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REGIONAL CATALÃO
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE ENGENHARIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CATALÃO - GO
FEVEREIRO/2018
ALEX RODRIGUES DE SOUSA
CATALÃO – GO
FEVEREIRO/2018
Alex Rodrigues de Sousa
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Profº. Dr. Henrique Senna Diniz Pinto
Universidade Federal de Goiás – UFG
_________________________________________
Profº. Me. Paulo Elias Carneiro Pereira
Universidade Federal de Goiás – UFG
_________________________________________
Profº. Renato de Paula Araújo
Universidade Federal de Goiás – UFG
Aprovado em ___/___/___
À minha família e amigos, por
todo apoio, carinho e
companheirismo.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, por sempre estar ao meu lado me permitindo chegar
até aqui, pelas lutas e vitórias conquistadas, pelos empecilhos enfrentados e superados, por toda
sabedoria e conhecimentos adquiridos.
Agradeço enormemente aos meus pais, José Ferreira Sousa e Ana Célia Rodrigues
Sousa, e meu irmão, Alexandre Rodrigues Sousa, que sempre estiveram presentes em minha
jornada até aqui, por toda e qualquer tipo de ajuda em minha vida e, especialmente, na formação
acadêmica, sempre sendo verdadeiros portos-seguros neste caminho.
Todo amor do mundo e um grande obrigado a minha noiva Érika, que sempre ao meu
lado tornou minha graduação mais agradável, por sempre ter me apoiado nos estudos, por
entender todas as minhas ausências, e além de tudo por ser a minha grande amiga e companheira
de jornada.
Agradeço imensamente ao Professor Dr. Henrique Senna Diniz Pinto, pela
disponibilidade, paciência, orientação e ensinamentos tanto neste trabalho como no decorrer do
curso.
Aos meus amigos e colegas de faculdade, por todo o companheirismo, apoio e os
momentos felizes que passamos juntos.
Enfim a todos que me ajudaram nesta etapa, muito obrigado!
RESUMO
In the rock blasting, in the course of the rock drilling stage, undesired deviations occur,
influencing the expected results, which can happen in a dismantled material outside the desired
specifications. Based on this, the purpose of the present study was to investigate the causes of
drilling diversions, whose origin is linked to several factors, some of which can easily be
corrected, such as: lack of operator attention, error positioning of drilling equipment, marking
errors, among others. It is also important to highlight that the consequences of drilling
diversions are diverse, being the most important are: reduction of blasting efficiency, generation
of material out of the required specifications, secondary blasting, increase in dilution. In order
to reach the objectives in question, a review of the relevant concepts for the approach of the
theme was carried out and case studies on drilling deviations were presented, emphasizing the
results and conclusions obtained by authors. From this work, it is concluded that the necessity
of the control of the deviations of the holes, in the step of rock removal, is essential in order to
minimize the extra costs generated from drilling errors, as well as obtaining better gains during
the process.
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 14
2. OBJETIVOS......................................................................................................................... 15
2.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................................15
3. JUSTIFICATIVA..................................................................................................................16
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................ .17
4.1 PERFURAÇÃO...............................................................................................................17
4.2.4 Perfuratrizes De Furo-Abaixo Ou Martelo De Fundo De Furo (Down The Hole – Dth)
........................................................................................................................................... 24
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 63
REFERÊNCIAS……………………………………………………………………................65
14
1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVOS
3. JUSTIFICATIVA
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 PERFURAÇÃO
São aquelas que possuem dois sistemas de acionamento básicos, rotação e percussão
(mesmo sendo nomeada somente como percussiva). Essas duas forças são transmitidas por
meio da haste para a coroa de perfuração. Esta perfuratriz é acionada pneumaticamente ou
hidraulicamente (RICARDO; CATALANI, 2007).
18
Por tricone: Consiste de um sistema que inclui uma ferramenta composta por 3 cones,
dotados com dentes de aço ou botões de tungstênio (Figura 4). As brocas tricônicas
rodam em conformidade com o impulso e a rotação da máquina. O tipo de broca
tricônica que será empregada é definido pelo tipo de rocha que irá perfurar, sendo muito
semelhante à das coroas, o tamanho do dente irá diminuir com maior velocidade rocha
é mais duras. O tricone geralmente é utilizado para furos de grande profundidade
(CABRERO, 2016).
perfuratriz (JIMENO, et al., 2017). A força de avanço sobre a superfície da rocha é fornecida
por um motor de avanço, que é escolhido com base no tipo de rocha e diâmetro de perfuração.
A limpeza de detritos de dentro do furo é fundamental para que esse tipo de perfuratriz continue
a operação de perfuração, para tal a mesma pode fazer a limpeza do furo por meio de um fluido,
que seja ar, quer seja água, sendo injetado por meio de um orifício central (RICARDO;
CATALANI, 2007). (Figura 5).
4.2.4 Perfuratrizes de furo-abaixo ou martelo de fundo de furo (Down The Hole – DTH)
4.3 AVANÇO
Geraldi (2011) afirma que “o mecanismo responsável pelo esforço sobre a coluna de
seccionados ou sobre a haste como avanço, diz respeito ao esforço necessário sobre a perfuratriz
para que ocorra o correto desenvolvimento da perfuração”.
