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RELATÓRIO – EXPERIMENTO 02
ALUNOS:
Grupo 3
SÃO CARLOS
2023
1. INTRODUÇÃO TEÓRICA
A determinação experimental do fator de atrito em tubulações é um campo de
pesquisa e aplicação que remonta a séculos de desenvolvimento. Desde os tempos antigos, os
engenheiros e cientistas se interessaram pelo comportamento dos fluidos em tubos e dutos, e,
essa curiosidade histórica, levou ao aprimoramento das técnicas e teorias ao longo dos anos.
Hoje, a determinação do fator de atrito em tubulações é uma parte crucial da mecânica dos
fluidos, com aplicações em diversas áreas da engenharia, como o projeto de sistemas de água,
transporte de fluidos industriais e muito mais.
A compreensão do escoamento de fluidos em tubulações tem sido fundamental na
busca por eficiência e otimização de sistemas de transporte de líquidos e gases. Sabe-se que o
deslocamento de um fluido no interior de uma tubulação a vazão constante vem
acompanhado de uma perda de energia. Essa perda de carga é ocasionada principalmente pela
viscosidade do fluido e rugosidade do material.
Essa perda de carga pode ser notada através de um manômetro de tubo em U, como o
usado no experimento, conectando dois pontos da tubulação. Nele, é possível ver que há uma
queda de pressão conforme há o deslocamento do fluido. A queda de pressão pode ser
entendida como uma perda de carga, podendo ser demonstrada com um simples balanço de
energia entre os dois pontos da tubulação escolhidos.
Para projetar uma bomba, por exemplo, é necessário estar ciente destas perdas de
carga, para que seja possível fazer a escolha correta do equipamento que irá operar na
tubulação. Além da perda de carga, outros dois conceitos importantes, e também
relacionados, são a tensão de cisalhamento e o fator de atrito.
A tensão de cisalhamento é uma força que atua tangencialmente a uma superfície por
unidade de área (ÇENGEL & CIMBALA, 2007), sendo, portanto, uma força necessária para
que a velocidade do escoamento seja mantida, estando relacionada a viscosidade do fluido. O
fator de atrito, por sua vez, é um parâmetro adimensional usado para calcular a perda de carga
entre dois pontos de uma tubulação, de determinado material e diâmetro, devido ao atrito
(WHITE, 2008). É possível encontrar na literatura diversas formas de calculá-lo, neste
relatório, será usado a Equação de Darcy, como será apresentado em sequência.
2. OBJETIVO
Objetivou-se, com a prática, determinar experimentalmente o fator de atrito no
escoamento de um fluido Newtoniano em dois dutos com área de seção circular distintas e a
diferentes vazões aplicadas, e comparar com dados teóricos. Ademais, obter
experimentalmente o valor da tensão de cisalhamento e perda de carga na parede.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Materiais
Para a realização do experimento, foram utilizados os seguintes materiais: módulo do
fator de atrito; cronômetro digital; termômetro de vidro; balança mecânica Micheletti;
recipiente, para a coleta do líquido; régua e trena; planilha Excel.
3.2 Métodos
Inicialmente, cada grupo foi direcionado para um módulo de fator de atrito, mostrado
na Figura 1, que é constituído por um bomba, responsável por impulsionar a água do
reservatório para o sistema de tubulações, as quais também estão conectadas a um manômetro
em U, com o objetivo de medir a queda de pressão entre dois diferentes pontos do sistema.
Além das tubulações, a presença de válvulas permite que seja escolhido os pontos do sistema
que será medida a diferença de pressão (0,5 m ou 1,0 m), o diâmetro interno do tubo (6,3 mm
ou 7,8 mm) e também controlar a vazão de água e a realimentação do sistema.
Figura 1 - Imagem que demonstra a parte frontal do módulo do fator de atrito, com enfoque
nas válvulas (alimentação e recirculação), tubos circulares e o manômetro em U.
4. RESULTADOS
Após o final do experimento e dos cálculos necessários, apresenta-se todos os
resultados obtidos a seguir.
No Quadro 1 e 2 encontra-se parte das medidas coletadas experimentalmente para os
dois tubos (Tubo 1 - Dint = 7,8 mm; Tubo 2 - Dint = 6,3 mm), como as temperaturas no início e
fim da coleta - e a média delas, a massa do sistema recipiente-água, representada pela coluna
“m”, em kg, a massa de água (mágua) coletada e o tempo necessário para a coleta.
Quadro 1 - Medidas coletadas experimentalmente para o Tubo 1.
Tubo 1 - Diâmetro Interno = 7,8 mm
Medida Tinicial (°C) Tfinal (°C) Tméd (°C) m (kg) mágua (kg) Δt (s)
6,50 5,75 36,97
1 24,0 24,0 24,0
6,20 5,45 32,94
6,10 5,35 39,22
2 24,0 24,5 24,3
5,90 5,15 36,5
6,20 5,45 48,81
3 24,5 25,0 24,8
5,75 5,00 45,28
5,70 4,95 58,34
4 25,0 25,0 25,0
6,00 5,25 61,35
5,95 5,20 164,72
5 25,0 26,0 25,5
6,15 5,40 176,88
Fonte: elaborado pelos autores.
Quadro 2 - Medidas coletadas experimentalmente para o Tubo 2.
Tubo 2 - Diâmetro Interno = 6,3 mm
Medida Tinicial (°C) Tfinal (°C) Tméd (°C) m (kg) mágua (kg) Δt (s)
5,70 4,95 141,47
1 26,0 26,4 26,2
5,80 5,05 150,25
6,15 5,40 118,16
2 26,5 27,0 26,8
6,35 5,60 127,94
6,50 5,75 96,41
3 27,0 27,0 27,0
6,25 5,50 98,93
6,45 5,70 77,43
4 27,2 27,2 27,2
6,60 5,85 77,87
6,60 5,85 45,47
5 27,2 27,7 27,5
6,85 6,10 47,46
Fonte: elaborado pelos autores.
Nos Quadros 3 e 4 estão os dados calculados pelas informações dos dois Quadros
anteriores, como a vazão mássica (Wméd), a velocidade do fluido (v), a massa específica e
viscosidade, calculadas pela média das temperaturas, e, por fim, o número de Reynolds (Re),
usado para determinar o regime de escoamento.
Quadro 3 - Valores calculados de vazão mássica, velocidade, massa específica, viscosidade
cinemática e nº de Reynolds para o Tubo 1.
Tubo 1 - Diâmetro Interno = 7,8 mm
Medida Wméd (kg/s) v (m/s) ρ (kg/m3) μ (Pa.s) Re
1 0,1602060 3,3614 997,421572 0,00091112 28702,4887
7. REFERÊNCIAS
[1] Çengel, Y. A. Cimbala, J. M. - Mecânica dos Fluidos: Fundamentos e Aplicações, McGraw Hill, São Paulo,
2007.
[2] White, F. M. - Mecânica dos Fluidos, 6th ed. McGraw Hill, AMGH, Porto Alegre, 2011.
[3] Potter, M. C. Wiggert D. C., Mecânica dos fluidos, Ed. Thomson, 2004.
[4] FOX, Robert W., et al. Introdução à Mecânica dos Fluidos. Grupo Editorial Nacional, 2010.
[5] KELL, G.S. Density, thermal expansivity, and compressibility of liquid water from 0ºC to 150ºC:
correlations and tables for atmospheric pressure and saturation reviewed and expressed on 1968 temperature
scale. Journal of Chemical and Engineering Data, 1975.