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CORROSÃO
VOLUME ÚNICO
BEV
CFS
CORROSÃO
VOLUME ÚNICO
Elaborador(es):
Ricardo Azevedo dos Santos – SO BEV(2011)
Dalton Diógenes Rodrigues – 1S BEV
Revisor(es) Técnico(s):
Prof Flávia C.Z.Ferreira - 2016
Revisor(es) Pedagógico(s):
Revisor(es) de Diagramação:
1S BFT DINIZ – 2016
S2 SNE BARROS - 2018
Revisor(es) Ortográfico(s):
PROF. EDWALDS - 2018
GUARATINGUETÁ - SP
2019
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................1
1 CORROSÃO.............................................................................................................................3
1.1 Definição.................................................................................................................................3
1.2 Corrosão química...................................................................................................................4
1.3 Corrosão Eletroquímica........................................................................................................4
1.4 Formação da pilha de corrosão - Mecanismo......................................................................7
1.4.1 Corrosão galvânica.............................................................................................................7
2 TIPOS E FORMAS DE CORROSÃO....................................................................................8
2.1 Tipos de corrosão...................................................................................................................8
2.1.1 Corrosão microbiológica....................................................................................................8
2.1.2 Corrosão galvânica.............................................................................................................9
2.2 Formas de corrosão..............................................................................................................15
2.2.1 Corrosão uniforme ou generalizada................................................................................15
2.2.2 Corrosão localizada..........................................................................................................15
2.2.2.1 Corrosão em placas........................................................................................................16
2.2.2.2 Corrosão por pite (pitting).............................................................................................16
2.2.2.5 Corrosão transgranular (intragranular).....................................................................18
2.3 Fatores que provocam aceleração ou desaceleração da corrosão....................................19
2.4 Ambientes corrosivos...........................................................................................................21
2.5 - Principais ocorrências de corrosão nas instalações e em equipamentos.......................23
3 MEDIDAS DE COMBATE....................................................................................................24
3.1 Revestimentos metálicos......................................................................................................25
3.2 Revestimentos não metálicos inorgânicos..........................................................................25
3.3 Revestimentos não metálicos orgânicos.............................................................................26
3.4 Inibidores de corrosão.........................................................................................................26
3.5 Galvanização........................................................................................................................26
3.6 Proteção eletrolítica ou proteção catódica por corrente impressa..................................27
3.6.1 Principais meios de proteção contra a corrosão.............................................................27
CONCLUSÃO..............................................................................................................................29
REFERÊNCIAS...........................................................................................................................31
EEAR 1
INTRODUÇÃO
Estamos iniciando um estudo que certamente irá trazer-lhe informações importantes para
sua carreira profissional.
1 CORROSÃO
Os problemas de corrosão são frequentes e ocorrem nas mais variadas atividades, como,
por exemplo, nas indústrias químicas, petroquímicas, naval, aeronáutica, de construção civil,
automobilísticas, nos meios de transporte, na medicina, na odontologia, nos meios de
comunicação, etc.
Além disso, deve-se levar em consideração o que a corrosão pode apresentar em termos
de segurança.
A corrosão localizada muitas vezes resulta em fraturas repentinas nas partes críticas de
aviões e equipamentos, causando desastres que podem envolver perdas de vidas humanas.
1.1 Definição
A corrosão consiste na deterioração dos materiais pela ação química ou eletroquímica do
meio, podendo estar ou não associada a esforços mecânicos.
A corrosão pode incidir sobre diversos tipos de materiais, sejam metálicos, como os aços
ou as ligas de cobre, por exemplo, ou não metálicos, como plásticos, cerâmicas ou concreto. A
ênfase aqui descrita será sobre a corrosão dos materiais metálicos. Essa corrosão é denominada
corrosão metálica.
Como na corrosão química não se necessita de água líquida, ela também é denominada
em meio não aquoso ou corrosão seca.
São exemplos: Ação de álcalis sobre o alumínio e suas ligas e ácido sulfúrico sobre o
ferro e suas ligas.
FIGURA 1
Pela figura a seguir podemos observar que para obtenção de um metal, temos que
fornecer energia ao minério. Dessa forma, o metal apresenta um conteúdo energético superior ao
minério que lhe deu origem.
FIGURA 2
Como na natureza as espécies químicas tendem a liberar energia para adquirir maior
estabilidade, podemos concluir que o processo de corrosão do metal é espontâneo, pois há
liberação de energia.
Quanto mais distanciado estiver um metal do outro na série galvânica (Tab.) maior será a
intensidade da corrosão, se ambos foram colocados na presença de um eletrólito comum. O
metal de maior potencial de oxidação (anodo) será corroído.
