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Introdução à clínica odontológica

resumo - Biossegurança e segurança do paciente


Monitora: Maria Eduarda C. Lima
2022.2

BIOSSEGURANÇA

A biossegurança é uma área de extrema importância em qualquer setor que envolva


riscos à saúde e ao meio ambiente. Na área odontológica, ela é essencial para garantir
a segurança tanto do profissional quanto do paciente, evitando possíveis
contaminações cruzadas. A lavagem das mãos, por exemplo, é fundamental para a
prevenção de infecções, assim como a desinfecção e esterilização adequadas dos
instrumentais utilizados. A utilização de barreiras plásticas e equipamentos de proteção
individual (EPIs) também é imprescindível para garantir a segurança do profissional
durante os procedimentos.

O manejo adequado dos resíduos gerados no serviço de saúde também é uma questão
importante para a biossegurança. É necessário classificar corretamente os resíduos
gerados e destiná-los de acordo com sua natureza, evitando possíveis contaminações
e poluição ambiental.

A imunização do profissional é outro aspecto importante da biossegurança na clínica


odontológica. A vacinação contra doenças como hepatite B e tétano, por exemplo, é
fundamental para proteger o profissional contra possíveis contaminações.

Em resumo, a biossegurança na clínica odontológica deve ser tratada com a devida


seriedade e importância, com a adoção de medidas preventivas e de controle de riscos
para garantir a segurança de todos os envolvidos no processo.

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Limpeza, desinfecção e esterilização dos instrumentais odontológicos

Para garantir a segurança e a higiene dos pacientes e dos profissionais de odontologia,


é fundamental que os artigos sejam processados adequadamente. Esse processo
consiste na limpeza, desinfecção e/ou esterilização dos materiais, seguindo um fluxo
específico que evita a contaminação cruzada entre os artigos sujos e os limpos. Para
facilitar a aplicação desses procedimentos e orientar o processamento dos artigos, é
adotada uma classificação que leva em consideração o risco de transmissão de
infecções. Essa classificação divide os artigos em três categorias - críticos, semicríticos
e não-críticos - assim como as áreas da clínica odontológica.

As áreas críticas são locais onde são realizados procedimentos invasivos ou


manuseados materiais com alto risco de contaminação, como os consultórios
odontológicos. Já as áreas semicríticas são locais onde os procedimentos têm baixo
risco de infecção ou contaminação, como o expurgo e a esterilização. Por fim, as áreas
não-críticas não envolvem risco de contaminação ou infecção, como a recepção e o
banheiro.

Os artigos críticos são aqueles que tocam e penetram nos tecidos, tendo contato direto
com sangue, saliva e outros fluidos, como o material cirúrgico, de implante,
instrumental de periodontia, endodontia, brocas, agulhas, sugadores, entre outros.
Esses artigos devem ser esterilizados obrigatoriamente em autoclave ou óxido de
etileno, ou serem descartáveis.

Já os artigos semicríticos entram em contato com a pele lesada e devem estar livres de
todos os microorganismos, exceto os esporos bacterianos. Exemplos incluem
fotopolimerizadores e jatos de bicarbonato do aparelho de profilaxia. Esses artigos
devem ser esterilizados, mas se forem termossensíveis, podem ser desinfetados com
alto nível, como ácido peracético.

Por fim, os artigos não críticos entram em contato apenas com a pele íntegra, como o
equipo e os equipamentos periféricos, como laser e móveis como bancadas. Esses

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artigos devem ser lavados (limpeza) e submetidos à desinfecção de baixo grau,
preferencialmente de grau intermediário com álcool 70%, hipoclorito de sódio ou
solução detergente germicida com amônia quaternária.

A limpeza é a remoção mecânica de sujidades, com o objetivo de reduzir a carga


microbiana, a matéria orgânica e os contaminantes de natureza inorgânica, de modo a
garantir o processo de desinfecção e esterilização e a manutenção da vida útil do
artigo. Deve ser realizada em todos os artigos expostos ao campo operatório.

A desinfecção é um processo crucial para eliminar microrganismos patogênicos de


objetos e superfícies inanimadas, exceto esporos bacterianos. É necessário definir a
potência de desinfecção de acordo com o tipo de artigo a ser tratado. A desinfecção
deve ser realizada com equipamentos e produtos adequados, seguindo as normas e
instruções de uso dos fabricantes. Para garantir a segurança do processo, é importante
utilizar os EPIs indicados para a área de trabalho, como luvas de borracha resistente e
de cano longo, gorro, máscara, óculos de proteção, avental impermeável e calçados
fechados. Após a limpeza do artigo, o mesmo deve ser imerso em solução desinfetante
por tempo suficiente para garantir a eficácia da desinfecção, conforme as
recomendações do fabricante. A inspeção visual e secagem do artigo são importantes
para verificar se o processo foi realizado de forma adequada e para evitar a
contaminação cruzada.

A esterilização é uma etapa crucial na prevenção de infecções na clínica odontológica,


pois é responsável por eliminar completamente os microrganismos patogênicos e não
patogênicos presentes nos instrumentos. Existem métodos físicos e químicos de
esterilização, sendo os físicos (como o calor seco ou úmido) e o químico (como o ácido
peracético a 0,2%) os mais comuns. É importante destacar que a efetividade dos
agentes químicos pode ser afetada por fatores como temperatura e concentração,
portanto, é importante seguir as instruções de uso corretamente.

A central de esterilização deve ser equipada com os EPIs necessários para garantir a
segurança dos profissionais envolvidos. Após o atendimento, a lavagem dos materiais

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deve ser realizada imediatamente, e os EPIs devem ser utilizados corretamente,
incluindo luvas de borracha resistentes e de cano longo, gorro, máscara, óculos de
proteção, avental impermeável e calçados fechados. Com essas medidas, é possível
garantir a segurança do profissional e dos pacientes atendidos na clínica.

DESINFECTANTES DE ALTO NÍVEL

Os desinfetantes de alto nível são produtos químicos utilizados na desinfecção de


superfícies e equipamentos que entram em contato com pacientes e materiais estéreis
em ambientes de saúde. Eles são capazes de eliminar a maioria dos microrganismos,
incluindo esporos bacterianos, vírus e fungos, e podem ser utilizados em diferentes
processos de desinfecção, como imersão, pulverização ou nebulização.

Alguns exemplos de desinfetantes de alto nível incluem o glutaraldeído, o ácido


peracético e o peróxido de hidrogênio, entre outros. Esses produtos possuem uma
ação bactericida, virucida e fungicida mais potente do que os desinfetantes de baixo e
médio nível.

No entanto, é importante destacar que esses desinfetantes podem ser mais tóxicos e
corrosivos do que os produtos de baixo nível, e seu manuseio e aplicação devem ser
realizados por profissionais capacitados e seguindo as orientações de uso e segurança
do fabricante. Além disso, o uso de desinfetantes de alto nível deve ser adequado à
finalidade de desinfecção e compatível com os materiais e superfícies a serem
desinfetados. Os desinfetantes de alto nível são capazes de eliminar a maioria dos
microrganismos presentes em superfícies e equipamentos, incluindo esporos
bacterianos, vírus e fungos. No entanto, é importante destacar que a desinfecção não é
o mesmo que esterilização.

A esterilização é o processo que elimina todos os microrganismos presentes em um


material ou superfície, incluindo esporos bacterianos, vírus e fungos. Para isso, é
necessário utilizar métodos físicos ou químicos que sejam capazes de destruir ou

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remover todas as formas de vida presentes no material, como a autoclave, a
esterilização por óxido de etileno ou a esterilização por plasma de peróxido de
hidrogênio.

Por sua vez, os desinfetantes de alto nível são capazes de eliminar a maioria dos
microrganismos presentes, mas podem não ser eficazes contra esporos bacterianos e
alguns tipos de vírus, dependendo do tipo de desinfetante utilizado e das condições de
uso. Por isso, os desinfetantes de alto nível são indicados para a desinfecção de
superfícies e equipamentos em ambientes de saúde, mas não são considerados um
método de esterilização.Em resumo, enquanto a desinfecção é um processo que reduz
o número de microrganismos presentes em uma superfície ou material, a esterilização
é um processo que elimina todos os microrganismos presentes, incluindo esporos
bacterianos e vírus.Os desinfetantes podem ser eficazes contra esporos, mas isso
depende do tipo de esporo e do tipo de desinfetante utilizado. Esporos bacterianos, por
exemplo, são mais resistentes do que as células vegetativas das bactérias e podem ser
mais difíceis de eliminar com desinfetantes comuns.

