com mais de 20 anos.
O fator custo crescente, aliado à queda recente do preço do barril, Figura 3, aumentou as
preocupações e esforços com o gerenciamento da integridade dos poços para se evitar
paradas de produção, gastos com manutenções excessivas e até mesmo com abandono e
construção de novos poços. Além do fator custo, os acidentes recentes, como o blowout
de Macondo, no Golfo do México, mostraram os impactos negativos que tal evento pode
causar. O acidente levou ao afundamento da sonda Deepewater Horizon e ao maior
derramamento da história, aproximadamente 5 milhões de barris de óleo, gerando uma
poluição marítima e tendo até mesmo atingido a costa do continente. Além disso, morte
de 11 pessoas e vários outros ficando feridos e prejuízo financeiro devido a multas e queda
de valor de mercado para a empresa operadora do campo (BOEMRE, 2011).
4
Uma pesquisa realizada pela Petroleum Safety Authority Norway (PSA), nos poços do
Mar do Norte em 2006, indicou que 18% dos poços da pesquisa possuíam problemas de
integridade e 7% destes estavam fechados devido aos problemas de integridade (PSA,
2006). Portanto, a integridade de poço, além de um problema para a segurança, é também
um problema de aspecto econômico, que leva à parada de produção e gastos com
manutenção dos poços. Segundo Decoword (2014 apud ALAWAD e MOHAMMAD,
2016), 45%, 34% e 18% dos poços no Golfo do México, Mar do Norte no Reino Unido e
Mar do Norte norueguês, respectivamente, estão sofrendo alguma falha de integridade.
No Oriente Médio, cerca de 50% de todos os poços sofrem algum problema de integridade
e entre 10 a 15% destes são problemas críticos (WELL INTEGRITY CONFERENCE,
2015, apud ALAWAD e MOHAMMAD, 2016).
5
Figura 4 – Mapa do mundo com indicação de grandes regiões produtoras de petróleo e a porcentagem de poços com
problemas de integridade. Fonte: adaptado de ALAWAD e MOHAMMAD, 2016.
enxergar as diversas condições em que o poço pode se encontrar ao longo da sua vida
produtiva.
Neste aspecto, a questão suscitada nesta dissertação se insere no contexto das lacunas
encontradas nas abordagens atuais de análise, como as mencionadas no parágrafo acima,
que fazem com que os modelos quantitativos ainda não sejam amplamente adotados e a
indústria continue a se apoiar exclusivamente em métodos qualitativos e determinísticos
consolidados em normas, regulamentos e melhores práticas da indústria.
1.1 OBJETIVOS
Sobre as delimitações deste trabalho, pode-se dizer que o foco é a análise da probabilidade
de ocorrência de vazamentos, ou seja, falha de integridade, durante a vida produtiva do
poço e o efeito da manutenção sobre esta probabilidade. A vida produtiva do poço envolve
um período longo de tempo nos quais as falhas podem se desenvolver e resultar em riscos
inaceitáveis (CORNELIUSSEN, 2006).
São avaliados apenas fatores técnicos associados aos elementos do poço, isto é, não são
avaliados fatores humanos, riscos ocupacionais ou fatores externos ao sistema poço de
petróleo (como quedas de objetos no poço ou sinistros causados pela ação da natureza
das instalações de produção). Os fatores humanos estão fora do escopo desta dissertação,
especialmente porque há pouca atuação humana durante a produção dos poços, porém,
este aspecto pode ser avaliado em trabalhos específicos.
1.3 JUSTIFICATIVA
Esta mudança por um lado benéfica, pois traz a possibilidade de incorporação de novas
tecnologias, incentiva a proatividade e a gestão eficiente por parte das empresas,
entretanto, cria uma necessidade de conhecimentos mais profundos em relação à
avaliação da integridade e risco dos poços. Caberá cada vez mais aos operadores definir
seus limites operacionais, os critérios de tolerabilidade ao risco e também a forma de
avaliar e mitigar estes riscos.
O Apêndice A explora alguns detalhes sobre a engenharia de poço, como o ciclo de vida
de um poço de petróleo, os tipos de poços e tipos de embarcações para operações em
poços.
O Apêndice B trata da avaliação de risco na engenharia de poço, mostrando os elementos
e dimensões do risco, tipos de análises e critérios de aceitação ou tolerabilidade.
O Apêndice C detalha cada uma das principais barreiras de poços de petróleo e o
Apêndice D apresenta uma revisão do histórico de ocorrência de falhas de barreira de
segurança.
O Apêndice E traz o código implantado para rodar as simulações da cadeia de Markov e
Monte Carlo para o tratamento de incertezas. Além do código para análises de
importância.
O Apêndice F mostra todos os estados do poço calculados pela abordagem markoviana.
O Anexo I traz os dados de confiabilidade utilizados.
10
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Esta fundamentação teórica esta organizada da seguinte maneira: a Seção 2.1 descreve o
ambiente na qual a pesquisa se insere, o poço de petróleo, a Seção 2.2 explora a gestão
de integridade, a Seção 2.3 aborda o tópico de barreiras de segurança, que é unidade
básica pela qual o poço é avaliado e a Seção 2.4 descreve as ferrramentas de engenharia
de confiabilidade que foram avaliadas para a aplicação.
O Apêndice A apresenta o ciclo de vida de um poço de petróleo e suas etapas, bem como
os tipos de poços e embarcações utilizadas na construção e manutenção de poços. Este
apêndice complementa o conteúdo apresentado na seção 2.1 sobre engenharia de poço.
O Apêndice C descreve com detalhes cada uma das principais barreiras de um poço de
petróleo e o Apêndice D apresenta uma revisão do histórico de ocorrência de falhas das
barreiras. Este apêndice complementa o conteúdo apresentado na seção 2.3 sobre
barreiras de poço.
A principal base utilizada para a pesquisa foi o Onepetro, porém, a maioria dos resultados
encontrados neste banco de dados foram artigos de conferências. Uma busca no Google
Scholar permitiu a identificação de dissertações e teses e também artigos de revistas.
Nestas bases utilizaram-se as palavras-chaves: integridade de poço, confiabilidade, risco
de blowout, cadeia de Markov e barreiras de segurança.
Figura 6 – Tipos de Unidade Estacionárias de Produção (UEP). Fonte: MUSTANG ENGINEERING & OFFSHORE
MAGAZINE POSTER, 2013
Um blowout, além do vazamento de óleo e gás, pode ter outras consequências como:
poluição ambiental, fogo e explosão nas instalações, fatalidades, entre outros. Um dos
exemplos mais recentes de acidente foi o Blowout de Macondo, no Golfo do México em
2010, que levou à completa destruição da sonda de perfuração DeepWater Horizon, como
pode ser visto na Figura 7. Outras consequências foram o derramamento de 4,9 milhões
de barris e a morte de 11 pessoas (BOEMRE, 2011). Acidentes deste tipo levam a
indústria a repensar seus procedimentos, diretrizes e legislação.
12
Figura 7 – Sonda Offshore “DeepWater Horizon” no combate a incêndio após o Blowout de Macondo em 2010.
Fonte: BORCHARDT, 2011
A perfuração de um poço é realizada por uma sonda que pode ser terrestre ou marítima.
Os custos com a construção, manutenção e abandono de poços representam grande parte
do custo de um sistema de exploração de um campo de petróleo (MIURA, 2004).
Os poços têm o formato telescópico, isto ocorre, pois, sua perfuração é feita em fases. A
primeira fase é perfurada com a broca de maior diâmetro e ao seu final é descido e
cimentado um revestimento de aço. A fase seguinte deve, portanto, ser perfurada com
uma broca de diâmetro inferior à da primeira, bem como utilizado um revestimento
também de menor diâmetro (FEITOSA, 2013).
Figura 8 – Esquema de Perfuração de um poço de petróleo vertical com 4 fases. Fonte: FILARDO, 2012.
Após a perfuração, tem-se a estrutura do poço completa. Porém, o mesmo ainda não está
pronto para a produção. Este preparo é realizado através de uma operação denominada
completação, na qual são instaladas a coluna de produção e os equipamentos para controle
da produção (BELLARBY, 2009). Um exemplo de completação é ilustrado na Figura 9.
Detalhes destes elementos são apresentados no Apêndice C.
Figura 10 – Esquema dos anulares formados em um poço de petróleo. Fonte: N-2762, 2014
Para uma visão mais completa do ciclo de vida do poço, o Apêndice A descreve cada uma
das etapas.
Figura 11 - Blowouts ocorridos em diferentes fases do ciclo de vida do poço. Fonte: SINTEF, 2011
Outro ponto a ser destacado, é que com as margens de lucro cada vez mais apertadas nas
atividades de exploração e produção de campos petrolíferos, tem havido uma busca pela
extensão da vida útil dos poços de petróleo, o que tende a aumentar os problemas de
integridade na fase produtiva. Associado com as recentes mudanças na legislação, que
tem cobrado um correto monitoramento da integridade na fase produtiva, implicam na
necessidade de melhores métodos para auxiliar a gestão da integridade nesta fase.
Em cada fase do ciclo de vida do poço, o mesmo deve ser submetido a um processo de
identificação de perigos e análise de riscos, bem como avaliada a aplicação de técnicas
de engenharia de confiabilidade. É importante realizar e documentar esta avaliação de
forma a garantir que o poço irá atender aos requisitos funcionais, de segurança
operacional, de risco, metas de desempenho, confiabilidade, manutenibilidade e
disponibilidade.
16
Figura 12 - Estágios do Gerenciamento de Integridade de Poço. Fonte: JAMES, 2014 apud ALAWAD E
MOHAMMAD, 2016.
Quadro 1 - Técnicas de Análise de Risco e Análise de Confiabilidade aplicáveis nas fases do ciclo de vida da
instalação. Fonte: Normas Internas da Petrobras N-2781 (PETROBRAS, 2012) e N-2782 (PETROBRAS, 2015)
Comissionamento/
Projeto Conceitual
Detalhamento
Projeto Básico
pré-operação
Desativação
Projeto de
Operação
(FEL 2)
(FEL 3)
RISCO
Lista de Verificação
x x x
("Checklist")
E se?
x x
("What if?")
Análise Preliminar de Risco (APR) x x x x x x
Estudo de Perigos e Operabilidade (HAZOP) x x x x
Análise de Camadas de Proteção (LOPA) x x x
Análise de Consequências x x x
Análise Quantitativa de Riscos (AQR) x x
CONFIABILIDADE
Definição de requisitos de confiabilidade,
x x x
disponibilidade e mantenabilidade
Alocação de confiabilidade x x x
Análise estatística de dados operacionais
x x
(aquisição e tratamento dos dados)
Análise de confiabilidade, disponibilidade e
x x x
mantenabilidade (RAM)
Análise de Modos, Efeitos e Criticidade de
x x x
Falhas (FMEA/FMECA)
Manutenção Centrada em Confiabilidade
x x
(RCM)
Inspeção Baseada em Risco (RBI) x x
O Apêndice B traz uma visão abrangente sobre risco no contexto de produção de poços
de petróleo. Embora existam diversos elementos e dimensões para o risco nesta atividade,
a gestão de integridade é o elemento central desta dissertação e, desta forma, apresenta-
se a seguir o quadro referencial teórico sobre o tema.
Foi realizada uma revisão bibliográfica dos principais trabalhos na área de integridade de
poço dos últimos 30 anos. Alguns destes trabalhos tratam apenas do problema integridade
sem fazer menção a análise de risco ou confiabilidade. Tais trabalhos avaliam geralmente
a integridade sob a ótica de cumprimento das legislações (ex. BLAAUW, 2012), boas
práticas (ex. KOSTOL, 2014) ou até mesmo do ponto de visa da gestão da integridade
dentro das organizações (ex. VIGNES, 2011). Outros trabalhos tratam exatamente do
18
aspecto confiabilidade e análise de risco, seja durante operações com sonda (construção
ou intervenção) ou durante a produção.
Embora o foco desta dissertação seja a vida produtiva do poço, buscou-se na revisão
bibliográfica alguns trabalhos relacionados à integridade em diferentes fases do ciclo de
vida. Abimbola e Khan (2016) apresentaram uma metodologia de análise de risco
dinâmica para as operações de perfuração. Bikerland (2005) analisou riscos à integridade
de poço durante operações de LWO. Ajimoko (2016) realizou uma análise quantitativa
de risco à integridade para intervenções em poços. Lavasani (2015) estudou o uso de
Análise de Árvores de Falhas Nebulosas para quantificar o risco de vazamento em poços
abandonados. Miura et. al. (2006), desenvolveram uma análise quantitativa dinâmica para
avaliar a segurança operacional em poços offshore avaliando o uso dos Conjuntos
Solidários de Barreiras e como cada operação afeta/altera este conjunto.
Sempre que se trata de operações com a presença de uma sonda offshore, o risco de
vazamento é fortemente dependente do sistema de segurança BOP, cuja função é
justamente evitar o vazamento descontrolado de hidrocarbonetos. Por isso, vários autores
têm dado especial atenção a análises de confiabilidade deste equipamento. Holand e
Rausand (1987), Holand (1999), Jorge (2000) e Cai (2012) são alguns exemplos. O tema
confiabilidade de BOP se intensificou após este equipamento ter sido apontado como uma
das causas no blowout de Macondo.
Oliveira et. al. (2017) apresentaram uma formulação hibrida para incorporar uma
avaliação de confiabilidade dependente do tempo em uma rede bayesiana. O sistema
desenvolvido combina a situação do poço, dos sistemas da sonda, incluindo o sistema de
posicionamento dinâmico e a probabilidade de falha do BOP para tomar decisão de
quando retirar ou não o BOP para reparo.
Da mesma forma, para poços em produção, dois equipamentos têm sido alvos de vários
estudos específicos: A ANM e a SCSSV (ou DHSV). Albernaz (2005) utilizou uma
metodologia de análise de árvores de falhas para estudar a confiabilidade da ANM.
Moreira (1993) avaliou a viabilidade de se utilizar novos conceitos de SSV (subsurface
safety valves) em poços submarinos sob o aspecto de segurança. Oliveira (2016) estudou
a confiabilidade do sistema de controle de SSCSV utilizando uma análise markoviana.
de barreiras para modelar a integridade do poço e, a partir dos diagramas, utilizar métodos
quantitativos de risco e dados de confiabilidade para prever a probabilidade de falha deste
sistema de barreiras.
Mendes et. al. (2016) aplicaram a metodologia de confiabilidade aos CSB determinando
a confiabilidade de cada CSB e do poço como um todo considerando elementos de
barreira backups. Utilizaram os resultados obtidos para prever o número de intervenções
de manutenção necessárias em uma campanha de poços e compararam o resultado com
uma campanha real, mostrando boa aderência do método.
Zhen et al. (2018) foi um dos estudos mais recentes encontrados. Os autores fazem uma
avaliação de risco para uma nova proposta de sistema de completação de poços. O
interessante deste trabalho é a proposta de diferentes critérios de aceitação para a
frequência média anual de vazamentos de acordo com a classe de consequência destes.
Desta forma, o problema de análise de risco torna-se um problema de análise de
confiabilidade da configuração proposta. Com base nisso, os autores utilizam um
diagrama de barreiras para calcular caminhos mínimos de vazamento e usam as taxas de
falhas dos elementos de barreira para calcular a indisponibilidade do sistema.
Quanto ao aspecto de manutenção dos poços, Frota (2003) mapeou causas de falha que
levaram à intervenção em poços durante 12 anos na Bacia de Campos. Utilizou a técnica
de análise de dados de vida para modelar estatisticamente tais falhas e obter valores de
confiabilidade. Coca Suaznabar (2016) realizou uma busca na literatura para identificar
as principais causas de perda de produção e realização de manutenção. Utilizando os
dados obtidos, propôs diretrizes e procedimentos para o projeto de poço para reduzir ou
facilitar operações de manutenção.
20
Exprosoft (2012) também avaliaram o tema para poços submarinos na Bacia de Campos
no Brasil. Além da comparação de risco entre poços com e sem uma SCSSV, os autores
avaliaram o que fazer no caso de um fechamento espúrio da mesma. Para avaliarem esta
situação, foi realizado uma comparação entre continuar produzindo o poço através da
colocação de um camisão na DHSV, o que exige uma operação de LWO, ou trocar a
DHSV, o que exige uma operação de HWO. A conclusão foi de que instalar uma DHSV
e não a reparar resultará num menor custo e num menor risco do que executar o HWO.
Uma característica comum a quase todos estes trabalhos é que são geralmente
desenvolvidos para um cenário específico ou objetivo específico e, portanto, são difíceis
de serem generalizados. Embora Da Fonseca (2012) tenha desenvolvido uma
metodologia para a previsão de manutenção em poços, o trabalho não considera o efeito
da manutenção na integridade do poço. Zanetti (2014) considerou o efeito de inspeções
periódicos na disponibilidade dos poços, porém considerando cada componente
individualmente como testável e reparável e não o efeito de um teste ou inspeção como
um todo sobre o estado do poço.
Desta forma, muitos dos trabalhos acabaram não tendo uma implantação sistêmica nas
organizações. Há a necessidade de uma abordagem mais geral, que possibilite o
tratamento da manutenção nos poços, planejamento de recursos e que também permita
considerar poços em diferentes situações de integridade.
A segunda parte desta seção explora em detalhes o princípio dos dois Conjuntos
Solidários de Barreiras que é amplamente aceito na indústria. É discutido também o
conceito de independência de barreiras e por fim, o que deve ser feito, segundo as
principais normas e regulamentos, no caso de perda de redundância.
21
A seção tem por objetivo apresentar o elemento fundamental que define os estados
possíveis de integridade do poço, que são as barreiras de segurança. A configuração destas
barreiras no poço e a confiabilidade de cada uma é que vão determinar a confiabilidade
resultante do poço, objetivo da modelagem.
De acordo com Snorre (2006), barreiras de segurança ou camadas de proteção são meios
físicos e não físicos para prevenir, controlar ou mitigar eventos indesejados ou acidentes.
Destaca-se que as barreiras podem ser físicas, técnicas, humanas e até mesmo
organizacionais. Muito embora todas estas barreiras sejam importantes, este trabalho foca
nas barreiras físicas presentes nos poços de petróleo.
Mesmo que várias autoridades na área de óleo e gás (NORSOK, PSA, ANP, API) tragam
em suas normas e regulamentos a necessidade de se utilizar as barreiras de segurança nas
instalações, incluindo os poços de petróleo, as definições e conceituação do que são e de
que requisitos devem possuir tais barreiras ainda deixam lacunas que dificultam a
aplicação prática por parte das operadoras (SNORRE, 2006).
Figura 13 – Barreira de um poço como envelope contendo a energia proveniente do reservatório. Fonte: ANDERS,
2008.
A ISO 13628-1 (2015) define barreira como um elemento formando parte de um container
pressurizado que é projetado para prevenir o fluxo indesejado dos fluidos
produzidos/injetados, particularmente para o ambiente externo. Esta definição é muito
útil para a modelagem que será realizada neste trabalho, onde o poço será representado
por vários containers internos que podem ou não estar pressurizados e que possuem
barreiras entre eles para impedir o fluxo indesejado.
A ISO 13628-1 (2015) define a diferença entre barreiras passivas e ativas. Basicamente,
enquanto as barreiras de segurança passivas não necessitam de uma ação para
desempenhar sua função, as barreiras ativas precisam mover-se de um estado para outro
de forma a poder desempenhar sua função.
Cimento;
Packer;
Mandril de gaslift e mandril de injeção química;
Sistema de cabeça de poço submarino;
24
Bloco da ANM;
Coluna de produção/injeção;
Revestimento;
Linhas submarinas;
Etc.
