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MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA
Roteiro de Aulas Práticas de Microbiologia e Imunologia
ÍNDICE
I - ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO -------------------------------------------------------- 3
I - ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO
1. Calor Úmido
1.1. Autoclavação - É um processo de esterilização pelo
vapor sob pressão em câmaras conhecidas como “autoclaves”
onde vapor de água é mantido em temperatura acima de
100oC, pelo emprego de pressão maior que a atmosférica, a
uma temperatura de 121oC. O tempo de exposição depende do
material a ser esterilizado. Este processo é utilizado
para esterilizar vidraria, instrumentos cirúrgicos, meios
de cultivo e outros.
1.2. Tindalização ou esterilização fracionada - Processo
de esterilização na temperatura de 100oC durante 30
minutos, repetindo-se o aquecimento 2 a 3 dias
consecutivos. Este processo é usado na bacteriologia para
a esterilização de certos meios de cultura que se alteram
em temperaturas elevada, como meios contendo açúcares,
leite etc.
2. Calor Seco
2.1. Forno de Pasteur - Neste processo são empregados
fornos ou estufas, onde a temperatura pode ser regulada e
mantida pelo tempo necessário para que haja
esterilização. É realizada em temperatura de 170-180oC,
em estufas elétricas por 1 a 2 horas. O material a ser
esterilizado deve ser distribuído de modo uniforme para
facilitar a distribuição do calor que emana das paredes
laterais e da base da estufa. Este processo é indicado
para esterilizar vidraria, instrumentos cirúrgicos
passíveis de serem oxidados pelo vapor, e materiais
impermeáveis como ceras, pomadas, pó e óleos.
2.2. Incineração - É um processo usado para materiais
descartáveis e carcaça de animais utilizados em
experimentos.
2.3. Flambagem - Aquecimento direto na chama do bico de
Bunsen utilizado em rotina de laboratório para
esterilização de alças de platina e bordas da boca de
tubos e balões.
Esterilização e Desinfecção 4
4. Radiações
4.1. Radiação ultra-violeta (UV) tem sido utilizada na
esterilização do ar e de ambientes. Na indústria de
alimentos são aplicados para esterilização de
superfícies de pães, xaropes, sacos plásticos, garrafas
de água mineral, carnes mantidas sob refrigeração.
Porém, seu uso é limitado, devido a seu baixo poder de
penetração, pois trata-se de radiação não ionizante.
4.2- Raios gama e raios X (radiações ionizantes)têm alto
poder de penetração. Raios gama tem sido empregado na
esterilização de certas vacinas e sanitização de
alimentos embalados.
⇒ MÉTODOS QUÍMICOS
⇒ MÉTODOS FÍSICO-QUÍMICOS
• Estes métodos associam o produto químico com o uso de
equipamentos, garantindo assim a efetividade ao processo e
a segurança dos profissionais de saúde, sendo utilizado
para materiais termosensíveis.
• 1 – Esterilização por óxido de etileno: A esterilização é
realizada à baixa temperatura em torno de 54ºC durante 8 a
Esterilização e Desinfecção 5
DESINFECÇÃO E ASSEPSIA
* Desinfecção - A Desinfecção consiste na destruição ou
redução dos microrganismos na forma vegetativa, presentes
num material inanimado ou superfícies inertes, mediante a
aplicação de agentes físicos ou químicos. A desinfecção não
implica a eliminação de todos microrganismos viáveis, porém
elimina a potencialidade infecciosa do objeto, superfícies
ou local tratado.
* Assepsia - É o termo usado para designar o processo de
desinfecção de tecidos vivos. Os anti-sépticos são
preparações contendo substâncias microbiocidas ou
microbiostáticas podendo ser usadas na pele, mucosas e
ferimentos. Exemplos: soluções alcoólicas, soluções
iodadas, soluções de permanganato de potássio, formulações
à base de sais de prata, iodóforos, etc.
Obervações:
− Não são recomendados a utilização de iodofóros no recém-
nascido, pois pode ocorrer absorção transcutânea de iodo
com supressão da função tireoideana.
− Para a finalidade de antissepsia, não são permitidas as
formulações contendo mercuriais orgânicos, acetona,
quaternários de amônio, hipoclorito a 0,5%, éter e
clorofórmio.
A desinfecção pode ser realizada por agentes físicos e
químicos.
• AGENTES FÍSICOS:
1.0. Pasteurização - É um processo empregado na indústria de
alimentos que elimina microrganismos patogênicos (bacilos
tíficos, paratíficos e desintéricos, brucelas,
estreptococos, bacilo da tuberculose) de produtos como o
leite pasteurizado, vinho, cerveja, submetendo-os a
temperatura de 63oC por 30 minutos ou 75oC por 15
segundos.
Os tempos e as temperaturas de pasteurização dependem do
método e do produto a ser tratado. A pasteurização não é
Esterilização e Desinfecção 6
NOTAS:
As seguintes precauções deverão ser tomadas para evitar
a sobrevivência de microrganismos contaminantes, falhas de
esterilização ou a recontaminação dos artigos esterilizados,
independentes do processo de esterilização.
3. Invólucros e pacotes
Esterilização e Desinfecção 7
4. Estocagem
− Após a esterilização, é essencial que os pacotes estejam
íntegros secos e frios, a fim de conservarem a esterilidade
dos artigos neles contidos. Se o pacote, ao ser removido da
câmara ainda estiver quente, o vapor contido no papel
condensa na temperatura ambiente, criando uma pressão
negativa que aspira o ar (contaminado) do ambiente através
do invólucro. Este atua como se fosse um filtro, deixando-
se penetrar pelo ar e retendo células, partículas
bacterianas ou não. Se este invólucro não estiver íntegro,
os artigos no pacote sofrerão recontaminação. A umidade
além de diminuir a resistência de invólucros de papel,
facilita rupturas e interfere no mecanismo de filtração do
ar. Para evitar a contaminação posterior, recomenda-se o
uso de cestos metálicos.
− Os pacotes esterilizados devem ser manuseados o menos
possível, sempre com delicadeza e estocados em ambientes
limpos e secos (30 a 60% de umidade) e temperatura em torno
de 25oC, reesterilizados quinzenalmente quando não
utilizados.
5. Medidas Preventivas
− Uso de luvas, Avental e, se necessário, máscara.
− Materiais contaminados por agentes patógenos devem ser
esterilizados antes de serem descartados.
− Após o manuseio de materiais contaminados por agentes
microbianos, lavar cuidadosamente as mãos com sabão ou
soluções detergentes antissépticas, como soluções aquosas
de Polivinil Pirrolidona-Iodo (PVP-I) a 10%, cloro-hexidina
a 4% ou hexaclorofeno a 3% adicionado de 0,3% de
clorofenol.
Aula Prática - Análise do efeito da ação de anti-sépticos
relacionada ao crescimento bacteriano.
Materiais:
“Swab” estéril
Placa com meio de cultura Ágar nutriente.
Anti-sépticos: Sabão líquido e Solução álcool-iodado e
álcool 70%
Técnica:
1. Abrir a placa rapidamente e colocar a ponta dos dedos,
sobre a superfície do meio de cultura. Fechar a placa.
2. Lavar as mãos com água corrente e sabão líquido, deixar a
água escorrer espontaneamente em seguida colocar a ponta
dos dedos sobre a superfície do meio de cultura. Fechar a
placa rapidamente.
3. Friccionar a ponta dos dedos com solução de álcool iodado
2%. Esperar secar, em seguida colocar a ponta dos dedos
sobre o meio de cultura, como item 2.
4. Friccionar a ponta dos dedos com solução de álcool 70%.
Esperar secar, em seguida colocar a ponta dos dedos sobre o
meio de cultura, como item 2.
5. Incubar a 37ºC por 24 horas.
OBS:
• Esta prática deverá ser realizada com apenas um aluno de
cada grupo.
• Para observação da eficácia dos anti-sépticos, utilizar
dedos diferentes.
Resultado:
Álcool Iodado
Álcool 70%
Sabão
Sem anti-sépticos
Técnicas de Coloração de Bactérias 9
MORFOLOGIA
As células bacterianas são caracterizadas
morfologicamente pelo tamanho, forma e arranjo.
− Tamanho - as bactérias são microscópicas medindo desde 0,3
por 0,8μm até 10 por 25μm. As espécies de maior interesse
médico medem entre 0,5 a 1μm por 2 a 5μm.