Alguns desinfetantes de alto nível, como o glutaraldeído, são capazes de eliminar


esporos bacterianos, enquanto outros desinfetantes podem não ser tão eficazes. Além
disso, o tempo e a concentração de uso do desinfetante também podem influenciar na
sua eficácia contra esporos.No geral, é importante seguir as orientações do fabricante
para o uso adequado do desinfetante e escolher o tipo de desinfetante mais adequado
para a finalidade de desinfecção e os tipos de microrganismos que se deseja eliminar.
Para a esterilização de materiais e superfícies, outros métodos como autoclave ou
esterilização por óxido de etileno podem ser mais indicados.

Desinfecção ou esterilização de artigos

A esterilização e desinfecção de artigos críticos e semi-críticos são fundamentais para


garantir a segurança e prevenir infecções em ambientes de saúde.

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Artigos críticos são aqueles que entram em contato com tecidos estéreis do corpo
humano ou com o sistema vascular, como instrumentos cirúrgicos, cateteres e agulhas.
Esses artigos devem ser esterilizados, ou seja, submetidos a um processo que elimina
todos os microrganismos, incluindo esporos bacterianos e vírus. A esterilização pode
ser realizada por meio de métodos físicos, como autoclave, ou químicos, como a
esterilização por óxido de etileno.

Já os artigos semi-críticos são aqueles que entram em contato com mucosas ou pele
não íntegra, como endoscópios e sondas, e devem ser desinfetados. A desinfecção
elimina a maioria dos microrganismos, mas pode não ser eficaz contra os esporos
bacterianos e alguns tipos de vírus. Para a desinfecção de artigos semi-críticos, são
indicados desinfetantes de alto nível, como o glutaraldeído.

É importante destacar que tanto a esterilização quanto a desinfecção devem ser


realizadas de acordo com as normas e orientações estabelecidas pelos órgãos
reguladores e seguindo as instruções do fabricante dos produtos e equipamentos
utilizados. A falta de esterilização ou desinfecção adequada pode levar à disseminação
de infecções em ambientes de saúde, comprometendo a segurança e a saúde dos
pacientes e profissionais envolvidos.

Indicadores de esterilização

Existem diferentes tipos de indicadores para monitorar a eficácia da esterilização. Entre


eles, estão:

● Indicadores físicos: são aqueles que monitoram as condições físicas do processo de


esterilização, como temperatura, pressão e tempo de exposição. Alguns exemplos
são termômetros e manômetros.
● Indicadores químicos: são substâncias químicas que mudam de cor ou de estado
físico quando expostas a determinadas condições de esterilização, como temperatura
ou umidade. Os indicadores químicos não garantem a efetividade da esterilização,

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mas são úteis para confirmar que o artigo foi exposto ao processo de esterilização.
Um exemplo é a fita indicadora de esterilização.
● Indicadores biológicos: são os mais confiáveis para monitorar a eficácia da
esterilização, pois consistem em organismos vivos (esporos bacterianos) que são os
mais resistentes ao processo de esterilização. Esses organismos são colocados em
um meio de cultura que permite a sua multiplicação em condições adequadas. Após a
esterilização, o meio de cultura é analisado para verificar se houve ou não
crescimento dos organismos. Se não houver crescimento, isso indica que o processo
de esterilização foi eficaz. Os indicadores biológicos são mais utilizados em processos
de esterilização por autoclave.

É importante que os indicadores sejam utilizados de acordo com as normas e


orientações estabelecidas pelos órgãos reguladores e seguindo as instruções do
fabricante dos produtos e equipamentos utilizados. Além disso, é importante manter um
registro adequado dos processos de esterilização realizados, incluindo os resultados
dos indicadores utilizados.

Lavagem de mãos

1. Abra a torneira e molhe as mãos com água corrente.


2. Aplique na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir
todas as superfícies das mãos (cerca de uma colher de chá).
3. Ensaboe as palmas das mãos, friccionando-as entre si.
4. Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando
os dedos, e vice-versa.
5. Esfregue as palmas das mãos entre si, com os dedos entrelaçados.
6. Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da outra, segurando os
dedos, e vice-versa.
7. Esfregue o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando
movimento circular, e vice-versa.

