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ENGENHARIA CIVIL
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS
Conselheiro Lafaiete
2015
MAURICIO DUTRA DE CARVALHO
FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS
Conselheiro Lafaiete
2015
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus que tem iluminado meu caminho e me dado força
para superar todos os desafios para concluir este trabalho.
Agradeço aos meus pais e meus irmãos, por terem acreditado, sempre apoiando,
ajudando e incentivando de todos os modos a realização dos meus objetivos, em
especial meu irmão Marco Antônio Dutra que tantas horas passamos juntos
estudando para a conclusão deste curso.
À minha esposa Lilian e minha filha Beatriz, pelo carinho, amor e paciência nos
momentos que mais precisei.
Agradeço à prof.ª Dra. Eng.ª civil Roberta Maria Machado, orientadora deste TCC e
coordenadora do curso de engenharia civil da faculdade Santa Rita-FaSaR, pela
ajuda, paciência e dedicação na elaboração deste trabalho.
Aos meus amigos do curso de engenharia civil por todos esses anos juntos, que
também passaram por esta experiência.
Ao Engenheiro Civil Eládio Jose Lopes, por ter fornecido o material necessário para
o estudo deste trabalho.
RESUMO
In Brazil, the growth of cities has led to an increase in affordable housing, often built
in low resistance soils. This work presents a comparative study of the design and
cost of a shallow foundation structure using two solutions, which were isolated shoes
and smooth radier both reinforced concrete, sized as a function of soil strength
parameters, cohesion and internal friction angle, SPT withdrawn through the test
results. The building model adopted was released in the structural calculation
program Eberikc V8 Gold based on the achievement of loads on foundations, design
of foundation beams and pillars of the ground floor, and shoes scaled the method of
connecting rods with the help of Excel spreadsheets. The raft has been designed and
detailed by structural calculation program, already mentioned, this way the foundation
beams and ground floor pillars have been replaced by raft, however, on the raft was
launched one-off charges related pillars and linear loads representing the walls
Ground floor. The results of this case study show that the raft had a total cost higher
compared to the foundation in shoe due high consumption of steel and concrete as a
result of the pillars that are born on the raft and generate high stresses in it. Thus the
foundation in isolated shoe becomes economically viable for the proposed case
study.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS............................................................................................................. 13
1.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 13
1.1.1 Objetivo específico ........................................................................................... 13
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 14
1.2 FUNDAÇÕES: HISTÓRIA, CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS............................ 14
1.2.1 História das Fundações .................................................................................... 14
1.2.2 Conceitos e Características .............................................................................. 15
1.3 CLASSIFICAÇÃO DAS FUNDAÇÕES ..................................................................... 15
1.3.1 Fundações Superficiais ou Rasas..................................................................... 16
1.3.2 Fundações Profundas....................................................................................... 17
1.4 FUNDAÇÕES EM SAPATAS ................................................................................... 18
1.4.1 Classificação das Sapatas ................................................................................ 19
1.4.2 Sapata Isolada ................................................................................................. 23
1.5 FUNDAÇÃO EM RADIER ........................................................................................ 28
1.5.1 Classificação dos Radiers ................................................................................ 29
1.5.2 Recomendações Construtivas .......................................................................... 32
1.5.3 Parâmetros de Dimensionamento .................................................................... 33
1.6 CAPACIDADE DE CARGA EM FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS................................ 35
1.6.1 Mecanismo de Ruptura..................................................................................... 36
1.6.2 Teoria de Terzaghi ........................................................................................... 37
1.6.3 Parâmetros Geotécnicos do Solo ..................................................................... 41
