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PRÓ-REITORA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA QUÍMICA
RELATÓRIO 6
DETERMINAÇÃO DA VAZÃO POR MEIO DE PLACA DE ORIFÍCIO
EQUIPE:
1- Elora Dannan Corrêa Dias – 18.1
2- João Allef de Almeida Dantas – 18.1
3- Mayra Samilly da Silva Barreto – 18.1
4- Renata Rodrigues Lamarão – 18.1
MACAPÁ-AP
2022
SUMÁRIO
1 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 3
3.1 TUBULAÇÕES............................................................................................................. 4
3.2 SISTEMAS INTERLIGADOS ..................................................................................... 5
3.3 VÁLVULAS ................................................................................................................. 5
3.4 PLACA DE ORIFÍCIO ................................................................................................. 5
3.5 VAZÃO ......................................................................................................................... 7
3.6 EQUAÇÃO DE BERNOULLI ..................................................................................... 7
3.7 EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE ............................................................................. 8
3.8 TEORIA DE OBSTRUÇÃO DE BERNOULLI ........................................................... 8
3.9 COEFICIENTE DE DESCARGA ................................................................................ 9
4 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................. 9
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1 OBJETIVOS
2 INTRODUÇÃO
A mecânica dos fluidos é ciência que versa sobre o comportamento dos fluidos e a
interação entre os fluidos com sólidos ou com outros fluidos nas fronteiras. A equação de
Bernoulli é reconhecida como uma das equações primordiais dos estudos da mecânica dos
fluidos, sendo ela uma grandeza escalar que descreve o comportamento do fluido em uma
tubulação e que tem vasta variedade de aplicações como o desenvolvimento da teoria de
obtrução de Bernoulli (ÇENGEL; CIMBALA, 2007).
Segundo a teoria de obstrução de Bernoulli é possível estimar a velocidade de
escoamento do fluido em uma tubulação, com base na queda de pressão medida entre dois os
pontos próximos, um que antecede e um posterior, à obstrução. Desse modo, é calculada a vazão
volumétrica através da equação de Bernoulli, da continuidade e da geometria do medidor de
vazão que é a obstrução (FOX; MCDONALD; PRITCHARD, 2014; ÇENGEL; CIMBALA,
2007).
Dentre os medidores de vazão destaca-se a placa de orifício que consiste em uma placa
fina entre flanges que tem o orifício. A placa de orifício é um medidor de vazão de geometria
simples, por esse motivo ela é de baixo custo e de fácil instalação ou reposição. No entanto,
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possui capacidade limitada e a elevada perda de carga permanente (COIMBRA, 2015; FOX;
MCDONALD; PRITCHARD, 2014).
De modo geral, a determinação da vazão propiciada pela teoria de obstrução de
Bernoulli é de importante utilidade e abrange tanto a indústria, no transporte de fluidos via
oleodutos e gasodutos, quanto serviços públicos, com relação ao abastecimento e saneamento
de cidades (DELMÉE, 2003).
3 REVISÃO DA LITERATURA
3.1 TUBULAÇÕES
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As resistências internas serão tanto maiores quanto maiores forem a velocidade e a viscosidade
do fluido (TELLES, 2017).
3.3 VÁLVULAS
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3.5 VAZÃO
A vazão é a quantidade de fluido que passa pela seção reta de um duto ou tubulação, por
unidade de tempo, essa quantidade pode ser em vazão volumétrica ou em massa (DELMÉE,
2003). A vazão volumétrica (equação 1) é medida pela unidade de volume por uma unidade de
tempo, geralmente em m³/h. Enquanto a vazão mássica é medida pela unidade de massa por
uma unidade de tempo, geralmente em kg/h.
V
Qr = (equação 1)
t
Em que:
Qr: Vazão real;
V: Volume;
𝑡: Tempo.
P1 V1 2 P2 V2 2
+ + g ∗ h1 = + + g ∗ h2 (equação 2)
ρ 2 ρ 2
Em que:
P1: Pressão da extremidade 1 do tubo;
P2: Pressão da extremidade 2 do tubo;
ρ: Densidade;
V1 : Velocidade média da extremidade 1 do tubo;
V2 : Velocidade média da extremidade 2 do tubo;
g: Aceleração da gravidade;
h1 : Altura da extremidade 1 do tubo;
h2 : Altura da extremidade 2 do tubo.
𝑃 𝑉2
O termo 𝜌 é a energia do escoamento, é a energia cinética e 𝑔 ∗ ℎ é a energia potencial
2
Em que:
P1: Pressão da extremidade 1 do tubo;
P2: Pressão da extremidade 2 do tubo;
ρ: Densidade;
D: Diâmetro da tubulação;
D: Diâmetro do orifício;
Q: Vazão;
A2 : Área da extremidade 2 do tubo.
