Você está na página 1de 5

A História da Química

Período Pré-Científico
O homem primitivo, no início do desenvolvimento humano, utilizou para sua
sobrevivência todos os instrumentos que atendiam às suas necessidades, construídos
com galhos de árvores, ossos, pedras brutas e trabalhadas, dentes, chifres, todos eles
materiais obtidos diretamente da natureza. Pode-se afirmar que, neste período,
praticamente não havia conhecimento químico envolvido.

período paleolítico

As origens do conhecimento químico, porém, encontra-se em tempos imemoriais,


em diferentes civilizações. podemos associar o domínio do fogo, há 400.000 anos, no
período paleolítico, a um dos primeiros conhecimentos químicos adquiridos pelo
homem primitivo. Esse domínio, naquela época, provavelmente era uma tarefa muito
perigosa e difícil, associada a seres e forças sobre-humanas que evidenciavam uma
analogia mística e religiosa.
Apesar da analogia referida, é incontestável que dessa descoberta vieram importantes
benefícios relacionados à melhoria da qualidade de vida. Com o fogo, o homem
conseguia cozinhar seus alimentos e obtinha uma fonte de luz e calor para aquecer e
se proteger dos animais selvagens com os quais conviviam.
o homem primitivo observar que decorrência da ação do fogo a madeira se
transformava em cinzas, a areia tomava forma de vidro ao ser resfriada e o barro se
tornava mais resistente. Foi a partir disso que surgiu o domínio das técnicas de
fabricação de vidro e utensílios de cerâmica

.Utilizando-se de técnicas primitivas como o martelamento o homem passou a


valorizar os primeiros metais que eram encontrados em forma pura na natureza, como
o ouro e o cobre. Esses metais, por serem relativamente moles, podiam ser moldados
pela técnica do martelamento que, além da moldagem, aumentava a dureza e
resistência dos utensílios produzidos. Há registros, datados de 8700 a.C., de objetos
produzidos por esta técnica sendo este um colar de cobre.
Utensílios produzidos nesta época utilizavam ferro proveniente de meteoritos,
constituídos de ferro praticamente puro, que atingiram e ainda atingem a superfície do
planeta. Dominando estas técnicas o homem substituiu gradativamente instrumentos
menos resistentes que foram produzidos ao longo do período.Prosseguindo, o homem
deve ter começado a observar que o aquecimento da mistura de certas rochas com o
carvão das fogueiras levava à fusão, o que lhes permitiu o isolamento e obtenção de
novos materiais, chumbo e cobre, dando início às operações metalúrgicas

período neolítico

. Um avanço importante no desenvolvimento do conhecimento do homem nessa área


foi a utilização de moldes esculpidos em pedra, em cera de abelha e em argila, para
receber o metal fundido. O homem conseguia, após esse processo e o resfriamento do
material, obter objetos com formas e dimensões desejadas. Dessa forma nasceu a
técnica de fundição. O objeto mais antigo que se tem registro,Depois, mediante
experimentação ou como resultado de misturas acidentais descobriu-se que as
propriedades mecânicas dos mesmos podiam ser melhoradas em suas ligas e metais.
Não muito tempo depois, em 3000 a.C. apareceram outros metais. O bronze, por
exemplo, sendo mais duro que o cobre, propiciou obter ferramentas, armaduras e
espadas mais resistentes, transformando a civilização.A metalurgia, por assim dizer,
glorificou a civilização egípcia, que a usou para seu esplendor e glória.

Dessa civilização surgiu a palavra Química, originada de Khemeia que, por sua
vez se originou da palavra Kham, nome do Egito Antigo.

IDADE do COBRE (6.000 a.C. a 3.000 a.C.)

Início das operações metalúrgicas, utilização de ouro e cobre nativos, uso da prata
e das ligas de ouro e prata, obtenção de cobre e chumbo a partir de seus minérios,
desenvolvimento das técnicas de fundição.

IDADE do BRONZE (3.000 a.C a 1.200 a.C)

Isolamento de estanho a partir de seus minérios, preparação de diferentes tipos de


bronze e sua utilização na produção de utensílios e espelhos, introdução do fole nas
operações de fundição.

IDADE do FERRO (1.200 a.C)

o Início da Era Cristã Produção de aço, cunhagem de moedas, uso de amálgamas.

Período Antigo Sob a mística de pirâmides e maldições de múmias,

os avanços científicos e culturais dos povos do Antigo Egito costumam


surpreender. Há 40 séculos, a medicina e a farmacologia egípcia criaram
procedimentos médicos e remédios usados até hoje por profissionais da área da saúde.

A Química, presente principalmente na farmacologia fez com os egípcios


conhecessem substâncias como óleo de rícino, ácido acetilsalicílico, própolis para
cicatrização e anestésicos.

A Química, como ciência, passou então a ter novos rumos.O povo egípcio, como
outros na Antiguidade, soube d
esenvolver e aperfeiçoar técnicas no aproveitamento de metais, resinas e óleos
vegetais e animais. Esses povos, além de dominar tudo o que existia sobre metalurgia,
sabiam fabricar objetos de vidro e de cerâmica, corantes, cosméticos e perfumes. Até
mesmo a técnica de fermentação era conhecida, como atesta a fabricação da cerveja.A

Química, como ciência, não existiu na Grécia antiga. Entretanto deve-se notar
que, mesmo sem serem identificados, já eram conhecidos (desde épocas anteriores)
uma série de treze elementos químicos: antimônio (Sb), arsênio (As), bismuto (Bi),
carbono (C), chumbo (Pb), cobre (Cu), enxofre (S), estanho (Sn), ferro (Fe), mercúrio
(Hg), ouro (Au), prata (Ag) e zinco (Zn), bem como algumas ligas (bronze-cobre e
estanho, e latão-cobre e zinco).Os filósofos gregos, em suas especulações sobre o
Universo, começaram a desenvolver diversas teorias sobre a composição da matéria e
do cosmo. As ideias que tiveram maior impacto sobre o desenvolvimento futuro da
ciência moderna concentram-se em duas teorias sobre a constituição da matéria, o
Atomismo e a Teoria dos Quatro Elementos.
, mesmo que os gregos não tenham sido capazes de introduzir o espírito cientifico
no domínio da Química, promoveram o progresso no pensamento humano e, dessa
forma, foram importantes para a Química prática que estava por vir

.A Alquimia

Nos berços da era medieval, combinando elementos da Química, Antropologia,


Física, Arte, Astrologia, Magia, Filosofia, Metalurgia, Medicina, Matemática,
Misticismo e Religião, surge uma prática antiga denominada Alquimia. Esta prática
envolvia a aplicação de métodos de produção e transformação de elementos.
Seus principais objetivos eram produzir a pedra filosofal e o elixir da longa vida.
✓O primeiro consistia numa substância mística capaz de transmutar
metais inferiores em ouro.
✓O segundo, um remédio que curaria a todas as coisas e daria vida
longa àqueles que o ingerissem, promovendo a vida eterna.

Apesar de ser uma prática associada á Idade Média, a alquimia foi praticada na
Mesopotâmia, Egito Antigo, Mundo Islâmico, América Latina pré-histórica, China,
Coréia, Kiev e Europa, e até mesmo entre os aborígenes. Apesar de essa prática
possuir mais atributos ligados á religião do que à ciência, a ela é atribuída o caráter de
“proto-ciência”.
Pode-se dizer que a alquimia é a mãe da Química Moderna, pois, além de
favorecer o desenvolvimento das ciências, principalmente da Química, favoreceu a
descoberta de diversas substâncias e métodos científicos

alquímico do século XVI. Museu Histórico da Saúde em Roma, c. 2000.


(Crédito: Massimo Listri/Corbis/Latinstock)Devido a isso algumas pessoas colocam a
Alquimia como o início da Química; outros, porém, dizem que tratam de coisas
diferentes. As divergências, em parte, decorrem do fato de que a Alquimia não ter
como objetivos buscas puramente materiais (pedra filosofa e elixir da longa vida),
mas também por algo ligado a alma, algo espiritual e místico.Além disso, outro
aspecto muito ligado a Alquimia, refere-se à criação de vida artificial, o que é
conhecido como homunculus. Por fim, ressalta-se que, se não houve contribuição
teórica e conceitual da Alquimia à formação da Química atual, não resta dúvida de
que no campo experimental, técnico, de manipulação e instrumental a tradição
alquímica foi de grande valor e tem seu papel de destaque nesta história.