Segundo a ISO 13628-1 (2015), as barreiras ativas podem ser acionadas manualmente
(através de mergulhador ou ROV) ou remotamente (sistema de controle) ou até mesmo
por fluxo (como as check valves). São exemplos de barreiras ativas:
Exemplos de desvios aceitáveis são encontrados, por exemplo, na API 14B (2012) para
vazamento através da DHSV fechada. O desejável é que não haja vazamentos, porém, um
desvio aceitável segundo a norma seria 0,15 SCF/min para gás ou 400 cm³/min para
líquidos. Outro exemplo de desvio aceitável é o tempo de fechamento de uma gaveta de
BOP. Segundo a API STD 53 (2012), o sistema de controle do BOP deve ser capaz de
fechar cada gaveta em 30 s ou menos.
É importante, além de definir quais são os modos de falha, poder, de alguma forma,
quantificar sua probabilidade de ocorrência. Segundo Snorre (2005), a confiabilidade ou
disponibilidade de uma barreira é a sua habilidade de desempenhar sua função dentro do
25
Pode-se trabalhar também com o conceito de sobrevivência, embora seja mais difícil de
se analisar. A sobrevivência está associada à performance das barreiras de segurança em
situações de carregamentos extremos, geralmente cargas de acidentes ou cargas tipo
impulso, que surgem por um breve período de tempo. Exemplos disto seriam a
performance de um revestimento diante de um blowout (carga de acidente) ou a
performance de uma válvula de segurança no fechamento do poço em fluxo gerando golpe
de aríete (carga impulso). Este trabalho foca na performance das barreiras nas condições
de operação planejada.
Embora este trabalho foque nas análises quantitativas de confiabilidade das barreiras
físicas, é interessante comentar sobre algumas barreiras operacionais importantes:
A ISO 13628-1 (2015) estabelece que, como parte de um sistema de produção submarino,
uma filosofia de barreira deve ser desenvolvida. Tal filosofia deve prover um guia dos
requisitos de barreira para prevenir o vazamento de fluidos produzidos/injetados para o
meio ambiente, especialmente quanto aos tipos e quantidades de barreiras a serem
instaladas.
Pode-se dizer que a filosofia de barreiras mais aceita hoje mundialmente é o princípio dos
Conjuntos Solidários de Barreiras. Um Conjunto Solidário de Barreiras (CSB) é um
envelope com diversos elementos de barreiras capaz de prevenir os fluidos de fluir
indesejadamente da formação para as outras formações ou para a superfície.
O CSB secundário funciona como redundante ao primário, atuando no caso de uma falha
deste. É composto principalmente pelos componentes estruturais do poço (rocha,
revestimento e cabeça de poço) e também pelos equipamentos submarinos (BAP e ANM).
Figura 14 - Esquema de dois CSBs Independentes, isto é, sem elementos de barreiras compartilhados. Fonte:
Próprio Autor
Pelo descrito no SGIP, e também nas principais referências normativas da área, fica claro
que o entendimento da independência dos Conjuntos Solidários de Barreiras está
relacionado ao compartilhamento ou não de elementos de barreiras, como na Figura 15.
Figura 15 – Esquema de dois CSBs com elemento compartilhado. Fonte: Próprio Autor
Retomando o princípio da redundância, fica claro que os projetos de poços devem ser
sempre pensados para possuir os dois conjuntos solidários de barreiras, de preferência
independentes, ao longo de todo o seu ciclo de vida. Porém, para que a função integridade
seja desempenhada, basta apenas um único CSB. O que acontece, então, caso um dos
CSB falhe durante a fase de produção do poço e este deixe de possuir redundância?
Neste caso, uma análise de risco deve ser executada para garantir que o mesmo esteja
dentro do nível aceitável e também para determinar o melhor momento de realizar a
28
manutenção no poço e reestabelecer os dois CSB. É justamente nesta avaliação que este
trabalho encontra sua maior aplicação para as companhias operadoras.
O esquema de barreiras (WBS – Well Barrier Schematic) se altera ao longo das diversas
fases do ciclo de vida do poço sendo, portanto, importante mantê-lo sempre atualizado.
Segundo recomendação da NORSOK D-010 (2013), o WBS deve ser feito sempre que:
Figura 16 – Poço Surgente com completação seca produzindo para plataforma. Fonte: NORSOK D-010, 2013.
Um exemplo de WBS pode ser visto na Figura 16. Os WBS são os pontos de partida nos
estudos de integridade, pois revelam as barreiras planejadas e de fato instaladas, seu
estado, a forma de verificação e monitoramento, os caminhos de fluxo e outras
informações relevantes para a modelagem de confiabilidade do poço.
A parada de produção não será levada em consideração neste trabalho enquanto falha,
mas será levada em consideração como tempo não produtivo quando consequência da
falha de integridade. Como mencionado, uma maneira de se garantir a disponibilidade do
poço é através de testes, inspeções e manutenção, ambos exigindo a interrupção da
produção do poço. Causas de parada de produção além destas fogem ao escopo da
dissertação.
Figura 17 – Diferença entre falha (evento), falho (estado) e erro. Fonte: RAUSAND e HØYLAND, pg.84, 2004.
Como pode ser visto na Figura 17, um determinado componente tem uma performance
esperada ao desempenhar sua função, geralmente esta performance esperada é
acompanhada de um desvio tolerável. Este desvio entre a performance teórica e a real é
o chamado erro. Quando o erro atinge o limite aceitável passa a ser considerado um
evento de falha. A partir deste ponto diz-se que o componente se encontra no estado falho.
sistema de segurança não estar apto a executar sua função quando necessário. A medida
da indisponibilidade do sistema de barreiras do poço será a medida da probabilidade
esperada de vazamento de fluidos do poço.
MODOS DE FALHA
Modo de falha é o termo utilizado para se referir à maneira pela qual as falhas ocorrem
(ISO 14224, 2016). Os modos de falhas de um determinado componente ou equipamento
podem ser levantados utilizando a metodologia FMECA (Failure Modes, Effects and
Criticality Analysis – Análise de Modos, Efeitos e Criticidade de Falhas). Trata-se de um
método estruturado para identificar os potenciais modos de falha, causas, efeitos e
criticidades no desempenho de um sistema.
O resultado de um FMEA é uma tabela com os modos de falhas e sua criticidade (ISO
31010, 2009) que pode ser útil na modelagem da confiabilidade de sistemas complexos,
como o poço de petróleo. Outro resultado importante é a indicação de medidas para
diminuição da ocorrência de falhas ou consequências.
Figura 18 - Distribuição de Falhas por Modo de Falha para a DHSV. Fonte: WELLMASTER, 2009.
A Figura 18 mostra, por exemplo, a distribuição de falhas por modo de falha da DHSV
segundo o banco de dados de confiabilidade WellMaster (2009). Os modos de falhas
seguem as diretrizes de nomenclatura da ISO 14224 (2016). Algumas destas falhas, como
a falha no fechamento ou vazamento na posição fechada, podem favorecer o vazamento
e, portanto, são consideradas falhas de integridade. Outras falhas, como o fechamento
espúrio, levam a uma parada de produção, gerando prejuízo econômico. Do ponto de vista
de integridade estas são falhas seguras. Conforme a Figura 19, nota-se que as falhas
associadas à íntegridade são as mais relevantes.
34
Figura 19 – Distribuição das Falhas da DHSV em função dos efeitos no Sistema Poço. Referência: WELLMASTER,
2009.
PARÂMETROS DE CONFIABILIDADE
onde T é a variável aleatória que denota o tempo até falha e t é a variável tempo na qual
a função está sendo avaliada. De forma resumida, a confiabilidade pode ser definida como
a probabilidade de que o tempo de falha do item seja maior que o tempo t. Trata-se de
uma função continua decrescente, iniciando em 1, R (0) = 100%, e tendendo
assintoticamente a zero. A função confiabilidade é uma importante medida, porém, outras
medidas de confiabilidade são importantes. Com base em Rausand e Høyland (2004):
Função densidade de falha [pdf ou f(t)]: relação entre o número de falhas que
ocorrem em um item e o total de unidade de medida de vida (ciclos, tempo,
distância) nos quais as falhas ocorreram, assumindo que os itens estavam
funcionando no início do período.
(2)
𝐹(𝑡) = ∫ 𝑓(𝑡) 𝑑𝑡
Taxa de falha: relação entre o número de falhas que ocorrem em um item e o total
de unidade de medida de vida (ciclos, tempo, distância) nos quais as falhas
ocorreram, assumindo que os itens estavam funcionando no início do período.
MTBF (Mean Time Between Failures): Para um item reparável é o tempo médio
entre falhas. MTTF (Mean Time to Failure): Para itens não reparáveis é o tempo
médio até a primeira falha:
37
+∞ +∞
(7)
𝑀𝑇𝑇𝐹 (𝑜𝑢 𝑀𝑇𝐵𝐹) = ∫ 𝑡 ∗ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡 = ∫ 𝑅(𝑡)𝑑𝑡
0 0
1 (8)
𝑀𝑇𝑇𝐹 =
𝜆
O MTTR pode ser usado para se avaliar quanto tempo em média um sistema fica
parado, neste caso é importante considerar todos os tempos relacionados a
manutenção no somatório de tempos. Este assunto será abordado mais adiante
para o caso de workover em poços.
Nesta seção serão exploradas algumas das metodologias para o cálculo da confiabilidade
de sistemas. Rouvroye e Van Den Bliek (2002) mostram, através de uma comparação
entre diferentes técnicas quantitativas para análise de segurança de sistemas, que a análise
markoviana cobre a maioria dos aspectos necessários para a avaliação de segurança. Os
autores apresentam uma relação de poder de modelagem e complexidade de análise entre
as diferentes técnicas, conforme Figura 21, onde pode ser vista a vantagem da Cadeia de
38
Figura 21- Relação de poder de modelagem e complexidade de análise para técnicas de análise
quantitativa. Fonte: COLOMBO et. al., 2017.
Ainda em Rouvroye e Van Den Bliek (2002), os autores chamam a atenção sobre aspectos
não cobertos pela análise markoviana, como analises de incerteza e sensibilidade. Nesta
dissertação foi escolhida a análise markoviana como técnica para modelar a segurança de
um poço. A razão desta escolha se deve muito ao maior poder de modelagem e
complexidade da análise.
Os efeitos práticos desta escolha vão ser explorados adiante, mas pode-se adiantar:
capacidade de modelar diversos estados degradados do poço, capacidade de criar relações
condicionais (ex. taxas de falha que dependem do estado em que se encontra o poço),
modelagem do processo de reparo e avaliação da disponibilidade do poço. Para superar
os aspectos não cobertos pela técnica, conforme apontado pelos autores, foi
implementada, em conjunto com a cadeia de Markov, uma simulação de Monte Carlo
para análise de sensibilidade e incertezas.
Figura 22 – Exemplo de sistema de bombas para controle de nível de caixa d’água. Fonte: Próprio Autor
a) Para a função do sistema que é manter o nível da caixa d’água controlado, cada
uma das bombas tem capacidade de vazão individual suficiente para manter o
nível. Neste caso, se uma das bombas falhar, a outra pode continuar operando,
mantendo o sistema em funcionamento. Diz-se, neste caso, que as bombas
40
Além das configurações série e paralelo, outras configurações mais complexas podem ser
utilizadas. Para ilustrar como o cálculo da confiabilidade é realizado através do RBD
consideremos que para um período de 1 mês cada uma das bombas idênticas acima tem
uma confiabilidade R (1 mês) = 80%.
(1 − 𝑅𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 ) = (1 − 𝑅𝐴 ) ∗ (1 − 𝑅𝐵 ) (10)
Logo,
𝑛
(11)
𝑅𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 − 𝑅𝐴 ∗ 𝑅𝐵 𝑜𝑢 𝑅𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 1 − ∏(1 − 𝑅𝑖 )
𝑖=1
No caso apresentado a confiabilidade do sistema para 1 mês de operação seria 96%. Nota-
se que a colocação de duas bombas em redundância aumentou a confiabilidade do sistema
de 80% para 96%.
𝑅𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 = 𝑅𝐴 ∗ 𝑅𝐵 (12)
41
No caso apresentado a confiabilidade do sistema para 1 mês de operação seria 64%. Nota-
se que a colocação de duas bombas em série reduziu a confiabilidade do sistema. Na seção
3.4 será mostrado como o RBD pode ser uma ferramenta útil para entender o princípio
dos Conjuntos Solidários de Barreira dos poços.
A Análise por Árvore de Falhas (FTA – Fault Tree Analysis) tem sido largamente
utilizada em modelagem de segurança de sistemas complexos (IEC 61025, 2006). Trata-
se de uma técnica dedutiva estruturada e cujo resultado representa graficamente a
associação de portões lógicos para identificar possíveis combinações de eventos que
levam ao evento principal indesejado, conhecido como evento topo (ISO 31010, 2009).
Permite também, quantitativamente, determinar a probabilidade de ocorrência do evento
topo conhecendo-se as probabilidades dos eventos básicos. Tais eventos básicos podem
ser, por exemplo, a falha de um equipamento ou algum outro evento de natureza externa.
Partindo do evento topo, avalia-se quais as possíveis causas deste evento. Estas causas
serão eventos intermediários na árvore de falha. Para cada um dos eventos intermediários,
pode-se avaliar suas causas. O processo segue até que se chegue nos eventos básicos, que
não requerem nenhum desenvolvimento adicional.
42
Figura 25 - Principais Símbolos Utilizados em Análises por Árvores de Falhas. Fonte: FONSECA, 2012
Figura 26 – Exemplo explicativo de uma Análise por Árvore de Falha. Fonte: IEC-61025,1990.
De acordo com Rausand et. al. (2011), a FTA foi introduzida pela primeira vez em 1962
nos laboratórios da Bell Telephone para avaliação de segurança do sistema de controle de
lançamento de mísseis. Nas últimas décadas, a FTA passou a ser uma metodologia
amplamente utilizada em análise de risco, não somente na indústria nuclear, mas também
na indústria química e de óleo e gás. Por exemplo, Holand e Rausand (1987) estimaram
a disponibilidade de um sistema BOP utilizando uma FTA.
Esta técnica foi proposta inicialmente por von Neumann no projeto de construção da
bomba atômica para avaliar o problema da difusão de nêutrons em certos materiais. Desde
então, o uso da técnica se generalizou para vários problemas que envolvem estimação de
probabilidades.
A simulação de Monte Carlo é um dos métodos mais versáteis que existem, pois se baseia
na inúmera repetição de eventos aleatórios seguida de uma análise estatística em cima
dos resultados gerados. Desta forma, o método é capaz de modelar sistemas altamente
complexos, porém, por ser um método de baseado em geração de histórias aleatórias para
o sistema, acaba tendo um custo computacional muito elevado. Quando se tratam de
eventos pouco frequentes, como são as falhas de equipamentos de poço e a ocorrência de
blowouts, o número de simulações necessárias para se obter resultados representativos é
ainda maior.
Desta forma, para tornar as análises de confiabiliadade e risco mais robustas será utilizado
o processo de propagação de incertezas utilizando uma simples abordagem por Monte
Carlo. As incertezas consideradas nesta análise são as incertezas nos parâmetros de
entrada no modelo markoviano, que são as taxas de falhas das barreiras de segurança.
Em Epstein (1960) é proposto que dados os valores mencionados, o produto 2.Tn.λn segue
uma distribuição chi-quadrada com 2n graus de liberdade, onde λn =n/ Tn é a estimativa
da taxa de falha. Logo:
45
𝜆𝑖 = 𝐹𝜒−1
2 (2𝑛 ) (𝜂)/(2. 𝑇𝑛 )
𝑖
(14)
Onde 𝐹𝜒−1
2 (2𝑛 ) (𝜂) é a distribuição acumulada inversa para uma variável aleatória seguindo
𝑖
uma distribuição 𝜒 2 (2𝑛𝑖 ).
Após gerar todas as taxas de falhas aleatórias, a matriz de transição da cadeia de Markov,
conforme a Seção 2.4.3, é construída. Então, os resultados são calculados a partir desta
matriz de transição. O parâmetro de interesse, que pode ser a probabilidade de blowout,
o MTTF até o vazamento, ou qualquer outra, é armazenada em um vetor de m posições.
Ao final pode-se avaliar a distribuição dos resultados a partir dos m valores obtidos, um
em cada rodada da simulação de Monte Carlo.
As técnicas RBD e FTA pertencem aos modelos booleanos. Embora estas técnicas sejam
adequadas em prover um claro entendimento, as mesmas são limitadas a sistemas que se
encontram em dois estados (funcionando ou falho), além de serem estáticos (ISO TR
14489, 2013).
Para trabalhar com sistemas reparáveis, uma outra possibilidade, pode ser utilizando
processos estocásticos {X (t), t ϵ Θ} onde Θ é o conjunto de índices. No caso de Θ ser
enumerável, diz-se que o processo estocástico é discreto, e no caso de Θ ser contínuo,
diz-se que o processo é estocástico contínuo. Dentre estes processos estocásticos,
46
ANÁLISE MARKOVIANA
Na seção anterior, foi analisado o problema de falha e reparo considerando dois estados
para o sistema: funcionando e falho. Pode-se, no entanto, considerar diversos outros
estados para um sistema reparável, com diferentes níveis de degradação. Pode-se, então,
considerar o problema de encontrar a probabilidade do sistema se encontrar em cada um
destes estados ao longo do tempo.
(ii) Calcular por quais caminhos e através de quais elementos o poço irá vazar e
permitir avaliar as vazões esperadas do vazamento;
(iv) A proporção média do tempo que o poço passa em cada estado ajuda a
determinar as condições esperadas de carregamento de cada barreira de
segurança
se encontrar em cada um dos seus estados ao longo do tempo. Isto poderá ser realizado
em função das Equações de Kolmogorov como será detalhado adiante.
Supondo o sistema com n estados, deseja-se calcular o vetor P (t) = [P0(t), P1(t), ..., PN(t)]
onde Pi (t) é a probabilidade do processo de Markov estar no estado i no instante t. Estas
probabilidades serão determinadas a partir do estado inicial do sistema, P(0), e das
probabilidades ou taxas de transição entre os estados. Neste sentido uma outra hipótese
deverá ser assumida (RAUSAND e HØILAND, 2004):
Para uma cadeia de Markov de tempo contínuo com um espaço de estados ξ = {1, 2, ...,
N} a probabilidade de transição do estado i para o estado j pode ser escrita como
(RAUSAND e HØILAND, 2004):
Sendo:
Estas probabilidades podem ser arranjadas de forma conveniente em uma matriz quadrada
N x N. Desta forma, tem-se a matriz de probabilidade de transição da Cadeia de Markov:
de tempo. A taxa de transição de um estado i para um estado j, denotada por αij pode ser
definida como:
onde αi denota a taxa com que o processo deixa o estado i para um estado diferente
(RAUSAND e HØILAND, 2004). Pode-se demonstrar, a partir das propriedades de
Markov, que αi segue uma distribuição exponencial (ROSS, 1996).
𝐴 = [𝑎𝑖𝑗 ] 𝑖 ,𝑗 ∈ 𝜉 (21)
𝑁 𝑥 𝑁′
Segundo Rausand & Hoiland (2004), a equação de Kolmogorov para a Cadeia de Markov
pode ser escrita na forma matricial como:
onde P(t) = [P1(t), P2(t), ..., PN(t)] é o vetor de probabilidade do processo estar em cada
estado de £ no instante t.
