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Sumário
1.0 CORROSÃO .................................................................................................................... 2
1.1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 2
1.2 IMPORTÂNCIA DA CORROSÃO ............................................................................... 3
1.3 CÉLULAS OU PILHAS DE CORROSÃO ELETROQUÍMICA ............................... 5
1.4 PRINCIPAIS TIPOS DE PILHA ELETROQUÍMICAS............................................. 7
1.5 MEIOS CORROSIVOS ................................................................................................ 11
2.0 REVESTIMENTOS PARA DUTOS ENTERRADOS .............................................. 12
2.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 12
2.2 CONSIDERAÇÕES GERAIS ...................................................................................... 13
2.3 TIPOS DE REVESTIMENTOS .................................................................................. 14
2.4 RECOMENDAÇÕES DE CAMPO ............................................................................. 19
3.0 PROTEÇÃO CATÓDICA ........................................................................................... 19
3.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS .............................................................................................. 19
3.2 MÉTODOS DE APLICAÇÃO DA PROTEÇÃO CATÓDICA ................................ 22
3.3 CRITÉRIOS DE PROTEÇÃO CATÓDICA.................................................................... 28
3.4 SUPERPROTEÇÃO CATÓDICA .................................................................................... 31
4.0 TÉCNICAS DE INSPEÇÃO ........................................................................................ 32
4.1 INSPEÇÃO DE FALHAS DE REVESTIMENTO PELO MÉTODO DE
MAPEAMENTO DE CORRENTE ......................................................................................... 33
4.2 INSPEÇÃO DE FALHAS NO REVESTIMENTO PELO MÉTODO DE
PEARSON.................................................................................................................................. 37
4.3 INSPEÇÃO DE POTENCIAL PASSO-A-PASSO ..................................................... 39
4.4 INSPEÇÃO PELO MÉTODO GRADIENTE DE POTENCIAL (DGVG) ............. 44
4.5 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DIRETA DA CORROSÃO EXTERNA
(ECDA – EXTERNAL CORROSION DIRECT ASSESMENT) ......................................... 47
1.0 CORROSÃO
1.1 INTRODUÇÃO
A corrosão consiste na deterioração dos materiais pela ação química ou eletroquímica do
meio, podendo estar ou não associado a esforços mecânicos. Ao se considerar o emprego
de materiais na construção de equipamentos ou instalações é necessário que estes resistam
à ação do meio corrosivo, além de apresentar propriedades mecânicas suficientes e
características de fabricação adequadas.
A corrosão pode incidir sobre diversos tipos de materiais, sejam metálicos como os aços
ou as ligas de cobre, por exemplo, ou não metálicos, como plástico, cerâmico ou concreto.
A ênfase aqui descrita será sobre a corrosão dos materiais metálicos. Esta corrosão é
denominada corrosão metálica.
Dependendo do tipo de ação do meio corrosivo sobre o material, os processos corrosivos
podem ser classificados em dois grandes grupos, abrangendo todos os casos deterioração
por corrosão:
Corrosão Eletroquímica;
Corrosão Química.
Os processos de corrosão eletroquímica são mais frequentes na natureza e se caracterizam
basicamente por:
Necessariamente na presença de água no estado líquido;
Temperaturas abaixo do ponto de orvalho da água, sendo a grande maioria na
temperatura ambiente;
Formação de uma pilha ou célula de corrosão, com a circulação de elétrons na
superfície metálica.
Em face da necessidade de o eletrólito conter água líquida, a corrosão eletroquímica é
também denominada corrosão em meio aquoso.
Nos processos de corrosão, os metais reagem com os elementos não metálicos presentes
no meio, O2, S, H2S, CO2 entre outros, produzindo compostos semelhantes aos
encontrados na natureza, dos quais foram extraídos. Conclui-se, portanto, que nestes
casos a corrosão corresponde ao inverso dos processos metalúrgicos, figura 01.
Figura 01 – Ciclo dos Metais
Os problemas de corrosão são frequentes e ocorrem nas mais variadas atividades, como
por exemplo, nas industriais químicas, petroquímicas, petrolíferas, naval, construção
civil, automobilística, nos meios de transporte aéreo, ferroviário e marítimo, em sistemas
de telecomunicações, na odontologia (restaurações metálicas, aparelhos de prótese), na
medicina (uso em implantes cirúrgicos na ortopedia) e na preservação de monumentos
históricos.