Existem três tipos de avanços empregados em trabalhos que ocorrem á céu aberto:
parafuso, corrente e pneumático. No avanço pneumático o acionamento ocorre por ar
comprimido, no avanço por corrente o esforço é realizado mecanicamente por uma corrente e
no avanço por parafuso o esforço é realizado por intermédio por um longo parafuso (JIMENO,
et al., 2017).
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Uma corrente é responsável pela geração do esforço mecânico sobre a perfuratriz, sendo
a pressão em seguida transmitida à broca e em seguida à rocha. Embora não apresente uma
perfuração muito exata com relação à direção, é um sistema robusto e de fácil manutenção. A
produção do avanço de corrente varia em função da velocidade de perfuração, sendo que para
rochas mais brandas, maior será a velocidade de perfuração (RICARDO; CATALANI, 2007;
CABRERO, 2016).
Para Jimeno et al. (2017) um longo parafuso gera o esforço mecânico sobre a perfuratriz,
que substitui a corrente do avanço de corrente, A perfuratriz é prendida a uma placa deslizante
por meio de parafusos, que atura ser deslocada ao longo da estrutura, subindo ou descendo. O
sistema de deslocamento é acionado por um motor que faz o parafuso girar, movendo a placa
deslizante no sentindo de subir ou descer, exerce um esforço sobre a perfuratriz ocasionando o
avanço. Geraldi (2011) diz que o sistema apresenta a vantagem de possuir uma maior rapidez
na perfuração e uma vida útil do parafuso de cerca de 50 mil metros de perfuração. Já uma
desvantagem apontada no avanço de parafuso, é a sua estrutura de suporte, que é composta de
liga de alumínio que é facilmente danificada por choques, e quando sofre danos o parafuso
deverá ser substituído.
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Profundidade
Maior que 60 m. Menor que 20 m. Maior que 60 m.
Assim como a relevância dos equipamentos, devemos levar em conta a importância das
ferramentas na etapa de perfuração. Assim, podemos dizer que na visão dos autores Ricardo e
Catalani (2007) “as brocas são de dois tipos distintos e transmitem à rocha os esforços criados
na perfuratriz. Através de sua extremidade cortante é feito o avanço efetivo na rocha”.
Brocas integrais ou monobloco: A broca integral é aquela que é formada por uma
única peça constituinte. Com a primeira, quando totalmente inserida, chega-se a certa
profundidade; para a operação de perfuração continuar deve-se trocar a broca inicial por
outra, de maior extensão. Como é utilizada nos marteletes e perfuratrizes manuais, a
nova broca introduzida não deverá ter extensão além de certa dimensão, evitando-se que
a perfuratriz atinja altura muito elevada quando comparada à posição do trabalho do
operador (GERALDI, 2011).
Brocas de extensão: São indicadas para execução de furos mais profundos, neste tipo
obtêm-se, pela adição de partes de aço rosqueados, de maiores dimensões e
profundidade de furo. Os tubos são rosqueados com o intuito de se aumentar a extensão
da perfuração, por meio de luvas onde o comprimento almejado é alcançado através de
uma série de tubos (JIMENO, et al., 2017).
São constituídas por quatro partes, o punho, colar, haste e coroa (Figura 8). O punho é
a extremidade da broca que emboca e se encaixa no mandril da perfuratriz. É responsável por
transmitir o movimento de percussão e rotação. A rocha a ser fragmentada recebe os esforços
produzidos pelo pistão, transmitindo-os a haste. O colar limita a extensão da broca que adentra
na perfuratriz e tem diâmetro maior que o punho e a bucha do mandril (CABRERO, 2016).
De acordo com Mota (2011) a haste é o meio de transmissão de energia percussiva e
rotativa do pistão a coroa. Possui comprimento modulado, isto é, cada um admite atingir a cota
máxima, determinada, de perfuração. Para a continuidade da perfuração será necessário trocar
a broca, por outra de maiores dimensões, superando um determinado acréscimo da anterior. E
assim consecutivamente.
Na coroa temos a pastilha, constituída de um metal duro de cobalto e carboneto de
tungstênio, material de dureza superior à da rocha. É a pastilha que produz o avanço da
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perfuração. Encontra-se também na coroa o furo, através do qual sai o ar ou agua do sistema de
limpeza (RIBEIRO, 2016).
Segundo Ricardo e Catalani (2007):
Essa redução é gradual, iniciando-se das brocas mais curtas para as mais compridas.
Assim as mais compridas tem diâmetro inferior ao das mais curtas. A redução,
constante, é de 1 mm de uma broca para outra. Como a coroa se desgasta com o avanço
da perfuração, pode-se compreender o motivo da redução do diâmetro. Quando se
passa para a broca seguinte, de maior comprimento, que terá de seguir o furo a partir
da profundidade atingida pela anterior, é necessário que essa nova broca possa girar
no furo e não ficar travada, o que ocorreria caso seu diâmetro fosse maior que i
diâmetro do furo no nível atingido pela broca anterior.
São definidas como sendo as que permitem ter seu comprimento acrescentado pela
adição de hastes. Diferem então das brocas integrais, que necessitam de substituir as mais curtas
pelas mais longas. A broca de extensão permite a adição de hastes sem a necessidade de retirar
a broca completa de dentro do furo; sendo que para realizar tal adição é só acrescentar uma
nova haste, rosqueada na última do conjunto já embutido no furo, e continuar com a perfuração
(GERALDI, 2011).
