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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM

FACULDADE DE TECNOLOGIA – FT
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTES

EXPERIMENTO DE REYNOLDS

MANAUS - 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM
FACULDADE DE TECNOLOGIA – FT
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTES

Igor Moraes Bezerra Calixto – 21456321


Samir Bessa – 21201044
Samyra Sousa Rocha – 21100536
Yan Monteiro da Silva – 21353298

EXPERIMENTO DE REYNOLDS

Relatório de aula prática solicitado pela


Profa. Dra. Yanne Gurgel Aum, para
obtenção de nota parcial da disciplina
Laboratório de Fenômenos de Transporte
ofertada no presente período, 2017.2, do
curso de Engenharia Química da
Universidade Federal do Amazonas.

MANAUS – 2017
RESUMO

A utilização de fluidos ocorre em todo e qualquer processo industrial. No caso de


operações em que o fluido desempenhe papel importante no processo é necessário caracterizar
e conhecer o tipo de escoamento no processo seja ele de natureza laminar, transição ou
turbulenta. Neste contexto, o presente relatório teve por finalidade a obtenção de dados relativos
às vazões de escoamento e a visualização de características dos dois tipos de regime de
escoamento existentes. Para tanto, o experimento foi conduzido em uma Bancada de Mecânica
dos Fluidos XL07 da Labtrix em duas etapas: na primeira injetou-se um corante alimentício
azul num tubo transparente com escoamento turbulento, já para segunda etapa foram abertas
mais válvulas da bancada a fim de diminuir a vazão do tubo transparente de forma que se
alcançasse o regime laminar. Através do experimento realizado foi possível obter rapidamente
traços típicos de perfil de escoamento do corante na água em lâminas individualizadas.
Palavras-chave: reynolds, laminar, turbulento.
SUMÁRIO

1.CONSIDERAÇÕES INICIAIS..............................................................................................1
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................................2
3.MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................................4
3.1 MATERIAIS...................................................................................................................4
3.2 MÉTODOS......................................................................................................................5
4.RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................................5
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................7
6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................8
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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS.

O experimento de Reynolds (1883) foi um experimento realizado por Sir Osborne


Reynolds na qual foi possível a demonstração de dois possíveis regimes de escoamento, são
eles: o regime laminar e o regime turbulento. O conceito do número de Reynolds fora
inicialmente, introduzido por George Gabriel Stokes (1851), mas se popularizou através de
Reynolds (FOUST et al., 2012), (BRUNETTI, 2008).
O experimento é relativamente simples e pode ser reproduzido com facilidade, com a
ajuda de um controle de vazão adequado, um corante e um tubo transparente. Ele consiste em
visualizar o comportamento de um filete de corante no interior de um tubo em função da
variação da vazão, conforme Reynolds variava a vazão durante o experimento ele percebeu
importantes características no comportamento do filete de corante que caracterizavam ambos
os regimes de escoamento (BRUNETTI, 2008).
Reynolds popularizou o que hoje conhecemos como número de Reynolds. E é através
deste parâmetro adimensional que se pode prever qual o comportamento de um fluido
conhecendo algumas características do escoamento como: diâmetro do tubo onde ocorre o
escoamento, velocidade e viscosidade do fluido (BRUNETTI, 2008).
A determinação do regime de escoamento é importante em diversas operações unitárias, visto
que a eficiência de algumas operações pode ser aumentada ou reduzida dependendo do regime
adotado, como por um exemplo a troca térmica num trocador de calor do tipo casco e tubo
pode ser aumentada em regime turbulento (FOUST et al, 2012).
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A existência de dois tipos de fluxo de escoamento é um fenômeno universalmente aceito.


Um fluxo bem ordenado ocorre quando partículas de movimentam em laminas
individualizadas, sem troca de massa entre elas, enquanto um fluxo turbulento ocorre quando
partículas de deslocam em movimento aleatório macroscópico (BRUNETTI, 2008).
A existência desses dois tipos de fluxos foi descrita pela primeira vez por Osborne
Reynolds em 1883. Em seu clássico experimento, água passava por um tubo transparente, com
velocidade controlada por uma válvula. Um corante com a mesma gravidade específica da água
foi introduzido no tubo e o padrão de fluxo observado era influenciado pela velocidade da água.
Em baixas velocidades, o corante formava uma fina linha como mostrado na Figura 1(a). Em
Altas velocidades, o corante se dispersava pelo tubo por causa do movimento irregular do
fluido, como mostra a Figura 1(b) (WELTY et al., 2008).

Figura 1: Experimento de Reynolds. (a): Fluxo laminar; (b): Fluxo turbulento.

Fonte: Welty et al, 2008

Com isso, Reynolds verificou que o fluxo de um fluido era proporcional a um número
adimensional dado por:
vD D
Re  
 

Onde:
ρ: massa específica
μ: viscosidade dinâmica
υ: viscosidade cinemádica
v: velocidade
D: diâmetro interno do tubo
Para fluxos em tubos circulares, foi encontrado que para números de Reynolds abaixo de
2300 o fluxo é laminar. Acima de 2300, pequenas perturbações irão causar a transição para um
fluxo turbulento (WELTY et al., 2008).
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O movimento turbulento é naturalmente variado devido às variações na velocidade em


cada ponto. No entanto, considera-se permanente, adotando em cada ponto a média das
velocidades em relação ao tempo. Esse fato é provado experimento ao observar a diferença
entre as medições dos aparelhos usados, já que para se obter os valores dessas flutuações são
necessários equipamentos altamente sensíveis, enquanto a maioria faz medições por inercia,
fornecendo valores médios de velocidade (BRUNETTI, 2008).
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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Materiais
Para o experimento de Reynolds, foram utilizados os seguintes materiais e reagentes:
 Bancada de Mecânica dos Fluidos XL07;
 Água;
 Corante Alimentício;
 Seringa.

