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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ

PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA QUÍMICA

RELATÓRIO 6
DETERMINAÇÃO DA VAZÃO POR MEIO DE PLACA DE ORIFÍCIO

EQUIPE:
1- Elora Dannan Corrêa Dias – 18.1
2- João Allef de Almeida Dantas – 18.1
3- Mayra Samilly da Silva Barreto – 18.1
4- Renata Rodrigues Lamarão – 18.1

Prof. Felipe Fernando da Costa Tavares

MACAPÁ-AP
2022
SUMÁRIO

1 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 3

1.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 3


1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................ 3
2 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 3

3 REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................ 4

3.1 TUBULAÇÕES............................................................................................................. 4
3.2 SISTEMAS INTERLIGADOS ..................................................................................... 5
3.3 VÁLVULAS ................................................................................................................. 5
3.4 PLACA DE ORIFÍCIO ................................................................................................. 5
3.5 VAZÃO ......................................................................................................................... 7
3.6 EQUAÇÃO DE BERNOULLI ..................................................................................... 7
3.7 EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE ............................................................................. 8
3.8 TEORIA DE OBSTRUÇÃO DE BERNOULLI ........................................................... 8
3.9 COEFICIENTE DE DESCARGA ................................................................................ 9
4 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................. 9

4.1 LISTA DE MATERIAIS ............................................................................................... 9


4.2 AJUSTE DO SISTEMA HIDRÁULICO .................................................................... 10
4.3 AFERIÇÃO DA VAZÃO REAL ................................................................................ 13
4.3 DETERMINAÇÃO DA VAZÃO TEÓRICA E DO COEFICIENTE DE DESCARGA
13
5 RESULTADOS .................................................................................................................... 14

5.1 ENSAIO 1 ................................................................................................................... 14


5.2 ENSAIO 2 ................................................................................................................... 14
5.3 ENSAIO 3 ................................................................................................................... 15
6 DISCUSSÕES ...................................................................................................................... 16

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 16

2
1 OBJETIVOS

1.1 OBJETIVO GERAL

Determinar a vazão real e a vazão teórica a fim de compará-las e estipular o coeficiente


de descarga da placa de orifício.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Compreender o funcionamento da bancada hidráulica e da placa de orifício, bem como


a utilização de um manômetro de coluna tipo U;
• Estimar a vazão teórica através da relação entre as equações de Bernoulli e da continui-
dade;
• Determinar a vazão real;
• Calcular o erro entre a vazão teórica e a vazão real;
• Estipular qual o fator de correção (coeficiente de descarga) seria necessário para ajustar
o valor da vazão teórica estimada.

2 INTRODUÇÃO

A mecânica dos fluidos é ciência que versa sobre o comportamento dos fluidos e a
interação entre os fluidos com sólidos ou com outros fluidos nas fronteiras. A equação de
Bernoulli é reconhecida como uma das equações primordiais dos estudos da mecânica dos
fluidos, sendo ela uma grandeza escalar que descreve o comportamento do fluido em uma
tubulação e que tem vasta variedade de aplicações como o desenvolvimento da teoria de
obtrução de Bernoulli (ÇENGEL; CIMBALA, 2007).
Segundo a teoria de obstrução de Bernoulli é possível estimar a velocidade de
escoamento do fluido em uma tubulação, com base na queda de pressão medida entre dois os
pontos próximos, um que antecede e um posterior, à obstrução. Desse modo, é calculada a vazão
volumétrica através da equação de Bernoulli, da continuidade e da geometria do medidor de
vazão que é a obstrução (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014; ÇENGEL; CIMBALA,
2007).
Dentre os medidores de vazão destaca-se a placa de orifício que consiste em uma placa
fina entre flanges que tem o orifício. A placa de orifício é um medidor de vazão de geometria
simples, por esse motivo ela é de baixo custo e de fácil instalação ou reposição. No entanto,

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possui capacidade limitada e a elevada perda de carga permanente (COIMBRA, 2015; FOX;
MCDONALD; PRITCHARD, 2014).
De modo geral, a determinação da vazão propiciada pela teoria de obstrução de
Bernoulli é de importante utilidade e abrange tanto a indústria, no transporte de fluidos via
oleodutos e gasodutos, quanto serviços públicos, com relação ao abastecimento e saneamento
de cidades (DELMÉE, 2003).

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 TUBULAÇÕES

Comumente chamados de tubos ou condutos, as tubulações têm como principal


finalidade constituir uma rede ou instalação correlata para conduzir os fluidos de um local para
outro, ou seja, servem para canalizações que asseguram a circulação de um fluido ou de um
produto pulverulento em uma instalação (SAKAI, 2017). Um conduto é equivalente ao outro,
ou a outros, quando transporta a mesma quantidade de fluido sob a mesma perda de carga total.
A principal vantagem desta operação é substituir um sistema complexo por um mais simples
ou por um único.
As tubulações podem ser apresentadas em configurações simples, onde poucos fatores
de dimensionamento variam entre as interconexões, ou em disposições complexas. Nesta
última, o diâmetro tubular, a rugosidade, o fator de atrito e entre outras variáveis que
influenciam a queda de pressão variam constantemente conforme a linha de conexões (UNESP,
2014).
O escoamento de qualquer fluido em uma tubulação resulta sempre em uma certa perda
de energia do fluido, energia esta que é gasta em vencer as resistências que se opõem ao
escoamento, e que finalmente é dissipada sob forma de calor. Essas resistências podem ser
divididas em duas: externa e interna. A primeira é resultante do atrito do fluido contra as paredes
internas dos tubos, assim como mudanças de direções de veia fluida e turbilhonamentos. A
segunda, por sua vez, é resultante do atrito das próprias moléculas do fluido umas com as outras,
reconhecida como "viscosidade".
As resistências externas serão maiores à proporção que maiores forem a velocidade do
fluido e a rugosidade das paredes, e quanto menor for o diâmetro da tubulação. Essas
resistências dependerão também da quantidade e da natureza dos acidentes na tubulação
(curvas, derivações, reduções, válvulas etc.) que resultam nas chamadas "perdas secundárias".

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As resistências internas serão tanto maiores quanto maiores forem a velocidade e a viscosidade
do fluido (TELLES, 2017).

3.2 SISTEMAS INTERLIGADOS


No estudo do escoamento dos fluidos em tubulações, costuma-se dividir as redes de
tubulações por trechos interligados, de maneira que não haja em nenhum trecho qualquer
máquina (bombas, compressores, turbinas etc.) capaz de trocar trabalho com o exterior,
introduzindo energia no fluido ou absorvendo energia do fluido. Dessa forma, a única variação
de energia do fluido entre os pontos extremos de cada trecho da tubulação será a decorrente das
perdas de carga (TELLES, 2017).
Os sistemas de tubulações de sequência de tubos interligados podem acontecer pela
forma de distribuição, apresentando duas situações de configuração. No sistema em paralelo,
onde a vazão de fluido é separada entre duas ou mais conexões, é importante calcular o diâmetro
e o comprimento equivalente, considerando que a perda de carga é equivalente para os tubos.
Posteriormente pode ser associado ao sistema de tubos em série. Como são interligados, a vazão
(constante) que passa nos dois tubos também é igual desconsiderando as perdas de carga
localizadas e as cargas cinéticas. Em ambos, os mecanismos físicos de perda de carga e vazões
atuam simultaneamente (HARAGUSHI, 2020).

3.3 VÁLVULAS

As válvulas são dispositivos destinados a estabelecer, controlar e interromper o fluxo


em uma tubulação. São os acessórios mais importantes existentes nas tubulações, e por isso
devem merecer o maior cuidado na sua seleção, especificação e localização (EEEP, 2022). Em
qualquer instalação deve haver sempre o menor número possível de válvulas compatível com
o funcionamento da mesma, pois as válvulas são peças caras, onde sempre há possibilidade de
vazamentos (em juntas, gaxetas etc.) e que introduzem perdas de carga, às vezes de grande
valor. As válvulas são, entretanto, peças indispensáveis, sem as quais as tubulações seriam
inteiramente inúteis. Por esse motivo, o desenvolvimento das válvulas é tão antigo quanto o das
próprias tubulações (TELLES, 2003)..

3.4 PLACA DE ORIFÍCIO

A placa de orifício é um tipo de dispositivo medidor de vazão diferencial de fluidos,


