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Engenharia Mecânica
Química
Nampula
2020
Universidade Politécnica
Engenharia Mecânica
Química
Nampula
2020
Introdução
O corrosionista tem por objetivo estudar a deterioração dos materiais pela ação do meio em que
são usados. Existe um grande interesse prático neste estudo uma vez que a corrosão causa um
prejuízo estimado em torno de 1,5 a 3,5% de prejuízos nos países industrializados. Sem que seja
necessário recorrer a meios agressivos tem-se que a maioria dos materiais em contato com o
meio ambiente, como por exemplo a atmosfera, formam um sistema termodinamicamente
instável. Com a única exceção dos metais nobres (ouro, platina, etc.), todos os demais metais em
contato com o ar devem reagir e transformarem-se em óxidos, hidróxidos ou outras formas
semelhantes. Em alguns casos (alumínio, magnésio, cromo, etc.) tal transformação em óxidos
implica numa grande redução da energia livre. Assim, de acordo com a termodinâmica, os metais
não poderiam ser utilizados numa atmosfera como a terrestre. Entretanto, apesar da
termodinâmica indicar a possibilidade de uma reação, não diz nada a respeito da velocidade com
que esta reação ocorre. E é precisamente devido ao facto de que certas velocidades de reação são
lentas que se pode utilizar os metais no cotidiano. "Todos os metais podem ser utilizados sempre
que sua velocidade de deterioração seja aceitavelmente baixa".
CLASSIFICAÇÃO
Para seu estudo, os processos de corrosão podem ser classificados segundo o MEIO em que
ocorrem e segundo sua MORFOLOGIA. A seguir são apresentadas as classificações e suas
definições.
a) Corrosão Química- São os casos em que o metal reage com um meio não iônico como,
por exemplo, ocorre no caso de oxidação ao ar a alta temperatura.
Estes processos são menos freqüentes na natureza, envolvendo operações onde as
temperaturas são elevadas. Tais processos corrosivos se caracterizam basicamente por:
Ausência da água líquida.
Temperaturas, em geral, elevadas, sempre acima do ponto de orvalho da água.
Interação direta entre o metal e o meio corrosivo.
Como na corrosão química não se necessita de água líquida, ela também é
denominada em meio não aquoso ou corrosão seca. Existem processos de
deterioração de materiais que ocorrem durante a sua vida em serviço, que não se
enquadram na definição de corrosão. Um deles é o desgaste devido à erosão, que
remove mecanicamente partículas do material. Embora esta perda de material
seja gradual e decorrente da ação do meio, tem-se um processo eminentemente
físico e não químico ou eletroquímico. Pode ocorrer em certos casos, ação
simultânea da corrosão, constituindo o fenômeno da corrosão-erosão.
b) Corrosão Eletroquímica-Em todos os casos de corrosão ocorre a participação de íons
metálicos. No entanto, define-se corrosão eletroquímica para os casos em que ocorre um
transporte simultâneo de eletricidade através de um eletrólito.
A classificação segundo o meio é útil no estudo dos mecanismos de ataque, entretanto, querendo-
se avaliar os danos causados pela corrosão torna-se mais conveniente se fazer uma classificação.
a) Corrosão Uniforme -É a forma menos agressiva de corrosão. O ataque, neste caso, se estende
de forma homogênea sobre toda a superfície metálica, e sua penetração média é igual em todos
os pontos.
g) Corrosão Intragranular -Este tipo de corrosão se processa no interior dos grãos cristalinos
do material metálico o qual, pela perda de suas propriedades mecânicas, assim como na caso da
corrosão intergranular, poderá fraturar à menor solicitação mecânica com efeitos muito mais
catastróficos que o caso da intergranular.
h) Corrosão Filiforme- A corrosão filiforme se processa sob a forma de finos filamentos que se
propagam em diferentes direções e que não se cruzam. Ocorre geralmente em superfícies
metálicas revestidas com filmes poliméricos, tintas ou metais ocasionando o deslocamento do
revestimento.
i)Corrosão por Esfoliação. A corrosão por esfoliação ocorre em diferentes camadas e o produto
de corrosão, formado entre a estrutura de grãos alongados, separa as camadas ocasionando um
inchamento do material metálico.
