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1 – VIGAS ESBELTAS
1.1 – GENERALIDADES
Seção compacta – é aquela que atinge o momento de plastificação total (MR = MPL) e exibe
suficiente capacidade de rotação inelástica para configurar uma rotula plástica.
Seção semicompacta – é aquela em que a flambagem local ocorre após ter desenvolvido
plastificação parcial (MR > My), mas sem apresentar significativa rotação.
Seção esbelta – seção na qual a ocorrência da flambagem local impede que seja atingido o
momento de início de plastificação (MR < My).
Apresenta-se na Figura 1.1 as curvas momento x rotação de vigas metálicas, com seções
compacta, semicompacta e esbelta, sujeitas a carregamento crescente, mostrando a influência
da flambagem local sobre o momento resistente das vigas e sobre suas deformações.
b p Seção Compacta
1 PFEIL, W.; PFEIL, M. (2009). Estruturas de aço: dimensionamento prático. 8a Edição. LTC.
Rio de Janeiro.
2 QUEIROZ (1993). Elementos das estruturas de aço. 4a Edição. UFMG. Belo Horizonte.
3 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT (2008). NBR 8800
Projeto de estrutura de aço e de estrutura mista de aço e concreto de edifícios. Rio de
Janeiro.
CIV 925: Construções Metálicas II – Vigas Esbeltas 2
Figura 1.2 – Viga biapoiada sob carga crescente. Fonte: PFEIL (2009).
Apresenta-se na Figura 1.4, as notações utilizadas para efeito de flambagem local sobre a
resistência à flexão de vigas I ou H com um ou dois eixos de simetria.
Figura 1.4 – Notações para a determinação da esbeltez b: (a) perfil laminado e (b) perfis soldados.
Fonte: PFEIL (2009).
M Sd M Rd (1.1)
Onde:
MSd é o momento fletor solicitante de cálculo;
VSd é a força cortante solicitante de cálculo;
MRd é o momento fletor resistente de cálculo;
VRd é a força cortante resistente de cálculo.
Onde:
Mn é o momento resistente nominal, obtido por análise, sendo o valor determinado pelo limite
de escoamento do aço ou por flambagem, conforme ilustra a Figura 1.5.
a1 é um coeficiente de ponderação das resistências, dado na Tabela 3 da NBR 8800:2008.
Para escoamento, flambagem e instabilidade, admitindo combinações normais, a1 = 1,0.
Figura 1.5 - Variação de momento resistente nominal de vigas I ou H, carregadas no plano da alma.
Fonte: PFEIL (2009).
CIV 925: Construções Metálicas II – Vigas Esbeltas 4
Na situação limite entre seções semicompacta e seções esbeltas (b r), o momento
resistente nominal denomina-se Mr igual ao momento de início de plastificação considerando-se
a presença de tensões residuais. Para perfis I ou H, com um (01) ou dois (02) eixos de simetria,
Mr é dado pelas seguintes expressões:
M r Wc f y r Wt f y (1.4)
Onde:
r = tensão residual de compressão nas mesas considerada igual a 0,3fy;
Wc = Wt = módulos elásticos da seção referidos às fibras mais comprimidas e mais tracionadas,
respectivamente.
M r Wf y (1.5)
Onde:
b p
M n M pl M pl M r (1.6)
r p
M Rd 1,5Wf y / a1 (1.7)
Figura 1.6 – Flambagem local da mesa comprimida em vigas I. Fonte: PFEIL (2009).