Para ilustrar este tipo de aplicação e resultados obtidos serão analisados alguns casos a
seguir (adaptado de RAMAKUMAR, 1993):
1. Um componente reparável
Figura 27- Diagrama de Espaço de Estados para um único componente com dois estados. Fonte: Próprio Autor
𝑎01 = 𝜆 (28)
𝑎10 = 𝜇 (29)
51
−𝜆 𝜆 (33)
𝐴= [ ]
𝜇 −𝜇
−𝜆 𝜆 (34)
[𝑃̇0 (𝑡) 𝑃1̇ (𝑡)] = [𝑃0 (𝑡) 𝑃1 (𝑡)] ∙ [ ]
𝜇 −𝜇
𝑃0 (0) = 1 (35)
𝑃1 (0) = 0 (36)
Para este caso simples, a solução analítica da equação 36, partindo-se das
condições iniciais acima e com a condição de contorno, P0(t) + P1(t) =1, é
𝜇 𝜆 (37)
𝑃0 (𝑡) = + 𝑒 −(𝜆+𝜇)𝑡
𝜇+𝜆 𝜇+𝜆
𝜆 𝜆 (38)
𝑃1 (𝑡) = − 𝑒 −(𝜆+𝜇)𝑡
𝜇+𝜆 𝜇+𝜆
Para mostrar a solução no tempo desta equação, os gráficos abaixo foram gerados.
A Figura 28 mostra a evolução no tempo das probabilidades de o componente
encontrar-se nos estados funcionando e falho, para λ = μ = 1. Note que as soluções
da equação diferencial possuem dois termos, um independente do tempo e um
dependente do tempo. A parte independente do tempo é representada no gráfico
pela assíntota quando o tempo tende ao infinito. Quanto t → ∞, 𝑒 −(𝜆+𝜇)𝑡 →0,
restando:
𝜇 𝑀𝑇𝑇𝐹 (39)
𝑃0 = =
𝜇+𝜆 𝑀𝑇𝑇𝐹 + 𝑀𝑇𝑇𝑅
𝜆 𝑀𝑇𝑇𝑅 (40)
𝑃1 = =
𝜇 + 𝜆 𝑀𝑇𝑇𝐹 + 𝑀𝑇𝑇𝑅
Note na Figura 28, que P0 = P1= 50% pois as taxas de reparo e de falha são iguais.
Por fim, a Figura 30 representa um caso mais próximo da realidade. Neste caso
o sistema opera em regime permanente com uma disponibilidade de 95% e para
isso a taxa de reparo deve ser 19 vezes maior que a taxa de falha.
54
Nos exemplos acima fica claro que para um sistema com r componentes onde
cada componente pode estar em apenas dois estados, funcionando ou falho, o
número de estados possíveis é:
𝑁 = 2𝑟 (43)
(45)
Dada uma cadeia de Markov de tempo contínuo (CMTC) e um intervalo finito [0,T], é
de particular interesse avaliar o tempo de ocupação de cada estado, ou seja, a fração
esperada do tempo total gasto em um estado específico. Igualmente interessante é calcular
o número esperado de vezes que cada estado é visitado. Estes resultados são interessantes
pois fornecem vários indicadores de confiabilidade, como a disponibilidade ou
indisponibilidade do sistema e o número esperado de falhas por tipo.
O tempo de ocupação é dependente da condição inicial assumida. Seja mij (T) o tempo de
ocupação relativo ao estado j, dado que o sistema iniciou em i, durante o intervalo [0,T].
Este valor pode ser expresso como (KULKARNI, 1999):
𝑇 (46)
𝑚𝑖,𝑗 (𝑡) = ∫ 𝑃𝑖,𝑗 (𝑡)𝑑𝑡
0
Onde:
𝛼 = max{𝛼𝑖 } , 1≤𝑖≤𝑁
𝑃̂ = [𝑝̂𝑖𝑗 ]𝑁×𝑁 , 𝑖, 𝑗 ∈ 𝜉
𝛼𝑖
1− , se 𝑖 = 𝑗
𝑝̂𝑖𝑗 = {𝑎 𝛼
𝑖𝑗
, se 𝑖 ≠ 𝑗
𝛼
𝑘
𝑃(𝛼𝑇 > 𝑘) = 1 − ∑ exp(−𝛼𝑇) (𝛼𝑇)𝑙 /𝑙!
𝑙=0
57
Como a equação acima depende de uma soma de infinitos termos, é necessário o uso de
um algoritmo para resolvê-la numericamente. Kulkarni (1999) propõe um algoritmo, que
foi utilizado neste trabalho para encontrar numericamente M(T) com uma precisão
desejada ϵ.
Uma vez que o tempo de ocupação para cada estado é calculado, é possível avaliar o
número esperado de transições partindo-se de um determinado estado. Para tal, considere-
se Ti o tempo de ocupação do i-ésimo estado. A probabilidade de k transições partirem de
um estado, num determinado tempo, segue uma distribuição de Poisson. Desta forma,
denotando-se por Xi a variável aleatória que representa o número de transições começando
do i-ésimo estado durante o tempo total T é:
𝐸[𝑋𝑖 ] = 𝛼𝑖 𝑇𝑖 (50)
Caso se deseje saber o número esperados de transição do i-ésimo estado para um estado
específico j, basta substituir na equação acima αi por αij.
Para o caso do cálculo do tempo médio até a absorção, ou do MTTF do sistema, pode-se
utilizar o procedimento computacional proposto por Ramakumar (1993). A partir da
matriz truncada Q pode-se obter a matriz fundamental FM:
A matriz fundamental permite o cálculo do tempo de transição dos estados transientes até
os estados absorventes. Denotando este tempo como τi para o i-ésimo estado, tem-se que:
𝜏𝑖 = ∑ 𝜏𝑖𝑗 (52)
𝑗 ∈𝜉
58
3. METODOLOGIA
Figura 33 – Diagrama de Caminhos de Vazamento com Cavidades e Modos de Falhas comunicantes. Fonte: Próprio
Autor
Quadro 3– Detalhe de cada uma das cavidades do poço. Fonte: Próprio Autor.
Nº da
Definição
Cavidade
1 Reservatório, anular abaixo do Packer, coluna de produção abaixo da
DHSV.
61
Desta forma, com o CSB primário integro, é possível manter os fluidos do reservatório
contidos na cavidade 1, limitada pela DHSV, coluna de produção, packer, revestimento
de produção cimentado e a rocha capeadora. O CSB secundário funciona como backup
do CSB primário no caso de falha do mesmo e comunicação com as cavidades 2 e 3.
Note-se na Figura 34 que o conceito de CSB, embora amplamente utilizado nas boas
práticas, limita-se a observar apenas parte das barreiras deixando de avaliar a
comunicação com diversas outras cavidades.
Figura 34 – CSB primário e secundário vistos sobre o diagrama de caminhos de vazamento. Fonte: Próprio Autor
À medida que falhas vão ocorrendo, as cavidades vão sendo comunicadas e um caminho
de fluxo vai se formando para o fluido. Eventualmente, à medida que falhas vão se
combinando, o fluido pode vir a atingir o meio ambiente. Esta situação representa a falha
62
Quadro 4– Modos de falhas que comunicam diferentes cavidades. Fonte: Próprio Autor
Pode-se observar que a cavidade 2 foi subdividida em 2a e 2b. Embora fisicamente não
exista esta divisão, foi adotada neste trabalho como estratégia para segregar as falhas do
packer, coluna de produção e DHSV das falhas da válvula de gas lift. Embora todas estas
falhas levem a comunicação da cavidade 1 para a cavidade 2, o tratamento de correção
63
das falhas é diferente. Enquanto as primeiras falhas levam a um HWO, a falha da válvula
de gas lift leva apenas a um LWO.
Como pode ser observado na Figura 33, há 26 conjuntos de modos de falhas que separam
as cavidades e cada um destes conjuntos pode estar dando passagem ou não (falho ou
não). Neste sentido o número de estados possíveis, de acordo com a Equação 43, seria:
226 = 67.108.864
Para contornar este problema, neste trabalho cada estado é modelado pela combinação da
situação de cada cavidade, comunicada ou não, e não pelos modos de falha. Para ilustrar
o que isto significa considerem-se os estados representados na Figura 35.
64
Figura 35 – Tipos de Estados da Cadeia de Markov. Estado representando: a) Poço Integro; b) Poço Degradado; c)
Poço Falho; d) Estado Impossível. Fonte: Próprio Autor
Já o poço degrado pode ser visto em vários estados, sendo, no exemplo da Figura 35 b),
representado por 10011000100000, em que além da cavidade 1, outras cavidades também
estão em contato com hidrocarbonetos (comunicadas). A cavidade número 3 foi
65
Os estados que representam o poço falho podem ser facilmente identificados pelo
algarismo 1 na 14º posição, que representa a cavidade do meio ambiente. O estado
representado na Figura 35 c), 11100110000001, mostra justamente um exemplo de falha
de integridade do poço. Observe que a 2º e 3º posição do número representam apenas a
cavidade 2 que foi dividida em 2a e 2b por questões de escopo de manutenção do poço.
Além desta cavidade, as cavidades 5 e 6 levam o caminho até o meio ambiente, cavidade
13. Na Figura 35, também podem ser vistas as falhas que levaram ao caminho de fluxo.
Para construir o espaço de estados, o primeiro passo foi determinar todas as combinações
possíveis dos estados de cada cavidade. O poço possui 14 cavidades assumindo a divisão
da cavidade 2 em 2a e 2b, logo são 214= 16.384 estados. Cada estado é, desta forma,
representado por um número binário de 14 posições, em que cada posição pode assumir
0, no caso de cavidade não comunicada, e 1, no caso de cavidade comunicada.
Nem todos os 16.384 estados são possíveis fisicamente de ocorrer, e na verdade, a maioria
destes estados são impossíveis. Os critérios para remoção dos estados impossíveis são: i)
0 na cavidade de número 1; e ii) caminhos impossíveis para os fluidos, saltando cavidades
não comunicadas.
Após a remoção dos estados impossíveis, o espaço de estados final fica com 1.027
estados. Destes 1.027 estados, 1 representa o poço integro, 513 representam os estados
degradados e 513 representam os estados falhos. Para cada estado degradado existe uma
falha adicional que pode levar o poço a uma falha, por isso, o número igual de estados
degradados e falhos, sendo a única diferença a cavidade 13. A Tabela 1 resume o número
de estados por categoria.
Número de
Categoria
Estados
Íntegro 1
Degradado 513
66
Falho
513
(vazamento)
Total 1027
Figura 36 – Exemplo de transição entre um estado degradado e um estado falho na CM. Fonte: Próprio Autor
Neste caso, note-se que não há retorno do estado 15 para o estado 4. O estado 15, por
representar um vazamento para o meio ambiente, foi considerado na modelagem como
absorvente. Uma vez atingido o vazamento, considera-se, neste trabalho, que entram em
cena as operações de controle de poço e o plano de resposta a emergência, a depender da
severidade do vazamento. A duração destas operações e a possibilidade ou não de
reutilizar este poço são uma grande incógnita e, por isso, não serão considerados neste
estudo.
Dentro de cada retângulo que separa as cavidades, encontram-se diversos modos de falha
que podem levar à comunicação das mesmas. Neste caso, se qualquer um dos modos de
falha ocorrer, ocorrerá a comunicação. Ou seja, devem-se somar as taxas de falha de cada
um dos modos de falha para se obter a taxa com que os estados são comunicados,
conforme Tabela 2. Os dados foram colocados como exemplificação e, na Seção 3.2,
serão detalhadas as fontes de dados utilizados no trabalho e o Anexo I contém a tabela
com os dados utilizados.
67
Figura 37- Exemplo de transição bidirecional (falha ou reparo). Fonte: Próprio Autor
Desta forma, baseando-se nas taxas de falha e reparo e nas combinações destas que levam
à transição entre determinados estados, foi possível construir a matriz de transição. Para
associar as transições entre cavidades, Tabela 2, em transições entre estados é necessário
comparar os estados em pares, um a um. Uma transição somente pode ocorrer entre
estados se os seguintes critérios forem cumpridos:
Uma vez que os três critérios sejam atendidos, a taxa de transição de falha entre cada
estado será igual a soma das taxas de falhas de cada possível transição de cavidade entre
o estado de partida e o de chegada, conforme a Tabela 2. Isto pode ser arranjado em uma
matriz 1027 x 1027 chamada de [𝑓𝑖𝑗], onde 𝑓𝑖𝑗 é o elemento na i-ésima linha e j-ésima
coluna, equivalente à taxa de transição entre o i-ésimo estado e a j-ésima coluna.
Para obter a matriz de transição completa falta obter a matriz de reparos. Foram
considerados, por simplicidade, apenas dois tipos de reparos, LWO e HWO. As taxas de
reparo para ambos foram calculadas simplesmente pelo inverso no MTTR, que será
explorado na Seção 3.2. Estados onde as cavidades 2a e 3 estão comunicadas são
reparados por meio de HWO e também é assumido que este tipo de reparo retorna o poço
a um estado “tão bom quanto novo” (somente cavidade 1 inundada). Para todos os outros
casos, um LWO é executado e somente uma cavidade é retornada ao seu estado estanque.
Na cadeia de Markov, isto representa uma transição entre um estado em que os estados
de todas as outras cavidades são idênticos, com exceção da cavidade reparada.
Analogamente às taxas de falhas, as taxas de reparo podem ser arranjadas em uma matriz
69
1027 x 1027 chamada de [𝑟𝑖𝑗], onde o elemento na i-ésima linha e j-ésima coluna é
representado por 𝑟𝑖𝑗, a taxa de reparo do estado 𝑖 para o estado 𝑗.
Para os elementos da diagonal, que representam as saídas dos estados para outros estados,
basta fazer:
𝑁 (54)
𝑎𝑖𝑖 = − ∑ 𝑎𝑖𝑗
𝑗=1,𝑗≠𝑖
𝑎ij representa a taxa de transição do i-ésimo estado para o j-ésimo estado considerando
ambos falha e reparo.
Uma vez tendo definido a matriz A, pode-se numericamente avaliar a cadeia de Markov,
sendo necessário definir o estado inicial. Por exemplo, pode-se assumir o caso de um
poço que acabou de ser colocado em produção e, portanto, está totalmente integro, isto é,
sem nenhuma barreira falha. Neste caso o vetor inicial seria P0 (T= 0) = [1,0,...,0]. Este
vetor tem 1027 elementos sendo que cada elemento representa a probabilidade do poço
se encontrar em cada um dos 1027 estados possíveis. Neste caso, o poço teria 100% de
chance de estar no estado totalmente integro. Basta então aplicar a equação 𝑷̇(𝑡) = 𝑷(𝑡) ∙
𝐴 para avaliar o vetor P no tempo.
Esta seção apresenta o método de coleta e tratamento de dados utilizadas para os estudos
de confiabilidade realizados. As principais fontes de dados utilizadas são de domínio
público (artigos, teses, relatórios públicos, etc.), bancos de dados proprietários e dados
fornecidos por Operadoras. Deve se observar que quanto mais complexos os modelos,
maior a quantidade e a qualidade dos dados necessários de entrada.
Os três primeiros tipos servem de entrada nos modelos para o cálculo das probabilidades
dos eventos de interesse ou eventos topos, como os kicks e blowouts. Os últimos dados
podem ser utilizados para avaliar os resultados e geralmente são dados de frequências de
ocorrência de blowouts por tipo de operação ou tipo de poço.
Em relação à confiabilidade dos equipamentos não existe uma única base que reúna todas
estas informações, mas sim diversos bancos disponíveis que podem ser consultados para
equipamentos específicos. O banco de dados mais abrangente na área offshore é o
OREDA (Offshore Reliability Data Handbook) (SINTEF, 2015) que reúne dados de
válvulas, bombas, painéis, sistemas de controles, etc. Outro banco de dado bastante
explorado nesta dissertação é o WellMaster (2009), que fornece dados de confiabilidade
de equipamentos de completação.
Pode-se combinar um λgenérico com um λespecífico da instalação para obter uma média
combinada ponderada de acordo com o volume de dados.
É possível combinar estes dois casos ponderando-se pelo volume de dados de cada fonte
(COLOMBO et. al., 2018). Neste caso, como o volume de dados genéricos é mais de sete
vezes maior que o volume de dados específicos, o resultado será algo bem próximo dos
valores do banco genérico.
𝜆𝑟𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 (57)
(𝜆𝑔𝑒𝑛𝑒𝑟𝑖𝑐𝑜 ∗ 𝑣𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑎𝑑𝑜𝑠𝑔𝑒𝑛𝑒𝑟𝑖𝑐𝑜 + 𝜆𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 ∗ 𝑣𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑎𝑑𝑜𝑠𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑜 )
=
𝑣𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝑑𝑎𝑑𝑜𝑠𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
TEMPO
FONTE DE Nº DE LIMITE LIMITE
TOTAL EM MTTF λ
DADOS FALHAS INFERIOR SUPERIOR
SERVIÇO (anos )
TR-SCSSV
20.457,70 619 33,05 3,45E-06 3,19E-06 3,74E-06
(WELLMASTER)
TR-SCSSV
2.790,21 107 26,08 4,38E-06 3,59E-06 5,29E-06
(PETROBRAS)
5,20E-06
4,90E-06
4,60E-06
4,30E-06
4,00E-06
3,70E-06
3,40E-06
3,10E-06
1 2 3
Figura 38- Intervalo de 95% de confiança para a taxa de falha da DHSV obtido com dados coletados. Fonte:
Próprio Autor
Como se pode observar na Figura 38, o parâmetro taxa de falha obtido com os dados
específicos apresentam uma dispersão muito maior, representada pela amplitude do
intervalo de confiança. A razão entre os limites superior e inferior do intervalo de
confiança é de 1,17:1 para os dados genéricos e 1,47:1 para os dados específicos. Os
dados combinados apresentam uma variância menor, porém, em contrapartida,
apresentam um valor médio bem diferente do obtido com dados específicos.
Vale mencionar ainda que os bancos de dados da área de óleo e gás têm seguido as
recomendações e padronizações da ISO 14224 (2016). Este documento fornece diretrizes
para a coleta de dados de confiabilidade e manutenção de forma padronizada nas
instalações e operações na indústria de óleo e gás. Apresenta uma forma de hierarquizar
as falhas de forma a manter a rastreabilidade e também apresenta características mínimas
desejáveis que devem ser registradas do equipamento e da planta em que ele opera. Os
equipamentos de poço fazem parte desta norma e possuem também alguns modos de
falhas padronizados neste documento.
Neste trabalho, além dos dados encontrados no WellMaster (2009) e OREDA (SINTEF,
2015), alguns dados foram obtidos do estudo realizado pela Exprosoft (2012). O Anexo I
traz uma lista de equipamentos e modos de falha cujos valores foram utilizados no modelo
desenvolvido.
Dados de Manutenção
O risco relacionado à operação de workover não será assunto deste trabalho. Porém, para
se ter uma ideia, baseado em dados históricos do Mar do Norte e do Golfo do México,
ocorre aproximadamente 1 blowout a cada 800 workovers (HOLAND, 1997).
Tabela 4 – Número de intervenções baseado nos dados do Campo de Marlim. Fonte: Frota, 2003
O trabalho desenvolvido por Frota (2003) possibilitou estimar uma frequência média de
intervenções em poços. A Tabela 4 apresenta o número de intervenções realizados durante
11 anos no Campo de Marlim. A partir da tabela pode-se estimar a frequência de reparos.
Para poços produtores, a frequência de workover por poço é de 0,15 reparos/ano, ou seja,
um MTTR de 6,7 anos. Para poços injetores, a frequência de workover é de 0,068
reparos/ano, ou seja, um MTTR de 14,7 anos.
Nº de
Causas de Workover Intervenções Distribuição
Hidratos 12 17,1%
Parafina 7 10,0%
ANM 7 10,0%
Reservatório 7 10,0%
DHSV 6 8,6%
Linhas 6 8,6%
Limpeza de Fundo 6 8,6%
Abandono 5 7,1%
Remanejamento 4 5,7%
Gravel Pack 3 4,3%
Coluna 2 2,9%
Estimulação 2 2,9%
VGL 1 1,4%
BAP 1 1,4%
Revestimento 1 1,4%
Neste trabalho, não serão estudados diferentes tipos de escopo de workover, dada a
dificuldade apontada no parágrafo anterior. Porém, para obter valores condizentes com a
realidade, serão considerados dois tipos distintos de workover, o LWO e o HWO, devido
à grande diferença de tempo de execução de ambas.
