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RESUMO DO LIVRO:
“ PERCURSOS DE HISTÓRIA DA QUÍMICA”
Feira de Santana, BA
O livro "Percursos de História da Química", escrito por Ana Maria Alfonso-
Goldfarb, Márcia H. M. Ferraz, Maria Helena Roxo Beltran e Paulo Alves Portos é
dividido em quatro capítulos, onde nos dois primeiros traz aspectos sobre o
pensamento alquímico na Antiguidade e as idéias alquímicas sobre a matéria no
século XVI e XVII, e nos últimos, a importância da “química flogística” do século
XVIII e os impactos das ideias de Lavoisier.
O primeiro capítulo do livro apresenta concepções que serviram como base
para o pensamento alquímico. Os autores iniciam abordando que a definição atual
da Química não expressa a ideia do trabalho em laboratório. No entanto, os
pensadores da Antiguidade tentavam explicar a composição da matéria e suas
relações com o universo, dessa forma. As “artes” podem ser consideradas como
um dos saberes mais antigos sobre a transformação de materiais. As artes da
metalurgica e da mineração fundamentaram a geração de metais, sendo este
considerado um dos fundamentos da alquimia, isto é, a convicção na possibilidade
de transformar metais comuns em ouro.
Mais adiante é falado sobre a crença de que a matéria era composta por
quatro elementos básicos - terra, ar, fogo e água - onde cada elemento tinha uma
qualidade diferente, que poderia ser controlada e utilizada para produzir mudanças.
Ainda nesse aspecto, é apresentada a concepção de Aristóteles, para o qual a
matéria seria um abstrato amorfo, que acrescentado de qualidades imateriais, daria
origem aos elementos. Essas qualidades seriam: quente, úmido, frio e seco. O fogo
seria “quente e seco” e o ar “quente e úmido”, por exemplo. Entretanto, em cada um
desses elementos prevalecia uma qualidade, que podia ser vista em outro elemento.
Assim, era possível transformar um elemento no outro, o que explicaria a
diversidade de materiais encontrados na natureza. Foi com base nessas
concepções que se fundamenta filosoficamente a ideia alquimia de transmutação de
metais.
Além disso, o capítulo traz as contribuições dos árabes, que também
desenvolveram teorias para explicar a origem, composição e transformação da
matéria. A teoria enxofre-mercúrio, admitia que os materiais seriam originados por
meio da fecundação do mercúrio através do enxofre, num processo de fermentação,
e seriam gerados outros metais e minerais. Dentre os alquimistas árabes, tem
destaque Razes (nome latino), que enfatiza uma sequência de procedimentos
práticos como fundamento da alquimia. A primeira operação é a purificação do
material de partida, seguida da fusão, dissolução e por fim, solidificação. Se bem
sucedido o processo, o “elixir” seria o produto final.
Essa ideia gerou influência por parte da religião na alquimia, já que muitos
alquimistas acreditavam que suas práticas estavam relacionadas com a busca pela
verdade divina. Alguns, inclusive, acreditavam que a alquimia poderia ajudá-los a
encontrar o elixir da vida, que lhes permitiria viver para sempre. Eles também
defendiam a existência de uma quinta essência, chamada de éter ou quintessência,
que seria responsável por manter o universo em equilíbrio.
Avançando-se, o capítulo seguinte apresenta as ideias contrárias que
surgiram mediante esses pensamentos. Se opondo às ideias de Aristóteles, ganha
destaque Paracelso, que buscava uma verdadeira interpretação cristã da Natureza.
A criação da Natureza era vista por ele como um processo alquímico de separação,
assim, o mundo seria interpretado como sendo operado por um processo “químico”,
e a “química” seria a chave para o conhecimento da Natureza. O homem deveria
estudar a natureza por meio da observação direta dos fenômenos ou através do
trabalho em laboratório. Essa linha de pensamento recebeu o nome de iatroquimica.
E nessa visão, a Alquimia consistia na separação entre o que é puro e o que é
impuro.
Paracelso fundou a teoria tria prima, ou os três princípios, que constituiriam
toda a matéria. Isto é, ele modificou as antigas idéias dos alquimistas árabes sobre
a composição dos metais (teoria enxofre-mercúrio), adicionando um terceiro
princípio, o sal. Todavia, coube aos seus seguidores, os chamados "filósofos
químicos", difundir suas ideias. Dentre eles, os autores destacam o médico belga
J.B.Van Helmont, a quem deve-se a criação do conceito de gás. Van Helmont
observou que determinados procedimentos, eram capazes de produzir “corpos
aeriformes” a partir de corpos “fixos”. Assim, para designar as substâncias
aeriformes produzidas a partir de corpos constituídos de água elementar
transformada por fermento, nomeou-se como gás.
Surgem também no século XVII as idéias mecanicistas, que se baseiam na
concepção de que o universo fosse uma grande máquina, e que seus componentes
deveriam ser estudados de forma separada. Robert Boyle, filosofo mecanicista,
admitia que a matéria fosse constituída de partículas. Boyle realizou vários
experimentos sobre o ar atmosférico. Essa nova forma de estudar a natureza
considerava que os experimentos eram a base para elaboração e verificação das
ideias explicativas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS