Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Canoas
GABRIELA DIAS SIMÕES
Canoas
2022
GABRIELA DIAS SIMÕES
_________________________________________________
Prof. e orientador Nome do Professor, Dr
Centro Universitário Ritter dos Reis
___________________________________________
Prof. Nome do Professor, Dr (Me).
Centro Universitário Ritter dos Reis
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pela minha saúde e determinação para que tenha sido possível a
realização do curso de graduação em engenharia civil e deste trabalho.
Ao meu filho Leonardo, que é o maior de todos os incentivos, por toda sua tranquilidade,
que mesmo sem entender, possibilitou que eu desse continuidade e concluísse o curso após sua
chegada.
A minha mãe, Luísa, por todo apoio e cuidados com o Léo, por compreender minha
ausência para que eu pudesse concluir o curso e elaborar este trabalho.
Aos meus pais Jefferson e Everson, por todo apoio e ajuda, por todo incentivo, não só
durante o curso como durante toda a minha vida.
Ao engenheiro Felipe, chefe e parceiro, por acreditar no meu potencial, pelas
oportunidades que me deu, pelo tanto que me ensinou e me ensina, e por permitir e apoiar a
elaboração deste trabalho.
A todos os professores que fizeram parte da minha formação, por tudo que me
ensinaram, pelo apoio, paciência e compreensão durante a gestação e licença maternidade.
Ao meu professor e orientador Larry, por me instruir e direcionar, exprimindo o melhor
de mim, durante o curso e durante a orientação deste trabalho.
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo de caso referente à execução das
fundações profundas, especificamente as estacas do empreendimento Hemingway, localizado
na cidade de Canoas – RS, apresentando o tipo de fundação definido para a edificação,
verificando o estudo do solo local que determinou a escolha do tipo de fundação, estudando os
motivos que levaram a troca do tipo de estaca escolhida no projeto, analisando os impactos da
alteração de projeto no cronograma da obra e analisando também os custos envolvidos no
processo ocorrido. A partir de todas as informações neste estudo contidas, foi feita uma reflexão
sobre como seria o cenário se tivéssemos tido desde o primeiro momento as características reais
do solo.
The present work aims to carry out a case study regarding the execution of deep foundations,
specifically studied as stakes of the enterprise, located in the city of Canoas - RS, presenting
the type of foundation for the building, verifying or defined the local soil that determined the
choice of the type of foundation, studying the reasons that led to the change of the type of work
chosen in the project, analyzing the impacts of the project work and also analyzing the costs
involved in the process that took place. From all the information contained in this study, a
reflection was made on what the scenario would be like if we had taken it from the first moment
as real characteristics of the soil.
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 8
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA .............................................................................................. 8
1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA .............................................................................................. 9
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 9
1.2.2 Objetivos específicos ..................................................................................................... 9
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 9
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 11
2.1 SONDAGENS E ESTUDOS DO SOLO ............................................................................ 12
2.1.1 Sondagens a percussão com SPT ............................................................................... 12
2.1.2 Sondagem Rotativa ..................................................................................................... 14
2.2 TOPOGRAFIA ................................................................................................................... 14
2.3 FUNDAÇÕES .................................................................................................................... 15
2.3.1 Fundações superficiais, rasas ou diretas ................................................................... 15
2.3.1.1 Blocos de Fundação (ou Coroamento) ....................................................................... 15
2.3.1.2 Vigas de Baldrame (de Fundação ou Cintamento) ..................................................... 16
2.3.2 Fundações profundas ou indiretas ............................................................................ 17
2.3.2.1 Estaca Raiz ................................................................................................................. 18
2.3.2.2 Estaca Hélice-Contínua .............................................................................................. 20
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 23
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO ............................................................... 23
