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Capítulo 5
DIMENSIONAMENTO NO ESTADO-LIMITE ÚLTIMO
Solicitações Normais
5.1 - Introdução
Solicitações normais são as que causam tensões normais nas seções transversais dos
elementos estruturais. Essas solicitações são momento fletor e força normal e ocorrem em peças
sujeitas a flexão simples (vigas e lajes em geral) ou composta (pilares).
As relações tensão-deformação do concreto e do aço, apresentadas nos capítulos 2 e 3,
são aqui consideradas para o desenvolvimento da teoria geral sobre a qual se baseiam os métodos
de análise e dimensionamento no estado limite último de peças sujeitas a solicitações normais.
Essa teoria será aplicada a vigas e pilares nos próximos capítulos.
Antes de iniciarmos o estudo, necessário relembrar alguns conceitos.
No trecho que está no Estádio II, o concreto já não resiste às tensões de tração decorrentes
dos momentos fletores, a força de tração do binário provém exclusivamente pela armadura
tracionada. Mas os materiais ainda atendem à lei de Hooke (concreto comprimido e armadura
tracionada).
Os estados-limites de serviço são, geralmente, verificados para as combinações de carga
em serviço (quase permanentes, frequentes e raras), e, para estas combinações, a estrutura estará
possivelmente trabalhando no domínio II.
Se aumentarmos ainda mais o carregamento, até chegar próximo ao colapso, a viga estará
praticamente toda fissurada. Na região central, onde há flexão pura, as fissuras permanecem
verticais. Nas regiões onde o momento diminui e surge o esforço cortante, as fissuras são
inclinadas, e podem não atingir o bordo inferior (fissuras de cisalhamento).
No Estádio III, as seções ainda permanecem planas, mas os materiais já não atendem à
lei de Hooke (concreto e aço na fase plástica).
No dimensionamento das estruturas em concreto armado, que é feito no estado limite
último, a estrutura estará trabalhando no domínio III.
se aplica, devendo ser usado o diagrama da Figura 5.10. Mudam somente as deformações
máximas do concreto, passando a valer as enunciadas a seguir:
Concretos classes C55 a C90 (expressões de c2 e de cu apresentadas no item 2.10, Figura
2.13)
c = cu em seções não inteiramente comprimidas (domínios 3, 4 e 4a)
c2 < c < cu na borda mais comprimida em seções inteiramente comprimidas (domínio
5)
c = c2 na compressão uniforme
Os domínios de deformação indicados nas Figuras 5.9 e 5.10 ocorrem nos seguintes casos de
solicitações:
Domínio 1 - Tração uniforme e flexo-tração com pequena excentricidade
Domínio 2, 3 e 4 – Flexão simples e flexão composta (força normal de tração ou compressão)
com grande excentricidade
Domínios 4a e 5 – Flexo-compressão com pequena excentricidade e compressão uniforme
40
y
ex Nd
ey
A cc
x
dA cc
c
y
x
c
A si
si
si
Figura 5.11 - Tensões e deformações numa seção sujeita a flexão composta oblíqua
Capítulo 6
FLEXÃO NORMAL SIMPLES
6.1 – Introdução
Neste capítulo estudaremos a flexão normal simples, as demais possibilidades serão
estudadas mais adiante.
A flexão pode ser normal ou oblíqua. Na flexão normal, há simetria da seção transversal
em relação ao plano de flexão (plano do carregamento), o que não ocorre na flexão oblíqua
(Figura 6.1). A flexão oblíqua é o caso geral, sendo a flexão normal um caso particular da
oblíqua.
Na flexão normal simples (onde só atua um momento fletor Md) haverá sempre uma
parte da seção comprimida e outra tracionada. O momento solicitante (Md) é resistido por um
momento resistente, formado por um binário de duas forças iguais (Rcd, de compressão no
concreto, e Rsd, de tração na armadura) separadas por um braço de alavanca “z” (Figura 6.2).
Neste caso, poderíamos nos situar em uma das três situações a seguir:
Domínio 2:
A armadura (As1) tem alongamento (𝜀𝑠 = 𝜀𝑠𝑢 = + 10º/oo), e o concreto tem encurtamento
(0 < [𝜀𝑐 ] < | 𝜀𝑐𝑢 | = |-3,5º/oo|) inferior ao máximo, ou seja, há ruptura convencional por
deformação plástica excessiva da armadura tracionada As1 (sem que haja esmagamento
do concreto). Observar na Figura 6.4.a que, no domínio 2, a linha representativa das
deformações sempre passa no ponto A (𝜀𝑠 = 𝜀𝑠𝑢 = + 10º/oo).
