Você está na página 1de 16

História da Química Orgânica

A história da Química Orgânica remonta a tempos antigos, com os primeiros registros de


compostos orgânicos sendo descobertos e utilizados pelos antigos egípcios, gregos e
romanos. No entanto, foi apenas no século XIX que a Química Orgânica começou a se
consolidar como uma disciplina científica, com a descoberta e estudo de compostos
complexos, como os hidrocarbonetos e os compostos funcionais.

Uma das figuras-chave da história da Química Orgânica é Friedrich Wöhler, um químico


alemão que, em 1828, realizou a síntese do composto orgânico ureia, anteriormente
considerado exclusivamente de origem animal. Essa descoberta foi um marco, importante,
pois demonstrou que compostos orgânicos poderiam ser sintetizados a partir de substâncias
inorgânicas, desafiando a ideia da "força vital" até então dominante.

Ao longo do século XX, a Química Orgânica continuou a evoluir, com o desenvolvimento de


técnicas de síntese orgânica cada vez mais sofisticadas e a descoberta de novos compostos
orgânicos, como os polímeros e os compostos bioativos. A Química Orgânica também
desempenhou um papel crucial no desenvolvimento de diversas indústrias, como a
farmacêutica, a de materiais e a de energia.

No início, acreditava-se que havia uma "força vital" inerente aos compostos orgânicos, que os
distinguia dos compostos inorgânicos. Essa ideia foi desafiada por Friedrich Wöhler em
1828, quando ele sintetizou a ureia, um composto orgânico, a partir de substâncias
inorgânicas. Isso demonstrou que os compostos orgânicos poderiam ser produzidos
artificialmente em laboratório, sem a necessidade de vida.

A descoberta da estrutura do benzeno por August Kekulé em 1865 foi um marco na química
orgânica, pois levou ao desenvolvimento da teoria da valência e permitiu uma melhor
compreensão da ligação química nos compostos orgânicos. Essa descoberta também abriu
caminho para o desenvolvimento de reações orgânicas sintéticas. Segundo August Kekulé:
"Podemos construir círculos com anéis, mas não podemos criar círculos com bolas".

Nos últimos anos, a química orgânica tem se concentrado cada vez mais na criação de
compostos mais eficientes, sustentáveis e amigáveis ao meio ambiente. Isso inclui o
desenvolvimento de métodos de produção de energia renovável, materiais poliméricos
biodegradáveis e medicamentos mais seguros e eficazes.

Em resumo, a história da química orgânica é marcada por descobertas e avanços


significativos na síntese e estudo de compostos orgânicos, levando ao desenvolvimento de
tecnologias e produtos que afetam todos os aspectos de nossa vida cotidiana.
Conceito da Química Organica
A química orgânica é a área da química que estuda os compostos de carbono, conhecidos
como compostos orgânicos. A evolução da química orgânica ocorreu ao longo de muitos
séculos e envolveu várias descobertas e avanços científicos.

O "pai da química orgânica" é geralmente considerado Friedrich Wöhler. Em 1828, Wöhler


realizou a síntese da ureia a partir de substâncias inorgânicas, mostrando pela primeira vez
que compostos orgânicos podem ser produzidos em laboratório. Antes disso, acreditava-se
que os compostos orgânicos eram exclusivamente produzidos por organismos vivos. A
descoberta de Wöhler foi um marco na compreensão da química orgânica e abriu caminho
para o desenvolvimento da síntese de vários compostos orgânicos. Segundo Friedrich
Wöhler: "A vida poderia ser reduzida a fórmulas químicas".

Outro grande avanço na história da Química Orgânica foi a teoria estrutural proposta por
August Kekulé em 1858, que estabeleceu a ideia de que os átomos de carbono se ligam uns
aos outros formando cadeias, permitindo a formação de compostos orgânicos complexos.
Essa teoria foi fundamental para a compreensão da estrutura dos compostos orgânicos e a
explicação de suas propriedades químicas

Os primeiros Compostos Orgânicos


Os primeiros compostos orgânicos descobertos foram principalmente hidrocarbonetos
simples, como o metano (CH4) e o etano (C2H6). Isso ocorreu por volta do século XVIII,
durante os estudos dos cientistas Carl Wilhelm Scheele e Joseph Priestley. Esses
hidrocarbonetos foram isolados de fontes naturais, como gases provenientes de pântanos e
minas de carvão.

Posteriormente, os químicos Friedrich Wöhler e Justus von Liebig realizaram a síntese do


primeiro composto orgânico a partir de substâncias inorgânicas, em 1828. Wöhler conseguiu
sintetizar a ureia, um composto orgânico encontrado naturalmente na urina, a partir do
aquecimento de um sal inorgânico chamado cianato de amônio.

Essa descoberta marcou um importante passo na compreensão da química orgânica,


mostrando que compostos orgânicos não eram exclusivamente encontrados em seres vivos e
podiam ser sintetizados em laboratório a partir de substâncias inorgânicas. A partir desse
ponto, a síntese de compostos orgânicos tornou-se um campo de estudo em constante
expansão.

Na antiguidade, a química orgânica era geralmente associada à alquimia, uma prática que
combinava elementos de misticismo e experimentação. Os alquimistas tentavam encontrar a
"pedra filosofal" que poderia transformar metais em ouro, mas também desenvolviam
técnicas de destilação e obtenção de pigmentos naturais.
No século XVIII, ocorreram avanços significativos na compreensão da química dos
compostos orgânicos. O químico Carl Scheele descobriu substâncias como o ácido cítrico e o
ácido lático. Posteriormente, Antoine Lavoisier e seus colaboradores desenvolveram uma
terminologia e nomenclatura para os compostos orgânicos.

Durante o século XIX, houve um grande número de descobertas importantes na química


orgânica. Friedrich Wöhler realizou a síntese de ureia, um composto orgânico, a partir de
substâncias inorgânicas, o que contradisse a ideia de que apenas organismos vivos poderiam
produzir compostos orgânicos. Esse experimento marcou o início da química orgânica
moderna. no final do século XIX e início do século XX, muitos compostos orgânicos
importantes foram descobertos e sintetizados. Isso incluiu a síntese da aspirina por Felix
Hoffmann em 1897 e a descoberta dos primeiros corantes sintéticos por William Perkin em
1856.

Posteriormente, surgiram os estudos sobre a estrutura molecular dos compostos orgânicos.


Kekulé propôs a estrutura em anel do benzeno, uma importante contribuição para o
entendimento da estrutura dos compostos orgânicos.

No século XX, a química orgânica avançou ainda mais com a descoberta de novos métodos
de síntese e técnicas instrumentais para identificar e caracterizar compostos orgânicos. A
descoberta dos radicais livres e a pesquisa sobre reações de adição marcou outro grande
avanço na química orgânica. no mesmo século XX, a química orgânica continuou a se
expandir e se ramificar em várias subdisciplinas, como química de produtos naturais, síntese
orgânica, química medicinal e química de polímeros. Houve também uma maior
compreensão das reações orgânicas e a descoberta de novas técnicas analíticas e
instrumentação para estudar e sintetizar compostos orgânicos.

Com a evolução da tecnologia, novos métodos de síntese foram desenvolvidos, como a


síntese orgânica em fase sólida, que permite a produção de grandes quantidades de compostos
orgânicos de forma mais eficiente.

Atualmente, a química orgânica está envolvida em várias áreas, incluindo a indústria


farmacêutica, produção de polímeros, desenvolvimento de materiais e estudo da
biomoléculas. Compreender a estrutura e a função dos compostos orgânicos é fundamental
para avanços em áreas como medicina, energia renovável e ciência dos materiais.

A química orgânica atual refere-se ao estudo das moléculas que contêm carbono, com foco na
estrutura, propriedades, composição, reatividade e síntese de compostos orgânicos. A química
orgânica está presente em diversas áreas da ciência, incluindo a medicina, farmacologia,
biologia, engenharia de materiais, entre outras.

Algumas das áreas de pesquisa atuais na química orgânica incluem:


1. Síntese de compostos complexos: o desenvolvimento de novas reações e métodos
sintéticos para produzir compostos orgânicos mais eficientemente e com menor impacto
ambiental.

2. Catálise orgânica: o estudo e o desenvolvimento de catalisadores para acelerar reações


químicas de forma seletiva e eficiente.

3. Química medicinal: a descoberta e o desenvolvimento de compostos orgânicos para uso em


medicamentos e terapias, incluindo o estudo de reações químicas que podem modificar
propriedades farmacológicas e melhorar a eficácia dos fármacos.

4. Química supramolecular: o estudo das interações não covalentes entre moléculas


orgânicas, com o objetivo de criar estruturas funcionais e materiais avançados.

5. Química verde: o desenvolvimento de métodos e processos sustentáveis para a produção de


compostos orgânicos, minimizando o uso de solventes e reagentes tóxicos, além de reduzir a
geração de resíduos.

Além disso, a química orgânica também está contribuindo para o avanço de tecnologias
emergentes, como a síntese de materiais para eletrônica flexível, baterias de íons de lítio,
dispositivos optoeletrônicos e catálise para conversão de energia.

Em resumo, a química orgânica atual é um campo em constante desenvolvimento, que busca


compreender e aplicar a ciência dos compostos que contêm carbono para solucionar
problemas nas mais diversas áreas da ciência e tecnologia.

Funções orgânicas são grupos de compostos químicos que possuem características químicas
semelhantes devido à presença de uma estrutura principal. As funções orgânicas são
classificadas de acordo com os grupos funcionais, que são grupos de átomos que conferem
propriedades e reatividades específicas aos compostos.

Alguns exemplos de funções orgânicas incluem hidrocarbonetos (compostos formados


apenas por átomos de carbono e hidrogênio),

álcoois (compostos que possuem um grupo hidroxila ligado a um átomo de carbono),

éteres (compostos que possuem um átomo de oxigênio ligado a dois átomos de carbono),
aldeídos (compostos que possuem um grupo carbonila ligado a um átomo de hidrogênio),

cetonas (compostos que possuem um grupo carbonila ligado a dois átomos de carbono),

ácidos carboxílicos (compostos que possuem um grupo carboxila ligado a um átomo de


carbono), entre outros.

Essas funções orgânicas têm diferentes características físicas, químicas e biológicas, o que as
torna importantes na química orgânica e na bioquímica.

Existem milhões de compostos orgânicos conhecidos, mas aqui estão alguns dos principais
compostos orgânicos:

1. Hidrocarbonetos: são compostos formados apenas por átomos de carbono e hidrogênio.


Exemplos incluem metano (CH4), etano (C2H6), propano (C3H8) e octano (C8H18).

2. Álcoois: são compostos que possuem um grupo hidroxila (-OH) ligado a um átomo de
carbono. Exemplos incluem metanol (CH3OH), etanol (C2H5OH) e glicerol (C3H8O3).

3. Aldeídos: são compostos que possuem um grupo carbonila (C=O) ligado a pelo menos um
átomo de hidrogênio. Exemplos incluem formaldeído (CH2O) e acetaldeído (CH3CHO).

4. Cetonas: são compostos que possuem um grupo carbonila (C=O) ligado a dois átomos de
carbono. Exemplos incluem acetona (CH3COCH3) e propanona (CH3COCH2CH3).

5. Ácidos carboxílicos: são compostos que possuem um grupo carboxila (-COOH) ligado a
um átomo de carbono. Exemplos incluem ácido acético (CH3COOH) e ácido fórmico
(HCOOH).

6. Éteres: são compostos que possuem um átomo de oxigênio ligado a dois átomos de
carbono. Exemplos incluem dimetil éter (CH3OCH3) e dietil éter (C2H5OC2H5).

7. Ésteres: são compostos que possuem um grupo éster (C=O-O) ligado a um átomo de
carbono. Exemplos incluem acetato de etila (CH3COOCH2CH3) e propionato de metila
(CH3COOCH3).

Esses são apenas alguns exemplos dos principais compostos orgânicos encontrados na
natureza e utilizados na química orgânica.
A química orgânica é uma disciplina da química que estuda os compostos que contêm
carbono. Essa área da química é caracterizada por várias características distintivas:

1. Carbono como elemento central: a química orgânica é centrada no estudo dos compostos
que contêm carbono em sua estrutura. O carbono tem a capacidade única de formar ligações
covalentes fortes e estáveis com outros átomos de carbono e outros elementos.