3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................................... 25
3.3 LIMITES DA PESQUISA .................................................................................................. 26
3.4 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS .......................................... 26
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................................... 27
4.1 SONDAGENS INICIAIS ................................................................................................... 27
4.2 SONDAGEM COMPLEMENTAR .................................................................................... 28
4.3 PROJETO INICIAL ........................................................................................................... 28
4.4 INTERCORRÊNCIAS ....................................................................................................... 31
4.5 ALTERAÇÕES DE PROJETO .......................................................................................... 34
4.6 VISÃO GERAL – ESTACAS EXECUTADAS ................................................................. 40
4.7 IMPACTOS ........................................................................................................................ 41
4.7.1 Cronograma ................................................................................................................ 41
4.7.2 Tempo de Execução Estacas Tipo Raiz x Estacas Tipo Hélice Contínua .............. 41
4.7.3 Consumo/Custo Argamassa Estrutural x Concreto Usinado ................................. 42
4.7.4 Custo Execução Estacas Tipo Raiz x Estacas Tipo Hélice Continua ..................... 42
4.7.5 Consumo/Custo Aço Projeto Inicial x Projeto Alterado: ........................................ 43
4.8 SITUAÇÃO ATUAL DA OBRA ....................................................................................... 44
4.9 ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................................ 45
5 CONCLUSÕES ................................................................................................................. 46
8
1 INTRODUÇÃO
Esta monografia tem por objetivo analisar a execução das fundações profundas,
composta por estacas raiz e hélice continua, no empreendimento Hemingway, localizado em
Canoas – RS, considerando suas diferenças executivas e financeiras.
O conjunto de fundação é uma das partes mais importantes, e que requer maior cuidado
no processo de elaboração de projetos e execução de uma edificação. Será este conjunto que
garantirá a estabilidade da edificação, e seu dimensionamento e correta execução estão
diretamente ligados a segurança e vida útil da edificação.
Diversos fatores são de extrema relevância para o projeto e execução de uma fundação,
sendo o principal deles, a condição do solo onde essa edificação será construída. Conhecimento
insuficiente sobre o solo pode causar desde prejuízos financeiros até colocar em risco os
trabalhadores envolvidos na construção do empreendimento, e, posteriormente, seus habitantes.
Em vista do acima exposto, este Trabalho se propõe a buscar respostas para a seguinte
questão de pesquisa: Quais fatores influenciaram para a mudança do sistema construtivo para
9
1.3 JUSTIFICATIVA
Desta forma, o presente trabalho se justifica no que diz respeito a análise dos aspectos
técnicos, financeiros, interferências geradas ao cronograma da obra, fornecedores, prestadores
de serviço, locação de máquinas e equipamentos.
11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Como requisito básico um projeto de fundações “[...] deverá atender são deformações
aceitáveis sob as condições de trabalho, segurança adequada ao colapso do solo e segurança
adequada ao colapso dos elementos estruturais.” (VELLOSO e LOPES, 2011, p.15).
Segundo a NBR 6.122 (2019) as fundações são divididas em dois tipos: fundações
diretas (superficiais ou rasas) e fundações indiretas (profundas).
12
Para de obter o tipo de solo a qual se deseja executar uma fundação, é de suma
importância a análise do solo através do ensaio SPT (Standard Penetration Test), e diante disto,
fazer uma análise de qual será o tipo de fundação a ser utilizada. (SANTOS et al., 2016).
Deve-se, para qualquer edificação “[...] ser feita uma campanha de investigação
geotécnica preliminar, constituída no mínimo por sondagens a percussão (SPT), visando a
determinação da estratigrafia e classificação dos solos, posição do nível d’agua e a medida do
índice de resistência a penetração”, de acordo com NBR 6.484 (2001).
A aparelhagem necessária para a coleta das amostras, Figura 1, que compõe o conjunto
para a execução do Standard Penetration Test (SPT) faz-se dos seguintes itens: torre com
roldana, tubos de revestimento, composição de perfuração ou cravação, trado-concha ou
cavadeira, trado helicoidal, trépano de lavagem, amostrador padrão, cabeças de bateria, martelo
padronizado para a cravação do amostrador, baldinho para esgotar o furo, medidor de nível
d’agua, metro de balcão, recipientes para amostras, bomba d’água centrifuga motorizada, caixa
13
d’água ou tambor com divisória interna para decantação e ferramentas gerais necessárias a
operação da aparelhagem, de acordo com NBR 6.484 (2001).