A partir de 1995, o NPD estabeleceu uma nova codificação para o registro de workovers.
Desta forma, 273 workovers foram registrados nos quatro anos seguintes a esta
codificação. Segundo SINTEF (2011), é recomendado utilizar uma frequência de
workover de 10,6 anos por poço nas análises. Este valor representa uma média do período
1980-2000.
76
Frequência de Blowouts
Pode-se perceber, pelos valores de referência, que os blowouts são eventos raros, o que é
desejável, dada a severidade das consequências deste evento. Porém, por serem raros,
dificultam o estudo estatístico de tais eventos. Isto quer dizer que há poucos dados de
ocorrência de blowouts para basear estudos e investigações mais detalhadas, o que
justifica ainda mais a necessidade de modelar a falha de integridade do poço através das
falhas dos seus subcomponentes, estes sim com mais dados disponíveis.
77
Holand (1997) publicou um livro sobre causas e controles de blowouts offshore. Neste
trabalho, podem ser encontradas algumas estatísticas sobre ocorrências de blowouts em
diferentes fases do ciclo de vida, como pode ser visto na Tabela 6. O banco de dados mais
atual a que se conseguiu acesso foi o SINTEF (2011), que possui dados de blowout em
diferentes localidades e diferentes fases do ciclo de vida do poço. A Tabela 7 mostra
especificamente os dados de frequência de blowout na produção por diferentes categorias.
Tabela 6 - Frequência de Blowouts em Diferentes Fases do Ciclo de Vida do Poço. Fonte: HOLAND, 1997
FREQUÊNCIAS DE BLOWOUT
Frequência Frequência Frequência
FASE
Recomendada Mar do Norte Golfo do México
COMPLETAÇÃO POR POÇO COMPLETADO 0,00023 - 0,00023
Tabela 7 - Frequência de blowout durante a produção excluindo-se as causas externas (Tornados, tempestades, etc.).
Fonte: SINTEF, 2011
Nº DE
Nº DE ANOS Nº DE ANOS
INCIDENTE
CATEGORIA POÇOS EM Nº DE INCIDENTES POÇOS POR
POR ANOS
SERVIÇO INCIDENTE
POÇOS
Blowout (Surface Flow) 244.144 9 27.127 0,000037
Blowout (Underground Flow) 244.144 1 244.144 0,000004
Diverter Well Release 244.144 0
Well Release 244.144 3 81.381 0,000012
Total 244.144 13 18.780 0,000053
Além dos bancos de dados e valores estipulados como referência, é interessante avaliar
resultados obtidos através de outras modelagens para análises probabilísticas de blowouts.
vazamento seja do tipo pequeno (“minor leak”) do que um blowout. Para o caso
de um poço sem DHSV, esta razão é de 28 vezes.
A probabilidade média anual de blowout é de 0,00122 % para poços com DHSV
e 0,0032% para poços completados sem DHSV. Isto significa um tempo médio
entre blowouts de 82.000 anos e 31.000 anos, respectivamente. Os valores foram
obtidos considerando uma frequência de workovers de 7,3 anos para poços com
DHSV e 8,3 anos para poços sem DHSV.
Foi estimada também a probabilidade média anual de blowout para ambos os
casos devido ao workover. Somando-se as probabilidades médias anuais resultou
em 0,0058% (17.300 anos de MTBF) para poços com DHSV e 0,0072% (13.900
anos de MTBF) para poços sem DHSV.
Corneliussen (2006) cita uma outra razão para as probabilidades obtidas nos modelos
serem extremamente conservadoras em relação às frequências de blowout. Ele mostra que
para um vazamento resultar em um blowout ele tem que ter um rápido desenvolvimento
ou que as falhas permaneçam não detectadas, pois, do contrário, alguma ação seria
tomada. No modelo de análise markoviana desenvolvido, consideraram-se frequências
médias de reparo e não se considerou a possibilidade de reparo em poços com vazamento.
Na prática, caso ocorram pequenos vazamentos, seria possível executar um reparo e o
tempo até o reparo seria muito menor do que a média, já que seria um workover de
emergência.
Todos os parâmetros utilizados na análise ou obtidos dela são apenas estimativas. Estes
valores podem ser taxas de falha, probabilidade ou frequência de vazamentos, etc. Pode-
se dizer que não se conhecem os reais valores destes parâmetros a menos que se falhassem
todos os equipamentos e todos os poços vazassem, o que é inviável. Neste caso, a opção
é trabalhar com as estimativas feitas com o histórico existente e assumindo que esta
estimativa contém uma “margem de erro”, avaliar esta “margem” e estudar como ela
impacta nas conclusões das análises.
Esta “margem de erro” é conhecida como incerteza. A incerteza mede o quão boa é uma
estimativa (MODARRES et al., 2006). É comumente aceito entre os analistas de risco
que as incertezas em suas análises vêm de três principais fontes:
Incertezas Estatísticas;
Incertezas no Modelo;
Incertezas relacionadas à adequação e completude da análise.
Para todos os modelos abordados neste trabalho há a necessidade de que eles sejam
alimentados com dados para poderem gerar uma resposta. Para os dados de entrada foram
usadas frequências históricas (modelo frequentista). O modelo frequentista, embora se
baseie em evidências reais de ocorrências, sofre com a escassez de dados e os diferentes
cenários considerados na obtenção destes dados.
Por fim, um último conceito muito poderoso nas análises quantitativas de risco é a
importância, que mede a contribuição de cada evento no evento topo. O Quadro 5 mostra
as principais medidas de importância (MODARRES, 2006), a forma de calcular e a
utilidade destas medidas como resultados das análises quantitativas realizadas.
82
Serão analisados três casos para mostrar as possíveis aplicações do modelo. Na Seção 5.1,
é apresentado o caso em que não se considera a manutenção, portanto, trata-se da
evolução natural dos estados do poço ao longo do tempo. Na seção 5.2, são apresentados
os casos em que se considera a manutenção e por fim, na seção 5.3, é apresentado o
contexto onde há a ocorrência de problemas de integridade.
O primeiro caso a ser analisado é considerar o poço livre de qualquer intervenção, seja
para teste ou manutenção, e avaliar o seu comportamento no tempo. Isto é, avaliar a
tendência natural de evolução do vetor de probabilidade dos estados ao longo de um
período de 30 anos. O poço é considerado como estando 100% íntegro ao ser colocado
em produção, pois ao final da construção ele é totalmente testado.
O segundo caso considera que a cada período de 3 anos o poço será testado e inspecionado
para a detecção de vazamentos. O teste inclui a estanqueidade das válvulas da ANM e da
coluna de produção até a DHSV. Este teste pode ser adaptado à política de cada
companhia operadora. Após a execução dos testes e inspeção, assume-se, por hipótese,
que o poço está integro e é colocado novamente para produzir.
Quando o poço reinicia sua produção após um teste ou inspeção periódicos, ele não tem
o mesmo comportamento de quando era novo, pois nem todos os elementos são testados.
Este desconhecimento a respeito do estado de alguns equipamentos é carregado desde o
início da produção. Desta forma a curva de probabilidade de vazamento cresce mais
rapidamente do que quando o poço era novo.
Este caso, embora hipotético, tem uma grande importância nas análises que se seguem.
Como não há nenhum valor de referência amplamente aceito na indústria de óleo e gás
como critério limite para a probabilade de vazamento, a curva gerada por este cenário
hipotético será utilizada neste trabalho como referência para avaliar os casos em que
ocorrem problemas de integridade.
A razão da escolha deste caso como referência se dá pelo fato de que se todos os testes
periódicos fossem bem-sucedidos a operadora não iria questionar-se sobre a integridade
84
Outras vantagens do uso desta curva de referênica é que ela resolve a questão de
conversão entre probabilidade de falha de integridade, incluindo qualquer intensidade de
vazamento, e a real probabilidade de haver um blowout. Esta questão deixa de ser
importante, pois a curva de probabilidade do poço será comparada com uma curva ideal
do poço, ambas representando a mesma coisa, ou seja, a probabilidade de perda de
integridade. Além disso, esta comparação diminui a sensibilidade do resultado final aos
dados de entrada, pois uma variação nestes alteraria ambas as curvas.
Para as análises realizadas, foram definidos intervalos máximos e mínimos de MTTR para
o LWO e HWO, ao invés de se utilizar valores fixos. A Tabela 8 mostra os intervalos
adotados para ambos os tipos de workover.
Tabela 8- Mínimo e Máximo MTTR adotados por tipo de reparo.Fonte: Próprio Autor
Figura 40 - Gráfico ilustrativo da probabilidade de vazamento de um poço em produção com a ocorrência de uma
falha e um reparo via workover. Fonte: Próprio Autor
A curva de probabilidade de vazamento da Figura 40 ilustra o caso em que uma falha foi
detectada inicialmente e um workover foi planejado para uma data onde o nível de
probabilidade de vazamento atingiria um limite supostamente existente como critério.
Nesta data haveria o workover que levaria alguns dias, nos quais a probabilidade de
vazamento seria dada pelos riscos inerentes ao processo de manutenção de poços e cujo
cálculo não é objeto deste trabalho. Após o workover, o poço é colocado novamente para
produzir a um nível de probabilidade de vazamento menor do que antes do workover.
Embora este seja o efeito individual do reparo para cada poço, o objetivo aqui é avaliar o
efeito da frequência de manutenção na probabilidade ou frequência média de vazamento
dos poços. Ademais, será avaliado o impacto das atividades de manutenção na parada de
produção, isto é, o tempo em que o poço não estará disponível para a produção. Este tipo
de estudo pode fornecer insumos para o planejamento da companhia operadora.
Como objetivo final da análise de casos com manutenção, deseja-se correlacionar o nível
de probabilidade de vazamento aceitável com o downtime do poço em termos de
produção. Uma baixa tolerabilidade à frequência de vazamentos levará a um grande
número de manutenções e, por conseguinte, a um alto custo com workover e alta perda
de produção. Por outro lado, uma alta tolerabilidade à frequência de vazamentos, embora
reduza o número de intervenções necessárias, aumenta a exposição da empresa à
ocorrência de vazamento e, portanto, às consequências deste.
Quando uma falha é observada, há sempre um certo tempo até que a manutenção corretiva
seja efetuada. O poço pode ser fechado ou não durante este período. É assumido que as
probabilidades de uma falha em outros componentes não serão influenciadas pelo fato do
86
poço estar fechado ou não (CORNELIUSSEM, 2006). Desta forma, neste trabalho
considera-se que o poço permanece aberto e produzindo mesmo após a detecção de uma
falha.
A Figura 41 ilustra o tempo de reparo de um poço dividido em suas fases. Este período
pode ser decomposto em:
Os dois tempos mais importantes são o Tempo Ativo de Reparo e o Tempo Total do
Processo de Workover. O primeiro porque determina o tempo de poço fechado e,
portanto, impacta a produtividade média do poço. O segundo é o que determinada o tempo
médio entre reparos que uma sonda pode fazer, assim conhecendo-se o número de poços
e o número de sondas disponíveis seria possível determinar o MTTR para o campo.
Problemas de integridade acontecem por uma série de razões. Diferentes tipos de falhas
podem levar à perda de integridade do poço com diferentes graus de severidade
(ALAWAD & MOHAMMAD, 2006). Os casos de incidentes relatados na Seção 3.2
ocorreram não por uma simples falha, mas sim por uma cadeia de eventos. Desta forma,
quando ocorre a falha individual de uma barreira, uma avaliação deve ser realizada para
estabelecer a magnitude do dano ou risco à integridade do poço e uma ação de
manutenção para reestabelecimento da barreira deve ser programada da melhor maneira.
Segundo Holand (1997), a maioria dos blowouts são causados por erros ao tomar ação
depois da ocorrência de falhas de equipamentos. Segundo os levantamentos de dados,
casos típicos são a continuidade da produção após uma falha na coluna ou revestimentos,
87
Figura 42 - Curva de probabilidade de vazametno ao longo do tempo. Ilustração do efeito da ocorrência de uma
falha. Fonte: Próprio Autor
Caso o salto na probabilidade fosse suficiente para levar o sistema poço a um nível de
risco inaceitável deveria optar-se pela manutenção imediata do mesmo. Caso isto não
aconteça, é possível determinar a data máxima para a manutenção para que não seja
ultrapassada o limite de probabilidade de vazamento tolerável. A Figura 43 ilustra os dois
casos mencionados.
Uma observação importante é que este mesmo raciocínio poderia ser aplicado
considerando a frequência ou densidade de probabilidade de ocorrência de blowouts. Uma
vez que a frequência ultrapasse um certo valor, deveria ser planejada uma manutenção.
Neste trabalho, no entanto, optou-se pelo uso do parâmetro probabilidade para
exemplificar a ocorrência de falhas e o processo de manutenção.
88
Figura 43 – Avaliação da probabilidade de blowout de um poço contra uma referência de limite aceitável de
probabilidade. a esquerda) requer manutenção imediata; a direita) existe um tempo para realização do workover.
Fonte: Próprio Autor
Tanto a decisão de fechar ou não o poço quanto a necessidade de intervir no poço são
complexas e possuem diferentes dimensões. A decisão é influenciada pela
disponibilidade de recursos da empresa, sejam financeiros ou físicos, como sonda,
materiais e equipamentos de completação, ferramentas para intervenção em poço e
contratos com companhias de serviços. Também influenciam os tempos necessários para
a mobilização destes recursos até a locação do poço, a vazão de produção do poço, o total
de óleo e gás disponível no reservatório, os custos de abandono e de construção de um
novo poço. Até mesmo condições sociais e sindicais podem influenciar na tomada de
decisão de um abandono de poço.
Desta forma a metodologia apresentada neste trabalho tem como objetivo apenas suportar
a tomada de decisão focando na dimensão de probabilidade de vazamento do poço. Além
89
de determinar o tempo até que o poço degradado atinja uma frequência de blowout
intolerável, a metodologia permite a avaliação de diferentes estratégias de controle do
risco.
90
5. RESULTADOS OBTIDOS
Nesta seção serão apresentados vários resultados que podem ser obtidos com a cadeia de
Markov considerando um poço genérico qualquer e sem considerar qualquer informação
ou evidências coletadas ao longo da vida do poço. Isto quer dizer que esta seção serve a
propósito de planejamento como cálculo da necessidade de workovers, número esperado
de vazamentos e necessidade de materiais sobressalentes. No Cap. 6 será apresentado a
análise de um caso específico, com o histórico de um poço em produção e que num dado
momento deseja-se avaliar a probabilidade de vazamento do mesmo para suportar uma
tomada de decisão.
O primeiro resultado gerado foi a probabilidade do poço se encontrar em cada uma das
três categorias (íntegro, degradado e falho) ao longo do tempo. Para isto foram
consideradas duas situações: o poço não sofre manutenção, e o poço sofre manutenção a
uma taxa equivalente a um LWO a cada 2,5 anos e um HWO a cada 10 anos. Os resultados
são apresentados na Figura 44 e na Figura 45, respectivamente, para um tempo de 30
anos.
Figura 44 – Probabilidade do poço se encontrar nos estados integro, degradado ou falho ao longo de 30 anos sem
considerar reparo. Fonte: Próprio Autor
Figura 45 - Probabilidade do poço se encontrar nos estados integro, degradado ou falho ao longo de 30 anos
considerando MTTR para LWO de 2,5 anos e HWO de 10 anos. Fonte: Próprio Autor
Tabela 9- Comparação entre dois cenários simulados na CM. Fonte: Próprio Autor
vazamento em 30 anos, que pode parecer absurdamente alta, inclui desde vazamentos
desprezíveis, que não representam grandes riscos, até blowouts de consequências
catastróficas. Como mostrado em Exprosoft (2002), a razão entre a frequência de
pequenos vazamentos e grandes vazamentos pode chegar a 50 vezes para um poço
equipado com DHSV. Logo, considerando esta relação e fazendo uma média simples
anual, a frequência média anual de blowout é de 3,53 x 10-5.
Embora não faça parte do escopo deste trabalho a análise de consequência, a abordagem
markoviana permite calcular, em caso de blowout, a probabilidade de que este blowout
ocorra em cada um dos 513 estados falhos. Cada um destes 513 estados tem uma
combinação de falhas de barreiras e caminhos de vazamento que podem auxiliar as
análises de consequência.
Depois de avaliados os cenários específicos acima, com e sem reparo, os resultados foram
generalizados para diferentes combinações de periodicidades de LWO e HWO, conforme
a Tabela 8. Para estas diferentes combinações foram obtidos: (a) probabilidade máxima
de vazamento; (b) downtime do poço devido às operações de reparo; (c) número esperado
de vazamentos por poço.ano.
Todos os cálculos foram realizados para uma vida do poço de 30 anos. Para se avaliar o
downtime o número esperado de transições representando LWO e HWO na cadeia de
Markov e multiplicando-se pelo tempo de reparo ativo de cada um. Para este estudo
considerou-se que um LWO dura em média 15 dias e um HWO dura em média, 30 dias.
A Figura 46, Figura 47 e Figura 48 mostram os resultados mencionados acima.
94
Figura 46- Probabilidade de vazamento em função da frequência de HWO e do LWO. Fonte: Próprio Autor
Figura 47 – Número esperado de vazamento por poço.ano em função da frequência de LWO e HWO. Fonte: Próprio
Autor
95
No que concerne à Figura 48, referente ao downtime na produção do poço causado pela
atividade de manutenção observa-se o mesmo tipo de comportamento. Como o HWO é
uma operação que possui uma duração maior, ele afeta mais o tempo de poço fechado
para reparo.
Como o HWO possui um maior tempo de reparo e, ao mesmo tempo, um reparo mais
completo do poço, ao passo que o LWO tem um reparo menor levando, também, um
tempo menor, surge a questão de como otimizar as frequências de ambos os tipos para
manter um mesmo nível de risco com menor tempo de poço fechado possível. Esta é uma
análise interessante no sentido de otimização de recursos da operadora, porém ainda é
simplista pois não considera o custo que este atraso na operação significa e nem o custo
com diárias de sonda.
Figura 48 – Downtime na produção esperado em função das frequências de LWO e HWO. Fonte: Próprio Autor
96
Figura 49 – Pontos ótimos em termos de probabilidade de vazamento e dias esperados de downtime. Fonte: Próprio
Autor
Esta é mais uma das vantagens da abordagem markoviana. Os exemplos mostrados acima
foram todos obtidos partindo-se de poços totalmente íntegros, mas nada impede que
qualquer estado seja utilizado como vetor P0, isto é, como condição inicial de partida para
o processo markoviano. Através da matriz fundamental, apresentada na Seção 2.3.3, é
possível calcular o tempo médio até a absorção partindo-se de qualquer um dos estados
integro ou degradados. A Figura 50 mostra o MTTF partindo-se de diferentes estados
supondo-se dois cenários: sem e com reparo do mesmo. No último caso, o MTTR
considerado foi de 2,5 anos para LWO e 10 anos para HWO.
97
Figura 50 – MTTF para diferentes estados de partida com e sem reparo. Fonte: Próprio Autor
Observa-se na Figura 50 que quanto mais degradado está o poço, menor é o tempo médio
até a falha (vazamento). Por exemplo, considerem-se três situações distintas:
Com os exemplos acima é possível perceber a utilidade do gráfico de MTTF como uma
das formas de avaliar os diferentes problemas de integridade. Quanto maior a redução no
MTTF, maior é o impacto da falha na integridade do poço.
A Figura 51 mostra o resultado da análise de incertezas para avaliar o impacto dos dados
de falha utilizados no resultado de probabilidade de vazamento, conforme procedimento
descrito na Seção 4.3. O número de rodadas na Simulação de Monte Carlo foi de 10.000,
para que seja possível visualizar o formato da distribuição e limitado pelo custo
computacional, e com isso foi gerado o histograma da Figura 51.
98
Figura 51 – Histograma resultante da análise de incertezas após 30 anos de produção. Fonte: Próprio Autor
Tabela 10 – Parâmetros Estatísticos obtidos das análises de incerteza sobre a probabilidade de vazamento. Fonte:
Próprio Autor
Parâmetro Probabilidade de
Estatístico Vazamento
Média 5,53%
Desvio Padrão 1,82%
1% 2,15%
5% 2,72%
25% 3,93%
50% 5,00%
Percentis
75% 6,31%
90% 7,68%
95% 8,62%
99% 10,41%
Para se ter uma ideia de como o número de falhas impacta o grau de incerteza, observe-
se a Tabela 11. Esta tabela mostra que os componentes que possuem menos de 10 falhas
registradas têm intervalos de 90% de confiança relativos maiores que 100% da taxa de
falha.
99
Tabela 11 – Intervalos de Confiança Relativos para os Modos de Falha Selecionados. Fonte: Próprio Autor
Tempo
Número Taxa de 5º 95º 90% intervalo
Modos de Operacional
de Falha percentil percentil de confiança
Falha Acumulado
Falhas (hora-1) (hora-1) (hora-1) relativo
(horas)
AIV – VE 1 1.00E+08 1.00E-08 5.13E-10 3.00E-08 294%
AIV – FNF +
VPF 9 1.00E+08 9.00E-08 4.70E-08 1.44E-07 108%
PACKER –
VCA 35 1.59E+08 2.20E-07 1.63E-07 2.85E-07 55%
SCSSV – FNF
+ VPF 150 3.71E+07 4.04E-06 3.52E-06 4.60E-06 27%
𝑅 = 𝑎. 𝑃 + 𝑏 (59)
Onde “aP” é o risco de todos os cenários contendo o evento “P” e b é a contribuição dos
cenários que não contêm “P”.
𝑅(𝑏𝑎𝑠𝑒) 𝑎𝑃 + 𝑏 (62)
𝐼𝑅𝑅𝑊 = =
𝑅(𝑃𝑖 = 0) 𝑏
Tabela 12 - Medidas de Importância para cada um dos modos de falhas utilizados na cadeia de Markov. Fonte:
Próprio Autor
Pode-se perceber pela tabela que o elemento com maior importância de Birnbaum é o
Sistema de Cabeça de Poço Submarino, isto significa que a sensibilidade da probabilidade
de vazamento em relação à probabilidade de ocorrência deste modo de falha é a maior,
ou seja, uma variação na probabilidade de ocorrência deste modo de falha causa uma
grande variação na probabilidade de vazamento do poço.
O modo de falha com maior RRW é a Válvula de gas lift; isto significa que, se fosse
possível eliminar este modo de falha, ele traria o melhor ganho para o sistema em termos
de redução da probabilidade de vazamento. Isto se deve à baixíssima confiabilidade desta
válvula em relação aos demais componentes e pode ser um bom indicador para priorizar
investimentos.
Já o RAW indica aquele modo de falha que, quando ocorre, tem maior impacto sobre a
probabilidade de vazamento. No caso analisado, os modos de falha com maior RAW
foram o vazamento extreno no Anel VX, Resvestimento de Produção, SCPS e AI2. Estes
componentes são justamentes os que compõem o segundo CSB. Como a confiabilidade
da válvula de gas lift, que faz parte do CSB primário, é muito baixa, a importância de o
CSB secundário não falhar é muito grande.
Há vários caminhos de vazamentos para um poço e diversos deles podem passar por uma
mesma barreira. Se um determinado modo de falha está presente em muitas combinações
102
de falhas que levem ao vazamento, este modo de falha tem grande relevância para a
análise; é justamente isso que indica a medida de Fussell-Vesely, cujo maior valor foi
obtido para o modo de falha da válvula de gas lift levando à comunicação coluna-anular.
Como visto na Seção 2.2.1, tanto o SGIP quanto as melhores práticas da indústria
preconizam que durante todo o ciclo de vida do poço devem ser garantidos no mínimo
dois CSB independentes entre si. Porém, no caso de não observância deste requisito, uma
análise de risco pode suportar a decisão de aceitação ou não. Esta não observância pode
advir de diversos fatores, como falhas de projeto, impossibilidade prática de constituição
de dois CSBs, porém, na vida produtiva a principal razão é a falha de barreiras de
segurança.
Esta seção encerra o trabalho dando uma visão de como a abordagem desenvolvida
poderia subsidiar a tomada de decisão em uma situação como esta. Trata-se da análise de
um poço submarino produtor, como o da Figura 31, que se encontrava em produção e
durante um dos testes periódicos foram constatadas comunicação coluna-anular e falha
na DHSV. Estes dois problemas de integridade são bem típicos em poços submarinos.
A Quadro 6 mostra uma linha do tempo hipotética para este poço contendo o histórico de
eventos relacionados à integridade. Destaca-se a comunicação coluna-anular com menos
de 1 ano de produção do poço. Posteriormente, a situação foi agravada com à perda de
funcionalidade da DHSV. O poço estava operando com apenas um CSB e, portanto, uma
decisão deveria ser tomada. Supondo que a data mais adequada para o workover, em
termos de recursos seja no dia 1700, pretende-se calcular, então, a probabilidade de
vazamento no dia 1700 e compará-la com a curva de referência.
Uma inspeção visual no instante t que não registra vazamento é incorporada na cadeia de
Markov, anulando a probabilidade dos estados que representam vazamento no vetor P(t)
e posteriormente o vetor probabilidade resultante é normalizado e utilizado como
condição inicial para a próxima etapa. As equações a seguir ilustram o processo descrito:
514 (65)
𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = ∑ 𝑃𝑖 (𝑡)
𝑖=1
𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜
𝑃𝑖 (𝑡) (66)
𝑃𝑖𝑛𝑜𝑣𝑜 (𝑡) = 𝑝𝑎𝑟𝑎 1 < 𝑖 ≤ 514
𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑁𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜
𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜
Onde 𝑃𝑖 (𝑡) é a probabilidade do i-ésimo estado no instante t antes da incorporação
da evidência de não vazamento e 𝑃𝑖𝑛𝑜𝑣𝑜 (𝑡) é a probabilidade do i-ésimo estado no instante
t após a incorporação da evidência de não-vazamento. Da mesma forma, quando há
evidência de falha, como comunicação coluna-anular, novamente, basta zerar a
probabilidade daqueles estados que não representam esta comunicação e normalizar o
restante.
É interessante notar que no dia 319 quando houve a verificação de comunicação coluna-
anular houve um salto na probabilidade de vazamento e aumento na inclinação da curva.
104
Embora a hipótese original era de que o revestimento não sofreria degradação devido à
comunicação anular, foi realizada uma análise de sensibilidade para a taxa de falha do
mesmo e obtido o resultado da Figura 53.
Quadro 6– Histórico de eventos ao longo do tempo e impactos na integridade de vazamento. Fonte: Próprio Autor
105
Figura 52 - Probabilidade de Vazamento do Poço consideradno o histórico de eventos e projeção sem testes e
monitoramento. Fonte: Próprio Autor
6. CONCLUSÃO
A aplicação deste trabalho em casos reais deve ser precedida de uma validação das
premissas, adequação do modelo e dos dados ao caso real de estudo e validação dos
resultados e conclusões. No caso de avaliação de integridade de poços submarinos sugere-
se sempre contar com um time de especialistas que conheçam o projeto e a operação do
poço para auxiliarem na aplicação dos modelos.
Por fim, vale mencionar que o objetivo deste trabalho é fornecer insumos para a tomada
de decisão e que qualquer decisão relacionada a riscos de vazamentos em poços
submarinos deve ser baseada em uma série de outros fatores que, a priori, não são
contemplados nessa dissertação.
Uma das primeiras conclusões obtidas através da revisão bibliográfica sobre o tema de
avaliação de risco e integridade de poços é que mudanças nos procedimentos gerenciais
podem ser uma das maneiras mais custo eficiente de mitigar riscos. Estas medidas devem
ser implantadas antes de considerar outras opções que, geralmente, envolvem um custo
maior. É justamente no apoio aos procedimentos gerenciais que o modelo desenvolvido
poderá encontrar aplicação prática nas organizações.
Como trabalho futuro, os estados do poço podem ser classificados entre aqueles que são
observáveis, via teste ou monitoramento, e aqueles que são latentes. A cadeia de Markov
pode ser melhorada considerando apenas o processo de reparo para aqueles estados cuja
falha pode ser detectada. Além disso, caso seja identificado em algum projeto de poço a
presença de falhas de causa comum, estas podem ser colocadas na cadeia de Markov.
Sugere-se, inclusive, como trabalho futuro investigar como modelar as taxas de
ocorrência destes modos de falha.
As intervenções para workover, divididas em dois grupos neste trabalho (LWO e HWO)
podem ser subdivididas por escopo de workover, com durações e custos específicos.
Sugere-se também avaliar o uso das frequências de blowout ao invés do parâmetro de
probabilidade como critério de aceitação na tomada de decisão.
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Entende-se por ciclo de vida a sequência de fases que vão do começo ao fim de um projeto
(MAXIMIANO, 2014). A Resolução 46 da ANP (2016) estabelece que cinco etapas
distintas para o ciclo de vida de um poço de petróleo. Esta divisão em cinco etapas ou
fases é encontrada em outras referências como Ajimoko (2016). A norma ISO 16530-1
(2017) que trata da governança do ciclo de vida estabelece seis fases, apresentando uma
fase adicional chamada de bases do projeto, que seria uma parte mais conceitual do
projeto.
A Figura 54 mostra o ciclo de vida do poço com duas principais fases, desde a sua
concepção em fase de projeto até o seu descomissionamento na fase de abandono. O
regulamento do SGIP (ANP, 2016) na sua Prática de Gestão Nº 10, chama de etapas do
121
ciclo de vida do poço. Embora, conceitualmente, os termos fase e etapa sejam diferentes,
serão utilizadas como sinônimos neste trabalho.
PROJETO
Projeto de poço é a aplicação de soluções técnicas para garantir que o poço possa operar
efetivamente e com segurança durante seu ciclo de vida (HAALAND, 2017). É nesta fase
que se deve garantir que o poço estará aderente aos requisitos legais e às melhores práticas
da indústria (ANP, 2016).
A importância do correto planejamento na fase de projeto pode ser vista através da Figura
55, onde o PMI (2008) mostra que são justamente nas fases iniciais de projeto que se tem
o maior potencial de influência nos custos do empreendimento e também nos riscos. Um
correto planejamento das barreiras de segurança na fase de projeto é essencial para a
integridade do poço (GOUDA e ASLAM, 2018).
Em relação a integridade e confiabilidade do poço, nesta etapa deve ser avaliado se todos
os equipamentos e componentes do poço estejam corretamente dimensionados para
suportar os carregamentos máximos esperados durante todo o seu ciclo de vida
(NORKOK D-010, 2013). Isso envolve um trabalho de previsão de cenários como
pressurização do reservatório por injeção de fluidos, mudança na composição dos fluidos
produzidos com o tempo, desgaste dos equipamentos devido as atividades de intervenção
ou produção de elementos corrosivos e abrasivos.
Por fim, vale mencionar que um dos aspetos mais importantes na fase de projeto é a
correta documentação para garantir que tanto a equipe de construção e manutenção
quanto a equipe de produção estarão a par de todas as informações relevantes como, por
exemplo, os envelopes operacionais que o poço pode operar (ANP, 2016).
122
Figura 55 – Impacto da variável com base no tempo decorrido no projeto. Fonte: PMI, 2008
CONSTRUÇÃO
As análises de integridade e risco nesta etapa são mais complexas pela característica
dinâmica das atividades, ou seja, a situação ou estado do poço se altera com a execução
de cada operação (ABIMBOLA et al., 2014). Além disso, nesta etapa, o poço está
conectado a uma sonda de perfuração, geralmente através de um equipamento de
segurança, o BlowOut Preventer (BOP), e o riser. A Figura 56 mostra a sonda conectada
ao poço através do BOP. O sistema riser + BOP possibilita um monitoramento e controle
do poço (MARTINS et al., 2018), porém, por a sonda estar conectada ao poço, aumenta-
se a exposição dos trabalhadores embarcados as consequências de um blowout, pois os
fluidos podem atingir o piso da sonda, possivelmente causando incêndios e explosões
(ABIMBOLA et al., 2014).
123
Figura 56 – Sonda de Perfuração Offshore conectada ao Sistema de Cabeça de Poço Submarino através do BOP e
do riser de perfuração. Fonte: OFFICER OF THE WATCH, 2014.
PRODUÇÃO
Esta etapa do ciclo de vida do poço começa após a construção ou intervenção no poço
com a entrega do poço (well handover) para a área de operação da produção
(CORNELIUSSEN, 2016). É durante esta etapa que os fluidos são produzidos do ou
injetados para o reservatório. Esta fase se encerra com a devolução do poço a área de
poços para que seja realizada uma intervenção, workover ou abandono.
Água Óleo), entre outros. O objetivo de monitorar estes parâmetros é avaliar a produção
do poço e garantir que ele produza o mais próximo do seu potencial, evitando a produção
de substâncias indesejadas.
INTERVENÇÃO
ABANDONO
Poço HPHT
Poços HPHT (High Pressure, High Temperature) são poços de alta temperatura e
alta pressão. São considerados HPHT, poços com as seguintes características:
Gradiente de pressão de poros acima de 0,8 psi/pé (15,3 lb/gal); ou
Requer equipamento na cabeça do poço com classe de pressão maior que
10.000 psi, baseado na maior pressão esperada na cabeça durante toda a
vida produtiva do poço; e
Temperatura estática do reservatório maior que 149º C (300º F).
Os poços HPHT são, por suas características, poços com maior risco e, portanto,
exigem cuidados especiais.
Existem basicamente dois tipos de unidades marítimas, aquelas com BOP na superfície e
aquelas com BOP no fundo do mar (BOP submarino). De forma resumida o BOP
(BlowOut Preventer) é um conjunto complexo de válvulas e sistema de controle, sendo o
equipamento de segurança mais importante de uma sonda. Ele se localiza na superfície
ou fundo do mar a depender da estabilidade da sonda.
Plataformas fixas;
Plataformas Auto-Elevatórias (PA);
Tension Leg Platform (TLP);
Plataformas Submersível;
Plataformas Semi-Submersíveis (SS);
Navios-Sonda (NS).
Figura 58 – Principais tipos de unidades marítimas de perfuração (sondas marítimas). Fonte: FEITOSA, 2013
O quarto exemplo é o Navio Sonda (NS) que possui características semelhantes à das SS.
Além dos principais tipos, há outras informações sobre os principais sistemas das
unidades e como escolher a melhor unidade para cada operação.
As sondas de perfuração marítima, devido a sua complexidade, podem ter uma diária de
afretamento da ordem de um milhão de reais. Esta complexidade associada ao ambiente
em que operam geram uma série de fontes de perigos para potenciais acidentes: choque
de embarcações, queda de objetos pesados, perda de posicionamento, blowout, incêndios.
O perigo mais significante para uma sonda de perfuração em termos de potencial de
fatalidades é o blowout (SHERRARD, 1993).
130
As atividades dentro da engenharia de poço trazem diversos riscos. Estes riscos podem
variar desde o atraso logístico na entrega de um equipamento crítico para uma sonda de
perfuração até o um risco geopolítico de uma crise no Oriente Médio que impacte os
preços do petróleo. Contudo, esta dissertação tem seu foco nos riscos provenientes
vazamento dos poços ou blowout, mais especificamente, na frequência com que os
mesmos podem ocorrer.
NORMAS E REGULAMENTOS
No Reino Unido, a HSE (Health Safety Environment) através da divisão offshore (OSD-
offshore division) é a responsável por regular os riscos na atividade de óleo e gás offshore.
Nos EUA, o órgão responsável pela elaboração de normas e regulamentos na área de
exploração e produção de óleo e gás é o BSEE (Bureau of Safety and Environmental
Enforcement), que foi criado em 2011 como parte de um programa de reestruturação do
setor regulatório americano após o acidente ocorrido no poço de Macondo.
Além dos órgãos responsáveis em cada país pela elaboração das legislações, existem
organizações como a ISO (International Organization for Standardization), as
associações da indústria como a API (American Petroleum Institute) e a NORSOK que
também estabelecem normas e recomendam boas práticas.
A norma NORSOK Z-013 (2001) traz em seu texto o que seriam algumas características
desejáveis eu uma avaliação de risco:
Ser adequada para a tomada de decisão no que diz respeito as medidas de risco;
Ser adequada a comunicação;
Ser não ambígua na sua formulação;
Ser independente de conceitos, isto é, não favorecer nenhum conceito em
particular;
A importância da avaliação de risco está na tomada de decisão, seja na aprovação ou não
de um novo projeto, seja na parada ou continuidade da produção, seja na necessidade de
manutenção ou até mesmo para decidir abandonar um determinado poço. Como um dos
principais riscos na operação de um poço de petróleo é o vazamento de hidrocarbonetos,
é necessário avaliar aspectos de integridade nas normas.
testes de pressão que forem na direção do fluxo e com valor igual ao máximo diferencial
de pressão que a barreira irá suportar ao longo de sua vida útil. Qualquer coisa diferente
disso, não deve ser chamado de teste e sim de verificação por confirmação da barreira.
Os testes de barreiras serão utilizados na abordagem proposta nesta dissertação pelo fato
de reduzirem o nível de incerteza sobre os estados destas barreiras. Ao coletar evidências
do correto funcionamento ou não de algumas barreiras, pode-se alterar a probabilidade de
um vazamento a priori para que incorpore tais informações, obtendo-se uma
probabilidade a posteriori. Cada tipo de teste tem uma determinada eficiência e permite
averiguar determinados modos de falha, por isso é importante entender bem esta
classificação.
A ISO TS 16530-2 (2015) está entre as normas mais importantes para a gestão de
integridade durante a fase produtiva do poço. Assim como as normas anteriores, traz a
filosofia das barreiras de segurança, bem como as documentações necessárias, critérios
de aceitação e limites de operação. O diferencial desta norma é que a mesma já introduz
alguns conceitos de confiabilidade e suas aplicações à integridade do poço.
A norma traz uma visão de sistemas redundantes, que seriam sistemas que possuem
elementos adicionais de salvaguarda para garantir a integridade do poço. Chama a atenção
para aspectos importantes a serem observados nos sistemas redundantes, como o tempo
de resposta, o método de operação (manual ou automático) e condições de serviço.
Quanto a análise de risco, a mesma traz diversas abordagens como Análise Qualitativa de
Risco, baseada nas opiniões de especialistas qualificados na área, Análise Quantitativa de
Risco, baseado em banco de dados de falha, e até mesmo o uso de FMECA (Failure
Mode, Effects and Criticality Analysis). A importância das análises de risco é estabelecer
os requisitos de monitoramento, inspeção e manutenção. O resultado da avaliação de risco
pode auxiliar a determinar qual das técnicas é mais apropriada e qual deve ser a frequência
de cada uma.
134
Figura 60 - Matriz de Inspeção e Manutenção baseadas em Risco. Fonte: Adaptada da ISO TS 16530-2 (2015).
ELEMENTOS DE RISCO
As normas IEC 60300-3-9 (1995) e ISO 16530-1 (2017) definem risco como uma
combinação de frequência, ou probabilidade, de ocorrência e a consequência de um
evento perigoso específico. Matematicamente:
𝑅 = 𝑓(𝑝, 𝐶) (67)
O risco individual geralmente está focado no risco de fatalidade, que deve ser
minimizado. Desta forma, para a área de poços de petróleo, os estudos acabam focando
em eventos catastróficos que de fato levam a morte dos indivíduos que trabalham nas
instalações. Estes acidentes são os blowouts, que podem evoluir para incêndio e
explosões, com possível destruição de sondas e plataformas marítimas.
O risco econômico pode estar associado a perdas materiais nas instalações devido aos
acidentes e a perdas de produção devido a parada da produção de um poço. Além disso,
existe o risco financeiro associado a atrasos da construção e manutenção de poços ou
prejuízos com o valor de mercado da companhia no caso de grandes acidentes que
prejudicam a imagem da companhia.
ANÁLISE QUALITATIVA
A norma ISO 31010 (2011) apresenta uma lista de técnicas tanto de análise qualitativa
quanto de análise quantitativa de risco. Algumas abordagens para a avaliação qualitativa
de risco são:
Em fases iniciais de projeto pode-se utilizar uma Analise Preliminar de Perigos (APP)
que permite a identificação e avaliação dos potenciais perigos (MARTINS, 2013). Trata-
se de uma técnica indutiva estruturada para identificar perigos decorrentes de falhas de
equipamentos ou erros humanos, bem como suas causas e consequências. Quando, além
disso, ocorre a classificação qualitativa destes riscos, chama-se APR (Análise Preliminar
de Riscos).
A técnica LOPA tem uma grande relação com a análise de integridade de poços de
petróleo, pois a filosofia atualmente empregada na indústria exige a presença de dois
conjuntos solidários de barreiras, que nada mais são do que camadas de proteção.
Dethlefs et. al. (2011) propôs um modelo qualitativo para avaliar o risco a integridade de
poço. Eles apontaram como razão para realizar um estudo qualitativo a falta de dados
abrangentes para falhas, tanto porque as Operadoras têm um registro pobre de dados tanto
porque não há um correto compartilhamento. Por outro lado, aponta que as abordagens
qualitativas acabam dependentes da experiência e conhecimento dos participantes.
As análises qualitativas são importantes nas etapas iniciais para identificação dos perigos
e cenários de falhas. O objetivo desta seção é mostrar que existem técnicas estruturadas
para que esta etapa inicial seja realizada. Contudo, não será escopo deste trabalho explorar
estas técnicas e será assumido como dado o perigo blowout, e os cenários são as falhas
dos componentes do poço. Não serão avaliados, portanto, eventos externos ao poço (ex.
queda de objetos na cabeça do poço, problemas ambientais) nem eventos relacionados a
falhas humanas na operação.
ANÁLISE QUANTITATIVA
A maior parte dos trabalhos em AQR tem sido devotada a avaliação de risco na fase de
projeto, porém, o uso da avaliação de risco nas fases operacionais também é importante
(VINNEM, 1999). Na Noruega, por exemplo, todas as instalações offshore devem passar
por uma AQR para que sejam identificados os eventos perigosos e modelados suas
frequências e consequências. Esta AQR é utilizada então para identificar o melhor layout
da instalação, planejar os sistemas de segurança e backups, entre outros. Porém, o que
ocorre na prática é que a modelagem das consequências é feita de maneira minuciosa
enquanto pouca atenção é dada aos cálculos de probabilidades de ocorrências dos eventos.
138
Figura 61 - Variações no nível de risco em termos de frequência diária de blowout ao longo do ciclo de vida do
poço. Foco: VINNEM, 1999
Especificamente no caso do blowout, que ocupa a maior fatia no risco das instalações
offshore, é comum o uso de frequências baseadas em dados históricos de ocorrência de
vazamentos. Sendo assim, os resultados obtidos nestes AQRs são perfeitamente
aplicáveis para o planejamento de soluções que objetivem a redução das consequências
de um blowout. Porém, muito ou pouco pode ser extraído sobre como reduzir a frequência
de ocorrência deste.
A NORSOK Z-013 (2001) define o critério de aceitação de risco como um critério que é
utilizado para expressar o nível de risco considerado como aceitável para a atividade em
questão, limitado a expressão global do risco.
Duas informações importantes a respeito desta definição são que cada atividade pode ter
um critério de tolerabilidade diferente e que para este cálculo deve ser considerada uma
expressão global do risco, considerando toda a planta ou sistema sendo analisado. Outra
importante recomendação que pode ser obtida a partir do estudo desta norma é que o
critério de aceitação deve ser definido a priori da realização da análise de risco.
No início dos anos 1980s o NPD (Norwegian Petroleum Directorate) implementou o guia
CSE (Concept Safety Evaluation) no qual estabeleceu o chamado critério 10-4 que
estabelecia este número como probabilidade máxima por ano para cada um dos nove tipos
de acidentes considerados (AVEN e VINNEM, 2005). Este critério não atende a definição
139
de critério de aceitação da NORSOK Z-013 (2001) na expressão global do risco. Por isso,
era necessário um limite para o risco total, e acabou sendo utilizado o valor de 10-3
segundo (AVEN e PITBLADO, 1998).
No início, o estabelecimento deste critério limite foi benéfico para a indústria pois
encorajou as Operadoras a formalizar suas análises e reportar os números. Porém alguns
problemas foram surgindo, como por exemplo o foco passou a ser atender a estes números
“mágicos” e as Operadoras deixaram de dar atenção aos reais problemas do risco. Devido
a isso, desde então tem havido uma migração gradual para critérios menos prescritivos.
Segundo Kazuo (2004), quando o risco identificado, a partir de uma análise, estiver acima
da região aceitável, o risco associado ao evento analisado deve ser reduzido para permitir
o prosseguimento da atividade.
Deve-se perceber também que o risco é algo subjetivo e existe um fator de aversão ao
risco. Devido a isto, o termo tolerabilidade vem sendo utilizado mais comumente do que
o termo aceitação.
Vale, por fim, ressaltar que os critérios não são necessariamente mutuamente excludentes,
mas podem ser combinados a fim de se conseguir um melhor suporte à tomada de decisão.
O critério de aceitação de risco baseado em CSB foi proposto por Miura (2004), porém,
o mesmo baseou-se no princípio da dupla barreira de segurança ou redundância de
barreiras já exploradas em outras normas como NORSOK D-010 (2013). A vantagem
deste critério é que ele pode ser aplicado durante todo o ciclo de vida do poço, desde a
construção até o abandono.
As melhores práticas da indústria de óleo e gás aceitam que a presença de pelo menos
dois CSBs independentes e testados presentes em uma dada operação garantem a
segurança da operação (NORSOK D-010, 2013; API RP 96, 2013; ISO TS 16530-2,
2014; ANP, 2016).
Trata-se de um critério binário, ou seja, o poço tem ou não pelo menos dois CSBs
independentes e testados
Diferenças de performance (ex. confiabilidade) dos CSBs presentes no poço
Presença de barreiras alternativas que não estão contempladas nos CSBs;
A consequência da falha de integridade do poço não é avaliada.
A Norwegian Oil and Gas (NOG, 2017) criou um Guia para Integridade de Poços
(Recommended Guidelines 117 for Well Integrity) que propõe um sistema de
categorização para a integridade de poços, também baseado no número de CSBs, porém,
leva-se em conta a condição da barreira e as consequências da perda de integridade.
Kostol (2014) propôs um aprimoramento deste sistema de categorização, especialmente
no que tange a classificação de consequências.
Quadro 8 - Categorização do Estado de Integridade dos Poços. Adaptado da Recommended Guidelines 117 for Well
Integrity. Fonte: NOG, 2017
CATEGORIA PRINCÍPIO
VERMELHO Uma barreira falha e a outra está degradada/ não
verificada, ou vazando para a superfície
LARANJA Uma barreira falha e a outra está intacta, ou uma falha
simples pode levar ao vazamento para a superfície
AMARELO Uma barreira degradada, a outra está intacta
VERDE Poço integro – sem problemas ou com problemas de
menor importância
141
Kostol (2014) propõe mais uma categoria, a verde clara passa a representar o princípio de
barreiras intactas e pequenos problemas de integridade e a verde representa o poço
integro.
PRINCÍPIO ALARP
O critério baseado no conceito de CSB é do tipo binário, “passa” ou “não passa”, o que
muitas vezes dificulta sua aplicação prática. Existem diversos fatores que podem
influenciar a tomada de decisão ao aplicar um critério de aceitação ou tolerabilidade.
Segundo Skotnes e Engen (2015) é uma tendência das novas legislações relativas a risco
em vários países industrializados que estas enfatizem o nível de risco desejado e deixe
por conta das organizações que estabelecerem seus próprios requisitos, procedimentos e
critérios de tolerabilidade.
Uma forma de endereçar estas questões seria definindo três regiões para classificar o risco
(ISO 31010, 2009):
O princípio ALARP deve ser adotado sempre que o risco encontrado a partir de uma
avaliação estiver entre as fronteiras da intolerabilidade e da total aceitabilidade, conforme
a Figura 62 (TAMIM et al., 2017). Nesta região deve-se avaliar as medidas de redução
de risco sob a ótica do custo benefício. Desta forma, o risco deve ser reduzido até um
nível tal em que os custos ou dificuldades de implementação tornem-se desproporcionais
em relação aos benefícios obtidos pela redução adicional do risco.
142
Figura 62 – Gráfico mostrando a região de risco intermediário que se enquadra no princípio ALARP. Fonte:
TAMIM et al., 2017.
Para que o princípio ALARP possa ser adotado, uma vez que a análise de risco apontou
para esta região, deve haver um processo inicial de investigação de todas as medidas
possíveis para redução do risco (SCHOFIELD, 1998). O nível de risco deve ser reduzido
tanto quanto possível no intervalo ALARP considerando uma avaliação de custo
benefício para cada uma das possíveis medidas de redução de risco (NORSOK Z-013,
2001).
Uma forma muito utilizada tanto de expressar o risco como avaliar se o mesmo é aceitável
ou não é a Matriz de Risco (DATHLETS e CHASTAIN, 2012). A norma ISO 31010
(2009) chama esta técnica de matriz de consequência/probabilidade. Trata-se de uma
forma simplificada de avaliação de risco, pois tanto a frequência quanto a severidade das
consequências são dados através de categorias.
PROBABILIDADE
CATEGORIA ADVÉRBIO FREQUÊNCIA DESCRIÇÃO
5 Frequente >10-1 Provável de ocorrer várias vezes ao ano
-3 -1
4 Provável 10 - 10 Esperado ocorrer pelo menos uma vez em 10 anos
-4 -3
3 Raro 10 - 10 Ocorrência considerada rara
-6 -4
2 Remoto 10 - 10 Não esperado nem previsto de ocorrer
1 Improvável <10-6 Virtualmente improvável e irrealista
144
O resultado da matriz de risco pode ser separado em três regiões, uma região de risco
inaceitável, outra região de risco aceitável e por fim, uma região intermediária onde uma
avaliação precisa ser realizada para determinar se esforços adicionais de redução de risco
são necessários ou se estudos mais detalhados precisam ser realizados (NORSOK Z-013,
2001). Esta região intermediária obedece ao princípio ALARP comentado anteriormente.
145
O sistema poço pode ser mais facilmente entendido através da divisão do mesmo em
quatro subsistemas:
Rocha selante
As formações que são perfuradas durante a construção do poço devem ser consideradas
como barreiras de segurança, uma vez que confinam os fluidos em seu interior e evitam
que migrem para camadas litológicas adjacentes ou para a superfície, evitando a
contaminação de lençóis freáticos e do meio ambiente. Manter a integridade destas rochas
é de fundamental importância para manter as operações em poço aberto seguras e
significa garantir a robustez dos Conjuntos Solidários de Barreiras.
no início da perfuração de uma nova fase do poço (NORSOK D-010, 2013). Já os métodos
indiretos dependem essencialmente da pressão de poros da formação e da pressão de
sobrecarga e também fornecem uma boa estimativa para o gradiente de fratura.
Após a perfuração do poço, realização dos Leak-off Test (LOT) e a perfilagem das rochas
atravessadas, conhece-se muito mais sobre as características das formações que serão
barreiras de segurança. Desta forma, deve ser feito um correto gerenciamento das
pressões de reservatório, em especial naqueles com injeção de água e/ou gás, e nas
pressões anulares quando a rocha estiver exposta. As pressões limites da rocha nunca
devem ser ultrapassadas a fim de se evitar perda de integridade da mesma.
Cimentação
O cimento tem sido importante nos poços de petróleo como forma de isolamento entre
formações. O cimento comumente utilizado na indústria é o cimento Portland. A
cimentação primária é aquela realizada durante a construção do poço e consta no bombeio
de uma pasta de cimento por uma coluna de trabalho e posteriormente pelo revestimento,
deslocada para o espaço anular até atingir a altura desejada.
147
A cimentação dos revestimentos descidos no poço é necessária para que haja o isolamento
entre o espaço anular poço aberto e o revestimento de forma a garantir o isolamento
hidráulico. Durante a construção do poço, os anulares cimentados servem para isolar
formações mais rasas permitindo o avanço da perfuração com diferentes pesos de fluidos.
Como o cimento promove o isolamento dos anulares, ele é parte integrante dos CSBs do
poço. Geralmente todo o anular é cimentado em uma única operação, porém, as vezes
pode-se realizar a cimentação em estágios, exigindo um equipamento especial no
revestimento chamado colar de estágio. Independentemente de ser em uma única ou mais
operações, diferentes trechos da cimentação podem ser considerados barreiras
independentes e serem utilizadas em mais de um CSB, conforme a NORSOK D-010. A
Figura 65 mostra um mesmo trecho de cimentação sendo utilizado no CSB primário (azul)
e no CSB secundário (vermelho).
Figura 65 – Cimentação do poço como barreira primária e secundária Fonte: Norsok D-010, 2013.
Figura 66 – Caminhos de fluxos devido a falhas na cimentação. Fonte: VIGNES et. al., 2008
Para o abandono permanente dos poços são utilizados tampões de cimento no interior do
poço com comprimento suficiente para serem considerados barreiras permanentes, isto é,
barreiras capazes de resistir a ação do tempo e evitarem a migração dos fluidos
permanentemente, como na Figura 67.
Figura 67 – Tampão de cimento no interior do revestimento sendo compartilhado pelos CSBs primário e secundário
Fonte: NORSOK D-010, 2013.
149
Segundo Izon et. al. (2007) um estudo realizado pela Minerals Management Service
(MMS) identificou que os problemas de cimentação eram um dos fatores mais
significantes para a ocorrência de blowouts no Golfo do México entre 1992 e 2006.
Vignes (2011) aponta que a integridade da cimentação pode ser melhorada através de
avanços na performance das operações de cimentação e atualização das normas
relacionadas a cimentação.
Revestimento
Segundo Coca Suaznabar (2016), as conexões são os pontos críticos dos revestimentos e
das colunas de produção, pois são um potencial ponto de vazamento. Se uma conexão
está vazando, isto pode comprometer as colunas e causar a perda de integridade do poço.
Entre 1980 e 1990 a Mobil E&P Technical Center (MEPTEC) realizou uma pesquisa de
vazamento em tubos e descobriram que as principais causas de falha eram devidas as
conexões. A Figura 68 mostra as taxas de falha por mecanismo de falha. O aumento nas
falhas por colapso entre os anos 80 e 90 foi apontado por Schwind et al. (2001) como
resultado do aumento das lâminas d’água e um projeto inadequado para este novo cenário.
A Figura 69 mostra uma pesquisa semelhante realizada por Molnes (1993) a partir de
2016 falhas. Novamente a principal causa identificada foi o vazamento devido a
performance das conexões (COCA SUAZNABAR, 2016). Com o surgimento das
conexões do tipo premium, que são mais modernas e com selo metal-metal, espera-se que
o número de falhas se reduza (KING E KING, 2013).
150
Cabeça de Poço
O sistema de cabeça de poço começa com o AAP (Alojador de Alta Pressão) que é a
terminação do revestimento de superfície e que se encaixa sobre o ABP (Alojador de
Baixa Pressão) no revestimento de condutor. O AAP fornece o perfil para o assentamento
dos demais suspensores de revestimentos das fases seguintes. Externamente possui o
perfil H4 para a conexão do BOP, BAP ou ANM. A Figura 70 mostra o esquema de um
SCPS típico.
152
Durante a construção do poço, este sistema deve resistir às pressões máximas esperadas,
inclusive em caso de controle de poço, além dos esforços mecânicos transmitidos pelo
riser e BOP submarino.
Coluna de Produção
A escolha do tubo de produção deve levar em conta diversos fatores. Para determinar o
diâmetro devem ser considerados, por exemplo, a vazão planejada para o poço e o drift
interno do revestimento ou liner de produção. Para a escolha da metalurgia devem ser
levados em consideração a composição dos fluidos a serem produzidos ou injetados e as
forças que estarão atuando na coluna.
153
Os tubos de produção podem falhar devido a diversos fatores, mas os principais são:
Falha na conexão
Corrosão (devido à presença de CO2 e H2S nos fluidos produzidos ou O2 na água
injetada)
Erosão (devido à produção de areia e/ou outras partículas sólidas)
Estas causas geralmente levam ao modo de falha conhecido como comunicação coluna-
anular, no qual perde-se a integridade do envelope de barreira primário. Outros problemas
podem acontecer com a coluna de produção, como formação de hidratos, parafinas,
asfaltenos, incrustação, mas que afetam a produção do poço e não a integridade do poço.
Podem ocorrer também falhas mecânicas no corpo do tubo, como ruptura por pressão
interna, colapso ou tração, que afetam a integridade do poço, mas são mais raras que as
destacadas acima, e geralmente estão associadas a falhas de projeto
Além dos tubos de produção, a coluna de produção contém diversos equipamentos como
a DHSV, as válvulas de fundo (VIF, VHIF), o packer de produção, os mandris de injeção
química de gas lift, o PDG, etc. Alguns destes componentes, devido a sua importância
para a integridade do poço serão tratados em tópicos específicos na sequência, outros
serão mencionados brevemente abaixo.
Os mandris de gas lift (MGL) têm como função receberem as válvulas de gas lift (VGL)
que são as responsáveis por controlar o fluxo de gás do gas lift do anular para o interior
da coluna. Além disso, estas válvulas possuem uma check valve que impede o fluxo da
coluna para o anular, sendo, portanto, parte do conjunto solidário de barreira primário.
Um poço pode ser equipado com diversos MGL em diferentes profundidades, permitindo
estratégias diferentes de elevação por gas lift.
A Figura 72, mostra a esquerda um MGL com o bolsão lateral para o encaixe da VGL,
mostrada a direita. O MGL é parte integral da coluna de produção, isto é, possui rosca
para a conexão com tubos de produção acima e abaixo dela. No caso de necessidade de
troca do MGL a coluna terá que ser retirada e substituída, acarretando num heavy
workover. Já a VGL pode ser colocada ou retirada do MGL através de uma operação de
arame que pode ser feita por dentro da coluna e da ANM, portanto, via light workover.
A VGL apresenta uma alta frequência de falha, sendo necessário à sua constante troca.
O principal modo de falha está associado a check valve e é um problema de integridade
pois permite que o fluxo vá do interior da coluna para o anular, causando a perda da
contenção primária do fluido. Os fatores que podem levar a falha desta válvula são:
As válvulas utilizadas durante a injeção de gas lift são chamadas de válvulas de orifício,
justamente porque possuem um orifício para a passagem do gás. Muitos poços são
154
equipados desde sua completação com MGL para possibilitar a injeção de gás no futuro,
mas deseja-se produzir o poço por elevação natural durante a vida inicial do campo. Neste
caso, são usadas as chamadas válvulas cegas, que são colocadas no MGL e não permitem
o fluxo do anular para o interior da coluna.
Figura 72- Mandril de gas lift (à esquerda) e Válvula de gas lift (à direita). Fonte: FRYDMAN, 2013.
O PDG (Permanent Downhole Gauge) geralmente fica na posição mais inferior possível
da coluna de produção, alojado em um mandril especial, fazendo o monitoramento
elétrico de pressão e temperatura no fundo do poço. O ideal seria ter o PDG posicionado
em frente à zona produtora, porém devido à dificuldade de passagem de cabos, fica
geralmente acima do packer de produção.
Suspensor de Coluna
Packer de Produção
Figura 74 – Downhole Safety Valve, tipo tubing mounted (TR) à esquerda e a wireline retrievable (WR) à direita.
Fonte: OLIVEIRA, 2016
As TR são mais utilizadas hoje em dia, especialmente na Petrobras, sendo o único tipo
adotado na empresa. Embora mais confiável, o grande problema desta válvula é a
necessidade de heavy workover para a sua troca, devido a necessidade de se retirar a ANM
e trocar a coluna de produção, o que gera grandes custos com as intervenções.
Tipo esfera ou tipo flapper, auto equalizáveis ou não. As do tipo flapper são mais
comuns e mais confiáveis que a do tipo esfera.
Auto-equalizével e não auto-equalizável, dependendo se a mesma possui o
dispositivo de equalização.
Sensitivas ou não sensitivas a depender se a pressão no intererior da coluna
influencia ou não a abertura da mesma, fazendo com que a pressão de
acionamento não dependa da profundidade de instalação da válvula.
Nem todos os lugares do mundo utilizam a BAP, sendo muito comum o assentamento da
ANM diretamente na cabeça do poço. A grande vantagem da utilização da BAP é que ela
permite o lançamento antecipado dos dutos do poço antes da conexão com a ANM. Esta
por sua vez é assentada acima da BAP e sua vedação também é metal-metal. Com exceção
da ANM Horizontal, como o suspensor de coluna fica alojado na BAP, a ANM pode ser
trocada sem a necessidade de retirada da coluna.
Ao longo do caminho da produção, fluxo que vem pela coluna de produção, a ANM
possui as válvulas, M1 e W1, seguindo o princípio do duplo bloqueio. O mesmo vale para
o caminho anular, por onde pode ser injetado o gás lift, e que estão as válvulas M2 e W2.
A válvula XO permite a comunicação entre os fluxos de produção e anular, e geralmente
encontra-se fechada. O esquema dos caminhos de fluxo de uma ANM típica pode ser
visto na Figura 77.
Além disso, a ANM possui válvulas em ambas as linhas para permitir acesso das sondas,
sendo chamadas de S1 e S2. Acima destas válvulas fica a Capa da ANM ou Tree-Cap que
tem como uma das funções, ser backup de vedação das válvulas swab.
Estas sete válvulas da ANM são do tipo gaveta e são do tipo fail-safe-close, ou seja, no
caso de uma emergência, e consequente interrupção da pressão hidráulica de
acionamento, a força de uma mola faz com que as mesmas retornem à posição fechada,
interrompendo o fluxo. Devido a criticidade destas válvulas para o controle e segurança
do poço, estas devem ser periodicamente testadas.
161
A ANM veda contra a BAP ou contra o SCPS através de uma vedação metal-metal dada
pelo anel de vedação colocado entre o perfil H4 da BAP/SCPS e o conector hidráulico da
ANM. A ANM veda contra os bores do TH através dos stabs de produção e anular.
Resumidamente, a seção anterior mostrou que o interesse deste trabalho está nas barreiras
de segurança do tipo físicas e de prevenção. Tais barreiras apresentam funções e, portanto,
modos de falha. Saber as funções e os modos de falhas das barreiras é importante para
mapear os cenários de combinação de falhas que levam aos acidentes.
Mapear todas as barreiras e modos de falha de um poço pode ser muito trabalhoso,
ineficiente ou até mesmo inviável, sendo desta forma, importante avaliar quais barreiras
são significativas para modelar os riscos à integridade dos poços. O objetivo desta seção
é, através de registros históricos encontrados na literatura, avaliar quais são as barreiras
que mais contribuíram para as falhas de integridade de poços.
Reino Unido 2012 Campo de Elgin, Produção Vazamento de gás na Corrosão no Revestimento
Poço G4. cabeça de poço durante revestimento; Cabeça de
operação de Falha no anular Poço
descomissionamento levando ao
vazamento
No caso de Snorre (2004), houve uma falha do fluido como barreira de segurança. O
fluido para ser barreira física depende de algumas barreiras operacionais como, por
exemplo, o monitoramento do nível de fluido, a capacidade de fabricação na sonda e
capacidade de reabastecimento do poço quando necessário. Todas estas barreiras
operacionais são necessárias de forma a garantir que o fluido possa ter uma pressão
superior a pressão de poros. Uma outra variável operacional importante é a velocidade de
manobra dos elementos tubulares mergulhados no fluido. O que aconteceu no acidente de
Snorre foi uma manobra de retirada de coluna mal planejada que levou a um efeito
pistoneio gerando uma queda de pressão no fundo do poço e migração de gás para o
interior do poço.
Os acidentes no Campo de Frade tiveram como causa a falha da barreira rocha, porém a
razão para tal não foi um problema intrínseco da mesma, mas sim um erro de projeto. A
estimativa do limite de fratura da rocha estava errada e o nível de pressão atingido no
165
reservatório devido a injeção de água ultrapassou tal limite, levando a uma fratura que se
propagou até o fundo do mar, culminando com o vazamento de petróleo no leito marinho.
A rocha é uma barreira extremamente confiável, pois suportou durante milhares de anos
os fluidos trapeados no reservatório. Contudo, um correto planejamento e monitoramento
é necessário para garantir que a pressão não suba acima dos limites mecânicos da rocha.
O primeiro estudo foi conduzido pela PSA em 2006 e mostrou o estado de integridade de
406 poços na plataforma continental norueguesa. A amostra de poços estudada inclui
poços novos e velhos, completação seca e submarinos, injetores e produtores. O estudo
mostrou que 18% do total de poços estavam com algum problema de integridade e 7%
destes estavam fechados devido a estes problemas.
Figura 78 – Número de poços falhos por elemento e por idade. Fonte: Vignes e Aadnøy, 2008.
Pode-se perceber pela Figura 78 que a coluna de produção é o elemento dominante nas
falhas. Algumas razões para tal são a presença de elementos corrosivos nos fluidos
166
produzidos e alto número de conexões. Outro ponto interessante, é que poços entre 25-29
anos apresentam falhas no revestimento e packoff. A razão é que conforme a idade dos
poços aumenta, mais provável é de ocorrer uma falha no CSB primário, levando então a
contaminação do anular e, portanto, do CSB secundário, aos fluidos de produção
O segundo estudo apresentado por Izon et. al. (2007) ilustrou os principais contribuintes
para incidentes de perda de controle de poço, que nada mais são do que problemas de
integridade que resultaram em vazamentos. O grande destaque deste estudo foi para a
contribuição da cimentação, que superou 50% dos incidentes registrados, conforme
Figura 79.
Figura 79 - Fatores contribuintes para perda de controle de poço no Golfo do México entre 1992 e 2006. Fonte:
IZON et. al., 2007.
Por fim, vale mencionar que uma grande contribuição deste estudo foi ter correlacionado
os blowouts com algumas variáveis como a profundidade da lâmina d’ água, se o poço é
exploratório ou de desenvolvimento, duração do mesmo, etc.
Uma diferença entre os estudos conduzidos no Mar do Norte e no Golfo do México é que
o primeiro relata falhas associadas aos elementos de CSB e, portanto, não
necessariamente, evoluíram para um vazamento. Logo, há um banco de dados muito
167
maior de falhas. No segundo caso, foram registrados apenas blowouts e qual a barreira
cuja falha contribuiu para o acidente.
AlAwad e Mohammad (2016) fizeram uma pesquisa e além dos estudos apontados acima,
avaliaram diversos outros estudos envolvendo falhas de integridade de poço. O resultado
obtido por eles está sintetizado na Tabela 15, com o número de falhas por tipo de elemento
e idade do poço. A Figura 80 mostra o acumulado de falhas por elemento de barreira.
168
Tabela 15 – Resumo de Frequência de Falhas de Componentes Individuais por Idade. Fonte: AlAwad e Mohammad,
2016.
Figura 80 – Frequência de problemas de integridade de poço causados por falha de elementos de barreira. Fonte:
AlAwad e Mohammad, 2016.
169
Código referente a modelagem por cadeia de Markov proposta no texto. O código foi
implementado no Software MATLAB R2015a.
1 – Código Principal
%{
*-------------------------------------------------------------*
| INICIALIZACAO DO PROGRAMA |
*-------------------------------------------------------------*
%}
% VARIAVEIS GLOBAIS
tmax = 30*24*365; % Tempo maximo de simulacao (horas)
n = 50; % Numero de subdivisoes do vetor de tempo
t = linspace(0,tmax,n); % Vetor de tempo (horas)
C = 14; % Numero total de cavidades
f = 1; % Indice para as figuras. Atualizado a cada figura gerada.
global MT; % Matriz de transicao
LWOfix = 2.5*365*24; % Tempo fixo de LWO, para simulacao com tempo
fixo de WO (horas)
HWOfix = 10*365*24; % Tempo fixo de HWO, para simulacao com tempo fixo
de WO (horas)
LWOvar = 1*365*24:0.5*365*24:5*365*24; % Array com tempos de LWO
(horas), para simulacao com tempo variavel de WO
HWOvar = 5*365*24:1*365*24:15*365*24; % Array com tempos de HWO
(horas), para simulacao com tempo variavel de WO
CavidadesLWO = [3 5 9 10 11 12 13]; % Cavidades que quando inundadas
demandam LWO
CavidadesHWO = [2 4 6 7 8]; % Cavidades que quando inundadas demandam
HWO
PosEstadoInicial = 1; % Posicao do Estado Inicial
random_seed = 10; % Semente para geracao de numero aleatorio
N_sim = 10000; % Numero de simulacoes para analise de incerteza
LWOmin = 1*365*24; % Tempo minimo de LWO para a simulacao de
incertezas (horas)
LWOmax = 2*365*24; % Tempo maximo de LWO para a simulacao de
incertezas (horas)
HWOmin = 4.5*365*24; % Tempo minimo de HWO para a simulacao de
incertezas (horas)
HWOmax = 5.5*365*24; % Tempo maximo de HWO para a simulacao de
incertezas (horas)
ART_LWO = 15*24; % Tempo ativo de reparo (Active Repair Time) de LWO
(horas)
ART_HWO = 30*24; % Tempo ativo de reparo (Active Repair Time) de HWO
(horas)
%{
*-------------------------------------------------------------*
| GERADOR DE ESTADOS |
*-------------------------------------------------------------*
%}
if GerEstados == true
%{
DEFINICAO DA MATRIZ DE DEPENDENCIA DE FALHAS (DF)
DF = [...
%1 2a 2b 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; % Cavidade 1
(Reservatorio)
0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 2a
0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 2b
0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 3
0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 1; % Cavidade 4
0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 5
0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1; % Cavidade 6
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 7
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1; % Cavidade 8
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 9
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 10
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 11
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1; % Cavidade 12
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0]; % Cavidade 13 (Meio
Ambiente)
171
%{
*-------------------------------------------------------------*
| GERADOR DE MATRIZ DE TAXAS DE TRANSICAO DE FALHA |
*-------------------------------------------------------------*
%}
if GerMatrizTTF == true
% Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel
com a
% matriz de estados e de dependencia de falhas
if GerEstados == false
Estados = xlsread('Estados.xlsx');
DF = xlsread('DF.xlsx');
end
%{
*-------------------------------------------------------------*
| GERADOR DE MATRIZ DE TAXAS DE TRANSICAO DE REPARO |
*-------------------------------------------------------------*
%}
if GerMatrizTTR == true
% Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel
com a
% matriz de estados e de dependencia de falhas
if GerEstados == false
Estados = xlsread('Estados.xlsx');
end
% Se isequal(Estados(i, CavidadesHWO),
Estados(j,CavidadesHWO)) == true
175
%{
*-------------------------------------------------------------*
| SIMULACAO COM VALORES SEM WORKOVER |
*-------------------------------------------------------------*
%}
if SimSemWO == true
% Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel
com a
% matriz de estados e de dependencia de falhas
if GerEstados == false
Estados = xlsread('Estados.xlsx');
end
% Integracao numerica
[tout, pout] = ode45(@func_ODE,t,p0);
for i = 2:size(Estados,1)
if (Estados(i,C) == 0) % Degradado
prob_deg = prob_deg + pout(:,i);
else % Falha
prob_fal = prob_fal + pout(:,i);
end
end
%{
*-------------------------------------------------------------*
| SIMULACAO COM VALORES FIXOS DE LWO E HWO |
*-------------------------------------------------------------*
%}
if SimWOFixo == true
% Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel
com a
% matriz de estados e de dependencia de falhas
if GerEstados == false
Estados = xlsread('Estados.xlsx');
end
for i = 1:size(Estados,1)
MT(i,i) = -sum(MT(i,:));
end
177
% Integracao numerica
[tout, pout] = ode45(@func_ODE,t,p0);
for i = 2:size(Estados,1)
if (Estados(i,C) == 0) % Degradado
prob_deg = prob_deg + pout(:,i);
else % Falha
prob_fal = prob_fal + pout(:,i);
end
end
%{
*-------------------------------------------------------------*
| SIMULACAO COM VALORES VARIAVEIS DE LWO E HWO |
*-------------------------------------------------------------*
%}
if SimWOVar == true
% Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel
com a
% matriz de estados e de dependencia de falhas
if GerEstados == false
Estados = xlsread('Estados.xlsx');
end
% Gera a MatrizTTR
MatrizTTR = zeros(size(Estados,1));
figure(f);
surf(HWOvar/(365*24),LWOvar/(365*24), ProbFal);
xlabel('HWO MTTR (years)');
ylabel('LWO MTTR (years)');
zlabel('Leakage state probability');
180
f = f+1;
figure(f);
surf(HWOvar/(365*24),LWOvar/(365*24), TPP/24);
xlabel('HWO MTTR (years)');
ylabel('LWO MTTR (years)');
zlabel('Expected well downtime due to repair (days)');
f = f+1;
figure(f);
surf(HWOvar/(365*24),LWOvar/(365*24), NumBO/30);
xlabel('HWO MTTR (years)');
ylabel('LWO MTTR (years)');
zlabel('Expected number of leakages/(year.well)');
f = f+1;
pf = 0;
tpp = 0;
for i = 1:size(NumBO,1)
pf = horzcat(pf,ProbFal(i,:));
tpp = horzcat(tpp,TPP(i,:));
end
pf(1) = [];
tpp(1) = [];
pf_par = 0;
tpp_par = 0;
for i = 1:size(pf,2)
par = true;
for j = 1:size(pf,2)
if i ~= j
if (and(pf(j) < pf(i), tpp(j) < tpp(i)))
par = false;
end
end
end
if (par == true)
pf_par = horzcat(pf_par,pf(i));
tpp_par = horzcat(tpp_par,tpp(i));
end
end
pf_par(1) = [];
tpp_par(1) = [];
figure(f);
scatter(tpp/24, pf,'b.');
hold on;
scatter(tpp_par/24, pf_par,'r*');
legend('Non-optimal points', 'Optimal points');
xlabel('Expected well downtime due to repair (days)');
ylabel('Leakage state probability');
grid on;
f = f+1;
hold off;
181
end
%{
*-------------------------------------------------------------*
| GERADOR DE ESTADOS REORGANIZADOS |
*-------------------------------------------------------------*
%}
if GerEstadosReorg == true
% Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel
com a
% matriz de estados e de dependencia de falhas
if GerEstados == false
Estados = xlsread('Estados.xlsx');
end
EstadosReorg = Estados;
%{
*-------------------------------------------------------------*
| GERADOR DA MATRIZTTF PARA ESTADOS REORGANIZADOS |
*-------------------------------------------------------------*
%}
if GerMatrizTTFReorg == true
% Analogo ao procedimento para geracao da MatrizTTF original
end
TTF(1,2) = FailModes.n(3,1)/FailModes.T(3,1);
TTF(4,2) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1);
TTF(1,3) = FailModes.n(8,1)/FailModes.T(8,1) + ...
FailModes.n(11,1)/FailModes.T(11,1);
TTF(1,4) = FailModes.n(13,1)/FailModes.T(13,1);
TTF(2,4) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1);
TTF(3,4) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1);
TTF(4,5) = FailModes.n(5,1)/FailModes.T(5,1);
TTF(2,6) = FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1);
TTF(3,6) = FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1);
TTF(2,7) = FailModes.n(18,1)/FailModes.T(18,1);
TTF(3,7) = FailModes.n(18,1)/FailModes.T(18,1);
TTF(6,7) = FailModes.n(2,1)/FailModes.T(2,1);
TTF(7,8) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1);
TTF(5,9) = FailModes.n(26,1)/FailModes.T(26,1);
TTF(7,9) = FailModes.n(7,1)/FailModes.T(7,1);
TTF(9,10) = FailModes.n(17,1)/FailModes.T(17,1);
TTF(5,11) = FailModes.n(15,1)/FailModes.T(15,1);
TTF(5,12) = FailModes.n(21,1)/FailModes.T(21,1);
TTF(9,13) = FailModes.n(23,1)/FailModes.T(23,1);
TTF(2,14) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1) + ...
FailModes.n(24,1)/FailModes.T(24,1) + ...
FailModes.n(10,1)/FailModes.T(10,1) + ...
FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1);
TTF(3,14) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1) + ...
FailModes.n(24,1)/FailModes.T(24,1) + ...
FailModes.n(10,1)/FailModes.T(10,1) + ...
FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1);
TTF(4,14) = FailModes.n(4,1)/FailModes.T(4,1);
TTF(5,14) = FailModes.n(4,1)/FailModes.T(4,1) + ...
FailModes.n(25,1)/FailModes.T(25,1) + ...
FailModes.n(14,1)/FailModes.T(14,1) + ...
FailModes.n(20,1)/FailModes.T(20,1) + ...
FailModes.n(27,1)/FailModes.T(27,1);
TTF(6,14) = FailModes.n(1,1)/FailModes.T(1,1) + ...
FailModes.n(29,1)/FailModes.T(29,1);
TTF(7,14) = FailModes.n(6,1)/FailModes.T(6,1);
TTF(8,14) = FailModes.n(31,1)/FailModes.T(31,1);
TTF(9,14) = FailModes.n(6,1)/FailModes.T(6,1) + ...
FailModes.n(25,1)/FailModes.T(25,1) + ...
FailModes.n(16,1)/FailModes.T(16,1) + ...
FailModes.n(22,1)/FailModes.T(22,1) + ...
FailModes.n(27,1)/FailModes.T(27,1);
TTF(10,14) = FailModes.n(28,1)/FailModes.T(28,1);
TTF(11,14) = FailModes.n(28,1)/FailModes.T(28,1);
TTF(12,14) = FailModes.n(32,1)/FailModes.T(32,1);
TTF(13,14) = FailModes.n(32,1)/FailModes.T(32,1);
183
for i = 1:size(EstadosReorg,1)
for j = 1:size(EstadosReorg,1)
% Verifica se o par de estados i, j representa transicao
dif = EstadosReorg(j,:) - EstadosReorg(i,:);
if (sum(dif) == 1) && (sum(ones(1,C) == dif) == 1)
k = find(dif == 1);
MatrizTTFReorg(i,j) = EstadosReorg(i,:)*TTF(:,k);
end
end
end
xlswrite('MatrizTTFReorg.xlsx', MatrizTTFReorg);
end
%{
*-------------------------------------------------------------*
| GERADOR DA MATRIZTTR PARA ESTADOS REORGANIZADOS |
*-------------------------------------------------------------*
%}
if GerMatrizTTRReorg == true
% Analogo ao procedimento para geracao da MatrizTTR original
xlswrite('MatrizTTRReorg.xlsx', MatrizTTRReorg);
end
%{
*-------------------------------------------------------------*
| SIMULACAO COM ESTADOS REORGANIZADOS |
*-------------------------------------------------------------*
%}
if SimEstadosReorg == true
% Se a geracao de estados reorganizados nao foi executada, le
planilha
% de excel com a matriz de estados reorganizados.
if GerEstadosReorg == false
EstadosReorg = xlsread('EstadosReorg.xlsx');
PosEstadoInicial = size(EstadosReorg,1) -
sum(EstadosReorg(:,C));
end
f = f + 1;
end
%{
*-------------------------------------------------------------*
| SIMULACAO DE INCERTEZAS |
*-------------------------------------------------------------*
%}
if SimIncertezas == true
% Controle do Numero aleatorio
rng(random_seed);
TTF(1,2) =
SortFailureRate(FailModes.n(8,1),FailModes.T(8,1))+ ...