1.6.4 Tensão admissível dos solos ............................................................................ 42
1.7 INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA DO SOLO SPT (STANDARD PENETRATION
TESTE) ................................................................................................................................ 44
4 METODOLOGIA ...................................................................................................... 47
1.8 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA............................................................................ 47
1.9 PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DA PESQUISA ................................................... 47
1.10 COLETA E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .......................................................... 47
1.10.1 Metodologia utilizada para a elaboração do orçamento .................................... 49
5 DIVULGAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................... 50
1.11 DEFINIÇÃO ESTRUTURAL ..................................................................................... 50
1.12 ANÁLISE GEOTÉCNICA ADOTADA ....................................................................... 52
1.12.1 Tensão admissível adotada .............................................................................. 55
1.13 DIMENSIONAMENTO DA FUNDAÇÃO EM SAPATA .............................................. 58
7
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
kg - Kilo grama
Kgf/cm² - Kilo grama força por centímetro quadrado
Kgf/cm³ - Kilo grama força por centímetro cúbico
KN - Kilo Newton
kN/m³ - Kilo Newton por metro cúbico
kN/m² - Kilo Newton por metro quadrado
m - Metro
m² - Metro Quadrado
m³ - Metro Cúbico
cm - Centímetro
cm² - Centímetro quadrado
cm³ - Centímetro Cúbico
mm - Milímetro
∅ - Diâmetro
12
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
O objetivo principal deste trabalho é fazer uma comparação entre dois tipos de
fundações superficiais, sapata isolada e radier liso, levando em consideração os
custos de execução. Para enfim apresentar uma proposta economicamente viável.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Por volta do século XVIII, surge o primeiro estudioso da época, Vauban, onde seu
trabalho em que “visualizou a conjunção de ações entre solo e estrutura de
retenção”, este, servindo de base para a mecânica de solos que conhecemos
atualmente.
Vale destacar também que neste período estudos importantes para o progresso da
mecânica dos solos foram realizados por Collin, Rankine e Darcy, os dois primeiros
sobre a coesão do solo e o ângulo de repouso ou atrito, já Darcy pelo estudo da
percolação de agua e permeabilidade do solo (NÁPOLES NETO, 1998, p. 24).
Uma fundação pode ser classificada de acordo com sua profundidade, e o modo de
transferência de carga da estrutura para o solo.
Segundo a norma NBR 6122 (2010), existem dois tipos de fundação: a profunda e a
rasa ou superficial, sendo esta ultima o foco deste trabalho. Salienta ainda que
fundações rasas são elementos de fundação que transmitem a carga ao terreno
através das tensões distribuídas em sua base, e as fundações profundas são
elementos de fundação em que a transmissão de carga ao terreno é realizada pela
sua base e superfície lateral, e que a profundidade de assentamento esteja no
mínimo 3 m e superior ao dobro de sua menor dimensão em planta.
De acordo com Velloso e Lopes (2010), a distinção entre uma fundação direta e uma
fundação profunda, é que esta ultima o mecanismo de ruptura interno atinge a partir
de sua base uma altura duas vezes sua menor dimensão.
por uma combinação entre ambas, sendo esta assentada a uma profundidade
superior ao dobro de sua menor dimensão em planta e, no mínimo, a 3m.
Tubulão: tipo de fundação em que durante sua execução, pelo menos em alguma
fase há descida de operários para sua execução, ou para o alargamento de
base, ou da limpeza do fuste, visto que neste tipo de fundação as cargas são
transmitidas predominantemente pela ponta.
Segundo a norma NBR 6122 (2010) sapatas são elementos de fundação superficial,
em concreto armado, dimensionadas de modo que as armaduras tem a função de
resistir as tensões de tração.
Quanto a rigidez, a norma NBR 6118 (2014) classifica uma sapata como rígida ou
flexível, deste que, atenda às seguintes expressões:
𝐵−𝑏
Sapata rígida: h ≥ (Eq. 01)
3
Onde:
h - Altura da sapata;
B - Dimensão da sapata em uma determinada direção;
b - Dimensão do pilar na mesma direção;
Sapatas flexíveis embora de uso mais raro, sendo utilizadas em fundações sujeitas a
pequenas cargas e solos respectivamente fracos. Apresentam comportamento
estrutural de uma peça fletida, trabalhando à flexão nas duas direções. Portanto,
dimensionadas ao momento fletor e força cortante, sendo necessária a verificação
de punção, pois este fenômeno é mais critico em relação as sapatas rígidas.