Conforme NBR 8.036 (1983), “[...] as sondagens devem ser, no mínimo, de uma para
cada 200m² de área de projeção em planta do edifício, até 1200m² de área. Entre 1200m² e
2400m² deve-se fazer uma sondagem para cada 400m² que excederem de 1200m². Acima de
14
2400m² o número de sondagens deve ser fixado de acordo com o plano particular de
construção.”
2.2 TOPOGRAFIA
Através da topografia, são elaboradas as “[...] plantas com curvas de nível, representa o
relevo do solo com todas as suas elevações e depressões. [...]”. Auxiliam também para definir
os volumes de corte e aterro que necessários no terreno. (BORGES, 2013, p.1).
15
2.3 FUNDAÇÕES
As cargas da edificação serão transmitidas à essas primeiras camadas de solo, para isso,
é necessário que o solo possua resistência suficiente para suportar estas cargas. (REBELLO,
2008).
A fundação profunda ou indireta “[...] transmite a carga ao terreno pela base (resistência
de ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, e
está assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta e, no mínimo,
a 3m.” [...], conforme NBR 6.122 (2019).
O uso de fundações profundas se faz quando “[...] as camadas superficiais do solo não
tiverem resistência suficiente para receber as cargas provenientes da estrutura, deve-se buscar
nas camadas mais profundas a capacidade de suporte necessária para fazê-lo. [...]” (SANTOS,
2017, p.39-40).
A fundação profunda é adotada quando “[...] a fundação direta não for aconselhada, ou
seja, quando o número de golpes da sondagem (SPT) maior ou igual a 8 estiver a profundidade
superior a 2m.” (REBELLO, 2008, p.69).
A classificação das fundações profundas é feita em duas partes, “[...] moldadas in loco
ou pré-moldadas. [...]”. As moldadas in loco, são executadas a partir de furos no solo e
preenchimento do mesmo com material adequado, podendo ou não ser armadas. As pré-
moldadas, são feitas pela indústria, e cravadas no solo. (REBELLO, 2008, p.69).
A classificação, Tabela 1, das estacas pode ser de acordo com o material (madeira,
concreto, aço ou mistas); processo executivo: “[...] “de deslocamento”, onde estariam as estacas
cravadas em geral, uma vez que o solo no espaço que a estaca vai ocupar é deslocado
(horizontalmente), e “de substituição”, onde estariam as estacas cravadas em geral, uma vez
que o solo no espaço que a estaca vai ocupar é removido, causando algum nível de redução nas
tensões horizontais geostáticas.” (VELLOSO E LOPES, 2010, p.227).
A capacidade de carga de uma estaca é obtida “[...] como o menor de dois valores:
A estaca raiz é classificada como uma estaca sem deslocamento, conforme Tabela 1,
executada com equipamento de tubo rotativo. A perfuração é feita com o auxílio de água. “[...]
A água injetada dentro do tubo lava o solo, que é expulso pelo espaço formado entre a face
19
Fonte: Cimento Guaiba, Ficha Técnica Argamassa Estrutural para Estaca de Fundação
Este tipo de estacas são “[...]introduzidas no terreno através de algum processo que não
promova a retirada do solo. [...]” (DÉCOURT, ALBIEIRO e CINTRA, 2019, p.263).
21
O uso deste tipo de estaca no Brasil “[...] é razoavelmente recente. Foi utilizada pela
primeira vez em 1987 e desde então a sua aplicação vem apresentando grande crescimento. ”
(REBELLO, 2008, p.76).
3 METODOLOGIA
Figura 9 - Localização
O empreendimento, que contará com torre única, conforme Figura 10 e Figura 11,
dotada de 11 pavimentos, sendo deles, 3 pavimentos com áreas de uso comum: térreo – hall
social, salas técnicas e vagas de estacionamento; 2° pavimento – estacionamento, bicicletário e
lixo e 11° pavimento – rooftop, salão de festas, brinquedoteca, academia e piscina; e 8
pavimentos com 4 unidades habitacionais cada, somando ao total da edificação 32 unidades
habitacionais.
Figura 10 - Vista Frontal
Foi possível observar a diferença no tempo de execução das estacas tipo raiz e hélice
continua, no solo local, composto por argilas e camada de pedra de rio, bem como a diferença
no dimensionamento necessário para cada tipo de estaca, seu custo de execução (equipamento
e equipe) e material.
Equipamento BS450 Raiz: fabricado pela BS Industria, o BS450 raiz é uma perfuratriz
hidráulica utilizada para a execução das estacas raiz nos diâmetros de 25mm e 40mm.
Atingindo uma profundidade média de solo de 10,30m. Tal equipamento possibilitou a
execução de 43 estacas em um período de 19 dias, com uma média de 2,3 estacas/dia.
Equipamento EM800/24: fabricado pela CZM Foundation Equipment, o EM800/24 é
uma perfuratriz hidráulica utilizada para a execução das estacas hélice continua no
diâmetro de 60mm. Atingindo uma profundidade média de 11,90m. Tal equipamento
possibilitou a execução de 70 estacas em um período de 8 dias, com uma média de 8,7
estacas/dia.
Aparelho celular: para registro das imagens da execução das estacas.
27
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Conforme Tabela 3, segue descrição das estacas raiz previstas no projeto inicial:
Conforme Figura 15, segue a distribuição do projeto inicial das estacas raiz, com seus
respectivos pilares:
30
4.4 INTERCORRÊNCIAS
Ao ser iniciada a execução das estacas raiz, pela empresa Estaq – Sondagens e
Fundações, foi identificada no solo uma camada de seixo, de grandes dimensões, medindo até
trinta centímetros, conforme Figura 16 e Figura 17, na área de execução.
Figura 16 - Seixo
Figura 17 - Seixo
Foi possível a execução das estacas tipo raiz, relativas ao projeto inicial, conforme
Figura 19:
As alterações de projeto de estacas tipo raiz para estacas tipo hélice continua foram
feitas considerando e mantendo as estacas que conseguiram ser executadas como estaca raiz,
sendo assim, apenas as demais foram alteradas para estacas tipo hélice continua.
Foi levado em consideração para a mudança do tipo de estaca o conhecimento de que
não se tratava de solo rochoso, e sim camada de seixo existente no local. Sendo assim, possível
a execução das estacas tipo hélice contínua.
A mudança de tipo de estaca e o dimensionamento causou alteração em
dimensionamento de blocos de fundação, vigas de baldrame, aumento na dimensão das estacas,
causando maior consumo do enchimento, que era argamassa estrutural e passou a ser concreto
usinado; porém, menor consumo de aço, devido as estacas tipo hélice continua terem um
comprimento de aço de apenas quatro metros; maior equipamento para possibilitar a execução
das estacas hélice continua.
35
Conforme Figura 20, Figura 21 e Figura 22, é possível visualizar a diferença na projeção
da armadura entre as estacas tipo raiz e as estacas tipo hélice continua, onde, enquanto nas
estacas tipo raiz, de ø25cm e ø40cm a armadura contempla toda a profundidade da estaca,
composta por 4 (quatro) e 6 (seis) barras longitudinais, mais estribos, na estaca tipo hélice
contínua, de ø60cm a armadura contempla apenas os primeiros 4 (quatro) metros de estaca a
partir da superfície, composta então por 10 (dez) barras longitudinais, mais estribos :
36
Devido ao aumento de diâmetro das estacas, foi necessária a colocação de mais barras
longitudinais e consequentemente o aumento no comprimento dos estribos, porém, é possível
observar que o consumo de aço entre os tipos de estaca são em mais que 50% (cinquenta por
cento) de diferença, devido as estacas tipo hélice continua não receberem a armadura ao longo
de todo seu comprimento, como acontece com as estacas tipo raiz, conforme Tabela 5 e Tabela
6:
Tabela 5 - Resumo Aço Projeto Inicial
Ø (mm) Comp. Total (m) Peso Unit. (kg/m) Peso Total (kg)
5,0 4.039,00 0,154 622,00
16,0 1.454,90 1,578 2.295,83
20,0 5.540,70 2,466 13.663,37
16.581,20
Fonte: elaborado pela autora (2022)
Conforme Figura 23, apresenta-se a nova distribuição das estacas após as alterações de
projeto:
Figura 23 - Projeto Alterado Estacas
Para a execução das estacas tipo hélice continua, foi utilizado o equipamento EM800/24,
um equipamento maior e com trados de maior diâmetro, que injeta o enchimento da estaca, o
concreto, através de tubo central, simultaneamente a sua saída do furo, conforme Figura 24:
Conforme figura, mapeamento das estacas executadas, em azul, estacas tipo raiz, em
vermelho, estacas tipo hélice contínua:
Figura 25 - Estacas Executadas
4.7 IMPACTOS
Os impactos gerados à obra por conta das intercorrências e alterações de projeto são no
que diz respeito ao cronograma da obra, o tempo de execução, bem como custo mão de obra e
equipamentos; custo e consumo do enchimento da estaca (argamassa x concreto usinado) e
consumo de aço.
