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Michel Darzé – Eng.

Civil – Hidráulica – Curso ABES 2021

TRANSIENTES HIDRÁULICOS EM SISTEMAS


SOB PRESSÃO

Prof.: Michel Sahade Darzé


Michel Darzé – Eng. Civil – Hidráulica – Curso ABES 2021

SUMÁRIO

1. OBJETIVOS ...........................................................................................................................................3
2. REGIMES DE ESCOAMENTO - VARIABILIDADE NO TEMPO ............................................................4
3. ENQUADRAMENTO ..............................................................................................................................5
4. ENQUADRAMENTO HISTÓRICO ........................................................................................................6
5. CAVITAÇÃO E VAPORIZAÇÃO ............................................................................................................7
6. CARACTERIZAÇÃO BÁSICA DOS COMPONENTES DOS SISTEMAS...............................................8
7. PARÂMETROS CARACTERIZADORES DOS SISTEMAS .................................................................12
8. ANÁLISES PRELIMINARES ................................................................................................................13
9. CONDICIONANTES DA PROTEÇÃO ..................................................................................................18
10. FILOSOFIA BÁSICA DA PROTEÇÃO .................................................................................................20
11. ATUAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO ..............................................................................20
12. VOLANTE DE INÉRCIA .......................................................................................................................22
13. CHAMINÉ DE EQUILÍBRIO .................................................................................................................24
14. TANQUE DE ALIMENTAÇÃO ( AÇÃO ) UNIDIRECIONAL .................................................................28
15. VÁLVULAS DE AMISSÃO DE AR ( VENTOSAS )...............................................................................31
16. RESERVATÓRIO HIDROPNEUMÁTICO OU DE AR COMPRIMIDO..................................................33
17. VÁLVULA DE RETENÇÃO EM LINHA ................................................................................................36
18. VÁLVULA DE ALÍVIO ..........................................................................................................................38
19. SISTEMAS POR GRAVIDADE ............................................................................................................39
20. ANEXOS – TABELAS DO CEHIDRO (IST) .........................................................................................40
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1. OBJETIVOS

a) CONCEITOS E DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS RELATIVOS AOS REGIMES


TRANSITÓRIOS, EM PARTICULAR AO GOLPE DE ARÍETE;

b) ENTENDIMENTO DOS FENÔMENOS TRANSITÓRIOS E DOS RISCOS


POTENCIAIS PARA OS SISTEMAS DE ADUÇÃO;

c) CARACTERIZAÇÃO DOS SISTEMAS : GRANDEZAS INTERVENIENTES


NO FENÔMENO E SUAS INFLUÊNCIAS;

d) ANÁLISEPRELIMINAR DO GOLPE DE ARÍETE NOS SISTEMAS DE


ADUÇÃO SEM DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO;

e) PRINCIPAIS TÉCNICAS DE PROTEÇÃO CONTRA OS EFEITOS DO GOLPE DE


ARÍETE;

f) CARACTERIZAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DOS PRINCIPAIS DISPOSITIVOS


DE PROTEÇÃO (SELEÇÃO DO DISPOSITIVO);

g) ANÁLISE E PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE ALGUNS DISPOSITIVOS DE


PROTEÇÃO.
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2. REGIMES DE ESCOAMENTO - VARIABILIDADE NO TEMPO

• REGIMES PERMANENTES (dv/dt = 0)

- Depende da permanência da compatibilidade das características hidráulico-


geométricas do sist. com a carga hidráulica disponível.

• REGIMES VARIÁVEIS ( dv/dt ≠ 0 ; dH/dt ≠ 0 )

TRANSITÓRIOS : Entre dois Regimes Permanentes

- Pseudo Permanentes :

* Equilíbrio hidráulico quase sem atraso e sem variações bruscas de


pressão resultantes da inércia da coluna líquida.

- Oscilação em Massa :

* Comportamento dinâmico influenciado pelas forças de inércia mas sem


efeitos elásticos.

- Golpe de Aríete :

* Comportamento dinâmico com intervenção significativa da elasticidade do


líquido e da tubulação.

GOLPE DE ARÍETE :

Situação potencialmente mais perigosa;

Pressões extremas transitórias podem se afastar muito das condições de regime


permanente;

Pode ocorrer ruptura da tubução ou pela ação de pressões elevadas ou por colapso
devido à ocorrência de vácuo transiente no interior da tubulação;

Variações bruscas que propagam-se através de ondas elásticas interagindo, por vezes
de forma violenta e destrutiva, com massas de ar eventualmente acumuladas, com
acessórios e equipamentos;

Em diversas situações ocorrem vibrações nas tubulações e equipamentos, resultando


em esforços dinâmicos nas amarrações muitas vezes não previstos;
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3. ENQUADRAMENTO

- GOLPE DE ARÍETE : SEUS EFEITOS DESTRUTIVOS

. Redução da vida útil das tubulações;

. Colapso do Sistema: (Imediato ; curto ou médio prazo);

. Danos materiais;

. Transtornos pela paralisação dos sistemas;

. Danos ao meio ambiente;

. Perda de vidas; etc...

