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Processo de esterilização

de materiais
médicos/hospitalares
Esterilização
Esterilização refere-se ao processo de eliminação completa ou destruição de
todas as formas de vida microbiana, incluindo bactérias, vírus, esporos e
fungos. O objetivo é assegurar que um objeto, superfície ou substância esteja
completamente livre de microrganismos patogênicos, reduzindo assim o risco
de infecções.

Prevenção de Infecções Hospitalares:


Segurança do Paciente:
Qualidade dos Cuidados de Saúde
Prevenção de Propagação de Doenças:
Proteção dos Profissionais de Saúde
Central de Material Esterilizado CME

• us clientes.
• Unidade de apoio a todos os serviços assistenciais
e de diagnóstico que necessitem de artigos odonto-
médico-hospitalares para a prestação da assistência
a seus clientes.

O desenvolvimento tecnológico ocorrido nas últimas


décadas na área de saúde, impulsionou as
atividades desenvolvidas nas CMEs de forma
vertiginosa, colocando-a como um setor de vital
Classificação da CME

Classe I: Realiza o processamento de produtos críticos sem lúmen e sem espaços


internos, produtos semi críticos e produtos não críticos. Exclusivamente em
ambulatórios.

Classe II: Realiza o processamento de produtos críticos, semi críticos e não


criticos, em estabelecimento de saúde com especialidade clinica e cirurgica, com
internação ou semi-internação. É obrigatória a separação física da área de
recepção e limpeza das áreas.
Estrutura física:
I - Área de recepção e limpeza(setor sujo)
II - Área de preparo e esterilização (setor limpo)
III - Área de desinfecção química, quando aplicável (setor limpo)
IV - Área de monitoramento e distribuição de materiais esterilizados (setor
limpo)
O CME Classe I deve possuir no mínimo barreira técnica entre o setor sujo e
setor limpo
O CME Classe II, é obrigatório a separação física de recepção e limpeza das
demais áreas
Classificação De Artigos Hospitalares

Críticos:
São artigos que estão envolvidos em alto risco de
aquisição de infecção se estiverem contaminados com
quaisquer microorganismos, incluindo os esporos
bacterianos. Estes objetos penetram tecidos estéreis ou
sistema vascular e devem ser esterilizados para uso.
Ex: instrumentos cirúrgicos, cateteres urinário e
cardíaco, implantes, agulhas e etc.
Semicríticos:
São artigos que entram em contato com membranas
mucosas íntegras ou pele não íntegra . Devem estar livres
de todos os microorganismos na forma vegetativa, mas,
podem conter alguns esporos. Membranas mucosas
intactas geralmente são resistentes aos esporos
bacterianos mais comuns; porém, são suscetíveis a
infecções por microbactérias e alguns vírus. Estes artigos
requerem desinfecção de alto nível.
Ex: equipamentos respiratórios e de anestesia,
endoscópios digestivo e etc
Não-Críticos
São artigos que entram em contato com pele íntegra, mas não
com mucosas. Há baixíssimo risco de se transmitir agentes
infecciosos para pacientes através dos artigos não críticos.
Entretanto, eles podem servir de fonte de contaminação das
mãos dos profissionais ou dos fômites em geral que por sua vez
poderão carrear microorganismos quando entrarem em contato
com outro paciente. Os artigos não críticos dependendo da sua
particularidade ou grande contaminação poderão ser lavados
com água e sabão, ou receber desinfecção de nível
intermediário ou baixo.
Ex: comadres, aparelhos de pressão, móveis do
paciente.
Classificação dos materiais
Material crítico
entra em contato com
vasos sanguíneos ou tecidos
Esterilização
livres de microorganismos
Ex: instrumental
Material semi-crítico
entra em contato com Desinfecção
mucosa ou pele não
íntegra. Ex: inaladores
Material não crítico
entra em contato com Limpeza
pele íntegra. Ex: comadre
Etapas Do Preparo De Material Para Esterilização
1- Seleção
É a separação dos materiais odonto-médico-hospitalares, por
tipo, para que sejam limpos adequadamente sem sofrer danos.
Ex. Instrumentais, endoscópicos, borrachas, vidros, etc.
2– Limpeza
É o processo de remoção de sujidades realizado pela aplicação
de energia mecânica (fricção), química ( soluções detergentes,
desincrustantes ou enzimática ) ou térmica. A utilização
associada de todas estas formas de energia aumentam a
eficiência da limpeza.
LIMPEZA

Remoção mecânica da sujidade


Manual

✔ detergente (enzimático)
✔ escovas
✔ jatos de água
✔ água quente

E.P.I. – luvas grossas, avental impermeável, óculos e máscara


Secagem
Tem por objetivo evitar que a umidade interfere nos processos químicos
e/ou físicos de desinfecção e/ou esterilização dos materiais.
Deve ser feita rigorosamente utilizando-se:
• Pano limpo e seco
• Secadoras de ar quente
• Ar comprimido
Métodos de Esterilização

