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Esterilização, desinfecção e antissepsia

MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA - MED0454


Prof Genilson Júnior
Prof Pedro Torquato
CONTROLE DE MICRORGANISMOS

• Esterilização: Destruição ou remoção de todas as formas de vida de um objeto ou


habitat.
• Desinfecção: Redução do número em superfícies inanimadas e consequente
eliminação de sua potencialidade infecciosa.
• Antissepsia: Semelhante a desinfecção (relacionada a tecidos vivos)
CONTROLE DE MICRORGANISMOS

• Agentes antimicrobianos
• Substâncias que matam os microrganimos ou previnem o seu
crescimento
• Agentes químicos ou agentes físicos
• Bactericidas
• Bacteriostáticos
AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS
CONTROLE DOS MICRORGANISMOS
FATORES QUE INTERFEREM NA EFETIVIDADE DOS TRATAMENTOS
MICROBIANOS
⦁ Número de microrganismos
Maior número de microrganismos = tempo para eliminação da população existente.

⦁ Características microbianas
Endósporos são mais resistentes que os vegetativos.
Ex: Bacillus e Clostridium
CONTROLE DOS MICRORGANISMOS

INFLUÊNCIAS AMBIENTAIS / DIFICULDADES/ANTIMICROBIANOS


⦁ Meio com matéria orgânica
⦁ pH (condições ácidas favorece a destruição).

TEMPO DE EXPOSIÇÃO
⦁ Irradiação depende do tempo de exposição.
⦁ Antimicrobianos químicos requerem tempos de exposição prolongados.
AGENTES FÍSICOS

• Calor
• Altas temperaturas
• Método de maior eficiência e mais utilizado na destruição dos microrganismos
• Condições úmidas (água ou vapor) ou secas
AGENTES FÍSICOS

CALOR ÚMIDO
• Mais eficiente que calor seco
• Causa desnaturação e coagulação das proteínas
• Ocorre em altas temperaturas e menor tempo de
exposição
• Aplicações: vapor, água fervente ou aquecimento.
AGENTES FÍSICOS

CALOR ÚMIDO / VAPOR D’ÁGUA


• Vapor d’água: geralmente aplicado sob pressão
• Aumento de pressão permite aumento de temperatura =
fornece maiores temperaturas em relação ao vapor sem
pressão.
• Vantagem: aquecimento rápido e maior penetração
AGENTES FÍSICOS
CALOR ÚMIDO / VAPOR D’ÁGUA
• Aparelho: autoclave
• 121ºC / tempo (material a ser esterilizar)
AGENTES FÍSICOS

CALOR ÚMIDO / VAPOR D’ÁGUA


Ponto de ebulição ou temperatura de ebulição
• Formação de bolhas de gás no interior do líquido
• Destruição de microrganismos vegetativos.
• Materiais contaminados = não é seguro = presença de
endospóros.
AGENTES FÍSICOS
CALOR ÚMIDO / PASTEURIZAÇÃO
• Aquecimento = temperatura inferior a seu ponto de ebulição, seguido de resfriamento
• Destrói células vegetativas, mas não esteriliza
• Lenta (62º.C/30 min.) e rápida (72º.C/15 seg.)
• Alimentos são selados hermeticamente
• Processo de descontaminação de alimentos (leite, queijo, iogurte, cerveja ou vinho)
AGENTES FÍSICOS
CALOR SECO
FLAMBAGEM RAIOS INFRAVERMELHOS
•Aquece-se na chama do bico de gás até ao rubro. •Uso de lâmpadas que emitem radiação infravermelha,
•Elimina formas vegetativas dos microrganismos. •Aquece a superfície exposta/temperatura cerca de
180O C.
•Não é método de esterilização.
•Uso: fios de platina e pinças
ESTUFA DE AR QUENTE
•Uso de estufas elétricas.
INCINERAÇÃO
•Eficiente na destruição de matéria orgânica e lixo
hospitalar.
•Desvantagem: destrutivo para os materiais.
AGENTES FÍSICOS

CALOR SECO / INCINERAÇÃO


– Prática de rotina em laboratórios
– Usada para alças e agulhas de semeadura
–Incidência direta sobre a chama do bico de
bunsen
– Evitar contaminações entre as inoculações
–Cuidados: o material aquecido pode emitir
gotículas e aerossóis
AGENTES FÍSICOS
BAIXAS TEMPERATURAS

- Abaixo de zero grau inibe o metabolismo de microrganismos


- Bloqueio do crescimento microbiano
- Manutenção indefinida de microrganismos
AGENTES FÍSICOS
RADIAÇÕES
- Possuem atividade letal sobre os microrganismos.

Ionizantes (raios gama, raios X ou feixes de elétrons de alta energia)


- Ionizam a água, formando radicais reativos que reagem com os componentes
celulares.
- Destruição do DNA e algumas proteínas, morte celular, alto poder de penetração,
conservação de alimentos.
- São muito mais penetrantes que as radiações UV.
- Usadas para esterelizar alimentos, produtos farmacêuticos e suprimentos médicos
(penetração em pacotes/produtos - esteriliza seu interior).
AGENTES FÍSICOS
RADIAÇÕES

Não Ionizantes (UV) –


- Danificam o DNA das células (mutagênico).
- Inibem a replicação correta do DNA durante a reprodução celular
- Usadas na desinfecção/ higienização de superfícies de ambientes e materiais cirúrgicos.
- Baixo poder de penetração.
- Podem lesar olhos humanos, causar queimadureas e câncer de pele.
- Inativação de vírus.
AGENTES FÍSICOS
RADIAÇÕES UV
AGENTES FÍSICOS
RADIAÇÕES UV
AGENTES FÍSICOS
MECÂNICOS
• Algodão: embuchamento dos tubos e frascos;
• Discos filtrantes;
• Membranas filtrantes (millipore 0,01 - 10μm) – discos estéreis de celulose;
• Filtro hepa (CSB) – cabines que protegem contra aerossóis contaminados; acetato de celulose
aderido a uma folha de alumínio; retém 99% das partículas.
AGENTES QUÍMICOS

▪ Bastante conveniente e efetivo de esterilização e desinfecção;

▪ Usados na desinfecção de pisos e superfícies;

▪ Poucos obtém esterilidade,a maioria tem ação desinfetante;

▪ Nenhum desinfetante isolado é apropriado para todas as circunstâncias;

▪A ação depende de fatores como:temperatura,pH,presença de sais,presença de proteínas e


o tempo de contato.
Resistência à exposição aos agentes químicos
Tipo de Nível de atividade
Microrganismo requerida
Bactéria esporulante Alto
Micobactéria e
Vírus pequenos ou não lipídicos Alto ou intermediário

Fungos Intermediário a baixo

Bactéria vegetativa Baixo


Vírus médios ou lipídicos
Dependendo do nível de atividade necessária é que são escolhidos os agentes químicos.
Propriedades de um agente químico ideal
- Alta toxicidade para os microrganismos (em temperatura ambiente)

- Solúvel em água

- Estabilidade elevada

- Inócuo para o homem e animais

- Capacidade de penetração

- Não ser corrosivo,nem manchar

- Desodorante e detergente
Detergentes

Compostos que diminuem a tensão superficial e são utilizados para limpar


superfícies;

• Ex.sabões.
Álcool

• Aplicação: desinfetante de nível intermediário.

• Ação: ruptura da membrana celular e desnaturação das proteínas.

• Mais frequentes: álcool etílico e álcool isopropílico entre 60 e 90%.


Álcool

•Compatibilidade com materiais: mais indicado para superfícies externas dos


materiais e superfícies de vidro.

•Características da ação: como evapora rapidamente sua ação é limitada,


havendo necessidade de submersão de objetos para umaação mais ampla.
FORMALDEÍDO (4 a 8%)

• Aplicação:desinfetante de alto nível,mas carcinogênico.


• Espectro de ação:bactericida,fungicida,viruscida.
• Usado na desinfecção de equipamentos.
•Pode ser encontrado na formasólida (pastilhas formalina) ou como
solução aquosa 37-40% (diluído em álcool ou água).
GLUTARALDEÍDO

•Aplicação e indicação:desinfetante de alto nível usado na esterilização de

equipamentos dependendo do tempo de exposição.

• Ação germicida:alteração do RNA, D N A e síntese protéica.

• Tempo:É utilizado em solução a 2% com pH alcalino (7,5-8,5) por 30 minutos.


FENOL E COMPOSTOS FENÓLICOS

Fenol – raramente usado devido à possibilidade de irritação e odor desagradável.


O cresol, O-fenilfenol, é o composto fenólico mais utilizado como desinfetante de
superfícies.
O bifenol, triclosano, é usado em sabonetes antibacterianos.
FENOL E COMPOSTOS FENÓLICOS

• Aplicação: desinfetante de nível baixo a intermediário;


•Ação: destruição do protoplasma com ruptura da parede
celular com precipitação protéica;
• Espectro de ação: bactericida, viruscida, fungicida;
• Usado na desinfecção de áreas de laboratório e produção.
•Sua concentração para uso é de 0,4-5% sendo que o tempo
de exposição deve ser menor ou igual a 10 minutos.
HALOGÊNIOS

O iodo e o cloro são agentes antimicrobiano eficazes.


O iodo está disponível como tintura de iodo, usado principalmente na desinfecção da
pele e no tratamento das feridas.
O cloro, como gás ou em combinação com outras substâncias químicas, é
amplamente usado.
HIPOCLORITO DE SÓDIO

• Aplicação: quanto maior a concentração e/ou o tempo, maior o espectro de ação,


podendo ser utilizado como desinfetante de baixo a alto nível.
HIPOCLORITO DE SÓDIO

• Características: é o desinfetante mais amplamente utilizado.

• Apresenta ação rápida e baixo custo.

• Compatibilidade com materiais: é bastante corrosivo, principalmente de


metais e tecidos de algodão e sintéticos
PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO (6 A 10%)

•Aplicação: desinfetante de alto nível, principalmente para materiais termo


sensíveis.
•Ação: agente oxidante. Desnaturação protéica, ruptura da permeabilidade
da membrana celular.
•Tempo: a inativação de microrganismos é dependente de tempo, temperatura e
concentração.
QUATERNÁRIO DE AMÔNIA
• Aplicação: desinfetante de baixo nível.

• Utilizado como desinfetante de superfícies, limpeza geral;

•Ação: desnaturação das proteínas celulares essenciais e ruptura da membrana


celular;

•Inativados por tensoativos, resíduos aniônicos e proteínas.Algumas formulações


são inativadas por água;

• Baixo nível de toxicidade direta,mas poluente ambiental.


METAIS PESADOS

• Soluções de prata e mercúrio;

• Mata células vegetativas em baixas concentrações, pela inativação de proteínas;

• Não elimina esporos.


Infecções relacionadas com a assistência à saúde (IRAS)

Existência de incontáveis microrganismos no ambiente justifica a aplicação de


técnicas que reduzem esse número

Consequência:
✓ Segurança ao paciente
✓ Segurança à equipe de saúde
✓ Prevenção
✓ Tratamento
✓ Recuperação
PRECISAMOS DE UM AMBIENTE LIMPO!

Como seria um ambiente limpo???


LIMPEZA

Remoção de sujidades
Redução de microrganismos em material, equipamento ou ambiente
→ utilizando água e sabão ou soluções detergentes 
Etapa inicial de todas as ações referentes ao processamento de material
LIMPEZA

Limpeza manual ou mecânica prévia, pode ser imerso em solução para descontaminação
e/ou desincrustação
→ processo de lavagem, enxágue e secagem 
Empregado em artigo não crítico (entram em contato apenas com a pele íntegra do paciente).
DESINFECÇÃO

• PRECEDIDO PELA LIMPEZA, o processo de desinfecção química de equipamento,


material ou superfície, utiliza diversos tipos de soluções químicas com ação
desinfetante, conforme o nível de desinfecção desejado (baixo, intermediário ou
alto nível) como álcool a 70%, hipoclorito de sódio, glutaraldeído, ácido
peracético e compostos fenólicos.
ESTERILIZAÇÃO

Destruição ou eliminação de todos os microrganismos na forma vegetativa ou esporulada.


Utilização de vapor saturado sob pressão (autoclave), radiação (raio gama), gás (óxido de
etileno), plasma de peróxido de hidrogênio ou soluções químicas (glutaraldeído, ácido
peracético).
Processamento de artigo crítico (entram em contato direto com tecidos ou tratos estéreis
devendo).
Degermação

Remoção ou a redução do número de bactérias na pele


por meio de aplicação de substância química, sabão ou
detergente, associada a produto antisséptico, antes de
iniciar o procedimento invasivo.
Assepsia
Medidas adotadas para impedir a introdução de
agentes patogênicos no organismo, visando prevenir
infecções.
✓ Utilização de técnicas assépticas,
✓Adoção das normas estabelecidas em relação às
precauções-padrão,
✓ Manipulação de material esterilizado.
✓Limpeza que ocorre preventivamente.
Antissepsia
Utilização na pele e nas mucosas de soluções
antissépticas germicidas, de baixa causticidade e
hipoalergênicas.

•Degermante: formulação associada a um agente


detergente, tenso-ativo
• Tópico: formulação em veículo aquoso
• Tintura: formulação em veículo alcoólico
•Gel: formulação contendo antissépticos, em base de
gel.
Precauções-padrão

1. Higienização das mãos: antes e após


contato com paciente, realização de
procedimentos

2. Uso de luvas: em risco de contato


com sangue, fluidos corporais,
secreção, excreções ou materiais
potencialmente infectantes
Precauções-padrão

3. Uso de avental: em possibilidade de contato


da pele ou de roupas do profissional de
saúde com sangue ou líquidos corporais

4. Uso de máscara, óculos e protetor facial:


em possibilidade de respingos de sangue ou
líquidos corporais atingirem a face do
profissional
Precauções-padrão
5. Descarte de material perfurocortante: utilizar recipientes específicos
para descarte, dispostos em locais visíveis e de fácil acesso. É proibido
reencapar agulhas e desconectar agulha no descarte da seringa.

6. Descontaminação de superfície: em presença de sangue ou líquidos


corporais em superfícies.

7. Vacinação do profissional, como medida profilática de hepatite B, difteria


e tétano, é recomendado.
Higienização das mãos

Finalidades:

• Diminuir a quantidade de microrganismos na microbiotatransitória


• Eliminar sujidades e resíduos de substâncias tóxicas e medicamentosas
• Evitar a disseminação de doenças
• Proteger a saúde dos clientes e profissionais
Higienização das mãos

Indicações:

• Ao iniciar o turno de trabalho


• Antes de manipular material estéril e realizar técnica asséptica
• Antes e após o cuidado ao paciente
• Em presença de sujeira visível nas mãos
• Após a utilização do banheiro e manipulação de material sujo ou contaminado
• Ao término do dia de trabalho.
Higienização das mãos

• Conferir o material necessário: sabão líquido, toalha de papel, lixeira

• Retirar adornos, dobrar os punhos se estiver usando vestuário com manga longa

• Manter distância da pia ou do lavabo antes de abrir a torneira


Higienização das mãos
• Molhar e ensaboar as mãos e os punhos e friccionar bem:
1. Palma a palma
2. Palma sobre o dorso com dedos entrelaçados e repetir na outra mão
3. Entrelaçar os dedos com fricção interdigital
4. Fricção da palma com a polpa digital e repetir na outra mão
5. Envolver e higienizar os polegares
6. Entrelaçar as pontas dos dedos fechados e friccionar o leito ungueal, as unhas
e extremidades Finalizar em movimentos circulares, em volta de cada punho
7. Enxaguar as mãos ligeiramente inclinadas para cima
8. Secar as mãos com toalha de papel e desprezar na lixeira após o uso.
Higienização das mãos

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