16/05/2022

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BÁSICAS DA VIDA
CAMPUS GOVERNADOR VALADARES

Controle do Crescimento Microbiano

Capítulo 7 – Microbiologia (Tortora)

Controle:
Por limitação do crescimento = inibição (refrigeração, congelamento)
Por destruição: morte ou remoção (calor, radiação ou filtração)

Esterilização: destruição de todas as formas de vida microbiana, incluindo os endósporos

Esterilização comercial – Tratamento de calor suficiente para matar endósporos de Clostridium

botulinum em alimentos enlatados

Desinfecção: Destruição de patógenos na forma vegetativa em objetos inanimados

Antissepsia - Destruição de patógenos na forma vegetativa em tecidos vivos

Descontaminação (ou degermação) – remoção de micro-organismos para tornar o objeto

manuseável, ou remoção de microrganismos de uma região limitada (Ex, aplicar injeção)

Sanitização: redução das contagens microbianas até níveis seguros de saúde pública.
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Taxa de morte Microbiana

Quando as populações bacterianas são aquecidas ou tratadas com substâncias
químicas antimicrobianas, elas normalmente morrem a uma taxa constante

Taxa de morte microbiana: exemplo

Tempo (min) Mortes por Número de

minuto sobreviventes
0 0 1.000.000
1 900.000 100.000
2 90.000 10.000
3 9.000 1.000
4 900 100
5 90 10
6 9 1

Taxa de morte Microbiana

• Quando expressos em escala logarítmica é possível observar que a taxa de
morte é constante
• Independe da concentração inicial de células
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TEMPERATURA
Medida da esterilização pelo calor
A eficácia do calor como agente esterilizante é medida pelo tempo requerido para uma redução de dez
vezes na viabilidade de uma população microbiana, a uma dada temperatura. Esse período corresponde ao
TEMPO DE REDUÇÃO DECIMAL, ou D

• A inclinação da reta indica a

sensibilidade do organismo ao
calor nas condições
empregadas

TMT60oC

TEMPERATURA
Esterilização pelo CALOR
Fatores que afetam a susceptibilidade ao calor: tempertaura e duração do
tratamento térmico, e o tipo de calor

Calor úmido: desnaturação e coagulação de proteínas

o Pasteurização, fervura
o Autoclavagem: vapor sob pressão (121oC por 15 minutos)

Calor seco: oxidação dos compostos orgânicos

o estufa - 160-180oC por 2 horas
o Incineração: alças de inoculação, carcaças, lixo hospitalar
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Funcionamento de uma
autoclave

Estufas de Esterilização –
Calor Seco

•O material é aquecido a altas

temperaturas – 180oC e mantido
por 2 horas

•Células são mortas pela oxidação

de moléculas orgânicas
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Esterilização por FILTRAÇÃO

Filtros de Membrana
• Filtros com poros de tamanho definido
• Os poros podem ser formados:
• Durante a polimerização
• Por meio de radiação (Filtro
Nucleopore)

Nucleopore
Diâmetro do poro: 0,22µm Polímero de celulose

Esterilização por RADIAÇÃO

Radiação Ionizante
o Princípio: ionização de moléculas, Radiação Não-Ionizante
principalmente a água, com formação o Princípio: excitação dos elétrons
de radicais reativos. o Luz Ultra-violeta (UV)

o Raios gama, raios X e feixes de elétrons o Maior efeito: DNA (dímeros de timina)
de alta energia
o Baixo poder de penetração
o Custo alto e riscos inerentes ao
equipamento o Aplicação: esterilização de superfícies e ar
(salas cirúrgicas, salas assépticas, etc..)
o Aplicação: equipamentos cirúrgicos,
alimentos, descartáveis plásticos,
drogas e vacinas
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Fenol e Compostos Fenólicos

• Um dos primeiros desinfetantes utilizados e são eficazes mesmo na presença de
matéria orgânica
• Atualmente são mais usados os compostos fenólicos
• Atuam danificando a membrana plasmática
• Atua contra Mycobacterium tuberculosis
• Biguanidas são menos eficazes contra Gram-negativas
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Halogênios

Iodo
• Antisséptico
• atua na membrana celular
• Inibe bactérias, muitos endósporos, vários fungos e alguns vírus.

• Está disponível na forma de tintura e na forma de iodóforo

• Produto comercial: Betadine, ou povidine

Halogênios

Cloro
• Desinfetante
• Usado em desinfecção de água
• Comumente utilizado em residência –
Hipoclorito de Sódio (NaOCl)
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Álcoois

• Antissépticos e Desinfetantes
• Atua contra bactérias, mas não contra endósporos e vírus não
envelopados.
• Inativa micro-organismos por meio de desnaturação protéica
• Não é bom antisséptico para ser usado em feridas
• Álcool 70% é melhor que álcool 95%
• Pode ser usado Etanol ou Isopropanol

Metais Pesados
Prata usada há muito tempo
• Nitrato de prata usada como antisséptico
• Pode ser usado em bandagens
• Usado em creme tópico para queimaduras junto com a sulfodiazina

Mercúrio: sua toxicidade tem reduzido seu uso clínico

Zinco
• Cloreto de zinco usado em soluções para bochechar
• Piritionato de Zinco é usado para tratamento da caspa

Cobre
• Muito usado para eliminar algas em reservatórios de água
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Aldeídos

• Matam micro-organismos ao realizar ligações cruzadas entre

grupamentos amino, hidroxila, sulfidrila de moléculas orgânicas
• Glutaraldeído em hospital a 2% desinfecta por 10min. Se ficar
por 10hs, esteriliza.
• Formaldeído usado em solução 37% chamada formalina, usada
para desinfectar salas, instrumentos e equipamentos.

Esterilização a frio

• Utilizado em equipamentos que não toleram altas temperaturas ou radiações

• Esterilizantes químicos: óxido de etileno, formaldeído, ozoônio, ácido peróxido acético
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Agentes de superfície
Reduzem a tensão superficial entre moléculas de um líquido

Sabões e detergentes
• Atua principalmente na remoção mecânica

Sanitizantes ácido-aniônicos
• Possui carga negativa que interage com membrana
plasmática

Compostos quaternários de amônio (quats)

• ativos principalmente contra Gram-positivas. Também
são fungicidas, amebicidas e viricidas contra vírus
envelopados.
• Algumas bactérias, inclusive, crescem em quats
(Pseudomonas)
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Etanol
Antissépticos bucais que
Álcool
contêm álcool podem
desidrogenase induzir o câncer
Acetaldeído

Estão envolvidas leveduras do

gênero Candida e bactérias do
Acetaldeído
gênero Neisseria
desidrogenase

Acetato

Mais Resistente
Príons
Endósporo de bactérias
Micobactérias
Cistos de protozoários
Protozoários vegetativos
Bactérias Gram-negativas
Fungos e esporos fúngicos
Vírus não-envelopados
Bactérias Gram-positivas
Vírus envelopados

Menos Resistente
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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BÁSICAS DA VIDA
CAMPUS GOVERNADOR VALADARES

Drogas Antibacterianas e Resistência a antibióticos

Capítulo 20 – Tortora
Capítulo 27 – Microbiologia de Brock

Agentes Químicos Antimicrobianos

o Antibacterianos
o Antifúngicos
o Antivirais

Microbicida Ligam-se fortemente ao alvo

Antimicrobiano Líticos Promovem a lise da célula

Normalmente inibem síntese protéica

Efeito revertido se diminuir sua
concentração
Microbioestáticos
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Métodos de controle do crescimento microbiano

Temperatura
Radiação
Físicos Filtração
Desidratação

Desinfetantes e Anti-sépticos
Químicos Conservantes químicos
Esterilizantes químicos
Quimioterápicos (in vivo)
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Espectro de ação de algumas de drogas antimicrobianas de uso in vivo

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Agentes Antimicrobianos Sintéticos

o Análogos de fatores de crescimento

o Composto similar a um fator de crescimento, mas com alterações suficientes que
impedem que ele funcione na célula como o composto original
o Principais drogas:
o SULFAS – Análogo do para-aminobenzóico, composto envolvido na síntese de
ácidos nucléicos
o Izoniazida – análogo do ácido micólico, encontrado em Mycobacterium
o Análogos de bases nitrogenadas

o Antimicrobianos sintéticos
o Quinolonas – afetam a DNA girase. Atuam contra Gram+ e Gram-

Mecanismo de ação da sulfonamida

Enzima Enzima Nucleotídeos Enzima

Enzima Ácido DNA e RNA
PABA Ácido
Tetrahidrofolico
Dihidrofolico
THF

Ác Ác dihidrofólico
Outros Outros
dihidrofólico não produzido
substratos substratos

Sítio ativo

Enzima Enzima
Papel do PABA na síntese do ácido fólico em Inibição da síntese de ácido fólico por
bactérias e protozoários sulfonamida
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Antibióticos Beta-lactâmicos
• Produzidos por fungos
• Possuem anel beta-lactâmico em sua
estrutura Tempo de Retenção da Penicilina G
• Penicilina natural
• Penicilina semissintéticas: Meticilina,
Ampicilina, Oxacilina...

Outras penicilinas
Resistentes a Penicilinases
Ex: Meticilina
Associadas a inibidores de beta-
lactamases
Ex: clavulanato de potássio

Outros derivados da penicilina

carbapenemos, monobactamos e
cefalosporinas

Penicilinas de
espectro estendido
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Biossíntese de peptideoglicano

Biossíntese de peptideoglicano
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Biossíntese de peptideoglicano
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Antibióticos Glicopeptídeos
• Produzidos por bactérias (Actinomicetos)
• Os principais representantes deste grupo
são: vancomicina, teicoplanina, bacitracina e ramoplanina.
Diversos glicopeptídeos estão em fase de pesquisa clínica e não
são disponíveis no mercado nacional
• São opções alternativas aos beta-lactâmicos
• Considerados antibióticos Dissacarídeo
de reserva, pois são usados
somente quando outras
opções falharam
Núcleo de
heptapeptídeo
Tricíclico

Antibióticos Aminoglicosídeos
• Produzidos por bactérias (Actinomicetos)
• Aminoaçúcares ligados por ligações glicosídicas
• Possuem como alvo a subunidade 30S do
ribossomo, especialmente de bactérias Gram-
negativas
• Exemplos:Estreptomicina, Kanamicina,
Neomicina

Aminoácidos
incorretos
Ribossomo

Alguns aminoglicosídeos, como a estreptomicina,

mudam a forma do 30S, alterando o aminoácido
incorporado
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Macrolídeos
• Produzidos por bactérias (Actinomicetos)
• Anel lactona (macrolídeo) ligado a açúcares
• Possuem como alvo a subunidade 50S
• Amplo espectro
• Normalmente usado em casos de alergia a
penicilina
• Exemplo: Eritromicina, Azitromicina e
Claritrommicina

Macrolídeos ligam-se a subunidade 50S,

bloqueando movimento do mRNA pelo
ribossomo. Síntese interrompida

Tetraciclinas

• Produzidos por bactérias (Actinomicetos)

• Formado por 4 anéis de nafteno
• Amplo espectro – pode causar superinfeccção
• Resistência disseminada
• Ex: Tetraciclina

Tetraciclinas bloqueam
sítio de de acoplamento
do tRNA