Calor úmido (autoclave)

Calor seco (fornos)

Radiação (raios gama, feixes de elétrons)

Agentes químicos (óxido de etileno, peróxido de hidrogênio)


Calor úmido (autoclave)

● Princípio de Funcionamento:
● A autoclave utiliza calor úmido sob pressão para esterilizar materiais. Água é aquecida a
vapor, e a alta pressão resultante aumenta a temperatura de esterilização. Isso cria um
ambiente letal para microrganismos.
● Vantagens:
● Eficaz na eliminação de uma ampla variedade de microrganismos, incluindo esporos
bacterianos.
● Rápido e eficiente.
● Amplamente utilizado em ambientes médicos.
● Limitações:
● Alguns materiais sensíveis ao calor ou à umidade podem ser danificados.
● Requer atenção para garantir que todos os itens atinjam a temperatura necessária.
● Materiais que podem ou não ser usado na autoclave
● incluindo instrumentos metálicos, vidro, plástico rígido, tecidos e meios de cultura. No entanto,
alguns materiais sensíveis ao calor, como plásticos flexíveis, substâncias oleosas e líquidos
em grande volume, podem não ser apropriados para autoclavagem, devido ao risco de danos
ou ineficácia do processo
Calor seco (fornos)
● Como Funciona:
● Os fornos de calor seco usam ar quente para esterilizar materiais. Diferentemente da
autoclave, não há pressão envolvida. O calor seco é transferido para os objetos,
resultando na destruição de microorganismos.
● Aplicações Comuns:
● Utilizado para esterilizar instrumentos metálicos, vidro e outros materiais que não são
sensíveis ao calor.
Desvantagens
Vantagens

Limitações em Materiais Sensíveis ao Calor:


Ausência de Umidade Residual:
Limitações na Penetração:
Processo Simples:
Risco de Desidratação:
Menos Dano a Instrumentos Metálicos:
Requer Temperaturas Mais Elevadas:
Menor Tempo de Ciclo:
Incompatibilidade com Certos Materiais:
Versatilidade
Tempo Prolongado para Alcançar Temperaturas
Esterilizantes
Os métodos de esterilização pelo calor
seco em relação ao tempo de exposição
e temperatura não são uniformes,
demonstrando uma diversidade de padrão,
devendo ser validado cada equipamento.
Radiação (raios gama, feixes de elétrons)
● Princípio de Esterilização por Radiação:
● A radiação ionizante, como raios gama e feixes de elétrons, danifica o DNA dos micro-
organismos, impedindo sua reprodução. Esse método é aplicado a materiais sensíveis ao
calor ou à umidade.
● Materiais Adequados:
● Produtos médicos sensíveis, como plásticos, luvas de látex, seringas e equipamentos
eletrônicos.

Vantagens: Desvantagens:

Penetração Profunda Custo Inicial Elevado


Não Deixa Resíduos: Exigências de Segurança
Versatilidade de Materiais Não é Adequado para Todos os Materiais
Processo Rápido:
Não Pode Ser Desligado Rapidamente:
Agentes Químicos (óxido de etileno, peróxido de hidrogênio)

● Processo e Precauções:
● Óxido de Etileno:
● É um gás altamente penetrante. Os itens são colocados em uma câmara selada e
expostos ao gás. Após a exposição, o gás é removido por aeração.
● Peróxido de Hidrogênio:
● Pode ser usado como gás plasma ou vapor de peróxido de hidrogênio. O plasma é
gerado por radiofrequência, e o vapor é aplicado a vácuo.
● Material Sensível ao Método:
● Materiais sensíveis ao calor e umidade, como plásticos, dispositivos eletrônicos e instrumentos
ópticos.
● Precauções Gerais:
● Adequada ventilação é crucial, especialmente para o óxido de etileno, devido à sua toxicidade.
● Monitoramento cuidadoso dos tempos de exposição e concentrações para garantir a eficácia e
a segurança.
Desinfecção:
É um processo que destrói microrganismos, patogênicos ou não, dos artigos, com
exceção de esporos bacterianos, por meios físicos ou químicos.
Níveis de desinfecção:
Alto nível: destrói todos os microrganismos com exceção a alto número de
esporos => Glutaraldeído 2% - 20 – 30 minutos.
Indicação: área hospitalar preferencialmente.
Médio nível: elimina bactérias vegetativas, a maioria dos vírus, fungos e
micobactérias =>Hipoclorito de sódio 1% - 30 minutos.
Indicação: para UBS, creche, asilos,casa de repouso.
Baixo nível: elimina a maioria das bactérias, alguns vírus e fungos, mas não
elimina micobactérias =>Hipoclorito de sódio 0,025%
Indicação:nutrição.
Desinfecção química
ESPOROS BACTERIANOS
MAIOR (Bacillus subtillis) Alto Nível
RESISTÊNCIA
MICOBACTÉRIAS aldeídos e ácido peracético