EVITAR OS DANOS :

. Atenuar efeitos do golpe de aríete;

. Diversidade de efeitos/causas dificulta soluções gerais;

. Solução Final : Análise/Proteção. Dependerá de:

- Características das instalações;


- Metodologia utilizada;
- Experiência e qualificação do projetista.
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4. ENQUADRAMENTO HISTÓRICO

- MICHAUD, 1878

- Transição do estudo como ciência geral para Eng. Hidráulica;


- Equação para avaliação de sobrepressão - Manobra Lenta;
- Primeira indicação do RHP como dispositivo de proteção.

- KORTEWEG, 1878

- Equação para cálculo da celeridade das ondas elásticas

- JOUKOWSKY, 1898 (FRIZELL, 1898)

- Equação para avaliação de sobrepressão - Manobra Rápida;

- ALLIEVI (1902 a 1913)

- Compreensão geral do fenômeno;


- Equações na forma das equações diferenciais básicas;
- Equações concatenadas de Allievi;
- Ábacos para casos particulares.

- Métodos Analíticos se tornaram cada vez menos atraentes

. Difícil resolução; Ausência de perdas de carga; Complexidade


da modelação de bombas, válvulas etc...

- SCHNYDER, 1929 & BERGERON, 1931

- Método gráfico muito difundido;


- Construção de gráficos complicados para casos práticos.

- ADVENTO DOS COMPUTADORES DIGITAIS (década de 60)

- Resolução de sistemas complexos com rapidez e precisão;


- Método das Características : Profs.: WYLIE e STREETER
- Contribuições a nível mundial: Prof. António Betâmio de Almeida (Portugal);
Prof Edmundo Koelle (Brasil);
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5. CAVITAÇÃO E VAPORIZAÇÃO

- PRESSÃO SUBATMOSFÉRICA NA ADUTORA :

- Liberação de Gases Dissolvidos;


- Maior Risco de se Atingir Pontualmente a Pressão de Vapor
do Líquido (flutuações turbulentas).

- PRESSÕES IGUAIS OU PRÓXIMAS DA PRESSÃO DE VAPOR :

* MACROCAVITAÇÃO

- Escoamento Bolhoso;
- Separação da Coluna Líquida;
- Ruptura da Coluna Líquida.

Locais mais suscetíveis de ocorrer os fenômenos acima :

. Pontos altos do perfil da adutora;


. A jusante de válvulas; etc...

- RISCOS POTENCIAIS RESULTANTES DA OCORRÊNCIA DE


PRESSÕES SUBATMOSFÉRICAS/ MACROCAVITAÇÃO :

- Contaminação de água tratada por infiltração do exterior;

- Colapso por esmagamento da tubulação no caso de não resistir às pressões


externas;

- Deterioração do revestimento interno;


- Enfraquecimento estrutural da tubulação;
- Aceleração de processos corrosivos;
- Redução da vida útil da tubulação;

- Reintegração da Coluna Líquida: Nos casos de ruptura ou separação da


coluna líquida verifica-se a ocorrência de sobrepressões adicionais
elevadas no instante da reintegração da coluna.
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6. CARACTERIZAÇÃO BÁSICA DOS COMPONENTES DOS SISTEMAS

CARACTERIZAÇÃO DO FLUIDO

- Massa Específica ( ρ ) ou Peso Específico (  )


- Módulo de Elasticidade Volumétrica (K)
- Viscosidade Cinemática ( ‫) ע‬

CARACTERIZAÇÃO DA TUBULAÇÃO

- Diâmetro (D)
- Comprimento (L)
- Espessura da parede (e)
- Rugosidade da parede (k)
- Características Mecânicas :
.Módulo de Elasticidade Volumétrica do Material (E)
.Coeficiente de Poisson ( )
.Pressões Máximas e Mínimas
- Características Topográficas : perfil longitudinal

CELERIDADE DAS ONDAS ELÁSTICAS

K

C=
K D
1+
E e

 = Massa Específica da água ( 1000 kg/m3 );


K = Módulo de Elasticidade Volumétrica da água ( 2.19 GPa );
E = Módulo de Elasticidade Volumétrica do Material da Tubulação ;
D = Diâmetro Interno da Tubulação;
e = Espessura da Parede da Tubulação;
 = ( 1- 2 ) ( vinculação estrutural para tubos enterrados );
 = Coeficiente de Poisson do material da tubulação;
C = Celeridade das Ondas Elásticas (m/s).
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Tabela 1 : Características de Materiais Típicos de Tubulações


Material Tubulação E (Gpa) Coef. Poisson
Aço Carbono 207 0.30
Ferro Fundido 172 0.28
PVC 3.3 0.45
PEAD 1.0 0.46

CARACTERIZAÇÃO DO CONJUNTO MOTOR-BOMBA

- Curvas Características
- Momento de Inércia das Massas Girantes
- Velocidade nominal de rotação dos grupos
- Potência nominal dos motores
- Disposição dos conjuntos na estação elevatória

CARACTERIZAÇÃO DAS VÁLVULAS (sec. e control.)