Domínio 3:
A armadura (As1) tem alongamento (𝜀𝑦 < 𝜀𝑠 < 𝜀𝑠𝑢 = + 10º/oo), e o concreto tem
encurtamento ( 𝜀𝑐 = 𝜀𝑐𝑢 = - 3,5º/oo) igual ao máximo, ou seja, há ruptura convencional
por encurtamento limite do concreto (esmagamento do concreto), mas a armadura
tracionada está em escoamento (𝜀𝑠 > 𝜀𝑦 ). Observar na Figura 6.4.b que, no domínio 3,
a linha representativa das deformações sempre passa no ponto B ( 𝜀𝑐 = 𝜀𝑐𝑢 = - 3,5º/oo).
Para cada tipo de aço temos um valor de (𝜀𝑦𝑑 ) diferente, como mostrado na tabela a
seguir. Logo, a profundidade de linha neutra no limite entre os domínios 2 e 3 será:
𝟑, 𝟓
𝒙𝟑/𝟒 = 𝒙𝟑,𝒍𝒊𝒎 = .𝒅
𝟑, 𝟓 + 𝜺𝒚𝒅
𝑓 𝑓 𝑓
𝑓𝑦𝑑 = 𝑦𝑘⁄𝛾𝑠 = 𝑦𝑘⁄1,15 𝐸𝑠 = 210 GPa 𝜖𝑦𝑑 = 𝑦𝑑⁄𝐸
𝑠
Nos dois domínios acima descritos (2 e 3), quando se chega próximo ao estado limite
último, a armadura tracionada já está em escoamento (𝜀𝑠 > 𝜀𝑦𝑑 ), ou seja, há grandes
deformações e intensa fissuração da peça, fenômenos que dão sinais indicativos de que a
estrutura está se aproximando do colapso. Neste caso diz-se que ocorre uma ruptura com aviso.
Domínio 4:
A armadura (As1) tem alongamento (𝜀𝑠 < 𝜀𝑦 ), e o concreto tem encurtamento ( 𝜀𝑐 = 𝜀𝑐𝑢
= - 3,5º/oo) igual ao máximo, ou seja, há ruptura convencional por encurtamento limite
do concreto (esmagamento do concreto), e a armadura tracionada NÃO está em
escoamento (𝜀𝑠 < 𝜀𝑦 ). Observar que, no domínio 4, a linha representativa das
deformações sempre passa no ponto B (Figura 6.5).
Esta forma de alcançar o estado limite último (no domínio 4) deve ser evitada, pois
quando há ruptura do concreto ( 𝜀𝑐 = 𝜀𝑐𝑢 = - 3,5º/oo) sem que a armadura tenha atingido a tensão
de escoamento (𝜀𝑦 > 𝜀𝑠 ), ocorre uma ruptura frágil da seção, sem aviso prévio (item 17.2.3
da norma).
Para evitar trabalhar no domínio 4 (ruptura sem aviso prévio), algumas soluções
alternativas podem ser tomadas pelo projetista:
Aumentar as dimensões da seção transversal, preferencialmente a altura “h”.
Usar concreto de maior resistência.
Manter os parâmetros iniciais, mas usar uma armadura comprimida (denominada
A’s, ou As2), colocada próxima ao bordo superior, de modo a auxiliar o concreto
na resistência aos esforços de compressão, o que leva a uma redução da
profundidade da linha neutra “x”, até que a peça deixe de trabalhar no domínio 4
e passe (pelo menos) para o domínio 3.
Neste ponto, em que a armadura inferior deixa de estar tracionada (limite entre os
domínios 4 e 4a), já não se pode trabalhar na flexão simples, pois já não é mais possível obter
um binário capaz de combater o momento fletor atuante na seção.
(𝑓𝑐𝑘 −50 )
𝜆 = [0,8 − ]
400
(𝑓𝑐𝑘 − 50)⁄
𝛼𝑐 = 0,85 . [1,0 − 200] 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒𝑠 𝑎𝑐𝑖𝑚𝑎 𝑑𝑎 𝐶50
𝛼𝑐 . 𝑓𝑐𝑑
0,9 . 𝛼𝑐 . 𝑓𝑐𝑑
Figura 6.8 – Distribuição das tensões numa seção (C55 até C90)
Logo, para concreto de classe até C50 podemos usar uma altura de bloco de compressão
igual a (0,8.x) e tensão de 0,85.fcd (ou 0,76 .fcd, dependendo da situação da largura média da
seção).
O cálculo é feito a partir das equações de equilíbrio de esforços atuantes na seção, como
mostrado a seguir.
Mas
𝑅𝑐𝑑 = 0,85 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏 . 0,8 . 𝑥 Eq. 6.3
Logo
𝑀𝑑 − 0,85 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏 . 0,8 . 𝑥 . (𝑑 − 0,4 . 𝑥) = 0
Expressão da qual resulta uma equação do 2º grau em “x”, profundidade da linha neutra.