O surgimento das brocas de extensão proporcionou o aumento da profundidade das
perfurações e ainda o seu diâmetro. Para elucidar essa afirmação, as perfuratrizes de furo-abaixo
conseguem chegar a 30 m ou mais de profundidade e é comum o emprego de diâmetros de 3”
(76 mm), 4” (120 mm) e maiores. As brocas integrais têm sua extensão máxima limitada a 6,40
m, sendo o diâmetro associado a esse comprimento de 33 mm. Esses tipos de brocas são muito
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utilizados nas perfuratrizes percurcisso-rotativas, ou seja, de maior potência e que por isso
permitem que se atinjam profundidades maiores e diâmetros maiores de perfuração (SILVA,
2009).
De acordo com Galiza (2013), admitindo-se como broca de extensão o conjunto de
elementos que saem do mandril da perfuratriz e reduz a superfície da rocha no nível já atingido
pela perfuração, observar as seguintes partes distintas: punho; haste; luva de acoplamento;
coroa ou bit. (Figura 9).
Segundo Ricardo e Catalani (2007), as hastes vendidas hoje em dia no mercado saem
de duas formas: cilíndrica ou hexagonal. Quando as operações acontecem a céu aberto são
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As causas e as consequências dos desvios dos furos são de suma relevância para a face
de perfuração, uma vez que estes desvios devem ser monitorados através de equipamentos,
como citado anteriormente.
Dito isto, as causas de desvios mais recorrentes encontradas na operação de perfuração
de rocha são as seguintes: erros de marcação no posicionamento dos furos, erros de
emboquilhamento, erros de alinhamento da direção e inclinação dos furos, erros por flexão das
hastes nos furos, erros de profundidade e furos engastados, conforme apresentado na Figura 11.
Esses erros acabam por resultar em desvios da direção do furo, ocorrem geralmente durante a
perfuração, e vão depender de fatores ligados a características da rocha, do equipamento usado,
bem como dos cuidados no proceder da operação (RIBEIRO, 2016).
Quadro 4. Breve síntese sobre o erro de direção e/ou inclinação: descrição, causas e medidas corretivas.
Medidas corretivas
Erro Descrição Causas
ou de minimização
A direção do furo não Dever-se-á avaliar os
está de acordo com o instrumentos de
Direção
ângulo controlo e
previamente definido. monitorização
dos equipamentos de
perfuração. Verificar
os
tipos de dispositivos,
Estes tipos de erros
os parâmetros e a
estão diretamente
fiabilidade. No
ligados com os
caso dos equipamentos
dispositivos de
mais antigos, com
A inclinação do furo controlo e
dispositivos
não está de acordo com monitorização que o
Inclinação limitados, dever-se-á
o ângulo equipamento
ser rigoroso em relação
previamente definido. de perfuração dispõe.
ao posicionamento
do carro e
consequentemente da
coluna,
de forma a minimizar
ao máximo os erros de
direção
e inclinação.
Fonte: RAMOS (2008).
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Quadro 5. Breve síntese sobre o erro de comprimento/cota do furo: descrição, causas e medidas
corretivas.
Medidas corretivas
Erro Descrição Causas
ou de minimização
Caso o equipamento
de perfuração
possua um sistema
de controle de cotas,
este tipo de erros
deixa de existir.
Estes tipos de erros
Caso o equipamento
podem estar
possua dispositivo
diretamente ligados
de controlo de
com os dispositivos
comprimento do
de controlo e
O comprimento do furo, dever-se-á ter
monitorização que o
furo e/ou a cota em consideração o
equipamento de
atingida pelo furo relevo da superfície
perfuração dispõe,
Profundidade não da bancada que se
assim como podem
está de acordo com pretende desmontar
ser gerados pela
o previamente para definir com
influencia de
definido. rigor o comprimento
desvios de
com que
perfuração
cada furo deve ser
e/ou outros erros
executado. Nestes
como direção e/ou
casos, a utilização
inclinação
de uma corda
esticada e nivelada
poderá facilitar a
definição
do comprimento de
cada furo.
Fonte: RAMOS (2008).
De acordo com Galiza (2013), há uma grande relação entre os parâmetros de desmonte
(diâmetro, espaçamento, afastamento, tamanho do tampão, inclinação) e sua eficiência. Sempre
que surgirem desvios nas perfurações, os mesmos modificaram os parâmetros do desmonte, o
que vai afetar a eficiência do desmonte. A qualidade do desmonte de rocha pode ser aumentada,
desde que os parâmetros do mesmo possam ser controlados e padronizados, porém é preciso
saber que a perfuração é o processo inicial, sobre o qual dependerá a eficiência do desmonte.
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Os impactos gerados a partir dos desvios de furos podem refletir principalmente no ciclo
de produção da mina, especificamente no carregamento, transporte e na usina de tratamento de
minério. Isso seria resultado do material fora das especificações requeridas que podem aparecer
por consequência da fraca fragmentação obtida no desmonte. Os desvios de perfuração acabam
por gerar problemas, podendo ser listados como os principais: necessidade de se realizar uma
segunda perfuração, perdas das hastes de perfuração e acessórios, aumento na diluição,
diminuição das receitas de minério, maior consumo de explosivos, tempos perdidos e atrasos
nas operações de produção da mina (ADEBAYO; AKANDE, 2015).