1.Cocos
Pares: diplococos (ex.: gonococos)
Cadeias: (ex.: estreptococos)
Tétrades ou cúbicos (Sarcina)
Cocos em cachos (ex.: estafilococos)
COLORAÇÃO SIMPLES
Técnica de coloração caracterizada pelo uso de apenas um
corante, permitindo a observação da forma, tamanho e
grupamento da célula bacteriana. Esta técnica de coloração é
bastante utilizada para a detecção de cocos que causam
meningite (Neisseria meningitidis), em amostra de líquido
cefalorraquidiano (LCR).
MÉTODO
1)Preparar o esfregaço bacteriano em lâminas;
2)Cobrir toda a lâmina com solução de azul de metileno, aguar
dar 5 minutos e desprezar o corante na pia;
3)Lavar a lâmina rapidamente em água corrente, secar com
papel de filtro ou à temperatura ambiente (sem esfregar) e
observar em objetiva de imersão.
RESULTADO
Visualizar, descrever a morfologia e arranjo das
bactérias existente na lâmina.
Técnicas de Coloração de Bactérias 11
NOTAS
1)O Cristal violeta só se liga a parede celular bacteriana
após a adição da solução de lugol (mordente)
2)O etanol poderá ser usado como agente descorante fraco.
3)O material dos corantes empregados na técnica,
principalmente sedimento do cristal violeta, poderá
aparecer como artefato.
4)O descoramento para mais ou menos é resultante da incorreta
diferenciação pelo álcool-acetona.
5)A idade da cultura bacteriana tem importância fundamental
na coloração de Gram. Em culturas envelhecidas, células
Gram Positivas freqüentemente se tornam Gram Negativas.
Enzimas líticas excretadas normalmente por culturas
envelhecidas podem causar danos à parede da célula, como por
exemplo, alterando a permeabilidade aos solventes (álcool-
acetona). Conseqüentemente, o complexo iodo cristal violeta
poderá ser retirado da célula, nessa fase de coloração.
RESULTADO
Visualizar, desenhar a morfologia e classificar as
bactérias nas lâminas de acordo com o seu comportamento
diante dos corantes de Gram:
Bactérias Gram positivas → coradas em roxo
Bactérias Gram negativas → coradas em rosa
INTERPRETAÇÃO
A coloração de Gram classifica as bactérias em Gram
positivas ou Gram negativas. O mecanismo da coloração de
Gram, se refere à composição da parede celular, sendo que as
Gram positivas possuem espessa camada de peptidoglicano e
ácido teicóico, e as Gram negativas, uma fina camada de
Técnicas de Coloração de Bactérias 12
COLETA DO MATERIAL
1- Coletar a amostra, antes da antibioticoterapia.
2- Obter, de preferência o primeiro escarro da manha antes da
ingestão de alimentos.
3- Orientar o paciente para escovar os dentes com água (não
utilizar pasta dental) e enxaguar a boca varias vezes,
inclusive com gargarejos.
4- Respirar fundo, umas oito ou dez vezes, e tossir
profundamente, recolhendo o material no frasco de coleta
estéril.
5- Quando o material produzido for escasso, coletar amostra
após nebulização.
6- Enviar ao laboratório o mais breve possível.
PREPARAÇÃO DO ESFREGAÇO
Colocar as amostras em lâminas (novas e desengorduradas)
com aplicador de madeira. Escolher a partícula mais densa ou
uma mistura da amostra, quando só existirem pequenas
partículas purulentas ou mucosas. E com aplicador estirar a
amostra em 1/3 da lâmina, deixar secar à temperatura ambiente
e fixar como no procedimento anterior.
Técnica:
1)Cobrir toda a lâmina com fucsina fenicada.
2)Com auxílio de uma chama, aquecer a lâmina, pela sua parte
inferior até emitir vapores. Repetir duas vezes esperando o
corante esfriar. Aguardar 5 minutos, não deixando o corante
nem ferver nem secar.
3)Lavar a lâmina com água corrente, suavemente.
4)Inclinar a lâmina descorar com solução álcool ácido
clorídrico, até não sair mais corante.
5)Lavar a lâmina com água corrente.
6)Cobrir o esfregaço com solução de azul de metileno de
Loeffler durante 30 segundos.
7)Lavar a lâmina em água corrente.
8)Deixar secar e observar ao microscópio, com a objetiva de
imersão.
Notas:
1.Na coloração de Ziehl, o aquecimento não deve ser feito
muito intenso, a ponto de ferver o corante, mas apenas até
ligeira emissão de vapores.
2.A coloração de fundo é feita para corar bactérias e outras
estruturas que foram diferenciadas, para o efeito
contrastante ou distinção entre as bactérias e células
presentes no material.
RESULTADO:
Visualizar, esquematizar e classificar as bactérias
existentes nas lâminas. A classificação deverá ser quanto à
resistência ou não das bactérias ao descoramento em álcool
ácido.
Bactérias álcool ácido resistente (BAAR) permanecem
coradas de vermelho pela fucsina.
Bactérias não álcool ácido resistente (BNAAR) não retém
a fucsina, aparecem coradas pelo azul de metileno.
Técnicas de Coloração de Bactérias 14
Preparação do Lugol:
Iodo 1g
Iodeto de potássio 2g
Água destilada 300ml
Armazenamento de corantes:
Os corantes devem ser estocados em frascos de vidro
âmbar em local onde as condições ambientais sejam favoráveis,
com temperatura entre 20 e 25ºC (T.A.) e sem teor de umidade.
Técnicas de Coloração de Bactérias 15
Ácido clorídrico
Álcool 95% 100ml
Ácido clorídrico (dens. 1,19) 1ml
Azul de Loeffler
A)Azul de metileno 10,3g
Álcool a 95% 30ml
B)Solução de hidrato de sódio a 0,01% 1ml
Água destilada 100ml
Preparação:
Um fator que influencia na preparação do meio de cultivo
é a temperatura. Ao preparar um meio de cultivo não podemos
manter à temperatura ambiente uma solução não estéril por
mais de uma hora, devido a possibilidade de evaporação da
água e de crescimento microbiano. Alguns componentes são
utilizados pelos microrganismos e os demais, pelo efeito da
evaporação, se concentram. Após preparados os meios devem ser
esterilizados pelo processo de esterilização adequada.
Técnica
Preparação de meio líquido: Meio de B.H.I. (Brain-Heart-
Infusion).
Componentes do meio:
Infusão de coração ................... 250g
Infusão de cérebro ................... 200g
Peptona ............................... 10g
Dextrose................................ 2g
Cloreto de Sódio ....................... 5g
Fosfato de Sódio ..................... 2,5g
Água destilada ...................... 100ml
Execução
a)Adicionar 100ml de água destilada aos ingredientes
previamente pesados;
b)Dissolver o meio aquecendo em chama de bico de Bunsen
ou forno de microondas;
c)Distribuir o meio em tubos 16x16 aproximadamente 10ml
por tubo. Colocar tampão de algodão em cada tubo;
d)Autoclavar (121ºC por 15 a 20 minutos).
Abaixador de língua
"Swab"
Ágar sangue
Procedimento:
Transferir a amostra colhida com o "Swab" para um ponto
da superfície do meio distribuído em placa e semear pela
técnica de estrias. Incubar a placa a 37ºC por 24h e fazer a
identificação bioquímica e diferenciação de atividade
hemolítica e enzimática.
2- IDENTIFICAÇÃO:
Morfologia celular:
Corados pelo método de Gram, aparecem como Gram
positivos esféricos ou lanceolados, de tamanho variável,
isolados ou em grupos formando cadeias curtas ou longas.
Diferenciação bioquímica:
Estreptococos α-hemolíticos
Utilizar o Teste de sensibilidade a Optoquina para
diferenciar o Streptococcus pneumoniae (sensível a optoquina)
de estreptococos viridescentes (resistente a optoquina), e o
Teste de Solubilidade em Bile. As bactérias solúveis em Bile
são da espécie Streptococcus pneumoniae, as bactérias
insolúveis em Bile são de estreptococcos viridescentes.
Estreptococos β-hemolíticos
Os estreptococos β-hemolíticos elaboram carboidratos
grupo-específicos. Estes carboidratos são utilizados em
reações de precipitação com anti-soros específicos, que
possibilitem a separação dos grupos. Grupo A é representado
pelo Streptoccus pyogenes.
1. O Teste de sensibilidade à Bacitracina permite separar os
estreptococos do grupo A (cerca de 85%) dos demais grupos.
Nos resultados de identificação baseados nesta prova deve-
se indicar estreptococos β-hemolíticos do grupo A pelo
teste de Bacitracina.
