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Química biológica.

Introdução à química
Prof.ª Layla Fernanda Alves Freire
Descrição
A construção histórica da Química como ciência moderna. Conceitos fundamentais
sobre matéria e energia. Medidas e Sistema Internacional de Medidas (SI).
Propósito
Obter conhecimento sobre a evolução da Química como ciência, algo necessário
para identificar sua influência na sociedade e nos avanços tecnológicos.
Preparação
Antes de iniciar a leitura do conteúdo, separe uma calculadora científica ou use a
calculadora de seu smartphone/computador.
Objetivos
Módulo 1
História da química
Reconhecer os fundamentos conceituais sobre a história, evolução e influência da
Química na sociedade.
Acessar módulo
Módulo 2
Características da matéria e suas transformações
Reconhecer os fundamentos conceituais sobre matéria, energia e transformações da
matéria.
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Módulo 3
Conceitos fundamentais de medidas e grandezas em Química
Identificar unidades de medida para conversão e realização de cálculos.
Acessar módulo
Introdução
Observando a história da humanidade, vemos que o homem tem o poder de
influenciar o meio em que vive, tanto para melhor como para pior. Isso se tornou possível
devido ao interesse humano pelas obras da natureza e por suas leis.
Conforme o conhecimento sobre a natureza crescia, a ciência foi se dividindo em
especialidades, relacionadas entre si, tais como Biologia, Química e Física. A Química,
especialidade que estudaremos aqui, trata da composição e das propriedades das
substâncias e da interação entre elas para a geração de novos materiais.
A Química acompanha o desenvolvimento da humanidade desde a Antiguidade;
exemplos disso são o domínio do fogo e a transformação de minérios para a produção de
metais. A Química também contribui ativamente para o desenvolvimento tecnológico por
meio da transformação de materiais. Entretanto, somente foi reconhecida como ciência
entre os séculos XVII e XVIII, a partir do interesse de cientistas de diversas áreas em
compreender melhor determinados fenômenos da natureza.
Estudaremos, neste tema, um pouco sobre a história da Química, incluindo
conceitos, hipóteses e teorias que passaram a ser determinantes na resolução de
fenômenos do cotidiano. Posteriormente, veremos os conceitos atuais sobre matéria, sua
classificação e transformação. Também estudaremos o Sistema Internacional de Medidas e
a análise dimensional.

Considerações finais
Visitamos os principais eventos históricos que culminaram no desenvolvimento da
Química como ciência e em sua consagração como ciência moderna. Vimos que filósofos
gregos e cientistas buscavam a definição de átomo, matéria e elemento químico.
Após estudarmos como foi a busca sobre a definição de matéria pelos filósofos e
cientistas, aprendemos que matéria é tudo aquilo que tem massa e ocupa um lugar no
espaço. Vimos também que a matéria pode ser classificada segundo seu estado físico
(sólido, líquido e gasoso) ou segundo sua composição (elemento, composto e mistura).
Aprendemos a diferenciar uma substância pura de uma mistura por meio da análise
da curva de aquecimento. Uma substância pura terá sempre as temperaturas de fusão e
ebulição constantes.
Finalmente, vimos o conceito de medida, a diferença entre exatidão e precisão. Uma
análise pode ser exata e precisa, exata, mas não precisa, e vice-versa. Aprendemos a
analisar os algarismos significativos e a efetuar a conversão das unidades por meio da
análise dimensional.
História da química
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os fundamentos conceituais
sobre a história, evolução e influência da Química na sociedade.
Filósofos gregos e suas teorias
Filósofos gregos
A Química é a ciência que estuda as transformações da matéria. A intensidade com
que a Química vem modificando a nossa civilização é evidente em muitas áreas. Não se
sabe, ao certo, quando o homem observou ou realizou o primeiro fenômeno químico com
entendimento do ocorrido. Porém, é provável que as primeiras transformações químicas
realizadas pelo homem estejam associadas ao uso dos quatro elementos:

Fogo
Água

Ar

Terra
Esses elementos compõem a Teoria dos Quatro Elementos, que, junto à Teoria do
Atomismo, ligam os filósofos gregos antigos à constituição da matéria. Vamos conhecer um
pouco sobre esses personagens que fizeram parte da evolução da Química e suas
contribuições para a sociedade.
Teoria do atomismo
Os gregos Leucipo de Mileto (nascido na primeira metade do século V a.C) e
Demócrito de Abdera (460-370 a.C) estão ligados ao atomismo.
Leucipo acreditava que o Universo era infinito, formado por uma parte vazia, regida
por razão e necessidade, e uma parte cheia, que representava a matéria na qual estariam
localizadas as partículas fundamentais em movimento contínuo.
Isso faz com que você se lembre de algo?
Isso mesmo! Acredita-se que as partículas fundamentais citadas sejam os átomos.

Leucippus, Luca Giordano, 1653.


Demócrito, discípulo de Leucipo, acreditava que o cosmo era formado por inúmeros
átomos de diferentes formas e tamanhos em movimento constante e que, por meio de
interações e choques entre os átomos, ocorreria a formação de todas as coisas que
conhecemos. Ele também afirmava que até a nossa alma seria constituída de matéria e que
toda a matéria poderia ser dividida em partículas cada vez menores, até se obter uma
partícula mínima que não podia ser mais dividida.

Democritus, retrato das notas da Grécia.


Teoria dos quatro elementos
A Teoria dos Quatro Elementos está associada a Empédocles (495 a.C. - 430 a.C.) e
Aristóteles (384 - 322 a.C.), que propõem que a matéria seria constituída por água, fogo, ar
e terra. Ao contrário do atomismo, Aristóteles propôs que existia uma matéria-prima capaz
de dar origem a todas as substâncias existentes. Essa matéria-prima seria formada pelos
quatro elementos propostos por Empédocles.
Cada elemento seria formado por duas de quatro qualidades: quente, frio, seco e
úmido. O elemento ar, por exemplo, seria formado pelas qualidades quente e úmido, e o
elemento água, pelas qualidades úmido e frio. Logo, poderíamos transformar o ar em água
por meio da mudança de quente para frio.

Quatro elementos: fogo, ar, água e terra.


Teoria do atomismo x teoria dos 4 elementos
Apesar de a Teoria do Atomismo proposta por Demócrito/Leucipo nos fazer lembrar
do modelo atômico de Dalton, os conceitos de cosmo e matéria dos filósofos gregos não
apresentam averiguação pelo método da ciência moderna. Porém, não podemos deixar de
considerar que essas ideias coerentes, mas não científicas, de
Aristóteles/Demócrito/Leucipo contribuíram para o desenvolvimento da ciência.
Durante muitos séculos, foi impossível unir os trabalhos de artesãos com a
explicação dos fenômenos pelos pensadores. Essa separação contribuiu para o lento
progresso da ciência. Podemos exemplificar isso verificando que as ideias de Aristóteles
não foram alteradas por aproximadamente dois mil anos.
O surgimento da alquimia
Alquimia
Um período que ainda hoje é questionável quando se trata da evolução da Química é
o que se refere à Alquimia, desenvolvida entre árabes e europeus nos anos 500 a 1.500 da
era cristã.
Será que podemos considerar a Alquimia uma fase da Química?
Existem grupos de estudiosos que dizem que sim; outros não reconhecem a
Alquimia como parte da ciência. Contudo, o que podemos afirmar é que existem aspectos
que contribuíram para o desenvolvimento da Química. Nessa fase, os aspectos filosóficos
ainda estavam fortemente presentes, pois a composição da matéria era discutida a partir de
concepções filosóficas.

Alquimista, 1910.
Os alquimistas, estudiosos da Alquimia, tentavam encontrar a chamada “pedra
filosofal” e o “elixir da longa vida” (poção que tornaria o ser humano imortal).
Mesmo que não tenham conseguido alcançar as suas metas, eles desenvolveram
algumas operações unitárias e vidrarias que ainda hoje são utilizadas, apesar de terem
sofrido modificações.
Por exemplo, a técnica de destilação e os fornos foram elaborados no período da
Alquimia e contribuíram para o avanço do método experimental.
O alquimista europeu Andreas Libavius se destacou ao escrever o
livro Alchemia (alquimia). A obra foi um marco importante na evolução da Química.
O autor descreveu aparelhos e procedimentos de laboratório, metais, minerais e
águas minerais. Também relatou procedimentos de preparo de substâncias médicas que,
posteriormente, serviram de base para a latroquímica. Os alquimistas aumentaram a lista
dos elementos essenciais da matéria, inserindo o enxofre e o mercúrio aos quatro
elementos já citados (fogo, água, ar e terra), dando origem à Teoria “Enxofremercúrio”. A
nova teoria dizia que toda matéria era composta por proporções diferentes de enxofre
(associado à combustão) e mercúrio (associado à metalicidade). A partir dessa teoria, os
alquimistas tentaram sintetizar vários metais.

Alquimista europeu Andreas Libavius.


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A química como ciência moderna
Ciência Moderna
Com o surgimento do método experimental, cientistas, e não mais filósofos ou
alquimistas, buscaram, racionalmente, catalogar dados, derrubando, assim, os mitos da
Alquimia.

Retrato presumido do Doutor Paracelsus (1493-1541), uma das muitas cópias


anônimas do século XVII.
No século XVI, Paracelso (1493-1541) acrescentou um princípio, o sal, ao enxofre e
ao mercúrio, o que durou até o surgimento da Química moderna.
O sal proposto por Paracelso seria responsável pela estabilidade da matéria. Ele
também contribuiu com a latroquímica, com o aprimoramento das práticas medicinais, e a
Farmacologia. Podemos dizer que surge, então, a indústria de medicamentos.
Substâncias como sais de cobre, zinco, cobalto e bismuto também foram estudadas
por Paracelsus.
Foi no século XVIII, com o desenvolvimento da Física (primeira ciência moderna
consagrada no século XVII), que a Química foi consagrada como ciência moderna. Filósofos
envolvidos com o conhecimento da Física, como Francis Bacon (1561-1626) e René
Descartes (1596-1650) tiveram papel importante nesse processo.

Francis Bacon
Propôs que, para se conhecer a natureza, era necessário observar os fatos,
classificá-los e determinar suas causas.

René Descartes
Propôs que os fenômenos fossem explicados a partir de três conceitos: extensão,
figura e movimento.
Não podemos deixar de citar alguns cientistas que empregavam procedimentos já
voltados para a ciência moderna, experimentos controlados e raciocínio indutivo, mas sem
abandonar o discurso alquimista. São eles:
Robert Boyle
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Robert Boyle (1627-1691) foi considerado por alguns como o “último alquimista” e,
por outros, como o “pai da Química moderna”, sendo responsável pelos avanços nos
estudos experimentais dos fenômenos químicos. Esse químico inglês escreveu o livro The
Sceptical Chemist (“O químico cético” ou “O químico que não confia”), que criticou a Teoria
dos Quatro Elementos e os Três Princípios de Paracelsus.
Além disso, inseriu os conceitos de mistura e composto, e sugeriu que a matéria
seria composta por corpúsculos de diferentes tipos e tamanhos, já se aproximando do
conceito atual de átomos. Seu trabalho mais conhecido foi denominado Lei de Boyle-
Mariotte. Essa lei trata da relação entre a pressão e o volume de uma massa de gás a
temperatura constante.
George Ernest Stahl
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O médico e químico George Ernest Stahl (1660-1734) propôs a primeira teoria sobre
o fenômeno de combustão, que dizia que, ao ser efetuada a queima de uma substância,
esta perdia flogisto (material invisível liberado na queima da substância combustível) na
forma de luz e calor.
Segundo a Teoria do Flogisto, toda substância combustível era formada por dois
componentes, a cinza e o flogístico. Stahl estudou o aquecimento de metais ao ar
(calcinação), por meio do qual era obtido a cal, que, nesse caso, seria o metal sem flogisto.
Stahl não conseguiu explicar como a massa obtida da cal era maior do que a do metal de
partida, sendo essa teoria desbancada com os estudos de Lavoisier.
Stephen Hales
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O químico Stephen Hales (1677-1761) contribuiu para a elaboração de técnica para
a coleta de gases usada por Lavoisier e outros cientistas.
Henry Cavendish
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Henry Cavendish (1731-1810), físico e químico, descobriu o gás hidrogênio e
concluiu que a água era composta por hidrogênio e flogisto.
Joseph Priestley
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O teólogo e filósofo Joseph Priestley (1733-1804) descobriu o oxigênio por meio do
aquecimento do óxido de mercúrio. Priestley também sintetizou o ácido clorídrico, óxido
nitroso, óxido nítrico e dióxido de enxofre.
Karl Wilhem Scheele
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Karl Wilhem Scheele (1742-1786), químico e farmacêutico, descobriu o cloro, o
manganês e o bário, porém não recebeu crédito por essas descobertas.
Inúmeros cientistas contribuíram para a evolução da ciência, mas foram os trabalhos
de Lavoisier que concretizaram a Química como ciência moderna.
O químico Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794) propôs a Teoria da Combustão
como a reação dos corpos com o oxigênio. Ele introduziu o uso da balança em seus
experimentos, conseguiu pesar os materiais estudados antes e depois das reações
químicas e observou que a massa permanecia constante.
Os experimentos realizados por Lavoisier sobre combustão levaram-no a postular a
Lei da Conservação da Massa, a primeira lei ponderal, que afirma: a soma das massas das
substâncias reagentes é igual à soma das massas dos produtos da reação. Os resultados
desses estudos levaram à publicação do livro Traite Elementaire de Chimie (Tratado de
química elementar), finalizando, assim, a era da Teoria do Flogisto. Por esse feito, para
muitos, Lavoisier é considerado o “pai da Química moderna”.

Recorte da obra Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794) and Marie Anne


Lavoisier (Marie Anne Pierrette Paulze, 1758-1836), Jacques Louis David, 1788.
video_library
A história baseada na química
Neste vídeo, o mestre Dijan Alves fala sobre a evolução da química como ciência e
suas contribuições para sociedade através de alguns de seus maiores nomes.
Podemos dizer que os cientistas aqui citados e muitos outros tiveram papéis
importantes na evolução da Química como ciência moderna. Sem esses estudos, o mundo
atual não teria materiais sintéticos, smartphones, computadores, produtos de higiene,
cosméticos ou medicamentos simples, como a aspirina.
O desenvolvimento da Química proporcionou o avanço do tratamento de doenças, da
exploração espacial, dos maravilhosos equipamentos eletrônicos do cotidiano, de alimentos,
medicamentos, diagnósticos, roupas, moradias, energia, transporte e comunicações. A
Química trouxe qualidade e conforto para a sociedade.
Módulo1
|
Conceito3 / 3

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Atualmente, é sabido que a matéria é composta por átomos. Porém, os filósofos
gregos acreditavam que a matéria era formada por quatro elementos (fogo, ar, água e terra).
O filósofo grego que citou o nome “átomo” pela primeira vez foi:
Parabéns! A alternativa B está correta.
Leucipo acreditava que o universo era infinito, formado por uma parte vazia, regida
pela razão e necessidade, e uma parte cheia, que representava a matéria, na qual estariam
localizadas as partículas fundamentais em movimento contínuo. Acredita-se que as
partículas fundamentais citadas sejam os átomos.

Questão 2
(FUNRIO – 2016 – IF-PA) O cientista francês Antoine Lavoisier, que viveu no século
XVII, é o autor de uma das mais importantes leis relativas às reações químicas, a chamada
“Lei de Conservação das Massas”. Com relação a essa lei, podemos afirmar:
Parabéns! A alternativa A está correta.
Lei de Conservação das Massas: a soma das massas das substâncias reagentes é
igual à soma das massas dos produtos da reação.

Módulo2

Características da matéria e suas transformações


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os fundamentos conceituais
sobre matéria, energia e transformações da matéria.

Propriedades da Matéria.
Matéria: definição e classificação
A Química é uma ciência que tem importante impacto no nosso dia a dia.
Vimos que seu desenvolvimento proporcionou avanços em áreas distintas, como
saúde, tecnologia, comunicação, indústria de alimentos, entre outras. Todas as
coisas ao seu redor que você pode observar e tocar, neste momento, só se tornaram
possíveis por meio da evolução da Química como ciência, e todas elas têm algo em
comum. Consegue imaginar? Sim! Elas são compostas de matéria. Agora, vamos
estudar o conceito de matéria.
Definir o conceito de matéria não foi uma tarefa fácil, pois a palavra vem do
latim matéria e tem diversos significados. Muitos autores renomados utilizam o
seguinte conceito:
Matéria é qualquer coisa que ocupa lugar no espaço e possui massa.
Ao utilizarmos o termo “massa”, devemos tomar cuidado para não confundi-lo
com a ideia de peso. Entenda a diferença:
Massa: A massa de um corpo é uma medida da sua resistência a uma
mudança de velocidade.
Peso: O peso refere-se à força com que o objeto é atraído pela Terra.
São exemplos de matéria: água, areia, vidro, plástico e madeira. A matéria
pode se apresentar na forma de corpo ou objeto. O ar é um exemplo de matéria
dificilmente percebida; tem massa e ocupa um lugar no espaço, embora não seja
visto.
O corpo corresponde à parte limitada da matéria. Não apresenta forma,
tamanho nem quantidade de matéria específica, como, por exemplo, um pedaço de
prata e um bloco de madeira. O objeto, por sua vez, corresponde à parte do corpo
que apresenta especificidade, aplicabilidade, ou seja, sua utilização tem um objetivo.
Exemplo: anel e lápis. Veja a diferença entre matéria, corpo e objeto: Matéria Corpo
Objeto.

Classificação da matéria:
A matéria pode ser classificada de duas maneiras:
De acordo com seu estado físico
Gás, líquido ou sólido.
De acordo com a sua composição:
Elemento, composto e mistura.

A matéria pode ser classificada de duas maneiras:


De acordo com seu estado físico Gás, líquido ou sólido. De acordo com a
sua composição. Elemento, composto e mistura.
Vejamos a classificação da matéria quanto ao estado físico:

Gás também conhecido como vapor. Não tem forma nem volume definidos.
Assume a forma e o volume do recipiente que o contém. Um gás pode sofrer
expansão para ocupar um volume maior ou ser comprimido para ocupar um volume
menor.
Análise em nível molecular: as moléculas se encontram muito distantes umas das
outras e movem-se com velocidades muito altas, colidindo entre si e contra as
paredes dos recipientes.
O Liquido tem volume definido, independentemente do recipiente em que
esteja armazenado, mas não tem forma definida; assume o formato do recipiente
que o contém. Análise em nível molecular: as moléculas se encontram mais
empacotadas, mas ainda se movem rapidamente, permitindo desviar-se umas das
outras. Dessa forma, podemos verter os líquidos com facilidade.

Solido tem tanto a forma como o volume definidos; é rígido.


Análise em nível molecular: as moléculas encontram-se presas entre si,
geralmente com arranjos definidos, nos quais elas podem apenas oscilar
superficialmente em suas posições fixas.

Agora, vamos observar a classificação segundo a sua composição. Essa


classificação é importante na Química, pois trabalhamos com elementos, compostos
e misturas no laboratório ou na indústria para formar produtos com aplicabilidade;
daí a importância de entender e distinguir uns dos outros.
A matéria é formada por um conjunto de átomos, que chamamos de elemento
químico. Os elementos químicos são as formas mais simples de matéria com as
quais lidamos diretamente no laboratório. São alicerces de todas as substâncias
mais complexas com as quais podemos trabalhar, desde o cloreto de sódio
(composto pelo elemento sódio e o elemento cloro, NaCl) até as proteínas de formas
mais complexas. Atualmente, temos tabelados 118 elementos, e apenas um número
pequeno tem interesse real para nós. Os elementos se combinam para formar os
compostos.
Um composto (ou substância química) caracteriza-se por ter seus elementos
constituintes sempre presentes nas mesmas proporções.
Exemplo
O ácido sulfídrico (H2S) é composto por dois átomos de hidrogênio e um
átomo de enxofre.
Todas as amostras de ácido sulfídrico puro contêm esses dois elementos nas
proporções de uma parte em peso de hidrogênio para 16 partes de enxofre, ou seja,
1,0 g de hidrogênio para 1,6 g de enxofre. Para formar esse ácido, o hidrogênio e o
enxofre reagem sempre na mesma proporção.
Os elementos também podem originar, além das moléculas, os compostos
iônicos. Os agregados iônicos são formados especificamente por íons, que são
espécies químicas carregadas eletronicamente, mantendo-se unidos por meio da
atração elétrica. Como os compostos podem ser moleculares ou iônicos, concluímos
que toda matéria é formada por átomos e íons.

As misturas apresentam uma composição variável de duas ou mais


substâncias puras. As substâncias puras podem ser classificadas como:

Também podemos classificar as misturas como:


Heterogêneas
Uma mistura é dita heterogênea quando não é uniforme. Ao tomarmos uma
porção da mistura, verificamos que ela tem propriedades distintas de outra porção
analisada. Por exemplo, uma mistura contendo água e óleo.
Homogêneas
Uma mistura homogênea é denominada solução e tem propriedades
uniformes em seu todo. Ao tomarmos uma porção dessa solução, podemos verificar
que ela tem a mesma propriedade (composição) de qualquer outra porção do todo.
Por exemplo, uma mistura de etanol (C2H5OH) e água (H2O).

Propriedades da matéria e fundamentos da energia


Propriedades da matéria
Toda substância tem um conjunto único de características que nos permitem
reconhecê-la e distingui-la entre outras substâncias. Esse conjunto de
características é chamado de propriedades, que podem ser classificadas como
Propriedades gerais
As propriedades gerais são inerentes a qualquer tipo de matéria. São elas:
massa, extensão, inércia, volume, elasticidade, impenetrabilidade, porosidade,
divisibilidade e compressibilidade.
Propriedades funcionais
As propriedades funcionais são aquelas comuns a determinados grupos de
substâncias, como, por exemplo, ácidos, bases, óxidos e sais.
Propriedades organolépticas
As propriedades organolépticas são aquelas que podem ser observadas
pelos sentidos (cor, sabor, odor, brilho e estado de agregação).
Propriedades físicas
As propriedades físicas são aquelas que podem ser medidas sem alterar a
composição das substâncias. São propriedades físicas: densidade, dureza, calor
específico, condutibilidade, magnetismo, coeficiente de solubilidade, tenacidade,
maleabilidade e ductilidade.
Propriedades químicas
As propriedades químicas descrevem como uma substância pode alterar ou
reagir para formar outras. São propriedades químicas: combustão e oxidação.
Energia
É a capacidade que os corpos têm de desenvolver uma força ou produzir
um trabalho.
Força × distância 
Quanto maior a energia de um objeto, maior será a capacidade de realizar
trabalho. A unidade SI de energia é o joule (J).
Por meio da energia, seja pela absorção, seja pela liberação, a matéria pode
sofrer modificação. A energia é essencial para o entendimento dos átomos e
moléculas. A troca de energia que envolve uma reação química pode ser da ordem
de milhares de joules. Por isso, na Química, costumamos empregar a unidade em
quilojoules (kJ). A energia pode ser dividida em:
Energia cinética

A energia cinética corresponde à energia dada a um corpo por seu


movimento. Essa energia pode ser calculada pela seguinte equação:
Equação:

Energia potencial
A energia potencial é a energia de um objeto em função da sua posição em
um campo de forças. Com relação à energia potencial, temos dois casos de
interesse na Química. A energia potencial gravitacional, quando uma partícula se
encontra em um campo gravitacional, e a energia potencial de Coulomb, para a
partícula carregada em um campo eletromagnético.
Podemos escrever a seguinte equação para um corpo de massa m que se
encontra a uma altura h da superfície da Terra em relação à sua energia potencial
na superfície.
Ep= mgh

Exemplo: um atleta ficou impedido de efetuar seu treinamento devido ao


fechamento das academias em decorrência da COVID-19. Para não ficar parado, ele
resolveu praticar exercícios na escada de seu prédio, de sete andares. Cada andar
do prédio é separado por 1,5 metros. Sabendo que o atleta tem massa de 73 kg,
qual a variação de sua energia potencial ao subir cinco lances de escadas?
��=��ℎ=73(��)×9,81(��2)×7,5(�)=5,4×103(��⋅�2.�−2)=5,4��
A energia de Coulomb corresponde à atração e repulsão entre cargas
elétricas. Esse tipo de energia está relacionado a muitos estudos na área da
Química, pois ela atrai os elétrons, núcleos atômicos e íons. Podemos expressar a
energia potencial de Coulomb de uma partícula pela equação:
��=�1�24��0�
Essa equação nos informa que a energia potencial de Coulomb se aproxima
de zero quando a distância entre duas partículas (Q1 e Q2) tende ao infinito. Se as
partículas têm a mesma carga, por exemplo, ambas negativas, Ep será positivo e a
energia potencial aumentará; quando as cargas se aproximam, o r diminui.
Energia eletromagnética
Denominamos de energia eletromagnética a energia que é transportada
através do espaço pelas ondas de rádio, ondas de luz e raios X. Um campo
eletromagnético é formado por um campo elétrico e um campo magnético oscilantes.
O campo magnético somente afeta as partículas carregadas quando elas estão em
movimento, e o campo elétrico afeta tanto as partículas em movimento como as
paradas.
Em resumo:
1. Energia cinética
É resultado do movimento.
2. Energia potencial
É resultado da posição.
3. Campo eletromagnético
Transporta energia pelo espaço.
A energia total de uma partícula é a soma da energia cinética com a energia
potencial:
�=��+��
De forma mais ampla, podemos dizer que a energia não pode ser criada ou
destruída, porém pode ser transformada em outro tipo. Por exemplo, podemos
transformar a energia elétrica em energia luminosa. Atualmente, a sociedade busca
o uso de energia de fontes renováveis. As principais fontes de energia renovável
existentes são:

Energia hidroelétrica.
Energia eólica.
Energia solar.
Energia geotérmica.
Energia de biomassa.
Energia de biogás.

Transformações da matéria
A transformação da matéria pode ocorrer por meio de qualquer processo
(conjunto de operações) no qual as propriedades de qualquer material são
modificadas. Essas mudanças podem ser classificadas em dois tipos, a saber:

Físicas
Fenômenos físicos.

Químicas
Fenômenos químicos.

Conheceremos cada tipo em detalhes a seguir.


Transformações físicas
Durante as transformações físicas, as substâncias apresentam modificação
em sua aparência física, mas não em sua composição.
Exemplo
A transformação do gelo em água. Quando o gelo funde, ele passa do estado
sólido para o líquido, mas ainda é composto de moléculas de água.

Como podemos diferenciar, na prática, uma substância pura de uma mistura?


Pela análise da sua transformação física!
É importante diferenciarmos a evaporação e a ebulição. A evaporação ocorre
a qualquer temperatura, de forma espontânea, e a ebulição ocorre de forma
“forçada”, em uma determinada temperatura. Por exemplo, a água pode evaporar a
33 ⁰C, no varal, mas entra em ebulição a 100 ⁰C. As mudanças de estado físico
podem ser observadas na figura a seguir.

Esquema de mudanças do estado físico.

Outra diferença importante é a que existe entre os termos “vapor” e “gás”. O


vapor corresponde a toda matéria no estado gasoso, quando existe um equilíbrio
com o estado líquido correspondente, podendo, assim, ocorrer a liquefação pelo
simples abaixamento da temperatura ou aumento da pressão. O gás corresponde a
um fluido elástico, impossível de ser liquefeito só pelo aumento de pressão ou só
pela diminuição da temperatura.

Transformações químicas
Nas transformações químicas, uma substância é transformada em outra com
características totalmente diferentes. Exemplo: as explosões, a combustão do papel,
a fotossíntese, a corrosão de um metal e a fermentação de bebidas.

Neste caso, estamos tratando de reações químicas que podem ser


representadas por equações químicas. As equações químicas, como uma igualdade
matemática, têm dois membros: o primeiro membro, à esquerda, e o segundo
membro, à direita, são separados por uma seta (→). No primeiro membro,
colocamos os compostos que vão reagir entre si, recebendo o nome de reagentes.
No segundo membro, após a seta, colocamos os compostos formados, que
chamamos de produtos. Por exemplo: combustão do etanol gerando gás carbônico e
água.

Reação de combustão completa do etanol.


Entendendo o que é Matéria e suas transformações
Neste vídeo, a doutora Paula de Moraes fala sobre a matéria, suas
características, propriedades e as transformações que ela pode sofrer.
Conceito. 3 / 3
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/00765/img/33.png

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O aço inox, o gelo-seco e o diamante podem ser classificados,
respectivamente, como:

Parabéns! A alternativa D está correta.


O aço inox é uma liga metálica formada principalmente por aço, cromo e
níquel; logo, é uma mistura. O gelo-seco é uma substância formada por carbono e
oxigênio, popularmente conhecida como dióxido de carbono, portanto uma
substância composta. O diamante é um cristal sob a forma alotrópica do carbono e,
portanto, uma substância simples.

Questão 2
(UEFS – 2018) - Considerando a mudança de estado físico que ocorre
quando uma substância sólida é aquecida, informe verdadeiro (V) ou falso (F) para
as afirmativas a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) A passagem do estado sólido para o estado líquido denomina-se
liquefação.
( ) Durante a fusão, a temperatura é constante.
( ) Uma substância sólida não tem volume definido, assumindo o volume e a
forma do recipiente em que se encontra.
( ) Pode ocorrer a mudança direta do estado sólido para o estado gasoso.
Letra E está Correta.

Modulo 3.

Conceitos fundamentais de medidas e grandezas em Química. Ao final deste


módulo, você será capaz de identificar unidades de medida para conversão e
realização de cálculos.
Medidas.
Toda ciência progride observando e analisando medidas científicas. Com a
Química, não é diferente. Os estudos são fundamentados pela leitura de números
em algum instrumento e pela análise e interpretação posteriores desses valores. A
precisão da medida dependerá, dentre muitos fatores, da limitação do número de
dígitos que o instrumento pode expressar. Atualmente, podemos dizer que temos
disponíveis no mercado instrumentos com elevada precisão.
Os dígitos obtidos (números) como resultado de uma medida são
denominados algarismos significativos.
Ao escrevermos um número que representa o resultado de uma medida,
devemos considerar que somente o último algarismo da direita seja impreciso ou
considerar a precisão fornecida pelo fabricante do instrumento de medida ou aquela
fornecida por método de calibração.
Exemplo
Ao efetuarmos a pesagem de uma moeda de dez centavos de real, da
segunda geração, em uma balança analítica com capacidade de efetuar medidas
próximas a 0,0001g, poderemos informar, ao fim da análise, que sua massa é de
4,8019 ± 0,0001g. A notação “mais ou menos” expressa a incerteza de nossa
medida.
Os algarismos significativos são importantes por indicar a precisão das
medidas. Por exemplo, ao utilizarmos instrumentos de medidas diferentes para
medir o comprimento de uma barra de alumínio, podemos intuir que o instrumento
mais confiável será aquele que nos fornece o maior número de algarismos
significativos. Porém, sabemos que a qualidade e a confiança das nossas pesquisas
estão baseadas na qualidade dos dados obtidos; logo, na precisão e exatidão deles.
Mas o que esses termos significam?
Refere-se à proximidade dos resultados em relação a outros obtidos
exatamente da mesma forma. Geralmente, determinamos a precisão por meio da
repetição da medida em réplicas, como, por exemplo, realizando a análise em
triplicata.
Exatidão.
É a proximidade de um valor medido em relação ao valor verdadeiro ou
aceito. A exatidão é expressa pelo erro absoluto, que corresponde à diferença entre
o valor medido e o valor verdadeiro, conforme equação a seguir.
Existem casos em que o valor medido pode ser preciso, mas não exato. A
próxima figura ilustra a diferença entre precisão e exatidão.
Algarismos significativos nos cálculos
Todos os dígitos de uma grandeza, incluindo os incertos, são denominados
algarismos significativos. Por exemplo, a massa de 2,5g de sacarose tem dois
algarismos significativos, enquanto 2,5476g de sacarose tem cinco algarismos
significativos.
Quanto maior o número de algarismos significativos, menor é a incerteza na
medida.
Os dígitos diferentes de zero sempre são algarismos significativos, mas o
número zero pode ser ou não significativo, conforme as condições a seguir:
Quando o zero estiver entre dígitos diferentes de zero, será sempre
significativo. Por exemplo, em 2,005g, temos quatro algarismos significativos.
Quando o zero estiver no início de um número, consideramos o algarismo não
significativo. Por exemplo, em 0,002g, temos apenas um algarismo significativo.
Quando o zero estiver no fim de um número e após a vírgula, será
considerado significativo. Por exemplo, em 0,0300g, temos três algarismos
significativos.
Agora, veremos como utilizar os algarismos significativos em operações
matemáticas. Para isso, vamos considerar que a menor medida exata empregada
em um cálculo limitará a certeza dos cálculos, e a resposta dos nossos cálculos
deverá ser dada com apenas um dígito de maior incerteza.
Nas operações de multiplicação e divisão, vamos expressar os resultados
com o mesmo número de algarismos significativos da medida com menor número de
algarismos significativos. Por exemplo, vamos calcular a área de uma bancada de
laboratório cujas medidas de comprimento dos lados são 3,356m e 1,5m.

Área = 3,356 (quatro algarismos significativos) x 1,4 (dois algarismos


significativos) = 4,6984=4,7m2 (dois algarismos significativos).
Fique atento às regras de arredondamento!
Nas operações de adição e subtração, o resultado expresso não pode ter
mais casas decimais do que a medida com o menor número de casas decimais. Por
exemplo, considere que vamos calcular a soma de 32,8g e 2,68g.
Segundo a norma ABNT NBR 5891, quando o algarismo imediatamente
seguinte ao último algarismo a ser conservado for inferior a 5, o último algarismo
deve ser conservado, sem modificação. Por exemplo, no caso de 1,2222, se
arredondarmos a primeira casa decimal, teremos o valor de 1,2. Caso o algarismo
imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado seja igual ou superior
a 5 e seguido de um algarismo diferente de zero, o último algarismo a ser
conservado deverá ser aumentado de uma unidade. Por exemplo, no caso de
1,77777, arredondando a primeira casa decimal, teremos o valor de 1,8.

Se o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado


for igual a 5 e seguido de zero, deveremos arredondar o algarismo a ser conservado
para o algarismo par mais próximo.
Exemplo
No caso de 6,550, arredondando a primeira casa decimal, teremos o valor de
6,6. Porém, se o organismo a ser conservado for par, seguido de 5 e zero, o
algarismo a ser conservado permanecerá sem modificação. Por exemplo, no caso
de 2,650, arredondando a primeira casa decimal, teremos o valor de 2,6.

Unidades de medida

Vimos, anteriormente, que podemos observar, na Química, os fenômenos


físicos e químicos. Alguns fenômenos, como a cor da chama e a liberação de calor,
são apenas observados e ditos qualitativos; outros fenômenos são compreendidos
por informações quantitativas.
As propriedades quantitativas estão associadas a números e, quando esses
números representam determinada grandeza, sempre devem vir acompanhados de
uma unidade.
Para formalizar a comunicação científica e comercial entre os diversos países,
foi criado, em 1960, o Sistema Internacional de Unidades, pela Conferência Geral de
Pesos e Medidas, que estabeleceu padrões para as unidades de medidas das
grandezas físicas. O quadro a seguir apresenta as unidades SI básicas.
Todas as outras unidades que conhecemos são derivadas das unidades
básicas por combinações apropriadas que dependem das dimensões da quantidade
medida. Por exemplo, quando calculamos a área de uma bancada em um
laboratório, multiplicamos o comprimento dos lados. A unidade de área corresponde
ao produto das unidades do comprimento. No SI, a unidade para comprimento é o
metro (m); logo, a unidade da área será:

��=�2
O SI também estabeleceu prefixos que expressam frações decimais ou
múltiplos de várias unidades. Os prefixos empregados com frequência na área da
Química podem ser observados no quadro a seguir.

P Abreviatura Fator de
Exemplo
refixo do prefixo multiplicação

1 Gm = 1
G
G 109 x 109m
iga

M 1 Mm = 1
M 106
ega x 106m

Q 1 km = 1
k 103
uilo x 103m

D 1 dm =
d 10-1
eci 0,1m

C 1 cm =
c 10-2
enti 0,01m

M 1 mm =
m 10-3
ili 0,001m

M 1μm=1
μ 10-6
icro x 10-6m

N 1nm = 1 x
n 10-9
ano 10-9m

P 1 pm = 1
p 10-12
ico x 10-12m
P Abreviatura Fator de
Exemplo
refixo do prefixo multiplicação

F 1 fm = 1 x
f 10-15
emto 10-15m

Tabela: modificação das unidades do SI com prefixos.


Brady; Humiston, 1986.
A quantidade de prefixos do SI é ainda maior do que os dez mais utilizados na
área de Química. Podemos observar, na figura a seguir, que a variação pode
alcançar valores inferiores a 10-15 e superiores a 109.

Unidades de comprimento.
Como exemplo, suponha que tenhamos de expressar a altura de um prédio
de 13,5 metros em milímetros. Observando a escala, temos que 1 mm corresponde
a 10-3m.
1��−10−3��−13,5�=13500��=13,5×103��
Agora, vamos calcular o volume de 0,456dm 3 de uma amostra de ácido
clorídrico em centímetros cúbicos.
0,456(��3)×10−3�31��3×1��310−6�3=456��3
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Módulo3

Grandezas físicas
Massa
Corresponde à grandeza relacionada à quantidade de material em um objeto;
sua medida é feita por meio de uma balança.

Balança analítica.
Corresponde à grandeza relacionada à quantidade de material em um objeto;
sua medida é feita por meio de uma balança. A unidade SI básica é o quilograma
(kg), porém é muito comum medir usando seus submúltiplos – grama (g) e miligrama
(mg).
Temperatura
É uma grandeza que está relacionada ao calor ou à frieza de um objeto. A
medida da temperatura é efetuada por termômetros. A escala de temperatura
normalmente adotada em estudos científicos é expressa em Celsius e Kelvin. A
escala Celsius, apesar de não ser uma unidade SI básica, é empregada no dia a dia
de muitos países. A escala Kelvin é a escala de temperatura presente no SI, e sua
unidade é o Kelvin (K). As escalas celsius e Kelvin relacionam-se conforme a
equação a seguir:
�=∘�+273,15
O grau Fahrenheit (⁰F) foi proposto por Daniel Gabriel Fahrenheit, em 1724, e
é uma escala utilizada em países de língua inglesa. Nos EUA, é utilizada no
cotidiano, porém não é empregada em estudos científicos. Na escala Fahrenheit, a
água congela a 32 ⁰F e ferve a 212 ⁰F. As escalas Celsius e Fahrenheit relacionam-
se conforme a equação a seguir:
∘�=95(∘�)+32
A imagem a seguir mostra a relação entre as três escalas: Celsius, Kelvin e
Fahrenheit.

Escalas termométricas.
Volume
Corresponde ao espaço ocupado por um corpo. A medida do volume pode ser
efetuada por pipetas, buretas e cilindros graduados ou provetas. A unidade básica
no SI é o metro cúbico, m 3. A unidade cm3 e litro (L) são frequentemente usadas na
Química. Existem 1.000L em 1m3, 1.000mL em um litro e 1mL em 1cm3.
Medição de volume.
Densidade
A densidade é a razão entre a massa e o volume de uma substância:
�=��
A unidade no SI é o quilograma por metro cúbico (kg/m 3), embora as unidades
mais utilizadas sejam o grama por centímetro cúbico (g/cm 3) e o grama por mililitro
(g/mL). A densidade é uma grandeza física que depende da temperatura, pois os
materiais sofrem contração ou dilatação de seu volume conforme a variação da
temperatura. Ao relatarmos a densidade, devemos especificar a temperatura.
Geralmente, analisamos e expressamos essa grandeza à temperatura ambiente.
A densidade também é conhecida como massa específica, que é diferente de
peso específico. O peso específico (γ) de uma substância corresponde à razão entre
o peso (P = m x g; onde m = massa e g = gravidade) e o volume (V) do corpo da
substância.
�=��
Diferentemente da densidade, o peso específico é expresso em Newton por
metro cúbico. Também pode ser expresso em dina/m 3 e kgf/m3.
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Módulo3

Análise dimensional
A análise dimensional é utilizada como apoio na resolução de problemas.
Para realizar a análise dimensional, incluímos as unidades durante todo o cálculo.
As unidades podem ser multiplicadas, divididas ou canceladas. Essa análise nos
auxilia a ter certeza de que as soluções para os problemas produzirão as unidades
corretas e a verificar possíveis erros nas resoluções.
Aplicamos um fator de conversão, que é uma fração cujos numerador e
denominador são as mesmas grandezas expressas em diferentes unidades. Por
exemplo: queremos converter 3,5m 3 em mililitros. Para efetuar a transformação da
unidade, montamos a seguinte análise.
 Mililitro =3,5(m̸3)×1000(L̸)1(m̸3)×1000(��)1(L̸)=3500000=3,5×106��
Se a unidade desejada não for obtida nos cálculos, significa que existe um
erro em alguma etapa dos cálculos. Devemos verificar cuidadosamente os fatores
de conversão aplicados.
Demonstração
Um farmacêutico em uma farmácia de manipulação precisa medir 0,1mL de
óleo essencial de lavanda para um creme que está preparando. Sem dispor de uma
vidraria capaz de medir tal volume, ele decide pesar a massa correspondente a esse
volume. Qual a massa, em gramas, que o farmacêutico deverá pesar? Expresse o
resultado em notação científica utilizando 2 algarismos significativos.
Dados: densidade do óleo de lavanda = 0,875g/cm³.
Resolução
Sabemos que 1cm³ equivale a 1mL, logo podemos dizer que a densidade é
0,875g/mL.
�=��0,875�/��=�0,1���=0,875���×0,1��=0,0875�
Sabemos a massa que será necessária pesar. Para colocarmos em notação
científica, devemos andar com a vírgula. Neste caso, como andaremos com a
vírgula para a direita, a potência será negativa. Teremos então 8,75 x 10- 2g, porém,
o enunciado nos pede que utilizemos apenas 2 algarismos significativos e, neste
momento, temos 3. Precisamos, então, arredondar a mantissa (8,75). Como temos o
número 7 seguido do número 5, arredondamos para cima ficando com a resposta
de
8,8 x 10-2g.
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Módulo3
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Mão na massa
Questão 1
O número 0,00000008000 tem:
A
1 algarismo significativo
B
2 algarismos significativos
C
3 algarismos significativos
D
4 algarismos significativos
E
5 algarismos significativos
Responder
Questão 2
Um experimento foi feito nos EUA e o cientista mediu em seu termômetro a
temperatura de 100°F. Um cientista brasileiro que deseja repetir esse experimento
deve observar que temperatura em seu termômetro? No SI, qual é a temperatura do
experimento?
A
37,7°C e 311K
B
37,8°C e 311K
C
37,7°C e 310K
D
37,8°C e 310K
E
38°C e 310K
Responder
Questão 3
Uma indústria multinacional quer padronizar seus processos de fabricação em
diversos países e, para tal, está colocando todos os procedimentos de acordo com o
sistema internacional de medidas. Se um desses procedimentos envolve o uso de
2.000mL de uma determinada substância, quantos m³ deverão constar no novo
procedimento?
A
0,002m³
B
0,02m³
C
0,2m³
D
2m³
E
20m³
Responder
Questão 4
Em um creme de óleo de semente de uva a 10% (p/v), qual é o volume de
óleo de semente de uva que está contido em 100g da amostra? Dados: densidade
do óleo = 0,890g/cm³.
A
11,3mL
B
11,2mL
C
10,2mL
D
8,9mL
E
8,8mL
Responder
Questão 5
Um cientista extraiu em seu laboratório um novo óleo derivado da semente de
um fruto da Amazônia. A fim de determinar a densidade do óleo, ele pesou os 2,3mL
obtidos e descobriu que sua massa corresponde a 2g. Qual é a densidade do óleo?
A
0,873
B
0,872
C
0,871
D
0,870
E
0,869
Responder
Questão 6
Uma formulação de xampu contém 2,5mL de óleo de coco, cuja densidade é
0,921g/mL. Qual a massa de óleo de coco contida nesta formulação?
A
2,3g
B
2,2g
C
2,1g
D
2,0g
E
1,9g
Responder
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M note_alt_black
Teoria na prática
Um aluno deve calcular a densidade de uma peça de metal cuja massa é 110,23g. Ele colocou
o objeto dentro de um cilindro graduado com 20,45mL de água. Ao fazer isso, o aluno
observou que o nível da água subiu para 26,27mL.

Qual a densidade do metal em quilograma por metro cúbico?

Ensaio de densidade.
Fechar soluçãoexpand_more

�=��=110,23(�)26,27(��)−20,45(��)=110,23(�)5,83(��)=18,9(�)
(��)�=18,9(g̸)(m̸�)×1(��)1000(g̸)×1000(m̸�)1(L̸)×1000(L̸))1(�3)=18900��/�3

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Módulo3
ódulo3
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Análise Dimensional
Neste vídeo, a professora Camille Chaves explica a análise dimensional por
meio da resolução de exercícios.
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Módulo3
emoji_events

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Dada a equação a seguir:
(273,15+1,5)×0,0824,35×8,005
Quantos algarismos significativos devem ser atribuídos ao resultado deste
cálculo?
A
Um algarismo significativo.
B
Dois algarismos significativos.
C
Três algarismos significativos.
D
Quatro algarismos significativos.
E
Cinco algarismos significativos.
Responder
Questão 2
Um técnico de laboratório preparou uma solução de hidróxido de sódio, para
uso de ajuste de pH em reações, com concentração igual a 0,02mol/L. Qual é a
massa utilizada no preparo de uma solução de 250mL? Dados: Na = 23g/mol; O =
16g/mol e H = 1g/mol.
A
0,02mg.
B
0,20mg.
C
2,00mg.
D
20,00mg.
E
200,00mg.
Responder
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Módulo3

Considerações finais
Visitamos os principais eventos históricos que culminaram no
desenvolvimento da Química como ciência e em sua consagração como ciência
moderna. Vimos que filósofos gregos e cientistas buscavam a definição de átomo,
matéria e elemento químico.
Após estudarmos como foi a busca sobre a definição de matéria pelos
filósofos e cientistas, aprendemos que matéria é tudo aquilo que tem massa e ocupa
um lugar no espaço. Vimos também que a matéria pode ser classificada segundo
seu estado físico (sólido, líquido e gasoso) ou segundo sua composição (elemento,
composto e mistura).
Aprendemos a diferenciar uma substância pura de uma mistura por meio da
análise da curva de aquecimento. Uma substância pura terá sempre as
temperaturas de fusão e ebulição constantes.
Finalmente, vimos o conceito de medida, a diferença entre exatidão e
precisão. Uma análise pode ser exata e precisa, exata, mas não precisa, e vice-
versa. Aprendemos a analisar os algarismos significativos e a efetuar a conversão
das unidades por meio da análise dimensional.
headset
Podcast
Neste podcast, o mestre Dijan Alves fala sobre os principais conceitos
relacionados ao histórico da química, à matéria, suas propriedades e as
transformações que sofre.
00:00
08:47
Press Enter or Space to show volume slider.
speed1x
Referências
BRADY, J. E.; HUMISTON, G. E. Química Geral. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC,
1986. p. 12-19. cap. 1.
BROWN, T. L.; LEMAY, H. E.; BURSTEN, B. E. Química, a ciência central.
9. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. p. 2-38. cap. 1.
OLIVEIRA, O. M. M. F.; JUNIOR, K. S.; SCHLUNZEN, E. T. M. Química. São
Paulo: Cultura acadêmica – Universidade Estadual Paulista: Núcleo de Educação à
Distância, 2013. p. 30.
SKOOG, D. A; WEST. D. M; HOLLER, F. J.: CROUCH, S. R. Fundamentos
de Química Analítica. 8. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010. cap. 5.
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Veja como Bernard Vidal aborda o conceito de matéria na Pré-História e na
Antiguidade no capítulo 1 do livro História da Química.
Leia o artigo As possíveis origens da Química moderna (Química Nova, v. 16,
n. 1, 1993) e conheça um pouco mais sobre a origem da Química como ciência.
Leia o livro “Os Botões de Napoleão: As 17 moléculas que mudaram a
história”, de Penny LeCouteur e Jay Burreson, publicado pela editora Zahar.
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Conclusão

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