VÍRUS PEQUENOS OU NÃO Nível Intermediário


LIPÍDICOS (poliovírus)
álcool, hipoclorito de sódio a 1%,
FUNGOS (Candida spp)
cloro orgânico, fenol sintético

BACTÉRIAS VEGETATIVAS Baixo Nível


(Pseudomonas aeruginosa)
quaternário de amônio
MENOR VÍRUS MÉDIOS OU
LIPÍDICOS e hipoclorito de sódio 0,2%
RESISTÊNCIA vírus HBV, HIV
Monitoramento do processo

● Testar a eficácia do equipamento na instalação e após


manutenção

● Verificar a eficácia após qualquer modificação proposta


no processo de esterilização

● Estabelecer a eficácia como rotina diária


Fatores que afetam a eficácia da
esterilização
• A atividade dos agentes esterilizantes depende de inúmeros fatores,
alguns inerentes às qualidades intrínsecas do organismos e outros
dependentes das qualidades físico-químicas do agente ou fatores
externos do ambiente.
- Número e localização de microrganismos
- Resistência inata dos microrganismos
- Concentração e potência do agente germicida
- Fatores físicos e químicos
- Matéria orgânica
- Duração da exposição
Indicadores Químicos
Classe 1: Tiras impregnadas com tinta termo-química que
muda de coloração quando exposto a temperatura.

⇒ usados externamente em todos os


pacotes

⇒ evidenciam a passagem do material pelo


processo
Indicadores Químicos
Teste de BOWIE & DICK - testa a eficácia do sistema de vácuo
Classe 2: da autoclave pré-vácuo.
⇒ verifica a eficiência da bomba de vácuo
⇒ espera-se mudança uniforme da cor do papel, em toda sua extensão
⇒ recomenda-se que seja feito no primeiro ciclo do dia ou pelo menos a
cada 24 horas
⇒ caso não haja homogeneidade na revelação, efetuar revisão imediata
do equipamento

Teste OK Falha no
Indicadores Químicos
Classe 3: Indicador de parâmetro único
⇒ controla um único parâmetro: a temperatura pré-estabelecida
⇒ utilizados no centro dos pacotes

Classe 4: Indicador multiparamétrico


⇒ controla a temperatura e o tempo necessários para o processo
Indicadores Químicos
Classe 5: Integrador: controla temperatura, tempo e qualidade do vapor.

Classe 6: Integrador mais preciso por oferecer margem de segurança


maior. Reage quando 95% do ciclo é concluído.
Indicadores Biológicos
• São preparações padronizadas de microrganismos, numa
concentração do inóculo em torno de 106,
comprovadamente resistentes e específicos para um
particular processo de esterilização para demonstrar a
efetividade do processo
Primeira geração: tiras de papel com esporos
microbianos, incubados em laboratório de
microbiologia com leitura em 2-7 dias
Indicadores Biológicos

Segunda geração: auto-contidos


com leitura em 24 a 48 horas

Terceira geração: auto-contidos


com leitura em 1 a 3 horas
Embalagem
Ideal
• visibilidade do conteúdo
• indicador químico
• selagem segura
• indicação para abertura
• lote de fabricação
• tamanhos variados
• registro MS
– Guarda do material estéril
Após a esterilização é importante observar:
Em relação aos pacotes:
• Não retirá-los imediatamente após o final do ciclo; deixar o
ar circular na autoclave para evitar choque térmico;
• Não colocar o material estéril quente em superfícies
compactas ao sair da autoclave;
• Observar a integridade e presença de umidade nos
pacotes e embalagens;
• Observar mudança na coloração da fita indicadora;
• Manusear o mínimo possível e com delicadeza.
Em relação ao ambiente:
• Manter o ambiente fechado, limpo e seco;
• Manter a temperatura ambiente entre 18o e 22o C;
• Restringir o acesso e movimentação na sala. Em relação
a estocagem:
• Usar prateleiras móveis, preferencialmente em aço
inoxidável, favorecendo a limpeza;
• Usar estantes com cestos removíveis;
• Observar que a distância entre o material e o piso deve
ser de no mínimo 30cm e em relação ao teto 50 cm;
• Estocar separadamente de materiais não estéreis
Em relação ao período de estocagem:
Em condições adequadas de estocagem, manuseio e
integridade da embalagem, é aconselhado:
Material esterilizado em autoclaves:
• Campos de algodão – 7 dias
• Papel grau cirúrgico selado – indeterminado

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