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CENTRAL DE MATERIAL E

ESTERILIZAÇÃO
Público alvo:
Representantes de
produtos para saúde

Enfª Zuleica Fazoni Souza


INTRODUÇÃO

 Avanço tecnológico e complexidade dos


procedimentos anestésico-cirúrgicos
 Equipamentos e materiais sofisticados
(cirurgias por vídeo / robótica)
 Centralização do processamento de
materiais
 Qualificação de pessoal: Profissionalização
da CME
CENTRO CIRÚRGICO
CENTRO CIRÚRGICO- ATUAL
DEFINIÇÃO

 É uma unidade de apoio técnico, destinado


ao processamento de materiais e sua
distribuição para todas as unidades
consumidoras do hospital
 Subordinado à Gerência de Enfermagem
CME-ÁREA DE PREPARO
CME-ARMAZENAGEM
CONCEITOS E OBJETIVOS

 Controle de infecção: origem exógena, cujas


fontes podem ser os profissionais da saúde,
os artigos e materiais utilizados em cirurgia e
o ambiente.
 Risco de gravidade das infecções:
processamento de materiais centralizado;
maior controle
CLASSIFICAÇÃO DE ARTIGOS

 Obedece as recomendações de
processamento de produtos para a saúde,
que devem ser classificados segundo os
riscos potenciais de transmissão de
infecções para os pacientes
 Divisão dos artigos em três categorias
ARTIGOS CRÍTICOS

 Artigos utilizados em procedimentos


invasivos compenetração de pele, mucosas,
tecidos e sistema vascular
 Estes artigos devem ser esterilizados
Exemplo: Instrumental
ARTIGOS SEMI-CRÍTICOS

 Artigos que entram em contato mucosas


íntegras
 Estes artigos devem sofrer desinfecção de
alto nível
Exemplo: nebulizadores, circuitos
respiratórios
ARTIGOS NÃO-CRÍTICOS

 Artigos que entram em contato com a pele


íntegra
 Estes artigos devem sofrer processo de
limpeza ou desinfecção de baixo nível
Exemplo: Termômetros axilares, oxímetro de
pulso
LIMPEZA

 É a remoção da sujidade de um artigo de


forma manual ou mecânica
 Extremamente importante, precede os
processos de desinfecção e esterilização
LIMPEZA MANUAL

 Fricção
 Água quente ou fria
 Detergente Enzimático
 Escovas diversas
 Pistola de água sob pressão
 Uso de EPI
LIMPEZA-EXPURGO
LIMPEZA MECÂNICA

 Realizada por meio de equipamentos que


operam em condições diversas de tempo e
temperatura
 Lavadoras em geral
 Uso de EPI
LAVADORA ULTRASSÔNICA

 Há o bombeamento pulsante da água, e a


máquina produz bolhas por oscilação de
ondas ultrassônicas, que implodem na
superfície dos artigos dissolvendo os
resíduos. Este processo recebe o nome de
cavitação.
 Uso de EPI
LAVADORA ULTRASSÔNICA
LAVADORA
TREMODESINFECTADORA

 A remoção da sujidade dos artigos, se dá


pela associação da ação do detergente com
os jatos de água quente e/ou fria sob
pressão
 Uso de EPI
TERMODESINFECTAODRAS
LAVADORA DE DESCARGA

 Utilizada para a limpeza de comadres,


papagaios e frascos de vidro
 Não é necessários esvaziar os recipientes
LAVADORA DE ENDOSCÓPIOS

 Máquina destinada à limpeza de


endoscópios, geralmente flexíveis. A
remoção da sujidade grosseira, deve ser
feita manual antes de colocar o endoscópio
na lavadora.
 Ocorre a a limpeza no interior dos canais
 Utiliza água, detergente e desinfetante
DESINFECÇÃO

 É o processo que elimina os


microorganismos patogênicos ou não,
exceto na sua forma esporulada, utilizando
métodos químicos (desinfetantes) ou físicos
(termodesinfectadora,pasteurizadora)
DESINFECÇÃO QUÍMICA