- Tipo de válvula
- Lei de variação do grau de abertura ou do coef. perda localizada
- Caracterização das válvulas de retenção

CARACTERIZAÇÃO DOS RESERVATÓRIOS

- Grandes dimensões : N.A. = cte.


- Níveis Extremos

CARACTERIZAÇÃO DE REG. PERMANENTE INICIAL

- Vazão
- Perda de Carga
- Pressões
- Cotas Piezométricas
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CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA DO FENÔMENO


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7. PARÂMETROS CARACTERIZADORES DOS SISTEMAS

Tempo de Reflexão das Ondas Elásticas:

2L
TE =
C

C : celeridade (m/s);
L : comprimento do conduto (m);

Parâmetro carcatrístico do conduto:

C V0
=
g H b0

V0 : velocidade de escoamento em regime permanente (m/s);


Hbo = Alatura manométrica em reg. permanente (m.c.a.);

Coeficiente de compensação energética:

GD 2 N 02
=
K b L S V02

GD2 : Momento de inércia das massas girantes (Kg.m2);


N02 : Velocidade de rotação do conjunto (rpm);
L : comprimento do conduto (m);
S : área da seção transversal do conduto (m2);
Kb : 365 x 103.

Perda de carga relativa:

 0
h0 =
H bo

ΔH0 : perda de carga al longo do conduto (m.c.a.)


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8. ANÁLISES PRELIMINARES

8.1 – Considerações sobre as Análises Preliminares

Resultados Esperados:

a) Envoltória das Cotas Piez. máximas e mínimas;

b) Análise das envoltórias em relação à resistência da tub.;

c) Definição da Necessidade de Dispositivo de Proteção.

Cuidados na Utilização das Análises Preliminares:

• Utilizar estas metodologias com precaução. Resultados podem apresentar


grandes discrepâncias dos reais.

• Identificar as hipóteses simplificativas utilizadas no desenvolvimento do método.

• Avaliar conhecimentos disponíveis na época em que foi desenvolvido o


método.

• No caso de ábacos ou tabelas podem ser necessárias grandes extrapolações


para atender ao sistema em questão.

• Com os microcomputadores tipo "PC" a justificativa para utilização destes


métodos se restringiu, significativamente, a estudos preliminares.

• O porte do sistema estudado pode justificar a utilização de métodos simplificados


mesmo para uma decisão final sobre o sistema.
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8.2 - Determinação da depressão máxima junto à bomba (ΔHbm)

*Equação de Frizzel-Joukowisky (Manobra Rápida TA < TE )

c Vo
H bm =
g

*Equação de Michaud ( Manobra Lenta TA ≥ TE )

2 L Vo
H bm =
g TA

*Expressão de Rosich

K L V0
TA = C1 +
g H bo

Com: C1=1,0, para Hbo/L < 0,20;


C1=0,5, para Hbo/L = 0,30;
C1=0,0, para Hbo/L = 0,40.

e K=2,0, para L < 500m;


K=1,75, para L ≈ 500m;
K=1,5, para 500m < L < 1500m;
K=1,25, para L ≈ 1500m;
K =1,0, para L > 1500m
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8.3 – Utilização de Tabelas Propostas pelo IST/CEHIDRO

Com os parâmetros característcos do sistema:  ;  e ho determina-se de forma


aproximada uma envoltória de pressões máximas e mínimas ao longo do sistema.

NM − NJ
Envoltória máxima : ;
H b0

Nm − NJ
Envoltória mínima: .
H b0

Envoltória Máxima

Reg. Permanente

NJ

Hb0

Hg

Envoltória Mínima
Linha de Recalque

Bomba
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ANÁLISE PRELIMINAR DO GOLPE DE ARÍETE : DEFINIÇÃO APROXIMADA DAS ENVOLTÓRIAS DAS PRESSÕES EXTREMAS
METODOLOGIA: EQUAÇÃO DE MICHAUD/JOUKOWSKY

Dados Básicos:

Q (m3/s) = 0.11 Diâm. Adut. DI(m) = 0.311 Extesão Adut. L (m) = 5000.0
E (Gpa) = 172.00 Perda Adut. (m) = 32.83 esp. par. tub. e (m) = 0.0053
Cota N.A. poço, NM (m) = 100 NJ (m) = 140.00 = 0.28
2
GD grupo (kg.m2) = 14.3 Vel. Rotação (rpm) = 1750