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8. Esfregue as pontas dos dedos de uma mão na palma da outra, fazendo um
movimento circular, e vice-versa.
9. Enxague as mãos com água corrente.
10. Seque as mãos com toalha de papel descartável ou um secador de ar quente.

Lembre-se de realizar a lavagem das mãos por pelo menos 20 segundos para garantir
a eficácia na remoção de sujeiras e microrganismos.

Imunização

Os profissionais que atuam na área da saúde estão sujeitos a um alto risco de adquirir
doenças infecciosas em decorrência da exposição frequente a microrganismos
patogênicos. Portanto, é crucial que estes profissionais estejam devidamente
imunizados, a fim de prevenir o desenvolvimento de doenças que possam comprometer
não apenas a sua saúde, mas também a saúde da população atendida.

É importante destacar que a imunização deve ser planejada com base nas
características da região e da população a ser atendida, uma vez que diferentes vacinas
podem ser indicadas em cada situação específica. Dentre as vacinas mais relevantes
para os profissionais da Odontologia, destacam-se a vacina contra a hepatite B, a
vacina contra a influenza, a vacina tríplice viral e a vacina dupla tipo adulto.

Ademais, é fundamental que a administração dessas vacinas seja realizada em


serviços públicos de saúde ou na rede credenciada, a fim de garantir a efetividade do
esquema vacinal, bem como a segurança em relação ao lote e à conservação adequada
das vacinas. A implementação de estratégias que promovam a imunização adequada
dos profissionais de saúde é de suma importância para a prevenção e o controle de
doenças infecciosas em ambientes hospitalares e clínicas médicas, contribuindo para a
promoção da saúde e segurança tanto dos profissionais quanto dos pacientes
atendidos.

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Resumo do esquema vacinal de imunizantes recomendados para profissionais da área
de saúde no Brasil:

Hepatite B: são necessárias três doses em intervalos de zero, um e seis meses.


Recomenda-se a realização de testes sorológicos após o esquema vacinal completo.

Febre Amarela: indicada para áreas endêmicas e requer uma dose de reforço a cada
dez anos. Para viagens a essas áreas, a vacinação deve ser realizada até dez dias antes
da viagem.

SRC (tríplice viral - sarampo, caxumba e rubéola): dose única.

BCG - tuberculose: dose única para aqueles que não forem reagentes ao teste
tuberculínico.

DT - difteria e tétano: três doses no esquema básico e uma dose de reforço a cada dez
anos, antecipada para cinco anos em caso de gravidez ou acidente com lesões graves.

Influenza e Pneumococos: atuam contra gripe e pneumonia, respectivamente, e


requerem uma dose por ano para gripe e um reforço após cinco anos para pneumonia.

Covid-19: é uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2. Os profissionais de


saúde devem receber as doses da vacina da COVID + uma dose de reforço.

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Manejo Adequado dos Resíduos Gerados no Serviço de Saúde

● Grupo A: resíduos com a possível presença de agentes biológicos que apresentam


risco de infecção. Devem ser acondicionados em sacos brancos leitosos e lacrados
com o símbolo de substância infectante. As embalagens utilizadas para o descarte
são sacos plásticos resistentes e rígidos, como caixas ou tambores. A disposição final
deve ser feita em aterros de resíduos biológicos ou incinerados.
● Grupo B: resíduos químicos, como medicamentos vencidos e reagentes. Devem ser
acondicionados em sacos de cor vermelha e identificados com o símbolo de risco
químico. As embalagens para o descarte são caixas de papelão resistentes e
lacradas. O destino final pode ser a incineração ou aterros industriais.
● Grupo C: resíduos radioativos, como fontes radioativas, tubos de raio-x e outros
materiais contaminados. Devem ser acondicionados em sacos de cor amarela e
identificados com o símbolo internacional de radioatividade. As embalagens para o
descarte são caixas de chumbo ou de concreto e devem ser armazenados em locais
específicos com controle de acesso.
● Grupo D: resíduos comuns, como papéis, plásticos, vidros e outros materiais
recicláveis. Devem ser acondicionados em sacos de cor verde ou azul e destinados à
reciclagem. As embalagens para o descarte são sacos plásticos resistentes.