Com o avanço tecnológico o custo da corrosão se eleva, tornando-se um fator de grande
importância. Essa importância pode ser traduzida pelo custo da corrosão, que é avaliado
em cerca de 3,0 a 3,5 % do PIB (Produto Interno Bruto).
Na avaliação econômica dos processos corrosivos não devem ser levadas em
considerações penas as perdas diretas, mas também as indiretas.
São perdas diretas: custo de substituição de peças ou equipamentos que sofreram
corrosão, incluindo-se energia e mão de obra, e custo e manutenção dos métodos de
proteção (revestimentos anticorrosivos, proteção catódica, etc)
As perdas indiretas são mais difíceis de serem avaliadas, mas pode-se afirmar que em
muitos casos totalizam custos mais elevados do que aqueles causados por perdas diretas.
Pode-se citar, por exemplo, de perdas indiretas:
Paralisações acidentais para limpeza de permutadores ou trocadores de
calor ou para substituição de tubos corroídos, onde os custos dos materiais podem
ser baixos mas a parada da unidade representa grandes custos no valor da
produção;
Perdas de produto, como perdas de óleo, gás ou água através de tubulações
corroídas;
Perda de eficiência proveniente da diminuição da transferência de calor através de
depósitos ou produtos de corrosão, como no caso de caldeiras de trocadores de
calor;
Perda de carga em tubulações de condução de água devida a depósitos de
tubérculos de óxidos de ferro;
Contaminação de produtos por sais metálicos provenientes da corrosão de
embalagens metálicas ou tubulações metálicas;
Superdimensionamento nos projetos de reatores, oleodutos, tanques de
armazenamento, vasos de pressão, etc.
Em alguns setores, embora a corrosão não seja muito representativa em termos de
custo direto, deve-se levar em consideração o que ela pode representar em:
Questões de segurança: corrosão localizada muitas vezes resulta em fraturas
repentinas de partes críticas de equipamentos, aviões e pontes causando alem das
perdas materiais perda de vidas humanas;
Interrupções de comunicações: corrosão em cabos telefônicos e em sistemas de
telecomunicações;
Preservação de monumentos de valor histórico inestimável: corrosão atmosférica
acelerada pelos poluentes atmosféricos como óxidos de enxofre que formam
ácidos sulfurosos e sulfúricos, componentes das chuvas ácidas que não só atacam
materiais metálicos, mas também ocasionam a deterioração de materiais não
metálicos como mármore e argamassa de cimento usado em obras de grande
importância histórica;
Inconvenientes para o ser humano: a odontologia e diferentes setores da medicina
utilizam diferentes materiais metálicos sob a forma de instrumental cirúrgico,
restaurações, próteses e implantes cirúrgicos para consolidação de fraturas ósseas,
que devem resistir a ação corrosiva do soro fisiológico (solução aquosa com cerca
de 1 % de cloreto de sódio).
Na área catódica, que é uma área protegida (não ocorre corrosão). As reações são de
redução de íons do meio corrosivo, onde as principais reações são:
Em meios aerados - caso normal de água do mar e naturais
H2O + 1/2 O2 + 2 ē → 2 OH-
Em meios desaerados - caso comum em águas doces industriais
2 H2O + 2 ē → H2 + 2 OH-
Serão discutidas a seguir as principais causas de aparecimento de células eletroquímicas
de corrosão, com as respectivas denominações das pilhas formadas.
Pilha de ação local: esta pilha é provavelmente a mais frequente na natureza, ela
aparece em um mesmo metal devido a heterogeneidades diversas, decorrentes de
composição química, textura do material, tensões internas, dentre outras. As
causas determinantes da pilha de ação local são:
Pilha ativa / passiva: esta ocorre nos materiais formadores de película protetora,
como por exemplo: o cromo, o alumínio, os aços inoxidáveis, titânio, dentre
outros. A película protetora se constitui numa fina camada do produto de corrosão
que passiva a superfície metálica. Se a película for danificada em algum ponto
por ação mecânica e, principalmente pela ação de íons halogenetos
(especialmente cloreto), será formada uma área ativa (anódica) na presença de
uma grande área passiva (catódica) com o consequente aparecimento de uma
forte pilha, que proporciona corrosão localizada. A figura 05 representa este tipo
de pilha.