Cálculo dos Parâmetros de Caracterização do Sistema e Estimativa das Envoltórias:

C (m/s) = 1138.84 Vo (m/s) = 1.45 Hbo (m.c.a.) = 72.83


= 2.311 TE (seg) = 8.78 ho = 0.45
= 0.151 Hbo / L = 0.01 K Rosich= 1
TW (seg)= 10.14 C Rosich = 1 ΔHbm (m) = 132.59
TA (seg) = 11.14 ΔHbM (m) = 106.07
ΔPCR (m.c.a) = 188.5 Tubulação não sujeita a colapso por vácuo transiente.

SISTEMA DE RECALQUE EE EXEMPLO


Diagnóstico - Envoltórias Aproximada de Pressãoes Extremas
300.00

HPER
250.00
CTER
HMIN
200.00
C. Piez. (m.c.a.)

HMAX
HMIN SIMP
150.00 HMAX SIMP

100.00

3000
50.00
3800
4200
0.00 5000
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
L (m)
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ANÁLISE PRELIMINAR DO GOLPE DE ARÍETE EM SISTEMAS ELEVATÓRIOS


UTILIZAÇÃO DOS GRÁFICOS DO CEHIDRO (IST)

Dados Básicos:

Q (m3/s) = 0.11 Diâm. Adut. (m) = 0.311 Extesão Adut. (m) = 5000
E (Gpa) = 172.00 Perda Adut. (m) = 32.83 esp. par. tub. (m) = 0.0053
Cota N.A. poço (m) = 100 NJ (m) = 140 = 0.28
GD2 grupo (kg.m2) = 14.3 Vel. Rotação (rpm) = 1750

Cálculo Parâmetros de Caracterização:

C (m/s) = 1138.84 Vo (m/s) = 1.45 Hbo (m.c.a.) = 72.83


= 2.311 TE (seg) = 8.78 ho = 0.45
= 0.151 Hbo / L = 0.01 C1 Rosich= 1
K Rossich = 1 TA (seg) = 11.14 ΔHbm (m) = 132.59

Tabela para Avaliação da Envoltória de Pressões:

Seção 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
L (m) 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000
(NM - NJ)/Hbo 0.54 0.36 0.32 0.28 0.29 0.3 0.3 0.3 0.27 0.28 0
(NM-NJ) (m) 39.3 26.2 23.3 20.4 21.1 21.8 21.8 21.8 19.7 20.4 0
NM (m) 179.3 166.2 163.3 160.4 161.1 161.8 161.8 161.8 159.7 160.4 140
(Nm - NJ)/Hbo -0.72 -0.74 -0.77 -0.8 -0.82 -0.84 -0.85 -0.86 -0.82 -0.68 0
(Nm-NJ) (m) -52.4 -53.9 -56.1 -58.3 -59.7 -61.2 -61.9 -62.6 -59.7 -49.5 0
Nm (m) 87.6 86.1 83.9 81.7 80.3 78.8 78.1 77.4 80.3 90.5 140

SISTEMA TESTE - ANÁLISE PRELIMINAR TABELAS IST - CEHIDRO


Diagnóstico - Envoltórias Pressãoes Extremas 0
195.0 200
500
175.0 1000
1200
155.0 1500
1800
C. Piez. (m.c.a.)

2500
135.0
3000
3800
115.0 HMIN 4200
HMAX 5000
95.0 HPER
CTER

75.0
0 1000 2000 3000 4000 5000
L (m)
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9. CONDICIONANTES DA PROTEÇÃO

9.1- Resistência das Tubulações

PRESSÃO INTERNA MÁXIMA ( PI max )

. PI max < P max. de serviço da tub.

Obs.: Alguns fabricantes distinguem Pmax serv. de sobrepressão

. PI max < P max. serv. equipamentos e "juntas"

Obs.: Alguns materiais (PVC principalmente) sofrem fadiga pela repetição dinâmica dos
esforços, diminuindo com o tempo a pressão máxima de serviço.

PRESSÃO INTERNA MÍNIMA ( PI min )

. Exceto em casos justificados : PI min > Patm.

. ( Pexterna – PI min) < Pcolapso

. Condição com baixa segurança : PI min > Pvapor ( ruptura da veia líquida )

Determinação da Pressão de Colapso das Tubulações de forma aproximada:

3
2E e
Pcr = (Pe − Pi )cr =  
1− 2  D 

Pe - pressão externa (N/m2)


Pi - pressão interna (N/m2)
ΔPcr - diferencial de pressão crítico ao esmagamento (N/m2)
E - Módulo de elasticidade volumétrica da tub. (N/m2)
 - Coeficiente de Poisson do material
e - espessura da parede da tub. (mm)
D - diâmetro da tub. (mm)

Obs.: Recomenda-se utilizar coef. de segurança ( Cs) 1.0 a 1.5


conforme a importância da instalação.

ΔPcrs = ΔPcr / Cs
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9.2 – Condição de Contaminação do Fluido em Escoamento

• PI min > Patm. para sistemas de água tratada ou onde não seja admitida
contaminação do líquido.

• ( PImin / γ ) < -5 m.c.a. para sist. onde seja admissível contaminação.

9.3 – Macrocavitação e Ruptura da Veia Líquida

• Adota-se PI min com certa segurança acima da Pvapor.

• Modelos que simulam vaporização e escomanto difásico possuem são imprecisos


em função das dificuldades de modelação matemática do fenômeno.

9.4 – Fatores para Seleção dos Dispositivos de Proteção

• RAZÃO DA NECESSIDADE DA PROTEÇÃO;


• PRINCÍPIO DE ATUAÇÃO DO DISPOSITIVO;
• PERFIL TOPOGRÁFICO DA TUBULAÇÃO;
• CARACTERÍSTICAS HIDRÁULICAS DO SISTEMA;
• CARACTERÍSTICAS DA PERTURBAÇÃO QUE ORIGINOU O REGIME
VARIÁVEL;
• CLASSE DE PRESSÃO DAS TUBULAÇÕES;
• MATERIAL DAS TUBULAÇÕES ( fadiga );
• RESISTÊNCIA DAS TUBULAÇÕES AO COLAPSO;
• ASSENTAMENTO DAS TUBULAÇÕES;
• CONTAMINAÇÃO DO FLUIDO TRANSPORTADO;
• EFEITOS DESFAVORÁVEIS SOBRE DESEMPENHO DE ALGUMAS
UNIDADES DO SIST. EM REG. TRANSITÓRIO (ex.: fechamento v.r.)
• CONFIABILIDADE DO DISPOSITIVO;
• OPERAÇÃO / MANUTENÇÃO DO DISPOSITIVO;
CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO / MANUTENÇÃO / OPERAÇÃO DO DISPOSITIVO
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10. FILOSOFIA BÁSICA DA PROTEÇÃO

• CONTROLE DO TEMPO DE ANULAÇÃO DA VAZÃO NA SEÇÃO DA


PERTURBAÇÃO ( Volantes de Inércia, Válvulas com tempo de manobra
controlados, etc...)

• CONTROLE DA VARIAÇÃO DA VAZÃO E C. PIEZ. NA TUB. ( Chaminé de


Equilíbrio, RHP, etc..)

• CONTROLE DAS PRESSÕES MÍNIMAS ( TAU, RHP, Chaminé, Válvulas de


Adimissão de ar (Ventosas), Volante.)

• CONTROLE DAS PRESSÕES MÍNIMAS E MÁXIMAS. ( Chaminé de Equilíbrio,


RHP, Vol. de Inércia, TAU, etc...)

• CONTROLE DAS PRESSÕES MÁXIMAS. ( Válvula de Alívio, Válvula de


Retenção em Linha, etc...)

Obs.: A visão apresentada acima é bastante simplista uma vez que um dispositivo ao
atuar interfere no fenômeno como um todo.

11. ATUAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO

• Armazenamento e fornecimento de energia aos grupos para atenuar


transitoriamente a falta de energia nos mesmos ( V.I.).

• Absorção e fornecimento alternados de energia ao escoamento, incluindo ou não


absorção e fornecimento de líquido (CH, RHP, TAU, etc.)

• Fornecimento de líquido ao escoamento para controle das pressões mínimas


(TAU, CH, etc.)

• Expulsão de líquido do sistema para controle das pressões máximas (Val. Alívio).

• Estabelecimento de ligação temporária com o exterior (atmosfera), com um


reservatório ou com outra tubulação em função da pressão interna (TAU,
Válvula de admissão de ar, CH, by-pass).
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SELEÇÃO DO DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO

• Características Hidráulicas do Sistema;

• Características Topográficas ( perfil da adutora );

• Princípio de Atuação do Dispositivo;

• Diferentes Classes de Pressão da Tubulação;

• Combinação de mais de um Dispositivo.


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12. VOLANTE DE INÉRCIA

• Massa Adicional em forma de disco acoplada ao eixo do conjunto motor-bomba.

(Aumenta o GD2 das massas girantes)

• A Energia armazenada nas Massas Girantes aumenta o tempo de anulação da

vazão na bomba.

• Funcionamento do Dispositivo apenas na primeira fase do fenômeno. (até o

fechamento da válvula de retenção).