2. Estruturas complexas: os compostos orgânicos apresentam uma grande variedade de


estruturas e podem ser extremamente complexos. Isso ocorre devido à capacidade do carbono
de formar ligações covalentes entre si e com outros átomos, permitindo uma diversidade de
arranjos químicos.

3. Grupos funcionais: os compostos orgânicos são caracterizados por grupos funcionais, que
são grupos específicos de átomos que conferem propriedades e reatividades particulares aos
compostos. Alguns exemplos de grupos funcionais incluem hidroxilas (-OH), grupos
carbonila (-C=O), grupos carboxila (-COOH) e muitos outros.

4. Reações orgânicas: a química orgânica é amplamente baseada em reações químicas


complexas. Essas reações envolvem a quebra e formação de ligações químicas, permitindo a
transformação de compostos em outros compostos.

5. Aplicações na vida cotidiana: a química orgânica desempenha um papel vital em várias


áreas da vida cotidiana, incluindo a produção de medicamentos, materiais poliméricos,
produtos químicos industriais, combustíveis e muito mais. Ela está intimamente relacionada à
bioquímica, estudo dos processos químicos que ocorrem nos organismos vivos.

Essas características formam a base da química orgânica, que é um campo interdisciplinar


amplo com aplicações em várias áreas científicas e tecnológicas.

O termo Química Orgânica foi empregado pela primeira vez em 1777 pelo químico sueco
Torbern Olof Bergman. Segundo Bergman, os compostos orgânicos incluem substâncias de
organismos vivos, enquanto que os compostos inorgânicos incluem substâncias do reino
mineral.

No final do século XVIII e início do século XIX acreditava-se na teoria da força vital
formulada por Jöns Jacob Berzelius, que dizia que os compostos orgânicos só poderiam ser
produzidos por organismos vivos (animais e vegetais).

Após diversas tentativas, em 1828, Friedrich Wöhler conseguiu obter a ureia, substância
encontrada na urina e no sangue. Para isso, ele aqueceu cianato de amônio, que é um
composto inorgânico. Isso acabou com a teoria da força vital. A reação de obtenção da ureia
está mostrada abaixo:

São aqueles que contêm vários anéis benzênicos, subdivididos em:

Polinucleares isolados
Ocorre quando os anéis não compartilharem átomos de carbono. Exemplo:

Polinucleares condensados
Ocorre quando os anéis compartilharem átomos de carbono. Exemplo:

A evolução da Química Orgânica


Ela esta dividida em várias etapas principais, que refletem os principais avanços históricos
na compreensão dos compostos orgânicos. São elas:

1. Era Pré-científica: Esta foi a fase anterior ao desenvolvimento da Química Orgânica como
ciência. Nesta fase, os compostos orgânicos eram obtidos a partir de fontes naturais, como
plantas e animais, e eram utilizados para diversas finalidades, como cura de doenças,
coloração de tecidos, e preservação de alimentos.

2. Teoria da Força Vital: A teoria da força vital, proposta no século XVIII, acredita que era
necessária uma força vital, ou princípio vital, para a criação dos compostos orgânicos
presentes nos organismos vivos.

3. Síntese da Uréia: Em 1828, Friedrich Wöhler sintetizou a uréia a partir de cianato de


amônio, refutando a teoria da força vital e demonstrando que era possível sintetizar
compostos orgânicos em laboratório.

4. Era Clássica da Química Orgânica: Nesta era, que se estende desde a síntese da uréia até o
final do século XIX, a química orgânica desenvolveu-se como ciência independente e surgiu
a estruturação da teoria vitalista. Avanços importantes, como a descoberta dos radicais
orgânicos, a teoria estrutural, e a relação entre estrutura molecular e reatividade química,
foram alcançados.
5. Era da Química Orgânica Moderna: A partir do final do século XIX, a química orgânica
experimentou um crescimento exponencial, com o desenvolvimento de novos métodos de
análise e síntese de compostos orgânicos. A evolução da Química Orgânica moderna foi
marcada pelo uso de técnicas analíticas avançadas, como espectroscopia e cristalografia, além
do desenvolvimento de novas áreas temáticas, como a Química Farmacêutica e Bioquímica.

Essas etapas refletem a evolução gradual da Química Orgânica, desde a era pré-científica até
a modernidade, destacando os principais marcos históricos e avanços alcançados na
compreensão dos compostos orgânicos.

Hoje, a Química Orgânica continua a ser uma área de grande relevância científica e
tecnológica, com a busca por novos compostos orgânicos e a compreensão dos mecanismos
das reações químicas orgânicas sendo temas de intensa pesquisa. A história da Química
Orgânica mostra como essa disciplina avançou e contribuiu para a compreensão e o
desenvolvimento do mundo em que vivemos.

Funções Orgânicas
Na Química Orgânica, assim como na Inorgânica, as substâncias tendem a ser agrupadas de
acordo com suas propriedades químicas, que são consequência de características estruturais
comuns. Cada função orgânica é caracterizada por um grupo funcional.

Com o desenvolvimento da Química Orgânica, foram estabelecidas regras para a


nomenclatura das funções orgânicas a fim de evitar confusões. Essas regras foram
desenvolvidas pela IUPAC e é considerada a nomenclatura oficial. Entretanto, algumas
substâncias são mais conhecidas pelo seu nome comum, conhecida como nomenclatura usual.

Nomenclatura IUPAC
A nomenclatura de substâncias formadas por cadeia aberta contém três partes:

o prefixo, que indica a quantidade de átomos de carbono presentes na cadeia principal;


o intermediário, que indica o tipo de ligação entre os átomos de carbonos;
e o sufixo, que indica a função a que pertence o composto orgânico.
A tabela abaixo mostra um esquema de como montar o nome de compostos orgânicos de
cadeia aberta:
Principais compostos orgânicos
A química orgânica se divide em 4 principais grupos de acordo com os grupos funcionais que
a cadeia carbônica apresenta, sendo eles:

I) Funções hidrogenadas: são as cadeias que apresentam na sua composição apenas


carbono e hidrogênio.

II) Funções oxigenadas: nesse caso, além de carbono e hidrogênio, outro componente
presente na cadeia é o oxigênio. Os grupos funcionais são o álcool, cetona, éter, éster,
aldeído, ácido carboxílico e os fenóis.

III) Funções nitrogenadas: compostos que apresentam na sua cadeia o carbono,


hidrogênio e nitrogênio, sendo que as principais funções orgânicas são as aminas, amidas,
nitrilas e nitrocompostos.

IV) Funções halogenadas: nesse caso, os principais compostos são o carbono,


hidrogênio e algum haleto, que pode ser o flúor, cloro, bromo, iodo e astato.

A síntese orgânica é uma ciência em constante evolução. Até a década de 1950, as atividades
do químico orgânico sintético eram basicamente:

1. elucidação estrutural de produtos naturais;

2. investigação de reações básicas;

3. preparação de novas substâncias químicas.

Após esse período, além da manutenção das atividades acima – que foram aperfeiçoadas e
simplificadas com o surgimento de técnicas modernas como a ressonância magnética nuclear
e a espectrometria de massas –, a sua forte associação atual com a biologia, a medicina e as
ciências ambientais e de materiais conferiu à síntese orgânica um caráter ainda mais dinâmico
e interdisciplinar.

Além disso, o desenvolvimento de novas reações orgânicas, ainda mais robustas e


estereosseletivas, tornou a síntese de moléculas cada vez mais complexas uma realidade.
Historicamente, a química orgânica e a síntese orgânica (atividades científicas siamesas),
tiveram sua origem na preparação em laboratório de uma substância natural contendo apenas
um átomo de carbono, a ureia, sintetizada por Wöhler em (1828).
A evolução para as sínteses atuais envolvendo moléculas com acentuada complexidade
estrutural, tal como o taxol, sintetizado por Holton e Nicolaou em (1994), é decorrente do
desenvolvimento de novas técnicas de laboratório, novas metodologias de síntese, mais
seletivas e robustas e, também, em grande medida, pelo amadurecimento da "filosofia"
adotada para a execução de um empreendimento sintético, como por exemplo, o
planejamento estratégico a ser seguido.