Sapata isolada:
Suportam a carga de um único pilar, distribuída pela área de contato com o solo,
sendo suas dimensões determinadas pela carga aplicada e resistência do solo.
Sapata associada:
utilização de sapatas isoladas para cada pilar, por estarem muito próximo entre se, o
que resultaria na sobreposição de suas bases em planta.
Sapata em divisa:
A viga de equilíbrio tem a função de receber e transmitir a carga vertical do pilar para
o centro de gravidade da sapata de divisa, portanto, resistir aos esforços provocados
pela excentricidade da carga do pilar em relação ao centro da sapata.
22
Sapata corrida:
O seu comportamento é idêntico a uma laje, com balanços nas duas faces
separadas por parede ou viga de rigidez, quando existirem.
23
Sapata isolada, submetida a esforço vertical centrado, devem ser adotados critérios
para o seu dimensionamento, em forma de roteiro.
f) Não havendo limitação de espaço, a forma da sapata pode ser quadrada, sendo
assim seus lados iguais (a = b);
g) Para o caso de pilar com seção transversal retangular, a forma da sapata fica
condicionada à forma do pilar, devem satisfazer a seguinte condição (Equação
3), conforme figura 7.
a − b = a 0 − b0
(Eq. 03)
Onde:
De acordo com Bastos (2012), a altura da base da sapata (h 0), deve ser igual ou
superior a 20 cm ou 1/3 a altura da sapata (h). Além disso, Alonso (2010) recomenda
que entre a sapata e o solo seja colocada uma camada de concreto magro de 5 cm.
25
Área da base (ASAP), em sapatas isoladas, pode ser calculada pela seguinte
expressão:
P (Eq. 04)
Asap = a × b =
σadm
Onde, P representa a carga do pilar (KN) e, σadm a tensão admissível do solo (MPa)
a − a0
4
𝑑≥ b − b0 adota-se o maior valor (Eq. 05)
4
P FCK
1,44√ = em que σc = 0,85
σc 1,96
=
26
Onde:
Onde:
Onde:
Onde:
Onde:
A norma NBR 6122 / 2010 define radier como “elemento de fundação superficial que
abrange todos os pilares da obra ou carregamentos distribuídos”.
Segundo Velloso & Lopes (2011), a fundação do tipo radier é empregada quando:
Bell (1985), ainda salienta que em locais onde o solo tem baixa capacidade de
carga, ou reduzir os recalques diferencias, a fundação em radier é a solução
economicamente viável.
29
Segundo o ACI 360R-92 (1997, apud ALMEIDA, 2001, p. 5), o radier é uma laje
contínua resistida pelo solo, sendo a carga total uniformemente distribuída for menor
ou igual a 50% a resistência admissível do solo. A laje pode apresentar espessura
variável ou uniforme, e pode conter elementos enrijecedores (nervuras ou vigas). “A
laje pode ser de concreto simples, concreto reforçado ou concreto estrutural”. Além
disso, o aço utilizado tem o objetivo de conter os efeitos de retração e temperatura
ou carregamento estrutural.
De acordo com Dória (2007), quanto a forma os radiers podem ser classificados em
quatro tipos:
Radier liso:
Tem vantagem de ser executado de forma simples, e pode ser aproveitado como
contra piso. Este é um tipo de radier muito utilizado para habitações populares, de
forma econômica e segura.
30
Radier nervurado:
Radier em caixão:
Utiliza-se com o objetivo de aumentar sua rigidez e pode ser executado em vários
níveis.
De acordo com Dória (2007), uma das decisões mais importante do projeto é sem
dúvida a definição das dimensões e disposição estrutural, salvo a existência de
fatores ou experiência previa que podem delimitar as possibilidades de projeto.
Ainda segundo Dória (2007), há vários fatores importantes que devem ser
considerados antes da execução da fundação como o tipo de solo, a uniformidade
da base, a qualidade do concreto, o tipo de juntas e o acabamento de sua superfície.