(0,272 . b.fcd.x2 – 0,68b.d.fcd.x + Md = 0 Eq. 6.4
A profundidade da linha neutra será então (solução válida dentre as duas raízes):
2 𝑀𝑑
𝑥 = {1,25 − √1,565 − 3,67647 }.𝑑 Eq. 6.5
𝑏.𝑑2 .𝑓𝑐𝑑
Como já visto, uma seção submetida a flexão simples poderá trabalhar nos domínios 2, 3
e 4 de deformação. Caso a seção esteja nos domínios 2 ou 3, a deformação na armadura é superior
à de escoamento (𝜀𝑦 ≤ 𝜀𝑠 ≤ 𝜀𝑠𝑢 = + 10º/oo), e, sendo assim, a tensão na armadura será igual a
fyd. A seção de aço necessária ficará então:
𝑀𝑑
𝐴𝑠1 = Eq. 6.7
𝑧 .𝑓𝑦𝑑
Resolvamos um exemplo.
EXEMPLO 1
Seja uma seção de 20 x 40 cm2, solicitada por um momento fletor Mk = 60 kN.m. Calcular a
armadura de flexão usando as equações de equilíbrio.
Outros dados:
Concreto C30 Aço CA-50
SOLUÇÃO
𝑓 𝑓
𝑓𝑐𝑑 = 𝑐𝑘⁄𝛾𝑐 = 𝑐𝑘⁄1,4 = 30.000 / 1,4 = 21.429 kN/m2
Numa primeira aproximação, pode-se adotar (d = 0,9 . h = 0,9 . 0,40 = 0,36 m)
Equação em “x”:
0,272 . b.fcd.x2 – 0,68b.d.fcd.x + Md = 0
2 84
𝑥 = {1,25 − √1,565 − 3,67647 } . 0,36 = 0,246x0,36 = 0,088 m = 8,8 cm
0,20 .0,362 .21.429
Logo, a seção trabalha no domínio 2, e a armadura está escoando, ou seja, a tensão na armadura
é (𝑓𝑦𝑑 = 43,48 kN/cm2). O braço de alavanca será:
z = (d-0,4x) = 0,36 – 0,4 . 0,088 = 0,32 m
𝑀𝑑 84
𝐴𝑠 = = = 6,04 cm2
𝑧 .𝑓𝑦𝑑 0,32 .43,48
𝑀𝑑
𝐾𝑀𝐷 = Eq. 6.8
𝑏 .𝑑 2 .𝑓𝑐𝑑
2 𝑀𝑑 2
𝑥 = {1,25 − √1,565 − 3,67647 } . 𝑑 = {1,25 − √1,565 − 3,67647 𝐾𝑀𝐷 } . 𝑑
𝑏.𝑑 2 .𝑓𝑐𝑑
São parâmetros fixados nas tabelas, o que requer atenção na escolha da tabela a ser utilizada:
Classe de concreto (qualquer, até C50)
𝛾𝑠 = 1,15
d’/d (este só importa quando há armadura comprimida – A’s ou As2)
Em anexo, são apresentadas três tabelas de flexão, para concretos até classe
C50, com três diferentes relações d’/d (0,05, 0,10 e 0,15).
𝑀𝑑
Parâmetro de entrada na tabela (momento reduzido, adimensional): 𝐾𝑀𝐷 =
𝑏 .𝑑 2 .𝑓𝑐𝑑
51
Braço de alavanca z = KZ x d
Profundidade da LN x = KX x d
Altura do bloco de compressão y = 0,8 . x
Deformações de interesse 𝜀𝑐1 , 𝜀𝑠1 𝑒 𝜀𝑠2
Tensões nas armaduras 𝜎𝑠1𝑑 𝑒 𝜎𝑠2𝑑
Como já visto, uma seção submetida a flexão simples poderá trabalhar nos domínios 2, 3
e 4 de deformação. Caso a seção esteja nos domínios 2 ou 3, a deformação na armadura é superior
à de escoamento (𝜀𝑦 ≤ 𝜀𝑠 ≤ 𝜀𝑠𝑢 = + 10º/oo), e, sendo assim, a tensão na armadura será igual a
fyd. A seção de aço necessária ficará então:
𝑀𝑑
𝐴𝑠1 =
𝑧 . 𝜎𝑠𝑑
Na tabela 𝜎𝑠𝑑 é o 𝜎𝑠1𝑑
EXEMPLO 2 (= EXEMPLO 1)
Calcular a armadura de flexão para uma seção de 20 x 40 cm2, solicitada por um momento fletor
Mk = 60 kN.m. Usar as tabelas de KMD.
