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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA


DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE
PROF. GABRIELLA CANTARELLI

RELATÓRIO – EXPERIMENTO 02

DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DO FATOR DE ATRITO


EM TUBULAÇÕES

ALUNOS:

Breno Della Torre Conrado – 801114


Davi Ottani dos Santos – 800337
Giovanni Donadel Brand Alves - 761844
Igor Bellini Martins – 801145
Matheus Rodrigues Bueno - 800600
Pedro Soave Neto - 801186

Grupo 3

SÃO CARLOS
2023
1. INTRODUÇÃO TEÓRICA
A determinação experimental do fator de atrito em tubulações é um campo de
pesquisa e aplicação que remonta a séculos de desenvolvimento. Desde os tempos antigos, os
engenheiros e cientistas se interessaram pelo comportamento dos fluidos em tubos e dutos, e,
essa curiosidade histórica, levou ao aprimoramento das técnicas e teorias ao longo dos anos.
Hoje, a determinação do fator de atrito em tubulações é uma parte crucial da mecânica dos
fluidos, com aplicações em diversas áreas da engenharia, como o projeto de sistemas de água,
transporte de fluidos industriais e muito mais.
A compreensão do escoamento de fluidos em tubulações tem sido fundamental na
busca por eficiência e otimização de sistemas de transporte de líquidos e gases. Sabe-se que o
deslocamento de um fluido no interior de uma tubulação a vazão constante vem
acompanhado de uma perda de energia. Essa perda de carga é ocasionada principalmente pela
viscosidade do fluido e rugosidade do material.
Essa perda de carga pode ser notada através de um manômetro de tubo em U, como o
usado no experimento, conectando dois pontos da tubulação. Nele, é possível ver que há uma
queda de pressão conforme há o deslocamento do fluido. A queda de pressão pode ser
entendida como uma perda de carga, podendo ser demonstrada com um simples balanço de
energia entre os dois pontos da tubulação escolhidos.
Para projetar uma bomba, por exemplo, é necessário estar ciente destas perdas de
carga, para que seja possível fazer a escolha correta do equipamento que irá operar na
tubulação. Além da perda de carga, outros dois conceitos importantes, e também
relacionados, são a tensão de cisalhamento e o fator de atrito.
A tensão de cisalhamento é uma força que atua tangencialmente a uma superfície por
unidade de área (ÇENGEL & CIMBALA, 2007), sendo, portanto, uma força necessária para
que a velocidade do escoamento seja mantida, estando relacionada a viscosidade do fluido. O
fator de atrito, por sua vez, é um parâmetro adimensional usado para calcular a perda de carga
entre dois pontos de uma tubulação, de determinado material e diâmetro, devido ao atrito
(WHITE, 2008). É possível encontrar na literatura diversas formas de calculá-lo, neste
relatório, será usado a Equação de Darcy, como será apresentado em sequência.

2. OBJETIVO
Objetivou-se, com a prática, determinar experimentalmente o fator de atrito no
escoamento de um fluido Newtoniano em dois dutos com área de seção circular distintas e a
diferentes vazões aplicadas, e comparar com dados teóricos. Ademais, obter
experimentalmente o valor da tensão de cisalhamento e perda de carga na parede.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Materiais
Para a realização do experimento, foram utilizados os seguintes materiais: módulo do
fator de atrito; cronômetro digital; termômetro de vidro; balança mecânica Micheletti;
recipiente, para a coleta do líquido; régua e trena; planilha Excel.
3.2 Métodos
Inicialmente, cada grupo foi direcionado para um módulo de fator de atrito, mostrado
na Figura 1, que é constituído por um bomba, responsável por impulsionar a água do
reservatório para o sistema de tubulações, as quais também estão conectadas a um manômetro
em U, com o objetivo de medir a queda de pressão entre dois diferentes pontos do sistema.
Além das tubulações, a presença de válvulas permite que seja escolhido os pontos do sistema
que será medida a diferença de pressão (0,5 m ou 1,0 m), o diâmetro interno do tubo (6,3 mm
ou 7,8 mm) e também controlar a vazão de água e a realimentação do sistema.

Figura 1 - Imagem que demonstra a parte frontal do módulo do fator de atrito, com enfoque
nas válvulas (alimentação e recirculação), tubos circulares e o manômetro em U.

Fonte: elaborado pelos autores.