4.7.1 Cronograma
Figura 26 - Cronograma
4.7.2 Tempo de Execução Estacas Tipo Raiz x Estacas Tipo Hélice Contínua
Foi possível observar uma diferença considerável no tempo de execução entre as estacas
raiz e hélice continua. Levando a um total de 27 dias trabalhados para a execução das 113
estacas previstas em projeto. Conforme Tabela 7, extraído das planilhas de medição:
42
Tabela 7 - Planilha de medição referente aos serviços executados pela NQ Engenharia de Solos e Fundações
N° estacas Período (dias) Média (estacas/dia)
Estaca Raiz ø25cm 30 11 2,7
Estaca Raiz ø40cm 14 8 1,75
Estaca Hélice Contínua ø60cm 69 8 8,6
113 27 4,2
Foi possível observar uma diferença considerável no valor gasto com a argamassa
estrutural e o concreto usinado. Sendo, para a estava raiz o uso de argamassa estrutural (de
cimento e areia), com Fck=20Mpa, e para hélice continua concreto usinado bombeado
Fck=30Mpa. Conforme Tabela 8, extraído das planilhas de medição:
Tabela 8 - Pedidos de Compra referente aos serviços executados pela NQ Engenharia de Solos e Fundações
Volume Total Consumido Valor Unitário Valor Total (R$)
Argamassa 20Mpa 128.700,00 kg 0,665 R$/kg 85.585,50
Concreto Usinado 30Mpa 235,52 m³ 194,10 R$/m³ 45.714,43
131.299,93
Fonte: elaborado pela autora (2022)
4.7.4 Custo Execução Estacas Tipo Raiz x Estacas Tipo Hélice Continua
Foi possível observar uma diferença considerável no valor gasto com a mão de obra
(mão de obra e equipamentos) entre as estacas tipo raiz e as estacas tipo hélice continua.
Conforme Tabela 9, valores referência, de contrato, para a medição:
Tabela 9 - Valores de referência para medição referente aos serviços executados pela NQ Engenharia de Solos e
Fundações
Perfuração
Solo (R$/m) Rocha (R$/m)
Estaca Raiz ø25cm 142,50 275,50
Estaca Raiz ø40cm 180,50 380,00
Estaca Hélice Contínua ø60cm 103,97
Fonte: elaborado pela autora (2022)
Tabela 10 - Pedidos de Compra referente aos serviços executados pela NQ Engenharia de Solos e Fundações
Solo Rocha Total
Perfuração
Estaca Prof. (m) Valor (R$) Prof. (m) Valor (R$) Prof. (m) Valor (R$)
Estaca Raiz ø25mm 161,89 23.069,32 129,06 35.556,03 290,95 58.625,35
Estaca Raiz ø40mm 75,76 13.674,68 78,00 29.640,00 153,76 43.314,68
Estaca Hélice Continua
- - - - 833,39 86.647,56
ø60mm
1.278,10 188.587,59
Fonte: elaborado pela autora (2022)
Além dos valores de mão de obra, equipamentos e insumos de injeção das estacas, houve
também alguns elementos adicionais para que fosse possível a execução das estacas, conforme
Tabela 11:
Tabela 11 - Pedidos de Compra referente aos serviços executados pela NQ Engenharia de Solos e Fundações
Estaca Estaca Raiz Estaca Hélice Contínua
Adicional
Compressor R$ 20.000,00 -
Fornecimento de Diesel R$ 18.580,00 -
Gerador de Energia R$ 4.343,00 -
Mobilização/Desmobilização Equipamento R$ 11.400,00 R$ 11.400,00
Total Adicionais R$ 54.323,00 R$ 11.400,00
Fonte: elaborado pela autora (2022)
Foi possível observar uma diferença considerável no consumo de aço entre os dois tipos
de estacas. Conforme Tabela 12 e Fonte: elaborado pela autora (2022)
Tabela 13, consumo e custo total de aço para a execução das estacas:
5 CONCLUSÕES
Este trabalho teve por objetivo verificar as fundações profundas, composta por estacas,
raiz e hélice continua, do empreendimento Hemingway, localizado em Canoas – RS, como um
estudo de caso.