2.1 INTRODUÇÃO
Os revestimentos protetores são empregados em estruturas metálicas enterradas ou
submersas, com a finalidade específica de formar uma barreira a mais impermeável
possível entre o material metálico e o eletrólito (solo ou água), para combater a
corrosão.
Os processos corrosivos das estruturas enterradas ou submersas ocorrem quando as
correntes das pilhas de corrosão fluem para o solo ou para a água, abandonando o
material metálico.
Os revestimentos são usados para reduzir o fluxo desta corrente das pilhas e diminuir a
corrosão, que cessaria totalmente se fosse possível a obtenção de um revestimento
perfeito, com 100% de eficiência.
Os revestimentos possuem sempre poros e trincas e podem ser danificados no transporte
dos tubos, na montagem, lançamento e aterro da vala, adquirindo falhas que, associadas
à absorção de umidade, permitem o funcionamento das pilhas de corrosão.
Para complementar a proteção parcial do revestimento, utiliza-se, então, um sistema de
proteção catódica, cujo fluxo de corrente, proveniente de sistemas galvânicos ou por
corrente impressa, penetra nos poros e falhas da camada isolante, bloqueia as correntes
de corrosão e elimina totalmente o processo corrosivo, conforme mostrado na figura 08.
ANODOS
+
-
RETIFICADOR
TUBO DE
AÇO
REVESTIMENTO
FALHA OU PORO DO
REVESTIMENTO
Epoxi em Pó - FBE
Revestimento Antiabrasão - ARO
FBE
(a) (b)
Figura 09: (a) Revestimento com FBE em camada única - (b) Revestimento
com FBE em camada dupla
Revestimentos com Polietileno e Polipropileno
Trata-se de revestimentos aplicados por processo de extrusão, em fábrica. De um modo
geral são revestimentos altamente resistivos, mas que apresentam alguma dificuldade de
aderência, por isso é normalmente aplicado em combinação com epóxi em pó (FBE).
Esta combinação no revestimento denominado de tripla camada, sendo uma de epóxi
em pó e duas de polietileno ou polipropileno, que supera o risco de percolagem de água
na interface tubo/revestimento.
O polipropileno é especificado quando as temperaturas são superiores a 60º C.
As eficiências usuais, utilizáveis no dimensionamento de sistemas de proteção catódica,
para estes revestimentos, para uma vida de 20 anos, são:
Para Polietileno e polipropileno em tripla camada eficiência inicial de 99,2 %
e eficiência final de 98 %.
Os revestimentos com Polietileno e Polipropileno podem ser usados em solos muito
corrosivos, corrosivos e pouco corrosivos, SMC. SCO e SPC respectivamente. A figura
10 mostra estes tipos de revestimento.
Polietileno Polipropileno
(a) (b)
Figura 10. (a) Sistema de revestimento anticorrosivo de polietileno em tripla camada -
3LPE (b) Sistema de revestimento anticorrosivo de polipropileno em tripla camada
3LPP
Espuma de Poliuretana
Revestimentos Betuminosos
Neste grupo enquadram-se o piche de carvão e os asfaltos de petróleo, que são materiais
aplicados à quente, em geral reforçados com tecido de vidro e protegidos
mecanicamente com papel feltro ou tecido de vidro embebido no produto betuminoso.
Estes revestimentos foram muito usados há algumas décadas atrás, particularmente o
piche de carvão. Hoje, porém, vêm caindo em desuso pela insalubridade. As empresas
engajadas em programas de proteção ambiental e proteção à saúde já não os utilizam.
Os asfaltos sempre foram pouco usados pela alta taxa de absorção de água e rapidez de
oxidação.
As eficiências usuais, utilizáveis no dimensionamento de sistemas de proteção catódica,
para estes revestimentos, para uma vida de 20 anos, são:
Asfaltos – Eficiência inicial de 90% e eficiência final de 75 %;
Piche de Carvão – Eficiência inicial de 95% e eficiência final de 90%.