 Alto nível: aldeídos e ácido peracético


 Nível intermediário: álcool, hipoclorito de
sódio 1%, cloro orgânico, fenol sintético
 Baixo nível: quaternário de amônio e
hipoclorito de sódio 0,2%

 O desinfetante é classificado de acordo com


sua capacidade de eliminar microorganismos
DESINFECÇÃO FÍSICA

 Pasteurização: o tempo e a temperatura da


água, oscilam de 70° por 30 minutos. Uso de
detergente; utilizada para artigos de
assistência ventilatória que suportam a
temperatura
 Termodesinfectadora: exposição de artigos
de 70 à 90°, com ciclos de tempo variáveis
acima de 5 minutos
ESTERILIZAÇÃO

 É a destruição de todos os microrganismos,


inclusive os esporos

 Processos físicos, químicos e físico-químicos


PROCESSOS FÍSICOS

 Calor úmido: vapor saturado sob pressão-


autoclaves
 Calor seco: o calor é gerado por
resistências elétricas e propagado em
equipamento elétrico - estufa
 Radiação ionizante: raios gama, que utiliza
o cobalto 60 como fonte de radiação.
Consiste em ondas eletromagnéticas de alta
energia e grande penetração.
PROCESSOS FÍSICO-QUÍMICOS

 Vapor de baixa temperatura com


formaldeído gasoso- VBTF: é realizado em
autoclave por meio da combinação de
solução de formaldeído com vapor saturado,
a uma temperatura entre 50° e 78°C
 Artigos termossensíveis
PROCESSOS FÍSICO-QUÍMICOS

 Óxido de etileno – ETO: realizado em


autoclave, usando-se o gás óxido de etileno
a uma temperatura entre 50° e 60°C
 Artigos termossensíveis
AUTOCLAVE ÓXIDO DE ETILENO
PROCESSOS FÍSICO-QUÍMICOS

 Plasma de peróxido de hidrogênio:


realizado em equipamento próprio,
transformando peróxido de hidrogênio em
plasma de baixa temperatura, através de um
campo eletromagnético gerado por fonte
interna
PROCESSOS QUÍMICOS

 Glutaraldeído 2%
 Ácido peracético 0,2%
 Peróxido de hidrogênio 3-6%

 A utilização de esterilização química é muito


controversa, devido as dificuldades de
operacionalização do processo e falta de
garantia da qualidade
EMBALAGEM

 Objetivo: deve manter a integridade do


artigo até a sua utilização
 Seleção da embalagem: considerar a
compatibilidade com o método de
esterilização e garantir a esterilidade do
produto
 Seguir critérios da ABNT; AORN; ISO
CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE
EMBALAGENS

 Ter registro no Ministério da Saúde e ser


usada de acordo com as instruções do
fabricante
 Apropriada ao produto e método de
esterilização, além de suportar as condições
físicas do processo
 Prover integridade adequada
 Possuir data de validade
CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE
EMBALAGENS

 Funcionar como barreira microbiana


 Permitir a secagem do conteúdo
 Fornecer barreira adequada à líquidos
 Possibilitar adequada remoção do ar
 Permitir a penetração e remoção do agente
esterilizante
 Proteger o conteúdo do pacote de danos
físicos
CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE
EMBALAGENS

 Resistir a rasgos e perfurações


 Ser livre de furos e microfuros
 Manter produto estéril até a sua utilização
 Não conter ingredientes tóxicos
 Preferencialmente,ter registro do indicador
químico específico para cada tipo de
esterilização
CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE
EMBALAGENS

 Evitar a liberação de fibras ou partículas


 Não delaminar na abertura
 Não oferecer dificuldade à abertura do
pacote, permitindo observar os princípios da
técnica asséptica e da baixa memória
TIPOS DE EMBALAGEM

 Tecido de algodão
 Papel grau cirúrgico
 SMS
 Papel crepado
 Tyvek
 Contêineres rígidos
 Papel Kraft*
TECIDO DE ALGODÃO