Na medida em que o desvio das perfurações vai se tornando maior devido à falta de
alinhamento e maior distância no fundo do furo entre as perfurações, o tamanho do material
resultante da fragmentação tornar-se menor, o que produz o ultralançamento (lançamento
excessivo e indesejado de material). O que resulta no aumento de custos extras na etapa de
perfuração. Os fragmentos de rocha são gerados pelas anomalias produzidas durante a
perfuração (desvios) e a etapa do desmonte, essas anomalias permitem a movimentação de
gases por meio das áreas mais frágeis, o que permite que possam sair com maior facilidade
através dos furos. A fragmentação obtida é de suma importância, visto que afeta as operações
seguintes na mina devido aos excessos de tamanhos que podem ser conseguidos, além de
aumentar os custos de desmonte e perfuração devido aos desvios que podem ocorrer (NIEBLE,
2017; RAYNA et al. 2015).
Os desvios de perfuração acabam por resultar em irregularidades na malha de perfuração
(sendo menores ou maiores). O que se traduz em uma fragmentação pobre da rocha, bem como
acaba gerando vibrações excessivas em direção ao maciço rochoso. Um desvio, até mesmo um
pequeno, pode resultar em grandes impactos no poder de fragmentação de um explosivo, por
exemplo, para um furo deslocado a 0,4 m da sua posição planejada, pode diminuir a força do
explosivo em cerca de 28%. Assim sendo, é necessária boa atenção aos desvios, uma vez que,
além de reduzir o progresso esperado, eles acabam por afetar a massa de rocha desmontada
após a coluna de explosivo ser iniciada nos furos, isso eventualmente cria distúrbios no
ambiente (DURÁN; ESCOBAR, 2017).
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Para que o resultado do desmonte de rocha com explosivos seja eficiente, é necessário,
acima de tudo, que a perfuração seja executada com os parâmetros pretendidos, tendo
sempre em atenção a direção, inclinação e profundidade dos furos. Só desta forma se
conseguirão resultados finais eficientes, com vista ao aumento da produtividade e à
redução de custos em todo o processo (perfuração, carga de explosivos, acessórios de
detonação, fragmentação secundária, carga e transporte do material e sector da
britagem).
Assim, segundo Ribeiro (2016) existem diversas medidas para se conseguir uma boa
qualidade de alinhamento da perfuração, como pode ser visto abaixo:
O equipamento adequado de perfuração que seja o ideal para as condições do maciço
rochoso e de trabalho. O desgaste do equipamento deverá ser monitorado com
frequência;
O maquinário responsável pela perfuração deverá estar em plenas condições de
conservação de forma a garantir a funcionalidade e estabilidade do conjunto de
perfuração (equipamento, haste e bit), folgas e desgastes anormais nas articulações
deveram ser evitados. É muito importante garantir a rigidez da coluna de perfuração;
O emboquilhamento do furo bem como a precisão na colocação da coluna de perfuração,
deve ocorrer em local correto, devendo ocorrer de forma estável e apoiada o mais
possível no solo;
A operação de alinhamento deverá ocorrer de maneira cuidadosa. O operador do
equipamento quer esteja no solo, ou esteja instalado na cabine, deverá ter sempre boas
condições de visibilidade;
Mesmo com todo automatismo existente dos equipamentos de perfuração, é
indispensável que o operador fique sempre atento de forma a procurar detectar e corrigir
qualquer anomalia que surja no decorrer da etapa de perfuração;
Acertada combinação dos parâmetros do avanço, rotação, percussão e limpeza. No
decurso da operação de emboquilhamento todos estes parâmetros são usualmente
reduzidos, todavia os equipamentos têm dispositivos automáticos que possibilitam o
emboquilhamento em condições adequadas;
O melhor conhecimento possível da profundidade de perfuração;
O fator humano nesta atividade de perfuração é muito importante, visto que essa
atividade necessita de precisão, e é especialmente importante à perícia e atenção do
operador. Um erro resultante de incompetência não é passível de correção futura.
O laser profile é um equipamento que permite ser operado remotamente, sendo que o
mesmo consiste basicamente de um teodolito a laser dotado de um medidor de
distância a laser com um codificador de ângulos horizontais e verticais. Admitindo a
pesquisa de faces de bancada em locais de difícil acesso a uma distância de até 1000
metros, com precisão de 5 cm.
perfuração que se quer realizar na rocha é capaz de fornecer o volume de rocha e avalia
automaticamente a melhor posição e profundidade de cada furo e a quantidade de explosivo
necessária (MOTA, 2011).
A modelagem (perfilagem) da bancada é realizada pela coleta de pontos na face da
bancada, de maneira que essa expresse com exatidão feições dessa face como: o perfil da face
da rocha em diferentes planos verticais, repés remanescentes fraturas, sobreescavações, a crista
e demais ocorrências e os marcos laterais que delimitam a porção do maciço a ser fragmentada.
Esse equipamento realizada a captura dos pontos da face em distâncias menores que 1 m
(ALBUQUERQUE, 2010).
