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Controle do

crescimento
microbiano
Prof. Dr. Uderlei
Covizzi
Introdução
• Controle no crescimento de micro-organismos
em laboratórios, clínicas, indústria, etc.
• Podem ser utilizados agentes físicos ou
químicos
• Esterilização de equipamentos e do ambiente
• Garantir as normas de biossegurança e
ambientais
Introdução
• Controle de micro-organismos
• Redução da carga microbiana

MORTE (microbiologia) = Perda da capacidade


reprodutiva
Fatores que interferem no crescimento
microbiano
• Número de micro-organismos;
• Quanto maior, mais tempo leva para eliminar.
• Características microbianas;
• Endosporos são mais difíceis de eliminar que os
vegetativos.
• Influências ambientais;
• Matéria orgânica dificulta a ação dos antimicrobianos
químicos e calor. O pH acido é mais eficiente.
• Tempo de Exposição;
• Calor, agentes químicos e radiação dependem do tempo
de exposição.
Conceitos
• Esterilização: É a destruição de todas as formas
de vida microbiana, incluindo endosporos.
• Esterilização comercial: É o tratamento
suficiente para matar endosporos de
Clostridium botulinum dos alimentos enlatados.
• Desinfecção: É a destruição dos patógenos
vegetativos.
Conceitos

• Assepsia: Procedimentos que evitam o retorno


da contaminação ao local.
• Anti-sepsia: Desinfecção de tecidos vivos,
como pele e mucosas.
Controle

• Bacteriostático: Bloqueia o crescimento pela


inibição da síntese protêica, entretanto a
bactéria não está morta.
• Bactericida: Morte celular bacteriana
• Bacteriolítico: morte celular por lise
Ações dos Agentes de Controle
Microbiano

• Alteração da permeabilidade de membrana.


• Vazamento do conteúdo celular para o meio.
• Desnaturação das proteínas bacterianas.
• Alterações nos ácidos nucléicos, interrompendo
a sua duplicação.
Agentes antimicrobianos

Agentes físicos
-Temperatura
-Radiação
-Filtração
Temperatura
• Calor
- Prático e eficiente
- Duas variáveis a serem controlados: tempo e
temperatura
Os esporos são mais resistentes necessitam de
temperaturas acima de 100o C para serem
destruídos.
O calor pode ser úmido ou seco
Temperatura
• Calor úmido • Calor seco
- Autoclave - Incineração
- Pasteurização - Flambagem
- Fervura - Estufas e fornos
Calor úmido
• Autoclave
Eficaz devido ao poder de penetração da água
• Ação: Desnaturação de proteínas, DNA e
rompimento de membranas
• Células vegetativas e esporos são mortos em
cerca de 15 minutos quando são submetidos a 15
psi de pressão (121o C).
• É utilizado para soluções, equipamentos e outros
itens que podem suportar temperatura e pressão.
Autoclave

Autoclave vertical Autoclave Horizontal


Calor úmido
• Pasteurização
• Não elimina todos os micro-organismos.
Elimina os principais patogênicos.
• Lenta (62-65o C – 30 minutos)
• Rápida (72-75o C - 15 a 20 segundos)
• Ultra High Temperatura (82o - 2 a 5 segundos)
• Usado para leite, bebidas, etc
Pasteurização
Calor seco
• Morte pela oxidação dos constituintes
celulares
• Desnaturação do DNA e proteínas
• Menos eficiente que o calor úmido (ar conduz
menos temperatura)
Calor seco
• Incineração: Destroi o produto e os micro-
organismos
• Flambagem: Submetido diretamente ao fogo,
seco ou embebido em álcool
• Estufa ou forno esterilizante: 160o C por 2
horas ou 180o por 1 hora
Flambagem
Zona oxidante
da chama

Zona redutora
da chama

Zona de gases
não queimados
Forno

Estufa ou forno esterilizante:


160o C por 2 horas ou 180o por 1 hora
Temperaturas utilizadas no controle do
crescimento bacteriano
Temperatura Tempo exposição Ação

160o C 2 horas Morte de esporos no ar seco (forno)


121o C 15 minutos Morte de esporos Autoclavagem em 15
Psi de pressão
100o C 2 horas por 3 dias Morte de esporos em água fervente

82o C 3 segundos Morte de bactérias patogênicas por


pasteurização
72o C 15 -17 segundos Morte de bactérias patogênicas por
pasteurização
63o C 30 minutos Morte de bactérias patogênicas por
pasteurização
5o C Temperatura do refrigerados
- 10o C Temperatura do freezer
Radiação
• Radiação ionizante
- Efeito direto: ionizam as moléculas do micro-
organismo (DNA, proteínas)
- Efeito indireto: ionizam moléculas de água e
oxigênio criando as Espécies Reativas de
Oxiênio (EROs)
• Ex: Cobalto 60 – Radiação gama
Radiação ionizante

Via direta Via indireta


Radiação não ionizante
• Raios UV – produz dímeros de pirimidina no
DNA, provocando mutações.
Lâmpada UV
Filtração
• Filtros especiais com poros que retém os
micro-organismos de soluções termosensívies
Filtração
Filtração
Agentes químicos
• Podem ser esterilizantes (matam os
micro-organismos) ou desinfetantes
(reduz a carga microbiana)
• Principais grupos químicos: álcoois,
aldeídos, fenóis, halogênios, ácidos,
agentes de superfície, metais pesados,
oxidantes etc
Agentes químicos
Desinfetantes
• Penetram na matéria orgânica sem perder sua
ação germicida. Ausência de ação corrosiva.
Anti-sépticos
• Não são irritantes, não interferem na
cicatrização e não são absorvido pela pele
Álcoois

• Bactericida e fungicida, inofensivo contra


endosporos. Destrói a maioria dos vírus
• Os mais comuns são o etanol e o isopropanol.
• Atuação: desnaturação de proteínas, lise de
membranas pelo aumento da solubilidade de
lipídeos.
Álcoois

• Álcool 70% melhor concentração, pois água


facilita a entrada do álcool para a
desnaturação das proteínas do micro-
organismo. Atuam na membrana plasmática
ou parede celular bacteriana, inibindo sua
síntese e provocando sua destruição.
Fenóis
• Fenol
• Ação: Ruptura da membrana plasmática,
desnaturação de proteínas e desativação de
enzimas.
• Raramente usado como desinfetante ou anti-
séptico por suas características irritantes e
odor desagradável.
Fenóis
• Exemplos: fenol; cresol e hexaclorofeno;

• Fenol: desinfetante fraco, atividade


bactericida em [0,2 a 1%]
• Cresóis: creolina superfícies;
• Triclosano (bifenol): uso em superfícies;
• Hexaclorofeno (bifenol): em desuso por causar
alterações neurológicas.
Halogênios
• Halogênios (iodo e cloro): agentes oxidantes,
inibem a função de proteínas
– Iodo: Antisséptico efetivo – tintura e iodóforos
• (bactericida, fungicida e efetivo para alguns
esporos). Usado com álcool (álcool-Iodado)
– Cloro: Na forma de hipoclorito (NaOCl) e
cloraminas (cloro e amônia). Desinfecção de
água e utensílios.
Agentes oxidantes
• Mecanismo de ação: liberação de O2; oxida os
sistemas enzimáticos
• Exemplos:
• Peróxidos: H2O2 23% age sobre micro-
organismos anaeróbios;
• Ácido peracético: efetivo contra bactérias,
fungos, endosporos e vírus.
• Ozônio: empregado na desinfecção de água.
Agentes de superfície
– Sabões e detergentes não iônicos:
Remoção mecânica dos micro-organismos
– Detergentes aniônicos:
Lauril sulfato de sódio, Ruptura de membrana e
inativação de enzimas
– Detergentes catiônicos:
Inibição enzimática, desnaturação protéica e
ruptura da membrana plasmática. Ex. Cepacol
(cloreto de benzalcônio)
Aldeídos
• Aldeídos:
– Desnaturação protéica;
• Glutaraldeído e formaldeído – desinfecção de
equipamentos cirúrgicos (2 % por 30 min) e
esterilização (2% por 10 horas)
Metais pesados
• Metais pesados e seus compostos:
– Desnaturação protéica;
– São geralmente usados como antissépticos;
– Bacteriostáticos
• AgNO3: pode ser usado para prevenir
infecções oculares.
• Cloreto de mercúrio: Antissepsia de pele e
mucosas. Não é mais usado por ser tóxico
• CuSO4: algicida
Agente químico ideal
• Amplo espectro;
• Toxicidade seletiva;
• Solubilidade, estabilidade, odor relativo;
• Não corrosivo;
• Não combinar com substâncias orgânicas;
• Disponibilidade e preço razoável;
• Não poluir o meio ambiente.
Determinação do espectro de ação de
um desinfetante
Determinação da ANVISA
• A esterilização é o processo que visa destruir
ou eliminar todas as formas de vida
microbiana presentes, por meio de processos
físicos ou químicos. Para garantir a
esterilização, é fundamental que os passos
sejam seguidos corretamente.
Determinação da ANVISA
• Na Odontologia, os processos de esterilização
indicados são:
• a) Físicos: utilizando-se o vapor saturado sob
pressão (autoclave).
• b) Químicos: utilizando-se soluções de
glutaraldeído a 2% e de ácido peracético a
0,2%.
Determinação da ANVISA
• Destaca-se que os artigos metálicos deverão
ser esterilizados por processo físico visto
serem termorresistentes. A esterilização
química deve ser utilizada em artigos
termosensíveis apenas quando não houver
outro método que a substitua. Ressalta-se que
os artigos termosensíveis devem ser
prioritariamente esterilizados por meio de
processo físico

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