OBJETIVO PRINCIPAL :

• Controlar Pressões Mínimas. Os efeitos sobre as pressões máximas são

consequência da atuação na 1ª fase.

PRIMEIRA FASE : (Antes do fechamento da V.R.)

• Aumenta o tempo de anulação da vazão na bomba.

• Prolonga o funcionamento da bomba na zona de bombeamento normal.

• Variação de pressões e vazão a jusante da bomba mais gradual.

• Ocorrência da Cota Piezométrica mínima.

• Atenua as pressões mínimas a jusante da bomba e, como consequência, as

pressões extremas em todo o sistema.

SEGUNDA FASE : (Após o fechamento da V.R.)

• Predominância dos efeitos elásticos.

• Atenuação por efeitos dissipativos (perdas de carga).

• Ocorrência da Cota Piezométrica máxima.


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DIMENSIONAMENTO

• Escolha do GD2 para atender às pressões requeridas .

• Tabelas, Ábacos, etc : Dimensionamento Preliminar.

• Simulações Numéricas : Dimensionamento Definitivo.

CONDICIONANTES DO DIMENSIONAMENTO

• Envoltórias das Cotas Piez. Extremas;

• Condições de Arranque dos Grupos (condicionantes elétricos, maior

desvantagem);

• Resistência mecânica e condicionantes diversos.

FORMATO ACONSELHÁVEL

• Posicionamento da massa o mais afastada possível do eixo. (mesma inércia com

menor massa);

• Simétrico - Questões de resistência e equilíbrio dinâmico.

• Recomendável deixar a critério do fornecedor do conjunto.

DESENHO ESQUEMÁTICO - EXEMPLO


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13. CHAMINÉ DE EQUILÍBRIO

• Reservatório com ligação permanente com a Adutora a proteger e com a

atmosfera.

• Em geral tem forma cilíndrica

• N.A. na Chaminé ≃ C. Piez. na seção de ligação em Reg. Permanente

OBJETIVO PRINCIPAL :

• Controle das Pressões Máximas e Mínimas no Sistema

FUNCIONAMENTO :

• Troca contínua de Energia Potencial Gravitacional da Chaminé e Energia

Cinética da Coluna Líquida;

Fase de Depressão :

• Alimentação da Adutora pela Chaminé;

• Desaceleração gradual da coluna líquida;

• Redução do N.A. na Chaminé.

Fase de Sobrepressão :

• Escoamento da tub. para Chaminé;

• Transformação E. Cinética → E. Gravitacional;

• Elevação do N.A. na Chaminé.

Entre a Chaminé e o reservatório em contato com a atmosfera se estabelece um


escoamento gradualmente variável ( Oscilação em Massa ) de baixa frequência
(grande período de oscilação) com efeitos elásticos desprezíveis.
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Entre a Chaminé e o obturador ( bomba/ v.r. , registro, turbina) verifica-se Golpe de


Aríete.

DESVANTAGEM : Topografia favorável ou altura elevada.

SISTEMAS DE RECALQUE:

• Proteção direta do trecho entre a Chaminé e o res. de jusante.

• Proteção indireta do trecho entre a Chaminé e os grupos (redução do

comprimento de reflexão das ondas)

Admissão da Análise dos trechos em separado :

- Reflexão praticamente total das ondas elásticas.


• Relação seção chaminé x seção tubulação;

• Perdas de Carga na ligação;

• Diferença entre os períodos de oscilação:

0.5
 LZ S c   40 Lm 
    
 Sa   c 

Lz - comp. tub. a jusante da Chaminé (m)


Sc - área da seção da Chaminé (m2)
Sa - área da seção da tub. adutora (m2)
Lm - comp. tub. a montante da Chaminé (m)
c - celeridade tub. a montante da Chaminé (m/s)

DIMENSIONAMENTO DA CHAMINÉ

• Localização Adequada;

• Determinação dos níveis extremos na Chaminé para evitar entrada de ar na

tub. ou extravasamentos quando não previstos (deligamento súbito e arranque

dos grupos);

• Definição da perda de carga na ligação ( redução amplitudes);


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• Verificação das envoltórias no sistema em especial no trecho onde se verifica o

golpe de aríete.

Tubo Vertical :

• Seção transversal muito pequena comparada com a tub.;

• Não promove reflexão relevante das ondas elásticas;

• Proteção muito localizada;

• Permite a alimentação de um pequeno volume de água, depois funciona como

ventosa (localização : pontos altos).


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14. TANQUE DE ALIMENTAÇÃO ( AÇÃO ) UNIDIRECIONAL

• Reservatório com superfície livre do fluido em contato com a atmosfera munido de

sistema de válvulas que permite a alimentação da tubulação pelo reservatório

mas impede o escoamento no sentido contrário.

• N.A.max no tanque controlado por válvula.