Outros dados:
Concreto C30 Aço CA-50
SOLUÇÃO
𝑓 𝑓
𝑓𝑐𝑑 = 𝑐𝑘⁄𝛾𝑐 = 𝑐𝑘⁄1,4 = 30.000 / 1,4 = 21.429 kN/m2
Numa primeira aproximação, pode-se adotar (d = 0,9 . h = 0,9 . 0,40 = 0,36 m)
Momento de cálculo: Md = 𝛾𝑓 . Mk = 1,4 x 60 = 84,0 kN.m
Tabela de KMD:
𝑀𝑑 84,0
𝐾𝑀𝐷 = 2
= = 0,151 (𝑑𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 2)
𝑏 . 𝑑 . 𝑓𝑐𝑑 0,2 . 0,362 . 21429
Da tabela, tira-se
Concreto até classe C50 CA-25 CA-25 CA-50 CA-50 CA-60 CA-60
KMD KX KZ εc1 εs1 εs2 σS1 σS2 σS1 σS2 σS1 σS2
0,150 0,245 0,902 -3,24 10,00 -1,91 21,74 -21,74 43,48 -40,17 52,17 -40,17
0,158 0,259 0,896 -3,50 10,00 -2,15 21,74 -21,74 43,48 -43,48 52,17 -45,14 Lim 2/3
52
𝑀𝑑
Parâmetro de entrada na tabela (momento reduzido, adimensional): 𝐾𝑀𝐷 =
𝑏 .𝑑 2 .𝑓𝑐𝑑
Se (𝑲𝑴𝑫 > 𝑲𝑴𝑫𝒍𝒊𝒎 ) se estaria no domínio 4, dimensionamento que deve ser evitado
(ruptura frágil, sem aviso).
É necessário adotar uma solução que não leve a uma ruptura frágil, sem aviso prévio, o
que se consegue, por exemplo, com uma das alternativas a seguir:
Aumentar as dimensões da seção transversal, preferencialmente a altura “h”.
Usar concreto de maior resistência.
Manter os parâmetros iniciais, mas usar uma armadura comprimida (denominada
A’s, ou As2), colocada próxima ao bordo superior, de modo a auxiliar o concreto
na resistência aos esforços de compressão, o que leva a uma redução da linha
53
neutra “x”, até que a peça deixe de trabalhar no domínio 4 e passe para o domínio
3.
No caso, para não alterar demais dados do projeto, se usa armadura dupla, de modo que
a profundidade da linha neutra diminua, e a seção passe a trabalhar fora do domínio 4. Uma das
soluções possíveis, e que é geralmente a mais utilizada, é trabalhar-se no limite entre os domínios
3 e 4, ou seja, usando uma profundidade de linha neutra (x = x3,lim , ou seja 𝐾𝑀𝐷 = 𝐾𝑀𝐷𝑙𝑖𝑚 ).
Para dimensionar no limite entre os domínios 3 e 4, entra-se na tabela, com o valor de 𝐾𝑀𝐷𝑙𝑖𝑚
(para o tipo de aço usado), e obtém-se KZ e 𝜎𝑠2𝑑
Calcula-se z = KZ x d
E a armadura tracionada:
1 𝑀𝑑,𝑐 ∆𝑀𝑑
𝐴𝑠1 = ( + (𝑑− 𝑑 ′ )
) Eq. 6.14
𝑓𝑦𝑑 𝑧
ATENÇÃO:
Quando se usa a tabela de KMD apresentada, onde está fixada a relação (d’/d), há que se respeitar
este parâmetro (0,05, 0,10 ou 0,15), para a obtenção de (𝜀𝑠2 e 𝜎𝑠2𝑑 ) diretamente da tabela. Caso
o valor da relação (d’/d) seja diverso, (𝜀𝑠2 e 𝜎𝑠2𝑑 ) devem ser calculados por regra de três, a partir
das deformações conhecidas na seção, como mostrado a seguir.
𝑥3,𝑙𝑖𝑚 − 𝑑 ′
𝜀𝑠2 = 𝜀𝑐1 Eq. 6.15
𝑥3,𝑙𝑖𝑚
Es = 210 GPa
EXEMPLO 3
Seja uma seção de 25 x 60 cm2, solicitada por um momento fletor Mk = 370 kN.m. Calcular a
armadura de flexão. Usar as tabelas de KMD.