2. Pyr Teste – Baseado na hidrólise enzimática da L-
pyrrolidonyl-beta-naphtylamide. Destina-se a identificação
do Streptococcus pyogenes. A hidrólise através da enzima L-
pyrroglutamyl-aminopeptidase, presente nesta bactéria é
verificada através da reação do PYR Reagente com a beta-
naphtylamide livre que forma uma base de SHIFF de coloração
vermelha-cereja.
Isolamento e Identificação de Bactérias Gram Positivas 21
_______________________________________________________________________
2-2 Gênero Staphylococcus
As três espécies de maior interesse clínico são:
Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis,
Staphylococcus saprophyticus.
Morfologia celular
São cocos Gram positivos que podem apresentar-se
isolados ou em pares, em pequenas cadeias ou aglomerados em
cachos.
Identificação e diferenciação
a)Atividade enzimática
Prova de coagulase:
A 0,5ml de plasma de coelho, adicionar 0,1ml de cultura em
caldo. Incubar em banho-maria a 37ºC e verificar a intervalos
de 30 minutos, se há formação de coágulo. O Staphylococcus
aureus é produtor de coagulase.
O Staphylococcus epidermidis, não produtor de coagulase, é
usualmente considerado não patogênico mas pode estar
envolvido em certas situações clínicas: endocardite
bacteriana, em cirurgia com prótese, em transplante de medula
e em cateterismo venoso (Manual de Procedimentos Básicos em
Microbiologia Clínica – Ministério da Saúde).
b)Sensibilidade a novobiocina
Teste de novobiocina
Preparar uma suspensão em caldo e semear em ágar. Colocar um
disco de novobiocina (5mg), incubar a 37ºC por 24 horas e
verificar a formação de um halo de inibição de 14mm.
Esse teste diferencia o S. saprophyticus (resistente a droga)
do S. epidermidis (sensível a droga). O S. saprophyticus é
causa relativamente freqüente de infecção do trato urinário
em pacientes jovens.
Antibiograma: Técnicas de Preparação e Interpretação 22
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Introdução:
A análise da sensibilidade das bactérias aos agentes
antimiccrobianos está relacionada à várias técnicas ou
métodos laboratoriais in vitro utilizados para determinar a
sensibilidade e a resistência de determinado microrganismo a
antimicrobianos.
Microrganismos de referência
Mantenha culturas-estoques de S. aureus (ATCC25923) e E.
coli (ATCC25922).
Antibiograma: Técnicas de Preparação e Interpretação 25
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Teste esses microrganismos de referência, pelo método
que foi descrito, usando discos de antibióticos
representativos daqueles a serem empregados no teste de
isolados clínicos.
Limitações do método
O método de interpretação descrito aqui se refere a
patógenos de crescimento rápido e não deve ser aplicado a
microrganismos de crescimento lento, para os quais os
critérios dos halos não são apropriados. E para antibióticos
que se difudem lentamente em ágar, ex: polimixina B.
Antibiograma: Técnicas de Preparação e Interpretação 26
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Tabela 1.
Limites para interpretação do antibiograma com 24
antibacterianos de uso corrente na terapêutica clínica.
Zonas de inibição (em mm)
Antibacteriano Símb. Conc. Resistente Interme Sensível
disco diário
Amicacina AM 30mcg 14 ou menos 15-18 17 ou mais
Ampicilina ao
testar
microrganismos AP 10mcg 11 ou menos 12-13 14 ou mais
Gram-negativos e
enterococos
Ampicilina ao
testar
estafilococos e AP 10mcg 20 ou menos 21-28 29 ou mais
microrganismos
sensíveis à
penicilina G
Ampicilina ao
testar Haemophilus AP 10mcg 19 ou menos ___ 20 ou mais
sp.
Bacitracina BC 10un. 8 ou menos 9-12 13 ou mais
Carbenicilina ao
testar Proteus sp. CR 100mcg 17 ou menos 18-22 23 ou mais
E E. coli.