Essa equação 4 demostra que a pressão diferencial ocasionada pelo orifício é
proporcional ao quadrado da vazão que passa através da placa de orifício (RIBEIRO, 2003).
Sendo assim, a vazão através da placa de orifício é dada pela seguinte expressão (FOX, 2014):
2
Qt = A ∗ √(1 − β4 ) ∗ β ∗ √∆P ∗ ρ (equação 5)
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Em que:
Qt: Vazão teórica por um orifício;
A: Área do orifício;
β: Dado fornecido pelo fabricante do orifício;
∆P: Variação de pressão (P2 − P1 );
ρ: Viscosidade do fluido.
A vazão que passa através do medidor diminui, devido ao atrito. Então, a queda de
pressão real fica maior que a teórica. Sendo assim, necessário o uso de um fator de correção
que reflita o grau de interferência do medidor na vazão (RIBEIRO, 2003).
Este fator é denominado de coeficiente de descarga, o qual é aplicado na equação teórica
de medição de vazão de Bernoulli (SALLES JUNIOR, 2010) para se obter a vazão real, esse
fator é dado por:
Qr
Cd = (equação 6)
Qt
Em que:
Cd: Coeficiente de descarga;
Qr: Vazão real;
Qt: Vazão teórica.
A partir de uma manipulação matemática simples, se obtém a correção da equação da
vazão teórica (sem o medidor) para equação da vazão real (com o medidor).
4 MATERIAIS E MÉTODOS
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Tabela 1 – Lista de materiais utilizados no experimento
Materiais Quantidade
Bancada hidráulica com placa de orifício (𝛽 = 0,45) 1
Manômetro de coluna d’água do tipo U 1
Recipiente plástico de 20 L 1
Proveta de 2000 mL 2
Recipiente plástico de 20 L 1
Termômetro 1
Cronômetro 1
Água -
Fonte: dos autores (2022).
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Figura 2 – Bancada hidráulica empregada no procedimento experimental.
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Figura 4 – Bomba de alimentação da bancada hidráulica e registros.
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4.3 AFERIÇÃO DA VAZÃO REAL
A aferição da vazão real de fluido no interior da tubulação foi feita em três ensaios
realizados em duplicata, sendo a válvula totalmente aberta no primeiro ensaio, parcialmente
aberta no segundo e moderadamente mais fechada no último ensaio. A vazão real de água no
interior da tubulação foi aferida mediante descarga da bancada (figura 6), em que a água foi
coletada num recipiente plástico durante determinado tempo arbitrário cronometrado, sendo o
volume transferido e verificado em proveta e determinada a vazão de acordo com a equação 1.
Figura 6 – Descarga da bancada hidráulica.
A vazão teórica aplicada à placa de orifício pode ser determinada pela equação 5, que
relaciona dados do orifício (área e fator geométrico), dado do fluido de escoamento
(viscosidade) e variação de pressão (perda de carga) através da placa de orifício. Além disso, o
coeficiente de descarga pode ser obtido com relação às vazões real e teórica, conforme a
equação 6.
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5 RESULTADOS
5.1 ENSAIO 1
As pressões obtidas no manômetro de coluna d’água foram 0,09 mH20 (p2) e 0,122
mH2O (p1), em que p1 e p2 são referentes a vazão de entrada e saída na placa de orifício,
respectivamente. Na tabela 2 estão apresentados os valores das duplicatas de volume em metros
cúbicos e tempo em segundos, bem como os valores de vazão de água da tubulação e a sua
média.
TABELA 2 - Valor da vazão real para o ensaio 1 e os dados utilizados para determiná-la
Média 0,0015499105
Fonte: Autores (2022).
Diante das médias exibidas na tabela 2 e da equação 1, a vazão real, quando a válvula
está totalmente aberta, equivale a 0,0015499105 m³/s. Já a vazão teórica, estimada por meio da
equação 5, é igual a 0,000118175 m³/s. Dessa maneira, o erro entre a vazão medida e a vazão
estimada é de 92,39%. Por fim, com o valor de vazão real e teórica, através da equação 6, foi
estimado o valor do coeficiente de descarga como 13,1487.
5.2 ENSAIO 2
As pressões obtidas no manômetro de coluna d’água foram 0,097 mH20 (p2) e 0,107
mH2O (p1), em que p1 e p2 são referentes a vazão de entrada e saída na placa de orifício,
respectivamente. Na tabela 3 estão apresentados os valores das duplicatas de volume em metros
cúbicos e tempo em segundos, bem como os valores de vazão de água da tubulação e a sua
média.