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● Grupo E: resíduos perfurocortantes, como agulhas, lâminas de bisturi e vidros
quebrados. Devem ser acondicionados em sacos de cor branca ou cinza e
identificados com o símbolo de material perfurocortante. As embalagens para o
descarte são caixas de papelão rígido e com tampa, para evitar acidentes durante o
manuseio. O destino final deve ser a incineração ou aterros industriais
● O descarte de resíduos deve ser realizado em locais específicos, seguindo as normas
e regulamentos de cada município. É importante ressaltar que o descarte inadequado
de resíduos pode gerar impactos negativos para a saúde pública e para o meio
ambiente.

Segurança do paciente

O texto discute a relação entre qualidade e segurança no cuidado de saúde. Um


cuidado inseguro pode resultar em danos desnecessários ao paciente, o que afeta
negativamente os resultados do cuidado de saúde. A segurança é uma dimensão
crítica da qualidade, embora às vezes seja tratada como um conceito separado. No
entanto, a tendência atual é interpretar a segurança como uma parte integrante da
qualidade. A área de segurança do paciente se desenvolveu a partir de disciplinas de
outros campos do conhecimento que estudam o erro humano, os acidentes e sua
prevenção, e representa uma importante contribuição para a melhoria do cuidado de
saúde.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) criou a Classificação Internacional de


Segurança do Paciente (ICPS) em 2004, devido ao uso inconsistente da linguagem
adotada nas publicações da área de segurança do paciente. A ICPS contém 48
conceitos-chave e os principais conceitos, definições e termos preferidos estão
apresentados na publicação. Erro é definido como uma falha em executar um plano de
ação como pretendido ou como a aplicação de um plano incorreto. Já as violações são
atos intencionais, embora raramente maliciosas, que podem se tornar rotineiras e
automáticas em certos contextos. Incidente relacionado ao cuidado de saúde é um
evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário
ao paciente. Os incidentes são classificados como near miss (incidente que não atingiu
o paciente), incidente sem dano (evento que atingiu o paciente, mas não causou dano

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discernível) e incidente com dano (evento adverso que resulta em dano ao paciente).
Os tipos de incidentes são categorias que agrupam os incidentes de mesma natureza,
como processo ou procedimento clínico, documentação, infecção associada ao
cuidado, medicação/fluidos IV, entre outros.

A definição de erro na ICPS é bastante ampla e inclui tanto ações incorretas quanto
omissões na execução de um plano. É importante destacar que erros são
não-intencionais por definição, ou seja, não são realizados de forma deliberada. Já as
violações são atos intencionais que podem se tornar rotineiros em determinados
contextos, mesmo que raramente maliciosos. Um exemplo de violação na área da
saúde é a não adesão à higiene das mãos por parte de profissionais de saúde, o que
pode levar a infecções hospitalares e outros problemas de segurança do paciente.

Erro e evento adverso são conceitos relacionados, mas distintos, no contexto da


segurança do paciente em saúde. Um erro é uma falha não intencional em um plano de
ação, que pode ocorrer na fase de planejamento ou na fase de execução, e que
poderia levar a um evento adverso. Já um evento adverso é um incidente que resulta
em dano ao paciente, podendo ser um erro, uma complicação esperada de um
procedimento ou um problema relacionado à estrutura ou processo de cuidado.

Por exemplo, se um médico prescreve a dose incorreta de um medicamento para um


paciente, isso é considerado um erro. Se a dose incorreta é administrada e causa
danos ao paciente, então isso é considerado um evento adverso. No entanto, se um
paciente sofre uma infecção hospitalar, isso pode ser um evento adverso sem ter sido
causado por um erro específico, mas sim por uma falha no processo de prevenção de
infecções.

Em resumo, um evento adverso é um desfecho negativo que pode ter várias causas
possíveis, incluindo erros, mas nem todo erro leva necessariamente a um evento
adverso.

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Erro é definido como uma falha em executar um plano de ação como pretendido ou
como a aplicação de um plano incorreto. Os erros podem ocorrer por se fazer a coisa
errada (erro de ação) ou por falhar em fazer a coisa certa (erro de omissão) na fase de
planejamento ou na fase de execução. Erros são, por definição, não-intencionais.

Já evento adverso é um incidente relacionado ao cuidado de saúde que resulta em


dano ao paciente, podendo ocorrer devido a erros, falhas do sistema, violações de
protocolos ou outras circunstâncias. Eventos adversos podem ser classificados em três
tipos: incidente sem dano, incidente com dano e near miss.

Dessa forma, a principal diferença entre erro e evento adverso é que o primeiro é uma
falha ou uma ação incorreta, enquanto o segundo é um incidente que resulta em dano
ao paciente. Erros podem ou não levar a eventos adversos, dependendo do grau de
gravidade e do contexto em que ocorrem. Além disso, eventos adversos podem ter
diferentes graus de gravidade e podem resultar em diferentes níveis de dano ao
paciente.

Cuidado com o paciente em Odontologia:

1. Adequada higienização das mãos: A lavagem das mãos é uma das medidas
mais importantes na prevenção de infecções. O profissional deve lavar as mãos
antes e depois de cada atendimento, além de utilizar álcool em gel ou outro
antisséptico quando necessário.
2. Uso de equipamentos de proteção individual (EPIs): O uso de EPIs é
fundamental na prevenção de acidentes com materiais biológicos e na proteção
do profissional e do paciente. Dentre os EPIs mais utilizados em odontologia
estão luvas, avental, óculos de proteção e máscaras.
3. Esterilização dos instrumentos: Todos os instrumentos utilizados no atendimento
ao paciente devem ser esterilizados adequadamente. O processo de
esterilização deve ser validado e monitorado periodicamente para garantir sua
efetividade.

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4. Controle de infecções: O controle de infecções envolve medidas como a
desinfecção das superfícies, o uso de barreiras protetoras nos equipamentos e a
segregação dos resíduos gerados no atendimento.
5. Identificação correta do paciente: É fundamental que o profissional verifique a
identificação do paciente antes do atendimento, evitando assim erros de
identificação que possam levar a eventos adversos.
6. Registro e comunicação adequados: O registro correto dos procedimentos
realizados e a comunicação adequada entre os profissionais envolvidos no
atendimento também são importantes para garantir a segurança do paciente.
7. Educação continuada: A atualização e o treinamento dos profissionais em
relação às melhores práticas em biossegurança e controle de infecções também
são fundamentais para garantir a segurança do paciente.

Existem diversas causas que podem levar um profissional a cometer um erro médico,
dentre elas

O que pode causar um erro ou evento adverso:

1. Sobrecarga de trabalho: Quando o profissional está sobrecarregado e trabalha


longas horas sem pausa, isso pode afetar sua capacidade de concentração e
aumentar o risco de erros.
2. Falta de treinamento: Se o profissional não recebeu treinamento adequado, ou
não está atualizado sobre as melhores práticas e as últimas descobertas da
medicina, pode cometer erros.
3. Comunicação deficiente: Se a comunicação entre os profissionais de saúde não
é clara ou eficaz, isso pode levar a erros na administração de medicamentos,
diagnósticos incorretos e outras falhas.
4. Falta de equipamentos adequados: Se o profissional não tem acesso a
equipamentos e tecnologias adequados para a realização de procedimentos,
isso pode aumentar o risco de erros e de lesões ao paciente.

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5. Fatores individuais: Fatores pessoais, como estresse, ansiedade, fadiga e
problemas pessoais, podem afetar a capacidade do profissional de prestar
atendimento de qualidade e aumentar o risco de erros.
6. Falta de trabalho em equipe: Quando os profissionais de saúde não trabalham
em equipe, isso pode levar a falhas na comunicação, na coordenação e na
colaboração, aumentando o risco de erros e de incidentes adversos.
7. Pressão externa: Pressões externas, como as demandas dos pacientes, a
expectativa da família e a pressão dos seguradores de saúde, podem influenciar
o profissional a tomar decisões que não são as mais adequadas para o paciente.

É importante lembrar que a maioria dos erros médicos não são intencionais e que os
profissionais de saúde trabalham arduamente para prevenir incidentes adversos e
garantir a segurança do paciente.

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