Outros dados:
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SOLUÇÃO
𝑓 𝑓
𝑓𝑐𝑑 = 𝑐𝑘⁄𝛾𝑐 = 𝑐𝑘⁄1,4 = 25.000 / 1,4 = 17.857 kN/m2
Numa primeira aproximação, pode-se adotar (d = 0,9 . h = 0,9 . 0,60 = 0,54 m)
Tabela de KMD:
𝑀𝑑 518,0
𝐾𝑀𝐷 = 2
= = 0,398 (𝑑𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 4)
𝑏 . 𝑑 . 𝑓𝑐𝑑 0,25 . 0,542 . 17857
KMD KX KZ εc1 εs1 εs2 σS1 σS2 σS1 σS2 σS1 σS2
0,390 0,891 0,643 -3,50 0,43 -3,11 8,97 -21,74 8,97 -43,48 8,97 -52,17
0,400 0,947 0,621 -3,50 0,20 -3,13 4,13 -21,74 4,13 -43,48 4,13 -52,17
Concreto até classe C50 CA-25 CA-25 CA-50 CA-50 CA-60 CA-60
KMD KX KZ εc1 εs1 εs2 σS1 σS2 σS1 σS2 σS1 σS2
0,320 0,629 0,749 -3,50 2,07 -2,94 21,74 -21,74 43,48 -43,48 43,41 -52,17 CA-50
Notas:
1 - A solução para o dimensionamento de seções com armadura dupla não é única, ou seja, há
uma infinidade de soluções possíveis. Isto se deve ao fato de que há mais incógnitas do que
equações matemáticas aplicáveis. Assim como se pode dimensionar, usando armadura dupla, no
limite entre os domínios 3 e 4, ou seja, com (𝑥3,𝑙𝑖𝑚 ), também se poderia fazer um
dimensionamento em qualquer posição de linha neutra, seja no domínio 3, ou até no domínio 2.
Entretanto, quanto menor for a profundidade de linha neutra adotada, maior será a quantidade de
armadura comprimida (As2), e também, quase certamente, a quantidade de armadura total (As,tot
= As1 + As2). Ou seja, via de regra, o dimensionamento (com armadura dupla) mais econômico
estará próximo do adotado no exemplo acima, com (𝑥 = 𝑥3,𝑙𝑖𝑚 ).
2 – Embora possível o dimensionamento de uma seção submetida a flexão simples com armadura
dupla, não recomendamos tal situação. A necessidade de armadura dupla na flexão simples é um
indicativo de que se está trabalhando com uma seção de concreto de altura reduzida, e que está
solicita numa situação próxima do seu limite. Tal dimensionamento, além de gerar solicitações
elevadas na seção, pode conduzir também a flechas indesejáveis, fissuração excessiva etc. Desta
forma, só consideramos aceitável o dimensionamento de flexão simples com armadura dupla em
situações muito especiais (limitação da altura da viga por imposições arquitetônicas, por
exemplo).
EXEMPLO 4
Para a mesma seção e momento fletor do exemplo anterior, proceder ao dimensionamento
fixando a posição de linha neutra no limite entre os domínios 2 e 3.
SOLUÇÃO
Concreto até classe C50 CA-25 CA-25 CA-50 CA-50 CA-60 CA-60
KMD KX KZ εc1 εs1 εs2 σS1 σS2 σS1 σS2 σS1 σS2
0,158 0,259 0,896 -3,50 10,00 -2,15 21,74 -21,74 43,48 -43,48 52,17 -45,14 Lim 2/3
Pode-se observar que no exemplo 4 houve substancial aumento da armadura comprimida (As2),
e uma pequena redução na armadura tracionada (As1). Elevando-se ainda mais a posição da linha
neutra poderíamos chegar, por tentativas, a uma armadura simétrica (As1 = As2). A quantidade
total de armadura seria, neste caso, ainda maior.
6.7 - Seção T - cálculo das armaduras de flexão com uso da tabela de KMD
Nos itens precedentes foram dimensionadas à flexão simples seções retangulares, que são
as mais simples de se calcular.
Muitas vezes, entretanto, nas edificações com sistema estrutural do tipo “lajes – vigas –
pilares”, as lajes de piso (com espessura hf), embora tenham como função principal receber as
cargas verticais aplicadas no pavimento, também auxiliam as vigas na resistência à flexão.
Supondo-se a situação mais normal, em que a laje encontra-se monoliticamente ligada à viga, na
sua parte superior, esta laje trabalha, dentro de certos limites, como uma mesa comprimida de
viga T, aumentando substancialmente a largura da área de seção comprimida e o braço de
alavanca “z”, e, consequentemente, a resistência da viga a momentos positivos (Figura 6.12).
57
Obs: A nomenclatura adotada para as dimensões da mesa da viga T (bf e hf) se devem à expressão
“flange”. A largura da alma, bw, vem do inglês “web” (alma da viga).
Estando a laje de piso ligada monoliticamente à viga, forçosamente contribuirá para a
resistência da viga à flexão, por uma imposição da compatibilidade de deformações – mesmo
que o projetista opte por não considerar a contribuição da mesa comprimida.