podem esses serem líquidos, gases e vapores, e serve para indicar, registrar, controlar e fazer a
compensação da vazão (SALLES JUNIOR, 2010; RIBEIRO, 2003).
5
A primeira aplicação de uma placa de orifício se dá na antiguidade, em que utilizavam
para medição e controle de vazão (RIBEIRO, 2003). Desde então, foram surgindo novos
estudos que contribuíram com essa tecnologia, como o desenvolvimento do teorema básico das
equações hidráulicas por John Bernoulli em 1738. A aplicação das placas de orifício em
indústrias só foi ocorrer em 1970, quando a associação da AGA/ASME/NIST (ex-NBS)
estabeleceu um programa de testes para a obtenção de dados suficientes para desenvolver uma
equação para a predição do coeficiente de vazão (RIBEIRO, 2003).
A placa de orifício é constituída por uma placa de espessura fina, circular, com um
orifício (L). Os orifícios, também chamados de obstrução, podem ter por exemplo as seguintes
configurações: concêntricos, excêntricos e segmentais (figura 1). A escolha do tipo de orifício
depende das impurezas encontradas no fluido que irá ser operado (SALLES JUNIOR, 2010).
As concêntricas são utilizadas se o fluido for mais limpo (RIBEIRO, 2003), enquanto as
excêntricas e segmentais são quando o fluido está sujo com partículas solidas em suspensão
(RIBEIRO, 2003).
Figura 1 – Placa de orifício concêntrico.

Fonte: (SALLES JUNIOR, 2010).


Essas placas são inseridas em tubulações, e a instalação é realizada utilizando flanges
(SALLES JUNIOR, 2010), a qual deve conter uma em cada superfície da placa.
Uma das grandes vantagens dessas placas são o baixo custo de instalação e manutenção.
Além disso, a confecção das placas é simples, é possível medir grandes volumes de fluidos em
grandes velocidades, num processo continuo tem fácil adaptação ao controle de vazões e possui
um vasto acervo de dados e coeficientes experimentais registrados (RIBEIRO, 2003). No
entanto, em função da expansão a jusante da placa, há uma desvantagem em relação a perda de
carga que impõe ao escoamento (SALLES JUNIOR, 2010).

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3.5 VAZÃO

A vazão é a quantidade de fluido que passa pela seção reta de um duto ou tubulação, por
unidade de tempo, essa quantidade pode ser em vazão volumétrica ou em massa (DELMÉE,
2003). A vazão volumétrica (equação 1) é medida pela unidade de volume por uma unidade de
tempo, geralmente em m³/h. Enquanto a vazão mássica é medida pela unidade de massa por
uma unidade de tempo, geralmente em kg/h.
V
Qr = (equação 1)
t

Em que:
Qr: Vazão real;
V: Volume;
𝑡: Tempo.

3.6 EQUAÇÃO DE BERNOULLI

A equação de Bernoulli (equação 2) descreve o comportamento dos fluidos em


movimento no interior de um tubo, a qual é uma relação aproximada entre pressão,
velocidade e altura entre dois pontos e é válida em regiões de escoamento incompressível e
estacionário, onde as forças de atrito resultantes são desprezíveis (CENGEL, 2015).
Bernoulli afirma que a soma da energia estática, cinética e potencial do fluido se conserva
na vazão através de uma restrição numa tubulação (RIBEIRO, 2003).

P1 V1 2 P2 V2 2
+ + g ∗ h1 = + + g ∗ h2 (equação 2)
ρ 2 ρ 2

Em que:
P1: Pressão da extremidade 1 do tubo;
P2: Pressão da extremidade 2 do tubo;
ρ: Densidade;
V1 : Velocidade média da extremidade 1 do tubo;
V2 : Velocidade média da extremidade 2 do tubo;
g: Aceleração da gravidade;
h1 : Altura da extremidade 1 do tubo;
h2 : Altura da extremidade 2 do tubo.
𝑃 𝑉2
O termo 𝜌 é a energia do escoamento, é a energia cinética e 𝑔 ∗ ℎ é a energia potencial
2

do fluido (CENGEL, 2015).


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3.7 EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE

A equação de continuidade (equação 3) é uma relação entre a velocidade de escoamento


laminar de um fluido com a área disponível para fluir, ou seja, é a relação entre a velocidade e
vazão instantânea de um fluido incompressível (CENGEL, 2015; RIBEIRO, 2003). Sendo
assim, existe uma proporção na qual se a área da tubulação altera de 𝐴1 para 𝐴2 , temos que a
velocidade do fluido também varia, de 𝑉1 para 𝑉2.
Q = A1 ∗ V1 = A2 ∗ V2 (equação 3)
Em que:
𝑄: Vazão volumétrica instantânea;
𝐴1 : Área da extremidade 1 do tubo;
𝐴2 : Área da extremidade 2 do tubo;
𝑉1: Volume entrando na área da extremidade 1;
𝑉2: Volume entrando na área da extremidade 2.

3.8 TEORIA DE OBSTRUÇÃO DE BERNOULLI


A teoria de obstrução de Bernoulli por um orifício é baseada nas equações da
continuidade e de Bernoulli. Aplicando a equação de Bernoulli, considerando que a tubulação
é horizontal, ou seja, g ∗ ℎ = 0, e combinando com a equação da continuidade e rearranjando
(FOX, 2014) temos:
2
1 D 4 Q2
P1 − P2 = 2 ρ [( d ) − 1] ∗ A2 (equação 4)
2

Em que:
P1: Pressão da extremidade 1 do tubo;
P2: Pressão da extremidade 2 do tubo;
ρ: Densidade;
D: Diâmetro da tubulação;
D: Diâmetro do orifício;
Q: Vazão;
A2 : Área da extremidade 2 do tubo.
Essa equação 4 demostra que a pressão diferencial ocasionada pelo orifício é
proporcional ao quadrado da vazão que passa através da placa de orifício (RIBEIRO, 2003).
Sendo assim, a vazão através da placa de orifício é dada pela seguinte expressão (FOX, 2014):
2
Qt = A ∗ √(1 − β4 ) ∗ β ∗ √∆P ∗ ρ (equação 5)

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Em que:
Qt: Vazão teórica por um orifício;
A: Área do orifício;
β: Dado fornecido pelo fabricante do orifício;
∆P: Variação de pressão (P2 − P1 );
ρ: Viscosidade do fluido.

3.9 COEFICIENTE DE DESCARGA

A vazão que passa através do medidor diminui, devido ao atrito. Então, a queda de
pressão real fica maior que a teórica. Sendo assim, necessário o uso de um fator de correção
que reflita o grau de interferência do medidor na vazão (RIBEIRO, 2003).
Este fator é denominado de coeficiente de descarga, o qual é aplicado na equação teórica
de medição de vazão de Bernoulli (SALLES JUNIOR, 2010) para se obter a vazão real, esse
fator é dado por:
Qr
Cd = (equação 6)
Qt

Em que:
Cd: Coeficiente de descarga;
Qr: Vazão real;
Qt: Vazão teórica.
A partir de uma manipulação matemática simples, se obtém a correção da equação da
vazão teórica (sem o medidor) para equação da vazão real (com o medidor).

4 MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia está dividida em quatro partes: lista de materiais, ajuste do sistema


hidráulico, aferição da vazão real e determinação da vazão teórica e do coeficiente de descarga.

4.1 LISTA DE MATERIAIS

Os materiais utilizados no experimento estão listados na Tabela 1.

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Tabela 1 – Lista de materiais utilizados no experimento
Materiais Quantidade
Bancada hidráulica com placa de orifício (𝛽 = 0,45) 1
Manômetro de coluna d’água do tipo U 1
Recipiente plástico de 20 L 1
Proveta de 2000 mL 2
Recipiente plástico de 20 L 1
Termômetro 1
Cronômetro 1
Água -
Fonte: dos autores (2022).

4.2 AJUSTE DO SISTEMA HIDRÁULICO

Os procedimentos executados anteriormente ao ligamento do sistema são relacionados


ao ajuste do sistema hidráulico e entrada no estado de equilíbrio. Para isso, deve-se certificar a
abertura somente dos registros do circuito inferior (primeira linha) da tubulação da bancada
hidráulica apresentada na figura 2, que contém a placa de orifício (figura 3). Em seguida, deve
ser feita a verificação da abertura dos registros que impulsionam a bomba de alimentação e a
bancada hidráulica (figura 4). Feito isso, a bomba de alimentação hidráulica pode ser ligada,
devendo aguardar alguns segundos até o sistema atingir o equilíbrio. Com relação ao
manômetro de coluna d’água do tipo U (figura 5), as suas mangueiras devem ser interligadas
na entrada e na saída da placa de orifício no circuito da bancada hidráulica, removendo o
máximo de ar possível do seu interior. Após a retirada do ar das mangueiras do manômetro, o
seu par de válvulas devem ser abertos simultaneamente e a diferença de altura na coluna d’água
pode ser lida. A temperatura da água foi aferida com termômetro de mercúrio.

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Figura 2 – Bancada hidráulica empregada no procedimento experimental.

Fonte: dos autores (2022).

Figura 3 – Placa de orifício utilizada no experimento.

Fonte: dos autores (2022).

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Figura 4 – Bomba de alimentação da bancada hidráulica e registros.

Fonte: dos autores (2022).

Figura 5 – Manômetro de coluna d’água tipo U.