Nas vigas I contidas lateralmente com alma atendendo ao limite para seção
semicompacta, porém com as mesas esbeltas, o momento resistente pode ser calculado com a
tensão resistente na mesa reduzida pelo valor Qs de flambagem local elástica de placas não-
enrijecidas, tem-se:
M n Qs f yWc (1.8a)
0,69 E
Por exemplo, para mesas de perfis laminados, tem-se: Qs , com b b f 2t f .
f y 2b
A norma NBR 8800:2008 utiliza para:
Perfis laminados:
0,69 E
Mn Wc (1.8b)
b 2
Perfis soldados
0,90 Ek c
Mn Wc (1.8c)
b
2
4
Onde kc e 0,35 kc 0,763
h tw
Nas vigas I com alma esbelta, com as mesas atendendo aos valores limites da relação largura-
espessura para seção compacta, fletidas no plano da alma, quando:
h E h h
b 5,7 e b
tw fy tw tw máx
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h
Onde a relação é obtida pelas expressões (1.18) e (1.21) apresentadas, posteriormente.
t w máx
O momento resistente de cálculo pode ser determinado com Mn / a1 e Mn o menor entre
os valores obtidos pelas seguintes expressões:
M n Wt f y (1.9a)
M n Wc .k. f y (1.9b)
Onde:
k = coeficiente da redução da resistência decorrente da flambagem da alma sob tensões normais
de flexão;
ar h
k 1 c 5,7 E
1200 300ar tw f y
Figura 1.7 – Flambagem local da alma devida ao momento fletor. Fonte: PFEIL (2009).
Nas seções com alma e mesa esbeltas, o momento resistente é calculado com as
expressões que consideram a interação das flambagens locais das duas chapas. As fórmulas para
o dimensionamento são encontradas no Anexo H da norma NBR 8800:2008, página 138.
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As almas das vigas metálicas servem principalmente para unir as mesas e absorver os
esforços cortantes. Por razões econômicas, procura-se concentrar massas nas mesas para obter
maior inércia, reduzindo a espessura da alma.
A alma das vigas é dimensionada basicamente para a condição de flambagem sob ação de
tensões de cisalhamento.
Nos perfis laminados, as almas são de pequena esbeltez (relação h / tw média), tendo
geralmente resistência à flambagem suficiente para atender aos esforços solicitantes, de forma
que a resistência seja determinada pelo escoamento ao cisalhamento do material: fv 0,6fy.
Nos perfis fabricados, as almas são normalmente mais esbeltas (relação h / tw elevada),
de modo que a resistência da viga fica limitada pela flambahgem da alma. Nestes casos, para
aumentar a resistência à flambagem, utilizam-se enrijecedores transversais, que dividem a alma
em painéis retangulares, conforme ilustram as Figuras 1.8 e 1.9.
Figura 1.8 – Vigas de alma cheia, com enrijecedores intermediários transversais e enrijecedor de apoio.
Fonte: PFEIL (2009).
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A Figura 1.9 ilustra, respectivamente, (a) o modo de flambagem elástica e (b) as tensões
de cisalhamento aplicadas no painel e tensões em um elemento a 450.
Figura 1.9 – Flambagem por cisalhamento da alma em um painel entre enrijecedores transversais.
Fonte: PFEIL (2009).
2E kE
cr k
121 2 h tw
0,904 (1.10)
2
h tw 2
Onde:
k = fator que considera as condições de contorno da placa e é função do espaçamento “a“ entre
enrijecedores transversais.
A flambagem da alma sob tensões normais de flexão no seu próprio plano já foi discutido
no item Flambagem Local da Alma.
V .Q
(1.11)
t.I
Onde:
t = espessura da chapa no ponto onde se mede a tensão;
Q = momento estático referido ao centróide da seção bruta, da parte da área da seção entre a
borda e o ponto onde se mede a tensão;
I = momento de inércia da seção bruta, referido ao centróide respectivo;
V = esforço cortante.
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Vd
d (1.12)
Av
Onde:
Vd = esforça cortante solicitante de cálculo;
Av = área efetiva de cisalhamento, dada por: h tw em perfis de Seção I; 2/3 Ag em perfis de seção
retangular cheia; 3/4 Ag em perfis de seção circular cheia; 1/2 Ag em perfis tubulares de
seção circular.
Para vigas I com alma pouco esbelta (valores baixos de hw / tw), a flambagem da alma
por cisalhamento não é determinante (material entra em escoamento para cargas inferiores à
carga crítica de flambagem). Os valores limites da relação (hw / tw) para esta categoria de almas
são dados pela expressão:
hw E
2,46 (1.13)
tw fy
Onde:
hw = altura da alma em perfis soldados (h) e igual (h – 2r) nos perfis laminados.
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O esforço cortante resistente de projeto para vigas atendendo à equação (1.13) é dado por:
Onde:
Aw = área da alma (h.tw), sendo h a altura total da seção.
Para valores da relação (h / tw) maiores que 3,06 E f y , o coeficiente Cv é a razão entre
a tensão crítica de flambagem elástica cr, expressão (1.10), e a tensão de escoamento ao
cisalhamento (fv).
cr cr
Cv (1.16)
fv 0,6 f y
Para valores da relação (h / tw) superiores ao limite, expressão (1.13), porém inferiores a
3,06 E f y , o coeficiente Cv traduz uma transição linear entre a resistência à flambagem
elástica e a resistência ao escoamento por cisalhamento.
Nas vigas I sem enrijecedores intermediários, o coeficiente Cv pode ser obtido com as
seguintes expressões:
Flambagem elástica:
hw E 7,50 E
Para 3,06 ; Cv (1.17a)
f y hw tw
2
tw fy
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Flambagem inelástica:
E h E 2,46 E
Para 2,46 w 3,06 ; Cv (1.17b)
fy tw fy hw tw fy
Figura 1.11 – Resistência nominal adimensional ao cisalhamento de vigas sem enrijecedores transversais
intermediários. Fonte: PFEIL (2009).
Em vigas soldadas (h / tw) com alma extremamente esbelta pode ocorrer a flambagem, no
plano vertical, da mesa comprimida pelo momento fletor, conforme ilustrado na Figura 1.12.
Figura 1.12 – Flambagem no plano vertical da mesa comprimida pelo momento fletor.
Fonte: PFEIL (2009).
CIV 925: Construções Metálicas II – Vigas Esbeltas 12
O limite superior da relação (hw / tw), correspondente a essa condição, é dado pela
expressão seguinte, com tensões em MPa:
hw 0,48 0,42 E
fyfy r
(1.18a)
tw máx fy
hw tw 260 (1.18b)
Nas vigas I sem efeito de flambagem da alma (Cv <1,0), o esforço cortante resistente de
cálculo é dado pela expressão (1.14), anteriormente apresentada.
Para vigas com enrijecedores intermediários, o valor limite da relação (hw / tw) nesta
condição é dado pela seguinte expressão, segundo a NBR 8800:2008 (página 50):
hw
p (1.19)
tw
Onde:
kE
p 1,10
fy
2
260
k = 5,0 para a hw 3,0 ou a hw
w w
h t
5
k 5 para todos os outros casos;
a hw 2
a = distância entre enrijecedores intermediários.
Nas vigas I com efeito de flambagem da alma, o esforço cortante resistente de cálculo é
dado pela expressão (1.15), anteriormente apresentada.
Nas vigas I com enrijecedores intermediários, o coeficiente Cv pode ser determinado por
meio das seguintes expressões:
CIV 925: Construções Metálicas II – Vigas Esbeltas 13
hw p
Para p r ; Cv (1.20a)
tw hw tw
p
2
h
Para w r ; Cv 1,24 (1.20b)
tw hw tw
kE
onde: r 1,37
fy
Após a flambagem por cisalhamento em vigas com enrijecedores transversais intermediários,
a alma transforma-se em um sistema treliçado com diagonais tracionadas, denominado campo
de tração. Este mecanismo fornece um acréscimo no esforço cortante resistente que pode ser
estimado conforme a norma AISC (2005), segundo PFEIL (2009). Posteriormente, no item 1.5
serão apresentados os comentários pertinentes ao campo de tração.