• O funcionamento (alimentação) ocorre quando a cota piez. na seção de ligação for

inferior ao N.A. no TAU.

• Duas fases no fenômeno : antes e depois da intervenção do TAU.

• Aumenta o tempo de anulação da vazão e atenua as depressões, atenuando

assim também as pressões máximas.

• "Segura", "Agarra" a cota piez. nas fases de depressão.

• Sua proteção poderá ter efeito muito localizado (indispensável a realização de

simulações numéricas).

• N.A.max. sempre abaixo do plano estático (N.A.min. reservatório de jusante).

Operação de enchimento.

• Comportamento mais eficiente quanto mais próximo o N.A.max. estiver da linha

piez. em reg. permanente( instalação em pontos altos). Pode ser instalado junto às

bombas (menor eficiência).

• Binômio de Dimensionamento : Volume x Altura. Atenuação das pressões

mínimas.

• Muito insegura a utilização de ábacos ou fórmulas aproximadas.

• Verificação das sobrepressões com o fechamento das válvulas de retenção

(simulações computacionais).

• É usual prever duas tubulações de alimentação munidas de v.r.


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Extravasor
N. topo.
Tela de
Proteção
N.ext.
N.A. max.

TANQUE

Tubulação de Adutora
Descarga

G.S.**
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TUS – TANQUE UNIDIRECIONAL SIMPLIFICADO


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15. VÁLVULAS DE AMISSÃO DE AR ( VENTOSAS )

• Equipamento que abre um orifício para admissão de ar em caso de ocorrência

de pressão “negativa” no interior da tubulação (esvaziamento, depressões

transintes) e, para expulsão de ar, em caso de bolha de ar com pressão

“positiva” (enchimento, expulsão do ar admitido durante as quedas de

pressão). – EFEITO CINÉTICO (orifício cinético).

• Expulsão de bolhas gasosas que trafegam na tubulação sob pressão. EFEITO

AUTOMÁTICO (orifício automático).

• Ventosas de Duplo Efeito ou Tríplice Função

• Ventosa de Tríplice Função (ou Duplo Efeito) com Fechamento Lento: possuem

um terceiro orifício de menor diâmetro para explusão lenta do ar e evitar

impactos (“pequenos” golpes).

FLUXO DE AR ATRAVÉS OS ORIFÍCIO CINÉTICOS

Escoamento Incompressível: Var ≤ 100 m/s (mais conservador 30 m/s).

Condição Crítica – Bloqueio – V = Velocidade Sônica ≈ 300 m/s

∆P < ∆Pcr → Escoamento Subsônico → Vazão aumenta com ∆P.

Para Admissão: ∆Pcr ≈ 0,472 Patm ≈ 4,8 m.c.a. ( na prática limete com segurança,

∆P = 5 psi ≈ 3,5 m.c.a.

Para Expulsão: ∆Pcr ≈ 0,893 Patm ≈ 9,2 m.c.a.


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PROTEÇÃO COM VENTOSAS

• Promove ligação temporária do interior da tubulação com o meio externo (P atm)

quanto a pressão no interior do conduto cai abaixo de Patm.

• Promove admissão de ar para o interior da tubulação impedindo a queda

acentuada da pressão.

• "Segura", "Agarra" a cota piez. nas fases de depressão.

• Modelação matemática mais complexa. Escoamento difásico.

• Proteção mais localizada. Utilizada em muitos casos como complementar.

• As válvulas de admissão de ar utilizadas para combate aos transientes

hidráulicos devem ter características que permitam a abertura rápida e o

fechamento lento (Slow Closing; “non slam”).

• Em geral são utilizadas para proteção de trechos curtos e/ou com depressões

pequenas.

• A evolução tecnológica tem sido muito imporatante para a utilização das

ventosas como dispositivo de proteção, sobretudo em sistemas de esgotos.

• Vantagens: Baixo custo; Baixo impacto urbanistico; Não ocupa áreas

adicionais;

• Desvantagens: Proteção limitada, de pequena abrangência; Exige manutenção

periódica; Dimensionamento difícil pela complexidade do fenômeno

(escoamento difásico);
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16. RESERVATÓRIO HIDROPNEUMÁTICO OU DE AR COMPRIMIDO

Reservatório com permanente ligação a adutora, contendo ar (ou outro gás sob
pressão)

OBJETIVO PRINCIPAL : Controle de pressões máximas e mínimas.

POSICIONAMENTO : Geralmente imediatamente a jusante da válvula de retenção


(dispositivo típico de Sist. de Recalque )

FUNCIONAMENTO :

• Reduz a amplitude das pressões extremas pela redução gradual da vazão (

normalmente junto aos grupos ).

• Cede energia potencial armazenada , nas fases de depressão, e absorve energia da

coluna líquida nas fases de sobrepressão.