2071 – T4 PRATA
GRUPO 11
2024 – T3 OURO
GRUPO 6
2024 – T4 PLATINA
2014 - T6
EXTREMIDADE CATÓDICA
(MENOR SUSCEPTIBILIDADE DE CORROSÃO)
Tabela 01
➢ Esporos ou microrganismos;
➢ Combustível; e
➢ Água.
Dos tipos de pilhas que podem provocar a corrosão galvânica, citaremos as mais
importantes, a seguir.
Nos casos de substituição das partes atacadas, ou em caso de reparo delas, é solicitada a
intervenção de um delineador cujo trabalho, além das consultas as TO’ s ou OT’s, consiste
também na avaliação do grau de proteção contra a corrosão das partes que ficarão em contato e
em presença de um determinado meio corrosivo. As tabelas, como a contida na Tabela da série
galvânica das ligas e metais, fornecem ao delineador informações valiosas para a escolha dos
materiais comumente usados nos trabalhos de fabricação de peças, substituições e reparos
estruturais.
As tabelas permitem uma avaliação do que pode ocorrer, em termos de corrosão, quando
por um motivo de força maior, somos forçados a lançar mão de junções dos referidos materiais
dissimilares.
Na prática, nem sempre isso é possível, então lançamos mão de determinados artifícios
para atenuar a ação da pilha formada quando somos obrigados a usar, por exemplo, ligas de
magnésio em contato com alumínio 2024-T4. Um outro exemplo típico é o contato inevitável do
parafuso de aço com a chapa de alumínio da maioria das fixações.
Não podemos substituir a chapa de alumínio por aço e nem o parafuso de aço por
alumínio. Se verificarmos na primeira tabela ou na série galvânica das ligas e metais, nestas
condições, se nenhuma prevenção for utilizada, teremos, fatalmente, um sério problema de
corrosão com ataque severo ao alumínio, embora possa parecer que o aço esteja sendo atacado
preferencialmente.
No caso do parafuso de aço usado como fixação de uma chapa de alumínio, recomenda-
se um banho de cádmio no parafuso, para com isso, diminuirmos a distância entre os materiais
na tabela de nobreza, diminuindo consequentemente o potencial da pilha formada. É evidente
que o cádmio, embora lentamente, será atacado. Porém é muito mais fácil dar um novo banho de
cádmio no parafuso durante uma revisão do que trocar uma chapa inutilizada pela corrosão. O
banho de cádmio, além de diminuir a distância entre os dois materiais na tabela, ainda promove
uma proteção catódica à cabeça do parafuso exposta ao meio ambiente. Se o delineador desejar
mais proteção para o caso em questão, poderá recomendar a pintura da chapa, após a fixação,
para evitar o contato do eletrólito com os metais dissimilares. Um exemplo típico desse tipo de
corrosão, é o que ocorre frequentemente no compartimento de carga do C-130 na pilha de
corrosão formada pela argola de amarração (aço inoxidável) e o piso (liga de alumínio 7178),
tendo como eletrólito os respingos líquidos do mictório, resto de alimentos e umidade. Um outro
exemplo é o contato frequente entre a liga de alumínio e o titânio. Essa pilha é muito comum em
áreas de escapamento pelo fato de ser o titânio um metal de ponto de fusão bastante elevado e
densidade relativamente baixa. Porém, a diferença de potencial da pilha formada entre as ligas de
titânio e as de alumínio, é o suficiente para permitir a passagem de corrente com deslocamento
de elétrons do alumínio para o titânio.
FIGURA 4
FIGURA 4
Como ocorre com mais frequência em regiões diferentemente aeradas, é conhecido com o
nome de pilha de aeração diferencial ou de oxigenação diferencial. A diferença de concentração
do oxigênio, presente no ar origina uma diferença de potencial, funcionando o eletrodo mais
aerado como catodo e o menos aerado como anodo.
Em nossos equipamentos, tal tipo de corrosão nunca foi reportado, porém não podemos
atestar essa impossibilidade tendo em vista a existência, em nossos equipamentos, de fonte de
corrente contínua e é bem possível que alguns casos de corrosão tenham sido originados por fuga
de corrente.
FIGURA 7
➢ Corrosão em placas;
➢ Corrosão alveolar;
➢ Corrosão intergranular;
➢ Corrosão transgranular;
A corrosão por pitting é, portanto, caracterizada por cavidades que têm profundidade
maior que o diâmetro da base.
2.2.2.7 Filiforme
A corrosão se processa sob a forma de finos filamentos, mas não profundos, que se
propagam em diferentes direções e que não se ultrapassam, pois admite-se que o produto de
corrosão, em estado coloidal, apresenta carga positiva, daí a repulsão. Ocorre geralmente em
superfícies metálicas revestidas com tintas ou em metais, ocasionando o deslocamento do
revestimento. É observada mais frequentemente quando a umidade relativa do ar é maior que
85% e em revestimentos mais permeáveis à penetração de oxigênio e água ou apresentando
falhas (como riscos), ou em região de arestas.
FIGURA 7
2.3.2 Polarização
Quando há esse fenômeno, ocorrem taxas de corrosão substancialmente inferiores àquelas
que ocorreriam caso as pilhas de corrosão funcionassem ativamente. Dois elementos polarizantes
por natureza são:
➢ Hidrogênio: assim como o oxigênio, ele também forma uma “camada” que protege o
metal que seria corroído.
2.3.2.1 Passivação
É uma proteção que ocorre nos metais em meios específicos, devido à formação de uma
película de produto de corrosão chamada película passivadora. Alguns exemplos de metais que
se passivam são:
➢ Cromo, Níquel, titânio, aço inoxidável que se passivam na maioria dos meios corrosivos,
especialmente na atmosfera, e o titânio na água salgada.
➢ O ferro, que se passiva na presença de ácido nítrico concentrado, mas não se passiva na
presença de ácido nítrico diluído.
A maioria dos metais e ligas passivam-se na presença de meios básicos, com exceção dos
chamados metais anfóteros, que são Alumínio, Zinco, Chumbo, Estanho e Antimônio.
2.3.2.4 Temperatura
Ambientes com temperaturas altas tendem a produzir corrosão mais rapidamente devido à
aceleração das reações químicas. Além disso, quedas bruscas de temperatura durante a noite
podem causar maiores quantidades de condensação, levando a um ritmo de corrosão crescente.
(área anódica), originando-se assim a corrosão bastante acentuada, chamada corrosão por pite.
Um exemplo curioso encontra-se a seguir.
Dada a importância dos ambientes naturais e das situações criadas pelo homem para o
processo de corrosão, vamos analisar como elas influenciam no processo de corrosão.
➢ Umidade. Está presente no ar sob a forma de vapor d’água ou como pequenas gotas,
neblina ou nevoeiro e, frequentemente, contém contaminantes como fluoretos, sulfatos e
nitratos que aumentam seus efeitos corrosivos. Está presente em todas as áreas da
aeronave em que o ar puder entrar.
➢ Umidade condensada. Deixa seus contaminantes (resíduos) inclusive sais. Pode reter
sujeiras nas fendas das aeronaves. Resulta na formação de eletrólitos.
➢ Atmosfera salina. Fornece grande quantidade de partículas que formam fortes eletrólitos.
Acarretam em ambientes altamente corrosivos.
➢ Areia, poeira e cinza vulcânica. Estão presentes em várias áreas especialmente nas
industriais, onde, frequentemente, há produtos de alcatrão, cinzas e poeira. Pequenas
quantidades de areia ou poeira podem ser suficientes para promover a corrosão na
presença de umidade.
➢ Radiação solar. Na radiação solar, os dois tipos de comprimento de onda que mais
provocam prejuízos aos materiais são o ultravioleta, que causa queimaduras solares, e o
infravermelho, a faixa que faz a luz do sol parecer quente. A borracha sintética e a
borracha natural se deterioram sob a luz solar. Depois de prolongada exposição, os
plásticos escurecem, as pinturas perdem suas características de proteção e polímeros
sofrem notável decréscimo em sua força e flexibilidade.
➢ Aço carbono: São ligas ferro-carbono com teor de carbono inferior a 2% e alguns
elementos residuais em teores muito reduzidos como silício, fósforo, enxofre, dentre
outros. Possui baixa resistência a corrosões, excetuando-se: em meios básicos, em meios
neutros ou desaerados, em meios secos, com baixa umidade ou ausência de água líquida;
➢ Aço Inoxidável: São ligas ferrosas, com teor de carbono inferior a 2% e teores de cromo
de 12 a 26%, podendo ter níquel até 22% e eventualmente molibdênio;
➢ Ferro fundido: São ligas ferro-carbono, com teor de carbono acima de 2% até 3,5%. São
sujeitos à corrosão grafítica que é apresentada na figura a seguir:
Níquel e ligas de níquel Muito boa na maioria dos meios Atmosferas e meios sulfurosos
Tabela 03
3 MEDIDAS DE COMBATE
Sob o ponto de vista econômico, existe a necessidade de que os materiais ferrosos e não
ferrosos possuam resistência contra corrosão. Algumas ligas metálicas, por sua natureza,
possuem essa resistência, mas a maioria dos aços deve receber proteção contra corrosão.
➢ Revestimentos nobres: um exemplo é níquel sobre ferro ou aço. Nesse caso, se ocorrer
uma falha no revestimento, o revestimento se comportará como catodo e o substrato
como o ânodo e este consequentemente sofrerá corrosão;
O metal é então oxidado, formando uma camada que pode ter milésimos de milímetro de
espessura. O óxido de alumínio formado por anodização é poroso e pode ser tingido para fins
decorativos. A anodização é também um bom processo para preparar a superfície do alumínio
para pintura. A camada de óxido, formada após um tratamento de imersão em água quente,
apresenta boa resistência ao desgaste mecânico.
➢ Cromatização.
➢ Fosfatização.
Outro tipo de revestimento orgânico são os vernizes, que possuem todos os componentes
das tintas menos o pigmento. Existem, ainda, os esmaltes que são tintas de secagem muito rápida
e formam revestimentos muito duros. Existem, também, as lacas, que são tintas ou vernizes cujo
veículo é formado apenas por resinas.
➢ Pintura industrial ou revestimentos: com borracha, com plásticos, com esmalte, com
asfaltos com fitas plásticas, com espuma rígida de poliuretana, por tinta à base de epóxi
betuminoso, com poliuretano extrudado, com polipropileno extrudado, tinta epóxi em pó,
com esmalte de poliuretano.
3.5 Galvanização
Recobrimento com um metal mais eletropositivo (menos resistente à corrosão), também
chamada de proteção catódica por metal de sacrifício. Por exemplo: recobrimento do aço com
zinco nesse processo o metal “de sacrifício” isola o meio corrosivo do metal protegido e,
enquanto houver zinco, o aço estará protegido.
ninguém interessa proteger a hélice propulsora com o casco do navio e provocar seu
afundamento. Na verdade, é necessário proteger o casco do navio e, para isso, colocam-se
placas de zinco no casco. O zinco é menos nobre que o aço e que o bronze e protege
catodicamente a ambos.
CORROSÃO POR
AERAÇÃO DIFERENCIAL
CORROSÃO GALVÂNICA
estabelecer uma relação entre as áreas catódicas e anódicas
a menor possível.
aplicar inibidores
CORROSÃO
CORROSÃO
INTERGRANULAR DOS
INTERGRANULAR uso de aços inoxidáveis com baixo teor de carbono: os aços
AÇOS INOXIDÁVEIS
de baixo carbono são menos sensíveis à corrosão
intergranular.
Tabela 04
CONCLUSÃO
Caro aluno, objetivo maior desse módulo que abordou o tema Princípios Básico de
Corrosão foi proporcionar a você uma visão abrangente, prática desse assunto tão importante
para nossa especialidade.
Se você realizou atentamente a leitura, com certeza absorveu bem a matéria.
Nunca se esqueça de que nenhuma apostila substitui uma Ordem Técnica.
REFERÊNCIAS
Livros:
Arias-Paz, M. Manual de automóviles. Madrid: CIE inversiones editoriales dossat-2000,
2004;
Carreteiro, R. P. Lubrificantes e lubrificação industrial. Rio de Janeiro: Interciêcia: IBP,
2006;
Gentil, V. Corrosão. 5 ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora,
2007;
Nunes, L. P. Fundamentos de resistência à corrosão. Rio de Janeiro: Interciência: IBP:
ABRACO, 2007;
O livro do automóvel. Lisboa: Seleções do Reader’s Digest, 1976;
POUBAIX, M. Atlas of Eletrochimical Equilibria in Aqueous Solutions. Bruxelas:
CEBELCOR, 1966;
Rosenkranz L. J. Manual do Automóvel. Califórnia: National Scools, 1960;
SHEREIR, LL. Vol I – Corrosion of Metals and Alloys; Vol II – Corrosion Control.
Wyley-Interscience, New York, 1978.
Apostilas e manuais:
BRASIL. CORROSÃO E TRATAMENTO SUPERFICIAIS DOS METAIS. Apostilas do
Curso da Associação Brasileira de Metais;
BRASIL. Apostila de CORROSÃO do Parque de Material Aeronáutico do Galeão;
EUA. Corrosion Control and Treatment for Aerospace Equipament (T.O. 1-1-2);
BRASIL. Programa de Combate de Corrosão. T.O. FAB 00-25-Sema l, 21 Jan 72;
BRASIL. CORROSÃO. R.Elkind BRASIL;
PROTEÇÃO CONTRA CORROSÃO. Pró f. Marco A.G. Cecchini - ITA - CTA.
Sites consultados:
ABRACO – Associação brasileira de corrosão – www.abraco.org.br
How stuff works – http://www.howstuffworks.com