Fonte: dos autores (2022).

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4.3 AFERIÇÃO DA VAZÃO REAL

A aferição da vazão real de fluido no interior da tubulação foi feita em três ensaios
realizados em duplicata, sendo a válvula totalmente aberta no primeiro ensaio, parcialmente
aberta no segundo e moderadamente mais fechada no último ensaio. A vazão real de água no
interior da tubulação foi aferida mediante descarga da bancada (figura 6), em que a água foi
coletada num recipiente plástico durante determinado tempo arbitrário cronometrado, sendo o
volume transferido e verificado em proveta e determinada a vazão de acordo com a equação 1.
Figura 6 – Descarga da bancada hidráulica.

Fonte: dos autores (2022).

4.3 DETERMINAÇÃO DA VAZÃO TEÓRICA E DO COEFICIENTE DE DESCARGA

A vazão teórica aplicada à placa de orifício pode ser determinada pela equação 5, que
relaciona dados do orifício (área e fator geométrico), dado do fluido de escoamento
(viscosidade) e variação de pressão (perda de carga) através da placa de orifício. Além disso, o
coeficiente de descarga pode ser obtido com relação às vazões real e teórica, conforme a
equação 6.
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5 RESULTADOS

O desenvolvimento experimental, realizado conforme previsto na ementa da disciplina


de Laboratório da Engenharia Química I, voltado à determinação da vazão através de uma placa
de orifício, foi executada no Laboratório de Fenômenos de Transporte – LabFT, localizado no
interior do Núcleo Tecnológico/NTE da Universidade do Estado Amapá – UEAP. Os resultados
foram divididos em três ensaios e cada ensaio será referente a uma abertura diferente da válvula.

5.1 ENSAIO 1

As pressões obtidas no manômetro de coluna d’água foram 0,09 mH20 (p2) e 0,122
mH2O (p1), em que p1 e p2 são referentes a vazão de entrada e saída na placa de orifício,
respectivamente. Na tabela 2 estão apresentados os valores das duplicatas de volume em metros
cúbicos e tempo em segundos, bem como os valores de vazão de água da tubulação e a sua
média.
TABELA 2 - Valor da vazão real para o ensaio 1 e os dados utilizados para determiná-la

Duplicata Volume (m³) Tempo (s) Vazão (m³/s)

1 0,00382 2,44 0,001565574

2 0,00224 1,46 0,001534247

Média 0,0015499105
Fonte: Autores (2022).

Diante das médias exibidas na tabela 2 e da equação 1, a vazão real, quando a válvula
está totalmente aberta, equivale a 0,0015499105 m³/s. Já a vazão teórica, estimada por meio da
equação 5, é igual a 0,000118175 m³/s. Dessa maneira, o erro entre a vazão medida e a vazão
estimada é de 92,39%. Por fim, com o valor de vazão real e teórica, através da equação 6, foi
estimado o valor do coeficiente de descarga como 13,1487.

5.2 ENSAIO 2

As pressões obtidas no manômetro de coluna d’água foram 0,097 mH20 (p2) e 0,107
mH2O (p1), em que p1 e p2 são referentes a vazão de entrada e saída na placa de orifício,
respectivamente. Na tabela 3 estão apresentados os valores das duplicatas de volume em metros
cúbicos e tempo em segundos, bem como os valores de vazão de água da tubulação e a sua
média.

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Tabela 3 – Valor da vazão real para o ensaio 2 e os dados utilizados para determiná-la.

Duplicata Volume (m³) Tempo (s) Vazão (m³/s)

1 0,00266 1,99 0,001336683

2 0,00161 0,99 0,001626262

Média 0,0014814725
Fonte: Autores (2022).

Diante das médias exibidas na tabela 3 e da equação 1, a vazão real, quando a válvula
está parcialmente aberta, equivale a 0,00143289 m³/s. Já a vazão teórica, estimada por meio da
equação 5, é igual a 0,00006606 m³/s. Dessa maneira, o erro entre a vazão real e a vazão teórica
é de 95,39%. Por fim, com o valor de vazão real e teórica, através da equação 6, foi estimado o
valor do coeficiente de descarga como 21,6901.