Carbenicilina ao
testar Pseudomonas CR 100mcg 13 ou menos 14-16 17 ou mais
aeruginosa
Cefalotina ao
relatar 18 ou mais
sensibilidade a CF 30mcg 14 ou menos 15-17
todas as
cefalosporinas
Clindamicina ao
relatar
sensibilidade à CL 2mcg 14 ou menos 15-16 17 ou mais
clindamicina e à
lindomicina
Cloranfenicol CO 30mcg 12 ou menos 13-17 18 ou mais
Colistidina CL 10mcg 8 ou menos 9-10 11 ou mais
Eritromicina EL 15mcg 13 ou menos 14-17 18 ou mais
Estreptomicina ET 20mcg 11 ou menos 12-14 15 ou mais
Gentamicina GN 20mcg 12 ou menos 13-14 15 ou mais
Konanilcina KN 30mcg 13 ou menos 14-17 18 ou mais
Nalidíxico, ácido AN 30mcg 13 ou menos 14-18 19 ou mais
Neomicina NO 30mcg 12 ou menos 13-16 17 ou mais
Nitrofurantoína NT 300mcg 14 ou menos 15-16 17 ou mais
Novoblocina NV 30mcg 17 ou menos 18-21 22 ou mais
Oxocilina OX 6mcg 9 ou menos 10-13 14 ou mais
Penicilina G. ao
testar PN 10un. 20 ou menos 21-28 29 ou mais
Estafilococos
Penicilina G. ao
testar outros PN 10un. 11 ou menos 12-21 22 ou mais
microrganismos
Penicilina G. PL 50un. 8 ou menos 0-11 12 ou mais
Sulfazotrin
(Sulfatomoxazol + SFT 25mcg 10 ou menos 11-15 16 ou mais
Trimetoprin)
Sulfonamidas SF 300mcg 12 ou menos 13-16 17 ou mais
Tetraciclina TT 30mcg 14 ou menos 15-18 19 ou mais
Tobramicina TB 10mcg 12 ou menos 13-14 15 ou mais
Vancomicina VC 30mcg 9 ou menos 10-11 12 ou mais
Isolamento e Identificação de Bactérias Gram Negativas 27
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1 - ISOLAMENTO
Para o isolamento dos bacilos Gram-negativos são
utilizados principalmente meios seletivos diferenciais.
a) Meios de isolamento
Ágar salmonella Shigella (SS), Ágar Hektoen (HE), Ágar
MacConkey, Ágar Verde Brilhante, Ágar Eosina Azul de Metileno
(EMB), Ágar Xilose Lisina Desoxicolato (XLD) e Ágar Bismuto
Sulfito.
a) Princípio
Os testes de fermentação de carboidratos determinam a
capacidade de um microrganismo em hidrolizar determinado
Isolamento e Identificação de Bactérias Gram Negativas 28
___________________________________________________________________________
açúcar, incorporado numa concentração de 0,5 a 1,0% em meio
base de vermelho de fenol, produzindo ácidos com ou sem gás.
c) Técnica
Transferir, com alça de platina estéril, uma colônia
bacteriana isolada para o meio líquido vermelho de fenol
adicionado do carboidrato a ser fermentado. Incubar a 37oC
por 18-24h.
d) Resultado
POSITIVO: cor amarela -- presença de ácido (carboidrato
fermentado)
NEGATIVO: cor rosa -- ausência de ácido (Carboidrato não
fermentado)
a) Princípio
No meio TSI distribuído em tubos de ensaio observa-se a
fermentação ou não dos açúcares (lactose, glicose e sacarose)
pelas bactérias Gram-negativas, com produção ou não de gás
CO2. Também pode se observar a formação de H2S (gás sulfídrico
ou sulfeto de hidrogênio) pela sua reação com o sulfato
ferroso (presente no meio TSI), resultando num precipitado de
sulfeto ferroso que se manifesta por uma reação visível de
cor negra.
b) Meio TSI
Neste meio, além do ágar e das fontes de carbono e de
nitrogênio, também estão presentes o tiossulfato de sódio que
é uma fonte de enxofre para a produção de H2S e o indicador
de pH vermelho de fenol,que já foi visto no tópico anterior.
c) Técnica
Transferir a colônia bacteriana isolada para o meio TSI,
utilizando-se a agulha de platina flambada. A inoculação
deverá ter a profundidade de 2/3 do meio em uma única picada.
Em seguida, fazem-se estrias na superfície inclinada. Incubar
a 37oC por 18-24h.
d) Resultado e interpretação
O resultado é obtido pela visualização da mudança de cor
no pico (superfície inclinada) e no fundo (profundidade) do
tubo de ensaio contendo o ágar TSI:
Isolamento e Identificação de Bactérias Gram Negativas 29
___________________________________________________________________________
• Pico alcalino/fundo alcalino - Ausência de fermentação dos
açucares. Ex: Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter.