Somente para fins de informação, caso esta mesma seção T estivesse submetida a
momento fletor negativo, ela funcionaria como viga de seção retangular de largura (bw). A
armadura tracionada, entretanto, poderia ser distribuída, em parte, na laje, como mostrado na
figura a seguir.
Numa primeira avaliação, supõe-se a viga com largura (bf) e altura útil (d), e calcula-se
o parâmetro de entrada na tabela.
𝑀𝑑
𝐾𝑀𝐷 = Eq. 6.17
𝑏𝑓 .𝑑 2 .𝑓𝑐𝑑
Profundidade da LN x = KX x d
Altura do bloco de compressão y = 0,8 . x (concretos de classe até C50)
Conhecida a profundidade da linha neutra (x), deve ser calculada a altura do bloco de
compressão do concreto (y).
y = 0,8 . x (concretos de classe até C50)
Pode-se cair em duas situações distintas, em função do valor obtido de (y), estando as
duas situações possíveis mostradas na Figura 6.14.
Se 𝑦 > ℎ𝑓 o cálculo não pode prosseguir desta forma, pois o bloco de compressão
estaria com uma altura superior à espessura da mesa (ℎ𝑓 ) da seção T, e se estaria
computando tensões de compressão no concreto numa região onde ele não existe
(duplo hachurado).
Figura 6.14 – Seção T – situações obtidas teoricamente com uso da largura (bf)
Neste caso, estando o bloco de compressão situado todo ele na mesa, a seção, que é em
forma de T, funciona como se fosse uma seção retangular de largura bf, como mostrado na figura
a seguir
59
Neste caso, estando o bloco de compressão situado fora da mesa no cálculo inicial (vide
figura anterior, situação da direita), tal consideração mostra-se errônea. Para se proceder ao
cálculo correto nesta situação, o momento atuante (Md) deve ser dividido em duas parcelas (Md
= Md.f + Md,w), como mostrado na Figura 6.16.
Figura 6.16 – Momento resistido pelas abas (Md,f) e pela alma (Md,w) da viga T
O que falta para chegar ao momento (Md) deverá ser resistido pela alma da viga.
𝑀𝑑,𝑤
𝐾𝑀𝐷 = Eq. 6.20
𝑏𝑤 .𝑑 2 .𝑓𝑐𝑑
Profundidade da LN x = KX x d
Conhecida a profundidade da linha neutra (x), deve ser verificado em que domínio se
encontra a peça, e a solução pode se desdobrar em duas situações possíveis.
Se 𝑥 ≤ 𝑥3.𝑙𝑖𝑚 o cálculo pode prosseguir com armadura simples, pois a seção
trabalha nos domínios 2 ou 3.
Se x > 𝑥3.𝑙𝑖𝑚 o cálculo não pode prosseguir com esta posição de linha neutra,
pois haveria ruptura sem aviso prévio (domínio 4). Se mantidas as dimensões da
seção transversal, é necessário dispor de uma armadura de compressão, de modo
a diminuir a profundidade da linha neutra, e, com isso, ter a armadura tracionada
alcançando a tensão de escoamento.
E a armadura tracionada:
1 𝑀𝑑,𝑓 𝑀𝑑𝑤,𝑐 ∆𝑀𝑑,𝑤
𝐴𝑠1 = .( ℎ + + (𝑑− 𝑑 ′ )
) Eq. 6.25
𝑓𝑦𝑑 (𝑑− 𝑓⁄2) 𝑧
Nota:
Como já foi esclarecido para as seções retangulares, se deve evitar o dimensionamento com
armadura dupla na flexão simples. Com muito mais razão, a mesma observação é válida para
seções T. Logo, este cálculo mostrado acima, com uso de armadura dupla, deve ser pouco usual
na prática.
62
EXEMPLO 5
Seja a seção T abaixo descrita. Determinar o momento (Md) que faça com que o bloco de
compressão (diagrama de concreto retangular simplificado) mantenha a mesa totalmente
comprimida (e só a mesa), usando armadura simples. Calcular também a armadura necessária
para esta situação. Usar tabela de KMD. Dados:
bf = 0,8 m hf = 0,08 m
bw = 0,25 m h = 0,6 m
Concreto C30 Aço CA-50
SOLUÇÃO
𝑓 𝑓
𝑓𝑐𝑑 = 𝑐𝑘⁄𝛾𝑐 = 𝑐𝑘⁄1,4 = 30.000 / 1,4 = 21.428 kN/m2
d = 0,9 . h = 0,9 . 0,60 = 0,54 m)
Concreto até classe C50 CA-25 CA-25 CA-50 CA-50 CA-60 CA-60
KMD KX KZ εc1 εs1 εs2 σS1 σS2 σS1 σS2 σS1 σS2
0,110 0,174 0,930 -2,10 10,00 -0,89 21,74 -18,77 43,48 -18,77 52,17 -18,77
0,120 0,191 0,924 -2,36 10,00 -1,13 21,74 -21,74 43,48 -23,64 52,17 -23,64
EXEMPLO 6
Seja uma seção T, solicitada por um momento fletor Mk = 500 kN.m. Calcular a armadura de
flexão, usando as tabelas de KMD.