Porém um fator de grande importância, é a capacidade de carga do solo, no qual,
suas características e propriedades devem ser conhecidas para o dimensionamento.
De acordo com Dória (2007), para se alcançar um bom desempenho, neste tipo de
fundação, durante sua execução devem ser observados os seguintes cuidados:
deve-se colocar uma manta plástica após as instalações, para isolar o terreno
do concreto.
qs = Kv W (Eq. 11)
Salientam ainda que o coeficiente de reação vertical pode ser estimado através do
recalque da fundação, desta forma, determina-se o recalque (W) das camadas do
solo e calcula-se o coeficiente de reação, por meio da seguinte relação:
𝑞𝑠
𝐾𝑉 = (Eq. 12)
𝑊
∑V (Eq. 13)
qs = em MPa
Α
34
Onde:
W - Recalque em cm;
B - A menor dimensão em planta (m);
𝑞𝑆 - Pressão de contato aplicada no solo em MPa;
Nspt - Número de golpes em ensaio de SPT;
Valores de Kv em (kgf/cm³)
A capacidade de carga das fundações superficiais, segundo Aoki & Cintra (2014),
consiste na aplicação gradativa de uma força vertical de compressão no topo do
elemento isolado de fundação por sapata, desta forma gerando tensões na base da
fundação e provocando o surgimento de uma superfície potencial de ruptura no
interior do maciço do solo.
Segundo Vesic (1975 apud AOKI & CINTRA, 2012, p. 23), o primeiro mecanismo
denominado ruptura geral, caracteriza-se por ser súbita e catastrófica. Constitui-se
por uma superfície de ruptura que vai da base da sapata até a superfície do terreno.
Também ocorre o levantamento do solo na superfície do terreno. A ruptura geral
ocorre em solos mais resistentes ou com baixo índice de compressibilidade. A Figura
13 ilustra o mecanismo de ruptura geral onde a carga atinge a ruptura para valores
pequenos de recalque.
Já a ruptura por puncionamento referente ao segundo caso, ocorre nos solos menos
resistentes ou muito compressíveis. Durante a aplicação da carga o elemento de
fundação tende a afundar devido à compressão do solo subjacente. O solo externo
praticamente não participa do processo, desta forma não a movimentação na
superfície do terreno. A Figura 14 ilustra a ruptura por puncionamento.
37
Vesic (1975 apud AOKI & CINTRA, 2012, p. 25), também considera um terceiro
caso, ruptura local, no qual ocorre em solos de média compacidade ou consistência,
referente a areia mediamente compacta e argilas médias. Não apresenta um
mecanismo típico de ruptura, e pode ser caracterizado como um caso intermediário
dos dois tipos de ruptura citado anteriormente.
Segundo Terzaghi e Peck (1967 apud AOKI & CINTRA, 2012, p. 30), considerando a
forma da sapata a capacidade de carga na ruptura geral é dada pela seguinte
equação:
1 (Eq. 15)
σr = C Nc Sc + q Nq Sq + 2 γ B Nγ Sγ equação geral
Onde:
σr - Tensão de ruptura;
C - Coesão do solo;
q - Sobrecarga (q = γh), onde h representa a profundidade de assentamento;
𝛾 - Peso específico efetivo do solo na cota de apoio da sapata;
B - Menor dimensão da sapata;
Nc , Nq e Nγ - Fatores de capacidade de carga em função do ângulo de atrito (∅);
𝑆𝑐 , 𝑆𝑞 𝑒 𝑆𝛾 - Fatores de forma.
(Eq. 17)
𝑡𝑔∅′ = 2/3 𝑡𝑔∅
Vesic (1975 apud AOKI & CINTRA, 2012, p. 33), recomenda que na equação geral
de Terzaghi seja utilizado o fator de capacidade de carga (Nγ ) de Caquot e Kérisel e
também os fatores de forma De Beer. As tabelas 2 e 3 apresentam os fatores de
capacidade de carga e de forma respectivamente.
