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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS, TECNOLOGIA E SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

DISCIPLINA: HIDRÁULICA EXPERIMENTAL I

PROFESSORA: MARIA JOSÉ DE SOUSA CORDÃO

ALUNO: VINYCIUS RUFINO DOS SANTOS SILVA

MATRÍCULA: 131670123

EXPERIMENTO 2: PERDA DE CARGA CONTÍNUA

Araruna, 28 de março de 2016


Sumário
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 2
2. OBJETIVO .......................................................................................................................... 2
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 2
Perda de carga contínua ......................................................................................................... 2
4. METODOLOGIA ............................................................................................................... 5
4.1. Materiais ...................................................................................................................... 5
4.2. Métodos ........................................................................................................................ 5
5. RESULTADOS .................................................................................................................... 6
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 8
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA................................................................................... 9

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1. INTRODUÇÃO

Fluido é uma substância sem forma própria bem definida que se deforma
continuamente quando submetida a uma tensão de cisalhamento (força tangencial
distribuída em uma área).
Na engenharia trabalha-se com energia dos fluidos por unidade de peso, e
sempre que um líquido escoa no interior de um tubo de um ponto para outro, haverá
certa perda de energia denominada perda de carga. Ao escoar por um conduto forçado, o
fluido é submetido a variações de pressão, decorrentes de variação na elevação da
tubulação, da velocidade de escoamento ou ainda devido ao atrito de um fluido com as
paredes da tubulação por onde ele escoa, e também para vencer as resistências causadas
por peças de adaptação ou conexões, como curvas, válvulas, entre outras.
As perdas de carga ocorrem de duas maneiras, de forma contínuas ( ) e
singulares ( ), a primeira está atrelada a um comprimento percorrido, depende da
rugosidade da tubulação e da viscosidade do líquido; A segunda se dá por mudanças
bruscas na tubulação.

2. OBJETIVO

Estudar a perda de carga em tubulações sob pressão através de aparatos de


laboratórios, para comparar coeficiente de Hazen-Willians encontrado
experimentalmente com fornecido pela bibliografia.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Perda de carga contínua

A perda de carga continua ocorre ao longo dos trechos devido ao atrito, esta
perda de carga depende do diâmetro, do comprimento, da rugosidade, das propriedades
do fluido, da vazão, entre outros aspectos.
Vários estudos foram à cerca do comportamento dos fluidos, tendo que se
destacarem os de Bernoulli, o qual oferece meios para analisar como a energia presente
no fluido se comporta ao longo de uma tubulação. E para o estudo específico das perdas
de carga tem destaque ao estudo de Darcy-Weisbach, e com isso todo o conhecimento

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levou a elaboração de muitas equações, tendo a seguir uma equação mais geral, a
equação universal:

Onde:

: Fator de atrito;

: Vazão na tubulação ( ;

: Comprimento ;

: Diâmetro ( ;

: Gravidade em

 O coeficiente de atrito é dado pela equação:

{( ) [ ( ) ( ) ] }

Onde:

: Rugosidade do material;

: Número de Reynolds.

 Reynolds é definido pela seguinte equação:

Onde:

: Viscosidade cinemática do fluido que escoa.

 A velocidade pode ser calculada por meio da equação da continuidade:

Onde:

Q: Vazão (m³/s)

A: Área da seção transversal da tubulação (m²);

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V: Velocidade média do fluxo (m/s).

 A vazão escoada também pode ser dada por:

Onde:

Q: Vazão (m³/s);

Vol: Volume (m³);

: Tempo.

A perda de carga também pode ser encontrada por outros métodos:

 Teorema de Bernoulli

A energia presente em um fluido em escoamento pode ser encontrada partindo


do princípio da conservação de energia, para duas seções transversais em dois pontos
distintos estas parcelas podem ser agrupadas conforme a equação:

 Fair-Whiple-Siao

É utilizada de forma diferente dependendo do tipo de tubulação, a equação (7)


mostra a fórmula de Fair-Whiple-Siao para o PVC, enquanto que a equação (8) mostra a
mesma fórmula para o cobre.

 Hazen-Willians

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Onde:

: Perda de carga;

: Vazão ( );

: Diâmetro da tubulação ( );

: Coeficiente de rugosidade de Hazen-Willians ( ).

: Comprimento ;

4. METODOLOGIA

4.1. Materiais
 Painel de perda de carga;
 Manômetro diferencial digital;
 Manômetro de Bourdon;
 Fita métrica;
 Cronômetro digital.

4.2. Métodos

No experimento foi utilizado um painel denominado “Painel de Perda de Carga”,


no qual foi constatada primeiramente, a perda contínua na tubulação de PVC com
diâmetro de ¾’’, com a bomba ligada na máxima potencia. Em seguida, utilizando uma
trena foi medido o comprimento da tubulação mencionada. Depois de estabelecido o
escoamento, foi medida a vazão volumétrica em duplicata no tanque, cujo volume era
conhecido, usando um cronômetro para verificar o tempo necessário para que o encher o
tanque, e a partir disso foi possível encontrar uma média do tempo, para determinar a
vazão do sistema. A partir dos resultados obtidos foi possível verificar a leitura do
manômetro diferencial em imediatamente antes e após da singularidade e fazer a
diferença entre os mesmos. Posteriormente foi realizado todo procedimento com a
bomba operando em uma nova potência. Todo o procedimento que foi executado para
acima foi feito de forma análoga para a tubulação de PVC com perda de carga induzida
e para tubulação de cobre.

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5. RESULTADOS

Os dados obtidos no laboratório estão representados na tabela 1, e a partir desses


valores encontra-se a perda de carga pelo teorema de Bernoulli, equação (6).

Tubulações D (mm) L(cm) (kPa) (m) T1 (s) T2 (s)


1,00 0,102 47,23 47,57
PVC 18,75 111,50
0,70 0,071 50,53 50,42
PVC com perda 6,13 0,626 47,82 47,87
18,75 103,40
de carga induzida 3,07 0,313 56,71 56,45
6,13 0,626 50,36 50,13
Cobre 15,00 74,00
1,23 0,126 59,75 59,78
Tabela 1 – Dados obtidos em laboratório e perda de carga

Sabendo que o reservatório tem as de dimensões de (22,5x38x54) cm, e


retirando o volume morto do mesmo (2,5 cm), o reservatório tem volume útil de
44032,5 cm³. Com a determinação do tempo médio de cada tubulação, foi possível
calcular a vazão para cada uma média dos tempos. Utilizando a equação (5) para o
calculo da vazão e a equação (4) para o cálculo das velocidades, e os resultados estão
contidos na tabela 2.

Tubulações Tempo médio (s) Vazão (L/s) Velocidade (m/s)


47,40 0,92896 3,3644
PVC
50,48 0,87236 3,1594
PVC com perda de 47,85 0,92032 3,3331
carga induzida 56,58 0,77823 2,8185
50,25 0,87644 4,9597
Cobre
59,77 0,73676 4,1692
Tabela 2 – Vazões e velocidades calculadas

O fator de atrito para cada tubulação foi encontrado pela equação (2), a partir da
rugosidade de cada tubulação, e da determinação do número de Reynolds utilizando a
equação (3), e os valores dos mesmos estão dispostos na tabela 3. Para a tubulação de

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PVC com perda de carga induzida foi utilizada uma rugosidade de PVC usado, que é de
0,010 mm segundo a bibliografia.

Tubulações D (mm) V(m/s) Numero de Reynolds


(mm) 3,3644 63082,50 0,020877
PVC 18,75 0,005
3,1594 59238,75 0,021115
PVC com perda 3,3331 62495,63 0,021934
18,75 0,0010
de carga 2,8185 52846,88 0,022520
induzida 4,9597 74395,50 0,019515
Cobre 15,00 0,0015
4,1692 62538,00 0,020202
Tabela 3 – Coeficientes de atrito

A partir do fator de atrito (f) e vazões de cada tubulação foi possível calcular a
perda de carga através da fórmula Universal, equação (1), e através da fórmula de Fair-
Whiple-Siao utilizando as equações (7) e (8). Os valores encontrados pelos métodos
citados e pela equação de Bernoulli, que já havia sido calculada anteriormente, estão
expressos na Tabela 4.

Perdas de cargas (m)


Tubulações Vazão (L/s)
Universal Fair-Whiple-Siao Bernoulli
0,92896 0,717 0,765 0,102
PVC
0,87236 0,639 0,685 0,071
PVC com perda 0,92032 0,686 0,698 0,626
de carga 0,77823 0,503 0,521 0,313
induzida 0,87644 1,208 1,054 0,626
Cobre
0,73676 0,884 0,778 0,126
Tabela 4 - Perdas de carga contínuas para diferentes métodos

A partir dos valores de perda de carga encontrados para cada método, foi
determinado o coeficiente de rugosidade de Hazen-Willians (C) para os mesmos,
através da equação (9). Estão expressos na tabela 5 os valores dos coeficientes
encontrados e os valores teóricos fornecidos pela bibliografia, ressaltando que não
existe coeficiente de rugosidade para PVC com perda de carga induzida.

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Coeficiente de Hazen-Willians ( )
Tubulações equação equação equação Fair- Bibliografia
Bernoulli universal Whiple-Siao
427,538 148,998 143,869
PVC 150
488,340 148,907 143,416
PVC com perda 152,503 145,142 143,788
-
de carga induzida 187,572 145,145 142,413
218,091 152,868 164,563
Cobre 130
436,081 152,134 163,009
Tabela 3 – Coeficientes de Hazen-Willians

6. CONCLUSÃO

Comparando os resultados obtidos pelos diferentes métodos de calculo de perdas


de carga com os valores das literaturas, pode se notar que houve discrepâncias, mas o
método que se aproximou mais foi utilizando a equação universal, porque a mesma
apresenta uma maior variação de análise, apresentando mais termos, e proporcionando
assim um resultado similar ao fornecido pela bibliografia. As discrepâncias encontradas
foram possivelmente causadas por diversos fatores inerentes ao próprio experimento,
como manuseio dos equipamentos e obtenção de dados durante o experimento, como as
variações de pressão apresentadas pelo manômetro.

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7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

PORTO, R. M. Hidráulica Básica. São Carlos: Publicação EESC-USP, 1998.

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