O tripé contendo o laser deverá ser posicionado de preferência no centro da banca a ser
desmontada. Os furos são apontados topograficamente por meio de uma vara com refletor, com
o propósito de medir a distância ao laser e se conhecer com precisão o local onde estará cada
ponto. Os pontos de leitura têm a seguinte sequência: de cima para baixo e da esquerda para a
direita. A resolução varia entre 0,6 m a 2 m sensivelmente. Concluída a leitura da frente,
executa-se o tratamento dos dados para verificar se a disposição e inclinação dos furos é a ótima
em relação à frente livre. Quando necessário, alterações poderão ser realizadas na posição do
emboquilhamento e inclinação do furo (GALIZA, 2013).
Segundo Correia (2011), “o laser profile permite também o conhecimento sobre a
direção e a profundidade dos furos, bem como a possibilidade de se recalcular as cargas com
base na posição real dos furos”. Desta forma é possível obter as seguintes vantagens:
diminuição de custo com explosivo, melhores faces geradas dos bancos, fragmentação
adequada, redução no número de fogachos de grandes blocos, redução de acidentes com
fragmentos de rocha lançados à distância.
A utilização desse equipamento permite ainda a empresas de mineração, obtenção de
vantagens como: a formação de paredes remanescentes menos danificadas, flexibilidade e
praticidade para projetar furos com múltiplos valores de ângulos, melhor conhecimento para
projetar o posicionamento dos furos em relação à face livre, alcance de resultados dos
desmontes mais homogêneos e conforme o planejado. A Figura 13 mostra o procedimento de
marcação do alinhamento da primeira fiada de furos anteriormente a execução da perfuração
na parte superior da bancada com o uso de dois marcadores, os mesmos são designados como
A e B, colocados em locais opostos (RIBEIRO, 2016).
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Nesta seção, serão descritos diferentes artigos e teses, sendo que a interpretação destes
autores, são notáveis na bibliografia consultada. Os trabalhos a serem abordados estão
apresentados a baixo.
Conforme o artigo publicado por Galiza et al. na Revista Ingenium no ano de 2011, ao
qual se dedicaram a estudar numa perspectiva interdisciplinar e integrativa, qual é a importância
das características geológico, geotécnica e geomecânica dos maciços rochosos da Pedreira de
Serdedelo, localizada nos arredores de Ponte de Lima, Portugal. O estudo focou em como esses
parâmetros interagem entre si e de que forma eles irão contribuir para a geração dos desvios de
perfuração; e como interferem para a melhoria do desmonte de rocha. Neste trabalho pretende-
se apresentar uma série de programas informáticos que poderão, por certo, resultar em
benefícios técnicos e econômicos no que diz respeito à prática do desmonte de rocha com
explosivos.
A primeira etapa da metodologia deste estudo foi um levantamento de campo para se
definirem as formações geológico-estruturais do maciço bem como a caracterização das
unidades geológicas regionais e/ou locais, a descrição e caracterização das litologias do local
da pedreira, e identificação as zonas alteradas. Realizados todos esses levantamentos da
Pedreira de Serdedelo, foi descoberto que, a mesma corresponde a um maciço constituído por
um granito porfiróide, de grão grosseiro a médio, biotítico, exibindo uma foliação materializada
sobretudo pelo alinhamento dos cristais de biotita e dependendo das condições, de megacristais
de plagioclásio.
Na fase posterior foi realizada a escolha, tratamento, análise e interpretação de todos os
dados geológicos, geotécnicos e geomecânicos do maciço rochoso de maneira dinâmica com o
ScanGeoData|BGD e SchmidtData|UCS. Com isso, foi possível delinear a descrição e o
zoneamento geotécnico do maciço em estudo de maneira a possibilitar no surgimento da
cartografia de zoneamento geotécnico de um dado maciço rochoso. Analisando a melhor
compreensão da rede de fraturamento dominante do maciço rochoso da pedreira de Serdedelo,
organizou-se um esboço de zoneamento geotécnico de (sub) superfície (Figura 16).
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Figura 16. Esboço cartográfico do zoneamento geotécnico do maciço rochoso da pedreira de Serdedelo.
Na terceira e última etapa, Galiza et al., (2011) realizaram ensaios de medição dos
desvios de perfuração, assim como o registo de todos os parâmetros ligados ao diagrama de
fogo, equipamento e acessórios de perfuração.
Foi realizada a análise dos desvios de perfuração, o que permitiu os diferenciar em duas
dimensões, uma indicando à direção e outra à inclinação. O que resultou em comportamentos
diferentes, essencialmente causados devido ao seu plano de interação com a anisotropia do
maciço rochoso. A inclinação é fornecida ao furo resultando igualmente em variados ângulos
de intercepção com as descontinuidades do maciço nos dois planos de análise. Sabendo disso,
impõe-se uma análise independente dos desvios. O desenho gráfico dos desvios de perfuração
a vários níveis de profundidade e da direção do emboquilhamento é decisiva para a identificação
do tipo de desvio (Figura 17).
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Para o reconhecimento das causas e dos parâmetros que poderão estar na origem dos
desvios, a cada plano de análise dos furos (direção (x) e inclinação (y)) foi conferido um código,
relacionado com cada tipo de desvio, em função de três vertentes de análise: a primeira é o
desvio causado por erro de emboquilhamento; o segundo é o desvio pontual; e o terceiro é o
desvio de flexão. A Figura 18 expõe um exemplo que se poderá explorar na GeoHole|Data.