40
≤2 Muito mole 13
3-5 Mole 15
6 - 10 Média 17
11 - 19 Rija 19
≥ 20 Dura 21
De acordo com Aoki & Cintra (2014) a tensão admissível depende das dimensões da
base das sapatas, dos parâmetros do solo, e da cota de assentamento da fundação.
Salienta ainda que para atender a determinação da norma NBR 6122 (2010, item 7.3
e 7.4), verificação do ELU e ELS, a tensão admissível pode ser determinada através
dos seguintes métodos:
𝜎𝑟
𝜎𝑎𝑑𝑚 ≤ (Eq. 21)
3,0
com Nspt ≤ 20
Este processo é padronizado pela NBR 6484 (2001), em que prescreve todos os
procedimentos para este ensaio. A figura 11 demonstra a sequencia de cravação em
um SPT.
FIGURA 17 - Processo de cravação, em um SPT de acordo com ASTM D1586
Vale ressaltar que o ensaio de campo SPT deve ser executado por empresas
especializadas e profissionais treinados para que os resultados sejam confiáveis e
seguros.
47
4 METODOLOGIA
Esta pesquisa é de natureza especifica, desta forma pode ser classificada como um
estudo de caso, pois se baseia em um modelo estrutural específico adotado,
aplicação das normas específicas e a escolha do método de calculo com auxilio de
tabelas e software para o dimensionamento da fundação.
A pesquisa foi dividida em etapas para uma melhor compreensão do que será
estudado. Primeiramente realizou-se os cálculos das cargas transmitidas as
fundações, após este cálculo, determinou-se os dados geotécnicos do solo,
capacidade de carga e tensão admissível do solo, a partir de ensaios em campo. Em
uma segunda etapa, realizou-se o dimensionamento das fundações pelos métodos
escolhidos para os dois tipos de fundações determinadas nesta pesquisa: fundação
em sapata isolada e radier liso. Por fim, na terceira etapa realizou-se uma análise
quantitativa e de custos empregados em cada tipo de fundação estudada, aonde se
verificou qual o tipo de fundação apresentou melhor viabilidade econômica.
O projeto adaptado para o estudo tem como concepção estrutural lajes, vigas e
pilares em concreto armado. Para o fechamento foram utilizados tijolos cerâmicos
vazados.
O cálculo das cargas nas fundações provenientes dos pilares da edificação, foi
obtido através do lançamento do edifício modelo no programa de cálculo estrutural
Eberick V8 Gold. Após o processamento da estrutura, modelo de pórtico espacial,
foram utilizados os resultados gerados através da planta de locação e cargas
máximas dos pilares.
A capacidade de carga do solo para fundações rasas foi obtida através de métodos
teóricos e formulações, proposto por Terzaghi. Com isso, determinou-se a tensão
admissível do solo, utilizou-se também, correlações a partir do ensaio de
investigação SPT (Standard Penetration Test) para determinar os parâmetros de
resistência do solo, ângulo de atrito e coesão. De modo a simplificar o processo de
dimensionamento, foram utilizadas tabelas formuladas no Software Microsoft Office
Excel 2010.
Para o estudo de caso proposto foi escolhido como exemplo um edifício modelo,
sendo sua arquitetura apresentada no Anexo A. A edificação foi estruturada em
concreto armado, e fechamento em alvenaria de tijolos cerâmicos vazados com área
em planta igual a 227 m², e altura de piso a piso de 2,9 m.
Foi consultada a norma NBR 6120/1980, para configurações das cargas acidentais
em lajes e os respectivos pesos específicos dos materiais utilizados no lançamento
da estrutura.
51
Para os resultados das cargas máximas nas fundações, presente no Anexo A, foi
observada uma semelhança entre as cargas dos pilares, devido à simetria da
edificação, desta forma, estes pilares foram classificados e enquadrados em
conjuntos, considerando o maior valor de carga entre eles.
Carga de Fundação
O solo para qual será feito o dimensionamento das fundações é baseada nas
informações obtidas no ensaio SPT, realizado em terreno localizado à Rua Dois, N°
150, bairro Ouro Verde, Conselheiro Lafaiete-MG, (ANEXO A).