• No trecho entre o RHP e o res. de jusante ocorre um fenômeno de oscilação em

massa forçada com preponderância das características elásticas da massa gasosa

contida no RHP.

• No trecho a montante do RHP verifica-se Golpe da Aríete.

DIMENSIONAMENTO :

• Determinação do volume inicial de ar para garantir envoltórias de pressões extremas

compatíveis.

• Dimensionamento da ligação RHP - Adutora (perda de carga localizada; assimetria;

diâmetro da tub. ligação).

• Determinação do volume máximo de ar no RHP (Vmax);

• Determinação do volume do RHP.

OPERAÇÃO:
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• Ar contido no RHP tende a se dissolver na água. Solução tecnológica atual consiste

na utilização de uma membrana elástica para separação entre o meio líquido e o

meio gasoso.

• Outras soluções pouco utilizadas.

VANTAGENS:

• Proteção abrangente para toda a adutora;

• Proteção eficaz tanto para depressões como para sobrepressões;

• Solução que geralmente conduz ao posicionamento do dispositivo junto à Elevatória

(facilidade de manutenção, área reservada, solução urbanística adequada para

áreas urbanas);

DESVANTAGENS:

• Efeito desfavorável no fechamento das válvulas de retenção (impacto violento no

fechamento);

• Seleção de válvulas de retenção apropriadas.

• Custos elevados;

• Manutenção atuante se comparada a outros dispositivos;


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17. VÁLVULA DE RETENÇÃO EM LINHA

Válvula de Retenção instalada ne adutora, com ou sem by-pass.


Em geral utiliza-se ventosa a montante da válvula

OBJETIVO PRINCIPAL : Controle de pressões máximas.

POSICIONAMENTO : No desenvolvimento da linha de recalque, o mais a jusante

possível. Deve-se buscar local em que a linha de depressões esteja afastada da

tubulação.

FUNCIONAMENTO : Reduz a amplitude das pressões máximas pois impede a

passagem de parte da onda de sobrepressão. Reduz a vazão de fluxo inverso. Reduz

os impactos na válvula de retenção junto aos grupos.

DIMENSIONAMENTO : Posicionar a V.R. e identificar a necessidade, diâmetro e

acessórios (by-pass), de modo a conseguir a redução de pressão desejada.

VANTAGENS :

• Dispositivo sem impacto urbanístico;

• Não há necessidade de área especial para implantação;

• Efeito favorável para as válvulas de retenção dos grupos;

DESVANTAGENS :

• Eventual agravamento das depressões.

• Necessidade de Manutenção;

• Possível efeito desfavorável no eventual esvaziamento;


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18. VÁLVULA DE ALÍVIO

Válvula que abre e “descomprime” a coluna líquida ao se atingir uma pressão limite definida (“set point”).
Gera redução da pressão.

OBJETIVO PRINCIPAL : Controle de pressões máximas.

POSICIONAMENTO : Geralmente imediatamente a jusante da válvula de retenção (EE). Dispositivo típico


de Sist. de Recalque.

DIFICULDADES/DESVANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DAS VÁLVULAS DE ALÍVIO:


• A “inércia” da válvula e a elevação da pressão em curtíssimo intervalo de tempo, geram
ineficiência/insegurança/impossibilidade da válvula garantir a limitação da pressão.
• Em função da desvantagem anterior foram criadas “válvulas antecipadoras de onda”, que são
programadas (“setadas”) para abrir na fase de depressão e estarem já abertas, à espera da
elevação de pressão, para realizar o alívio.
• Entretanto, na grande maior parte dos sistemas elevatórios, existem problemas de subpressão na
linha, decorrentes das depressões. Uma válvula antecipadora de onda, ao abrir na fase de
depressão, agrava este problema (gerando mais descompressão na coluna) criando maior
insegurança para o sistema, inviabilizando sua utilização.
• Outra desvantagem das VA é o jato “muito forte” na abertura da válvula e os eventuais problemas
de dissipação de energia e cavitação, além do tempo de fechamento da válvula.
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19. SISTEMAS POR GRAVIDADE

• Fechamento de Válvula na extremidade de trechos. Amplitude de


oscilações elevada. Manobras Rápidas ou Lentas.

• Lei de variação do “K” das válvulas e Impedância do sistema


dificultam obtenção de manobras lentas.

• Diferença entre Tempo de Manobra e Tempo de Anulação da


Vazão.

• Esvaziamento/Perda d’água.

• Reduzir o comprimento de reflexão das ondas favorece a redução


das amplitudes das oscilações de pressão (Chaminé de Equilíbrio).

• Seccionar a linha com Caixas de Passagem pode ajudar.

• Deve-se avaliar a possibilidade operacional de não realizar


fechamento da extremidade de jusante.
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20. ANEXOS – TABELAS DO CEHIDRO (IST)


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