• Pico alcalino/fundo ácido - Fermentação apenas da glicose.
Ex: Shigella.
• Pico alcalino/fundo ácido e negro - Fermentação da glicose
e produção de H2S. Ex: Salmonella, Proteus, Citrobacter.
• Pico ácido/fundo ácido - Fermentação dos três açucares. Ex:
Escherichia coli, Klebsiella, Enterobacter, Hafnia e outros
componentes do grupo coliforme.
2-3. Motilidade
a) Princípio e meio
O meio de cultivo apropriado para teste de motilidade
bacteriana deve ser semi-sólido (0,5% de agar) para permitir
a difusão de bactérias móveis.
b) Técnica
Inocular em uma única picada a colônia bacteriana
isolada no meio, utilizando-se a agulha de platina estéril.
Incubar a 37oC por 18-24h.
c) Resultado
A motilidade bacteriana é detectada pelo exame
macroscópico do meio para se observar uma zona de crescimento
difuso (turbidez) que parte da linha de inoculação feita com
a agulha de platina.
2-4. Citrato
a) Princípio
Determinar se um microrganismo é capaz de utilizar o
citrato como única fonte de carbono para seu metabolismo e
crescimento. Se o citrato for utilizado, o nitrogênio
presente no meio também será, havendo liberação da amônia com
a conseqüente alcalinização do meio.
c) Técnica
A bactéria em estudo é inoculada na superfície do ágar
inclinado em tubo fazendo-se estrias na superfície do meio,
utilizando-se a alça de platina flambada. Incubar a 37oC por
18-24h ou até 3 dias, se necessário.
d) Resultado
POSITIVO: meio azul (alcalino) - Utilização do citrato
Isolamento e Identificação de Bactérias Gram Negativas 30
___________________________________________________________________________
NEGATIVO: meio verde (neutro) - Não utilização do citrato
a) Princípio
Determinar a habilidade enzimática de uma determinada
bactéria em descarboxilar o aminoácido lisina, com a
subsequente alcalinização do meio devido a formação de amina
alcalina (cadaverina).
d) Resultado
POSITIVO: meio púrpura (alcalino) - Ocorreu a descarboxilação
da lisina e conseqüente formação de aminas.
a) Princípio
Determinar a habilidade do organismo em produzir o indol
a partir da molécula de triptofano. Quando ocorre a
degradação deste aminoácido por bactérias que possuem a
enzima triptofanase ocorre a formação de: Indol, ácido
pirúvico e amônia. Este teste é útil para diferenciar a
E.coli (indol positiva) de outras enterobactérias.
b) Meio e reativo
• Caldo Triptofano
• Reativo de Kovac ou Reativo de Ehrlich Composição: p-
dimetilaminobenzaldeído, HCL concentrado, álcool
isoamílico (Kovac), álcool etílico absoluto (Ehrlich).
c) Técnica
Inocular o caldo triptofano com a bactéria em estudo e
incubar a 37oC por 18-24h. Em seguida, adicionar gotas do
reativo de Kovac no tubo.
d) Resultado
Isolamento e Identificação de Bactérias Gram Negativas 31
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O desenvolvimento de uma cor vermelha na superfície do
meio após a adição do reativo indica a presença de indol e
uma prova positiva. A cor vermelha aparece na camada de
álcool quando o indol produzido reage com o p-
Dimetilaminobenzaldeído presente nos reativos de Ehrlich ou
de Kovac.
a) Princípio
Determinar a habilidade de um microrganismo em degradar
enzimaticamente a uréia pela urease com a formação de duas
moléculas de amônia (NH3), resultando na alcalinização do
meio.
c) Técnica
Inocular o caldo uréia com uma alça de platina carregada
de cultura pura do organismo em estudo. Incubar a 37oC por
18-24h.
d) Resultado
POSITIVO: meio rosa (alcalino) - Presença de urease
NEGATIVO: meio amarelo (neutro) - Ausência de urease
célula brotante
Hifa artrosporada
A- Macroconídeos
B- Microconídeos
Aspectos Microscópicos e Macroscópicos dos Fungos 35
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♦ Preparação da lâmina a partir do cultivo de fungos:
Observações:
9 As amostras de consistência líquida e relativamente claras
podem ser examinadas diretamente ao microscópio após a
mistura em uma gota de solução salina em lâmina de vidro.