Nas vigas com enrijecedores transversais intermediários, os valores máximos da relação (h w / tw)
considerados nos projetos são os seguintes, 331 para o aço MR250 e 280 para o AR350:
E
Para a hw 1,5 hw tw 11,7 (1.21a)
fy
Para a hw 1,5 hw tw hw tw máx da Expressão (1.18) (1.21a)
3
I a.tw 0,5a.tw
2,5
3
2 (1.22)
a hw
2
Onde:
I = momento de inércia do enrijecedor unilateral ou de um par de enrijecedores, um de cada lado
da alma, tomado em relação ao plano da alma;
a = espaçamento entre enrijecedores intermediários.
2
a 260 a
; 3,0 (1.23)
hw hw tw hw
Figura 1.14 – Tipos de ruptura da alma sem enrijecedores intermediários em viga sujeita à carga
transversal concentrada. Fonte: PFEIL (2009).
A Figura 1.14 representa os seguintes tipos de ruptura: (a) escoamento local da alma, (b)
enrugamento da alma com flambagem localizada, (c) flambagem da alma com deslocamento
lateral da mesa tracionada, (d) flambagem da alma por compressão transversal.
Para cada um destes estados limites, decorrentes da ação de cargas concentradas simples
(em uma mesa) ou aos pares (em duas mesas), é exigida a colocação de enrijecedores
transversais de apoio, conforme ilustra a Figura 1.8e, se a resistência necessária exceder os
valores obtidos com as equações, posteriormente, apresentadas. Deve-se ainda, verificar a flexão
transversal da mesa em função da largura de distribuição da carga aplicada na mesa.
A flambagem da alma por compressão transversal com deslocamento lateral da mesa
tracionada (Figura 1.14c) ocorre para vigas com mesa estreita quando, no ponto de aplicação de
uma carga concentrada simples (somente na mesa comprimida), não está impedido o
deslocamento lateral relativo entre as mesas.
Entretanto, esse tipo de colapso não ocorre nas seguintes condições:
hw tw
2,3 quando a rotação da mesa carregada for impedida
l bf
hw tw
1,7 quando a rotação da mesa carregada não for impedida (Fig. 1.14c)
l bf
Onde: l é o maior comprimento dentre os comprimentos sem contenção lateral das duas
mesas na vizinhança da seção carregada.
Nota: o critério de cálculo da resistência neste é apresentado na norma NBR 8800:2008,
item 5.7 (Página 57).
CIV 925: Construções Metálicas II – Vigas Esbeltas 16
6,25t 2f f y
FRd (1.24)
a1
Notas: (1) tf é a espessura da mesa carregada e (2) a força FRd deve ser maior que a força
solicitante de cálculo FSd.
Observação: caso FRd FSd deve-se colocar enrijecedores transversais de ambos os
lados da alma na seção de aplicação da carga.
A força resistente da equação (1.24) é reduzida à metade, no caso em que a força é
aplicada em uma seção cuja à distância ao extremo da viga seja menor que 10.t f .
Normalmente, esta verificação somente é requerida para o caso de forças que tracionam
a alma apesar da flexão da mesa também ocorrer para forças de compressão.
Onde: la = extensão da alma carregada, admitindo distribuição das tensões com um gradiente de
2,5:1, conforme ilustra a Figura 1.15.
Onde:
c = espessura da mesa carregada mais o lado do filete em perfis soldados e a espessura da mesa
mais o raio de concordância com alma, no caso de perfis laminados.
Enrugamento da Alma
0,825
FEd Fn (1.28)
a1
a tw
1, 5
tf
Fn Kt 1 3 Ef y
2
(1.29a)
h t f
w
tw
Onde:
K = 0,80 para cargas intermediárias, quando aplicadas a uma distância da extremidade da viga
maior que (h / 2);
K = 0,40 para cargas de extremidade, quando aplicadas a uma distância menor que (h / 2) do
extremo da viga.
tw
1, 5
a tf
Fn 0,40t 1 4 0,2 Ef y
2
(1.29b)
h t f
w
tw
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Quando a força solicitante de cálculo exceder FRd, Equação (1.28), deve-se colocar um
enrijecedor transversal ou um par de enrijecedores transversais que se estendem, pelo menos, até
a metade da altura da alma da viga.