PROBLEMAS DA CORROSÃO
Alguns dos problemas associados à corrosão estão listados a seguir.
b) Manutenção A manutenção de uma planta industrial pode ter seu custo sensivelmente reduzido
pela utilização de materiais resistentes à corrosão. Neste caso é necessário um estudo de custo
benefício pois muitas vezes se torna economicamente mais viável a utilização de materiais
resistentes à corrosão, mesmo que mais caros, que se ter que fazer uma manutenção periódica de
pintura, por exemplo.
Meios Corrosivos
Os meios nos quais estão imersos os diversos materiais que podem sofrer corrosão eletroquímica
são caracteristicamente identificados pelo eletrólito. O eletrólito é uma solução eletricamente
condutora constituída, em primeira análise, de água contendo sais, ácidos ou bases.
Atmosfera: o ar contém umidade, sais em suspensão, gases industriais, poeira, etc. O eletrólito
constitui-se da água que condensa na superfície metálica, na presença de sais ou gases presentes
no ambiente. Outros constituintes como poeira e poluentes diversos podem acelerar o processo
corrosivo.
Solos: os solos contêm umidade, sais minerais e bactérias. Alguns solos apresentam também,
características ácidas ou básicas. O eletrólito constitui-se principalmente da água com sais
dissolvidos;
Águas naturais (rios, lagos e do subsolo): estas águas podem conter sais minerais, eventualmente
ácidos ou bases, resíduos industriais, bactérias, poluentes diversos e gases dissolvidos. O
eletrólito constitui-se principalmente da água com sais dissolvidos. Os outros constituintes
podem acelerar o processo corrosivo.
A água do mar em virtude da presença acentuada de sais, é um eletrólito por excelência. Outros
constituintes como gases dissolvidos, podem acelerar os processos corrosivos.
Produtos químicos: os produtos químicos, desde que em contato com água ou com umidade e
formem um eletrólito, podem provocar corrosão eletroquímica.
Velocidade de Corrosão
A velocidade com que se processa a corrosão é dada pela massa de material desgastado, em uma
certa área, durante um certo tempo, ou seja, pela taxa de corrosão. A taxa de corrosão pode ser
representada pela massa desgastada por unidade de área na unidade de tempo. A massa
deteriorada pode ser calculada pela equação de Faraday:
m = e.i.t
resistência de contato dos eletrodos das pilhas (resistência de contato das áreas anódicas
e catódicas) - R; A diferença de potencial - DV - pode ser influenciada pela resistividade
do eletrólito, pela superfície de contato das áreas anódicas e catódicas e também pelos
fenômenos de polarização e passivação. A velocidade de corrosão pode ser, ainda,
alterada por outros fatores que serão tratados no item seguinte e que influenciam de
modo direto ou indireto na polarização ou na passivação. O controle da velocidade de
corrosão pode se processar na área anódica ou na área catódica, no primeiro caso diz-se
que a reação de corrosão é controlada anodicamente e no segundo caso catodicamente.
Quando o controle se dá anódica e catodicamente diz-se que o controle é misto.
Conclusão
O processo de corrosão dos metais consiste na deterioração dos materiais pela ação química ou
eletroquímica do meio, podendo estar ou não associado a esforços mecânicos.
A corrosão pode incidir sobre diversos tipos de materiais, sejam metálicos como os aços e ligas
de cobre, ou não metálicos, como plásticos, cerâmicas ou concreto. A ênfase aqui descrita foi
sobre a corrosão dos materiais metálicos, denominada corrosão metálica.
A avaliação correta das taxas de corrosão é, de modo geral, de grande importância para a
determinação da vida útil provável de equipamentos e instalações industriais. Os valores das
taxas de corrosão podem ser expressos por meio da redução de espessura do material por
unidades de tempo, em mm/ano ou em perda de massa por unidade de área, por unidade de
tempo.
BIBLIOGRAFIA
Vicente Gentil, Corrosão