Antes de começar a prática, foi pesado o recipiente que seria usado para coletar a água
através da balança mecânica, massa a qual será descontada em medições posteriores. Após
isso, iniciou-se de fato o experimento.
Para cada combinação de diâmetro interno e comprimento de tubulação, foram
medidas as quedas de pressão (pela altura do manômetro de tubo em U de mercúrio) e massa
de água (pesando-se o recipiente cheio na balança mecânica) para 5 vazões diferentes,
totalizando 20 medidas. Cada medida de massa de água foi realizada em duplicata com o
objetivo de diminuir os erros experimentais através de uma média das massas. Ademais,
também foi medida a temperatura da água no início e final de cada vazão, para que as
propriedades da água, como a massa específica (⍴água) e a viscosidade (μágua), pudessem ser
determinadas.
A massa específica da água (⍴água), em kg/m3, pode ser calculada, segundo KELL
(1975), pela Equação 1:
−2 −3 2 −5 3
⍴á𝑔𝑢𝑎 = 999, 853 + 6, 32693 · 10 · 𝑇 − 8, 523829 · 10 · 𝑇 + 6, 943248 · 10 ·𝑇
(1)
Em que T é a temperatura do fluido, em Celsius (°C).
A viscosidade da água viscosidade (μágua), em Pa.s, é calculada pela Equação 2,
segundo FOX (2010):
−5 247,8/(𝑇(𝐾) − 140)
𝜇á𝑔𝑢𝑎 = 2, 414 · 10 · 10 (2)

Sendo T(K) a temperatura do fluido, em Kelvin.


Para determinar a velocidade do fluido, é necessário calcular primeiro a sua vazão
mássica, através da Equação 3, que relaciona a quantidade da água coletada e o tempo.
𝑚 − 𝑚𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜
𝑊= Δ𝑡
(3)

Sendo W a vazão mássica (kg/s), m a massa do sistema recipiente-água (kg), mvazio a


massa do recipiente (kg), aferida no começo do experimento, e Δt é o tempo medido no
cronômetro (s).
Assim, calcula-se a velocidade de escoamento pela Equação 4:
4·𝑊
𝑣= 2 (4)
𝜋·𝐷 ·ρá𝑔𝑢𝑎

Em que v é a velocidade do fluido (m/s) e D o diâmetro interno do tubo (m).


O cálculo da perda de carga, representado pela queda de pressão, foi calculada através
da Equação 5:
(
Δ𝑃 = 𝑃1 − 𝑃2 = ⍴𝑚𝑒𝑟𝑐ú𝑟𝑖𝑜 − ⍴á𝑔𝑢𝑎 · 𝑔 · (𝐻𝐷) ) (5)

Sendo ΔP a queda de pressão (N/m2), ⍴mercúrio a massa específica do mercúrio (kg/m3),


considerada 13600 kg/m3, g a gravidade (m/s2), sendo g = 9,81 m/s2, e HD a altura medida
pelo manômetro em U (m).
Com a queda de pressão, calcula-se a tensão de cisalhamento pela Equação 6:
Δ𝑃·𝐷
τ= 4·𝐿
(6)

Sendo L o comprimento da tubulação (m) - no experimento L pode ser 0,5 ou 1,0 m.


Por fim, é possível determinar o fator de atrito experimental pela Equação 7:
8·τ
𝑓= 2 (7)
⍴á𝑔𝑢𝑎·𝑣

A fim de traçar comparações entre o fator de atrito calculado experimentalmente e o


teórico, fez-se necessário utilizar de correlações para cálculo do fator de atrito de Darcy, que
possuem sua aplicação em uma dada faixa de valor do número de Reynolds, a ver:
64
𝑓 = 𝑅𝑒
, para 𝑅𝑒 < 2000 (8)
0,3164
𝑓 = 0,25 , para 3000 < 𝑅𝑒 < 10000 (9)
𝑅𝑒
0,184
𝑓 = 0,20 , para 𝑅𝑒 > 10000 (10)
𝑅𝑒
Ademais, é importante ressaltar que, pelo fato dos tubos serem feitos de PVC,
considerou-se que estes possuem rugosidade desprezível para uma análise teórica, podendo,
assim, serem tratados como lisos, fazendo com que as equações acima (Darcy) sejam válidas.

