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CONTROLO DE

CRESCIMENTO
MICROBIANO
Curso Profissional de Técnico Auxiliar de Saúde
PORQUÊ CONTROLAR O
CRESCIMENTO MICROBIANO?
O bem estar do ser humano depende em grande medida da sua capacidade de
controlar o crescimento de microrganismos, na medida em que lhe permite:

- Prevenir a transmissão de doenças


- Evitar a decomposição de alimentos
- Evitar a contaminação da água e do ambiente.

Para isso usa agentes (físicos e químicos) que:


- Matam a célula microbiana ou
- Impedem a sua multiplicação.
DEFINIÇÕES IMPORTANTES:
- Sepsia
- Assepsia
- Biocida
- Biostático
- Esterilização
- Desinfeção
DEFINIÇÕES IMPORTANTES:
Sepsia(ou sépsis): refere-se à existência contaminação microbiana.
Assepsia é a ausência de contaminação significante.

Biocida/germicida: Mata microrganismos


Biostático: Inibe, mas não mata microrganismos
DEFINIÇÕES IMPORTANTES:
Esterilização: destruição de todas as formas de vida
microbianas (incluindo endósporos – formas mais resistentes).
Método mais comum: aquecimento.

Desinfeção: destruição da maior parte das formas de vida,


mas não na sua totalidade (não destrói os endósporos).
Métodos mais comuns: produtos químicos, radiação UV,
fervura.
Desinfeção Esterilização
Desinfeção
Desinfeção de um centro comercial em NY
FORMA DE AÇÃO DOS
AGENTES DE CONTROLO
- Provocam lesões na membrana celular, que leva à
morte da célula por rebentamento (lise celular)

- Provocam danos nas proteínas e no material genético das células.


 Proteínas (enzimas): são desnaturadas pelo calor
 Ácidos nucleicos: são danificados pela radiação
Lise celular
MÉTODOS DE CONTROLO
MICROBIANO
FÍSICOS QUÍMICOS

1. Calor 1. Esterilizantes
1.1. Calor seco  Gás (óxido de etileno)
(flambagem, incineração e esterilização)  Formaldeído
1.2. Calor húmido (fervura, autoclave)  Plasma de peróxido de Hidrogénio

2. Pasteurização 2. Desinfetantes/antissépticos
3. Filtração
4. Radiação
5. Baixas temperaturas
MÉTODOS FÍSICOS
1.1.A. CALOR SECO -
FLAMBAGEM

Usa-se para esterilizar alças e


agulhas.
Consiste em colocar o material
diretamente sobre a chama de um Bico
de Bunsen, queimando todo o material
biológico até se transformar em cinzas.
A manipulação de microrganismos implica o seu transporte entre placas através de agulhas e ansas.
O método da flambagem é muito rápido e eficaz, reduzindo a contaminação cruzada no laboratório.
1.1.B. CALOR SECO – FORNO
DE PASTEUR

Também conhecido como estufa.


Existe em vários tamanhos.
Normalmente é utilizado para
esterilizar material de vidro.
Deve-se atentar bem à relação tempo
x temperatura.
1.1.C. CALOR SECO -
INCINERAÇÃO
Consiste em promover a queima de todo o material até
se transformar em cinzas.
Utilizado em larga escala para destruir diversos tipos
de materiais maiores dimensões, como resíduos
hospitalares, carcaças de animais, etc.
1.2.A. CALOR HÚMIDO –
FERVURA
Consiste em aquecer a 100ºC durante 5-
10 minutos.
Não é um método de esterilização.
Normalmente este método é utilizado
em desinfeções caseiras, preparação de
conservas, “esterilização” de biberões,
etc.
1.2.B. CALOR HÚMIDO –
ESTERILIZAÇÃO A VAPOR
(AUTOCLAVE)
O autoclave é um aparelho que submete
os materiais a elevadas temperaturas e
pressões, na presença de humidade.

Meio mais eficaz de esterilização


Utiliza-se para esterilizar meios de
cultura, soluções, utensílios e
instrumentos, pois é o mais eficaz.
Autoclave vertical (laboratório) Autoclave hospitalar
Central de esterilização hospitalar
2.
PASTEURIZAÇÃO
Os microrganismos são eliminados por
choque térmico.
1. Aquece-se o alimento a uma temperatura e
tempo determinados;
2. Arrefece-se o alimento a uma temperatura
inferior à temperatura inicial.
(ver ficha para tipos de pasteurização)

Amplamente usada na indústria alimentar


(ex: produtos lácteos, sumos, polpa de tomate, vinhos,
etc.)
Máquina para pasteurização do leite
3. FILTRAÇÃO
Utilizam-se membranas (filtros) cujos poros
são de menores dimensões que os
microrganismos, permitindo a sua retenção.

Usa-se para eliminar microrganismos do ar ou


em líquidos que se alteram com o calor
(termolábeis).
Equipamento de filtração do ar para a
indústria de bebidas (fermentação)
Filtro para ventilador
4. RADIAÇÕES
RADIAÇÕES Atuam ao nível do DNA, alterando-o
e impedindo a sua replicação.

Ionizantes Não ionizantes


Raios X e Gama Raios UV
Elevada energia e poder de penetração Fraca energia e poder de penetração.
Usa-se para material de plástico e de Usam-se para desinfetar o ar de
borracha. gabinetes e recintos hospitalares (salas
de operação).
Também são usadas na indústria
alimentar. Altamente agressivas para a pele e
para os olhos. Não se deve trabalhar na
sua presença.
Câmara de esterilização UV para EPIs.
Tapete de esterilização para
embalagens alimentares
Túnel de esterilização
5. BAIXAS TEMPERATURAS
Utilização de câmaras frigoríficas
que impedem a multiplicação dos
microrganismos
Não elimina os microrganismos.
Apenas retarda a sua ação.
MÉTODOS DE CONTROLO
MICROBIANO
FÍSICOS QUÍMICOS

1. Calor 1. Esterilizantes
1.1. Calor seco  Gás (óxido de etileno)
(flambagem, incineração e esterilização)  Formaldeído
1.2. Calor húmido (fervura, autoclave)  Plasma de peróxido de Hidrogénio

2. Pasteurização 2. Desinfetantes/antissépticos
3. Filtração
4. Radiação
5. Baixas temperaturas
MÉTODOS QUÍMICOS
ESTERILIZAÇÃO POR
AGENTES QUÍMICOS
Aplicada em materiais termossensíveis.

Nota: todos estes processos têm


Exposição do material a químicos desvantagens para o ambiente e
com ação biocida: apresentam malefícios para a pele e
 Óxido de Etileno mucosas. Por isso, sempre que
 Vapor a baixa temperatura de Formaldeído possível, devem ser adquiridos e
 Plasma de Peróxido de Hidrogénio utilizados materiais termorresistentes.
A esterilização por calor húmido é o
método mais eficaz e com menos
desvantagens.
DESINFETANTES E
ANTISSÉPTICOS
A desinfeção difere da esterilização porque apesar de eliminar a maioria dos
microrganismos, não os elimina na totalidade.
Além disso, nem todos os desinfetantes atuam sobre todos os tipos de
microrganismos.

- Bactericida
Consoante o tipo de - Fungicida
agente biológico a
que se destinam
- Esporicida
- Virucida
DESINFETANTES E
ANTISSÉPTICOS
• Compostos fenólicos – inativam as proteínas e podem interagir com o DNA.
Muito usados na descontaminação de instrumentos clínicos.
• Álcool (etanol, propanóis) – coagulam as proteínas e solubilizam lípidos de que
resulta a destruição das membranas celulares.
• Cloro (hipoclorito e compostos N-clorados) – oxidantes que conduzem à
destruição da atividade de proteínas celulares.
• Iodo (tintura de iodo ou iodopovidona) – destruição da atividade de proteínas e
enzimas essenciais por oxidação.
DESINFETANTES E
ANTISSÉPTICOS
• Peróxido de Hidrogénio (água oxigenada) – oxidante que reage com componentes
celulares essenciais, como os lípidos membranares e DNA.
• Sais metálicos e compostos mercuriais (nitrato de prata, mercurocromo,
mertiolato): inativação das proteínas celulares.
• Detergentes catiónicos (compostos quaternários de amónio - cetrimida):
inativam as proteínas e alteram a membrana citoplasmática.
• Clorexidina: parece ligar-se às superfícies celulares, ocasionando a desorganização
estrutural e funcional da membrana.
• Ozono.

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