SONDAGENS
FURO 01 FURO 02
PROF. (m)
Nspt I Nspt F Nspt I Nspt F
1 8 8 6 6
2 6 6 6 6
3 7 8 6 6
4 7 9 6 7
5 9 10 7 8
6 6 6 7 9
7 7 8 9 10
8 10 11 11 12
9 8 9 12 12
10 9 10 13 14
11 19 20 14 15
12 20 21 15 16
13 22 23 15 17
14 24 25 16 18
15 17 16 17 21
16 18 17 19 23
17 20 21 20 24
18 20 24 22 26
19 26 31 25 30
20 29 34 28 33
FONTE: Adaptado do boletim de sondagem (ANEXO A)
53
40
35
Número de golpes finais
30
25
20
15
10
5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
N° DE GOLPES FINAIS
PROF. NSPT Min. NSPT Med. PROF. NSPT Min. NSPT Med.
1 6 7,0 11 15 17,5
2 6 6,0 12 16 18,5
3 7 7,0 13 17 20,0
4 8 8,0 14 18 21,5
5 6 9,0 15 16 18,5
6 6 7,5 16 17 20,0
7 8 9,0 17 21 22,5
8 11 11,5 18 24 25,0
9 9 10,5 19 30 30,5
10 10 12,0 20 33 33,5
FONTE: Adaptado do boletim de sondagem (ANEXO A)
54
40
33,5
35
30,5
Número de golpes finais
30 33
25
30
25 21,5 22,5
20 20
18,5 18,5 24
20 17,5 21
15 11,5 10,5 12 17 18 16 17
8 9
7,5
9 15 16
10 7 6 7
11 10
5 8 8 9
6 6 7 6 6
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Profundidade (m) Nspt min Nspt méd.
Para tal dimensionamento, para este solo, argila de consistência média, foi
considerado o módulo de ruptura local, segundo Vesic (1975 apud AOKI & CINTRA,
2012, p. 23). Adotou-se a profundidade de 1metro para o assentamento da
fundação.
Vesic (1975 apud AOKI & CINTRA, 2012, p. 23), salienta ainda que, o módulo de
ruptura local é de difícil caracterização, sendo um caso intermediário entre o módulo
de ruptura geral e por puncionamento. Com isso, o dimensionamento da tensão de
ruptura do solo foi feito para o módulo de ruptura geral e ruptura por puncionamento.
O resultado foi a média entre os valores encontrados nos dois dimensionamentos. A
partir da resistência adotada para o solo, NSPT igual a 6, determinou-se a tensão
56
Coesão Coesão reduzida Peso específico Sobrecarga Carga Média Fator de segurança
C = 10 NSPT C ′ = 2/3C Tabela 4 q = γh Tabela 6 NBR 6122/2010
60 40 17 KN/m³ 17 KN/m² 422 KN 3
FONTE: Carvalho, 2015
Não foi considerado ângulo de atrito interno do solo nos cálculos, pois este, esta
relacionado á compacidade das areias.
Para o módulo de ruptura geral considerou-se a coesão não drenada do solo (C), e
na ruptura por puncionamento a coesão reduzida (C′).
SAPATA SOLO
SAPATA SOLO
Nota-se que a capacidade de carga das argilas não depende das dimensões da
sapata. Por outro lado, esta capacidade de carga aumenta de acordo com a coesão
do solo e a profundidade de assentamento da fundação.