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Tabela 3 – Valor da vazão real para o ensaio 2 e os dados utilizados para determiná-la.
Média 0,0014814725
Fonte: Autores (2022).
Diante das médias exibidas na tabela 3 e da equação 1, a vazão real, quando a válvula
está parcialmente aberta, equivale a 0,00143289 m³/s. Já a vazão teórica, estimada por meio da
equação 5, é igual a 0,00006606 m³/s. Dessa maneira, o erro entre a vazão real e a vazão teórica
é de 95,39%. Por fim, com o valor de vazão real e teórica, através da equação 6, foi estimado o
valor do coeficiente de descarga como 21,6901.
5.3 ENSAIO 3
As pressões obtidas no manômetro de coluna d’água foram 0,1005 mH20 (p2) e 0,105
mH2O (p1), em que p1 e p2 são referentes a vazão de entrada e saída na placa de orifício,
respectivamente. Na tabela 4 estão apresentados os valores das duplicatas de volume em metros
cúbicos e tempo em segundos, bem como os valores de vazão de água da tubulação e a sua
média.
Tabela 4 – Valor da vazão real para o ensaio 3 e os dados utilizados.
Duplicata Volume (m³) Tempo (s) Vazão (m³/s)
Média 0,001437951
Fonte: Autores (2022).
Diante das médias exibidas na tabela 4 e da equação 1, a vazão real, quando a válvula
está moderadamente aberta, equivale a 0,00143925 m³/s. Já a vazão teórica, estimada por
meio da equação 5, é igual a 0,000044315 m³/s. Dessa maneira, o erro entre a vazão medida e
a vazão estimada é de 96,92%. Por fim, com o valor de vazão real e teórica, através da
equação 6, foi estimado o valor do coeficiente de descarga como 32,4773.
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6 DISCUSSÕES
O elevado erro é devido alguns fatores como à perda de carga localizada referente a
placa de orifício, assim como à perda de carga distribuída pela tubulação. Além disso,
considerando que a bancada hidráulica é antiga e apresenta muitas falhas, principalmente com
relação a abertura de válvulas, esse pode ter sido outro fator considerável na discordância dos
resultados obtidos. Ademais, uma série de erros pode ter sido originada no processo de medição
do volume de líquido em proveta, bem como do tempo cronometrado, visto que foram coletadas
por diferentes grupos da prática experimental, induzindo a erros de operador no procedimento
e forma executada, assim como erro sistemático de leitura do volume de fluido de escoamento.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base teoria de obstrução de Bernoulli, foi possível realizar o cálculo dos valores
de vazões teóricas. Foram determinados, pelo método da proveta, que as vazões reais dos en-
saios 1 (válvula completamente aberta), 2 (válvula parcialmente aberta) e 3 (válvula modera-
damente fechada) foram de 0,001553846 m³/s, 0,00143289 m³/s e 0,00143925 m³/s, respecti-
vamente. Quanto ao valor teórico das vazões, verificou-se que são equivalentes a 0,000118175
m³/s, 0,00006606 m³/s e 0,000044315 m³/s, na mesma ordem de ensaios, respectivamente. Com
isso, pode-se perceber uma grande discrepância de valores das vazões reais e teóricas. Para
todos os casos, o erro relativo de comparação é maior que 90%. Os valores calculados dos
coeficientes de descarga para seu respectivo ensaio são de 13,1487, 21,6901 e 32,4773. O fator
de correção, o coeficiente de descarga, das equações teóricas para se obter a vazão real por meio
da placa de orifício são 13,1487, 21,6901 e 32,4773 para cada ensaio, em ordem crescente já
enumerados.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CENGEL, Y. A.; CIMBALA, J. M.. Mecânica dos fluidos-3. AMGH Editora, 2015.
COIMBRA, A. L.. Mecânica dos fluidos. Rio de Janeiro: E-Papers, 2015. 386 p.
DELMÉE, G. J.. Manual de medição de vazão. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2003.
EEEP. Curso Técnico em Fabricação Mecânica: Tubulações e Dutos. 1 ed. Ceará: Escola
Estadual de Educação Profissional. 43 p. 2022.
HARAGUSHI, M. T.. Hidráulica: Sistema de Tubulações. Nota de Aula. 1 ed. Goiás: PUC,
12 p. 2020
RIBEIRO, M. A.. Medição de petróleo e gás natural. 2ª. Ed. Medição de Petróleo e Gás
Natural, Salvador, 2003.
SAKAI, S.. Sistemas De Tubulações E Suas Aplicações. 37 ed. São Paulo: Revista TAE.
2017.
TELLES, P. C. S.. Tubulações Industriais: cálculo. 9.ed. Rio de Janeiro: LTC, 178 p. 2017.
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