SortFailureRate(FailModes.n(11,1),FailModes.T(11,1));
TTF(1,3) =
SortFailureRate(FailModes.n(3,1),FailModes.T(3,1));
TTF(1,4) =
SortFailureRate(FailModes.n(13,1),FailModes.T(13,1));
TTF(2,4) =
SortFailureRate(FailModes.n(12,1),FailModes.T(12,1));
TTF(2,6) =
SortFailureRate(FailModes.n(2,1),FailModes.T(2,1));
TTF(2,10) =
SortFailureRate(FailModes.n(18,1),FailModes.T(18,1));
TTF(2,12) =
SortFailureRate(FailModes.n(19,1),FailModes.T(19,1))+ ...
SortFailureRate(FailModes.n(24,1),FailModes.T(24,1))+...
186
SortFailureRate(FailModes.n(10,1),FailModes.T(10,1))+...
SortFailureRate(FailModes.n(1,1),FailModes.T(1,1));
TTF(3,4) =
SortFailureRate(FailModes.n(12,1),FailModes.T(12,1));
TTF(3,6) =
SortFailureRate(FailModes.n(2,1),FailModes.T(2,1));
TTF(3,10) =
SortFailureRate(FailModes.n(18,1),FailModes.T(18,1));
TTF(3,12) =
SortFailureRate(FailModes.n(19,1),FailModes.T(19,1))+...
SortFailureRate(FailModes.n(24,1),FailModes.T(24,1))+...
SortFailureRate(FailModes.n(10,1),FailModes.T(10,1))+...
SortFailureRate(FailModes.n(1,1),FailModes.T(1,1));
TTF(4,2) =
SortFailureRate(FailModes.n(12,1),FailModes.T(12,1));
TTF(4,5) =
SortFailureRate(FailModes.n(5,1),FailModes.T(5,1));
TTF(4,12) =
SortFailureRate(FailModes.n(4,1),FailModes.T(4,1));
TTF(5,7) =
SortFailureRate(FailModes.n(26,1),FailModes.T(26,1));
TTF(5,8) =
SortFailureRate(FailModes.n(15,1),FailModes.T(15,1));
TTF(5,12) =
SortFailureRate(FailModes.n(4,1),FailModes.T(4,1))+...
SortFailureRate(FailModes.n(25,1),FailModes.T(25,1))+...
SortFailureRate(FailModes.n(14,1),FailModes.T(14,1))+...
SortFailureRate(FailModes.n(20,1),FailModes.T(20,1))+...
SortFailureRate(FailModes.n(27,1),FailModes.T(27,1));
TTF(6,7) =
SortFailureRate(FailModes.n(7,1),FailModes.T(7,1));
TTF(6,12) =
SortFailureRate(FailModes.n(1,1),FailModes.T(1,1))+...
SortFailureRate(FailModes.n(6,1),FailModes.T(6,1));
TTF(7,5) =
SortFailureRate(FailModes.n(26,1),FailModes.T(26,1));
TTF(7,9) =
SortFailureRate(FailModes.n(17,1),FailModes.T(17,1));
TTF(7,12) =
SortFailureRate(FailModes.n(6,1),FailModes.T(6,1))+...
SortFailureRate(FailModes.n(25,1),FailModes.T(25,1))+...
SortFailureRate(FailModes.n(22,1),FailModes.T(22,1))+...
SortFailureRate(FailModes.n(27,1),FailModes.T(27,1));
TTF(8,12) =
SortFailureRate(FailModes.n(28,1),FailModes.T(28,1));
TTF(9,12) =
SortFailureRate(FailModes.n(28,1),FailModes.T(28,1));
187
TTF(10,12) =
SortFailureRate(FailModes.n(9,1),FailModes.T(9,1));
TTF(6,11) =
SortFailureRate(FailModes.n(2,1),FailModes.T(2,1));
TTF(11,7) =
SortFailureRate(FailModes.n(30,1),FailModes.T(30,1));
TTF(11,12) =
SortFailureRate(FailModes.n(1,1),FailModes.T(1,1))+...
SortFailureRate(FailModes.n(29,1),FailModes.T(29,1));
p0 = zeros(size(Estados,1),1);
p0(1,1) = 1;
% Integracao numerica
[tout, pout] = ode45(@func_ODE,t,p0);
%{
*-------------------------------------------------------------*
| TEMPO DE PERMANENCIA POR ESTADO |
*-------------------------------------------------------------*
%}
if TempoPerm == true
% Se a geracao de estados nao foi executada, le planilha de excel
com a
% matriz de estados e de dependencia de falhas
if GerEstados == false
Estados = xlsread('Estados.xlsx');
end
Pc(i,j) = R(i,j)/r;
end
end
end
% Parametros da simulacao
k = 0;
dif = 1.0;
eps = 1.0E-5;
yek = exp(-r*T);
ygk = 1 - yek;
A = Pc;
B = ygk*eye(N);
soma = ygk;
M_T = B/r;
end
if AnImport == true
end
end
% RRP
for mf = 1:size(FailModes.id,1)
% Ajusta os parametros modificados da simulacao anterior
if (mf > 1)
FailModes.n(mf-1,1) = prev_n;
end
TTF(4,5) = FailModes.n(5,1)/FailModes.T(5,1);
TTF(4,12) = FailModes.n(4,1)/FailModes.T(4,1);
TTF(5,7) = FailModes.n(26,1)/FailModes.T(26,1);
TTF(5,8) = FailModes.n(15,1)/FailModes.T(15,1);
TTF(5,12) = FailModes.n(4,1)/FailModes.T(4,1)+...
FailModes.n(25,1)/FailModes.T(25,1)+...
FailModes.n(14,1)/FailModes.T(14,1)+...
FailModes.n(20,1)/FailModes.T(20,1)+...
FailModes.n(27,1)/FailModes.T(27,1);
TTF(6,7) = FailModes.n(7,1)/FailModes.T(7,1);
TTF(6,12) = FailModes.n(1,1)/FailModes.T(1,1)+...
FailModes.n(6,1)/FailModes.T(6,1);
TTF(7,5) = FailModes.n(26,1)/FailModes.T(26,1);
TTF(7,9) = FailModes.n(17,1)/FailModes.T(17,1);
TTF(7,12) = FailModes.n(6,1)/FailModes.T(6,1)+...
FailModes.n(25,1)/FailModes.T(25,1)+...
FailModes.n(22,1)/FailModes.T(22,1)+...
FailModes.n(27,1)/FailModes.T(27,1);
TTF(8,12) = FailModes.n(28,1)/FailModes.T(28,1);
TTF(9,12) = FailModes.n(28,1)/FailModes.T(28,1);
TTF(10,12) = FailModes.n(9,1)/FailModes.T(9,1);
for i = 1:size(Estados,1)
for j = 1:size(Estados,1)
% Verifica se o par de estados i, j representa
transicao
dif = Estados(j,:) - Estados(i,:);
if (sum(dif) == 1) && (sum(ones(1,C) == dif) == 1)
k = find(dif == 1);
MatrizTTF(i,j) = Estados(i,:)*TTF(:,k);
end
end
end
MT = MatrizTTF;
for i = 1:size(Estados,1)
MT(i,i) = -sum(MT(i,:));
end
p0 = zeros(size(Estados,1),1);
p0(1,1) = 1;
[tout, pout] = ode45(@func_ODE,t,p0);
prob_fal = 0;
for i = 1:size(Estados,1)
if (Estados(i,C) == 1)
prob_fal = prob_fal + pout(size(t,2),i);
end
end
% RAP
for mf = 1:1:size(FailModes.id,1)
% Ajusta os parametros modificados da simulacao anterior
if (mf > 1)
FailModes.n(mf-1,1) = prev_n;
FailModes.T(mf-1,1) = prev_T;
end
192
TTF(1,2) = FailModes.n(3,1)/FailModes.T(3,1);
TTF(4,2) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1);
TTF(1,3) = FailModes.n(8,1)/FailModes.T(8,1) + ...
FailModes.n(11,1)/FailModes.T(11,1);
TTF(1,4) = FailModes.n(13,1)/FailModes.T(13,1);
TTF(2,4) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1);
TTF(3,4) = FailModes.n(12,1)/FailModes.T(12,1);
TTF(4,5) = FailModes.n(5,1)/FailModes.T(5,1);
TTF(2,6) = FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1);
TTF(3,6) = FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1);
TTF(2,7) = FailModes.n(18,1)/FailModes.T(18,1);
TTF(3,7) = FailModes.n(18,1)/FailModes.T(18,1);
TTF(6,7) = FailModes.n(2,1)/FailModes.T(2,1);
TTF(7,8) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1);
TTF(5,9) = FailModes.n(26,1)/FailModes.T(26,1);
TTF(7,9) = FailModes.n(7,1)/FailModes.T(7,1);
TTF(9,10) = FailModes.n(17,1)/FailModes.T(17,1);
TTF(5,11) = FailModes.n(15,1)/FailModes.T(15,1);
TTF(5,12) = FailModes.n(21,1)/FailModes.T(21,1);
TTF(9,13) = FailModes.n(23,1)/FailModes.T(23,1);
TTF(2,14) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1) + ...
FailModes.n(24,1)/FailModes.T(24,1) + ...
FailModes.n(10,1)/FailModes.T(10,1) + ...
FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1);
TTF(3,14) = FailModes.n(19,1)/FailModes.T(19,1) + ...
FailModes.n(24,1)/FailModes.T(24,1) + ...
FailModes.n(10,1)/FailModes.T(10,1) + ...
FailModes.n(30,1)/FailModes.T(30,1);
TTF(4,14) = FailModes.n(4,1)/FailModes.T(4,1);
TTF(5,14) = FailModes.n(4,1)/FailModes.T(4,1) + ...
FailModes.n(25,1)/FailModes.T(25,1) + ...
FailModes.n(14,1)/FailModes.T(14,1) + ...
FailModes.n(20,1)/FailModes.T(20,1) + ...
FailModes.n(27,1)/FailModes.T(27,1);
TTF(6,14) = FailModes.n(1,1)/FailModes.T(1,1) + ...
FailModes.n(29,1)/FailModes.T(29,1);
TTF(7,14) = FailModes.n(6,1)/FailModes.T(6,1);
TTF(8,14) = FailModes.n(31,1)/FailModes.T(31,1);
TTF(9,14) = FailModes.n(6,1)/FailModes.T(6,1) + ...
FailModes.n(25,1)/FailModes.T(25,1) + ...
FailModes.n(16,1)/FailModes.T(16,1) + ...
FailModes.n(22,1)/FailModes.T(22,1) + ...
FailModes.n(27,1)/FailModes.T(27,1);
TTF(10,14) = FailModes.n(28,1)/FailModes.T(28,1);
193
TTF(11,14) = FailModes.n(28,1)/FailModes.T(28,1);
TTF(12,14) = FailModes.n(32,1)/FailModes.T(32,1);
TTF(13,14) = FailModes.n(32,1)/FailModes.T(32,1);
for i = 1:size(Estados,1)
for j = 1:size(Estados,1)
% Verifica se o par de estados i, j representa
transicao
dif = Estados(j,:) - Estados(i,:);
if (sum(dif) == 1) && (sum(ones(1,C) == dif) == 1)
k = find(dif == 1);
MatrizTTF(i,j) = Estados(i,:)*TTF(:,k);
end
end
end
MT = MatrizTTF;
for i = 1:size(Estados,1)
MT(i,i) = -sum(MT(i,:));
end
p0 = zeros(size(Estados,1),1);
p0(1,1) = 1;
[tout, pout] = ode23s(@func_ODE,t,p0);
prob_fal = 0;
for i = 1:size(Estados,1)
if (Estados(i,C) == 1)
prob_fal = prob_fal + pout(size(t,2),i);
end
end
% Atualiza a estrutura que armazena o RAP
FailModes.RAP(mf,1) = prob_fal;
end
FailModes.T = str2num(cell2mat(raw(:,4)));
function x = SortFailureRate(N, T)
%{
Funcao para sortear taxa de falhas com base na distribuicao chi2,
onde:
N = Numero de falhas
T = Tempo acumulado de operacao
%}
p = rand();
x = chi2inv(p,2*N)/(2*T);
end
195
ESTADO 1 2a 2b 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
2 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
4 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
5 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
6 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
7 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
8 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
9 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
10 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
11 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
12 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
13 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
14 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
15 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
16 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
17 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
18 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
19 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
20 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
21 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
22 1 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
23 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
24 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0
25 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
26 1 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0
27 1 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0
28 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1
29 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
30 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
31 1 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
32 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
33 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0
34 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
35 1 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0
36 1 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0
37 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1
38 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0
196
39 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0
40 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0
41 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
42 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
43 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
44 1 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0
45 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
46 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0
47 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
48 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0
49 1 1 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0
50 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1
51 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
52 1 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0
53 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0
54 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0
55 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0
56 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
57 1 1 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0
58 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
59 1 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0
60 1 1 0 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0
61 1 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1
62 1 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0
63 1 1 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0
64 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1
65 1 1 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0
66 1 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1
67 1 1 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0
68 1 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0
69 1 1 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1
70 1 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
71 1 0 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0
72 1 0 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0
73 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0
74 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0
75 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
76 1 0 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0
77 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
78 1 0 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0
79 1 0 1 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0
80 1 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1
81 1 0 1 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0
82 1 0 1 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0
83 1 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1
197
84 1 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0
85 1 0 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1
86 1 0 1 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0
87 1 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0
88 1 0 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1
89 1 0 0 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0
90 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0
91 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0
92 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0
93 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 1
94 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0
95 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 1
96 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1
97 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
98 1 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0
99 1 1 1 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0
100 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0
101 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0
102 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
103 1 1 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0
104 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
105 1 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0
106 1 1 1 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0
107 1 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1
108 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0
109 1 1 1 0 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0
110 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1
111 1 1 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 0 0
112 1 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 1
113 1 1 1 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0
114 1 1 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 1 0
115 1 1 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1
116 1 1 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0
117 1 1 0 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0
118 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0
119 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 1 0 0
120 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1
121 1 1 0 1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0
122 1 1 0 1 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0
123 1 1 0 1 1 0 1 0 0 0 1 0 0 0
124 1 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 1 0 0
125 1 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 1
126 1 1 0 1 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0
127 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0 1 0 0 0
128 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0
198
129 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 1 0
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846 1 1 0 1 1 0 1 0 1 1 1 1 0 1
847 1 1 0 1 1 0 1 0 1 1 1 0 1 1
848 1 1 0 1 1 0 1 0 1 1 0 1 1 1
214
849 1 1 0 1 1 0 1 0 1 0 1 1 1 1
850 1 1 0 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1
851 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1 1
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853 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0
854 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0
855 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1
856 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0
857 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0
858 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 1
859 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0
860 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 1
861 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1
862 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1
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864 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 0
865 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1
866 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 0
867 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 0 1
868 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 1
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870 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1
871 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0 1 1
872 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0 0 1 1 1
873 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 0
874 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 0 1
875 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1
876 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1 1 1
877 1 0 1 1 1 1 0 0 1 0 1 1 1 1
878 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0
879 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0
880 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1
881 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 0
882 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 0 1
883 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1
884 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0
885 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 0 1
886 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1
887 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 1
888 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 0
889 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 0 1
890 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1 1 0 1 1
891 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1 1 1
892 1 0 1 1 1 0 1 0 1 0 1 1 1 1
893 1 0 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1
215
894 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1 1
895 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0
896 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0
897 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0
898 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1
899 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0
900 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0
901 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 1
902 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0
903 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 1
904 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1
905 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1
906 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0
907 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 0
908 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1
909 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 0
910 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 0 1
911 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 1
912 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 0
913 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1
914 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0 1 1
915 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 1 1 1
916 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 0
917 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 0 1
918 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1
919 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 0 1 1 1
920 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 1 1 1 1
921 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0
922 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0
923 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1
924 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 0
925 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 0 1
926 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1
927 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0
928 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 0 1
929 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1
930 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 1
931 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 0
932 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 0 1
933 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 0 1 1
934 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1 1 1
935 1 1 1 1 1 0 1 0 1 0 1 1 1 1
936 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1
937 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 0 1 1
938 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0
216
939 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0
940 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1
941 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0
942 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1
943 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1
944 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0
945 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1
946 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1
947 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1
948 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0
949 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1
950 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1
951 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1
952 1 1 0 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1
953 1 1 0 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1
954 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0
955 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1
956 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1
957 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1
958 1 1 0 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1
959 1 1 0 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1
960 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0
961 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0
962 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1
963 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0
964 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1
965 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1
966 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0
967 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1
968 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1
969 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1
970 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0
971 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1
972 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1
973 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1
974 1 0 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1
975 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1
976 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0
977 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1
978 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1
979 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1
980 1 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1
981 1 0 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1
982 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0
983 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0
217
984 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1
985 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0
986 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1
987 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1
988 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0
989 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1
990 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1
991 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1
992 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0
993 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1
994 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1
995 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1
996 1 1 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1
997 1 1 1 1 1 1 0 0 1 1 1 1 1 1
998 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0
999 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1
1000 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1
1001 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1
1002 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1
1003 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1
1004 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0
1005 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1
1006 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1
1007 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1
1008 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1
1009 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1
1010 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1
1011 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0
1012 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1
1013 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1
1014 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1
1015 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1
1016 1 0 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1
1017 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1
1018 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0
1019 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1
1020 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1
1021 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1
1022 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1
1023 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1
1024 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1
1025 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1026 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1027 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
218
Taxa de
Número Tempo Operacional
Modo de Falha Falha
de Falhas Acumulado (hours)
(hora-1)
1 AIV1 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08
2 AIV1 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08
3 AIV2 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08
4 AIV2 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08
5 GLV – VCA 44 7.39E+08 5.95E-08
6 M1 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08
7 M1 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08
8 M2 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08
9 M2 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08
10 PACKER – VCA 35 1.59E+08 2.20E-07
11 Bloco da BAP – VE 2 6.67E+08 3.00E-09
12 Rev. de Prod. – VE 1 1.22E+07 8.20E-08
13 COP acima da DHSV
47 1.47E+09 3.20E-08
– VCA
14 COP abaixo da DHSV
231 1.47E+09 1.57E-07
– VCA
15 DHSV – VPF + FNF 150 3.71E+07 4.04E-06
16 S1 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08
17 S1 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08
18 S2 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08
19 S2 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08
20 Selo do TH – VPF +
1 1.10E+07 9.09E-08
FNF
21 Anel VX – VE 2 2.22E+07 9.01E-08
22 W1 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08
23 W1 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08
24 W2 – VE 1 1.00E+08 1.00E-08
25 W2 – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08
26 Bloco do SCPS – VE 4 8.00E+06 5.00E-07
27 XO – VE 1 1.00E+08 1.00E-08
28 XO – VPF + FNF 9 1.00E+08 9.00E-08
29 Bloco da ANM – VE 2 6.67E+06 3.00E-07
30 Tree Cap – VE 6 1.54E+07 3.90E-07
31 Conector BAP e
2 6,67E+06 3.00E-07
ANM – VE
32 Linhas de Produção
4 2,58E+07 1,55E-07
ou Anular - VE