σadm(Kgf/cm²) 1,07
DIMENSIONAMENTO MÉTODO DAS BIELAS
SAPATA RÍGIDA Fck (MPa) 25
Pilar Dados da sapata Esforço Asd
Carga V
Seção retangular (cm) (cm) (KN) (cm²/m)
(KN) +
b a B L d H h0 Tx Ty Asx Asy m³
S1, S4, S29, S32 208 20 40 130 150 35 40 20 81,7 81,7 2,63 2,63 0,488
S2, S3, S30, S31 231 20 40 135 160 35 40 20 99,0 94,9 3,19 3,05 0,544
S5, S19, S17, S28 444 20 40 195 215 55 60 20 176,8 176,8 5,69 5,69 1,350
S6, S9, S13, S24, S27 351 20 40 170 195 45 50 20 151,1 146,2 4,86 4,71 0,955
S10, S20 321 20 40 160 185 45 50 20 129,4 124,9 4,17 4,02 0,848
S12, S22 538 20 40 215 235 60 65 25 218,5 218,5 7,04 7,04 1,885
S14, S18, S23 365 20 40 175 195 50 55 20 141,5 141,5 4,56 4,56 1,037
S25, S26 573 20 40 225 245 65 70 25 225,9 225,9 7,28 7,28 2,100
FONTE: Carvalho, 2015
Determinadas as áreas de aço (cm²/m) dos conjuntos de sapatas, foi elaborada uma
nova tabela (tabela 13), a fim de apresentar as armaduras empregadas nas sapatas,
com suas respectivas quantidades, diâmetros e espaçamento entre barras. Para isso
foi usado a tabela 14 adaptado de Fusco (2013, p. 30), em que relaciona a área de
armadura com a bitola de aço e o espaçamento entre barras.
Tabela 17- Detalhamento dos serviços e materiais para execução da sapata isolada
O item escavação manual de vala, foi quantificado através do somatório das áreas
das sapatas (considerando folga na escavação de 40 cm no perímetro da sapata
dentro da vala), pelo produto da profundidade de assentamento, que é 1,2 metros a
partir da superfície do terreno, somando ainda aos valores de escavação das vigas
de fundação.
11%
32% Forma
18%
Aço
Concreto
13% S. Preliminares
26%
Mov. Terra
FONTE: Carvalho,2015
Analisando a Figura 22, nota-se que concreto e aço são os materiais de maior
influência no custo idealizado para a fundação em sapata isolada. É também
verificado que os serviços de movimentação de terra, necessário durante o processo
65
Como se trata de uma laje de fundação que sustenta toda a edificação foi lançado
sobre o radier as cargas de parede do pavimento térreo representadas por cargas
lineares e também as cargas concentradas representando os pilares que nascem
neste pavimento, como pode ser visto no Anexo C, referente a planta de carga do
radier.
66
A escada do pavimento térreo foi representada por uma faixa de carga linear no
radier devido à limitação do Software que não permite o lançamento de escadas
apoiadas diretamente em lajes.
Devido às cargas pontuais dos pilares que nascem no radier, onde existem elevadas
concentrações de esforços de punção e momentos fletores, foi adotado no
lançamento um aumento de 70 cm de largura nas extremidades do radier,
proporcionando aos pilares externos uma borda de concreto por todo seu perímetro,
desta forma distribuindo melhor as tensões nesta região (Figura 23).
Para se tornar uma laje de base rígida e segura realizou-se várias rotinas durante o
lançamento do radier no programa de cálculo, inicialmente adotou-se uma espessura
de 16 cm, o mínimo especificado pela NBR 6118 (2007) para lajes sujeitas a punção,
aumentando gradualmente a espessura, foi possível chegar a um valor satisfatório
em que possibilitou o seu detalhamento. A espessura de 38 centímetros, juntamente
com o uso do concreto de 35 MPa proporcionou os melhores resultados ao combate
dos esforços de punção e momentos fletores.