Com isso, pretendeu-se estimar-se a influência da limpeza e regularização da bancada,
podendo ser a origem para o desvio nos primeiros 2 metros de perfuração, isto é, na zona de
emboquilhamento. Em decorrência de uma melhor limpeza, notaremos a menores
encravamentos e desvios de perfuração, o que constitui numa perfuração com melhor qualidade
e com redução significativa dos custos das atividades subsequentes.
50
Pode-se concluir que o presente estudo destaca que a qualidade do desmonte por
explosivos de uma dada exploração, deverá ser estudada de uma forma multidisciplinar. Para o
efeito, apelou- se, propensa à extrema complexidade em razão da anisotropia natural dos
maciços, aos métodos da geologia aplicada à engenharia e da engenharia mineira, igualmente
das modernas técnicas da geo-engenharia de maciços rochosos. Destaca-se, especialmente, a
preparação do esboço cartográfico do zoneamento geotécnico do maciço do georrecurso de
importância capital para o apoio à decisão para um correto planeamento da lavra. Logo, mais
do que o avanço tecnológico das ferramentas de perfuração, o conhecimento rigoroso técnico-
científico em termos de geotecnia mineira, de uma forma multidisciplinar e integrativa, sobre
51
o georrecurso é vital para a aplicação das corretas metodologias para se atingir uma melhor
relação resultado/custo no desmonte do maciço rochoso.
𝐷 0,45
𝑓=( ) (1)
50
𝐷
𝑓 = ( )0,45 (2)
50
𝑃
I50 = f ( 2 ) (3)
𝐷
O custo de perfuração por metro é apresentado na Quadro 8, que nada mais é que resumo
da estimativa do custo de perfuração por metro de um furo de 191 mm usando o Atlas Copco
MD 45 900. O custo operacional total de US $ 5,97 /m foi estimado para o equipamento de
perfuração. Além disso, o custo total de operação e propriedade foi calculado para US $ 7,35 /
m. As variáveis de custo variaram de US $ 0,13 /m para o custo do operador para US $ 3,14 /
m para o abastecimento.
Os custos extras são aqueles incorridos devido ao desvio do furo para posições
diferentes. O desvio percentual registrado variou de 7,07% para a explosão 2 para 21,58%. Os
cometidos pelas explosões 1 ($3.456,00), 2 ($1.728,00) e 3 ($4.218,00), respectivamente. A
54
terceira explosão com maior desvio percentual de furo de 21,58% resultou em um valor de custo
extra mais alto para perfuração e explosão (D & B). Isso confirmou que os custos com
perfuração e explosão aumentam com o aumento no desvio dos furos, como visto na Quadro 9.
Quadro 9. Custos extras gerados por desvio de furo para três desmontes observados.
Custo
Carga Espaçamento Volume de
N° de furos Profundidad % extra
N° Furo média real médio explosivo
perfurados e média (m) Desvio (D&B)
real (m) (m) m3
($)
1 94 11,4 3,7 4,1 17,55 3.456,00 16250
2 76 11,7 3,8 4,5 7,07 1.728,00 15205
3 88 12,3 3,7 3,9 21,58 4.218,00 15619
Fonte: ADEBAYO; AKANDE (2015).
Os custos gerados por desvios de perfuração dos furos são refletidos na Figura 19. Foi
confirmado que os custos extras na perfuração e explosão são aumentados a medida que os
desvios de perfuração são apresentados. O gráfico da Figura foi modelado para um cenário de
implementação de ANFO, broca de 191 mm de diâmetro e carga de 4 m. A equação apresentada
na Figura 19 que modela os custos adicionais associados aos desvios e permite conhecer as
estimativas dos custos que podem ocorrer quando os desvios aparecem nas perfurações.
55
Este artigo resultou na clara quantificação dos custos adicionais como resultado das
consequências dos desvios de perfuração, sendo bastante útil para direcionar as operações
unitárias da lavra (perfuração, detonação, carga e transporte) para otimização. A eliminação ou
a redução dos efeitos ocasionais da inclinação desigual da perfuratriz no banco e da inclinação
do furo causaria uma redução significativa no custo operacional da mineração geral.
Os resultados adquiridos concordam com a pesquisa de Muhammad, que explicou que
quando existe uma mudança no diâmetro do furo de perfuração ou nas especificações de
fragmentação, as mudanças nos parâmetros de projeto de explosão são necessariamente
afetadas, bem como o custo de uma operação de perfuração e explosão. As equações de
correlação gerada a partir de cada cenário podem ser usadas como estimativas rápidas ou
pontuais do custo extra devido ao desvio de perfuração. Isso facilitará as tomadas de decisão
para minimizar os custos operacionais. O desempenho da ANFO foi o melhor com o diâmetro
do furo de 191 mm, enquanto o ANFO pesado detectou o melhor desempenho com o diâmetro
do orifício de 311 mm.
56
Este artigo foi publicado originalmente na Revista Boletim de Ciências de la Tierra por
Durán e Escobar em 2017, tratou de estudar, no decorrer da operação de perfuração e explosão,
os erros associados aos desvios do trabalho que são muito frequentes. Erros como o
posicionamento inadequado do braço do jumbo, pouco paralelismo entre perfurações e
comprimentos de furos errados o que acaba tornando o desmonte de rocha improdutivo. De tal
modo, a partir dos dados obtidos na mina El Roble, localizada no Chocó, Colômbia. Ganhos na
operação podem ser alcançados com o uso de equipamentos como o inclinômetro magnético,
uso de tubos guia de PVC e o rigoroso design da malha de perfuração na frente de lavra,
garantindo assim a inclinação ideal de operação e reduzindo os desvios. Deste modo, o
progresso do trabalho é melhorado em mais de 90%, na recuperação das toneladas perdidas em
90,2% e na redução de custos por metro perfurado em 13%.
A metodologia deste trabalho consistiu basicamente em medir os desvios dos furos em
relação à inclinação de trabalho, apontado pela área de planejamento de mineração da mina de
El Roble. Os desvios existentes foram medidos com a utilização de um inclinômetro magnético,
que consiste de um dispositivo que permite reduzir os desvios nos furos, sendo capaz de garantir
o progresso planejado e os volumes de extração esperadas na frente de lavra. Na Figura 20, é
possível se observar um inclinômetro utilizado para a medição dos desvios.
57
Os desvios dos furos foram medidos por meio do inclinômetro magnético acoplado no
braço do Jumbo DD-321 (jumbo de dois braços) e no braço do Jumbo DD-311, que são os
equipamentos responsáveis por executar a perfuração nesta mina, bem como com o Jackleg,
para obras menores, como chaminés.
O dispositivo de medição das inclinações é posto braço do jumbo, e o mesmo vai ao
ponto onde a perfuração será realizada e com a inclinação que o perfurador considera.
Posteriormente, o dispositivo é removido e a perfuração começa. Esta metodologia é realizada
para todos os furos na frente de lavra, então se calcula a média do grau dos ângulos obtidos (°).
Com a mensuração do desvio de perfuração, o objetivo é medir o alcance da perfuração,
até onde ela foi de acordo com a inclinação topográfica, assim sendo, uma conversão é feita
(por regra de três) onde a equivalência em graus (°) de o trabalho e compare-o com a medida
dada pelo inclinômetro.
O valor da variável x corresponde aos graus equivalentes, ao qual o trabalho deve ser realizado,
ou seja, os graus ou inclinação que o trabalho deverá ser feito.
58
𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑝𝑒𝑛𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒
𝑥 = 45 ∗ (2)
100 %
𝑦 (𝑚)=𝐶𝑜𝑠𝐵°∗𝑥(𝑚) (3)
𝑜𝑛𝑑𝑒 𝐵° = â𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑠𝑣𝑖𝑎ção (°), 𝑦= 𝑎𝑣𝑎𝑛ço 𝑟𝑒𝑎𝑙 (𝑚) e 𝑥=inclinação de trabalho (𝑚)
Podemos agora calcular os avanços reais esperados após o desmonte com desvio na
perfuração, levando em consideração a dimensão da perfuração e o ângulo de desvio que foi
medido pelo inclinômetro. O comprimento da perfuração real esperado leva em consideração
um fator de 90% de avanço, já que se sabe que a explosão não pode alcançar 100% devido às
perdas que podem ocorrer na operação, como os fatores geológicos e estruturais que afetam a
perfuração e os erros de operação.
Com o conhecimento possibilitado pelas equações acima, podemos calcular os avanços
reais dados pelo desvio na perfuração. A Quadro 10 mostra o progresso perdido para cada uma
das operações estudadas.
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TJ-3-E1
2,27 0,28 11,11
GA 1792-840 SE
2,35 0,35 13,07
GA 1792-840 NW
2,46 0,34 12,31
CA 1792-E4-2
2,38 0,32 11,97
VE 1919-944 SE
1,22 0,18 12,67
CA 1792-E6-1
2,37 0,33 12,31
CH 1792-E4-3 SE
1,41 0,19 11,97
CA 1792-W3-3
2,56 0,34 11,65
TJ-3-E1
9.544,57
GA 1792-840 SE
33.428,53
GA 1792-840 NW
32.650,35
CA 1792-E4-2
24.242,22
VE 1919-944 SE
4.903,47
CA 1792-E6-1
24.930,94
CH 1792-E4-3 SE
4.521,70
CA 1792-W3-3
25.356,54
Total 170.303,22
Fonte: DURÁN; ESCOBAR (2017).
TJ-3-E1
2,30 100,00
GA 1792-840 SE
2,41 99,18
GA 1792-840 NW
2,50 99,21
CA 1792-E4-2
2,42 99,59
VE 1919-944 SE
1,24 98,41
CA 1792-E6-1
2,42 99,59
CH 1792-E4-3 SE
1,43 99,31
CA 1792-W3-3
2,60 99,62
perfuração contribui com 70% do desmonte, portanto, a porcentagem restante é apenas para
fazer um carregamento correto de acordo com a frente para explodir, levando em consideração
o tipo de rocha e os fatores geomecânicos.
63
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho realizou uma análise sobre as causas e consequências que são
responsáveis pelo aparecimento dos desvios de perfuração, bem como apresentou elementos
para se contornar os desvios. E ainda, expôs na prática as medidas tomadas para o controle de
desvios dos furos, evidenciando assim a importância de se estudar tal assunto.
O desenvolvimento do presente estudo teve como propósito averiguar as causas dos
desvios de perfuração, tendo a sua origem ligada a diversos fatores. Sendo que alguns destes
podem ser facilmente cabíveis de correção, tais como: falta de atenção do operador, erro de
posicionamento do equipamento de perfuração, erros de marcação, erros de emboquilhamento,
erros de inclinação do furo e erros de profundidade. Já outras causas tiveram sua origem
relacionadas a fatores de difícil controle, como no caso dos aspectos geomorfológicos,
geotécnicos e geomecânicos surgindo, assim, erros por flexão das hastes nos furos ou furos
engastados.
É importante destacar, ainda, que as consequências resultantes dos desvios de
perfuração são diversas, sendo as que possuem maior destaque: redução da eficiência do
desmonte, geração de material fora das especificações requeridas, desmonte secundário,
aumento na diluição, diminuição das receitas de minério, maior consumo de explosivos, tempos
perdidos e atrasos nas operações de produção da mina. Sendo assim, estas além de aumentarem
os custos de desmonte e perfuração, levam a acreditar que os desvios dos furos deverão ser
minimizados sempre que possível.
Com relação às perspectivas corretivas, direcionadas a diminuição dos desvios, diversas
medidas foram sugeridas como alternativas eficientes, de fato, para melhorar as condições de
operação. Desta forma, podemos citar alternativas aplicadas para sanar tais problemas, como:
manuseio do aparelho laser profile, verificação do volume a escavar e utilização de uma
quantidade precisa de explosivo. Outra medida bem útil, consistiu em empregar equipamentos
de medição de desvio, como o boretrak e o inclinômetro magnético, possibilitando a redução
do desvio ao máximo, e assim apresentando uma possível redução dos gastos extras na etapa
do desmonte.
Posteriormente, ao realizar a análise dos estudos de casos, foi possível abranger diversos
fatores que causam os desvios de perfuração, bem como as suas consequências para a operação
de desmonte. Sendo assim o primeiro estudo de caso, realizado na pedreira de Serdedelo, foram
apontadas como as principais causas de desvios de furos: erro de emboquilhamento, desvio
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pontual e o desvio de flexão, ambos causados por anisotropia do maciço rochoso, os quais, por
sua vez, interferem na qualidade da operação. Uma solução apontada foi a realização de uma
adequada limpeza e regularização da bancada, o que garantiu menores desvios de perfuração e
o aumento da qualidade de perfuração reduzindo os custos das etapas posteriores.
O segundo estudo de caso realizado na mina de Hwange Colliery, localizada no
Zimbabwe, ao investigar os desvios de perfuração, concluíram, assim como o primeiro estudo
de caso, que os mesmos são responsáveis por grande parte dos custos extras gerados na etapa
de desmonte de rocha, apontando para o controle e correção dos desvios de perfuração para se
obter uma redução no custo operacional da mina.
O terceiro artigo apresentou diversas causas para os desvios de perfuração para a mina
de El Roble, Colômbia, como, por exemplo, erro de posicionamento do equipamento, pouco
paralelismo entre perfurações e comprimento inadequado de furos, o que resultou em grandes
custos extras e problemas na operação assim como os estudos de caso anteriores. Com o uso de
um equipamento de mensuração de desvios de perfuração foi possível reduzir os custos extras,
bem como melhorou os resultados na frente de lavra.
Por fim, observa-se que, pela necessidade do controle dos desvios dos furos, na etapa
de desmonte de rocha, é imprescindível que as empresas de mineração se preocupem em
pesquisar formas de contornar tal problema, para que a etapa de desmonte possa se desenvolver
com eficácia a fim de acarretar melhores resultados.
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REFERÊNCIAS
DURÁN, J. D.R; ESCOBAR, J.M.M;. Improvement of the breakage through the drilling
deviations control, case “El Roble” mine, Colombia. Revista Boletim de Ciências de la
Tierra: Colômbia, 2017.
GALIZA A.C., RAMOS L., FONSECA L. & CHAMINÉ H.I. Geotecnia mineira de maciços
rochosos fracturados para o controlo da qualidade do desmonte. Revista Ingenium, Ordem
Engenheiros, 2011.
GERALDI, J.L.P. O ABC das Escavações de Rocha. Rio de Janeiro. Ed. Interciência, 2011.
HERRMANN, C. Manual de Perfuração de Rocha. São Paulo: Polígono, 2. Ed. Cap. 3, 1972.
p. 133-155.
MORAIS, J.L. Simulação da fragmentação dos desmontes de rochas por explosivos. Tese
de doutorado: Belo Horizonte, 2004.
NIEBLE, C.M. Desmontes cuidadosos com explosivos. São Paulo: Oficina de Textos. Cap. 2,
2017. p. 45-55.
RAYNA, A., Murthy, V.; Soni, A., Flyrock in surface mine blasting: Understanding the
basics to develop a predictive regime. Current Science, 2015.
WYLLIE, D.C.; MAH, C.W.; Rock Slope Engineering. 4° Edição. Nova York: Estados
Unidos da América, 2004. p. 120-286.