24tw3
Fn E fy (1.30)
hw
onde: hw é a altura, exclusive trechos de transição das mesas para a alma (Figura 1.4).
Nota: quando o par de cargas concentradas for aplicado a uma distância da extremidade
da viga menor que h / 2, a resistência deve ser reduzida em 50%.
Nos pontos de apoio, as vigas laminadas ou fabricadas deverão ter contenção lateral que
impeça a rotação da viga em torno do eixo longitudinal. Essa contenção é necessária para
impedir o tombamento da viga ou, no caso de vigas esbeltas, o colapso por deslocamento
transversal relativo das mesas.
Discute-se neste item os efeitos da resistência local da alma incluindo e não incluindo a
resistência pós-flmabgem, considerando o texto elaborado por QUEIROZ (1993).
A ocorrência de flambagem local da alma de uma viga por cisalhamento não implica
necessariamente em colapso da barra como um todo, desde que haja enrijecedores transversais
adequados e convenientemente espaçados. No início da flambagem têm-se tensões de tração e de
compressão, inclinadas de 450 com relação ao eixo da barra, com valor absoluto igual ao da
tensão de flambagem por cisalhamento, conforme indica a Figura 1.16a.
f yv cr
FS cr (1.32)
1,15 1 a h
2
Onde: f yv f y 3
onde:
h
tw
p 0,6 3 p 1,12 KE / f y
Para h tw p FS cr
f y 3 cr (1.36)
1,15 1 a h
2
0,9 KE
Para h tw r cr K e (1.39)
h tw 2
p
Para r h tw p cr
h tw
0,6 f y (1.40)
onde:
2 E tw
2
e
121 2 h
(tw = espessura da placa)
CIV 925: Construções Metálicas II – Vigas Esbeltas 21
5,34
K 4,0 a / h 1,0
a h2
4,0
K 5,34 a / h 1,0 (considerar a h para a h 3,0 )
a h2
Caso não se inclua o efeito do campo de tração:
Para h tw p FS cr (1.42)
Para que seja utilizado o efeito do campo de tração existem algumas exigências,
conforme as seguintes descrições:
a) o efeito do campo de tração não pode ser aplicado a painéis extremos da alma, a
painéis com aberturas, nem a painéis adjacentes a estes últimos;
b) os enrijecedores transversais, além de atenderem às exigências anteriormente
apresentadas, têm também que ter uma área mínima da seção transversal (num
plano paralelo às mesas da viga), dada pela expressão:
tw = espessura da alma;
D = 1,0 para enrijecedores colocados em pares (corte B-B da Figura 1.17, por exemplo);
D = 1,8 para enrijecedores colocados em pares (corte C-C da Figura 1.17, por exemplo);
D = 2,4 para enrijecedores colocados em pares (corte B-B da Figura 1.17, por exemplo);
c) a ligação dos enrijecedores transversais com a alma tem que ser capaz de transmitir
uma carga distribuída, paralela ao enrijecedor, cujo valor para enrijecedor simples
ou par de enrijecedor é dado pela expressão (Figura 1.18):
3
fy
qs h (1.44)
216
d) Tem que ser verificada a interação entre momento fletor e força cortante, conforme
será apresentado no item 1.8.
e) O uso do efeito de campo de tração limita-se a barras com seção transversal em I
sujeitas à flexão normal simples sem torção, não podendo ser estendido a outras
situações como flexão oblíqua, flexão composta, torção, etc.
f) O efeito do campo de tração não pode ser utilizado quando a alma estiver sujeita à
cargas concentradas em seções sem enrijecedores (por exemplo: vigas submetidas
a cargas móveis).
g) A resistência nominal ao momento fletor deve ser determinada conforme
descrições anteriores, e ainda, que se tenha a relação h tw E f y .
Utilizando ou não o campo de tração, a relação (a / h) não pode ultrapassar 3,0 e nem
260 h tw 2.
Nota: caso a relação (a / h) seja inferior a 260 e, além disso, não seja necessário utilizar
o efeito do campo de tração na verificação da alma, a relação (a / h) não é limitada.
CIV 925: Construções Metálicas II – Vigas Esbeltas 23
a) Para cargas que comprimem a alma (Figura 1.19a), esta deve ser verificada para evitar
enrugamento e flambagem locais.
Onde:
tw = espessura da alma;
b = comprimento no qual atua a carga concentrada;
k = espessura da mesa onde atua a carga, no caso de perfil soldado; essa espessura mais o
raio de concordância entre a mesa e alma, no caso de perfil laminado.
A tensão que produz flambagem local da alma, no caso de não haver impedimento de
rotação da mesa onde atua a carga, em torno do eixo longitudinal, é dada pela seguinte
expressão:
4
Fcr e 2
a h2
(1.45)
Onde:
a = distância entre os enrijecedores transversais adjacentes à carga aplicada;
e 2 E.t 2 w 12h2 1 2
CIV 925: Construções Metálicas II – Vigas Esbeltas 24
Nota: esta expressão, que é empírica, fornece valores coerentes de Fcr em casos extremos
(a>>h e a<<h).
Quando a mesa onde atua a carga tem rotação impedida em torno do eixo longitudinal, a
tensão que produz flambagem local da alma é dada pela seguinte expressão:
4
Fcr e 5,5
a h2
(1.46)
As duas expressões de Fcr são, entretanto, reduzidas por um fator igual a 0,6 (além do
coeficiente do segurança adequado) que leva em consideração a vulnerabilidade da alma para
este tipo de flambagem. Desta forma, a resistência última da alma à flambagem local, em termos
de tensão é dada pelas expressões seguintes, conforme a rotação da mesa onde atua a carga seja
não impedida ou impedida, respectivamente:
4
Fc 0,6 e 2
a h2
(1.47a)
ou
4
Fc 0,6 e 5,5
a h2
(1.47b)
P P 2 qa / 2 (1.48)
b) Para cargas que tracionam a alma, Figura 1.19b, devem ser verificados: a flexão local da
mesa onde atua a carga, solda de ligação entre esta mesa e a alma (no caso de perfis
soldados), escoamento local da alma na região de entrada da carga, etc.
CIV 925: Construções Metálicas II – Vigas Esbeltas 25
Nos casos em que é utilizado o efeito do campo de tração na resistência à força cortante é
necessário que a equação de interação dada pela expressão seguinte seja atendida, em qualquer
painel entre dois enrijecedores transversais, além dos valores máximos de cálculo do momento
fletor e da força cortante ser, isoladamente, inferiores ou iguais às respectivas resistências de
cálculo.
M Sd V
0,727 0,455 Sd 1,0 (1.49)
M Rd VRd
Onde:
MSd = momento fletor solicitante de cálculo;
VSd = força cortante solicitante de cálculo;
MRd = momento fletor resistente de cálculo;
VSd = força cortante resistente de cálculo.
1.10 - Bibliografia
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR 8800: 2008. Projeto de Estruturas de
aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. 2a Edição. Rio de Janeiro.
BELEI, I. H. 1994. Edifícios industriais em aço: projeto e cálculo. 1a Edição. Editora PINI. São
Paulo.
PFEIL, W.; PFEIL, M. (2009). Estruturas de aço: dimensionamento prático. 8a Edição. LTC.
Rio de Janeiro.
QUEIROZ (1993). Elementos das estruturas de aço. 4a Edição. UFMG. Belo Horizonte.
SALMON; C. G.; JOHNSON, J. E. (1990). STEEL STRUCTURES: Design and Behavior. Third
Edition. Harper Collins Publishers Inc. New York.