3.2 Métodos

Para este experimento, foi utilizada a Bancada de Mecânica dos Fluidos XL07 da Labtrix.
Primeiramente, fez-se os cálculos das vazões limites que poderiam ser usadas no equipamento
para possíveis regimes de escoamento. Com a válvula de entrada aberta e a bomba ligada,
injetou-se corante no tubo transparente com auxílio de uma seringa e observou-se o
comportamento do corante no fluido.

Figura 2 – Módulo experimental utilizado no Laboratório de Processos da UFAM.

Fonte: www.labtrix.com.br

Para que fosse possível observar o fluxo laminar, a velocidade do fluido foi controlada
pela válvula de saída, até que se observasse um filete de corante no fluido.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO.
Para a visualização dos perfis de escoamento assim como as variáveis que influenciam
neste ao decorrer do experimento, foram obtidos dados na literatura (Tabela 1), adotando-se a
água como fluido de operação e nas CNTP (Condições Normais de Temperatura e Pressão),
valores de massa específica e viscosidade dinâmica. Assim, os valores obtidos de massa
específica ρ=997 Kg/m3 e viscosidade dinâmica de μ=0,890*10-3 N.s/m2 foram utilizados para
a prática de Reynolds.

Quadro 1 – Parâmetros reológicos da água a diferentes temperaturas.

Temperatura (°C) Densidade absoluta (kg/m3) Viscosidade dinâmica (10-3 N.s/m2)


0 (gelo) 917,0 -
0(água) 999,8 1,781
4 1000,0 1,558
5 1000,0 1,518
10 999,7 1,307
15 999,1 1,139
20 998,2 1,002
25 997,0 0,890
30 995,7 0,798
40 992,2 0,653
50 988,0 0,547
Fonte: Departamento de Engenharia Civil, UFCG.

Além da massa específica e viscosidade, obteve-se, também na literatura, o diâmetro


real interno da tubulação do módulo (Figura 3) a partir do diâmetro nominal, para que então se
realizassem a caracterização e previsão dos escoamentos a partir do número adimensional de
Reynolds. Através da informação do diâmetro nominal da tubulação, pôde-se chegar ao
diâmetro externo de 26,4 mm. Como a espessura do duto é de 2,6 mm, tem-se que o diâmetro
interno é de 21,2 mm ou 0,0212 m.
A seguir, é possível visualizar a instalação experimental utilizada para a presente
prática.
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Figura 3 – Módulo experimental utilizado no Laboratório de Processos da UFAM.

Fonte: Autoria própria.

Aplicando-se a equação para determinação do número adimensional de Reynolds e


dispondo-se dos dados previamente obtidos na literatura, calcularam-se as faixas de vazão
volumétrica do fluido de operação de modo a se observar o progresso dos regimes de
escoamento, do laminar ao turbulento, a partir do comportamento do corante na corrente. A
Tabela 1 apresenta as estimativas dos comportamentos reológicos.

Tabela 1 – Obtenção da vazão e do tipo de escoamento.


Re ρ μ (10- D (m) A(10-4m2) v(m/s) Q (L/h) Tipo de
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(kg/m ) 3 N.s/m2)
escoamento
1500 997 0,89 0,0212 3,53 0,0632 80,315 Laminar
2000 997 0,89 0,0212 3,53 0,0842 107,001 Laminar
2300 997 0,89 0,0212 3,53 0,0968 123,073 Transição
3000 997 0,89 0,0212 3,53 0,1263 160,502 Transição
4000 997 0,89 0,0212 3,53 0,1684 214,003 Turbulento
10000 997 0,89 0,0212 3,53 0,4211 535,134 Turbulento
20000 997 0,89 0,0212 3,53 0,842 1070,014 Turbulento
Fonte: Autoria própria.
Como o rotâmetro presente no módulo possuía vazão mínima de medida de 700 L/h,
não foi possível avaliar com a devida acurácia os escoamentos laminares e de transição na
tubulação. No entanto, através de adaptações experimentais, como a abertura de válvulas de
outras tubulações, objetivando-se diminuir ao máximo a vazão de entrada do fluido, foi
possível obter rapidamente traços típicos de perfil de escoamento do corante na água em
lâminas individualizadas.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
A partir do estudo do comportamento reológico desenvolvido durante a prática
experimental proposta, pôde-se observar a influência da vazão no tipo de regime formado,
assim como a transição de um regime para o outro. Evidenciou-se que para maiores vazões
mais facilmente o corante se dissipava no seio do fluido, sendo esta característica associada ao
incremento da turbulência presente no regime.
Através do número de Reynolds constatou-se a possibilidade de se avaliar a estabilidade
de um escoamento podendo-se predizer em que condições operacionais e a qual regime este
escoamento pode ser obtido e pertencerá.
Portanto, pode-se concluir que esta prática contribuiu no entendimento e caracterização
das variáveis que influenciam no escoamento de fluidos.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
BRUNETTI, F. Mecânica dos Fluidos. Pearson Prentice Hall, segunda edição revisada, 2008.

FOUST, A. S., WENZEL, L. A., CLUMP, C. W., MAUS, L. ANDERSEN, L. B. Princípios


das operações unitárias. LTC, segunda edição, 2012.

WELTY, J. R. et al. Fundamentals of Momentum, Heat, and Mass Transfer. 5. ed.


Corvallis, Oregon: John Wiley & Sons, Inc, 2008.

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