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Escola Secundária Cristo Rei – Gorongosa

Texto de apoio – Química 11a Classe

História de Química
A história da química, tal como a história de outras ciências, procura estudar o percurso do
processo de formação do conhecimento químico ao longo de diferentes períodos da evolução da
humanidade até ser o que ela é hoje.
Inicialmente, a história da química, tinha como objetivo imortalizar os efeitos dos químicos e
outros cientistas que contribuíram no passado para a formação do conhecimento existente na
época. Mais tarde a história das ciências passou a se preocupar com o processo de formação de
conhecimentos numa determinada área de saber, procurando destacar erros cometidos por outros
cientistas no passado, ridicularizando os seus efeitos a luz dos conhecimentos da época.
.
Período histórico da evolução da humanidade
1. A química no período pré-histórico (500000A.C – 4000A.C)
1.1. Subperíodo paleolítico (500000A.C – 10000A.C)
O principal marco deste subperíodo é a descoberta e utilização do fogo para confeccionarem os
alimentos e fabricar instrumentos de trabalho como flechas, lança e outros objetos.
1.2. Subperíodos neolíticos (10000A.C – 4000A.C)
Neste subperíodo é marcado com o incremento de técnica de fundição de metais como bronze,
ferro, cobre e ouro.

2. A química no período da idade antiga (4000A.C – 476D.C)


Os conhecimentos químicos antiguidade estavam centrados na prática da metalurgia, produções
de usos doméstico em pequenas indústrias. Nesta época, tentou-se desenvolver um sistema
teórico fundamentado na razão e no raciocínio. Destaca-se dos seus trabalhos a teoria dos
elementos e a teoria da matéria (atomismo).

3. A química na idade media (476D.C – 1453D.C)


Neste período houve pouco progresso económico, científico e tecnológico, daí que por volta do
seculo XV, este período foi pejorativamente designado como idade das trevas ou uma longa
noite de mil anos.
A prática química característica, durante esse período, era a alquimia (ascendeu-se na média mas
já era praticado na antiguidade) – prática de transformação da matéria, baseada em alguns casos
na magia, misticismo e com base matérias.

4. A química durante a idade media (1453D.C˗1789D.C)


Este período é marcado pela produção de instrumentos, aparelhos e dispositivos técnicos para
resolver os problemas da indústria, aumentar produção e produtividade de materiais que
necessitam e também foram realizadas observações e experiencias orientadas para investigação
de novos materiais.

5. A química durante a idade contemporânea (1789˗actualmente)


Nos finais do século XIX e princípio de século XX, nascia química moderna como resultado de
contradição entre o modelo atómico de Dalton e Newton e as novas descobertas na área da física.
A química já se tinha afirmado como ciência autónoma nos finais do século XVII, alguns
trabalhos de químicos foram: classificação dos elementos, estrutura atómica, estudo das
soluções, ligação química, cinética e equilíbrio químico, termoquímica, catálise e entre outros.

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Compilado por Hermes Augusto Chaúque
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Exercícios
1. De que modo o fogo ajudou os seres humanos primitivos?
2. Qual era base da teoria atómica e da teoria dos elementos?
3. Quais eram os quatro elementos fundamentais de Aristóteles?
4. No pensamento de Demócrito, como a matéria era formada?
5. O que os alquimistas pretendiam obter com o elixir da longa vida? O que os alquimistas
pretendiam obter com a pedra filosofal?
6. Quem é considerado como o pai da química moderna?
7. O que é a química?
8. Qual é o objecto de estudo da química?
9. Quais são as características do método científico?

A química como ciência


A química e uma ciência que estuda as propriedades da matéria, as transformações da matéria e
as energias envolvidas nessas transformações. A química é muitas vezes chamada de ciência
central, pois um conhecimento básico da química é essencial para estudantes de biologia, física,
geologia, ecologia e de muitas outras áreas. De facto, é central para o nosso modo de vida: sem
ela viveríamos vidas mais curta em condições que consideraríamos primitivas, sem automóvel,
eletricidade, comutadores, CD e muitos outros artigos utilitários do dia-a-dia.

As características do método científico


Método científico representa a metodologia que define ou diferencia o conhecimento da ciência
de outros tipos de conhecimento. São três os métodos científicos básicos (indutivo, dedutivo e
hipotético ou de verificação de hipóteses), que costumam aplicar as ciências naturais em
contraposição as chamadas ciências humanas, embora haja outros.

Passos do método científico


1º Observação: quase todas as investigações científicas começam por uma observação que
desperta a curiosidade ou suscita uma questão.
2º Formação de pergunta: o propósito de pergunta é estreitar o foco da investigação e
identificar o problema em termos específicos.
3º Hipótese: todas as perguntas anseiam por respostas, neste caso, uma possível resposta é
sugerida em forma de hipótese.
4º Experiencia controlada: a experiencia é montada de modo a testar uma hipótese específica.
5º Análise de dados e conclusão: durante uma experiencia, os cientistas reúnem dados
quantitativos e qualitativos, para provar ou negar uma hipótese.

Exercícios
1. O que é matéria? Como pode se apresentar a matéria?
2. O que é fenómeno físico? O que é fenómeno químico?
3. Indique as propriedades gerais da matéria?
4. Como se costuma retardar o processo de enferrujamento, por exemplo, de um portão de
ferro?
5. Antigamente, tubos de ferro eram utilizados em instalações de água nas residências. Hoje
preferem-se tubos de plástico. Por quê?
6. Quais são as etapas usuais de uma pesquisa científica?

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7. Um estudante estava pesquisando um fenómeno e queria seguir corretamente as etapas do


método científico. Em qual das sequências abaixo estão citadas, em ordem correta porém
não necessariamente consecutiva, quatro etapas que ele teria seguido?
a) Observação, experimentação, formulação de leis e criação de teoria.
b) Criação de teoria, formulação de leis, experimentação e observação.
c) Experimentação, levantamento de hipóteses, criação de teoria e observação.
d) Levantamento de hipóteses, organização de dados, observação e formulação de leis.
e) Observação, criação de teoria, formulação de leis e organização de dados.

Matéria é tudo o que tudo tem massa, ocupa lugar no espaço e possui propriedades que podem
ser medidos. Por exemplo: Madeira, metal, ar, etc.

Propriedades gerais da Matéria


São as propriedades observadas em qualquer corpo, independentemente da substância de que é
feito.
1º Extensão (volume) – propriedades que a matéria tem de ocupar um lugar no espaço.
2º Inércia – Propriedade que a matéria tem de permanecer na situação em que se encontra, quer
seja em movimento ou em repouso.
3º Impenetrabilidade – Propriedade que matéria tem de dois corpos não poderem ocupar,
simultaneamente, o mesmo lugar.
4º Compressibilidade – Propriedade da matéria que consiste em ter volume reduzido quando
submetida a determinada pressão.
5º Elasticidade – Propriedade que a matéria tem de retornar ao seu volume inicial após
terminada a força exercida que causou a compressão.
6º Divisibilidade – Propriedade que a matéria tem de se reduzir em partículas muito pequenas.
7º Indestrutibilidade – A matéria não se cria nem se destrói, apenas se transforma.

Exercícios
1. O que entende por propriedades específicas da matéria?
2. Quais são os estados físicos da matéria?

Propriedades específicas da matéria


São propriedades que variam conforme as substâncias de que a matéria é feita que permite
identificar uma determinada espécie da matéria.
1. Organolépticas: Cor, sabor, odor e brilho.
2. Física
a) Dureza é a propriedade da matéria em resistir, de forma permanente, a deformação
quando sujeito a uma forca.
b) Maleabilidade: é a propriedade que permite que a matéria seja moldada e deformada.
c) Ductibilidade: é a propriedade que permite que o material seja sujeito ao estiramento
para se obter fios finíssimos.
d) Densidade (d) é a razão entre massa (m) de substancia e o volume (l) por ela ocupada.
e) Magnetismo: é a propriedade que a substancia tem de ser atraída por um ímam e estas
substâncias são designadas por substâncias magnéticas.
f) Ponto de ebulição corresponde ao valor característico de temperatura ao qual a
substância passa de estado líquido ao estado gasoso.

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g) Ponto de fusão corresponde ao valor característico de temperatura ao qual a substância


passa de estado sólido ao estado líquido.
h) Calor específico (c) é a razão entre a quantidade de calor, ΔQ, que é absorvida ou
libertada quando um corpo é aquecido ou arrefecido, e o produto da variação de
temperatura, Δθ, pela sua massa, m.
i) Estado físico da matéria
1º Estado gasoso, caracteriza-se por apresentar densidade menor do que a dos sólidos e dos
líquidos, não tem forma fixa e tem volume indefinido, o espaço entre as partículas é maior que as
próprias partículas e podem ser comprimidos com facilidade.
Exemplo: fumo, gás, vapor, etc.
2º Estado líquido, caracteriza-se por apresentar volume definido mas forma indefinida, com
partículas dispostas entre si de maneira firme mas não rígida e as partículas movem-se
livremente.
Exemplo: água, gasolina, petróleo, etc.
3º Estado sólido, caracteriza-se por apresentar volume e forma definida, com partículas
rigidamente dispostas umas em relação as outras.
Exemplo: pedra, giz, etc.

Mudanças de estado físico

Fusão vaporização
Sólido Líquido
Solidificação condensação Gasoso
(liquefação)

Sublimação

Exercícios
1. Porquê um sólido tem forma definida e um líquido não?
2. Porquê um líquido tem volume definido e um gás não?
3. Porquê um gás pode ser comprimido facilmente e um sólido não pode ser comprimido de
forma apreciável?
4. O que entende por propriedades funcionais?
5. Cite três materiais comuns retirados do solo.
6. Costuma-se dizer que a água é um líquido. Isso é sempre verdade?
7. Cite três materiais gasosos que você conhece.
8. O que é estado físico (ou de agregação) da matéria? Quais são esses estados?
9. O que é mudança de estado físico (ou de agregação)?
10. Numa praia, em pleno verão, um estudante de Química observou que o carrinho de picolé
usava “gelo-seco” para retardar o degelo dos picolés. Pediu à vendedora um pedaço do
gelo e colocou-o num copo com água, ocorrendo formação de “fumaças brancas”.
Observou-se então o fenômeno de:
a) evaporação. b) fusão. c) sublimação. d)
gaseificação.

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11. Quais das propriedades a seguir são as mais indicadas para verificar se é pura uma certa
amostra sólida de uma substância conhecida?
a) cor e densidade b) cor e dureza c) ponto de fusão e densidade d) cor e ponto de
fusão
12. Actualmente, é comum encontrar, nas prateleiras de supermercados, alimentos
desidratados, isto é, isentos de água em sua composição. O processo utilizado na
desidratação dos alimentos é a liofilização. A liofilização consiste em congelar o
alimento a uma temperatura de -197 °C e depois submeter o alimento congelado a
pressões muito baixas. Na temperatura de -197 °C, a água contida no alimento encontra-
se no estado sólido e, com o abaixamento de pressão, passa directamente para o estado de
vapor, sendo então eliminada. A afirmação correta é:
a) No processo de liofilização, a água passa por uma transformação química, produzindo H2
e O2, que são gases.
b) No processo de liofilização, a água passa por um processo físico conhecido como
evaporação.
c) No processo de liofilização, o alimento sofre decomposição, perdendo água.
d) No processo de liofilização, a água passa por uma transformação física denominada
sublimação.

Propriedades funcionais da matéria


São propriedades observados somente em determinado grupo de matéria. Esses grupos são
chamados de funções químicas, sendo as principais os ácidos, as bases, os sais e os óxidos.

Classificação da matéria
Matéria

Misturas Substâncias

Homogéneas Heterogéneas Compostas Simples

Elementares Moléculas
Mistura é combinação de duas ou mais substâncias em que estas conservam as suas
propriedades. As misturas não tem composição fixa.
Substância é uma forma da matéria com composição definida e propriedades determinadas.

Classificação da Mistura
a) Quanto ao estado físico de todos os seus componentes
Sólida – Exemplo: os minerais e as ligas metálicas.
Líquida – Exemplo: água da torneira, água do mar e leite.
Gasosa – Exemplo: ar e os combustíveis gasosos comerciais.
b) Misturas homogéneas – se apresenta uniforme e não é possível distinguir, mesmo com
um microscópio, os constituintes dessa mistura.
Exemplo: água da torneira, ligas metálicas, etc.

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c) Misturas heterogéneas – se apresenta aspecto não uniforme e é possível distinguir


alguns ou todos os componentes da mistura, a olho nu.
Exemplo: água barrenta, água e giz, etc.

Exercícios
1. O que é mistura?
2. O que é mistura homogénea? O que é mistura heterogénea?
3. Quantas fases tem uma mistura homogénea? E quantas fases tem uma mistura
heterogénea?
4. Diga os métodos de separação de misturas homogénea e heterogénea?

Métodos de separação de misturas


Destilação é uma técnica de separação dos componentes de uma mistura homogénea, constituída
por um sólido dissolvido num líquido, um líquido misturado com outro líquido ou uma mistura
gasosa.
Destilação simples é utilizada, por exemplo, para separar os componentes de uma mistura
homogénea constituída por um sólido e um líquido.
Destilação fraccionada é utilizada para separar os componentes de uma mistura homogénea
constituída por dois ou mais líquidos com pontos de ebulição diferentes.
Cromatografia é um processo físico para separar e identificar os componentes de uma mistura e
baseia-se nas diferentes velocidades de arrastamento dos solutos por um determinado solvente
num meio apropriado.
Cromatografia de papel, neste tipo de cromatografia, o eluente (mistura de solvente) difunde-se
ao longo de uma tira de papel, que serve, simultaneamente, como suporte e como adsorvente.
Cromatografia de camada fina, neste tipo de cromatografia, a fase estacionária é sempre um
sólido (ou interface líquido-sólido) e a fase móvel pode ser um líquido ou um gás (eluente). O
factor que condiciona a separação é a diferença de afinidade que as substâncias a separar têm
entre a fase estacionária que pode ser gel sílica, alumina (Al2O3) ou um determinado tipo de
celulose e a fase móvel um solvente apropriado.
Dissolução fraccionada é um processo utilizado para separar dois ou mais sólidos. Consiste em
tratar a mistura com um solvente que dissolva apenas um dos componentes. Em seguida filtra-se
e por evaporação do solvente, recupera-se o sólido dissolvido. Exemplo: mistura de sal e areia
Separação magnética é um processo utilizado para separar misturas sólido-sólido quando um
dos componentes é atraído por um íman.
Exemplo: mistura de limalha de ferro e enxofre.
Centrifugação pode acelerar-se a sedimentação fazendo uso de uma centrífuga.
Cristalização fraccionada é um método de separação de uma mistura de sólidos solúveis por
dissolução num solvente adequado seguido de diminuição lenta da temperatura. O componente
menos solúvel cristaliza primeiro, deixando os outros em solução. Por controlo da temperatura é
por vezes possível retirar os componentes, um de cada vez.
Liquefaccão fraccionada, neste processo, uma mistura de gases passa por processo de
liquefacção e, posteriormente, pela destilação fraccionada.
Exemplo: mistura de oxigénio e nitrogénio.
Sedimentação é um processo usado para separar as fases de mistura heterogéneas constituídas
por um sólido e um líquido, por líquidos imiscíveis ou por um sólido e um gás.
Exemplo: mistura de água e areia.

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Levigação é uma técnica para separar os elementos mais densos dos menos densos utilizando
água corrente.
Exemplo: separação do ouro das areias auríferas.

Exercícios
1. O que entende poe decantação?
2. Diga como separaria as misturas seguintes: (água barrenta); (ar atmosférico); (açúcar e
areia); (água de mar e iodo) e (componentes do sangue).

Diferença entre elemento químico e substância elementar


Elemento químico, representados na tabela periódica, representam átomos com o mesmo
número atómico.
Os elementos químicos não apresentam propriedades químicas nem físicas, porque não são
substâncias.
Exemplos: 8O16, 6C12, 1H1,etc.
Substância elementar é uma forma da matéria constituída por átomos do mesmo elemento.
Exemplos: Diamante (C), gás de oxigénio, fósforo (P4), etc.

Diferença entre mistura e composto químico


Mistura é um material constituído por duas ou mais substâncias diferentes, assim caracterizado:
 Não perda das propriedades individuais dos seus componentes;
 Não se forma uma substância nova;
 Tem composição variável;
 Tem densidade, pontos de fusão, pontos de ebulição e outras propriedades variáveis em
função da sua composição.
Composto químico ou substância composta é todo material que se caracteriza por apresentar:
 Unidades estruturais (moléculas, conjuntos iónicos) quimicamente iguais entre si;
 Composição fixa de que decorrem propriedades com valores fixos, como densidade,
pontos de fusão e de ebulição, etc.
 Tem pontos de fusão e de ebulição constantes;
 Possibilidade de representação por uma fórmula, porque tem composição fixa;
 Não conservação das propriedades dos seus elementos constituintes.

Exercícios
1. Qual é a diferença entre símbolo químico e fórmula química?
2. Como são classificadas as substâncias químicas quanto ao número de átomos?
3. O que é uma reacção química?
4. Como são classificadas as reacções químicas?
5. Você não é obrigado a saber, de cor, os nomes e os símbolos de todos os elementos
químicos. Entretanto é útil conhecer os nomes e os símbolos dos elementos mais comuns.
Sendo assim, responda quais são os símbolos dos seguintes elementos: hidrogénio,
potássio, carbono, fósforo, cálcio, chumbo, cádmio, flúor, cromo e ferro.
6. Como no exercício anterior, escreva os nomes dos seguintes elementos químicos: Na, Cl,
S, Br, Si, Al, Sn, Ag, Au e Hg.
7. De que é formada uma substância?
8. Qual é o nome da representação escrita de cada substância?

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9. O que é uma substância simples? e) O que é uma substância composta?


10. Os símbolos Cl, Cl2 e Cl- representam, respectivamente:
a) O átomo do elemento cloro, a molécula da substância simples cloro e o anião cloreto.
b) A molécula da substância simples cloro, o elemento cloro e o átomo de cloro
eletronegativo.
c) A molécula da substância simples cloro, a molécula da substância cloro e o átomo do
elemento cloro.
11. O átomo do elemento cloro, a molécula da substância composta cloro e o catião cloreto.

Reacção química é a transformação da matéria na qual ocorre mudanças qualitativas na


composição química de uma ou mais substâncias reagentes resultando em um ou mais produtos.
Para representar uma reacção química, usa-se uma escrita especial designada equação química
1º Membro 2º Membro
Exemplo: 2 H2(g) + O2(g) → 2 H2O(g)
Reagentes transformação produto

Classificação das reacções químicas


1. Quanto ao número de participantes
a) Uma reacção de síntese (ou de composição) ocorrem quando duas ou mais substâncias
reagem, produzindo uma única substância mais complexa.
Exemplo: C(s) + O2(g) → CO2(g)
b) Uma reacção de análise (ou de decomposição) ocorrem quando uma substância se
divide em duas ou mais substâncias de estrutura mais simples.
Exemplo: 2 KClO3(s) → 2 KCl(s) + 3 O2(g)
Observação:
Pirólise – decomposição pelo calor (na indústria é chamada também de calcinação ou
termólise): 2 Cu(NO3)2(s) → 2 CuO(s) + 4 NO2(g) + O2(g)
Fotólise – decomposição pela luz: 2 H2O2(aq) → 2 H2O(l) + O2(g)
Electrólise – decomposição pela electricidade: 2 H2O(l) → 2 H2(g) + O2(g)
2. Quanto ao aspecto energético
a) Uma reacção diz-se exotérmica quando a reacção ocorre com libertação de calor
(energia), isto é, a energia final é menor em relação a energia inicial.
Exemplo: C(s) + O2(g) → CO2(g) + calor
b) Uma reacção diz-se endotérmica quando a reacção ocorre com absorção de calor
(energia), isto é, a energia final é maior em relação a energia inicial.
Exemplo: N2(g) + O2(g) + calor → 2 NO(g)
3. Quanto à transferência de partículas
a) Transferência de protões – quando há transferência de protões significa que um ácido
está a reagir com uma base, em grande ou pequena extensão: reacção ácido-base.
Exemplo: HCl(aq) + H2O(l) ↔ Cl-(aq) + H3O+(aq)
b) Transferência de electrões – quando há transferência de electrões significa que um
redutor (ou espécie oxidada) está a reagir com um oxidante (ou espécie reduzida):
reacção oxidação-redução.
Reacção de redução
Exemplo: CuO(s) + C(s) Cu(s) + CO(g)
Reacção de oxidação

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4. Quanto a função química


a) Reacções inorgânicas são reacções químicas em que as substâncias que reagem são
substâncias inorgânicas.
Exemplo: KCl(aq) + HNO3(aq) → HCl(aq) + KNO3(aq)
b) Reacções orgânicas são reacções químicas em que as substâncias que reagem são
substâncias orgânicas.
Exemplo: CH3COOH(aq) + CH3-OH(aq) → CH3COOCH3(aq) + H2O(l)

Exercícios
1. O que entende por fenómeno físico e fenómeno químico? E dê os respectivos exemplos.
2. Qual é a composição da molécula da água?
3. Como são denominadas as substâncias iniciais e as finais participantes de um fenómeno
químico?
4. Como é denominada a escrita especial que indica uma reacção química?
5. Quais são as manifestações mais frequentes e perceptíveis que indicam a ocorrência de
uma reacção química?
6. Uma transformação química pode ser exemplificada pela:
a) Evaporação da água do mar. c) Fusão do gelo.
b) Digestão dos alimentos. d) Sublimação do naftaleno.
7. Entre as transformações citadas a seguir, aquela que não representa um fenômeno
químico é:
a) O cozimento de um ovo. c) O amadurecimento de uma
fruta.
b) O azedamento do leite. d) A formação de orvalho.
8. Dos processos abaixo, o que não envolve reacção química é:
a) A planta clorofilada produzindo alimentos a partir de gás carbónico e água em presença
de luz solar.
b) Obtenção de sal a partir de água do mar.
c) Enferrujamento de um prego exposto ao ar.
d) A combustão da gasolina no motor de um automóvel.
9. O que são reações exotérmicas? O que são reações endotérmicas?
10. Quando uma reação química pode ser classificada como reação de síntese? Quando uma
reação química pode ser classificada como reação de análise?
11. Dentre os fenômenos abaixo, quais são os que liberam e quais os que consomem energia?
a) Queima de gasolina c) evaporação do álcool e) derretimento do
gelo
b) explosão da pólvora d) subida de um foguete
12. São características das reacções químicas (escolha as alternativas correctas):
a) Formarem novo(s) material(is) ou substância(s);
b) Serem reconhecidas pelas diferenças entre propriedades físicas dos reagentes e produtos;
c) Ocorrerem com conservação de massas e segundo proporções fixas entre reagentes e
produtos;
d) Serem representadas por equações químicas;
e) Ocorrerem com rearranjos de átomos;
f) Ocorrerem absorvendo ou liberando energia.

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13. As seguintes mudanças de cor são evidências de reacções químicas em todos os casos,
excepto:
a) A palha de aço húmida passa, com o tempo, de acinzentada para avermelhada.
b) O filamento de uma lâmpada acesa passa de cinza para amarelo esbranquiçado.
c) Uma fotografia colorida exposta ao sol se desbota.
d) Água sanitária descora uma calça jeans.
e) Uma banana cortada escurece com o passar do tempo.
14. Certas propagandas recomendam determinados produtos, destacando que são saudáveis
por serem naturais, isentos de “química”. Um aluno atento percebe que essa afirmação é:
a) Verdadeira, pois o produto é dito natural porque não é formado por substâncias químicas.
b) Falsa, pois as substâncias químicas são sempre benéficas.
c) Verdadeira, pois a Química só estuda materiais artificiais.
d) Enganosa, pois confunde o leitor, levando-o a crer que “química” significa não-saudável,
artificial.

Unidade de massa atómica (u.m.a)


Surgiu então entre os químicos a ideia de usar um certo átomo como padrão de pesagem dos
demais átomos e moléculas. Actualmente, o padrão escolhido é o átomo do isótopo de carbono
de número de massa igual a 12 (é o átomo que possui 6 protões e 6 neutrões em seu núcleo). A
esse átomo foi atribuída arbitrariamente a massa 12 (para coincidir com seu número de massa);
então, desse átomo separou-se uma fracção correspondente a 1/12, que é usada como unidade
internacional para a medida das massas atómicas e moleculares. Assim, resulta a definição:
Unidade de massa atómica (u.m.a) é igual a 1/12 da massa de um átomo de isótopo de
carbono-12 (C12).
Massa atómica (MA) é a massa do átomo medida em unidades de massa atómica (u.m.a).
Massa molecular é a massa da molécula medida em unidades de massa atómica (u.m.a) que se
obtém somando as massas atómicas de todos os átomos presentes na molécula.

Mole e massa molar


Mole, de acordo com o sistema internacional de unidades (SI), é a quantidade da matéria de um
sistema que contém tantas entidades elementares (átomos, moléculas ou outras partículas),
quantas existem em 0,012 kg de carbono-12.
Um mole tem aproximadamente 6,02.1023 partículas. Esse valor foi dado o nome de número de
Avogadro, em homenagem ao cientista italiano Amadeo Avogadro.
Portanto, um mole de átomos de carbono-12 tem exactamente 12 g de massa e contém 6,02.1023
átomos.
N = n*NA n = número de mole; N = número de partículas presentes numa amostra; NA =
número de Avogadro.
Massa molar (M) é a massa, em gramas, de uma mole de uma substância. Portanto, a massa de
carbono-12 em grama, designa-se por massa molar.
m = n*M n = número de mole; m = massa, em grama, de uma substância.

Lei de Avogadro. Volume molar das substâncias gasosas


Em 1811, Avogadro estabeleceu que volumes iguais de gases diferentes medidos nas mesmas
condições de pressão e temperatura, contém o mesmo número de partículas.

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Quando um mole de uma substância gasosa é dividida pela sua densidade nas CNPT, obtém-se o
valor de 22,4 L/mol. Este volume pode ser determinado experimentalmente e é designado por
volume molar (Vm).
V = n*Vm n = número de mole; V = volume, em litros, de uma substância gasosa.
Exemplo: N2 ====> Mm = 28g/mol; d = 1,25g/L e Vm = 22,4 L/mol
Observação: CNPT é quando a pressão é de 1 atm (101,3Kpa) e temperatura de 0o C (273,15K).

Exercícios
1. Quantas moles há em:
a) 6,72 litros de gás nitrogénio.
b) 7,2 litros de amoníaco.
2. Complete as frases que se seguem:
a) O nome que se dá ao volume ocupado por uma mole de qualquer gás é…………………
b) A massa de uma substância expressa em gramas por mole recebe o nome de……………
c) O nome do cientista dado ao número 6,02.1023 como homenagem………………………
3. Determina o volume ocupado por 0,5mol de dióxido de carbono nas C.N.T.P.
4. Qual é o volume ocupado por 84g de gás nitrogénio (N2) em C.N.T.P?
5. Suponha que para escrever as palavras “Escola Secundária Cristo Rei de Gorongosa”, um
aluno gastou 0,09 g de grafite (C). Qual é o número de átomos de carbono que gastou,
sabendo que a massa atómica de C = 12.
6. Calcule as massas moleculares das seguintes substâncias: C2H6, SO2, CaCO3, NaHSO4,
CH3COONa, (NH4)3PO4, Fe4[Fe(CN)6]3 e Na2CO3.10H2O.
7. Calcula massa molar de cada uma das substâncias: NaOH, Al2S3, AlCl3, K2SO4,
Ca(OH)2, NaCl, H3PO4, H2SO4, C6H12O6 e HNO3.
8. Quantos átomos de sódio existem em 10g desse metal?
9. Quantas moléculas de dióxido de carbono existem em 352g desse gás?
10. Calcule o número de mole de cada uma das seguintes quantidades de massa:
a) 2,1g de NaHCO3
b) 525g de CaCl2
c) 5g de CO2
d) 25g de HCl
11. Calcule a massa de cada um dos seguintes número de mole:
a) 0,6mole de Na2SO4
b) 3 mole de H2
c) 0,75mole de H2O
d) 1,5 mole de O2
12. Pesou-se uma peça artística de estanho e obteve-se 125,4g. Quantos átomos tem esta
amostra de estanho.
13. Submetida a um tratamento médico, uma pessoa ingeriu um comprimido contendo 45 mg
de ácido acetilsalicílico (C9H8O4). Considerando a massa molar do C9H8O4 180 g/mol, e
o número de Avogadro 6,02.1023, qual é o número de moléculas da substância ingerida?
14. A balança mais precisa pode detectar uma variação de aproximadamente 10-8 g. Quantos
átomos de ouro existiriam em uma amostra desse peso? (Massa atómica: Au = 197).
15. Determine o número de átomos de hidrogénio contidos em 100,0 g de álcool etílico
(C2H6O).

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16. Quando bebemos água, normalmente a tomamos na forma de goles. Sabendo-se que 1
gole de água ocupa em média o volume de 18 cm3 e que a densidade da água é 1 g/cm3 a
4 °C, qual o número de moléculas de água ingeridas de cada vez? (Massas atómicas: H =
1 u; O = 16 u).
17. Um químico possui uma amostra de cobre (dado: 29Cu64). Qual é a massa, em gramas,
dessa amostra, sabendo-se que ela é constituída por 3,01.1023 átomos?
18. Qual é a massa correspondente a três moles de benzeno (C6H6)?
19. 1,8.1023 moléculas de uma substância A têm massa igual a 18,0 g. Qual é a massa molar
de A, em g/mol?
20. Comparando-se massas iguais dos seguintes metais, tem maior número de átomos o:
a) Li b)K c) Fe d) Cu e) Au
21. A prata de lei é uma liga constituída por prata e cobre. Em 9,73 g do material são
encontrados 5,03.1022 átomos de prata massas atómicas: Cu = 63,5; Ag = 107,87). Qual a
composição porcentual da liga?
22. Quanto pesa um átomo de chumbo?
23. A molécula de uma substância A tem massa igual a 5,0.10-23 g. Determine o valor
numérico da massa molecular de A, em unidades de massa atômica (constante de
Avogadro: 6,02.1023).
24. Em 100 g de leite em pó infantil, existem 500 mg de cálcio. Quantas moles de átomos de
cálcio existem numa lata de 400 g de leite em pó?
25. De um cilindro contendo 640 mg de gás metano (CH4) foram retiradas 12,04.1020
moléculas (massas atômicas: H = 1; C = 12; constante de Avogadro = 6,02.1023). Quantos
moles de CH4 restaram no cilindro?
26. Qual é o volume ocupado por 10 g de monóxido de carbono (CO) nas condições normais
de pressão e temperatura (CNPT)?
27. Nas CNPT, uma mol de dióxido de nitrogénio (NO2) ocupa 22,4 litros (massas molares,
em g/mol: N = 14; O = 16). Qual é volume ocupado por 322 g de NO 2, nas mesmas
condições?
28. Que volume ocupam 100 moles de oxigénio nas condições ambiente de temperatura e
pressão? (Volume molar de gás nas condições ambiente de temperatura e pressão = 25
L/mol)?
29. Calcule o volume (em mL) ocupado por 3,01.1021 moléculas do gás amoníaco (NH3) nas
CNPT.
30. Calcule o Volume Molar de cada uma das seguintes quantidades de massa:
a) 2,1g de HBr
b) 52,5g de H2O
c) 5,6g de CO2
d) 2,5g de HCl
31. Calcule o Volume Molar de cada um dos seguintes número de mole:
a) 0,8 mole de SO3 b) 2 moles de H2 c) 0,75 mole de H2O
d)1,2 mole de O2

A Leis de Lavoisier
No final do século XVIII, o cientista Antoine Laurent Lavoisier realizou uma série de
experiências em recipientes fechados (para que não entrasse nem escapasse nada do sistema em

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estudo) e, efectuando pesagens com balanças mais precisas, concluiu que massa total do sistema
antes e depois não varia, quaisquer que seja as transformações que venham a ocorrer.
Tal afirmativa é uma lei da natureza, descoberta por Lavoisier e que, por esse motivo, ficou
conhecida como lei de Lavoisier (ou lei da conservação da massa, ou lei da conservação da
matéria).
A lei de Lavoisier, portanto, pode ser enunciada também da seguinte maneira:
A soma das massas antes da reacção é igual a soma das massas após a reacção.
Ou ainda: na natureza, nada se perde, nada se cria; a matéria apenas se transforma.
Exemplo: verifica-se que 3 gramas de carbono reagem com 8 gramas de oxigénio produzindo 11
gramas de gás carbónico.
Como 3 g + 8 g → 11 g conclui-se que nada se perdeu.

Passos para acerto das equações químicas


1º Contar o número de átomos de cada espécie presente nos reagentes e nos produtos da
reacção.
2º Começar por acertar espécie que pareça ser a mais simples de acerto. Mas também pode
começar por metal, não-metal, hidrogénio e oxigénio.
3º Refazer a contagem de número de átomos de cada espécie presente nos reagentes e nos
produtos da reacção.
H2SO4 + 2NH3 → (NH4)2SO4

A Lei de Proust
Quase na mesma época de Lavoisier, Joseph Louis Proust, efectuando também uma grande série
de pesagem em inúmeras experiências chegou a seguinte conclusão: uma determinada substância
composta é formada por substâncias mais simples, unidas sempre na mesma proporção em
massa”.
Por exemplo, observa-se que o gás carbónico é sempre formado por um carbono e dois oxigénio,
e verifica se também que:
3 g de carbono (C) reagem com 8 g de oxigénio (O2), produzindo 11 g de gás carbónico (CO2)
numa proporção entre as massas de 3:8.
Essa conclusão é chamada de lei de Proust ou lei das proporções constante (ou fixas ou
definidas).

Observção: As duas leis enunciadas – a de Lavoisier e a de Proust – são denominadas leis


ponderais, porque falam em massa das substâncias envolvidas. São leis importantíssimas, pois
marcam o início (nascimento) da Química como ciência.

Exercícios
1. O magnésio reage com o oxigénio numa proporção fixa de massa 3:2 formando óxido de
magnésio.
a) Tendo-se 42 g de magnésio: Quantos gramas de oxigénio seria necessários para reagirem
totalmente? Quantos gramas de óxido de magnésio se formam?
b) Quantos gramas de magnésio são necessários para reagir totalmente com 16 gramas de
oxigénio?
2. O cálcio e o oxigénio reagem numa proporção fixa de massa de 5:2 formando óxido de
cálcio. Tem-se 30 g de cálcio e 45 g de oxigénio.

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a) Existe alguma substância em excesso?


b) Qual é e quantos gramas são
c) Qual é a massa de óxido de cálcio que se obtém?
3. O ferro e enxofre reagem formando sulfureto de ferro (II) numa proporção de massa de
7:4.
a) Quantos gramas de enxofre e de ferro seriam minimamente necessários para formar
88g de sulfureto de ferro (II)
b) Tendo-se 32g de enxofre e 40g de ferro:
I) Existe alguma substância em excesso?
II) Qual é e quantos gramas são?
III) Quantos gramas do produto se formam?
4. O que afirma a lei de Lavoisier? O que afirma a lei de Proust?
5. Numa 1a experiência, 1,5 g de A combina-se com 0,5 g de B. Numa 2a experiência,
juntamos 4,9 g de A com 1,4 g de B. Os valores da 2a experiência estão de acordo com a
lei de Proust?
6. Acerta as seguintes equações químicas:
a) SO2(g) + O2(g) → SO3(g)
b) Na(s) + H2O(l) → NaOH(aq) + H2(g)
c) H2(g) + I2(g) → HI(g)
d) K(s) + O2(g) → K2O(s)
e) CaO(s) + H2O(l) → Ca(OH)2(aq)
f) Na2CO3(s) → Na2O(s) + CO2(g)
g) Na2O(s) + H2O(l) → NaOH(aq)
h) N2O(s) + NH3(g) → N2(g) + H2O(l)
i) Al2S3(s) + HCl(aq) → AlCl3(aq) + H2S(g)
j) KOH(aq) + H2SO4(aq) → K2SO4(aq) + H2O(l)
k) Zn(s) + AgNO3(aq) → Ag(s) + Zn(NO3)2(aq)
l) N2H4(g) + N2O4(g) → N2(g) + H2O(l)
7. Das equações químicas que se seguem: acerte e indique as reacções de combinação, de
decomposição, exotérmica, endotérmica e redox.
a) H2(g) + F2(g) → HF(g)
b) Ca(g) + HCl(aq) → CaCl2(s) + H2(aq)
c) Al2O3(s) + C(s) → Al(s) + CO(g)
d) H2O2(aq) → H2O(l) + O2(g)
e) AlCl3(aq) + AgNO3(aq) → Al(NO3)3(aq) + AgCl(s)
f) CO2(g) + H2O(l) + calor → C6H12O6(S) + O2(g)
g) MgCl2(aq) + Na2SO4(aq) → MgNO3(aq) + NaCl(aq)
h) AgNO3(aq) + H2S(g) → Ag2S(s) + HNO3(aq)
i) CH4(g) + O2(g) → CO2(g) + H2O(l)
j) CuO(s) + 2HNO3(aq) → Cu(NO3)2(aq) + H2O(l)
8. Quantos gramas de fosfato de zinco “Zn3(PO4)2”, serão produzidos ao reagir 10g de zinco
“Zn” com ácido fosfórico “H3PO4”? Zn(s) + H3PO4(aq) → Zn3(PO4)2 + H2(g)
9. Qual é a massa de amoníaco “NH3” que se pode formar na reacção de 5,53g de nitrogénio
com hidrogénio. N2(g) + H2 (g) → NH3(g)
10. Dada a equação química: C3H8(g) + O2(g) → CO2(g) + H2O(l)

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a) Qual é a massa de dióxido de carbono “CO2” que se obtém na combustão de 2,45g de


propano C3H8?
11. O alumínio “Al” reage com ácido sulfúrico “H2SO4” segundo a equação química:
Al(s) + H2SO4(aq) → Al2(SO4)3(aq) + H2(g)
a) Qual é a massa de alumínio necessário para produzir 13,2g de hidrogénio?
12. Dada a equação química: HCl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + H2O(l)
a) Qual é a massa de ácido clorídrico “HCl” necessário para reagir com 3,35g de
hidróxido de sódio “NaOH”?
13. Dada a equação da reacção química: CaCO3(s) + 2HCl(aq) → CaCl2(aq) + H2O(l) + CO2(g)
a) Calcula a massa de água que se forma a partir de 50g de carbonato de cálcio.
b) Determine o volume de dióxido de carbono nas C.N.T.P. que se forma a partir de 500g de
carbonato de cálcio.

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Radioactividade
Em 1895, o físico alemão Wilhelm Röntgen reparou que os raios catódicos faziam com que o
vidro e os metais emitissem uma radiação invulgar. Esta radiação altamente energética penetrava
a matéria, escurecia placas fotográficas cobertas e provocava fluorescência em várias
substâncias. Como estes raios não era deflectidos por um magnete não podiam conter partículas
com carga, a semelhança dos raios catódicos. Röntgen chamou-lhes raios X porque a sua
natureza era desconhecida.
Poucos depois da descoberta de Röntgen, Antoine Becquerel, um professor de física em Paris,
começou a estudar as propriedades de fluorescência de substâncias. Por mero acidente, verificou
que a exposição de certos compostos de urânio, de placas fotográficas envolvidos num
revestimento espesso, provocava o seu escurecimento mesmo sem a estimulação dos raios
catódicos. Tal como raios X, os raios dos compostos de urânio eram muito energéticos e não
eram deflectidos por um magnete mas distinguiam-se dos raios X porque apareciam
espontaneamente. Um dos estudantes de Becquerel, Marie Curie, sugeriu o nome radioactividade
para descrever esta emissão espontânea de partículas e/ou radiação. Desde então, qualquer
elemento que emite radiação espontaneamente diz-se radioactivo.
Portanto, Radioactividade ou decaimento radioactivo é a desintegração espontânea de um núcleo
instável de um átomo, com emissão de partículas α, de partículas β, de radiação electromagnética
de alta frequência γ, entre outras, até se tornar estável.
As substâncias radioactivas emitem três tipos importantes de radiação que são:
1. Radiação alfa (α) consiste de partículas com carga positiva chamadas, partículas α, e são
deflectidas pela placa com carga positiva.
239
94Pu → 92U235 + 2α4 (4He22+)
2. Radiação beta (β), partículas β, são electrões e são defletidos pela placa com carga
negativa:
Núcleo com excesso de neutrões emite radiações via β-, ou seja, com emissão de
electrões.
1 1 1 - 0 -
0n → 1P (1H ) + β (-1e ) + neutrino
Núcleo com excesso de protões emite radiações via emissão de β+(+e0 – positrão).
1 1 1 + 0 +
1P (1H ) → 0n + β (+1e ) + neutrino
3. A radiação gama (γ) consiste numa emissão de uma onda electromagnética ou de fotões
de alta frequência, superior à dos raios X. tal como os raios X, os raios γ não tem carga e
não afectados por um campo externo.

Exercícios
1. Qual é a diferença entre os raios X e os raios dos compostos de urânio?
2. Quais são as radiações produzidas na desintegração de substâncias radioactivas?
3. Qual é a diferença entre os raios γ e os raios X?
4. Isótopos radioativos são empregados no diagnóstico e tratamento de inúmeras doenças.
Qual é a principal propriedade que caracteriza um elemento químico?

Teoria atómica
No século V a.c o filósofo grego Demócrito, exprimiu a crença que toda matéria consistia em
partículas muito pequenas e indivisíveis, as quais ele chamou átomos (que significa indivisível).
A ideia de Demócrito não foi aceite por muito dos seus contemporâneos como Platão e
Aristóteles.

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Em 1808, um cientista e professor inglês John Dalton, após vários experimentos retomou a
ideia de indivisibilidade do átomo proposto por Demócrito.
Modelo da bola de bilhar – o átomo como uma pequena esfera solida e segundo esta teoria:
 Os elementos são formados por átomos;
 Os átomos de um elemento têm massas idênticas;
 Átomos de elementos diferentes têm massas diferentes;
 Os átomos apenas se combinam em pequenas razões de números inteiros como 1:1, 1:2,
2:3…
 Os átomos não podem ser criados nem destruídos.
Em 1897, Joseph Thomson considerou o átomo como uma esfera carregada positivamente na
qual estava distribuídas aleatoriamente cargas negativas (os electrões), sendo o átomo
globalmente neutro – modelo de pudim de passa.
Nos anos 1909 – 1911 sob a orientação de Ernest Rutherford, Hans Geiger e Ernest Marsden,
utilizaram partículas alfas para estudar estrutura atómica. Bombardeando uma fina película de
ouro com partículas alfas provenientes de fonte radioactiva (polónio), verificaram que a maioria
dessas partículas atravessava a folha metálica sem experimentarem qualquer desvio em relação à
trajectória inicial, embora algumas sofressem desvios significativos, podendo mesmo retroceder,
na mesma direcção.
Ao interpretar estes resultados experimentais, Rutherford considerou o átomo como o espaço
quase vazio em que a carga positiva e quase toda massa estariam concentradas numa pequena
zona central do átomo – o núcleo. Apenas as partículas α que passassem perto do núcleo sofriam
desvios e se colidissem com ele seriam desviadas na mesma direcção.
A volta do núcleo circulariam os electrões (carga negativa). Surgiu assim, o novo modelo para o
átomo – modelo de sistema solar ou modelo planetário.
Em 1913 Niels Bohr propôs um modelo em que os electrões se movimentavam em órbitas
circulares, sendo que apenas algumas dessas órbitas eram permitidas. Esse modelo permitiu
explicar o espectro de emissão do átomo de hidrogénio.
Em 1932, James Chadwick verificou que núcleo de elemento berílio radioactivo emite
partículas sem carga eléctrica descobrindo assim, outra partícula subatómica de massa
ligeiramente superior a dos protões, a que deu nome de neutrões.

Exercícios
1. Segundo o modelo de Rutherford, do que é formado o átomo?
2. Quais foram as limitações da teoria de Ernest Rutherford?
3. Qual é o nome do cientista que resolveu o problema deixado na teoria de Rutherford?
4. Enuncie os postulados de Niels Bohr.
5. O que James Chadwick descobriu?
6. Desenhe os modelos atómicos de Dalton, Rutherford, Thomson e Bohr.

Partículas fundamentais do átomo


O modelo atómico actual considera que o átomo é constituído por
 Núcleo atómico: zona mais central do átomo, carregada positivamente, onde se
encontram partículas que, pela sua localização, se designam por nucleões: protões (com
carga eléctrica positiva) e neutrões (sem carga eléctrica).

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 Nuvem electrónica: zona fora do núcleo, com carga eléctrica negativa, ocupando um
espaço muito maior do que o núcleo, onde se movem os electrões, partículas com massa
muito inferior a dos protões e dos neutrões.

Número atómico e número de massa


Número atómico (Z) é o número de protões (p+) existentes no núcleo de um átomo.
No átomo normal, cuja carga eléctrica é zero, o número de protões (p+) é igual ao número de
electrões (e-).
Por exemplo, quando se diz que o átomo sódio (Na) tem o número atómico 11, isso quer dizer
que, no núcleo deste átomo, existem 11 protões e, consequentemente, existe 11 electrões na
electrosfera.
Observação: Um átomo pode, porém, ganhar ou perder electrões da electrosfera, sem sofrer
alterações em seu núcleo, resultando daí partículas denominadas iões. Quando um átomo ganha
electrões, ele se torna um ião negativo, também chamado anião, e quando perde electrões, se
torna um ião positivo, também chamado catião.
Número de massa (A) é soma de número de protões (p+) e de neutrões (N) existentes num
átomo. Portanto: A = Z + N
Elemento químico é conjunto de átomos com o mesmo número atómico (Z).

Isótopos, isóbaros e isótonos


Isótopos são átomos com o mesmo número de protões (p+) e diferente número de massa (A).
Exemplos: Prótio 1H1, Deutério 1H2 e Trítio 1H3.
Isóbaros são átomos de diferentes números de protões (elementos diferentes) mas que possuem
o mesmo número de massa (A).
Exemplo: 20Ca40 e 18Ar40
Isótonos são átomos de diferentes números de protões (elementos diferentes) e diferentes
números de massa, porém com o mesmo número de neutrões (N).
Exemplo: 1H3 e 2He4

Massa isotópica relativa


A isotopia é um fenómeno muito comum na natureza. Podemos dizer que praticamente todos os
elementos químicos naturais são formados por mistura de isótopos. Por exemplo, o elemento
químico cloro é formado por aproximadamente 75% de cloro-35 (17Cl35) e 25% de cloro-37
(17Cl37) em massa;
Para se determinar a massa atómica de um elemento que possui isótopos, Calcula-se uma média
ponderada das massas atómicas dos seus isótopos tendo em conta as suas abundâncias relativas.

Exercícios
+ -
1. Indique a composição (A, p e e ) de átomos de boro 5B e de carbono 6C, em que cada
apresenta seis neutrões.
2. Um átomo A tem massa 41 e é isótopo de um átomo B de número atómico 19. Qual é o
número de neutrões de átomo A?
3. O elemento químico B possui 20 neutrões, é isótopo do elemento químico A, que possui
18 protões, e isóbaro do elemento químico C, que tem 16 neutrões. Com base nessas
informações, quais são os números atómicos dos elementos químicos A, B e C?

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4. Dentre as espécies químicas: 5B9, 5B10, 5B11 e 6C10, 6C12, 6C14. Quais são as que
representam átomos cujos núcleos possuem 6 neutrões?
5. Em um átomo com 22 electrões e 26 neutrões, qual é seu número atómico e número de
massa?
6. Qual é o número de electrões, de protões e de neutrões do catião Ba2+ que tem número
atómico 56 e massa atómica 138?
7. Um certo ião negativo, X3-, tem carga negativa -3, sendo seu número total de electrões 36
e seu número de massa 75. Qual é seu número atómico e número de neutrões?
8. Um átomo possui 19 protões, 20 neutrões e 19 electrões. Qual dos seguintes átomos é seu
isótono? a) 18X40; b) 20Y40 e c) 19Z38.
9. O isótopo mais abundante do alumínio é o 13Al27. Os números de protões, neutrões e
electrões do ião Al3+ deste isótopo são?
10. O ião X3- tem 36 electrões e 42 neutrões. Qual é o número atómico e número de massa
que apresenta o átomo neutro de X?

Quantização de energia
Após, em 1913, Max Planck ter enunciado a quantização da energia electromagnética e Einsten
ter interpretado o efeito foteléctrico, Niels Bohr forneceu uma explicação teórica para o espectro
de risca de hidrogénio.
Quando Bohr se debruçou sobre este problema, já os físicos conheciam a existência de protões e
de electrões e usavam o modelo atómico de Rutherford: uma entidade na qual os electrões se
moviam à volta do núcleo a elevadas velocidades.
Contudo, à luz da mecânica clássica, o electrão deveria perder continuamente energia (espectro
contínuo) e atingir rapidamente o núcleo, destruindo o átomo (tempo de vida curta).

O modelo de Bohr
Bohr, para colmatar as falhas apresentadas pelo modelo de Rutherford, sugere um outro, em que
impõe restrições muito importantes quanto às” órbitas” permitidas ao electrão. Surgiram, assim,
os chamados postulados de Bohr.
 Os electrões se movem ao redor do núcleo em um número limitado de órbitas bem
definidas, que são denominadas de órbitas estacionárias;
 Movendo-se em uma órbita estacionária, o electrão não emite nem absorve energia.
 Ao saltar de uma órbita estacionária para outra, o electrão emite ou absorve uma
quantidade bem definida de energia, chamada quantum de energia (em latim, o plural de
quantum é quanta).
Recebendo energia (térmica, eléctrica ou luminosa) do exterior, o electrão salta de uma órbita
mais interna para outra mais externa (excitação); a quantidade de energia recebida é, porem, bem
definida (um quantum de energia).
Pelo contrário, ao ”voltar” de uma órbita mais externa para outra mais interna, o electrão emite
um quantum de energia, na forma de luz de cor bem definida ou outra radiação electromagnética,
como ultravioleta ou raios X (daí o nome de fotão, que é dado para esse quantum de energia).
Esses saltos se repetem milhões de vezes por segundo produzindo assim uma onda
electromagnética, que nada mais é do que uma sucessão de fotões (ou quanta) de energia.
Estudos posteriores mostraram que as órbitas electrónicas de todos os átomos conhecidos
agrupam em sete camadas electrónicas, denominadas K, L, M, N, O, P e Q. Em cada camada, os
electrões possuem uma quantidade fixa de energia; por esse motivo, as camadas são também

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denominadas estados estacionários ou níveis de energia. Além disso, cada camada comporta um
número máximo de electrões: e- = 2n2.

K L M N O P Q
2 8 18 32 32 18 8

Exercícios
1. O que são ondas eletromagnéticas?
2. Qual é o valor da velocidade de propagação, em km/s, de todas as ondas
eletromagnéticas?
3. O que acontece com o electrão quando ele se move em uma órbita estacionária?
4. O que ocorre com o electrão na passagem de uma órbita estacionária para outra?
5. Quantas camadas electrónicas podem existir nos átomos já conhecidos? Como elas são
denominadas?
6. Qual é a diferença entre o estado fundamental e o estado excitado?

Modelos de orbitais atómicos


Em 1924, o físico francês Louis De Broglie havia lançado a hipótese de que, se a luz apresenta
natureza dual – uma partícula-onda, uma partícula teria também propriedades ondulatórias. De
Broglie tentou associar a natureza dual da luz ao comportamento do electrão, enunciando o
seguinte postulado:
A todo electrão em movimento está associada uma onda característica (princípio da dualidade ou
de De Broglie).
Outra consideração muito importante é a seguinte: o Werner Heisenberg, em 1926, afirmou que
“quanto maior for a precisão na medida da posição de um electrão, menor será a precisão da
medida de sua velocidade e vice-versa”, e enunciou o seguinte princípio:
Não é possível calcular a posição e a velocidade de um electrão, num mesmo instante (princípio
da incerteza ou de Heisenberg).
Devido a dificuldade de se prever a posição exacta de um electrão na electrosfera, o cientista
Erwin Schrodinger, em 1926, foi levado a calcular a região onde haveria maior probabilidade de
se encontrar o electrão. Essa região do espaço foi denominada orbital.
Orbital é a região do espaço ao redor do núcleo onde é máxima a probabilidade de encontrar
um determinado electrão.
Por meio de cálculo matemático, Schrodinger fez surgir três parâmetros, designados números
quânticos.

Níveis energéticos
São sete níveis energéticos dos electrões que corresponde as sete camadas (K, L, M, N, O, P e Q)
do modelo de Bohr. Actualmente, eles são identificados pelos chamados números quânticos
principal (n) que é um número inteiro variado de 1 a 7.
Número quântico principal 1 2 3 4 5 6 7
Designação por letra K L M N O P Q

Subníveis energéticos
São subníveis de cada nível existente na electrosfera, esses subníveis são identificados pelo
chamado número quântico secundário ou azimutal (l), que assume os valores 0, 1, 2, e 3, mas que

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é habitualmente designado pelas letras s, p, d, f, respectivamente. O número quântico azimutal


define o formato da orbital e localiza o electrão no seu subnível de energia. Os valores de l pode
ser determinado pela fórmula n-1.
Designação por letra s p d f g h i
Número quântico azimutal 0 1 2 3 4 5 6

A orbital s, por exemplo, tem forma esférica


l = 0, ml informa que só pode haver um orbital s.

As orbitais p tem forma de duplo ovoide e são perpendicular entre si


l = 1, ml informa que existem 3 orientações para os orbitais p (x, y e z).

Orbitais
Em cada subnível comporta um número diferente de orbitais, cada orbital representado
simbolicamente por um quadradinho. Os subníveis s, p, d, f contém sucessivamente 1, 3, 5, 7
orbitais. Os orbitais são identificados pelos chamados número quântico magnético (Ml ou m). Os
valores de m pode ser determinado pela fórmula: 2l+1.
Num dado subnível, o orbital central tem o número quântico magnético igual a zero; as orbitais
da direita tem m= +1, +2, +3; os da esquerda tem m= -1, -2, -3, como está exemplificado
abaixo
-3 -2 -1 0 +1 +2 +3

Exercícios
1. Qual é a diferença entre o modelo probabilístico de Schrodinger e o modelo circular de
Bohr na quantificação de energia do electrão?
2. Segundo De Broglie, qual o comportamento do electrão?
3. Qual é o princípio de Heisenberg?
4. O que é orbital?
5. Ao que correspondem os níveis energéticos no modelo de Bohr?
6. O que são subníveis energéticos?

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Cada orbital pode comportar até 2 electrões, então o número de electrões em cada subnível é:

O spin do electrão
Em adição aos três números quânticos n, l e m, existe o outro número, o número quântico de spin
(s). Este número surgem decorrência do electrão comportar-se como se estivesse girando.
Entretanto, os electrões podem girar no mesmo sentido ou em sentidos opostos, criando campos
magnéticos que os repelem ou os atraem.
O spin é identificado pelo chamado número quântico de spin (Ms ou s), cujos valores são -½ e
+½. Contudo, a representação dos electrões nas orbitais é feita por meio de uma seta: ↑
representa um electrão com spin positivo s = +½ e ↓ representa um electrão com spin negativo s
= -½.

Princípio de exclusão de Pauli


Em um mesmo átomo, não existem dois electrões com quatro números quânticos iguais, ou seja,
uma orbital comporta no máximo dois electrões, com spins contrários. Desse modo, a atracção
magnética entre os dois electrões contrabalança a repulsão eléctrica entre eles.

Regra de Hund ou da máxima multiplicidade


A Regra de Hund trata sobre a forma de como os electrões devem ser distribuídos para preencher
os subníveis. Cada orbital de um subnível recebe, inicialmente, apenas um electrão. Somente
após a última orbital deste subnível ter recebido seu primeiro electrão começa o preenchimento
das orbitais semicheias com o segundo electrão.
Electrão de maior energia ou electrão de diferenciação é o último electrão distribuído no
preenchimento da electrosfera, isto é, o electrão situado no nível (n) ou subnível (l) de maior
energia, o que é dado pela soma n+1.

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Diagrama de Pauling

Ordem crescente energia 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d 4p 5s 4d 5p 6s 4f 5d 6p 7s 5f 6d 7p


Configuração electrónica é apresentação esquemática da distribuição electrónica de átomo de
um determinado elemento em níveis e subníveis de energia.

Exemplo: 11Na 1s2 2s2 2p6 3s1

Exercícios
1. O que é spin?
2. Como um electrão pode ser identificado em um átomo?
3. Enuncie a regra de máxima multiplicidade?
4. O que diz o princípio de exclusão de Pauli?
5. Qual é o electrão mais afastado do núcleo (ou electrão de valência)?
6. Qual é o electrão mais energético?
7. Quais são os subníveis que formam a camada eletrónica L?
8. Quais são os subníveis que podem existir no nível energético de número quântico
principal (n) igual a 4?
9. Qual é o número máximo de orbitais que podem existir no nível energético M?
10. Qual é o número máximo de electrões que o nível N comporta?
11. Quantos electrões tem um átomo que apresenta os subníveis 1s, 2s, 2p lotados?

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12. Indique qual é o conjunto dos quatro números quânticos que representam o electrão
assinalado abaixo e que está situado no subnível 4f .

13. Indique os quatro números quânticos do primeiro electrão colocado no subnível 5s.
14. Qual é o número máximo de orbitais que o subnível d comporta?
15. Qual o número máximo de electrões que podem existir no subnível f ?
16. Um electrão da camada N está no subnível s. Quais são os valores de n e l para esse
electrão?
17. Qual é o número máximo de electrões com spin -½ no subnível d?
18. Quantos electrões tem um átomo cujo último electrão distribuído tem os seguintes
números quânticos:n = 4, l = 0, m = 0 e s = +½?
19. Quantos electrões tem um átomo cujo último electrão distribuído tem os seguintes
números quânticos:n = 3, l = 1, m = 0 e s = -½?
20. O átomo de um elemento químico tem 14 electrões no 3º nível energético (n = 3). Qual é
o número atómico desse elemento?
21. Quanto electrões um átomo apresenta na camada mais externa que possui a configuração
seguinte: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p3?
22. Quantos orbitais vazio tem um átomo que seu estado fundamental tem a configuração
eletrónica seguinte: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5?
23. Quantos electrões não-emparelhados existem no átomo de manganês (número atómico =
25), no estado fundamental?
24. São dados os seguintes números quânticos para o electrão de maior energia de um átomo
no estado fundamental: n = 3; l = 1; m = -1; s = +½. Represente os electrões externos nos
orbitais.
25. Considere os seguintes elementos e seus respectivos números atómicos: K (Z = 19); Na
(Z = 11); Mg (Z = 12); Fe (Z = 26); N (Z=7); F( Z=9); O (Z=8); C (Z=6).Cl (Z = 17);
Al (Z = 13); Ba (Z = 56); e Ca (Z = 20).
a) Faça a distribuição eletrónica para cada um dos elementos.
b) Represente graficamente os níveis e subníveis energéticos.
c) Dê os quatros números quânticos para o último electrão.
d)
26. Faça a distribuição electrónica dos elementos que se seguem: 25Mn; 30Zn; 26Fe; 48Cd, 13Al
e 58Ce.

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Breve historial da tabela periódica


O número de elemento químico conhecido pelo homem aumentou com o passar do tempo e
aumentou bastante particularmente a partir do século XIX, o grande aumento de número de
elementos químicos no século XIX obrigou os cientistas a imaginarem gráficos, tabelas ou
classificações em que todos os elementos ficassem reunidos em grupos com propriedades
semelhantes.
Em 1817, o cientista alemão Johann W. Dobereiner agrupo alguns elementos em triadas, que
eram grupos de três elementos com propriedades semelhantes. Por exemplo: Li – Na – K
Cl – Br – I
Em 1862, o cientista francês Alexander B. de Chancourtois imaginou o agrupamento dos
elementos químicos sobre um parafuso, na ordem de suas massas atómicas, desse modo, ao
passar por uma certa vertical, encontraremos elementos com propriedades semelhantes. Essa
arrumação foi denominada parafuso telúrico de De Chancourtois.
Em 1864, o cientista inglês John A. R. Newlands colocou os elementos químicos em ordem
crescente de massas atómicas e verificou que as suas propriedades se repetiam a cada oito
elementos, excluindo-se o hidrogénio, como as notas numa escala musical. Sendo Newlands
também musico, essa regra passou a ser conhecida como a lei das oitavas de Newlands.
Li Be B C N O F
Na Mg Al Si P S Cl
1 2 3 4 5 6 7
Em 1869, trabalhando independentemente, dois cientistas – Julius L.Meyer na Alemanhã
(baseando-se principalmente em propriedades físicas) e Dimitri I. Mendeleyev, na Rússia
(baseando-se principalmente em propriedades químicas) – propuseram tabelas semelhantes para
classificação dos elementos químicos.
O trabalho de Mendeleyev foi porem mais minucioso: ele colocou os elementos químicos
conhecidos em 12 linhas horizontais, em ordem crescente de massa atómica tomando o cuidado
de colocar na mesma vertical os elementos de propriedades químicas semelhantes. Surgiu, então,
a seguinte tabela:

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Duas grandes ousadias de Mendeleyve provaram a sua grande intuição científica:


 Na sequência de massas atómicas o I (127) deveria vir antes do Te (128), no entanto, o
Mendeleyev desrespeitando seu próprio critério de ordenação inverteu as posições de
ambos de modo que o I (127) viesse a ficar em baixo (na mesma coluna) dos elementos
com propriedades semelhantes a ele o cloro (35,5) e o bromo (80) para se justificar,
Mendeleyev alegou que as medições das massas atómicas na época, estavam erradas.
Hoje sabemos que a ordem de telúrio e iodo é a correcta.
 Outro grande tento de Mendeleyev foi deixar certas “casas” vazias na tabela, por
exemplo:
 Na linha (série) número 4, Ca (40) → “casa” vazia → Ti (48), para que o Ti fique abaixo
do C, com o qual se assemelha;
 Na linha (série) número 5, Zn (65) → “casa” vazia → “casa” vazia → As (75), para que
As fique abaixo do P, com o qual se assemelha.
A justificativa de Mendeleyev foi de no futuro seriam descobertos novos elementos que
preencheriam esses lugares vazios, de facto a história provou que ele estava certo: em 1875 foi
descoberto o gálio (68), em 1879 o escândio (44), em 1886, o germânio (72).
Mendeleyev foi além: conseguiu prever com grande precisão as propriedades de escândio e do
germânio alguns anos antes de esses elementos serem descobertos.
Mendeleyev estabeleceu a chamada lei de periodicidade que diz: muitas propriedades físicas e
químicas dos elementos variam periodicamente na sequência de suas massas atómicas.

Exercícios
1. As tentativas de organizar os elementos químicos sempre procuraram agrupá-los de que
modo?
2. Qual é a importância da tabela periódica?
3. Que ordem Mendeleyev seguiu, em uma de suas primeiras tabelas, para colocar os
elementos químicos? Como ficou estabelecida essa ordem na Tabela Periódica atual?
4. Por que razão Mendeleyev alterou a ordem das massas atómicas para o modelo que tinha
idealizado funcionasse?
5. Onde, na Tabela Periódica, se localizam os elementos químicos com propriedades
semelhantes?

Classificação Periódica moderna


A Classificação Periódica moderna apresenta os elementos químicos dispostos em ordem
crescente de números atómicos. De fato, em 1913, Henry G. J. Moseley estabeleceu o conceito
de número atómico, verificando que esse valor caracterizava melhor um elemento químico do
que sua massa atómica (assim desapareceram, inclusive, as “inversões” da tabela de
Mendeleyev, como no caso do iodo e do telúrio).
A partir daí a lei da periodicidade ganhou um novo enunciado:
Muitas propriedades físicas e químicas dos elementos variam periodicamente na sequência de
seus números atómicos.
Períodos
As sete linhas horizontais, que aparecem na tabela periódica, são denominadas períodos.
Colunas, grupos ou famílias
As dezoito linhas verticais que aparecem na tabela são denominadas colunas, grupos ou famílias
de elementos.

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É ainda importante considerar os seguintes aspectos:


• O hidrogénio (H-1), embora apareça na coluna 1A, não é um metal alcalino. Aliás, o
hidrogénio é tão diferente de todos os demais elementos químicos que, em algumas
classificações, prefere-se colocá-lo fora da Tabela Periódica.
Quando a família não tem nome especial, é costume chamá-la pelo nome do primeiro elemento
que nela aparece; por exemplo, os da coluna 5A são chamados de elementos da família ou do
grupo do nitrogénio.
As colunas A são as mais importantes da tabela. Seus elementos são denominados elementos
típicos, ou característicos ou representativos da classificação periódica. Em cada coluna A, a
semelhança de propriedades químicas entre os elementos é máxima.
Os elementos das colunas 3B, 4B, 5B, 6B, 7B, 8B, 1B e 2B constituem os chamados elementos de
transição. Note que, em particular, a coluna 8B é uma coluna tripla.
Outra separação importante, existente na classificação periódica, é a que divide os elementos
em metais, não-metais (ou ametais), semi-metais e gases nobres.

Relação entre a distribuição electrónica e a tabela periódica


Caminhando horizontalmente ao longo dos setes períodos da tabela, ao passarmos de uma “casa”
para a seguinte, o número atómico aumenta de uma unidade. Esse acréscimo indica que a
electrósfera está recebendo um novo electrão – é o chamado o electrão de diferenciação.
Os sete períodos da tabela periódica corresponde às sete camadas ou níveis electrónicos dos
átomos.
• Nas colunas A, o número de electrões na última camada electrónica é igual ao próprio número
da coluna. É por esse motivo que os elementos de uma mesma coluna A têm propriedades
químicas muito semelhantes, o que justifica o facto de ser chamados de elementos típicos,
característicos ou representativos da classificação periódica.
• Nas colunas B, o número de electrões na última camada permanece, em geral, igual a 2. Agora
é a penúltima camada que vai recebendo o sucessivo electrão, como acontece com os elementos
da transição; ou então é a antepenúltima camada, como acontece com os lantanídeos e actinídeos,
e por essa razão são chamados de transição interna.
• Há um modelo abreviado de representar a distribuição electrónica de elemento químico:
seguindo a tabela periódica, escrevemos os símbolos do último gás nobre que aparece antes do
elemento; em seguida representamos apenas os electrões que o elemento tiver a mais em relação
a esse gás nobre.

Exercícios
1. Quais as características dos metais, não metais, semimetais e gases nobres?
2. Quando se diz que átomos iões são isoeletrónicos?
3. Porque que o alumínio sendo um elemento de 3 A é chamado metal alcalino terroso?
4. Como é classificado um átomo que está na Tabela Periódica, cujo número atômico é 18?
5. Como é classificado um elemento neutro possui configuração eletrónica 1s2 2s2 2p6 3s2
3p5?
6. Como é classificado um átomo na tabela periódica que tem Z = 8?
7. Faça a distribuição eletrónica possível para um elemento X, que pertence à mesma família
do elemento bromo, cujo número atómico é igual a 35.
8. Qual é a estrutura eletrónica do enxofre (Z = 16), por níveis e subníveis eletrónicos? Qual
a posição desse elemento na Classificação Periódica?

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9. O elemento químico com Z = 54 possui em sua camada de valência a configuração 5s2


5p6. Qual é a família dos elementos com Z = 52 e com Z = 56?
10. Escreva as configurações eletrónicas dos seguintes elementos:
a. Enxofre (Z = 16), em função da configuração do neónio;
b. Ferro (Z = 26), em função da configuração do argónio;
c. Césio (Z = 55), em função da configuração do xenônio
11. Um elemento químico está na coluna IIA e seu átomo perde dois electrões. A qual das
colunas corresponderá a configuração eletrónica do ião formado?
12. Um elemento que apresenta nos últimos subníveis a configuração 4s2 3d2 é um elemento:
a. alcalino b) de transição c) alcalino-terroso d) calcogénio
13. Um determinado elemento químico cujo subnível mais energético é o 5s2. Qual é o seu
número atómico e o grupo em que está localizado na Tabela Periódica?
14. Como são chamadas as espécies químicas simples que apresentam o mesmo número de
electrões?
15. Considere as configurações eletrónicas no estado fundamental para os elementos
químicos representados por: x = 1s2 2s2 2p6; y = 1s2 2s2 2p6 3s2; z = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p3
a. Indique os gases nobres b) Indique os metais

As propriedades se dividem em aperiódicas e periódicas.


1. Propriedades aperiódicas
São propriedades que não estão em função da posição do elemento na tabela periódica. Seus
valores aumentam ou diminuem em função do aumento do número atómico.
2. Propriedades periódicas
São propriedades que estão em função da posição do elemento na tabela periódica. Seus valores
variam a longo de cada período, assumindo valores máximos e mínimos, entre elas se destacam:

Raio atómico
É difícil medir o raio de um átomo pois a “nuvem de electrões” que o circunda não tem limite
bem definido.
No entanto, o raio atómico (r) é definido como a distância (d) do núcleo a última camada
electrónica (nível de energia com electrões mais externo). O raio atómico dos elementos é uma
propriedade periódica pois seus valores variam periodicamente com o aumento do número
atómico. Os raios atómicos, no grupo, aumentam de cima para baixo porque os átomos têm,
nesse sentido o número crescente de camadas electrónicas. Na horizontal (período), os raios
atómicos diminuem da direita para esquerda isso acontece porque as camadas electrónicas são
atraídas cada vez mais intensamente pelo núcleo, pois a carga nuclear efectiva cresce nesse
sentido.

Observação: Raio atómico é uma estimativa de distância do núcleo a última camada electrónica
enquanto o raio iónico corresponde a medida do raio de um ião no composto cristalino iónico.
1. Carga nuclear efectiva pode ser definida como a carga nuclear real (Z) menos o efeito
de blindagem causado pelos electrões que intervém entre o núcleo e os electrões de
valência.
2. Efeito de blindagem é o efeito causado pelos electrões mais interno e os próximos ao
electrão considerado.

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Potencial de ionização
Chama-se potencial ou energia de ionização a energia necessária para ”arrancar” um electrão de
um átomo isolado no estado gasoso.
Exemplo: Cu(g) → Cu+(g) + e-
Ao longo do grupo o potencial de ionização diminui de cima para baixo.
Ao longo do período o potencial de ionização aumenta.

Afinidade electrónica
Chama-se afinidade eletrónica a energia libertada quando um electrão é adicionado a um átomo
neutro no estado gasoso.
Exemplo: Cl(g) + e- → Cl-(g)
Observação: quanto mais elevada for a energia libertada quando um átomo capta um electrão
mais estável é o anião em relação ao átomo e maior é a sua afinidade eletrónica.
Ao longo do grupo a afinidade eletrónica diminui de cima para baixo.
Ao longo do período a afinidade eletrónica aumenta.

Eletronegatividade
Eletronegatividade é a capacidade que um átomo tem de atrair para si os electrões que ele
compartilha com outro átomo em uma ligação química.
Ao longo do grupo a eletronegatividade diminui de cima para baixo.
Ao longo do período a eletronegatividade aumenta.

Exercício
1. Os iões O-2, F-, Na+, Mg2+ e Al3+ são isoelectrónicos.
a) Qual deles tem maior raio iónico?
b) Qual deles tem menor raio iónico?
2. Átomos do elemento Y, que apresentam a distribuição eletrónica 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p4.
Represente e diga o tipo do ião que se forma?
3. Considere os seguintes átomos neutros: A (18 electrões), B (17 electrões), C (11
electrões) e D (2 electrões).
a. A que famílias pertencem?
b. Coloque-os em ordem crescente dos potenciais de ionização.
c. Coloque-os em ordem crescente dos Raios atómicos.
d. Coloque-os em ordem decrescente da eletronegatividade.
4. O ião positivo estável (M+) de um determinado elemento (M) possui a seguinte
configuração eletrónica no estado fundamental: 1s2 2s2 2p6. Que grupo e período pertence
o elemento na tabela periódica.

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LIGAÇÃO QUÍMICA
Uma propriedade que quase todos os átomos possui é a capacidade de se combinar com os outros
para formar moléculas, as forças que mantem os átomos unidos são fundamentalmente de
natureza eléctrica e são chamadas por ligação química.

Símbolo de Lewis
Quando os átomos interagem para formar uma ligação química apenas são envolvidos os
electrões da camada de valência. Para destacar a camada mais externa é comum simplificar a
representação com a chamada notação ou símbolo de Lewis em homenagem ao químico
americano Gilbert N. Lewis (1875-1946).
Para construir o símbolo de Lewis para um elemento, escrevemos o seu símbolo químico cercado
por um número de pontos (ou de x), cada um dos quais representando um electrão da camada de
valência do átomo. Os símbolos de Lewis generalizados para os elementos representativos são:

Observação: Em geral, o número de electrões de valência que um átomo de elemento


representativo possui é igual ao número de seu grupo. Contudo, a valência é definida como
sendo a capacidade de um átomo de se ligar ao outro.

Teoria do octeto (Regra de octeto): os átomos ganham, perdem ou compartilham electrões de


tal forma que a sua camada de valência (última camada) fique com oito electrões se
assemelhando com a configuração electrónica de um gás nobre, dando origem a diversos tipos de
ligações químicas.

Observação: Portanto, a teoria de octeto surgiu devido ao facto de os gases nobres em


condições normais, não se ligarem a nenhum átomo, ela aplica-se essencialmente a maioria dos
elementos representativo (família A). Entretanto, conhecem-se, actualmente, muitas excepções à
esta regra, como por exemplo as ligações que se completam com menos de 8 electrões e as
ligações que se perfazem com mais de 8 electrões.

Tipos de Ligações químicas:


 Ligação iónica ou electrovalente
 Ligação covalente ou molecular
 Ligação metálica

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Exercícios
1. Caracterize a ligação iónica.
2. Quando um átomo adquire estabilidade?
3. O que é eletrovalência?
4. Qual é a tendência que, geralmente, ocorre nos metais e que facilita a formação da
ligação iónica com um não-metal?
5. Qual é a tendência que, geralmente, ocorre nos não-metais e que facilita a formação da
ligação iônica com um metal?
6. O raio de um catião é maior, menor ou igual ao do átomo correspondente?
7. O raio de um anião é maior, menor ou igual ao do átomo correspondente?
8. Explicar por que o ião sódio (Na+) é muito mais estável que o átomo de sódio (Na0).
9. Para que os átomos de enxofre e potássio adquiram configuração electrónica igual à dos
gases nobres, é necessário que: (Dados: número atómico S = 16; K = 19.)
10. Com base nas configurações electrónicas escreva os simbolos de Lewis para os elementos
seguintes: 20Ca, 11Na, 17Cl, 8O, 16S e 12Mg.

1.Ligação Iónica ou eletrovalente - é aquela que ocorre pela atracção eléctrica entre iões
positivos e negativos formando compostos iónicos. Esses iões são formados, de modo geral,
quando se encontram juntos átomos de metais e não-metais, sendo que ocorre transferência de
electrões dos metais para os não-metais. Vejamos:
2
11Na[1s 2s2 2p6] 3s1 + 17Cl [1s2 2s2 2p6] 3s2 3p5 → 11Na [1s2 2s2 2p6]+ + 17Cl [1s2 2s2 2p63s2 3p6]-

Aos compostos ou substâncias assim formados dá-se o nome de substâncias iónicas ou


compostos iónicos. Portanto, um composto é iónico quando a diferença de electronegatividade
dos átomos dos elementos participante for superior a 1,7.

Propriedades dos compostos iónicos:


 São sólidos nas condições ambientes;
 Apresentam altos pontos de fusão e ebulição;
 São condutores de electricidade quando no estado líquido (fundidos) ou quando dissolvidos
em água;
 A maioria dos compostos são solúveis em água.

Exercícios
1. O que é ligação iónica?
2. Escreva as estruturas de Lewis para os reagentes e produtos nas reacções seguintes
(primeiro acerte as equações):
a) Al + S → Al2S3
b) Li + N2 → Li3N
3. Os elementos A e B apresentam as seguintes configurações eletrônicas:
A: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 e B: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
Qual é a fórmula esperada para o composto formado entre esses dois elementos e qual
seria a ligação envolvida?

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4. Um elemento de configuração 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5. Que forte tendência possui?
5. Para adquirir configuração electrónica de gás nobre, o átomo de número atómico 16
deve?
6. Em um composto, sendo A o catião, B o anião e A3B2 a fórmula, provavelmente os
átomos A e B, no estado normal, quantos de electrões periféricos tem cada átomo?
7. O que é ligação covalente?
8. O que é comprimento da ligação covalente?
9. O que a fórmula de Lewis mostra?
10. O que um composto deve apresentar para ser iónico?
11. Qual é o valor da diferença de eletronegatividade que pode caracterizar uma ligação
iónica?

2.Ligação Covalente ou Molecular - É aquela onde os átomos possuem a tendência de


compartilhar os electrões de sua camada de valência, ocorre sempre que os dois átomos
necessitam de receber electrões para se estabilizarem. A ligação covalente ocorre entre os não-
metais.

2.1.Ligação Covalente Normal - Ocorrem entre dois átomos que compartilham pares de
electrões, podendo ocorrer o compartilhamento de um, dois ou até três pares de electrões,
resultando respectivamente em simples, dupla e tripla ligação.

Exemplo de substâncias simples

(1) (2) (3) (4)


 Em (1) e (4): presença de ligação covalente simples.
 Em (2): presença de ligação covalente dupla.
 Em (3): presença de ligação covalente tripla.

Exemplo de substâncias composta

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A ligação covalente pode ser:


a) Ligação covalente apolar - Ocorre entre átomos de mesmo elemento químico, não
constituindo um dipolo eléctrico, a diferença de electronegatividade é menor ou igual a 0,7.
Exemplo: H – H

b) Ligação covalente polar - Ocorre entre átomos de elementos diferentes, constituindo um


dipolo eléctrico, a diferença de electronegatividade está entre 0,7 e 1,7.
Exemplo: H - Cl

2.2.Ligação dativa ou coordenada - A ligação é covalente coordenada ou dativa quando o par


de electrões compartilhado é formado por electrões provenientes de um só átomo. Forma-se
quando um dos átomos já tem o seu octeto completo e o outro ainda não. Exemplos:

Propriedades dos compostos moleculares:


 São sólidos, líquidos ou gasosos nas condições ambientes;
 Apresentam baixos pontos de fusão e ebulição (comparados aos iónicos);
 São maus condutores de electricidade, alguns podem conduzir quando em meio aquoso
(ionização);
 A maioria dos compostos são solúveis em solventes orgânicos.

Exercícios
1. O que um composto deve apresentar para ser considerado covalente?
2. Represente a estrutura de Lewis das substâncias seguintes: SO3, O2, CO2, F2 e NO2.
3. Escreva as fórmulas estruturais planas e as fórmulas de Lewis dos seguintes compostos:
a) H2CO3
b) NaNO3
4. Escreva a fórmula estrutural plana e a fórmula de Lewis do hidreto de fósforo (PH3).
5. Ao formar ligações covalentes com o hidrogênio, a eletrosfera do silício adquire
configuração de gás nobre. Com isso, qual é a fórmula da sua molécula?
6. Os elementos X e Y têm, respectivamente, 2 e 6 electrões na camada de valência. Quando
X e Y reagem, que tipo de composto forma-se?
7. Quando se comparam as espécies químicas CH4, NH3 e NaCl, quais são os compostos
cujos átomos estão unidos por ligações covalentes?
8. Sabendo que no composto HClO4 o hidrogênio acha-se ligado na forma H-O e que todos
os átomos do oxigênio se ligam ao cloro, escreva a sua fórmula estrutural plana e a de
Lewis.
9. O oxigénio, fundamental à respiração dos animais, e o ozónio, gás que protege a Terra
dos efeitos dos raios ultravioleta da luz solar, diferem-se quanto?
10. Quando ocorre a ligação covalente polar?
11. O que é eletronegatividade?
12. Como é a diferença de eletronegatividade nas ligações apolares?
13. O carbono e o silício pertencem à mesma família da Tabela Periódica.

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a) Qual o tipo de ligação existente no composto SiH4?


b) Embora a eletronegatividade do silício seja 1,7 e a do hidrogénio 2,1, a molécula do SiH4
é apolar. Por quê?
14. Das espécies químicas abaixo, indique aquela que não obedece à regra do octeto.
a) MgBr2 b) AlCl3 c) CO2 d) NaCl e) SO2
15. Considere os elementos A, B e C e seus números atómicos (A: Z = 17; B: Z = 33; C: Z =
50).
a) Indique o número de electrões de valência de cada elemento e identifique os grupos da
Tabela Periódica a que pertencem os três elementos.
b) Indique qual dos três elementos tem maior eletronegatividade. Se o elemento A se
combina com o elemento B, qual é a fórmula molecular provável do composto que se
forma? Justifique as respostas.
16. Com base nos conceitos de eletronegatividade e de ligação química, pede-se:
a) Identificar dois grupos de elementos da Tabela Periódica que apresentam,
respectivamente, as maiores e as menores eletronegatividades;
b) Que tipo de ligação apresentará uma substância binária, formada por um elemento de
cada um dos dois grupos identificados?

Rede molecular e rede atómico


Substâncias cristalinas, quando os átomos, moléculas ou iões que a constituem estão dispostos
segundo uma rede tridimensional bem definida. Exemplo: todos metais e compostos iónicos,
como o NaCl.

Substâncias amorfas ou não-cristalinas, quando em geral não apresenta regularidade na


distribuição dos átomos e pode ser tida como liquido extremamente viscoso.
Exemplos: vidro e vários polímeros.

Cristais metálicos possuem redes variadas. Metais comuns formam cristais em que a célula
unitária é um cubo de faces centradas.
Exemplo: Alumínio, cobre, ouro, chumbo, níquel, platina e a prata.

Rede atómica são cristais em que as unidades constituintes são átomos que se ligam um aos
outros, compartilhando pares de electrões, por meio de ligações covalentes. Por isso é também
um cristal covalente. Por exemplo diamante, constituído por átomos de carbono ligados entre si
por ligação covalente.

Rede molecular são cristais em que as moléculas encontra-se unidas através de forças
intermoleculares de atracção muitos fracas. Portanto, dentro das moléculas os átomos estão
unidos entre si por ligações covalentes.
Existem em muitas substâncias não-metálicas como o gelo (água sólida), dióxido de carbono
sólido, iodo sólido, enxofre e açucar.

POLARIDADE DAS MOLÉCULAS


Molécula apolar - A soma vectorial dos vectores polarização associados a todas as ligações
covalentes polares da molécula é nula.

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Molécula polar - A soma vectorial dos vectores polarização associados a todas as ligações
covalentes polares na molécula é diferente de zero.

Exercícios
1. De que depende o momento dipolar?
2. Quando uma molécula será apolar?
3. Uma substância polar tende a se dissolver em outra substância polar. Com base nesta
regra, indique como será a mistura resultante após a adição de bromo (Br2) à mistura
inicial de tetracloreto de carbono (CCl4) e água (H2O).

FORÇAS INTERMOLECULARES
As forças intermoleculares são forças de atração que ocorrem entre as moléculas
(intermoleculares), mantendo-as unidas e são responsáveis pelas propriedades físicas dos
líquidos e dos sólidos.

1.Dipolo Instantâneo – Dipolo Induzido ou Forças de Dispersão de London- Ocorre entre


moléculas apolares onde em um determinado instante os pares de electrões da ligação que antes
se encontravam equidistantes, agora estabelece um dipolo instantâneo, onde induzirá, por sua
vez, as demais moléculas a formar dipolos, resultando uma força de atracção de pequena
intensidade.

2.Forças de Dipolo Permanente ou Dipolo-Dipolo- Ocorre entre moléculas polares, na qual


existindo um polo de carga positiva e outro de carga negativa, formando um dipolo permanente,
as moléculas atraem-se mutuamente, de modo que o polo positivo de uma molécula atrai o polo
negativo de outra molécula. Exemplo:

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3.Ligações (Pontes) de Hidrogénio- Ocorre com moléculas com dipolo permanente de grande
polaridade. Observada quando um átomo de H ligado a um átomo muito eletronegativo (F, O e
N) de uma molécula é atraído por um par de electrões não compartilhados no átomo de F, O ou
N de outra molécula.
Exemplo:

Exercícios
1. O carbono e o silício pertencem à mesma família da Tabela Periódica.
a) Qual o tipo de ligação existente no composto SiH4?
b) Embora a eletronegatividade do silício seja 1,7 e a do hidrogénio 2,1, a molécula do SiH4
é apolar. Por quê?
2. O que é ligação dipolo-dipolo e quando ela ocorre?
3. O que é ponte de hidrogénio e quando ela ocorre?
4. O que são forças de Van der Waals e quando elas ocorrem?
5. As ligações químicas dentro das moléculas, ou agregados iónicos, são mais fracas ou
mais fortes que as ligações entre as moléculas? Qual delas é responsável pelas
propriedades químicas e qual é responsável pelas propriedades físicas das substâncias?
6. Considere os processos I e II representados pelas equações:
H2O(l) I H2O(g) II 2 H (g) + O(g)
Indique quais ligações são rompidas em cada um desses processos.
7. Qual é o principal tipo de forças atractivas que deve ser vencida para sublimar o gelo
seco (CO2 sólido)?
8. Uma substância A conduz a corrente eléctrica quando fundida ou quando em solução
aquosa. Outra substância, B, só a conduz em solução de solvente apropriado. E uma
terceira, C, a conduz no estado sólido. Qual o tipo de ligação existente em cada uma das
substâncias A, B e C?
9. O oxigénio, fundamental à respiração dos animais, e o ozónio, gás que protege a Terra
dos efeitos dos raios ultravioleta da luz solar, diferem-se quanto?

GEOMETRIA MOLECULAR
Teoria da repulsão dos pares electrónicos – Teoria em que se baseia na repulsão dos pares de
electrões da camada de valência dos átomos envolvidos na ligação química. Os pares de
electrões são representados por uma nuvem electrónica podendo ser representada por uma
ligação simples, dupla, tripla ou mesmo por um par de electrões que não estão a fazer ligação
química. Exemplo:

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Exercícios
1. A partir das configurações eletrônicas dos átomos constituintes e das estruturas de Lewis:
a) Determine as fórmulas dos compostos mais simples que se formam entre os elementos
(números atómicos: H = 1; C = 6; P = 15):
I. Hidrogénio e carbono;
II. Hidrogénio e fósforo.
b) Qual é a geometria de cada uma das moléculas formadas, considerando-se o número de
pares de electrões?
2. Representar as estruturas de Lewis e descrever a geometria de NO2-, NO3- e NH3. Para a
resolução, considerar as cargas dos iões localizadas nos seus átomos centrais (números
atómicos: N = 7; O = 8; H = 1).

Ligação metálica - É uma ligação entre metais onde os metais na forma de catiões encontram-se
mergulhados em uma nuvem electrónica.

 Os átomos dos elementos metálicos apresentam forte tendência a doarem seus electrões
de última camada.
 Quando muitos destes átomos estão juntos num cristal metálico, estes perdem seus
electrões da última camada.
 Forma-se então uma rede ordenada de iões positivos mergulhada num mar de electrões
em movimento aleatório.

Propriedades das substâncias com ligação metálica


 Tem brilho metálico e cor característico;

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 São bons condutores de electricidade e de calor;


 São densos e duros;
 Possui altos pontos de fusão e de ebulição;
 São dúcteis e maleáveis.

Exercícios
1. Qual é a denominação dada à estrutura originada do ordenamento geométrico dos átomos
dos metais?
2. Quais são os três reticulados mais comuns entre os metais?
3. O que é ligação metálica?
4. O que é maleabilidade? O que é ductilidade?
5. Dos elementos cloro, fósforo e mercúrio, qual é o que apresenta carácter metálico mais
pronunciado? Por quê?

Ligas metálicas
Uma liga metálica é uma solução sólida que se obtém por arrefecimento de uma mistura
homogénea fundida de um metal com um ou mais elementos, metálicos e não-metálicos.
A liga tem uma aparência exterior homogénea, não podendo os seus componentes ser separados
por processos físicos.

Constituintes principais das ligas metálicas


As ligas metálicas mais vulgares incluem os metais situados no bloco d da tabela periódica e o
alumínio.

Principais ligas metálicas e suas aplicações


Ligas metálicas Composição Utilização
Tratamento de obturação
Amálgamas (ligas com Hg) Hg + Ag + Sn (antigamente); extracção de
metais dos seus mineiros por
combinação com Hg
Cu + Sn como base e outros
Bronze elementos como o zinco, o Sinos, moedas, estátuas
alumínio, o antimónio, o
níquel, o fósforo e o chumbo
Latão Cu + Zn Tubos, radiadores, armas,
cartuchos, torneiras
Solda Pb + Sn Solda usada por funileiros e
electricistas
Talheres, utensílios de
Aço inoxidável Fe + C + Cr + Ni cozinha, peças de carro,
brocas
Cuproníquel Cu + Ni com um máximo de Moedas, condensadores e
30% de Ni equipamentos de destilação
Usado em termopares, já que a
Constantan Cerca de 60% de Cu e 40% de sua resistência não varia ou
Ni varia pouco com a temperatura

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Exercícios
1. O que é uma liga metálica?
2. Como são preparadas as ligas metálicas?
3. Cite três fatores responsáveis pelas propriedades das ligas metálicas.

Trabalho investigativo
 Fenómenos de forja, cansaço, soldadura e gripar dos metais com base na estrutura
metálica
 Metais importantes da indústria Moçambicana (Al, Fe, Zn, Au, Ag, Cu) ocorrência,
obtenção, aplicações;
 Principais indústrias metalúrgicas de Moçambique
 Gestão dos resíduos sólidos (sucatas) e o ambiente

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FUNÇÕES INORGÂNICAS
Função química é um conjunto de substâncias com propriedades químicas semelhantes,
denominadas propriedades funcionais.
As principais funções químicas inorgânicas que iremos estudar são: os óxidos, os ácidos, as
bases e os sais.
1. Óxidos
1.1 A definição de óxidos
Óxidos são compostos binários nos quais o oxigênio é o elemento mais eletronegativo.
Por exemplo: H2O, CO2, Fe2O3, SO2, P2O5 etc.
Os óxidos constituem um grupo muito numeroso, pois praticamente todos os elementos químicos
formam óxidos (até mesmo gases nobres, como, por exemplo, o XeO3).
Apenas os compostos oxigenados do flúor (como, por exemplo, OF2 e O2F2) não são
considerados óxidos, mas sim fluoretos de oxigénio, pois, o flúor é mais eletronegativo que o
oxigênio.
Sendo assim, outra definição possível para os óxidos seria:
Óxidos são compostos binários do oxigênio com qualquer outro elemento químico, excepto o
flúor.

1.2 Fórmula geral dos óxidos


Considerando um elemento químico E, de número de oxidação +z, e lembrando que o oxigénio
tem número de oxidação -2, temos:
E+z O-2 ===> E2Oz
1.3 Classificação dos Óxidos
1.3.1 Óxidos básicos
Óxidos básicos são óxidos que reagem com a água, produzindo uma base, ou reagem com um
ácido, produzindo sal e água.
Exemplos:
Na2O + H2O 2 NaOH
Na2O + 2 HCl 2 NaCl + H2O
Os óxidos básicos são formados por metais com números de oxidação baixos (+1, +2 ou +3). São
compostos sólidos, iónicos, que encerram o anião oxigénio (O2-) e apresentam pontos de fusão e
de ebulição elevados. Os óxidos dos metais alcalinos e alcalino-terrosos reagem com a água; os
demais óxidos básicos são pouco solúveis em água.

1.3.1.1 Nomenclatura dos óxidos básicos


Quando o elemento forma apenas um óxido, dizemos:
Óxido de + Nome do elemento
Exemplos: Na2O — óxido de sódio; CaO — óxido de cálcio

Quando o elemento forma dois óxidos, dizemos:


Óxido de + Nome do elemento (número de oxidação do metal em algarismo romano)
Exemplo: Fe2O3 — óxido de ferro (III) CuO — óxido de cobre (II)
FeO — óxido de ferro (II) Cu2O — óxido de cobre (I)

Exercícios
1. O que são óxidos?

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2. O que são óxidos básicos?


3. Escreva a equação da reacção química entre o óxido de cálcio com água e óxido de cálcio
com H2SO4.
4. Com cerca de 40 km de profundidade, a crosta terrestre contém principalmente óxido de
silício e óxido de alumínio. Sabendo que o número de oxidação do silício é +4 e o do
alumínio é +3. Quais são as fórmulas desses óxidos?
5. O ferro é um dos elementos mais abundantes na crosta terrestre. Um dos minérios de ferro é a
hematita, substância constituída, principalmente, por óxido férrico (ou óxido de ferro III).
Qual é a sua fórmula?

1.3.2 Óxidos ácidos ou anídricos


Óxidos ácidos ou anidridos são óxidos que reagem com a água, produzindo um ácido, ou reagem
com uma base, produzindo sal e água.
Exemplos:
SO3 + H2O H2SO4
SO3 + 2 NaOH Na2SO4 + H2O
Os óxidos ácidos ou são formados por não-metais (e, nesse caso, são compostos geralmente
gasosos) ou por metais com números de oxidação elevados, como, por exemplo, CrO3, MnO3,
Mn2O7, etc.
CrO3 + H2O H2CrO4
CrO3 + 2 NaOH Na2CrO4 + H2O
Os óxidos ácidos são compostos moleculares e, em geral, solúveis em água.
Considere agora a reacção característica: Óxido ácido + Água Ácido
É por meio desse tipo de reacção que ocorre o fenómeno da chuva ácida, responsável pelo
desaparecimento da cobertura vegetal, pela corrosão de metais e outros materiais, como os que
são usados em monumentos e obras de arte.
Entretanto, podemos considerar um óxido ácido como um “ácido sem água”. Daí o nome
anidrido dado a esses óxidos.

1.3.2.1 Nomenclatura dos óxidos ácidos


Indica-se o número de átomos de oxigénio e o número de átomos do elemento com o auxílio dos
prefixos mono, di, tri etc. Frequentemente, o prefixo mono é omitido.
SO3 — trióxido de (mono) enxofre
SO2 — dióxido de (mono) enxofre

1.3.3 Óxidos anfóteros


Óxidos anfóteros podem se comportar ora como óxido básico, ora como óxido ácido.
Apresentando um caráter intermediário entre o dos óxidos ácidos e o dos óxidos básicos, os
óxidos anfóteros só reagem com outra substância de caráter químico pronunciado: ou ácido forte
ou base forte. É, por exemplo, o que acontece com o óxido de zinco (ZnO):
ZnO + 2 HCl ZnCl2 + H2O
2 NaOH + ZnO Na2ZnO2 + H2O
Os óxidos anfóteros são, em geral, sólidos, iônicos, insolúveis na água e formados:
• Ou por metais: ZnO; Al2O3; SnO e SnO2; PbO e PbO2;
• Ou por semimetais: As2O3 e As2O5; Sb2O3 e Sb2O5.
A nomenclatura é idêntica à dos óxidos básicos:
ZnO — óxido de zinco

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SnO2 — óxido de estanho (IV)


SnO — óxido de estanho (II)

1.3.4 Óxidos indiferentes ou neutros


Óxidos indiferentes (ou neutros) são óxidos que não reagem com água, nem com ácidos nem
com bases.
Assim, os óxidos neutros não apresentam nem caráter ácido nem caráter básico. São poucos os
óxidos dessa classe. Os mais comuns são:
CO — monóxido de carbono
N2O — óxido nitroso
NO — óxido nítrico
São compostos gasosos, moleculares, formados por não-metais. Mas o facto de serem
“indiferentes” ou “neutros” não significa que esses óxidos não possam participar de outras
reações. O CO, por exemplo, queima com muita facilidade:
2 CO + O2 2 CO2

Exercícios
1. O que são óxidos ácidos?
2. O que são óxidos anfóteros?
3. Escreva a equação da reacção química entre o dióxido de carbono com água e dióxido de
carbono com NaOH
4. Coloque os óxidos MnO3, Mn2O3, MnO2, Mn2O7, MnO na ordem do mais básico para o mais
ácido.
5. Escreva as equações das reações do óxido anfótero SnO com o HCl e com o NaOH.
6. Na queima do enxofre em pó forma-se um gás (dióxido de enxofre). Qual é a coloração que o
papel de tornassol azul em bebido em água, apresentará na presença desse gás?

1.3.5 Óxidos duplos ou mistos


Óxidos duplos são óxidos que se comportam como se fossem formados por dois outros óxidos,
do mesmo elemento químico.
Por exemplo:
Fe3O4 equivale a FeO + Fe2O3
Pb3O4 equivale a 2 PbO + PbO2
Eles reagem como se fossem a mistura de dois óxidos:
FeO + H2SO4 FeSO4 + H2O
Fe2O3 + 3 H2SO4 Fe2(SO4)3 + 3 H2O
Fe3O4 + 4 H2SO4 FeSO4 + Fe2(SO4)3 + 4 H2O
São sempre óxidos metálicos, sólidos e de estrutura iónica. A nomenclatura preferida, nesse
caso, é:
Fe3O4 — tetróxido de triferro

1.3.6 Peróxidos
Peróxidos são óxidos, geralmente metálicos, que reagem com a água ou com ácidos diluídos,
produzindo água oxigenada (H2O2). O oxigénio tem o número de oxidação igual a -1.
Na2O2 + 2 H2O 2 NaOH + H2O2
Na2O2 + H2SO4 Na2SO4 + H2O2
A nomenclatura é feita com a própria palavra peróxido. Por exemplo:

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Na2O2 — peróxido de sódio


Os peróxidos mais comuns são:
• Peróxido de hidrogénio: H2O2 (quando em solução aquosa se chama água oxigenada);
• Peróxidos dos metais alcalinos: Na2O2, K2O2 etc.;
• Peróxidos dos metais alcalino-terrosos: BaO2 etc.

1.3.7 Superóxidos
Superóxidos são óxidos, geralmente metálicos, que reagem com a água ou com ácidos diluídos,
produzindo água oxigenada (H2O2) e libertando oxigénio. O oxigénio tem o número de oxidação
igual a -½.
KO2 + 2 H2O 2 KOH + H2O2 +O2
CaO4 + H2SO4 CaSO4 + H2O2 + O2
A nomenclatura é feita com a própria palavra superóxido. Por exemplo:
NaO2 — Superóxido de sódio

1.4 Métodos de obtenção dos óxidos


Um óxido é frequentemente produzido pela reacção entre uma substância elementar com o
oxigénio ou pela decomposição de sais oxigenados.
C + O2(ar) CO2
CaCO3 CaO + CO2

Exercícios
1. O que são peróxidos?
2. Um dos óxidos do ferro é o Fe3O4. Como é classificado esse óxido?
3. Fale da importância do dióxido de carbono?

1.5 Um dos óxidos importante


Dióxido de carbono — CO2
O CO2 pode ser preparado pela queima do carvão ou de materiais orgânicos, como a madeira:
C + O2(ar) CO2
No entanto, o CO2 é obtido usualmente como subproduto de várias reações industriais, como, por
exemplo, a decomposição de carbonatos (CaCO3 CaO + CO2), a fermentação alcoólica na
produção do álcool comum e de bebidas alcoólicas etc.
O CO2 gasoso é dissolvido, sob pressão, nas “águas gaseificadas” e nos refrigerantes; ocorre,
nesse caso, a reação:
CO2 + H2O H2CO3
Quando a garrafa é aberta, ocorre a reação inversa:
H2CO3 H2O + CO2
e o CO2 gasoso que escapa dá a efervescência característica das águas gaseificadas e dos
refrigerantes.
Abaixo de 78 °C negativos, o CO2 torna-se sólido e é conhecido como gelo-seco. Esse nome
provém do fato de o gelo-seco não derreter para formar um líquido, mas sim sublimar-se,
passando diretamente do estado sólido para o gasoso. O gelo-seco é usado em refrigeração
(como nos carrinhos de sorvete) e também para produzir “fumaça” em shows, bailes etc.
Sendo um óxido ácido, o CO2 reage com as bases:
NaOH + CO2 NaHCO3

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2. Ácidos
2.1 Definição de ácido
2.1.1 Segundo Arrhenius
Do ponto de vista teórico, Arrhenius definiu:
Ácidos são compostos que em solução aquosa se ionizam, produzindo como iões positivo apenas
catião hidrogénio (H+).
O H+ é, nessa perspectiva, o responsável pelas propriedades comuns a todos os ácidos, sendo
chamado, por esse motivo, de radical funcional dos ácidos. Exemplos:
HCl H+ + Cl-
HNO3 H+ + NO3-
H2SO4 2H+ + SO42-
H3PO4 3H+ + PO43-
Atualmente, sabe-se que a definição de Arrhenius não é rigorosamente correta. Na verdade, em
solução aquosa, o catião H+ se une a uma molécula de água formando o ião H3O+, chamado de
hidrónio.

2.1.2 Segundo Bronsted-Lowry


Segundo a teoria protónica, desenvolvida independentemente pelos cientistas Bronsted e Lowry,
uma reacção ácido-base é um processo de transferência de um protão de uma espécie química
(ácido) para outra (base).
HCl + NH3 NH4+ + Cl-
O ácido transfere um protão H+ para a base. Portanto, a definição de ácido de Bronsted-Lowry
contém a definição de Arrhenius.

2.2 Os ácidos reagem com os metais activos


Na série de reactividade dos metais, pode se prever se um metal é capaz de deslocar o hidrogénio
do ácido. Por isso, basta que o metal não combinado se encontre acima do hidrogénio.
Mg + 2 HCl MgCl2 + H2

2.3 Classificação dos ácidos


2.3.1 De acordo com o número de hidrogénios ionizáveis
• Monoácidos: na ionização, a molécula produz apenas 1 H+ (HCl, HNO3 etc.).
• Diácidos: na ionização, a molécula produz 2 H+ (H2SO4, H2CO3 etc.).
• Triácidos: na ionização, a molécula produz 3 H+ (H3PO4, H3BO3 etc.).
• Tetrácidos: na ionização, a molécula produz 4 H+ (H4P2O7, H4SiO4 etc.).
NB: Os ácidos com 2 ou mais hidrogénios ionizáveis são denominados poliácidos.

2.3.2 De acordo com a presença ou não de oxigénio na molécula


• Hidrácidos: não contêm oxigénio (HCl, HBr, H2S etc.).
• Oxiácidos: contêm oxigénio (HNO3, H2SO4, H3PO4 etc.).

2.3.3 De acordo com o grau de ionização


• Ácidos fortes: quando α > 50%. Exemplos: HCl (α = 92%), H2SO4 (α = 61%) etc.
• Ácidos moderados ou semifortes: quando 5 < α < 50%. Exemplos: HF (α < 8%), H3PO4 (α =
27%) etc.
• Ácidos fracos: quando α < 5%. Exemplos: HCN (α = 0,008%), H2CO3 (α = 0,18%) etc.

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Exercícios
1. Segundo Arrhenius, qual é a definição de ácidos?
2. Segundo o número de hidrogénios ionizáveis, como podem ser classificados os ácidos?
3. Segundo a presença ou não de oxigénio na molécula, como podem ser classificados os
ácidos?
4. Quais são os anidridos correspondentes aos ácidos H2SO3, H2CO3, H2SiO3, HClO4?
5. Água pura é um mau condutor de corrente elétrica. O ácido sulfúrico puro (H2SO4) também é
mau condutor. Explique o fato de uma solução diluída de ácido sulfúrico, em água, ser boa
condutora de corrente elétrica.
6. Segundo o grau de ionização, como podem ser classificados os ácidos?

2.4 Nomenclatura dos ácidos


2.4.1 Hidrácidos
O nome é feito com a terminação ídrico:
Ácido + Nome do anião + ídrico
Exemplo:
HI – ácido iodídrico HCl – ácido clorídrico
H2S – ácido sulfídrico HCN – ácido cianídrico

2.4.2 Oxácidos
2.4.2.1 Quando o elemento forma apenas um oxácido, usa-se a terminação ico:
Ácido + nome do elemento + ico
Exemplo:
H2CO3 – ácido carbónico
H3BO3 – ácido bórico

2.4.2.2 Quando o elemento forma dois oxácidos:


Ácido + Nome do elemento +
Exemplo:
HNO2 – ácido nitroso H2SO3 – ácido sulfuroso
HNO3 – ácido nítrico H2SO4 – ácido sulfúrico

2.4.2.3 Quando o elemento forma três ou quatro oxácidos:


Ácido per + Nome do elemento + ico
Ácido + Nome do elemento + ico
Ácido + Nome do elemento + oso
Ácido hipo + nome do elemento + oso
Exemplo:
HClO4 – ácido perclórico
HClO3 – ácido clórico
HClO2 – ácido cloroso
HClO – ácido hipocloroso

NB: Além dos prefixos per e hipo, são usados outros, como no caso de oxiácidos do fósforo:
H3PO4 — ácido ortofosfórico

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H4P2O7 — ácido pirofosfórico


HPO3 — ácido metafosfórico
Nos três casos, o fósforo tem o mesmo número de oxidação (+5); a diferença está no grau de
hidratação.
• O H3PO4 chama-se ácido ortofosfórico, pois é o mais hidratado dos três;
• O H4P2O7 chama-se ácido pirofosfórico, pois, simulando uma operação matemática, teríamos:
2 x H3PO4 equivaleria a H6P2O8
subtraindo H2O
temos H4P2O7
• O HPO3 chama-se ácido metafosfórico, pois:
H3PO4 - H2O = HPO3

Exercícios
1. Qual é a terminação do nome de um hidrácido?
2. Qual é a terminação do nome de um oxiácido?
3. Escrever as fórmulas dos seguintes ácidos: a) ácido permangânico; b) ácido fosforoso; c)
ácido oxálico; d) ácido sulfuroso; e) ácido arsênico e f) ácido ortossilícico.
4. Apenas com o auxílio da regra de nomenclatura que acabamos de estudar dê nome aos ácidos
seguintes: a) HBr; b) HIO; c)HIO2; d) HIO3; e) HIO4; f) H3AsO4; g) H3SbO4; h) H3AsO3 e i)
H4Sb2O7.
5. Escreva as equações de ionização dos ácidos seguintes: a) ácido bromídrico; b) ácido
sulfuroso; c) ácido nitroso e d) ácido pirofosfórico.
6. Repita o exercício anterior, supondo agora a participação da água, isto é, a formação do
hidrónio.
7. Escreva a fórmula estrutural do HClO4.
8. Considere os ácidos oxigenados abaixo: HNO2(aq); HClO3(aq); H2SO3(aq) e H3PO4(aq). Quais são
os seus nomes?
9. Descrever as propriedades, métodos e aplicações dos ácidos importantes tais como
HNO3, H2SO4 e HCl.

2.5 Ácidos importantes


2.5.1 Ácido sulfúrico — H2SO4
O ácido sulfúrico é o produto químico mais utilizado na indústria; por isso costuma-se dizer que
o consumo de ácido sulfúrico mede o desenvolvimento industrial de um país.
O H2SO4 puro é um líquido incolor, oleoso, denso (d = 1,84 g/mL), corrosivo e extremamente
solúvel em água (para diluí-lo, deve-se despejá-lo lentamente em água, e nunca o contrário, pois,
devido ao calor liberado, quando se despeja água sobre H2SO4, ela vaporiza rapidamente e pode
se projectar contra as mãos ou o rosto do operador). O H2SO4 ferve a 338 °C, que é um valor
bem acima da temperatura de ebulição dos ácidos comuns; por isso é considerado um ácido fixo,
isto é, pouco volátil.
O ácido sulfúrico é produzido industrialmente pelo processo denominado catalítico ou de
contacto, de acordo com as seguintes etapas:
• Queima do enxofre: S + O2 SO2
(ou ustulação de sulfetos metálicos: 4 FeS2 + 11 O2 2 Fe2O3 + 8 SO2)
• Oxidação do SO2: 2 SO2 + O2 2 SO3
• Reacção do SO3 com água: SO3 + H2O H2SO4
Nas equações químicas, o sinal indica que o gás é liberado durante a reação.

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Os principais usos do ácido sulfúrico são:


• Na produção de fertilizantes agrícolas, como os superfosfatos;
• Na produção de compostos orgânicos (plásticos, fibras têxteis, celulose, corantes, tintas,
pigmentos etc.);
• Na produção de outros ácidos (H3PO4; HNO3 etc.);
• Na limpeza de metais e ligas metálicas (aço);
• No refino do petróleo;
• Em baterias de automóveis.

2.5.2 Ácido clorídrico — HCl


O HCl puro, chamado de gás clorídrico ou cloridreto ou cloreto de hidrogénio, é um gás incolor,
não-inflamável, muito tóxico e corrosivo. Esse gás é muito solúvel em água (cerca de 450 L de
gás clorídrico por litro de água, em condições ambientes). Sua solução aquosa é denominada
ácido clorídrico. Trata-se de uma solução incolor que, quando concentrada, contém cerca de 38%
de HCl em massa, é fumegante (pois liberta vapores de HCl), sufocante, muito tóxica e
corrosiva.
Na indústria, o HCl é preparado por síntese direta:
H2 + Cl2 2 HCl
E, em laboratório, a partir do NaCl (sólido):
2 NaCl + H2SO4 Na2SO4 + 2 HCl
O ácido clorídrico é usado na hidrólise de amidos e proteínas (indústria de alimentos); na
produção de corantes, tintas, couros etc. Na limpeza de pisos e paredes de pedra ou de azulejo,
usa-se o ácido muriático, que é o ácido clorídrico impuro.
Além disso, é importante destacar que o ácido clorídrico é um dos componentes do suco gástrico
existente em nosso estômago. Sua ação é ajudar a digestão dos alimentos.

2.5.3 Ácido nítrico — HNO3


O ácido nítrico é um líquido incolor, muito tóxico e corrosivo. Ferve a 83 °C. É muito solúvel
em água e, com o tempo e a influência da luz, sua solução fica avermelhada devido à
decomposição do HNO3 em NO2.
Industrialmente, o ácido nítrico é preparado a partir do NH3, segundo as reações:
4 NH3 + 5 O2 4 NO + 6 H2O
2 NO + O2 2 NO2
3 NO2 + H2O 2 HNO3 + NO
E, em laboratório:
2 NaNO3(s) + H2SO4 Na2SO4 + 2 HNO3
O ácido nítrico é usado na produção de compostos orgânicos (explosivos, corantes,
medicamentos etc.), na produção de fertilizantes agrícolas (por exemplo, NH4NO3), na produção
de nitratos etc.

3. Bases
3.1 A definição de bases de Arrhenius
Do ponto de vista teórico, Arrhenius definiu:
Bases ou hidróxidos são compostos que, por dissociação iónica, libertam, como ião negativo,
apenas o anião hidróxido (OH-), também chamado de oxidrila ou hidroxila.

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O OH- é o responsável pelas propriedades comuns a todas as bases, constituindo por isso o
radical funcional das bases. Exemplos:
NaOH Na+ + OH-
Ca(OH)2 Ca2+ + 2OH-
Al(OH)3 Al3+ + 3OH-
De modo geral, as bases são formadas por um metal, que constitui o radical positivo, ligado
invariavelmente ao OH-. A única base não-metálica importante é o hidróxido de amônio
(NH4OH).

3.2 Classificações das bases


3.2.1 De acordo com o número de hidroxilas (OH-)
• Monobases: possuem apenas uma oxidrila (OH-). Exemplos: NaOH, NH4OH etc.
• Dibases: possuem duas OH-. Exemplos: Ca(OH)2, Fe(OH)2 etc.
• Tribases: possuem três OH-. Exemplos: Al(OH)3, Fe(OH)3 etc.
• Tetrabases: possuem quatro OH-. Exemplos: Sn(OH)4, Pb(OH)4 etc.
NB: Não existem bases com mais de quatro oxidrilas por molécula.

3.2.2 De acordo com o grau de dissociação


• Bases fortes: são aquelas cujo grau de dissociação é praticamente 100%. É o caso dos
hidróxidos dos metais alcalinos, como NaOH, KOH etc., e dos metais alcalino-terrosos, como
Ca(OH)2, Ba(OH)2 etc., que já são iônicos por natureza. O Mg(OH)2 é uma exceção à regra, pois
constitui uma base fraca.
• Bases fracas: cujo grau de dissociação é, em geral, inferior a 5%. É o caso do hidróxido de
amônio (NH4OH) e dos hidróxidos dos metais em geral (excluídos os metais alcalinos e alcalino-
terrosos), que são moleculares por sua própria natureza.

3.2.3 De acordo com a solubilidade em água


• Solúveis: hidróxidos dos metais alcalinos como NaOH, KOH etc., e hidróxido de amônio
(NH4OH).
• Pouco solúveis: hidróxidos dos metais alcalino-terrosos, como Ca(OH)2, Ba(OH)2 etc.
• Praticamente insolúveis: todos os demais.

Exercícios
1. Qual é a definição de bases ou hidróxidos segundo Arrhenius?
2. De acordo com a solubilidade em água, como podem ser classificadas as bases? Dê
exemplos.
3. Escreva as equações de dissociação iónica das bases seguintes: a) hidróxido de bário e b)
hidróxido de potássio.
4. Ordene as bases AgOH, NH4OH, Ca(OH)2, da mais solúvel para a menos solúvel em água.
5. Explique por que é praticamente impossível medir a condutividade elétrica de um hidróxido
que não seja de um metal alcalino.
6. Como são denominadas as reações entre ácidos e bases?

3.3 Fórmulas das bases


Uma base é sempre formada por um radical positivo (metal ou NH4+) ligado invariavelmente ao
radical negativo oxidrila (OH-):
Na+ | OH-

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Ca2+ | (OH-)2
Al3+ | (OH-)3
Note também que a carga positiva do catião é neutralizada pela carga negativa total das oxidrilas,
originando a seguinte regra geral de formulação das bases:
B1+y (OH)y-1 ou seja: B(OH)y
Nessa expressão, B representa o radical básico (metal ou NH4+) de carga +y. Cabe também
assinalar que, nas bases, y ≤ 4.

3.4 Nomenclatura das bases


3.4.1 Quando o elemento forma apenas uma base
Hidróxido de + Nome do elemento
NaOH — hidróxido de sódio
NH4OH — hidróxido de amónio

3.4.2 Quando o elemento forma duas bases


Hidróxido de + Nome do elemento +(número de oxidação do catião em algarismo romano)
Fe(OH)3 — hidróxido de ferro (III) Sn(OH)4 — hidróxido de estanho (IV)
Fe(OH)2 — hidróxido de ferro (II) Sn(OH)2 — hidróxido de estanho (II)

Exercícios
1. Como é dado nome a uma base?
2. Escreva as fórmulas das bases seguintes: a) hidróxido de lítio; b) hidróxido áurico; c)
hidróxido de cromo; d) hidróxido de cobre I e e) hidróxido ferroso
3. Dê os nomes das bases seguintes: a) Mg(OH)2; b) Sn(OH)2; c) CsOH; d) Pt(OH)4 e e)
Hg(OH)2.
4. Descrever as propriedades, métodos e aplicações das bases importantes tais como NaOH,
Ca(OH)2 e NH4OH.

3.5 Bases importantes


3.5.1 Hidróxido de sódio — NaOH
O hidróxido de sódio, também chamado de soda cáustica, é um sólido branco, de ponto de fusão
318 °C, muito tóxico e corrosivo e bastante solúvel em água (dissolução muito exotérmica).
É produzido, industrialmente, por eletrólise de soluções aquosas de NaCl:
2 NaCl + 2 H2O 2 NaOH + H2 + Cl2
É uma das bases mais usadas pela indústria química, servindo na preparação de compostos
orgânicos (sabão, seda artificial, celofane etc.), na purificação de óleos vegetais, na purificação
de derivados do petróleo, na fabricação de produtos para desentupir pias etc.

3.5.2 Hidróxido de cálcio — Ca(OH)2


O hidróxido de cálcio é conhecido por cal hidratada, cal extinta ou cal apagada. Esses nomes
provêm de seu método de preparação, que é por hidratação do óxido de cálcio (CaO), chamado
de cal viva ou cal virgem:
CaO + H2O Ca(OH)2
O Ca(OH)2 é um sólido branco pouco solúvel em água. A suspensão aquosa de Ca(OH)2 é
chamada de leite de cal ou água de cal. O maior uso do hidróxido de cálcio é na construção civil:
• Na preparação de argamassa (massa para assentar tijolos);

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• Na pintura de paredes (caiação).


É usada também na agricultura, como inseticida e fungicida, e ainda no tratamento (purificação)
de águas e esgotos.

3.5.3 Hidróxido de amónio — NH4OH


O hidróxido de amônio não existe isolado, sendo, na verdade, uma solução aquosa de NH3
(amoníaco ou amónia):
NH3 + H2O NH4OH
O NH3, por sua vez, é preparado por síntese direta (processo de Haber-Bosch):
N2 + 3 H2 2 NH3
É usado em limpeza doméstica, como fertilizante agrícola, na fabricação de ácido nítrico
(HNO3), na produção de compostos orgânicos e como gás de refrigeração.

4. Sais
4.1 A definição de sais
Do ponto de vista prático, podemos dizer que:
Sais são compostos formados juntamente com a água na reacção de um ácido com uma base de
Arrhenius.
De fato, a reacção entre um ácido e uma base de Arrhenius — chamada de reacção de
neutralização ou de salificação — forma um sal, além da água:
HCl + NaOH NaCl + H2O

Do ponto de vista teórico, dizemos que:


Sais são compostos iónicos que possuem, pelo menos, um catião diferente do H+ e um anião
diferente do OH-.
Por exemplo:
NaCl ou Na+Cl-
NaHSO4 ou Na+H+SO42-
Ca(OH)Cl ou Ca2+OH-Cl-
NaKSO4 ou Na+K+SO42-
CaClBr ou Ca2+Cl-Br-

4.2 Reação de neutralização total/Sais normais ou neutros


Dizemos que uma reação é de neutralização total quando reagem todos os H+ do ácido e todos os
OH- da base. O sal assim formado é chamado de sal normal ou neutro.
NaOH + HCl NaCl + H2O
3 NaOH + H3PO4 Na3PO4 + 3 H2O
Ca(OH)2 + 2 HNO3 Ca(NO3)2 + H2O
Nessas reações, NaCl, Na3PO4 e Ca(NO3)2 são exemplos de sais normais ou neutros. Note que,
nessas reações, o que realmente ocorre é a união entre o H+ do ácido e o OH- da base.

4.2.1 Fórmula geral dos sais normais


Um sal normal é formado por um catião B, proveniente da base, e um anião A, proveniente do
ácido, segundo o esquema:
B+y A-x <===> BxAy

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4.2.2 Nomenclatura dos sais normais


O nome de um sal normal deriva do ácido e da base que lhe dão origem. Assim, para obter o
nome de um sal, basta alterar a terminação do nome do ácido correspondente, de acordo com o
seguinte código:

Ácidos =====> sal

Esquematicamente, o nome de um sal normal é:

(Nome do ácido de origem, trocando-se a terminação) (Nome do catião da base de origem)

Observe os exemplos:
HCl + NaOH NaCl + H2 O
Ácido clorídrico Hidróxido de sódio Cloreto de sódio

HNO2 + KOH KNO2 + H2O


Ácido nitroso Hidróxido de potássio Nitrito de potássio

2 H3PO4 + 3 Ca(OH)2 Ca3(PO4)2 + 6 H2O


Ácido fosfórico Hidróxido de cálcio Fosfato de cálcio

Exercícios
1. O que são sais?
2. Quando um sal pode ser classificado como normal?
3. Qual é a fórmula geral de um sal?
4. Qual a relação existente entre o nome de um ácido e o nome de um sal?
5. Dê os nomes dos sais seguintes: KNO2, KClO4, K2SO4, K2CrO4, KNO3, KClO3, K2Cr2O7,
FeSO3, FeSO4, Fe2S3, FeS, FeCl3, FeCl2, BaCl2, PbCl2, Na2CrO4, MgSO4, BaSO4, AgBr, PbS,
PbSO4 e Pb(NO3)2.
6. Escreva as equações de ”reacção entre um óxido e um ácido ou uma base” e equações de
“reacção de neutralização” que forma os sais do exercício do número anterior.

4.3 Outros sais


A família dos sais é muito grande e bastante diversificada. Outros tipos de sal são apresentados a
seguir.

4.3.1 Sais ácidos ou hidrogeno-sais


São sais que apresentam hidrogénios ionizáveis em suas estruturas. Por exemplo:

• NaHCO3

(chamado usualmente de bicarbonato de sódio, usado na fabricação de fermento);

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• Na2HPO4

Esses sais são provenientes da neutralização parcial de seus ácidos de origem.


Por exemplo: 2 NaOH + H3PO4 Na2HPO4 + 2 H2O

4.3.2 Sais básicos ou hidroxi-sais


São sais que apresentam oxidrilas em suas estruturas. Por exemplo:
Al(OH)2Cl (cloreto dibásico de alumínio ou dihidróxi-cloreto de alumínio)
Esses sais são provenientes da neutralização parcial de suas bases de origem.
Por exemplo: Al(OH)3 + HCl Al(OH)2Cl + H2O

4.3.3 Sais duplos ou mistos


São sais derivados de dois ácidos (ou duas bases) diferentes. Por exemplo:
• KNaSO4 — sulfato duplo de potássio e sódio
• CaClBr — brometo-cloreto de cálcio

4.3.4 Sais hidratados ou hidratos


São sais que cristalizam com uma ou mais moléculas de água. Por exemplo:
CuSO4.5H2O — sulfato de cobre penta-hidratado.
A água presente em sais desse tipo é chamada de água de cristalização ou água de hidratação.

Exercícios
1. O que um sal deve ter para que ele seja classificado como sal ácido?
2. O que um sal deve ter para que ele seja classificado como sal básico?
5. Descrever as propriedades, métodos e aplicações dos sais importantes tais como NaCl,
CaCO3, NaClO e Na2CO3.

4.4 Sais importantes


4.4.1 Cloreto de sódio — NaCl
É obtido da água do mar (processo de salinas) ou de minas subterrâneas (sal-gema). É usado
diretamente na alimentação ou na conservação de carnes e de pescados.
Na alimentação, é importante que o sal contenha pequenas quantidades de compostos do iodo
(NaI, KI, NaIO3 etc.); caso contrário, a pessoa poderá sofrer dilatação da glândula tireóide, uma
doença conhecida como bócio ou papo. Uma solução aquosa com 0,92% de NaCl é chamada de
soro fisiológico e é usada em medicina.
O uso industrial mais importante de NaCl é a produção de NaOH, H2 e Cl2, pela reação:
2 NaCl + 2 H2O 2 NaOH + H2 + Cl2

4.4.2 Carbonato de sódio — Na2CO3


É também conhecido como soda ou barrilha.
Sua principal aplicação é a fabricação do vidro, de acordo com a equação:
Na2CO3 + CaCO3 + SiO2 vidro
O Na2CO3 é usado também na fabricação de sabões, de corantes, no tratamento de água de
piscina, etc.

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4.4.3 Hipoclorito de sódio — NaClO


É um alvejante usado no branqueamento de roupas (água de lavadeira ou água sanitária).
É também vendido como “cloro” e usado no tratamento de piscinas. Sendo agente anti-séptico, é
usado na limpeza de casas, hospitais etc. Em pequenas quantidades pode ser adicionado à água
para lavagem de vegetais.

4.4.4 Carbonato de cálcio — CaCO3


É muito comum na natureza, na forma de calcita, calcário, mármore etc. O CaCO3 é também
formador das estalactites e estalagmites encontradas em cavernas calcárias, nos recifes de corais
e na carapaça de seres marinhos.
Os usos mais comuns do carbonato de cálcio são:
• Na produção da cal virgem (CaO) pela reação:
CaCO3 CaO + CO2
• Na produção do cimento pela reação:
Cálcario + argila + areia cimento (silicato de alumínio e cálcio)
• Na agricultura, para reduzir a acidez do solo (calagem).

Exercícios
1. Os consumidores já estão informados de que os alimentos industrializados que ingerem
contêm substâncias cuja função básica é a de preservá-los da deterioração. Alguns exemplos
dessas substâncias são: conservantes — ácido bórico (P. II) e anidrido sulfuroso (P. V);
antioxidante — ácido fosfórico (A. III); anti-umectantes — carbonato de cálcio (Au. I) e
dióxido de silício (Au. VIII). Quais são as fórmulas de cada uma dessas substâncias?
2. São apresentadas abaixo substâncias químicas, na coluna da esquerda, e uma possível
aplicação para cada uma delas, na coluna da direita. Faça a correspondência
I. H2SO4 A. descorante de cabelos
II. NaOCl B. antiácido estomacal
III. H2O2 C. água sanitária
IV. Mg(OH)2 D. conservação de alimentos
V. NaCl E. solução de baterias automotivas
3. Um dos processos de purificação da água para uso doméstico constitui-se das seguintes
etapas: 1ª Filtração seguida de alcalinização com óxido de cálcio (X ); 2ª Floculação por
adição de sulfato de alumínio (Y) seguida de filtração e 3ª Aeração e adição de cloro para
formação do ácido hipocloroso (Z ) que elimina bactérias. Quais são as fórmulas químicas
das substâncias indicadas por X, Y e Z respectivamente?
4. Um elemento metálico forma um óxido de fórmula MO2. Qual será a fórmula de seu cloreto?
5. À temperatura ambiente, o cloreto de sódio, NaCl, é sólido e o cloreto de hidrogênio, HCl, é
um gás. Estas duas substâncias podem ser líquidas em temperaturas adequadas.
a) Por que, no estado líquido, o NaCl é um bom condutor de eletricidade, enquanto, no
estado sólido, não é?
b) Por que, no estado líquido, o HCl é um mau condutor de eletricidade?
c) Por que, em solução aquosa, ambos são bons condutores de eletricidade?
6. Considere cada uma das seguintes substâncias, todas no estado sólido: cloreto de sódio,
diamante, iodo e sódio.
a) Cite o sólido que não conduz corrente elétrica, mas se torna bom condutor quando
fundido. Justifique o fato de a substância ser condutora no estado líquido.
b) Cite o sólido cujo cristal é mantido coeso, principalmente por interações de Van der
Waals. Justifique sua resposta.

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7. Observe as duas colunas e faça correspondência.


I. Na2B4O7.10 H2O A. sal básico
II. Mg(OH)Cl B. sal duplo
III. NaKSO4 C. sal ácido
IV. NaHCO3 D. sal hidratado

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