O piche de carvão pode ser usado em solos corrosivos – SCO em aplicação simples e
solos muito corrosivos – SMC em aplicação dupla. O asfalto pode ser usado em solos
pouco corrosivos – SPC.
Fig. 14 Corrosão externa, em uma tubulação de aço enterrada revestida e sem proteção
catódica.
Quando um anodo galvânico é ligado a uma estrutura metálica, surge uma pilha
galvânica, conforme mostrado na figura 16.
O potencial “OFF” pode ser obtido, dentre outras formas, com o uso de pontos de teste
com cupons, ou ainda com o desligamento de todas as fontes de injeção de corrente.
A medição dos potenciais “OFF” pode ser dispensada nos casos em que a queda ôhmica
é bastante pequena, como em estruturas de aço não revestidas em água do mar, onde é
possível posicionar o eletrodo de referência bem próximo à estrutura.
Nos casos em que houver correntes de interferência contínuas e não for possível
interromper todas as fontes de corrente recomenda-se o uso de cupons de proteção
catódica citados anteriormente, conforme descritos no capítulo 8.
Embora a eliminação da queda ôhmica seja uma prática recomendada e exigida pela
maioria das normas, muitos operadores utilizam os potenciais “ON” como critérios de
proteção catódica. Na maioria dos casos, um potencial “ON” de -0,85V (Cu/CuSO4) já
significa que a estrutura possui níveis de polarização adequados e que atende critérios
alternativos como o de 100mV. Por esse motivo, a necessidade de medição de
potenciais “OFF” é contestada por muitos profissionais em comissões de normatização,
sendo objeto de muito debate. Como a interrupção da corrente nos retificadores ou uso
de cupons são soluções muito simples, a maioria dos profissionais de proteção catódica
mede potenciais “OFF” para determinar se suas estruturas estão protegidas.
Os eletrodos de referência mais utilizados são os seguintes:
Instalações enterradas ou embutidas no concreto: Cu/CuSO4 (cobre/sulfato de
cobre) ou eletrodo de zinco, com composição semelhante à dos anodos
galvânicos, preferenciamente zinco quimicamente puro;
Instalações submersas: Ag/AgCl (prata/cloreto de prata) ou eletrodo de zinco,
com composição idêntica à dos anodos galvânicos;
Para trabalhos em laboratório, bem como para aferição dos demais eletrodos:
eletrodo de calomelano saturado (ECS).
Para o aço, enterrado ou submerso, os valores de potenciais, utilizados universalmente,
que devem ser encontrados em todos os pontos medidos da estrutura metálica protegida
catodicamente são os seguintes:
Para o eletrodo de Cu/CuSO4: potenciais iguais ou mais negativos que – 0,85V;
Para o eletrodo de Ag/AgCl: potenciais iguais ou mais negativos que – 0,80V;
Para o eletrodo de calomelano saturado (ECS): potenciais iguais ou mais
negativos que – 0,78V;
Para o eletrodo de zinco: potenciais iguais ou menos positivos qie + 0,25V.
Outros critérios são também utilizados visando maior confiabilidade nos resultados
como pode ser visto a seguir:
Polarização de pelo menos 100mV mais negativos sobre os correspondentes potenciais
despolarizado. Este critério deve ser adotado apenas em situações onde não haja
interferências e o aço não esteja em contato com outros materiais, é um critério muito
utilizado para proteção catódica de armaduras de concreto.
Critérios previstos na norma NBR15589-1-2016.
Descrição do Método
Interpretação de sinais.
Este método de inspeção, que leva o nome de seu inventor, o físico J.M.Pearson. Baseia-
se na injeção de um sinal de corrente alterada (CA), gerado a uma determinada
audiofreqüência, em uma tubulação, por meio de um gerador conectado a um ponto de
teste de proteção catódica ou a uma válvula, e a um ponto de aterramento distante, no
mínimo, a 8 metros do tubo. A freqüência do sinal CA a ser selecionada, 200Hz a 900Hz,
depende do tipo de revestimento do duto. No caso de revestimento betuminoso, tem sido
utilizada a freqüência de 750Hz.
Nos pontos de falha de revestimento, o sinal de corrente alternada sai da tubulação para
terra e flui via solo para o ponto de aterramento, completando, assim, o circuito. O fluxo
de corrente que sai da tubulação cria um gradiente de potencial no solo que é detectado
na superfície. A intensidade da corrente depende das falhas no revestimento e da sua
porosidade
Para realização da inspeção são necessários os seguintes materiais e equipamentos:
Equipamento gerador/oscilador de freqüência;
Equipamento receptor;
Sapatas de metal;
Cabos.
A inspeção é realizada ao longo de toda a tubulação, ou parte dela, por dois inspetores
caminhando na faixa sobre a diretriz do duto, portanto um receptor conectado por fio às
hastes de prova ou às botas com sapatas especiais que fazem contato através de pinos
metálicos (eletrodos) com o solo, atuando, assim, como sensores do gradiente de
potencial causado pelo sinal de corrente alternada. No receptor, o sinal é ampliado e
mostrado no instrumento indicador e audível, podendo também ser utilizados fones de
ouvido.
De modo geral, sua aplicação por companhias operadoras de duto ocorre em dutos novos,
onde se deseja assegurar que o revestimento do duto esteja íntegro após a cobertura do
mesmo. O emprego desta técnica em regiões rochosas tem sido de grande utilidade na
determinação de danos no revestimento e mesmo no duto, causados durante o processo
de cobertura da vala na montagem da tubulação.
O método pode ser usado também para identificar áreas onde a qualidade do revestimento
do duto é questionável.
A proteção catódica tem sido usada com sucesso por muitos anos como medida de
mitigação da corrosão. Estruturas que vão desde tubulações de aço enterradas até
plataformas offshore, têm obtido um aumento na vida operacional devido à simples
aplicação efetiva desta técnica.
Os projetos de sistemas de proteção catódica têm sido melhorados ao longo dos anos.
Com a evolução dos conceitos científicos, substanciais avanços têm ocorrido na área de
coleta de dados no campo. A indústria vem evoluindo desde os medidores analógicos,
passando pelos medidores digitais até os sofisticados microprocessadores de dados,
capazes de armazenar medidas de maneira rápida e precisa.
O contínuo desenvolvimento de equipamentos de coleta de dados no campo e a introdução
de sistemas de processamento de dados por computador têm permitido que as medidas
feitas no campo fiquem mais compreensivas, possibilitando, assim, melhorar de modo
geral o desempenho e eficiência dos sistemas de proteção catódica existentes.
Uma técnica que faz uso deste avanço tecnológico para aplicação em dutos enterrados é
a inspeção de potencial passo-a-passo (close interval potencial survey - CIS), que
permite obter um perfil de potencial tubo/solo em intervalos muito próximos. Por este
método pode-se, por exemplo, medindo-se a cada metro, fornecer um perfil contínuo de
potenciais de energização e polarização (“ON potential” e “OFF potential”),
respectivamente da estrutura, que podem ser registrados ao longo de todo o duto.
Esta técnica é usada para obter um perfil do potencial tubo/solo em função da distância.
Este perfil pode ser usado para determinar informações detalhadas sobre o desempenho
do sistema de proteção catódica, revestimento e alguns efeitos de interferência.
A figura 28 apresenta de forma esquemática a realização da inspeção e exemplos de
resultados.
Quando uma corrente contínua (CC) é aplicada no duto, como acontece na proteção
catódica, um gradiente de potencial é estabelecido no solo, devido à passagem da corrente
através do solo resistivo que flui para metal do duto na falha do revestimento.
O gradiente de potencial torna-se maior e mais concentrado quanto maior for o fluxo de
corrente e a proximidade do defeito do revestimento. Em geral, quanto maior o defeito,
maior é o fluxo de corrente e, então, maior é o gradiente de potencial.
O método DCVG utiliza para medição um milivoltímetro sensível e duas semicélulas de
cobre/sulfato de cobre colocadas no solo. Se espaçadas de um metro, uma semicélula irá
ficar em um potencial mais positivo que a outra, o que então permite identificar a direção
do fluxo de corrente, causando o surgimento do gradiente de potencial.
A figura 29 ilustra de forma esquemática a realização da inspeção pelo método do DCVG
Fig. 29 – Visão esquemática da inspeção pelo método de DCVG
4.4.3 Procedimentos
A tensão VI é a mais importante, pois ela é a porção do potencial aplicado que realmente
contribui para a proteção da tubulação. A tensão VS é a voltagem devida à resistência do
solo, que não contribui para a proteção catódica da tubulação. Portanto, para uma proteção
catódica eficiente VI, tem que ser grande ou VS pequeno. O nível de proteção catódica
pode ser, então, constatado se o valor de VI é conhecido. Na prática, entretanto, não é
facilmente possível determinar VI.
Por outro lado, é mais fácil determinar VS e, desde que VS e VI estão relacionados de
maneira oposta, isto é, aumentando o VI, causaria um decréscimo correspondente em VS,
e o nível de proteção catódica é então estabelecido. A representação mais efetiva de VS é
expressa-la como sendo uma percentagem (%IR) com relação à tensão aplicada total ou
ao acréscimo de potencial, VT. Isto é:
%IR = VS (queda de tensão no solo) x 100/VT ( tensão aplicada total)
Em outras palavras, %IR é a expressão usada para representar percentagem de V T que é
perdida como VS.
Quanto maior o valor do %IR, mais baixo será o nível de proteção catódica, em geral o
valor %IR aumenta com o aumento do tamanho do defeito. Então, teríamos o meio de
estimar a importância e o tamanho aproximado do defeito.
Avaliação da possibilidade de defeito
O método de DCVG também tem outra vantagem, que é devido ao fato do sinal impresso
ser assimétrico, sendo possível identificar se a corrente está entrando ou saindo da
tubulação testada nas condições com corrente e sem corrente de proteção. Em outras
palavras, é possível avaliar se o duto está corroendo no local do defeito, e se o mesmo é
anódico ou catódico, com e sem corrente de proteção. Deve ser ressaltado que este teste
é um teste somente indicativo e não uma medida absoluta, entretanto, se um defeito com
características anódicas é encontrado neste teste, ele deve ser o primeiro local a ser
escavado.
S Severa
M Média
P Pequena
NR Não relevante
Tabela: 09 - SELEÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE FALHAS PELA GRAVIDADE
Méd.
Méd.
Méd.
Méd.
Peq.
Peq.
Peq.
Peq.
Sev.
Sev.
Sev.
Sev.
INR
INR
INR
INR
1ª Ferramenta de Inspeção
Sev. S S M INR S S M P S S S S S S S S
ACVG (PCM AFrame)
Méd. S M M INR S M P P M M M M S M M M
INR P INR INR INR P INR INR INR INR INR INR INR S M P INR
OBS:
Estas considerações serão válidas após a Inspeção com o PCM, localizando o gasoduto e
avaliando as regiões com maior queda de corrente PCM de acordo com a tabela 08
Méd.
Mé d.
Méd.
Peq.
Peq.
Peq.
Sev.
Sev.
Sev.
Sev.
Peq.
Peq.
INR
INR
INR
INR
1ª Ferramenta
Sev. S S S P P S M P INR S S S S S S S S
de Inspeção
OBS:
Estas considerações serão válidas após a localização do gasoduto para realização da
Inspeção com o CIS e avaliação das falhas de acordo com a tabela 08.
Tabela 11 - SELEÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE FALHAS PELA GRAVIDADE COM DCVG
Muito
Méd.
Méd.
Méd.
Méd.
Peq.
Peq.
Peq.
Peq.
Peq.
Sev.
Sev.
Sev.
Sev.
INR
INR
INR
INR
1ª ferramenta de
Sev. S S M INR S S M M P S S S S S S S S
Inspeção
Indireta
DCVG
Méd. S M M INR S M M P P M M M M S M M M
Méd.
Méd.
Méd.
Peq.
Peq.
Peq.
Peq.
Peq.
Sev.
Sev.
Sev.
Sev.
INR
INR
INR
INR
Sev. S M P INR S M P INR INR S M P INR S S S S
1ª Ferramenta
de Inspeção
Pearson