Com o fortalecimento do conceito de química verde a partir de 1990, a pressão da sociedade


pelo desenvolvimento de processos sustentáveis promoveu uma mudança no paradigma da
síntese orgânica. Em 1992, Carlson propôs o conceito de reação ideal, envolvendo o uso de
água como solvente, materiais de partida de fácil acesso, baratos, não-tóxicos e a obtenção do
produto de maneira fácil, em rendimento quantitativo. Complementarmente, Wender afirma
que o número de etapas é outro fator de grande influência na viabilidade de uma síntese, pois
determina tempo, custo, quantidade de resíduos e escala do processo. Mas como fazer isto?

Para se realizar a síntese de uma substância (ou molécula) com elevada complexidade
estrutural, é necessário utilizar metodologias que promovam as transformações desejadas de
maneira controlada (estéreo e quimiosseletiva) e, se possível, com a formação sequencial de
mais de uma ligação química. Assim, a geração de resíduos é reduzida em função de um
número menor de etapas. Nesse cenário, as reações catalíticas surgem como uma ferramenta
importante nessa nova era da síntese orgânica. As recentes premiações do Prêmio Nobel de
Química, diretamente relacionadas ao desenvolvimento de métodos catalíticos em química
orgânica, são um claro reflexo da importância desse tipo de reações:

O desenvolvimento da síntese orgânica nos últimos 60 anos foi notável, e isso se deve, em
grande parte, ao surgimento de métodos analíticos mais precisos (RMN e 1H e 13C,
espectrometria de massas, novos métodos de separação cromatográfica etc), ao planejamento
estratégico racional das rotas e, não menos importante, ao poder das novas metodologias
sintéticas.

A síntese orgânica é um campo da química que se concentra na criação de compostos


orgânicos a partir de reações químicas. Envolve a construção de ligações químicas entre
átomos de carbono para formar moléculas complexas.
Existem diferentes métodos de síntese orgânica, dependendo dos compostos desejados e das
reações químicas utilizadas. Alguns dos métodos mais comuns incluem:
1. Síntese de adição: envolve a adição de uma molécula ou grupo funcional a um composto
orgânico existente. Isso pode ser feito por meio de reações como adição eletrofílica e adição
nucleofílica.

2. Síntese de substituição: envolve a substituição de um átomo ou grupo funcional de um


composto orgânico por outro átomo ou grupo funcional. Exemplos incluem reações de
substituição nucleofílica e substituição eletrofílica.

3. Síntese de eliminação: envolve a remoção de um grupo funcional de um composto


orgânico, resultando em uma nova molécula. Exemplos incluem reações de eliminação beta,
onde um átomo de hidrogênio e um grupo são removidos de átomos de carbono adjacentes.

4. Síntese de oxidação e redução: envolve a introdução ou remoção de oxigênio ou


hidrogênio de um composto orgânico, alterando sua oxidação ou estado de redução.

Além disso, a síntese orgânica pode envolver a utilização de reagentes e condições


específicas, como calor, luz, catalisadores ou solventes, para facilitar as reações químicas
desejadas.

A síntese orgânica é uma área de pesquisa ampla e importante, tanto na indústria quanto na
academia. Ela permite a produção de uma variedade de compostos orgânicos utilizados em
produtos farmacêuticos, materiais, combustíveis e produtos químicos.

A síntese orgânica tem se adaptado às novas exigências da sociedade e da comunidade


científica. Por exemplo, atuam hoje de forma conjunta as sínteses alvo-orientadas (síntese de
uma molécula específica, comumente um produto natural bioativo) e as abordagens de síntese
função-orientada (síntese de moléculas, ou um conjunto delas, de maneira a alcançar uma
atividade específica). Esse último método é largamente utilizado no descobrimento de novos
fármacos, daí a tendência atual e futura de uma interação cada vez maior entre a síntese
orgânica, a química medicinal, a farmacologia, a biologia e a bioquímica, exigindo uma boa
formação dos futuros químicos nessas áreas da ciência. Além disso, a química orgânica é e
continuará sendo uma ferramenta fundamental no desenvolvimento de biocombustíveis (21),
novos materiais (ex. dendrímeros) (22) e na agregação de valor a materiais derivados da
biomassa (ex. gliceroquímica) (Esquema 3) (23).