Iatroquímica
A Iatroquímica ficou conhecida como o ramo da Química ligada à Medicina o que,
atualmente, seria chamada de Química Medicinal e tinha como foco principal o
preparo de medicamentos e a explicação de doenças. A Iatroquímica surgiu quando
alquimistas começaram a defender a utilização de suas técnicas na Medicina e na
produção de remédios, nasceu na Suíça m 1493 e faleceu em 1441. Era um alquimista
e iatroquímico, e o maior contribuidor para o aprimoramento das práticas da
Medicina, principalmente com seu aspecto farmacológico. Tanto que muitos dos
compostos inorgânicos que ele pesquisa e utilizava em suas pesquisas permaneceram
nas farmácias modernas, como os sais de zinco e cobre.Posteriormente Johann Baptist
Van Helmont (1579-1644) promoveu um grande movimento, com bases cientificas, a
favor da Iatroquímica, mas sem nenhuma ligação com os trabalhos de Paracelso.Jean
Beguin (1550-1620), um dos mais conhecidos seguidores de Paracelso, escreveu o
primeiro livro didático de Química, Tyrocinium Chymicum (1610), e Éléments de
Chimie (1615), que mereceu seis edições em latim e francês, além de uma em inglês.

.Química ModernaNão é possível fazer uma exata referência sobre o surgimento


da Química Moderna. Não há uma data específica de seu início, entretanto, podemos
afirmar, mediante a observação e construção do seu conhecimento, que ela se firmou
como ciência no transcorrer da Idade Média,

durante o século XVII o conhecimento químico ainda era fortemente influenciado


pelas ideias da Alquimia.Considera-se que a Ciência Química começou a ser
organizada a partir de muitos cientistas dessa época e que seus princípios básicos
foram recolhidos pela primeira vez na obra do cientista britânico Robert Boyle (1627-
1691): The Sceptical Chymist (O Químico Cético) (1661).

É interessante que muitos dos cientistas envolvidos nessa afirmação da Química


como ciência empregavam ao mesmo tempo procedimentos típicos da Alquimia.
Resultado disso é que, enquanto Robert Boyle, por exemplo, é considerado por alguns
o “pai da Química”, por seus trabalhos e publicação, é considerado por outros como o
“último alquimista”.A
Química, como tal, passou a ser explorada um século mais tarde com os trabalhos
do francês Antoine Lavoisier (1743-1794). Credita-se a Lavoisier a elaboração da Lei
da Conservação das Massas ou Lei de Lavoisier:“Numa reação química que ocorre
num sistema fechado, a massa total antes da reação é igual à massa total após a
reação.”Ou ainda, filosoficamente falando:“Na natureza nada se cria, nada se perde,
tudo se transforma”Juntamente com outros cientistas Lavoisier tentou encontrar uma
linguagem própria para a Química.
Foi também o primeiro a observar que o oxigênio, em contato com uma substância
inflamável, produz combustão. Devido a tais feitos é considerado o pai da Química
moderna.A atribuição do título, porém, é passível de muitas considerações. Devido a
proposição da aplicação do que hoje se conhece como método científico aos
problemas químico, alguns cedem tal título a Boyle. Para a maior parte dos
historiadores, entretanto, o título é dado a Lavoisier, devido aos feitos já
mencionados.
!Bibliografia

BRADY, James E.; HUMISTON, Gerard E. Química geral. Livros Técnicos e


Cieníficos, 1981.BROWN, Theodore L. et al. Química: a ciência central. Pearson
Prentice Hall, 2005.CANTO, Eduardo Leite;
PERUZZO, Francisco Miragaia. Química na abordagem do cotidiano. 4ª Edição,
2007.CHANG, Raymond. Química geral.
AMGH Editora, 2009.FELTRE, Ricardo. Química: química geral. São Paulo:
Moderna, v. 3, 2004.
GREENBERG, Arthur. “Uma breve história da química: da alquimia às ciências
moleculares modernas.” São Paulo: Blucher (2009).
KOTZ, John C.; PAUL JR, M. Química geral e reações químicas. Cengage
Learning Edições Ltda., 2010.
PERUZZO, Tito Miragaia; DO CANTO, Eduardo Leite. Química: volume único.
Moderna, 1999.REIS, Martha. Química: meio ambiente, cidadania, tecnologia. São
Paulo: FTD, v. 1, 2010.RUSSEL, John B. Química Geral. vol. 1 e 2. São Paulo:
Makron, 1994.

Você também pode gostar