Outros dados:
bf = 0,8 m hf = 0,08 m
bw = 0,25 m h = 0,5 m
Concreto C25 Aço CA-50
SOLUÇÃO
𝑓 𝑓
𝑓𝑐𝑑 = 𝑐𝑘⁄𝛾𝑐 = 𝑐𝑘⁄1,4 = 25.000 / 1,4 = 17.857 kN/m2
d = 0,45 m
63
𝑀𝑑,𝑤 426,2
𝐾𝑀𝐷 = 2
= = 0,471 (𝑑𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 4)
𝑏𝑤 . 𝑑 . 𝑓𝑐𝑑 0,25 . 0,452 . 17857
Necessário usar armadura dupla – dimensionamento será feito no limite entre domínios 3 e 4
(aço CA-50, 𝐾𝑀𝐷𝑙𝑖𝑚 = 0,320).
Mdw,c = 𝑲𝑴𝑫𝒍𝒊𝒎 . 𝑏𝑤 . 𝑑2 . 𝑓𝑐𝑑 = 0,320 𝑥 0,25 𝑥 0,452 𝑥 17857 = 289,2 𝑘𝑁. 𝑚
Concreto até classe C50 CA-25 CA-25 CA-50 CA-50 CA-60 CA-60
KMD KX KZ εc1 εs1 εs2 σS1 σS2 σS1 σS2 σS1 σS2
0,320 0,629 0,749 -3,50 2,07 -2,94 21,74 -21,74 43,48 -43,48 43,41 -52,17 CA-50
Armadura tracionada:
1 𝑀𝑑,𝑓 𝑀𝑑𝑤,𝑐 ∆𝑀𝑑,𝑤 1 273,8
𝐴𝑠1 = .( + + ) = .( +
𝑓𝑦𝑑 ℎ
(𝑑− 𝑓⁄2) (𝑑−0,4 .𝑥) (𝑑− 𝑑 ′ ) 43,48 (0,45− 0,08⁄2)
289,2 137,0
(0,45−0,4 .0,283)
+
0,42
) = 42,6 cm2
Obs:
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A armadura tracionada poderia ser composta de (14 ∅ 20 mm) – haveria razoável dificuldade
para disposição desta armadura numa alma de 25 cm de largura (4 ∅ 20 mm por camada), o que
corrobora recomendação de se evitar armadura dupla em vigas T. Constata-se que a percentagem
da armadura tracionada calculada em relação à alma da viga é de (42,6 / 25 x 50 = 3,4%), bastante
elevada.
Um tema que precisa ser estudado é qual seria a largura de mesa (bf) de viga T razoável,
para fins de dimensionamento à flexão. E a determinação deste valor razoável de (b f) depende
de uma série de fatores, como será visto em seguida.
A introdução de esforços de compressão na região da mesa comprimida se faz
progressivamente, a partir da alma e no sentido da mesa. Se analisarmos a ligação alma-mesa,
ao longo desta superfície surgem tensões cisalhantes, através das quais a compressão na mesa se
instala, como mostrado na Figura 6.19.
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De modo a simplificar os cálculos, se usa uma largura efetiva de mesa (bf) de viga T
reduzida, mas de tal forma que as tensões possam ser consideradas constantes em toda esta
largura, como se verá a seguir (item 14.6.2.2 da norma).
Como se disse, as tensões começam a ser introduzidas na mesa a partir do apoio da viga
(ver Figura 6.19). Tal situação é verdadeira se a viga é simplesmente apoiada; para outras
situações o parâmetro de interesse para estudo é a distância entre pontos de momentos nulos na
viga (a), que pode ser assumida como sendo:
A largura efetiva da mesa de viga T dependerá da dimensão (a), vista acima, e de outros
fatores geométricos, como indicado na figura a seguir, onde estão mostrados os limites de b1 e
b3. A espessura da mesa é (hf), espessura da laje. Os comprimentos b1 e b3 são definidos a partir
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da face lateral da viga, exceto se houver mísula. Havendo mísula, se começa a contar a partir de
uma distância “c” da face da viga, onde “c” é a menor dimensão da mísula (ver Figura 6.21).
b3 - aba em balanço.
b1 - aba intermediária.