O trabalho em síntese orgânica, essencialmente experimental, é árduo e exigente no que diz


respeito a empenho, habilidades em laboratório e perseverança, qualidades essas essenciais
para se alcançar bons resultados. É esta busca interminável por conhecimento e novas
fronteiras que a torna uma ciência fascinante e capaz de grandes realizações para aqueles que
se dedicarem a ela com empenho e criatividade.
Introdução
O presente trabalho circunscreve-se no âmbito do cumprimento do plano curricular
do curso de Licenciatura em Ensino de Química com habilitação em Orientação
Vocacional na cadeira de História de Química tem como objecto em estudo em questão;
História de Química Orgânica e Evolução da química orgânica: é marcada por descobertas e
avanços significativos na síntese e estudo de compostos orgânicos, levando ao
desenvolvimento de tecnologias e produtos que afetam todos os aspectos de nossa vida
cotidiana. A história da Química Orgânica remonta a tempos antigos, com os primeiros
registros de compostos orgânicos sendo descobertos e utilizados pelos antigos egípcios,
gregos e romanos. No entanto, foi apenas no século XIX que a Química Orgânica começou a
se consolidar como uma disciplina científica, com a descoberta e estudo de compostos
complexos, como os hidrocarbonetos e os compostos funcionais.

Objetivos
Objetivo Geral

Compreender história da Química organica

Objetivo Específico

Caracterizar a evolução da química organica

Especificar as fases da química organica

Metodologia

A opção metodológica de pesquisa reside no método de consulta bibliográfica, o qual


segundo Marconi (1990), consiste em consultar todo o material existente sobre o tema em
estudo, proporcionando ao pesquisador meios para definir e resolver problemas, e também
explorar novas áreas. Este tipo de pesquisa não se trata de uma mera repetição daquilo que
foi dito, mas proporciona ao pesquisador um novo enfoque, uma nova abordagem, novas
conclusões e ideias inovadoras. Neste contexto, o presente trabalho não resulta duma
cópia das obras consultadas, mas, sim, de um confronto e análise das informações por elas
apresentadas a respeito do tema aqui em abordagem com vista a tirar conclusões
inovadoras.
Conclusão
Após uma pesquisa exaustiva chegamos a concluir que A história da Química Orgânica ela é
dos tempos antigos, com os primeiros registros de compostos orgânicos sendo descobertos e
utilizados pelos antigos egípcios, gregos e romanos, e dizer que a química orgânica também
desempenhou um papel crucial no desenvolvimento de diversas indústrias, como a
farmacêutica, a de materiais e a de energia.
NOTAS E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. William S. Knowles, R. Noyori e K. Barry Sharpless, em 2001, pelas reações catalíticas


enantiosseletivas;
2. Yves Chauvin, Robert Grubbs e Richard Schrock, em 2005, pelas reações de metátese de
olefinas; e
3. Richard F. Heck, Ei-ichi Negishi e Akira Suzuki, pelas reações de cross-coupling
catalisadas por paládio, em 2010 (9

1. T. Hudlický, J. Reed, The way of synthesis, (Wiley-VCH, Weinheim, 2007), pp. 3-128.

2. Os autores agradecem a colaboração do prof. Paulo C. M. L. Miranda (Instituo de


Química/ Unicamp) na confecção dessa figura.

3. Reação estereosseletiva: reação na qual um dos possíveis estereoisômeros é formado mais


rapidamente do que o(s) outro(s), assim, este é produzido em maior proporção no meio
reacional.

4. Friedrich Wöhler.Ueber künstliche bildung des harnstoffs. Ann. der Physik, Ann, 88, 253-
256 (1828).

5. Holton, Robert A.; Somoza, Carmen; Kim, Hyeong Baik; et all. "First total synthesis of
taxol. 1. Functionalization of the B Ring." J . Am. Chem. Soc. 116, 1597-1598 (1994).
Nicolaou, K.C. Z.; Yang, J.J. et all. "Total synthesis of taxol". Nature, 367, 630–634 (1994).

6. Carlson, Rolf; Carlson, Johan. Desing and optimization in organic synthesis. Elsevier,
Amsterdam, 2005, vol. 24, cap. 1.

7. Wender, Paul A.; Verma,Vishal A.; Paxton, Thomas J.; Pillow, Thomas H.. "Function-
oriented synthesis, step economy, and drug design". Acc. Chem. Res. 41, 40-49 (2008).

8. Reação quimiosseletiva: reação na qual a transformação ocorre seletivamente em um grupo


funcional em detrimento dos outros presentes na molécula em estudo.

9. Nobel Prize website. http//www.nobelprize.org, acessado em abril de 2010.

10. Berkessel, A.; Gröger, H.. Asymmetric organocatalysis: from biomimetic concepts to
applications in asymmetric synthesis. Wiley-VCH, Weinheim, 2005, pp. 1-8.
11. MacMillan, David W. C.; Reiter, Maud; Torssell, Staffan; Lee, Sandra. "The
organocatalytic three-step total synthesis of (+)-frondosin B", Chem. Sci. 1, 37–42 (2010).

12. Patil, Ashok D.; Freyer, Alan J. et all. "Five new sesquiterpene hydroquinone derivatives
with novel skeletons from the sponge Dysidea frondosa: inhibitors of interleukin-8
receptors". Tetrahedron, 53, 5047–5060 (1997).

13. Ovaska, Timo V.; Sullivan, Jonathan A.; et all. "Asymmetric synthesis of seven-
membered carbocyclic rings via a sequential oxyanionic 5-exo-dig cyclization/claisen
rearrangement process. total synthesis of (+)-frondosin B". Org. Lett. 11, 2715–2718 (2009).

14. Reação enantiosseletiva: reação na qual um enantiômero é formado mais rapidamente do


que o outro; assim, este é formado em maior proporção no meio reacional.

15. Tietze, L. F.; Brasche, G.; Gericke K. M.. Domino reactions in organic synthesis, Wiley-
VCH, Weinheim, 2006, pp. 1-10.

16. Tietze, Lutz. F.; Rackelmann, Nils. "Domino reactions in the synthesis of heterocyclic
natural products and analogs". Pure Appl. Chem. 76, 1967-1983 (2004).

17. Tietze, Lutz F.; Nordmann, Gero. "A novel palladium-catalyzed domino-tsuji-trost-
process for the synthesis of tetrahydroanthracenes". Eur. J. Org. Chem. pp. 3247-3253. 2001.

18. Tietze, Lutz F.; Redert, Thomas; et all. "Efficient synthesis of the structural core of
tetracyclines by a palladium-catalyzed domino tsuji– trost–heck–mizoroki reaction". Chem.
Eur. J. 14, 2527-2535 (2008).

19. Kishi, Yoshito; Armstrong, Robert W. et all. "Total synthesis of a fully protected
palytoxin carboxylic acid". J. Am. Chem. Soc. 111, 7525– 7530 (1989).

20. Nicolaou, K. C.; Theodorakis, E. A.; et all. "Total synthesis of brevetoxin b. 2.


completion". J. Am. Chem. Soc. 117,1173–1174 (1995).

21. Noordermee, Minke A.; Petrus, Leo. "Biomass to biofuels, a chemical perspective".
Green Chem. 8, 861-867 (2006).

22. Estroff, Lara A.; Hamilton, Andrew D.. "At the interface of organic and inorganic
chemistry: bioinspired synthesis of composite materials". Chem. Mater. 13, 3227–3235
(2001).
23. Corma, Avelino; Iborra, Sara; Velty, Alexandra. "Chemical routes for the transformation
of biomass into chemicals". Chem. Rev. 107, 2411– 2502 (2007).

24. Zhang, Xiaojun; Luo, Rongcong; et all. "Application of (R)-3-hydroxyalkanoate methyl


esters derived from microbial polyhydroxyalkanoates as novel biofuels". Biomacromolecules,
10, 707–711 (2009).

25. Zimmerman, Steven C.; Quinn, Jordan R.; et all. "Cross-linked glycerol dendrimers and
hyperbranched polymers as ionophoric, organic nanoparticles soluble in water and organic
solvents". Angew. Che. Int. Ed. 46, 8164- 8167 (2007).

26. Shi, Yan; Dayoub, Wissam; et all. "Straightforward selective synthesis of linear 1-o-alkyl
glycerol and di-glycerol monoethers". Tetrahedron Lett. 50, 6891-6893 (2009).cenes". Eur. J.
Org. Chem. 3247-3253 (2001).

Você também pode gostar