9 A utilização do corante lactofenol azul-algodão é
importante porque o fenol inviabializa os microrganismos
vivos e o azul-algodão cora a quitina, presente nas paredes
das células fúngicas.
Introdução teórica
REAÇÕES DE PRECIPITAÇÀO
Ao reagir antígenos solúveis com seus respectivos anticorpos,
formam se redes que tendem a precipitar. Nesta reação é
possível observar que as reações antígeno-anticorpo dependem
das concentrações do antígeno e dos anticorpos presentes.
Assim se formará um complexo estável quando Antígeno e
anticorpo estejam em concentrações equivalentes, de outro
modo, haverá dissolução do complexo e o precipitado não se
forma, embora haja Ag e Ac.
As reações de precipitação hoje em dia, são executadas em
meios semi sólidos como géis de agarose (gel neutro,
incolor).
Tanto antígeno e anticorpo podem difundir neste meio,
dependendo do seu tamanho molecular, até encontrar as
proporções ótimas de antígeno anticorpo, então precipitam
formando linhas ou halos de precipitação no local. Varias
Reações Antígeno - Anticorpo 43
aplicações existem na rotina laboratorial para estas
técnicas:
Imunodifusão radial
Imunodifusão dupla
Imunoeletroforese
Contra imunoeletroforese
Método qualitativo
Procedimento:
• Sobre a lâmina limpa marcar retângulos.
• Colocar 50 μl de da amostra do soro positivo e do soro
negativo.
• Colocar uma gota do antígeno (cardioplina).
Reações Antígeno - Anticorpo 45
• Homogenizar durante um minuto com movimentos de vaivém
para que ocorra a reação Antígeno-Anticorpo e observar a
presença ou não de floculação na lâmina.
Resumo:
O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é um retrovírus,
identificado em 1983 como agente etiológico da Síndrome de
Imunodeficiência Adquirida. A AIDS é caracterizada por
alterações em função e número na população de linfócitos T (T
helper), que desempenha um papel chave na resposta
imunológica do hospedeiro humano, deixando os portadores
deste vírus suscetíveis a infecções oportunistas e certas
malignidades.
O HIV é constituído por uma molécula de RNA, protegida
por um capsídeo e um envelope. O envelope do vírus é o
principal alvo da resposta imune. A presença do vírus faz com
que o sistema imune dos pacientes produza anticorpos anti-
HIV. A detecção destes anticorpos deve ser usada como parte
do diagnóstico laboratorial para o HIV 1/2. Ensaios de ELISA,
Imunofluorescência, Western Blot, técnica da Cadeia de
Polimerase (PCR) entre outros, complementam o diagnóstico
laboratorial definitivo para AIDS.
PRINCÍPIO DO TESTE:
O Teste Rápido HIV- 1/2 – Bio-Manguinhos emprega a
combinação de uma proteína conjugada com partículas de ouro
coloidal e antígenos de HIV 1/2 ligados a uma fase sólida
(membrana). A amostra é aplicada ao respectivo poço (S),
seguida da adição de um tampão de corrida. O tampão
proporciona o fluxo lateral dos componentes liberados,
promovendo a ligação dos anticorpos aos antígenos. Os
anticorpos presentes, em casos positivos, se ligam às
proteínas específicas conjugadas ao ouro coloidal. No caso de
uma amostra ser positiva o complexo “imuno-conjugado” migra
na membrana de nitrocelulose, sendo capturado pelos antígenos
fixados na área do TESTE(T), produzindo uma linha roxo/rosa.
Na ausência de anticorpos para HIV 1/2, a linha não aparece
na área do teste. Nos dois casos, a amostra continua a migrar
na membrana produzindo uma linha roxo/rosa na área de
CONTROLE(C), o que caracteriza o funcionamento adequado dos
reagentes.
Reações Antígeno - Anticorpo 47
COLETA DA AMOSTRA:
O teste Rápido HIV 1/2, Bio-Manguinhos é realizado com soro,
plasma, ou sangue total humano.
4. KONEMAN E.W.; ALLEN S.D.; JANDA W.M.; SCHRECKENBERGER P.C. & WINN JÚNIOR W.C.
Diagnóstico Microbiológico Texto e Atlas colorido 5aed. Medsi,
2001.