Desta forma, inicialmente, apresentamos e estudamos o tipo de fundação definido para
a edificação, composto por estacas raiz, devido a presença de solo rochoso detectada na
sondagem inicial do tipo SPT realizada no local, pois este tipo de estaca, poderia ser executada
perfurando este tipo de solo.
Porém durante a execução das estacas raiz, foi identificado que se tratava de camada de
seixo, o que impossibilitou a execução das estacas raiz devido aos desmoronamentos que
ocorriam durante as tentativas de executa-las. A partir destes acontecimentos e informações
coletadas foi então feita uma reanálise do projeto com a segunda sondagem, do tipo rotativa,
passando então, para estacas tipo hélice continua.
Todos estes acontecimentos geraram impactos na obra, inicialmente com o atraso
devido à baixa produtividade obtida das estacas raiz devido os desmoronamentos, seguido da
paralisação das atividades para desmobilização dos equipamentos e equipe para que fossem
recebidos os novos equipamentos e nova equipe. Porém, conforme mostrado neste trabalho, no
aspecto financeiro, foi vantajoso à empresa, pois os custos de execução, equipamentos e
materiais aplicados para a execução das estacas tipo hélice continua são inferiores aos custos
gerados pela execução das estacas tipo raiz, tendo ao final de sua execução, a empresa tendo
feito economia.
Com relação ao cronograma da obra, conforme mostrado, inicialmente a obra sofreu um
retardo, porém já foi possível alcançar as perspectivas inicias do planejamento, estando
atualmente executando a supraestrutura do 9° pavimento. Tendo sido então, o atraso inicial,
gerado pela execução das estacas raiz, absorvido ao longo dos 12 (doze) meses de obra.
Desta forma, os objetivos do trabalho foram atingidos, bem como a questão de pesquisa
foi respondida, uma vez que foram mostrados todos os fatores que influenciaram a mudança do
processo construtivo e todas as intercorrências que surgiram durante os procedimentos.
Finalizando o estudo de caso, tendo ainda poder ter participado de toda a execução
ajudou muito na minha formação como estudante de engenharia civil e ajudara ainda ao longo
da minha vida profissional como engenheira civil.
47
Como sugestão para trabalhos futuros, que sejam estudados mais casos referente a
execução de fundações e as razões pelas quais se é definido cada tipo de estaca, ainda mais se
tratando de um campo tão rico dentro da engenharia.
48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. Solo – Sondagens de simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio: NBR
6.484. Rio de Janeiro, 2001.
Cimento Guaíba. Ficha Técnica: Argamassa para Estaca Estrutural. Disponível em:
<https://www.cimentoguaiba.com/argamassas/>. Acesso em: 02 mai. 2022.
FALCONI, F. et. al. Fundações: Teoria e Prática. São Paulo: Oficina de Textos, 2019.
49
HACHICH, W. et. al. Fundações: Teoria e Prática. São Paulo: Pini, 1998.
VELLOSO, D. A.; LOPES, F. R. Fundações: volume completo. São Paulo: Oficina de Textos,
2011.