4. RESULTADOS
Após o final do experimento e dos cálculos necessários, apresenta-se todos os
resultados obtidos a seguir.
No Quadro 1 e 2 encontra-se parte das medidas coletadas experimentalmente para os
dois tubos (Tubo 1 - Dint = 7,8 mm; Tubo 2 - Dint = 6,3 mm), como as temperaturas no início e
fim da coleta - e a média delas, a massa do sistema recipiente-água, representada pela coluna
“m”, em kg, a massa de água (mágua) coletada e o tempo necessário para a coleta.
Quadro 1 - Medidas coletadas experimentalmente para o Tubo 1.
Tubo 1 - Diâmetro Interno = 7,8 mm
Medida Tinicial (°C) Tfinal (°C) Tméd (°C) m (kg) mágua (kg) Δt (s)
6,50 5,75 36,97
1 24,0 24,0 24,0
6,20 5,45 32,94
6,10 5,35 39,22
2 24,0 24,5 24,3
5,90 5,15 36,5
6,20 5,45 48,81
3 24,5 25,0 24,8
5,75 5,00 45,28
5,70 4,95 58,34
4 25,0 25,0 25,0
6,00 5,25 61,35
5,95 5,20 164,72
5 25,0 26,0 25,5
6,15 5,40 176,88
Fonte: elaborado pelos autores.
Quadro 2 - Medidas coletadas experimentalmente para o Tubo 2.
Tubo 2 - Diâmetro Interno = 6,3 mm
Medida Tinicial (°C) Tfinal (°C) Tméd (°C) m (kg) mágua (kg) Δt (s)
5,70 4,95 141,47
1 26,0 26,4 26,2
5,80 5,05 150,25
6,15 5,40 118,16
2 26,5 27,0 26,8
6,35 5,60 127,94
6,50 5,75 96,41
3 27,0 27,0 27,0
6,25 5,50 98,93
6,45 5,70 77,43
4 27,2 27,2 27,2
6,60 5,85 77,87
6,60 5,85 45,47
5 27,2 27,7 27,5
6,85 6,10 47,46
Fonte: elaborado pelos autores.
Nos Quadros 3 e 4 estão os dados calculados pelas informações dos dois Quadros
anteriores, como a vazão mássica (Wméd), a velocidade do fluido (v), a massa específica e
viscosidade, calculadas pela média das temperaturas, e, por fim, o número de Reynolds (Re),
usado para determinar o regime de escoamento.
Quadro 3 - Valores calculados de vazão mássica, velocidade, massa específica, viscosidade
cinemática e nº de Reynolds para o Tubo 1.
Tubo 1 - Diâmetro Interno = 7,8 mm
Medida Wméd (kg/s) v (m/s) ρ (kg/m3) μ (Pa.s) Re
1 0,1602060 3,3614 997,421572 0,00091112 28702,4887

2 0,1386688 2,9097 997,364879 0,00090588 24987,5706

3 0,1110639 2,3307 997,250198 0,00089554 20244,3289

4 0,0852202 1,7885 997,192222 0,00089044 15622,6123

5 0,0310304 0,6513 997,075033 0,00088037 5753,5710


Fonte: elaborado pelos autores.
Quadro 4 - Valores calculados de vazão mássica, velocidade, massa específica, viscosidade
cinemática e nº de Reynolds para o Tubo 2.
Tubo 2 - Diâmetro Interno = 6,3 mm
Medida Wméd (kg/s) v (m/s) ρ (kg/m3) μ (Pa.s) Re
1 0,0342794 1,1031 996,908283 0,00086657 7994,6349

2 0,0446973 1,4385 996,775149 0,00085596 10553,4584

3 0,0575919 1,8536 996,714039 0,00085121 13673,9578

4 0,0743722 2,3938 996,664890 0,00084744 17736,7207

5 0,1285914 4,1392 996,603132 0,00084275 30837,5869


Fonte: elaborado pelos autores.
Em sequência, os Quadros 5 e 6 mostram os dados obtidos pelo manômetro em U
durante o experimento e os cálculos realizados em sequência para ambos os comprimentos de
tubulação, como a diferença de altura (Δh), a queda de pressão (ΔP), a tensão de
cisalhamento (τ) e, finalmente, o fator de atrito experimental (f).
Quadro 5 - Cálculo da queda de pressão, tensão de cisalhamento e fator de atrito de Darcy
experimental para diferentes comprimentos de tubo, para o Tubo 1.
Tubo 1 - Diâmetro Interno = 7,8 mm
Medida L (m) Δh (m) ΔP (N/m²) 𝜏 (N/m2) f
1,0 0,078 9643,2410 18,8043 0,0133
1
0,5 0,020 2472,6259 9,6432 0,0068
1,0 0,065 8036,0703 15,6703 0,0148
2
0,5 0,017 2101,7415 8,1968 0,0078
1,0 0,040 4945,3190 9,6434 0,0142
3
0,5 0,013 1607,2287 6,2682 0,0093
1,0 0,025 3090,8386 6,0271 0,0151
4
0,5 0,009 1112,7019 4,3395 0,0109
1,0 0,011 1359,9816 2,6520 0,0502
5
0,5 0,005 618,1735 2,4109 0,0456
Fonte: elaborado pelos autores.
Quadro 6 - Cálculo da queda de pressão, tensão de cisalhamento e fator de atrito de Darcy
experimental para diferentes comprimentos de tubo, para o Tubo 2.
Tubo 2 - Diâmetro Interno = 6,3 mm
Medida L (m) Δh (m) ΔP (N/m²) 𝜏 (N/m2) f
1,0 0,024 2967,2719 4,6735 0,0308
1
0,5 0,016 1978,1813 6,2313 0,0411
1,0 0,034 4203,6796 6,6208 0,0257
2
0,5 0,023 2843,6656 8,9575 0,0347
1,0 0,045 5563,7206 8,7629 0,0205
3
0,5 0,033 4080,0618 12,8522 0,0300
1,0 0,070 8654,7102 13,6312 0,0191
4
0,5 0,044 5440,1036 17,1363 0,0240
1,0 0,200 24727,8647 38,9464 0,0182
5
0,5 0,092 11374,8177 35,8307 0,0168
Fonte: elaborado pelos autores.
Com as perdas de carga, tensão de cisalhamento e fatores de atrito calculados para
todas as combinações de comprimento e diâmetro interno de tubulações, compara-se os
fatores de atrito obtidos experimentalmente com os calculados teoricamente pelas equações
de Darcy, levando em conta o regime de escoamento apresentado. Os resultados dessa
comparação estão presentes nos Quadros 7 e 8.
Quadro 7 - Comparação entre os fatores de atrito obtidos experimentalmente com os
calculados teoricamente para os dois comprimentos de tubo, no Tubo 1.
Tubo 1 - Diâmetro Interno = 7,8 mm
L = 1,0 m L = 0,5 m
Medida f (exp) f (teórico) f (exp) f (teórico)
1 0,0133 0,0243 0,0068 0,0243
2 0,0148 0,0252 0,0078 0,0252
3 0,0142 0,0265 0,0093 0,0265
4 0,0151 0,0283 0,0109 0,0283
5 0,0502 0,0363 0,0456 0,0363

Fonte: elaborado pelos autores.


Quadro 8 - Comparação entre os fatores de atrito obtidos experimentalmente com os
calculados teoricamente para os dois comprimentos de tubo, no Tubo 2.
Tubo 2 - Diâmetro Interno = 6,3 mm
L = 1,0 m L = 0,5 m
Medida f (exp) f (teórico) f (exp) f (teórico)
1 0,0308 0,0335 0,0411 0,0335
2 0,0257 0,0312 0,0347 0,0312
3 0,0205 0,0293 0,03 0,0293
4 0,0191 0,0274 0,024 0,0274
5 0,0182 0,0239 0,0168 0,0239

Fonte: elaborado pelos autores.