 Dificuldade de monitorar o desgaste após as


lavagens
 Baixa eficiência como barreira microbiana-
34%
 Baixa vida útil devido ao desgaste das fibras
 Falta de garantias do fabricante- falta
regulamentação
 Não resiste à umidade
PAPEL GRAU CIRÚRGICO

 Compatível com a maioria dos métodos de


esterilização
 Facilidade de visualização do artigo
 Fechamento hermético
 Resistência e alto poder de filtragem
bacteriana
 Baixo efeito memória, favorecendo a
abertura asséptica
PAPEL GRAU CIRÚRGICO

 Deve apresentar indicadores químicos


demonstrando que foi exposto ao processo
de esterilização
 Os rolos devem conter: nº lote; nome do
fabricante; indicador de processo; direção de
abertura; dimensões nominais e/ou código
de identificação
PAPEL GRAU CIRÚRGICO

 Permeável ao agente esterilizante:


propriedade que a determina é a porosidade
(permeância ao ar)
 Barreira microbiana: propriedade que a
determina é chamada diâmetro dos poros
 Selagem livre de rugas e dobras,
recomenda-se selagem de 10mm e 3cm da
borda para permitir a abertura asséptica
SMS – Não-tecido

 É uma estrutura plana, flexível e porosa,


constituída por fibras com direcionamento
aleatório, consolidadas por processo
mecânico(fricção), químico(adesão),
térmico(coesão) ou por combinação desses
métodos
 Alta barreira microbiana- 99% a 100%
 Segurança da esterilidade
SMS – Não-tecido

 Armazenagem por longos períodos*


 Resistente a rasgos e furos
 Uso único
 Alta permeabilidade ao agente esterilizante
 Maleabilidade permite abertura asséptica
 Baixo nível de desprendimento de fibras
PAPEL CREPADO

 É composto de 100% de celulose tratada,


isto é, polpa virgem de madeira branqueada
 Alta eficiência de filtragem de 98-99,8%,
ótima barreira microbiana
 Flexibilidade e facilidade para moldar-se;
baixo efeito de memória
 Baixa resistência mecânica
PAPEL CREPADO

 Biodegradável
 Ausência de toxicidade e incapacidade de
causar irritação
 Antiestática: capacidade de não atrair nem
liberar partículas, não favorece o acúmulo de
poeira
 Hidrorrepelência: permite barreira eficaz
contra a penetração aquosa de bactérias
TYVEK

 É um polímero emaranhado que forma um


filme de propriedades específicas
 Suporta altas temperaturas
 Alta resistência à tração e a perfuração
 Longa durabilidade
 Excelente barreira microbiana
 Não contém celulose-compatibilidade com o
peróxido de hidrogênio
TYVEK

 Alto custo- limitação de seu uso


 Marca registrada pela empresa DuPont
Contêineres rígidos

 É constituída de caixas de metal


termorresistente, plástico termorresistente ou
alumínio anodizado. A tampa contém um
filtro microbiano de alta eficiência e
permeável ao agente esterilizante
 Estocagem por longos períodos
 Mantém a esterilidade durante o transporte
CONTÊINERES RÍGIDOS

 Economia de espaço na armazenagem


 Possibilita a codificação e a agilidade na
localização dos produtos nas prateleiras –
etiquetas coloridas
 Fácil abertura
 Segurança de inviolação por meio do
sistema de lacres
CONTÊINERES RÍGIDOS

 Dispensa embalagem externa- uso de fitros


de uso único ou por tempo determinado
 Facilidade preparo do material e secagem
uniforme
 É durável
 Requer investimento
PAPEL KRAFT*

 Está em desuso por conter amido,


microfuros, corantes e produtos tóxicos
 Não resiste à umidade
 Tem efeito memória
 Irregularidades na gramatura- microfuros
 Baixa resistência física
 Vulnerável com barreira bacteriana após a
esterilização

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