0,5 . 𝑏2
𝑏1 ≤
0,1 . 𝑎
𝑏4
𝑏3 ≤
0,1 . 𝑎
Montoya recomenda ainda o seguinte limite, de modo a evitar que a mesa comprimida possa
ter problemas de flambagem:
𝑏1 ≤ 8 ℎ𝑓 𝑏3 ≤ 8 ℎ𝑓
Caso a laje possua alguma abertura que possa interferir com o seu comportamento como
mesa comprimida de viga T, tal situação deverá ser levada em conta no projeto, através da
redução local da largura da mesa da viga T, como mostrado na figura seguinte.
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Encerrando a questão da ligação entre alma e mesa de viga T, importante saber que as
tensões geradas pela introdução dos esforços de compressão na mesa obrigam à verificação da
necessidade de uma armadura de costura “alma-mesa”, através da regra das costuras. Por uma
questão de facilidade de execução, normalmente esta armadura, colocada horizontalmente na
mesa, é perpendicular à superfície da ligação, como mostrado na Figura 6.23. A norma fixa uma
armadura de costura mínima, de 1,5 cm2/m (item 18.3.7), permitindo considerar como
colaborantes as armaduras de flexão da laje que cortem este plano de ligação, se devidamente
ancoradas.
A fixação de uma armadura mínima na flexão tem como objetivo evitar a ruptura brusca
da seção (sem aviso), que poderia ocorrer quando da abertura da fissura inicial, quando é atingida
a resistência do concreto à tração (transição do estádio I para o estádio II). Faz-se necessário
prever uma armadura tracionada mínima, capaz de suportar o mesmo momento que a seção de
concreto simples resistiria. O momento fletor correspondente a esta situação é dado pela
expressão (item 17.3.5.2.1 da norma):
𝑀𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 0,8 . 𝑊0 . 𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝 Eq. 6.26
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onde
𝑊0 −é 𝑜 𝑚ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 𝑏𝑟𝑢𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜,
𝑟𝑒𝑙𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 à 𝑓𝑖𝑏𝑟𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒çã𝑜 (𝑊0 = b.h2/6 - seção retangular).
3 2
𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑠𝑢𝑝 = 1,3 . 𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 1,3 . 0,3 √𝑓𝑐𝑘 (até classe de concreto C50)
Além deste limite calculado, deve ainda ser respeitada uma taxa de armadura mínima
absoluta de 0,15%.
Alternativamente, a armadura mínima pode ser considerada atendida se forem
respeitadas as taxas mínimas da tabela a seguir.
Obs: Os valores mostrados na tabela, variando de 20 a 90, referem-se à classe de concreto, C20 a C90.
A armadura longitudinal máxima nas vigas tem por finalidade assegurar condições de
ductilidade, e respeitar o campo de validade dos ensaios que deram origem às prescrições de
funcionamento do conjunto aço-concreto (item 17.3.5.1).
Esta armadura máxima (a de tração mais a de compressão) não deve superar 4% da área
de concreto (item 17.3.5.2.4), calculada na região fora da zona de emendas, devendo ser
garantidas as condições de ductilidade requeridas no item 14.6.4.3.
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Por outro lado, o descumprimento de tal limitação também ocasionaria uma quantidade
excessiva de armação, dificultando uma boa concretagem da peça.
Voltamos a lembrar, entretanto, que o uso de armadura dupla, com profundidades de linha
neutra muito inferiores à posição x3,lim conduz a um aumento no consumo de aço. Em
contrapartida, reduz-se o volume de concreto, e só um estudo mais aprofundado poderia indicar
qual a solução mais econômica (se uma maior altura da seção, com armadura simples, ou uma
altura reduzida, associada ao uso de armadura dupla).
EXEMPLO 7
Para a mesma seção e momento fletor dos exemplos 3 e 4, proceder ao dimensionamento fixando
a posição de linha neutra no limite previsto na norma para atender às condições de ductilidade..
SOLUÇÃO
O início da solução é idêntico ao anterior, onde se chega a um KMD no domínio 4 (KMD=
0,398).
Concreto até classe C50 CA-25 CA-25 CA-50 CA-50 CA-60 CA-60
KMD KX KZ εc1 εs1 εs2 σS1 σS2 σS1 σS2 σS1 σS2
0,250 0,448 0,821 -3,50 4,31 -2,72 21,74 -21,74 43,48 -43,48 52,17 -52,17
∆𝑀𝑑 192,6
𝐴𝑠2 = ′
= = 9,1 𝑐𝑚2
(𝑑 − 𝑑 ) . 𝜎𝑠2𝑑 0,486 . 43,48
(aço CA-50)
E a armadura tracionada: