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Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde

Bacharelado em Engenharia Civil

Adriadne de Lima Gonçalves


Aryelle Barbosa de Souza
Geovanna Oliveira da Paixão
Luis Henrique Medina do Nascimento
Luiz Eduardo da Silva Davet
Marielly Souza Santos
Natalia Peres De Souza

PERDA DE CARGA EM ACESSÓRIOS

RIO VERDE – GO
2021
Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde
Bacharelado em Engenharia Civil

Adriadne de Lima Gonçalves


Aryelle Barbosa de Souza
Geovanna Oliveira da Paixão
Luis Henrique Medina do Nascimento
Luiz Eduardo da Silva Davet
Marielly Souza Santos
Natalia Peres De Souza

PERDA DE CARGA EM ACESSÓRIOS

Relatório elaborado como recurso


avaliativo da disciplina de Fenômeno dos
Transportes.

Professor: Hugo Leandro Souza Lara


Leão

RIO VERDE – GO
2021
RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo determinar a constante de perda de carga


de uma válvula de um experimento realizado com a utilização de um sistema. Este
experimento foi desenvolvido através da equação de Bernoulli e representado de forma
prática. Foram utilizados materiais de fácil acesso e manuseio. No entanto, observou-se
que os resultados calculados foram condizentes com as análises visuais feitas durante a
prática, porém, alguns valores mostraram-se com pequenas diferenças que provavelmente
ocorreu pela qualidade do material utilizado.

Palavras-chave: Constante; Carga; Válvula; Bernoulli; Experimento.


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 5
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................................... 6
2.1 Perda de Carga Distribuída ................................................................................. 6

2.2 Perda de Carga Localizada .................................................................................. 7


3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................................... 8
3.1 Materiais ................................................................................................................ 8

3.2 Métodos .................................................................................................................. 8


4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................................................... 9
5. CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 11
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 12
1 INTRODUÇÃO

O transporte dos fluidos ocorre através de condutos podendo ser abertos para a
atmosfera (recebem o nome de canais) e os fechados onde a pressão é maior que a
atmosférica (denominados de dutos sob pressão). O escoamento interno das tubulações
sofre influências das paredes e acabam dissipando energia devido ao atrito. As partículas
que estão em contato com a parede adquirem a velocidade fornecida, que é nula, e passam
a influir nas partículas vizinhas através da viscosidade e da turbulência dissipando energia
(MANUEL F. BARRAL; et al).
Essa perda de energia que o fluido sob pressão sofre em razão de vários fatores
como o atrito deste com uma camada estacionária aderida à parede interna do tubo ou em
razão da turbulência devido às mudanças de direção do traçado refere-se à perda de carga
(DANDARA VIANA; et al). Alguns outros fatores como: o comprimento e diâmetro da
tubulação, a velocidade, a rugosidade e tempo de uso do material, a viscosidade do fluido,
entre outros são variáveis hidráulicas que influenciam na perda de carga. Existem dois
tipos de perdas de carga: as distribuídas e as localizadas.
A perda de carga distribuída se dá em trechos de tubulações retilíneas e com
diâmetro constante. Ocorre de forma que a parede dos dutos cauda uma perda de pressão
que é distribuída ao longo de seu comprimento, que faz com que a pressão diminua
gradativamente (DANDARA VIANA; et al). Esta perda depende do diâmetro e
comprimento do tubo, rugosidade da parede, das propriedades do fluido, da massa
específica, da viscosidade e da velocidade do escoamento. A rugosidade da parede
depende do material que o tubo foi fabricado bem como o seu estado de conservação,
sendo que, de maneira geral um tubo usado apresenta uma rugosidade maior que um tubo
novo (MANUEL F. BARRAL; et al).
A perda localizada ocorre em trechos da tubulação que contém acessórios,
podendo ser: válvulas, curas, derivações, registros ou conexões, bombas, turbinas e
outros. Esses acessórios contribuem para a alteração de módulo ou direção da velocidade
do escoamento e, consequentemente, a pressão no local. Ou seja, age alterando a
uniformidade do escoamento (DANDARA VIANA; et al). A ocorrência da perda de carga
é considerada concentrada no ponto provocando uma grande queda de pressão nesse
pequeno espaço compreendido pelo acessório (MANUEL F. BARRAL; et al).
Cada situação e perda de carga possui métodos específicos de solução que serão
abordados a seguir.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Devido ao atrito do fluido com a parede do tubo ocorre uma dissipação de energia,
quando um fluido escoa por uma tubulação de um ponto a outro haverá perda de energia.
Está energia dissipada, de modo geral, da perda de carga representa a energia perdida pelo
fluido por cada unidade de seu peso.
Essa perda de carga ocorre, entre outros fatores, pela rugosidade do meio de
escoamento, viscosidade e densidade do fluido, velocidade deste mesmo escoamento,
turbulência do movimento, comprimento da tubulação percorrida. Ao examinar o
comportamento de fluidos durante o escoamento, é observado dois tipos de perda de carga
distintas: a localizada e a distribuída, as quais ao serem somadas geram a perda de carga
total perdida no encanamento (BRUNETTI, 2008).
De modo geral a perda de carga em um sistema de tubulação é considerada como
a perda de energia do mesmo, senso assim, a variação de energia em um sistema onde
temos fluidos reais, pode ser previsto com a equação de Bernoulli (Equação 1) adaptada
(FOX e MCDONALD, 2001):

𝑃1 𝑉²1 𝑃2 𝑉²2
𝑍1 + + = 𝑍2 + + + 𝐻𝑝 (Eq. 1)
𝛾 2𝑔 𝛾 2𝑔

Onde:
𝑍1 e 𝑍1 = alturas vertical dos pontos analisados.
𝑉1e 𝑉2= velocidade do fluxo.
𝑃1 e 𝑃2 = pressão de entrada e saída dos pontos analisados.
𝛾= peso específico do fluido analisado.
𝑔= aceleração da gravidade.
𝐻𝑝 = perda total de carga no sistema.

2.1 Perda de Carga Distribuída


A perda de carga distribuída (hf), ocorre durante o deslocamento do fluido dentro
da tubulação, onde o mesmo entra em contato com a parede do duto e perdendo pressão
com o atrito gerado pela sua rugosidade, considerando um comprimento longo essa perda
de pressão é somada constantemente, dando origem ao nome de perda de carga

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distribuída. Para o cálculo da perda de carga distribuída, utiliza-se a forma universal,
(Equação 2) que nos possibilita determinar ao longo de um comprimento de tubulação a
sua perda de carga, dês de que seja conhecido o coeficiente de atrito (f) que pode ser
obtido através da Diagrama de Mood:

𝐿 𝑉²
𝐻𝑓 = 𝑓. 𝐷 . 2𝑔 (Eq. 2)

Onde:
𝐿= comprimento do tubo.
𝑉= velocidade media do escoamento.
𝐷ℎ= diâmetro hidráulico.
𝑔= aceleração da gravidade.
𝑓= coeficiente de atrito, obtido com o diagrama de Moody, utilizando a relação
entre rugosidade e diâmetro do tubo (ε/D) e o número de Reynolds (Re).

2.2 Perda de Carga Localizada


A perda de carga localizada (hs), ocorre quando dentro da tubulação, exista
alguma irregularidade que cause uma perturbação no fluxo do fluido, como por exemplo,
conexões, registros, curvas entre outros. Quando existe tal fenômeno é gerada uma perca
de pressão pelo fato da conversão de energia mecânica (pelo movimento do fluido) em
energia térmica, gerando assim uma perda de eficiência em seu processo.
O cálculo da perda de carga localizada pode ser expressado pela seguinte equação:

𝑉²
𝐻𝑠 = 𝐾. 2𝑔 (Eq.3)

Onde:
𝑉= velocidade media do escoamento.
𝑔= aceleração da gravidade.
𝐾= coeficiente de perda de carga localizada, que é obtido experimentalmente ou
em tabelas de produtos que já realizam o teste e disponibilizam o resultado.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Materiais

No experimento, foram utilizados os seguintes materiais:


 Balde de 20L com ladrão;
 2 joelhos de 90º;
 Mangueira de nível de 1,4 m;
 Balde de 12 l;
 Válvula esférica com 25mm;
 Transferidor;
 Trena;
 Cola Durepoxi;
 Adaptador ¾;
 Registro rosqueável de 25 mm;
 2m de cano de PVC de 25mm;
 Ripa para suporte;
 Cronômetro.

3.2 Métodos
O procedimento se inicia com a determinação da abertura da válvula esférica,
através de 4 tipos de abertura: totalmente aberta, metade fechada, 2/3 fechada e 1/3
fechada.
Em segundo instante, é medido a vazão do escoamento do fluido. Para a
determinação do volume e do tempo, utilizou-se um balde e um cronômetro, onde o fluido
liberado em um determinado tempo é despejado no balde e assim verificado o volume
por tempo.
O terceiro passo é a medição da diferença de nível da mangueira, onde adotou-se
um referencial (H0) a 52cm (H2) da tubulação, através de uma trena foi medido a altura
acima do referencial (H1). Logo, substitui-se na fórmula a seguir:
∆𝐻 = 𝐻1 − 𝐻2
Por fim, realizou-se a obtenção da constante K.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com a realização do experimento, foram obtidos os seguintes dados:

Abertura da Válvula
2/3 2/3
Totalmente ½ 1/3 2/3 2/3
fechada fechada
aberta fechada fechada fechada fechada

Volume (m³) 0,01 0,005 0,005 0,005 0,005 0,001 0,0005


Tempo (s) 14,95 15,73 8,51 24,35 26,23 49,05 24,35
0,00031 0,00058 0,00020 0,00019 0,00020 0,00020
Vazão (m³/s) 0,000669
8 8 5 1 4 5

Área (m) 0,00049 0,00049 0,0049 0,00049 0,00049 0,00049 0,00049

Velocidade 0,64870 0,41905 0,38902 0,41905


1,365095 1,9907 0,46069
(m/s) 2 9 3 9
H1 (m) 0,057 0,38 0,5 0,63 0,64 0,63 0,63
H2 (m) 0,033 -0,51 0,08 -0,49 -0,51 -0,49 -0,49
H1-H2 (m) 0,024 0,89 0,42 1,12 1,15 1,12 1,12
11281
ΔP (Pa) 235,44 8730,9 4120,2 10987,2 10987,2 10987,2
,5
125,131 126,936 125,131
K 0,25 41,5 5,73 149,084
6 7 6
NBR 12214 0,05 36,0 5,5 206,0 206,0 206,0 206,0

Com base na NBR 12214 observa-se que:


Na válvula totalmente aberta estabelece que K é 0,05, mas no nosso resultado é
0,25 o que se considerou certo devido os erros e falhas de medições;
Na válvula ½ fechada estabelece que K é 36,0 mas no nosso resultado é 41,5 o
que se considerou certo devido os erros e falhas de medições e arbitrado o volume de
0,005m³ para ser uma vazão cronometrável;

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Na válvula 1/3 fechada estabelece que K é 5,73, mas no nosso resultado é 5,5 o
que se considerou, uma vez que o valor medido foi bem próximo apesar de erros e falhas
de medições;
Já a válvula 2/3 fechada foi necessário repetir o experimento 4 vezes, pois
estabelece por norma que K é 206,0, mas no nosso resultado o mais próximo foi a 126,9
com volume de 0,0001m³ o que se considerou, uma vez que o valor medido foi bem
próximo apesar de erros e falhas de medições.
Logo abaixo, pode-se observar os tipos de válvulas citados no experimento:

Figura 01: Tipos de Válvulas.

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5. CONCLUSÃO

Nos ensaios realizados a partir do método da perda de carga em acessórios, foi


dividido o nível de vazão da válvula em quatro, sendo totalmente aberta, 1/2 fechada, 1/3
fechada, 2/3 fechada. Mediante ao exposto, observou-se que os resultados calculados
foram condizentes com as análises visuais feitas durantes este experimento, porém devido
à baixa qualidade do material utilizado durante o experimento alguns valores se
mostraram diferentes dos determinados pela norma técnica, entre os pontos coletados
comprovou-se nos cálculos o que foi apresentado no vídeo da aula prática.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

VIANA, D “Perda de carga: entenda o que é”. Disponível em:


<https://www.guiadaengenharia.com/perda-carga/> . Acesso em:18 de outubro de 2021.

BARRAL,M.F “Perda de carga”. Disponível em:


<http://www.leb.esalq.usp.br/leb/disciplinas/Fernando/leb472/Aula_7/Perda_de_carga_
Manuel%20Barral.pdf> Acesso em: 19 de outubro de 2021.

BRUNETTI, F; Mecânica dos Fluidos. 2ª ed. Ed. Pearson. São Paulo, 2011.

Perda de Carga de uma Válvula. Youtube, 17 out. 2020. Disponível em <


https://www.youtube.com/watch?v=-epM10qXGEs&feature=emb_title>. Acesso em:
nov./20.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12214 NB 590 – 1992,


Projeto de sistema de bombeamento de água para abastecimento público. Rio de
Janeiro, 1992.

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