5.3 ENSAIO 3

As pressões obtidas no manômetro de coluna d’água foram 0,1005 mH20 (p2) e 0,105
mH2O (p1), em que p1 e p2 são referentes a vazão de entrada e saída na placa de orifício,
respectivamente. Na tabela 4 estão apresentados os valores das duplicatas de volume em metros
cúbicos e tempo em segundos, bem como os valores de vazão de água da tubulação e a sua
média.
Tabela 4 – Valor da vazão real para o ensaio 3 e os dados utilizados.
Duplicata Volume (m³) Tempo (s) Vazão (m³/s)

1 0,00214 1,58 0,001354430

2 0,00248 1,63 0,001521472

Média 0,001437951
Fonte: Autores (2022).

Diante das médias exibidas na tabela 4 e da equação 1, a vazão real, quando a válvula
está moderadamente aberta, equivale a 0,00143925 m³/s. Já a vazão teórica, estimada por
meio da equação 5, é igual a 0,000044315 m³/s. Dessa maneira, o erro entre a vazão medida e
a vazão estimada é de 96,92%. Por fim, com o valor de vazão real e teórica, através da
equação 6, foi estimado o valor do coeficiente de descarga como 32,4773.

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6 DISCUSSÕES

O elevado erro é devido alguns fatores como à perda de carga localizada referente a
placa de orifício, assim como à perda de carga distribuída pela tubulação. Além disso,
considerando que a bancada hidráulica é antiga e apresenta muitas falhas, principalmente com
relação a abertura de válvulas, esse pode ter sido outro fator considerável na discordância dos
resultados obtidos. Ademais, uma série de erros pode ter sido originada no processo de medição
do volume de líquido em proveta, bem como do tempo cronometrado, visto que foram coletadas
por diferentes grupos da prática experimental, induzindo a erros de operador no procedimento
e forma executada, assim como erro sistemático de leitura do volume de fluido de escoamento.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base teoria de obstrução de Bernoulli, foi possível realizar o cálculo dos valores
de vazões teóricas. Foram determinados, pelo método da proveta, que as vazões reais dos en-
saios 1 (válvula completamente aberta), 2 (válvula parcialmente aberta) e 3 (válvula modera-
damente fechada) foram de 0,001553846 m³/s, 0,00143289 m³/s e 0,00143925 m³/s, respecti-
vamente. Quanto ao valor teórico das vazões, verificou-se que são equivalentes a 0,000118175
m³/s, 0,00006606 m³/s e 0,000044315 m³/s, na mesma ordem de ensaios, respectivamente. Com
isso, pode-se perceber uma grande discrepância de valores das vazões reais e teóricas. Para
todos os casos, o erro relativo de comparação é maior que 90%. Os valores calculados dos
coeficientes de descarga para seu respectivo ensaio são de 13,1487, 21,6901 e 32,4773. O fator
de correção, o coeficiente de descarga, das equações teóricas para se obter a vazão real por meio
da placa de orifício são 13,1487, 21,6901 e 32,4773 para cada ensaio, em ordem crescente já
enumerados.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CENGEL, Y. A.; CIMBALA, J. M.. Mecânica dos fluidos-3. AMGH Editora, 2015.

ÇENGEL, Y. A; CIMBALA, J. M.. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. Porto


Alegre: AMGH, 2007.

COIMBRA, A. L.. Mecânica dos fluidos. Rio de Janeiro: E-Papers, 2015. 386 p.

DELMÉE, G. J.. Manual de medição de vazão. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2003.

DELMÉE, G. J.. Manual de medição de vazão. Editora Blucher, 2003.

EEEP. Curso Técnico em Fabricação Mecânica: Tubulações e Dutos. 1 ed. Ceará: Escola
Estadual de Educação Profissional. 43 p. 2022.

FOX, R. W; MCDONALD, A. T; PRITCHARD, P. J.. Introdução à Mecânica dos Fluidos. 8ª


Ed. LTC Editora, 2014.

HARAGUSHI, M. T.. Hidráulica: Sistema de Tubulações. Nota de Aula. 1 ed. Goiás: PUC,
12 p. 2020

LASALLES JUNIOR, J. B. de. Influência de parâmetros dimensionais e geométricos em


placas de orifício na determinação da vazão. Natal: Ufrn, 2010.

RIBEIRO, M. A.. Medição de petróleo e gás natural. 2ª. Ed. Medição de Petróleo e Gás
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SAKAI, S.. Sistemas De Tubulações E Suas Aplicações. 37 ed. São Paulo: Revista TAE.
2017.

TELLES, P. C. S.. Tubulações Industriais: cálculo. 9.ed. Rio de Janeiro: LTC, 178 p. 2017.

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UNESP. Sistemas Fluidodinâmicos. Nota de Aula. São Paulo: Universidade Estadual


Paulista. 10 p. 2014.

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