5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Como mostrado durante os resultados, foi realizado uma comparação entre o fator de
atrito calculado experimentalmente com o teórico, calculado através das correlações de
Darcy. Da mesma forma, é necessário comparar os resultados que foram obtidos com aqueles
que seriam esperados teoricamente. Em sequência, são feitas essas comparações.
Para ambos os tubos, é possível perceber que a perda de carga (ΔP) aumenta com o
aumento do número de Reynolds, o qual pode ser relacionado com a vazão mássica e,
consequentemente, a velocidade do fluído. Da mesma forma, a tensão de cisalhamento,
calculada a partir da queda de pressão, também aumenta com o número de Reynolds. Este
aumento é um fenômeno esperado pelas equações disponíveis pela literatura, estando,
portanto, correto do ponto de vista teórico.
Esse comportamento pode ser explicado pois, o aumento da velocidade e do número
de Reynolds implica que o escoamento está se tornando mais turbulento, assim, o impacto
contra a parede é maior e mais forte, ocasionando uma perda de carga mais intensa.
Ainda sobre a perda de carga, para uma mesma vazão e tubo, o ΔP tem um aumento
quando o comprimento (L) da tubulação aumenta de 0,5 m para 1,0 m, como mostram as
Figuras 2 e 3. Novamente, isto já era esperado considerando as equações, uma vez que, com o
aumento do comprimento, o tubo passa a ter contato com uma área maior da tubulação, fato
que também aumenta a perda de carga.
Sobre os fatores de atrito, é notável que estes sofreram algumas incertezas e desvios.
Primeiramente, como observado nas Figuras 4 e 5, praticamente nenhum, salvo exceções, dos
fatores de atrito se aproximou do seu valor teórico. Ademais, outra inconsistência apresentada
é que para uma mesma vazão e tubo, os fatores de atrito calculados para os diferentes
comprimentos de tubulação (1,0 m ou 0,5 m), são diferentes.
Teoricamente, como o tubo permanece o mesmo, assim como a vazão, o fator de
atrito também deveria permanecer constante, como mostram os valores teóricos´. Este desvio
entre os resultados obtidos e os esperados teoricamente podem ser atribuídos a presença de
diversos erros experimentais durante o experimento, como por exemplo as incertezas
humanas e dos equipamentos durante as medições.
Como o fator de atrito depende também do material que esteja sendo usado, é possível
que, com o passar do tempo, o material foi danificado de alguma forma e não esteja em
condições ideais, podendo influenciar o resultado final, essa seria uma incerteza do
equipamento. Por outro lado, uma medição incorreta, como na pesagem da água, na parada
do cronômetro ou na leitura do manômetro em U, configuram uma incerteza humana. Todos
estes erros podem ter feito que o resultado obtido não fosse perfeito, porém muitos dos
resultados ainda se mostraram coerentes com o esperado.
Figura 2 - Gráfico da perda de carga (lw) em função do comprimento do tubo (L) e vazão
para um tubo de 7,8 mm de diâmetro interno.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Figura 3 - Gráfico da perda de carga em função do comprimento do tubo e vazão para um


tubo de 6,3 mm de diâmetro interno.

Fonte: Elaborado pelos autores.


Figura 4 - Gráfico do fator de atrito experimental de Darcy em função do Reynolds para um
tubo de 7,8 mm de diâmetro interno.

Fonte: Elaborado pelos autores.


Figura 5 - Gráfico do fator de atrito experimental de Darcy em função do Reynolds para um
tubo de 6,3 mm de diâmetro interno.

Fonte: Elaborado pelos autores.


6. CONCLUSÃO
Por fim, pode-se concluir que o comprimento de tubo está diretamente ligado à perda
de carga no sistema estudado, assim como o diâmetro do tubo. Segundo os dados analisados e
discutidos, os maiores comprimentos de tubo possuem uma maior perda de carga no sistema
quando comparado com comprimentos menores, assim como os menores diâmetros possuem
maior perda de carga do que diâmetros relativamente maiores. Ademais, foi notado que os
valores de fator de atrito do sistema obteve flutuações de valores quando comparado com o
valor teórico, o que é explicado pelo fato do experimento ser passível de pequenas falhas e
erros. Contudo, ainda assim, foi possível determinar que a vazão e o diâmetro de tubo
influenciam diretamente no fator de atrito obtido por meio de cálculos experimentais.
Portanto, neste experimento foi possível notar como a vazão, às características geométricas
de tubos e os equipamentos de escoamento utilizados influenciam diretamente nas perdas de
carga, tensão de cisalhamento e fatores de atritos no escoamento de fluidos em tubos.

7. REFERÊNCIAS
[1] Çengel, Y. A. Cimbala, J. M. - Mecânica dos Fluidos: Fundamentos e Aplicações, McGraw Hill, São Paulo,
2007.
[2] White, F. M. - Mecânica dos Fluidos, 6th ed. McGraw Hill, AMGH, Porto Alegre, 2011.
[3] Potter, M. C. Wiggert D. C., Mecânica dos fluidos, Ed. Thomson, 2004.
[4] FOX, Robert W., et al. Introdução à Mecânica dos Fluidos. Grupo Editorial Nacional, 2010.
[5] KELL, G.S. Density, thermal expansivity, and compressibility of liquid water from 0ºC to 150ºC:
correlations and tables for atmospheric pressure and saturation reviewed and expressed on 1968 temperature
scale. Journal of Chemical and Engineering Data, 1975.

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