67
MOVIMENTAÇÃO DE TERRA
SETOP TER-API-005 Apiolamento no fundo da vala m² ---- 12,91 ----
SETOP TER-ESC-035 Escavação manual de vala m³ ---- 38,18 ----
SETOP TER-REA-005 Reaterro e compactação de vala m³ ---- 38,18 ----
Subtotal movimentação de terra -----
INFRAESTRUTURA
Concreto usinado fck = 35MPa
SINAPI 74138 / 005 m³ 106,17 339,58 36.053,21
lançamento, adensado e cura
Forma de madeira concreto em
SINAPI 74076 / 002 m² 29,94 26,17 783,53
fundação reap. 5x
Armação aço CA 50. Forn. corte
SINAPI 74254 / 002 Kg 10105 6,96 70.328,29
dobra e colocação
Armação aço CA 60. Forn. corte
SINAPI 73942 / 002 Kg ----- 6,77 -----
dobra e colocação
Subtotal infraestrutura 107.165,03
SUBTOTAL 117.915,70
BDI = 25% 29.478,93
TOTAL DA FUNDAÇÃO 147.394,63
FONTE: Carvalho, 2015
69
O custo para execução da fundação em radier em concreto armado de 279 m², foi
calculado em R$147.394,63. Os resultados obtidos para a fundação indicam um
custo por metro quadrado no valor de R$528,29/m². A Figura 24, apresenta um
resumo da influência percentual dos principais serviços e materiais necessários para
execução do radier.
1%
9%
Forma
30%
Aço CA 50
60% Concreto
S. Preliminares
FONTE: Carvalho,2015
2.190
244 629
66 106 30 0
receber a carga de apenas um único pilar e, travadas entre si pelo sistema de vigas,
permitindo a diminuição do consumo de aço e concreto.
107.165
45.135
26.044 58%
10.409 10.751
3% 0 0%
Analisando a Figura 26, observa-se que o maior custo de execução por etapa, entre
as duas fundações analisadas está relacionada com as obras de infraestrutura.
72
A partir dos resultados mostra que, a fundação em radier torna-se uma solução bem
mais onerosa principalmente devido ao consumo de aço, já a fundação em sapata é
mais econômico e indicado para o caso do edifício modelo estudado.
O radier deve ser rígido o suficiente, a fim de resistir aos esforços de punção e
momentos fletores, impostos pelos pilares, que neste, nasce. Com isso, a taxa de
armadura é elevada em sua base, também a resistência do concreto e sua
espessura.
A sapata isolada apresenta-se como a solução de fundação mais viável
economicamente devido uma redução significativa no consumo dos materiais
principalmente do aço, ficando no total de 2.190 kg, incluindo as vigas de fundação e
os pilares que nesta nascem. Realizando uma comparação do consumo de aço no
radier, que é de 10.105 kg, nota-se uma diferença percentual de 78%, um valor bem
menor economicamente.
74
7 CONCLUSÃO
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS
ABMS/ABEF. Fundações: Teoria e Prática. 2ª edição. São Paulo: Editora PINI, 2012.
ALMEIDA, Luiz Carlos. Lajes sobre solo para fundação de residência. 2001. 116 p.
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Universidade Federal de Campinas, Campinas, 2001. Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000235351&opt=4. Acesso em:
10 de julho. 2015.
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de graduação em Engenharia Civil. Universidade Estadual Paulista. Bauru, 2012. Disponível
em: https://engenhariacivilfsp.files.wordpress.com/2015/09/sapatas.pdf Acesso em: 28 julho.
2015.
77
BUDHU, MUNI. Fundações e Estruturas de Contenção. Tradução por Luiz Antônio Vieira
Carneiro, Maria Esther Soares Marques. 1a edição. Rio de Janeiro: Editora: LTC, 2013.
CINTRA, José Carlos A.; AOKI, Nelson; ALBIERO, José Henrique. Fundações Diretas:
projeto geotécnico. São Paulo: Editora Oficina de Textos, 2014.
CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações: Mecânica das rochas –
Fundações – Obras de Terra. 6ª edição. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2014.
MATTOS, Aldo Dória. Como preparar orçamentos de obras. São Paulo: Editora PINI,
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MORAIS, Marcelo da Cunha. Estruturas de Fundações. 3nd ed., p.264. São Paulo:
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In: HACHICH, Waldemar; et al. (Ed.). Fundações: Teoria e prática. 2ª edição. São Paulo:
Editora PINI, 2012. Cap. 7, p. 227-264.
ANEXOS
80
ANEXO A
ANEXO B
ANEXO C
85
86
87
88
89
90
91